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Mudança não é uma questão fácil de digerir, especialmente neste atual clima de
restrições, e de novos desafios provocados pelo crescente desenvolvimento tecnológico
e novas demandas (do mercado). A economia global de hoje tem um impacto muito
grande sob as instituições tanto quanto o têm as influências políticas. Para uma nação
sã, a regra de ouro é: o modo como o poder político é devidamente exercido
(controlado) influencia o bom funcionamento das instituições que por sua vez geram
uma sociedade exitosa. Ou seja, as instituições políticas ditam que instituições
económicas o país terá e como estas geram os incentivos económicos necessários para
um clima empresarial saudável e robusto e, consequentemente, à satisfação das
necessidades e anseios da população.
Daí que, a necessidade de mudanças (reformas) concretas continua sendo uma realidade
sempre presente dentro do aparelho do Estado e as transformações que elas trazem têm
uma influência muito impactante, especialmente aos cidadãos. Os resultados desses
complexos processos de mudança podem ser tão prejudiciais ou ter efeitos muito
positivos sobre aqueles que estão envolvidos. A mudança se torna muito complexa,
especialmente quando envolve a introdução de novos valores na cena. Isso pode resultar
na demanda por novos líderes e mais qualificados, por vezes, mais pressão para atingir
metas, demanda por mais capacidade, integridade, perda de status em alguns casos para
favorecer a maioria e vários outros aspectos que farão com que as pessoas resistam a ela
(mudança).
Angola passa, ultimamente, por um período complexo coagitado por uma visão
diferente de uma perspectiva administrativa e governativa, provavelmente de um
passado que já não voltará a cohabitar no nosso seio, fomentada pelo ensejo de um
poder absoluto e eterno, por parte de alguns e de uma enorme ânsia de inclusão e
partilha de habilidades e competências, de uma grande maioria e, o surgimento de uma
nova era evidentemente que inspira o reconhecimento e engrandecimento do valor de
todo o capital humano desde que tenha capacidade para contribuir para o progresso.
Infelizmente, e porque as pessoas tendem a grudar em zonas de conforto e em
conformidade com (manter) o status quo, os líderes, mais do que os demais membros
das instituições ou da sociedade civil, enfrentam os maiores desafios no processo de
mudança, apresentando muita dificuldade e relutância em aceitar novos ventos como
fenomenos normais e necessários.
A incerteza dos efeitos da mudança pode confundir as expectativas das pessoas e causar
diferentes reações que podem ou não ser ruins para os objetivos das instituições. No
entanto, estudos apontam que a maioria das tentativas feitas fracassa e que 70% dos
programas de mudança não alcançam o resultado pretendido. Será que, as mudanças da
nova liderança de Angola engenhadas pelo Presidente da Pepública João Manuel
Gonçalves Lourenço, com intuito de garantir os direitos fundamentais a todos os
angolanos, por mais ambiciosas que elas sejam são passíveis de encarar um futuro
colapso? Deviamos talves buscar respostas naquilo que têm sido as causas do fracasso
de mudanças.
A maioria das falhas nas tentativas de mudança se deve a quatro fatores principais: falta
de planejamento, falta de consenso, má comunicação e resistência - a mudança - e este
último pode ser muito fatal quando não são tomadas providências. As pessoas
envolvidas com as instituições precisam saber quais mudanças e quando estas
provavelmente acontecerão para que possam acompanhar a evolução e se adaptar às
transformações que acontecem. Então nos perguntamos, a nação e especialmente os
líderes que foram afastados de cargos que hostentavam e que seguramente alguns jamais
imaginaram que tal seria a virada, como resultado das decisões do VI Congresso
Extraordinário do MPLA, não sabiam ou não anteviam quais mudanças seriam
necessárias e que por este imperativo e pelos indicadores dos precedentes
acontecimentos, iriam acontecer logo após o congresso? Não seria coerente que se
presuma e propague-se a ideia de existir alguma caça as bruxas ou qualquer “desforras”
internas se pensarmos seriamente no leque de mudanças de que o país tanto carece
(ainda) para melhorar sua imagem externa e igualmente para a garantia de equidade de
direitos e oportunidades dentro do partido e ao nível de governança.