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DIALOGANDO SOBRE FATOS DA VIDA REAL E A ORIENTAÇÃO

PROFISSIONAL

Silvana R.P. Verciano

É preciso apontar para o alto e tentar chegar longe. E é preciso ter


critério e coragem [...] Gabriel G. Márquez
Este trabalho tem a finalidade de abordar sucintamente a temática da Escolha de
profissão, os acessos a educação e a importância da Orientação Vocacional e
Profissional. Já desde a adolescência os pais e a sociedade começam a fazer pequenas
cobranças que ao longo dos anos elas vão aumentando sobre nosso futuro. Exigem do
jovem e do adolescente uma postura sobre os planos para o futuro. Mas de acordo com
os diferentes vídeos que assistimos, cada sujeito inserido em uma realidade social
diferente e com situações problemas diferentes, no entanto é preciso ter coragem para
tomar as decisões e manter firme em seus propósitos.

Nós teremos três recortes de diferentes realidades, não quero fazer nenhum pré-
julgamento acerca do Procurador sobre o seu salário injusto, no entanto deixo a
indagação: será que ele fez a escolha certa ao escolher ser um Procurador? Os demais
recortes temos como pano de fundo a injustiça e a desigualdade social. Lugar de criança
é na escola, tomando como base o artigo 3º da Constituição Federal:

“Constituem objetivos fundamentais da República:


construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o
desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação”.

E estes objetivos só poderão ser atingidos por meio de uma educação


humanizadora. Salientando que o trabalho de vendedor de geladinho não é
desmerecedor, no entanto o local de criança e adolescente é na sala de aula. E o último
vídeo não menos importante que os dois citados, nós percebemos a história de um
homem que teve coragem de apontar para o alvo e lutar para chegar onde sonhou.
Portanto, amparado pelas teorias da Orientação Profissional Vocacional é
importante trabalhar a Orientação Vocacional, pois é necessário trilhar os caminhos do
autoconhecimento, sobretudo para compreender que estamos inseridos numa sociedade
hipermoderna, em que a cultura do excesso e da urgência tem produzido pessoas mais
angustiadas, frágeis, individualistas e consumistas e, em consequência, mais isoladas da
coletividade (Pinheiro, Rolden e Martin, 2010)

Conclui-se então que em grupos de orientação profissional é imprescindível que


haja, em algum momento, a proposição de reflexões com os orientandos sobre o que é
escolher e o que representa ser livre para escolher, a fim de não apenas responsabilizá-
los por uma escolha em curto prazo, mas de faze-los entender que cada escolha que
fazemos contribui para construir em grande parte aquilo que fomos, somos e seremos.

Satre (2012) dizia que toda escolha humana é uma escolha de pessoas que tem
em comum não apenas uma mesma natureza, mas uma mesma condição: a condição
humana. Para ele, quando um homem faz uma es colha, escolhe não apenas algo por ele
e para ele, mas também, de certo modo, por todos aqueles que se encontram na mesma
condição existencial que ele.

A promoção de maior autonomia, liberdade e responsabilidade, numa


perspectiva ética, é uma forma de favorecer não apenas a felicidade de indivíduos
isolados, mas de todas as pessoas que se encontram na mesma condição humana. E
refletir sobre os critérios que fundamentarão as escolhas individuais numa sociedade
mais livre, fraterna e justa para todos os homens

REFERÊNCIA:

Bohoslavsky, R. Orientação Vocacional: a estratégia clínica. São Paulo: Ed. Martins


Fontes, 2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa.


35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 146p.
________. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São
Paulo: Editora UNESP, 2000. 134p.

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