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Lição 04
Na senda evolutiva
"Natura non facit saltum" (A natureza não dá saltos), dizia Darwin 7 vezes ao
longo de sua grande obra prima: "A Origem das espécies", também, neste sentido, inicia
Emmanuel mais uma lição do livro Roteiro:
Recordemos que na lição passada fomos convidados a ter uma percepção melhor
do nosso corpo que é animado e moldado pelo espírito, conforme já o permita sua
evolução, porém, é criado por Deus e, por este motivo, revela-se como uma máquina
super fantástica, repleta de enigmas e possibilidades que o homem começa a conhecer.
Mas este corpo não foi criado assim, foi desenvolvido por milênios, como
ratificam os cientistas:
"O ser humano como o conhecemos hoje nem sempre teve as mesmas características
físicas. Segundo estudos científicos, os primeiros ancestrais parecidos com o homem
atual surgiram na Terra há um período de aproximadamente 3,5 a 4 milhões de anos
atrás."
A pergunta que Emmanuel nos faz, porém, revela um outro fator que precisamos
entender e refletir:
" Os Espíritos são criados simples e ignorantes, mas com a aptidão de adquirir tudo e
de progredir, em virtude de seu livre-arbítrio. Pelo progresso, eles adquirem novos
conhecimentos, novas faculdades, novas percepções, e, por conseguinte, novos prazeres
desconhecidos dos Espíritos inferiores; eles veem, ouvem, sentem e compreendem o que
os espíritos atrasados não podem ver, nem ouvir, nem sentir, nem compreender. A
felicidade é proporcional ao progresso realizado; de modo que, de dois Espíritos, um
pode não ser tão feliz quanto o outro, unicamente porque não está tão avançado
intelectual e moralmente, sem que eles precisem estar cada qual num lugar distinto.
Embora estando um ao lado do outro, um pode estar nas trevas, ao passo que tudo é
resplandecente à volta do outro, absolutamente como para um cego e alguém, que vê
que se dão as mãos: um percebe a luz, a qual não faz nenhuma impressão no seu
vizinho."
André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, nos dá notícias deste longo
caminho evolutivo:
É preciso saber de nossa limitação não para nos conformarmos, mas para termos
persistência, sabendo que cada passo é essencial em nossa jornada. Começamos simples
e ignorantes, mas já não o somos mais...
Somos aves ainda sem asas, crisálidas que estão aprisionadas em casulo
aguardando o momento de eclodir. Esta comparação é muito oportuna, pois corrobora a
idéia que já apresentamos acima. Imaginemos uma pequena ave, recém saída do ovo,
ela necessita de algum tempo para estar apta ao voo. Assim, também, a crisálida, precisa
de um tempo para que se desenvolva corretamente. Se abrirmos o casulo antes do
tempo, a lagarta jamais se transformará em borboleta, jamais voará.
Sempre haverá algo a ser melhorado, sempre haverá algo a aprender. E se não
estamos satisfeitos com o que temos hoje, pensemos um pouco em como era o mundo
há 1000 anos...será que sentiremos saudades?
Não obstante reconhecermos que hoje estamos melhores que ontem, há em nós
um anseio, uma necessidade de algo melhor. Um sentimento de inadequação ao mundo
em que estamos, e se não soubermos entender isso, tenderemos ao isolamento, será
triste a nossa jornada.
Nosso rumo é o infinito e a isso se deve esta inquietação constante. Nós não
apenas queremos ser melhores, esta é a nossa mais profunda necessidade. A evolução é
Lei Divina e está em nós, gravada em nosso consciência pelo Pai Celestial.
Perceber-se limitado nos permite ver o outro de igual forma. Ampliando-se a lei
áurea que nos diz para amar ao próximo como a nós mesmos, verifica-se um
desdobramento desta lei. Se eu ainda estou estagiando em mundos de provas e
expiações, sou falível e estou em busca de melhoria, devo permitir ao outro o uso do seu
livre-arbítrio, com consciência de que todos estão jornadeando em processo evolutivo.
Os defeitos e imperfeições alheios não apenas serão tolerados, mas compreendidos.
"Para semelhantes inteligências, a morte é como que a parada compulsória, por algum
tempo, diante de mais altos degraus da escada evolutiva que ainda não se acham aptas
a transpor. Sem os instrumentos de exteriorização, que lhes cabe desenvolver e
consolidar, essas mentes, quando desencarnadas, sofrem consideráveis alterações da
memória.
Quase sempre, demoram-se nos acontecimentos que viveram e, de alguma sorte,
perdem, temporariamente, a noção do tempo. Cristalizam-se, dessa maneira, em
paixões e realizações do passado que lhes é próprio, para renascerem, na arena da luta
material, com as características do quadro moral em que se coloram, desintegrando
erros e corrigindo falhas, edificando, pouco a pouco, as qualidades sublimes com que
se transportarão às Esferas Mais Altas." Roteiro
Sobre a China:
"A cristalização das ideias chinesas advém, simplesmente, desse insulamento voluntário
que prejudicou, nas mesmas circunstâncias, o espírito da Índia, apesar da fascinante
beleza das suas tradições e dos seus ensinos. É que a civilização e o progresso, como a
própria vida, dependem das trocas incessantes."
Não vivemos sob um determinismo, atraímos o bom ou o mal que nos acontece.
E isto decorre de não sermos uma página em branco, algumas coisas estão tão
arraigadas, são tão profundas em nosso ser que demorarão muito tempo, muitas vidas
para serem curadas.
Qual a virtude que queremos e que reconhecemos ainda não ter? O que estamos
realizando em relação a este fato? Quais as boas práticas que me auxiliam a melhorar
em determinado aspecto que já descobri ser incompleto em meu ser?
Existem pessoas que carregam dentro de si uma tristeza imensa, outras são
agressivas diante da menor contrariedade...eles estão "reproduzindo no patrimônio
congenial as deficiências que adquiriram à face da Lei." Ou seja, estão fazendo o que
aprenderam a fazer ao longo das muitas vidas que já tiveram. O que necessitam, porém,
é de renovação, e esta se dá pelas portas do amor, que nutre com paciência, bondade,
abnegação a vida do outro, sem esperar nada em troca, simplesmente, porque este ser
que vive na delinquência ainda não está apto a oferecer algo de si mesmo para o mundo.
Suas potencialidades estão inibidas, como Emmanuel diz, seu ser inibe o " acesso de
elementos renovadores ao campo do próprio “eu”."
" Purificado o vaso íntimo do sentimento, renascerá na paisagem das formas, com o
defeito adquirido através do longo convívio com o desespero, com o arrependimento ou
com a desilusão, reajustando o corpo perispirítico, por intermédio de laborioso esforço
regenerativo na esfera carnal.
Os aleijões de nascença e as moléstias indefiníveis constituem transitórios resultados
dos prejuízos que, individualmente, causamos à corrente harmoniosa da evolução."
Fraterno abraço.