Spuizis mora na Montanhafitness

Montanhafitness era uma montanha de bom coração que abrigava as vítimas de

tentativa de suicídio de seus países.

As pessoas iam para lá, pois estavam desesperadas e precisavam de um lar para elas
morarem, numa caverna, com banheira, de preferência.

Spuizis foi uma pessoa atormentada a vida toda por vários delegados que faziam
perguntas. Eles eram todos escritores e queriam saber se ele tinha gostado de ler seus livros.
Spuizis tinha odiado todos e já tinha repetido isto a muito tempo e por diversas vezes, mas os
delegados eram muito detalhistas e queriam saber até as palavras específicas que
incomodavam o leitor.

Certo dia, ficou sabendo através de um cartaz, que havia uma montanha muito boa
praça e de bom coração chamada Montanhafitness. Ela abrigava todos os desesperados e, por
isso, tinha lugar para ele no coração dela. Além disso, ele queria muito uma banheira e um
fogão numa caverna, e viu aí uma oportunidade para conseguir tudo isso.

Ao chegar lá, ele se deparou com uma comunidade muito receptiva, onde não havia
competição e todos dividiam seus ganhos. A abundância de coisas boas era a única lei que os
habitantes da montanha pareciam seguir, mas ninguém forçava esta lei, ela apenas parecia
surgir a partir do bom coração de todos. Porém, o segredo não revelado é que este sentimento
bom partia do núcleo de Montanhafitness, cujo sentimento sobrepujava qualquer negatividade
e conseguia fazer todos se sentirem bem em seu abraço pedregoso de carinho.

Todos podiam criar horta, vender a produção e gerar um lucro. Com o lucro, podiam
comprar fogões, celulares, mais sementes, ferramentas, fitas, óleos, comida e tudo que eles
quisessem. O principal objetivo de todos era conseguir uma banheira e um fogão para
colocarem em suas cavernas, pois com banheira e fogão, todos viviam sempre felizes, mesmo se
pisassem em algum espinho ou fossem mordidos por insetos: eles sabiam que quando
chegassem em casa, teriam um fogão e uma banheira para confortar seus corações.

Montanhafitness sabia disso e os habitantes sabiam que ela sabia, e assim, amavam ela,
o que fazia com que ela se sentisse muito útil para a pequena comunidade e se sentisse muito
amada por todos.

A vida seguia como sempre segue, sem parar para esperar a adequação de todos, mas
todos milagrosamente sempre se adequavam e sempre se sentiam bem, e foi assim até o final
de suas vidas. A montanha continuou vivendo e recebendo mais gente e, enquanto tudo no
mundo à fora era destruído, o que sobrava era essa montanha que era amada por todos,
inclusive por outras montanhas e até mesmo por cadeias de montanhas, pois todas as
montanhas têm bom coração, mas as cadeias de montanhas têm cadeias de coração, onde
ficam lá, presos, sem saírem do lugar, apenas gerando amor para todos, até mesmo para
delegados, seres que são muito difíceis de se lidar.

Spuizis chegou à terceira idade se sentindo uma criança no parque, e estava pronto para
a quarta idade: se tornar uma pedra. E já fazia planos para a quinta idade: se tornar um
pedregulho, mas nunca quis progredir para outras idades, pois sempre queria fazer parte de
Montanhafitness. Tudo que se via lá eram seres ultra-felizes que nunca quiseram progredir para
idades muito mais avançadas, pois queriam fazer parte de lá. Já que, todos que progrediam a
partir da terceira idade, ficavam acoplados nas terras para obter suporte, afinal, pedras não
surgem do nada.

E assim continuou, e para sempre continuará, uma grande montanha lotada de amor,
geradora de amor e com a ajuda de hortas, gera lucro, e com esse lucro, possibilita a compra de
banheiras e fogões, e estes, geram conforto infinito para moradores de cavernas convenientes e
boas, sem animais com peçonha, com tapetes de boas-vindas, mesas para comer doces com
amigos e um quadro com uma pintura feita por cada habitante retratando a Montanhafitness
em seu mais belo esplendor, num ato de adoração.