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A Natureza do Espaço

Consolida o pensamento do Milton Santos que foi sendo consolidado ao longo da carreira dele e
que basicamente é uma questão epistemologica da geografia. Ele pensa a epistemologia da
geografia. OU seja, como a geo se desensolvove, ou seja, por isso falar da filosofia. A forma como a
ciencia se propõe, como se desenvolve, a forma como tem seus elementos teóricos metodológicos.
Enfim, a episteme. Ele vai fazendo e dizendo: as analises da geo são descritivas, colonialistas,
quantitativas, voltadas às nações imperialistas. Sempre teve esse serviço, sempre pouco crítica. Não
tem claramente definido o seu objeto de estudo. Ele vai ao longo da carreira dele, com seus estudos
empíricos (espaço divido – circuitos da economia/circuitos espaciais). Ele vai consolidando a ideia
de que a geografia é carente de objeto de estudo. Então varia região, lugar, paisagem, e nenhum
desses se consolida como objeto de fato de estudo da geografia. A geografia precisa de um objeto de
estudo que, na visão dele, é o Espaço Geográfico. Ele não pode ser considerado espaço natural
porque o ser humano consolidou domínio sobre o globo como um todo, ou seja, ele tornou
geográfico o espaço transformado pelo homem. Então é a ideia. Do ponto de vista teórico-
metodológico como se faz? Só se entende espaço geográfico se entender ele como, literalmente,
uma indissociabilidade entre sistemas de objetos e sistemas de ações, que são indissociáveis entre
eles. Ou seja: o espaço geográfico é um conjunto indissociável entre sistema de objetos e sistemas
de ações, que é um conceito abstrato pois o espaço não é palpável, mas se torna concreto no
território, lugar, região, paisagem. Isso faz o espaço tornar-se concreto. Então essa é a ideia dele.
Para ele, tem que se pensar do ponto de vista sistêmico e que tem que suplantar a ideia de que o
espaço são só os objetos porque isso era das geografias tradicionais, descritivas, quantitativas. Então
a geografia, na verdade, são os objetos e os objetos eles impõem limites às ações e as ações
transformam os objetos. Por isso são indissociáveis. E eles são sistêmicos e o sistema dos objetos é
o sistema técnico (características Marxistas dialéticas) Objeto = ação / técnica = política. Tanto que
ele não fala em território usado. Território = objeto / usado = ação/política. Ou seja, técnica =
política. Ou seja, para pensar a geografia, na visão de Milton, tem que se pensar através desse
sistema. Ele vai usando elementos da própria filosofia das técnicas. Pois as técnicas em si é o
elemento que media a relação entre o espaço e o homem. O homem trasnforma o espaço através da
técnica, por isso que a técnica é tão importante. O prédio é uma técnica, um trator é uma técnica,
uma flecha, uma pedra… Qual a questão de desenvolvimento da humanidade? A humanidade vai
chegando a um tal ponto que isso vai se transformando num sistema de objetos que está interligado
planetariamente. A globalização torna isso planetário. Entao, por isso, para pensar a geografia do
mundo contemporâneo, ou seja, da globalização, você precisa pensar ela partir dessa ideia de que a
geografia tem um objeto de estudo (espaço geográfico), sistema de objetos. Por que sistema?
Porque hoje eles estão interligados em um sistema, que é o sistema capitalista, ele é global e ele tem
um sistema político, sistema de ações, que o alimenta e alimenta o próprio sistema de ações (a
filosofada principal de Milton Santos). Milton Santos cria pra epistemologia da geografia o
conceito, o objeto de estudo que é o espaço geográfico, as categorias analíticas (forma, função,
estrutura, processo). A importação de conceitos marxistas para explicar essa concatenação que ele
faz (divisão do trabalho). O cerne da questão é a ideia de que os sistemas de ações e sistema de
objetos são indissociáveis. O sistema de engenharia chinês tem parte do sistema de engenharia que
está aqui e conforme o planeta foi se tornando mais desenvolvido do ponto de vista capitalista, ele
foi integrando cada vez mais esses sistemas. Por isso Milton Santos vai falar que você sempre que
analisa a geografia tem que se analisar os meios geográficos: meio técnico; técnico-científico;
técnico-científico-informacional. Porque ao longo da história predominou sempre qual meio? O
meio técnico. O homem transformava o espaço através de técnicas simples. Conforme o homem vai
se desenvolvendo, ele une a técnica à ciência, o Iluminismo/Positivismo. Então nesse momento da
humanidade a gente começa a aliar e desenvolver a ciência e a técnica pra trasnformação do espaço
geográfico. E depois tem-se a informação como elemento central das transformações do espaço
geográfico. Por isso técnico-científico-informacional. Quando Milton vai analisar a geografia ele
diz que precisa periodizar, precisa ter uma periodização. Ou seja, o estudo do centro-oeste
brasileiro. O Centro-Oeste já nasce moderno: ele sai do meio natural ao meio técnico-científico-
informacional. Ele não tem a passagem gradativa como teve São Paulo, que teve o meio natural
(mata atlântica), através das técnicas simples vem a plantação de café, depois vem a ciência, a
industrialização, virando meio técnico-científico, depois vem o aprofundamento das relações
capitalistas, como os mercados financeiros, o transformando em meio técnico-científico-
informacional. É uma filosofia das técnicas porque é literalmente pensar sobre a técnica que é o
metie fundamental da geografia. Porque se o espaço é o objeto de estudo, a técnica é a que
transforma o espaço. Então a geografia é a filosofia das técnicas. Pensar sobre as técnicas, como
elas são constituídas, como são construídas, quais são seus usos políticos, como a política
transforma, como ela transforma a política é pensar sobre geografia. Portanto é filosofar
geograficamente, por isso que ela é uma filosofia das técnicas.

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