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Obs. 2: no finalismo penal a culpabilidade é vazia. Isso porque ela foi esvaziada no
tocante aos seus elementos psicológicos. No finalismo, o dolo e a culpa, que antes
estavam na “culpabilidade”, passaram à “conduta”.
Nesse sentido, ainda que cometessem o mesmo crime, a pena imposta a uma pessoa
de alto nível social e econômico, portadora de ensino superior, seria maior do que a
sanção imposta a uma pessoa de baixo nível cultural e econômico. Zaffaroni defende
que neste último caso o Estado seria corresponsável pelo delito, pois não ofereceu
condições de aprimoramento cultural e econômico ao agente.
Essa teoria não tem previsão legal, consistindo apenas em proposta doutrinária. Ela
seria aplicável no Brasil? Surgem duas correntes:
o Sim, pode ser usada no Brasil, servindo como atenuante inominada (art. 66,
CP – “embora não prevista expressamente em lei”). Diversos concursos já
adotaram essa posição.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância
relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista
expressamente em lei.
o Não, não pode ser usada no Brasil. Esse é o entendimento do STJ (HC
187.132/2013). O STJ entende que essa teoria, na verdade, vem incentivar a
prática de crimes, não podendo, portanto, ser admitida.
b) Reprovação mais severa das pessoas que praticam crimes econômicos em geral.
São as pessoas dotadas de elevado poder econômico, que abusam desse poder
para a prática de crimes. É o combate à ambição descontrolada. Os órgãos
incumbidos da persecução penal devem buscar uma distribuição democrática da
pena tradicional, sobretudo na criminalidade de sonegação de tributos, de agentes
políticos (atos de corrupção, crimes de colarinho branco, etc) como única
estratégia capaz de romper a destinação exclusiva da prisão para os
marginalizados. Cuida-se aqui, de maior responsabilização dos detentores dos
meios de produção do capital.
Obs.: Joaquim Barbosa e Sérgio Moro são aplaudidos em razão dessa perspectiva
da coculpabilidade às avessas - o direito penal não deve servir apenas para o
pobre.
Obs.: a coculpabilidade às avessas não tem previsão legal e, como ela prejudica o réu,
não cabe analogia. Ela é usada apenas na 1ª fase da dosimetria da pena, como uma
circunstância judicial desfavorável (art. 59, caput, CP).
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime: (...)
1. Causas:
a) Menoridade.
b) Doença mental.
c) Desenvolvimento mental incompleto.
d) Desenvolvimento mental retardado.
e) Embriaguez completa fortuita ou acidental.
Obs. 2: Laudo pericial: a conclusão da perícia médica não vincula o juiz (art.
182, CPP). É o chamado “peritum peritorum”, ou seja, o juiz é o perito dos
peritos. Uma vez rejeitado o laudo pericial, o juiz não poderá fazer as vezes do
perito, mesmo que tenha conhecimentos técnicos na matéria. Assim, o juiz
não pode, em hipótese alguma, substituir-se na função do perito (a função do
juiz no processo é a de julgar), devendo nomear outro perito.
Obs. 4: a perícia pode ser realizada tanto na fase do inquérito como na fase
processual, podendo ser determinada pelo delegado ou pelo juiz. Mas, via de
regra, ela ocorre na fase processual.
7. Efeitos da inimputabilidade:
a) Menores de 18 anos: submetem-se ao regime do ECA. Trata-se de
“procedimento para apuração de ato infracional” (e não de processo
penal), aplicando-se medida socioeducativa ao final.
Obs. 1: é uma causa de diminuição da pena (de 1/3 a 2/3) e não de exclusão
da culpabilidade.
2. Efeitos da semi-imputabilidade:
5.