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http://revista.espiritolivre.

org | #022 | Janeiro 2011

ENTREVISTA
ODF e o Open XML ­ Pág 20
Arvind G. S.,
criador do Projeto FEDENA
Neutralidade na Internet ­ Pág 23

WikiLeaks e o direito a informação ­  Pág 48
PROMOÇÕES
A importância da Certificação ­ Pág 54

Virtualização com VirtualBox ­ Pág 59 FASCÍCULO ESPECIAL
COM LICENÇA

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |02
EDITORIAL / EXPEDIENTE

EXPEDIENTE

E que venha 2011! Diretor Geral
   João Fernando Costa Júnior

2011 chega e com ele, um turbilhão de coisas para fazer. Mês de janei­ Editor
ro, então, é típico e comum em todos os anos: um mês que para alguns é féri­    João Fernando Costa Júnior
as,  e  para  outros  é  o  oposto,  afinal  alguém  tem  que  cuidar  das  tarefas 
enquanto outros se divertem em suas férias. É mês de estudo, onde muitos se  Revisão
reservam  para  estudar,  se  reciclar,  se  aperfeiçoar,  já  que  durante  o  ano,  isso     Aécio Pires
quase  sempre  é  impossível  para  certas  pessoas.  Janeiro  também  é  um  ano     Alessandro Leite
que, para tantos outros, se programar, se agendar. Mês de promessas, de die­    Alexandre A. Borba
tas, um mês que serve para analisarmos os pontos positivos do ano que pas­    Carlos Alberto V. Loyola Júnior
   Felipe Buarque de Queiroz
sou  e  fazer  novos  planos,  mesmo  que  não  dê  tempo  para  fazer  tudo.  Para     Fernando Mercês
nós, da Revista Espírito Livre, também não seria diferente. Aguardem que coi­    Larissa Ventorim Costa
sa boa está por vir...    Leandro Siqueira
   Murilo Machado
A edição de janeiro da Revista Espírito Livre apresenta ao leitor, um te­    William Stauffer Telles
ma  bastante  recorrente  em  sites  especializados  e  que  alguns  simplesmente 
tentam ignorar: Software Livre nas empresas. O software livre já é uma realida­
de em grande parte das empresas, e aquelas que, dizem não usar, muito pro­ Arte e Diagramação
   João Fernando Costa Júnior  
vavelmente  acabam  usando,  seja  na  hospedagem  de  seu  site,  seja  no 
framework  utilizado  para  criar  uma  solução  web,  seja  para  navegar,  já  que  a     
própria Internet tem como pilares, softwares de código­aberto. Neste contexto,  Jornalista Responsável
fomos conversar com Arvind G. S., um indiano, responsável pelo Projeto Fede­    Larissa Ventorim Costa
na, uma suite para gestão escolar.    ES00867­JP

Além disso, a edição apresenta várias outros artigos que ajudam a com­  
por o tema do mês. Albino Biasutti apresenta um pequeno case de sucesso de  Capa
   Carlos Eduardo Mattos da Cruz
implantação  de  software  livre  em  uma  empresa  hospitalar,  Estefânio  Luiz  Al­
meira fala sobre o MySQL e como ele pode ser uma boa solução empresarial, 
no que diz respeito a Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados. Evaldo  Contribuiram nesta edição
Júnior, que andava sumido, mas que retoma suas contribuições junto a revista,     Albino Biasutti  
fala  sobre  um  case  de  implantação  de  software  livre  em  uma  micro  empresa.     Alexandre Oliva
   André Farias
Gilberto Sudré, deixa claro em seu artigo, que o software livre já está maduro     Arvind G. S.
para o mercado.    Bruno Caetano
   Camilo Lopes
A edição ainda leva o leitor a conhecer um pouco mais sobre as vanta­    Cárlisson Galdino
gens do software livre no desktop, apresentadas por Marcelo Menezes. Walter     Cezar Taurion
Capanema aborta um tema polêmico sobre o WikiLeaks e o direito a informa­    Cristiano Costa Maia
ção.     Djalma Valois Filho
   Estefânio Luiz Almeida
Esta  edição  ainda  traz  um  fascículo  especial,  que  se  encontra  ao  final     Evaldo Júnior
da  revista.  Na  verdade,  este  fascículo  trata­se  de  uma  republicação  dos  "Ca­    Geraldo Fontes Junior
dernos  da  Liberdade",  de  autoria  de  Djalma  Valois  Filho,  um  grande  parceiro     Gilberto Sudré
   Heronildo Santos
da comunidade de software livre no Brasil. Os quadrinhos datam de 2004, mas     João Fernando Costa Júnior
ainda continuam bastante atuais, como os leitores poderão comprovar.     João Felipe Soares Silva Neto
   Jônatas Murça
Assim,  como  em  outros  meses,  a  edição  de  número  22  está  repleta  de     José James Figueira Teixeira
material interessante e que atende a uma demanda bem diversificada de leito­    Juliana Kryszczun
res.     Marcelo Menezes
   Rafael Sabbagh
Aproveito para agradecer a todos os colaboradores e envolvidos na pro­    Roberto Salomon
dução desta e de outras edições. A publicação é um esforço conjunto e que só     Walter Capanema
se concretiza com a participação de uma equipe empenhada em levar ao leitor         
um material de qualidade. Contato
   revista@espiritolivre.org
E  para  os  leitores  da  Revista  Espírito  Livre,  o  nosso 
muito obrigado por nos acompanhar. E que venha 2011. O conteúdo assinado e as imagens que o integram, são de inteira 
responsabilidade de seus respectivos autores, não representando 
necessariamente a opinião da Revista Espírito Livre e de seus 
responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados 
a seus respectivos proprietários.
João Fernando Costa Júnior
Editor

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |03
EDIÇÃO 022

SUMÁRIO

CAPA
31 Case da SM Saúde
Albino Biasutti

33 Minha empresa usa SL?
Juliana Kryszczun
Entrevista com 
35 SL na Microempresa
Evaldo Júnior Arvind G. S.
SL maduro para o mercado
38 Gilberto Sudré
PÁG. 28
40 SGBD Livre nas empresas
Estefânio Luiz Almeida

43 GNU/Linux nas Empresas
Jamerson Tiossi

COLUNAS
15 Em­presas
Alexandre Oliva

Warning Zone ­ Episódio 16
17 Carlisson Galdino

20 ODF e o Open XML
Cezar Taurion

Neutralidade na Internet
23 Gilberto Sudré

Empresas
25 Roberto Salomon

76 AGENDA 06 NOTÍCIAS
FORUM
48 WikiLeaks
Walter Capanema
EVENTOS
64 Relato ­ III COMSOLID
Cristiano Costa Maia

DESKTOP 69 Relato ­ Agile Tour 2010 RJ
Rafael Sabbagh

51 Distribuições GNU/Linux
Marcelo Menezes 70 Relato ­ I ENSOLBA
Ramilton Costa Gomes Júnior

CARREIRA
54 A importância da Certificação
Camilo Lopes
QUADRINHOS
74 Por André Farias, João Felipe 
Soares Silva Neto e José James 
Figueira Teixeira

SYSADMIN
59 Virtualização com VirtualBox
Bruno Caetano, Heronildo Santo e 
Jônatas Murça
ENTRE ASPAS
76 Citação de Benjamin Franklin

FASCÍCULO EXTRA
10 LEITOR 13 PROMOÇÕES 77 Cadernos da Liberdade ­ Parte 1
Djalma Valois Filho
NOTÍCIAS

NOTÍCIAS
Por João Fernando Costa Júnior

Prévia do SDK preliminar do Android 3.0 apre­ consequentemente  ocasionará  a  corrupção  de 


senta novidades pilha, o que poderia ser explorado para injetar e 
O  projeto  Android,  patrocina­ executar  códigos  maliciosos.  O  bug  já  foi  elimi­
do  pelo  Google,  disponibili­ nado no repositório correspondente, mas não foi 
zou  uma  prévia  do  kit  de  eliminado  nos  binários  oficiais  do  media  player 
desenvolvimento  de  software  VLC.  Um  patch  (código­fonte)  para  o  VLC  na 
(SDK) para o Android 3.0 "Ho­ versão 1.1.5 está disponível a partir do Git. Deta­
neycomb",  voltado  para  ta­ lhes em: http://www.videolan.org/vlc/.
blets.  Com  isso,  revelou 
muito  mais  detalhes  sobre  o  Oracle anuncia Enterprise Linux 5 Update 6
Android  3.0,  incluindo  uma  interface  melhorada,  A Oracle Corporation anunciou o lançamento do 
teclado  redesenhado,  novo  framework  para  ani­ sexto update para o seu Oracle Enterprise Linux 
mação  e  motores  gráficos,  suporte  melhorado  a  5  (OEL).  Ele  é  baseado  no  Red  Hat  Enterprise 
Bluetooth,  entre  outros.  Detalhes:  http://develo­ Linux  com  modificações  próprias  da  Oracle  e 
per.android.com/sdk/android­3.0­highlights.html. traz algumas importantes correções de bugs. Es­
sa sexta atualização par o OEL 5 é baseada no 
Desenvolva  o  port  do  Gallium  3D  para  o  Red Hat Enterprise Linux 5.6, que foi lançado no 
Haiku e ganhe $2000 dia  13  de  janeiro.  OEL  5.6  é  lançado  pela  Ora­
Alguns  meses  atrás  cle  sob  os  termos  da  GPLv2  e  de  uma  varieda­
uma recompensa pa­ de  de  outras  licenças  de  código  aberto  para 
ra  portar  o  Gal­ alguns  componentes.  O  update  anterior  para 
lium3D  par  ao  OEL5 foi em abril de 2010. Detalhes no site ofici­
Haiku  foi  submetida.  Como  o  valor  total  da  re­ al: http://www.oracle.com.
compensa  foi  obtido,  agora  a  necessidade  é  de 
um desenvolvedor interessado em fazer o traba­ Debian Squeeze Release Party
lho.  Gallium3D  é  uma  API  para  driver  de  vídeo  O  projeto  Debian  já 
multiplataforma,  no  qual  um  crescente  número  anunciou  que  a  ver­
de  drivers  Linux  estão  baseados.  Ficou  interes­ são  final  do  Squee­
sando?  Então  saiba  mais  em:  http://haikuwa­ ze  será  lançada  no 
re.com/bounties/gallium. primeiro  fim  de  semana  de  fevereiro  de  2011. 
Tradicionalmente, o mundo inteiro festeja a che­
Vulnerabilidade crítica no VLC gada da nova versão estável do Debian GNU/Li­
O VLC Media Player inclui um  nux  e  este  ano  não  será  diferente. A  questão  é 
decodificador  para  o  formato  que no Brasil, somente a festa no Rio está mar­
CDG  que  é  raramente  utiliza­ cada.  Em  São  Paulo  já  há  movimentação.  Gos­
do,  e  isso  tem  causado  duas  taria de convidar os cariocas e paulistanos para 
vulnerabilidades  críticas  de  as  festas  e,  ainda,  sugerir  que  usuários  de  ou­
corrupção  de  pilha.  Utilizando  tras cidades façam também uma Squeeze Rele­
o VLC para reproduzir o vídeo  ase  Party.  Debinianos,  unam­se!  Detalhes: 
manipulado  neste  formato,  http://www.mentebinaria.com.br/blog#2.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |06
NOTÍCIAS

"Ampliaremos a utilização de Software Livre"  ba  mais  em:  http://www.sfgate.com/cgi­bin/arti­


afirma novo presidente da PROCERGS cle.cgi?f=/c/a/2011/01/25/BUTI1HDJSA.DTL.
Na última quinta­feira (20/01), tomou posse o no­
vo  diretor­presidente  da  PROCERGS  (Compa­ Falha no Android 2.3 permite que sites aces­
nhia de Processamento de Dados do Estado do  sem conteúdo do cartão microSD
Rio Grande do Sul), Carlson Aquistapasse, junta­ Xuxian  Jiang,  pesquisador 
mente  com  os  demais  integrantes  da  Diretoria,  na North Carolina State Uni­
composta por Cláudio Dutra(vice­presidente), Li­ versity,  encontrou  uma  vul­
no Kieling (Diretoria Técnica) e Daniel Maia (Dire­ nerabilidade  grave  no 
toria  Administrativo­Financeira  e  de  Android  2.3.  A  falha  permi­
Relacionamento  com  os  Clientes).  Durante  pos­ te  que  um  script  malicioso 
se, Carlson Aquistapasse declarou: "Também am­ rodando no navegador nati­
pliaremos  a  utilização  de  softwares  livres,  vo  do  sistema  tenha  aces­
promovendo o uso de programas de código aber­ so  a  arquivos  do  cartão  de 
to, buscando a redução da dependência tecnoló­ memória,  sendo  parecida  com  uma  encontrada 
gica  e  a  diminuição  dos  custos  das  políticas  e  anteriormente.  O  comprometimento  poderia 
investimentos em Tecnologia da Informação". De­ ocorrer  basicamente  clicando  num  link,  já  que  a 
talhes  em:  http://www.procergs.com.br/in­ falha  é  explorada  por  meio  de  Javascript.  Deta­
dex.php?action=noticia&cod=14052. lhes  aqui:  http://www.eweek.com/c/a/Secu­
rity/Researcher­Finds­Google­Android­Data­Stea
Lançado LibreOffice 3.3 ling­Vulnerability­571999/.
A  The  Document  Foundation 
lança o LibreOffice 3.3, a pri­ openSUSE anuncia milestone 6
meira  versão  estável  do  pa­ Foi  publicado  o  sexto 
cote  de  programas  para  milestone  do  open­
escritório  livre  desenvolvido  SUSE  11.4.  O  proje­
pela  comunidade.  Em  me­ to  veio  estudando  o 
nos  de  quatro  meses,  o  nú­ uso  do  systemd  ver­
mero  de  desenvolvedores  sus  SysV  como  ge­
trabalhando  no  LibreOffice  renciador  de 
cresceu de menos de vinte no final de Setembro  inicialização  e  servi­
de 2010, para bem mais de uma centena hoje. A  ços. A decição foi continuar com o SysV no 11.4 
chegada  de  novos  colaboradores,  vindos  de  to­ por  problemas  encontrados  com  o  systemd  que 
da parte do mundo, acelerou o processo, apesar  impediam  uma  "integração  perfeita".  O  M6,  co­
da agressiva agenda definida para o projeto. Sai­ mo  é  referenciado  esse  milestone,  também  traz 
ba mais em: http://pt­br.libreoffice.org/baixe­ja/. a remoção da camada de abstração HAL. Quem 
fica  no  lugar,  como  é  tendência  nas  distros,  é  o 
Ken  Thompson  e  Dennis  Ritchie,  criadores  udev.  A  camada  HAL  seria  removida  no  11.3 
do Unix, vencem o Prêmio Japão mas  continuou  por  mais  um  tempo,  até  que  os 
Ken Thompson e Dennis Ritchie, os dois cientis­ últimos  pacotes  que  dependiam  dela  pudessem 
tas  dos  laboratórios  Bell  labs  que  começaram  a  ser  migrados.  Saiba  mais  sobre  o  lançamento 
criação  do  sistema  operacional  Unix  (conjunta­ aqui:  http://news.opensuse.org/2011/01/28/open­
mente  com  a  linguagem  C)  em  1969,  foram  no­ suse­announces­development­milestone­six­of­
meados  vencedores  do  Prêmio  Japão  de  2011  six/.
na categoria de informação e comunicações. Sai­

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |07
NOTÍCIAS

Carta aberta ao TRT/RJ sobre a troca de suí­ vel do Wine. Wine (Wine Is Not an Emulator), co­
te de escritório mo  muitos  sabem,  é  um  software  livre  que 
Jomar Silva, diretor­geral da ODF Alliance Chap­ permite  aos  usuários  rodar  aplicações  Windows 
ter  Brasil,  publicou  uma  carta  aberta  ao TRT/RJ em  Linux  e  Unix,  fornecendo  os  seus  próprios 
sobre a troca de suíte de escritório que tem cus­ substitutos nativos para Windows DLLs. CrossO­
ver  10,  que  os  desenvolvedores  chamaram  de 
to  estimado  de  R$  2,8  milhões.  Leia  na  íntegra: 
http://www.trezentos.blog.br/?p=5484&cpage=1. "Impersonator",  é  baseado  no  Wine  1.3.9,  uma 
versão em desenvolvimento se tornará Wine 1.4 
Gmail  agora  mostra  notificações  na  área  de  ­ o preview mais recente é o 1.3.12, liberado no 
trabalho dia  21  de  janeiro.  Detalhes  em:  http://www.co­
No  último  dia  deweavers.com/products/cxmac/change_log/.
26/01,  o  Google 
lançou um novo re­ Mozilla atualiza o Firefox 4 para Beta 10 com 
curso no Gmail: no­ correção de 506 bugs
tificações  no  Parece  que  a  liberação  de 
desktop.  Por  meio  de  um  comando  específico  versões  beta  do  Firefox  4 
emitido ao navegador um aviso aparece na área  não vão terminar tão cedo. 
de trabalho. Serve para informar de novas men­ No último dia 26/01, a Mo­
sagens e também das conversas do bate papo in­ zilla  disponibilizou  o  déci­
tegrado.  Importante  ressaltar  que  o  recurso  mo  beta  do  navegador.  De 
funciona  apenas  no  Google  Chrome.  Detalhes:  acordo com a empresa, es­
http://gmailblog.blogspot.com/2011/01/desktop­ te novo beta traz um nave­
notifications­for­emails­and.html. gador  mais  estável,  com  uso  de  memória 
melhorado  e  suporte  ao  Flash  para  usuários  de 
Fedora  15  mudará  a  nomenclatura  de  placas  Mac  OS  X. A  Mozilla  aproveitou  o  anúncio  para 
de rede pedir  aos  usuários  que  continuem  enviando  su­
O  Desenvolvedor  do  Fe­ gestões  e  avaliações  sobre  o  que  ainda  pode 
dora Matt Domsch anunci­ ser  melhorado.  Saiba  mais:  https://blog.mozil­
ou  que  o  Fedora  15  la.com/blog/2011/01/25/test­firefox­4­beta­help­
quebrará  a  nomenclatura  us­make­it­better/.
convencional  (ethX)  para 
placas  de  rede  Ethernet,  Lançado KDE 4.6.0
adotando  um  novo  siste­ O  time  de  desenvolvimen­
ma  nomeado  "Consistent  to  do  KDE  anunciou  o  lan­
Network  Device  Naming"  çamento  da  plataforma  de 
(denominação  consistente  de  dispositivo  de  re­ desenvolvimento,  aplica­
de, em uma tradução livre). Saiba mais: http://di­ ções  e  Plasma  workspa­
gitizor.com/2011/01/25/fedora­15­network­device ces  em  versão  4.6.0.  São 
­naming/. tantas  as  novidades  que 
há  páginas  separadas  pa­
CodeWeavers  lança  CrossOver  10  "Imperso­ ra  cada  um,  com  screenshots  impressionantes. 
nator" Realmente  um  belo  trabalho  do  time  de  desen­
A CodeWeavers traz a décima 10 dos seus pro­ volvimento  do  KDE.  Saiba  mais  no  site  oficial: 
dutos  CrossOver,  CrossOver  Linux  e  CrossOver  http://www.kde.org.
Mac,  que  são  baseados  na  última  versão  está­

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |08
NOTÍCIAS

Governo faz campanha para massificar Licen­ roubado  no  início  de  2008.  Nomes  contidos  nas 


ça Pública de Marca no Software Público fontes  indicam  que  o  código­fonte  roubado  foi, 
A  partir  de  fevereiro,  a  provavelmente,  uma  versão  beta  do  pacote  de 
Secretaria  de  Logística  software de 2008 ­ a versão atual é o Kaspersky 
e Tecnologia  da Informa­ Internet  Security  2011.  Saiba  mais  em: 
ção do Ministério do Pla­ http://http://under­linux.org/kaspersky­codigo­fon­
nejamento,  SLTI/MP,  te­circulando­na­web­2279/.
fará  uma  campanha  pa­
ra esclarecer aos desen­ Oracle  nomeia  grupo  de  usuários  para  JCP 
volvedores  dos  EC
sistemas sobre a aplicação e uso da Licença Pú­ Conforme  anunciado  pelo  Diretor  Sênior  de  Ge­
blica  de  Marca  (LPM),  que  passa  a  ser  adotada  renciamento  de  Produtos  da  Oracle  Java  Plat­
pelo  Software  Público  (SPB),  depois  da  publica­ form  Group,  Henrik  Stahl,  a  Oracle  anunciou  a 
ção da Instrução Normativa nº1, publicada nesta  nomeação do Brazilian Java User Group, SouJa­
semana, e publicada na íntegra pelo Convergên­ va,  a  um  assento  no  Java  Community  Process 
cia  Digital:  http://convergenciadigi­ Executive  Committe  (JCP  EC). A  plataforma  Ja­
tal.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid= va e o software open source já alcançaram altos 
24941&sid=9. índices  de  popularidade  no  Brasil,  e  "SouJava" 
é  um  dos  maiores  e  mais  antigos  grupos  de 
Lançado Sabayon Linux 5.5 usuários Java do mundo, composto por mais de 
A versão 5.5 do Sabayon es­ 40.000  membros.  "SouJava"  será  representado 
tá  disponível  para  suas  edi­ por  Bruno  Souza,  um  conhecido  defensor  do 
ções  do  GNOME  e  do  KDE.  software  livre.  Saiba  mais  em:  http://blogs.ora­
Sabayon,  como  muitos  sa­ cle.com/henrik/2011/01/oracle_nominates_bru­
bem,  é  derivado  do  Gentoo  no_souza_of_soujava_to_jcp_ec.html.
e  oferece  uma  completa  ex­
periência out­of­the­box, des­ Lançado Pardus Linux 2011
tacando­se  pela  sua  O Pardus Linux 2011 já está 
estabilidade  e  versatilidade.  disponível  para  download, 
Ele  traz  a  versão  mais  recente  do  kernel,  a  trazendo novas funcionalida­
2.6.37  e  inclui  opção  para  o  GNOME  2.32  e  des  como  Linux  kernel 
KDE 4.5.5 (a recém­lançada versão 4.6, logo es­ 2.6.37.  Ele  vem  com  o  KDE 
tará  disponível  através  de  atualizações),  além  4.5.5,  com  a  ferramenta  de 
de  trazer  o  Ext4  como  sistema  de  arquivos  pa­ desktop  Kaptan,  que  agora 
drão  e  a  inclusão  de  suporte  experimental  à  opcionalmente,  captura  sua 
Btrfs.  O  download  pode  ser  feito  aqui:  imagem  e  define  como  o 
http://www.sabayon.org/download. seu  avatar  no  KDE,  GNOME  NetworkManager 
0.8.2  é  agora  o  back­end  de  rede  padrão,  e  to­
Kaspersky: Código­fonte circulando na Web das as aplicações GTK + são renderizadas com 
O  código­fonte  de  uma  ver­ Oxygen;  o  LibreOffice  vem  como  a  suíte  de  es­
são  de  "Kaspersky  Internet  critório padrão e o Firefox 4.0 beta 9 é o navega­
Security"  está  em  plena  cir­ dor  padrão.  Para  mais  detalhes,  consulte: 
culação pela Internet. O códi­ http://www.pardus.org.tr  Pardus  Linux  é  desen­
go  foi  criado  no  final  de  volvido e financiado pela Comissão de Pesquisa 
2007  e  provavelmente  foi  Científica e Tecnológica da Turquia.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |09
COLUNA DO LEITOR

EMAILS, 
SUGESTÕES E 
COMENTÁRIOS Ayhan YILDIZ ­ sxc.hu

Olá caro leitor! E cá estamos com os comentári­ Fabrício Basto ­ São Gabriel da Palha/ES
os que recebemos nos últimos dias, de diversos 
leitores,  espalhados  por  este  Brasil.  Agradece­ A  revista  Espírito  Livre  é  uma  mão  na  roda. 
mos  a  todos  que  participaram  das  promoções,  Com  ela  eu  aprendi  muitas  coisas,  por  isso  que 
contribuindo,  enviando  comentários,  aproveitan­ ela  tem  que  continuar  sendo  livre,  disponibiliza­
do para dizer o que acha, ou o que deveria mu­ da digitalmente e gratuita.
dar ou melhorar, dentro da publicação. Se você,  Alax  Ricard  de  Souza  Silva  ­  Cabo  de  Santo 
leitor, encontrou algo que não ficou legal e preci­ Agostinho/PE
sa  ser  mudado,  avise­nos!  Ajude­nos  a  melho­
rar  a  publicação,  tornando­a  ainda  melhor.  Uma  revista  bem  atualizada,  com  uma  equipe 
Contribua, manifeste­se e mostre a nós e aos de­ que realmente quer disseminar conhecimento.
mais leitores o quão importante é ter o "espírito li­ Elinaldo do Nascimento Monteiro ­ Timon/MA
vre".  Abaixo  listamos  alguns  comentários  que 
recebemos neste mês de Janeiro: Muito relevante para o mundo do software livre.
Leandro Santos Lopes ­ Paço do Lumiar/MA
Esta  é  a  melhor  revista  que  ja  li  sobre  o  SO  Li­
nux. A  cada  edição,  a  revista  se  supera,  sempre  tra­
Geraldo Antonio Kuster Junior ­ Natal/RN zendo  as  novidades  do  mercado  em  relação  ao 
Software Livre.
Com a forma fácil dela descrever o que aconte­ Klaibson Natal Ribeiro Borges ­ São José/SC
ce  no  mundo  de  software  livre,  consigo  mostrar 
as pessoas na empresa onde trabalho o quanto  Acho  uma  revista  que  não  deixa  a  desejar  no 
é vantajoso a troca que estamos fazendo. que  se  propõe:  Ser  um  guia  confiável  de  infor­
Anita Sobreira ­ Guarulhos/SP mações sobre o software livre. Muito requisitada.
Herdiley Alves Coelho ­ Uruçuí/PI
Se  alguém  precisa  saber  sobre  Tecnologia  e 
Software Livre, é esta a Revista. A Revista Espírito Livre ajuda a divulgar uma ini­
Josenaldo Júnior C. Gomes ­ Tailândia/PA ciativa  tão  importante  que  é  o  software  livre  pa­
ra  empresas  facilitando  a  migração  e  utilização. 
A melhor revista eletrônica sobre software livre. Acho um ponto de divulgação importante para a 
Carlos Roitman do Amaral ­ São Paulo/SP comunidade tornando o software livre mais prati­
co e facil de utilizar.
Sem  dúvida,  a  melhor  revista  sobre  linux  e  Geraldo Antonio Kuster Junior ­ Natal/RN
software livre. Não perco uma matéria.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |10
COLUNA DO LEITOR

Adoro  a  revista.  Ela  consegue  dar  uma  boa  vi­ Muita  informação  ultil  e  rara  nos  dias  de  hoje, 
são  sobre  software  livre  até  para  quem  não  co­ praticamente  a  única  revista  de  software  livre 
nhece muito do assunto.  disponivel  com  ótimo  conteúdo  nos  dias  atuais, 
Anita Sobreira ­ Guarulhos/SP um acervo de informações muito bacana.
Felipe de Lima Peressim ­ São Paulo/SP
A  Revista  Espírito  Livre  assimila  e  traduz  a  es­
sência  de  uma  nova  revolução  tecno­cultural  Otima,  expoe  os  temas  do  software  Livre  com 
em crescimento na sociedade moderna! muita  propriedade.  A  Revista  é  bem  esclarece­
Eduardo Santos Charquero ­ Curitiba/PR dora  e  com  artigos  e  reportagens  de  profissio­
nais que sabem do que falam.
A cada edição a Espírito Livre fica melhor, a im­ Jacson Pessoa ­ Porto Velho/RO
pressão  que  temos  é  que  ela  tem  uma  sintonia 
com a evolução tecnológica. Uma  boa  revista  para  divulgação  e  questiona­
Josenaldo Júnior C. Gomes ­ Tailândia/PA mentos sobre software livre.
Jean Carlos Miranda do Rosário ­ Icoaraci/PA
Sinto­me honrado, em ler algo de qualidade, gra­
tuitamente. Muito  interessante.  Eu  uso  e  sou  apaixonado 
Francisco Valdevino F. Favaro ­ Patos/PA por software livre. E essa revista é tudo de bom!
Reinaldo  Sebastiao  Dias  de  Carvalho  ­  Cáce­
Liberdade, igualdade, oportunidade inteligente. res/MT
Paulo César M. Silva ­ São João de Meriti/RJ
A Revista está cada vez melhor! 
A melhor revista eletrônica sobre Open Source. Romario  Kionys  de  Freitas  Dias  ­  Olho 
Carlos Roitman do Amaral ­ São Paulo/SP D'água do Borges/RN

É uma excelente revista que mantem o espírito li­ Textos  bem  explicados,  temas  bem  escolhidos. 


vre para falar tudo sobre linux e TI. É minha leitura obrigatória todo mês. 
Marcos Rafael Morsch Deucher ­ Massarandu­ Alime Meira Rocha ­ Salvador/BA
ba/SC
Um  excelente  trabalho  com  uma  excelente  vi­
Muito  show  essa  revista.  Acredito  que  ajudará  são. Estão de parabéns!
muito na nossa área de Tecnologia. Edcarlos  dailva  Santana  ­  Feira  de  Santa­
Aryton Mendes Soares ­ Rio Branco/AC na/BA

É uma ótima revista que trata os assuntos mais  A revista Espírito Livre é uma revista séria e im­
crescentes no mundo da tecnologia, o open sour­ parcial.  Seria  muito  interessante  ter  uma  versão 
ce. impressa a um preço acessível.
Heitor  Gonzaga  de  Moura  Neto  ­  Paraíso  do  Helder  Cesar  Rodrigues  de  Oliveira  ­  Presi­
Tocantins/TO dente Prudente/SP

Uma  revista  extremamente  informativa  no  que  Uma ótima iniciativa para quem quer sempre es­


diz  respeito  ao  mundo TI. Atualizadíssima,  além  tar  em  dia  com  as  informações  sobre  o  open­
de muito atraente suas capas e temas. source.
Herdiley Alves Coelho ­ Uruçuí/PI Eduardo  Dorneles  de  Amador  ­  Porto  Ale­
gre/RS

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |11
COLUNA DO LEITOR

Excelente  fonte  de  informação,  sua  credibilida­ tivos  qualificativos.  Amei  conhecer  e  agora  sou 
de  e  gratuidade  se  torna  leitura  fundamental  no  leitor assíduo da revista.
mundo do software livre. Luis Barbosa dos Santos ­ Praia Grande/SP
Cristiano Tambasco Mesquida ­ Itapevi/SP
É  uma  revista  de  conhecimento  singular,  seu 
A Revista Espírito Livre é uma fonte de conheci­ conteúdo  não  faz  o  seu  leitor  concordar  ou  dis­
mento  e  atualização  para  aqueles  que  fazem  codar, faz o leitor criar sua opinião.
uso  da  tecnologia  baseada  em  software  livre,  Reinaldo  Bispo  dos  Santos  Junior  ­  Je­
não  só  como  uma  filosofia  de  vida  mas  como  quié/BA
uma opção de customização a soluções comerci­
ais fechadas. 
Hudson Souza ­ Paranavaí/PR

Achei  fantástica!  Sou  acadêmica  de  Ciência  da 


Computação,  na  Universidade  Federal  do  Pam­
pa e recomendo a todos!
Jaline Mombach ­ Alegrete/RS

Quero me manter atualizado e aprender sobre re­
cursos  que  todos  falamos,  mas  muitas  vezes 
não  aprofundamos  sobre  toda  a  optica  do 
Software livre?
Leio Espírito Livre...
Alexandre Leme Checchia ­ Porto Alegre/RS

Na área de informática, é uma das melhores re­
vistas  que  leio,  técnica,  com  assuntos  atuais,  e 
gratuita!!! Releia o que eu escrevi, não parece pi­
ada  de  1º  de  abril?  Parabéns  a  equipe  envolvi­
da neste projeto.
Daniela Barbosa de Oliveira ­ Cuiabá/MT

Conheci  a  revista  à  pouco  e  gostei  bastante, 


com  um  conteúdo  relevante  e  atualizado.  Gran­
de  abraço  pra  galera  que  contribui  neste  proje­
to. Fique com Deus irmãos :)
Álisson Bertochi ­ Erechim/RS

Excelente revista, fonte de informação livre e di­
reta.
Gustavo  José  Neves  da  Silva  ­  Santa  Rosa 
de Viterbo/SP

Ela é super, hiper, ultra, mega. O máximo em in­
formações em TI, software livre entre outros adje­

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |12
PROMOÇÕES ∙ RELAÇÃO DE GANHADORES E NOVAS PROMOÇÕES

 PROMOÇÕES

Não ganhou? Você ainda tem chance! O 
Clube do Hacker em parceria com a Revista 
Espírito Livre sorteará associações para o 
clube. Inscreva­se no link e cruze os dedos!

A TreinaLinux em parceria com a Revista 
Espírito Livre estará sorteando kits de 
DVDs entre os leitores. Basta se 
inscrever neste link e começar a torcer!

O Projeto Tutolinux em parceria com a 
Revista Espírito Livre estará sorteando 
kits de bottons entre os leitores. Basta se 
inscrever neste link e começar a torcer!

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |13
PROMOÇÕES ∙ RELAÇÃO DE GANHADORES E NOVAS PROMOÇÕES

Relação de ganhadores de sorteios anteriores:

Ganhadores da promoção PASL.NET.BR:

1. Alexandre Henrique Cardoso ­ Cascavel/PR
2. Francisco Valdevino Fernandes Favaro ­ Patos/PB
3. Josenaldo Júnior Carvalho Gomes ­ Tailândia/PA
4. Anita Sobreira ­ Guarulhos/SP
5. Geraldo Antônio Kuster Júnior ­ Natal/RN

Ganhadores da promoção TUTOLINUX:

1. Alax Ricard de Souza Silva ­ Cabo de Santo Agostinho/PE
2. Fabrício Basto ­ São Gabriel da Palha/ES
3. Aryton Mendes Soares ­ Rio Branco/AC
4. Carlos Roitman do Amaral Maceno ­ São Paulo ­ SP
5. Paulo César Motta da Silva ­ São João de Meriti/RJ

Ganhadores da promoção TreinaLinux:

1. Jacson Pessoa ­ Porto Velho/RO
2. Felipe de Lima Peressim ­ São Paulo/SP

Ganhadores da promoção Clube do Hacker:

1. Jaitony de Sousa ­ João Pessoa/PB
2. Elinaldo do Nascimento Monteiro ­ Timon/MA
3. Herdiley Alves Coelho ­ Uruçuí/PI

Ganhadores da promoção Virtuallink:

1. Jaline Mombach ­ Alegrete/RS
2. Daniela Barbosa de Oliveira ­ Cuiabá/MT
3. Álisson Bertochi ­ Erechim/RS
4. João Adelino da Silva ­ Florianópolis/SC
5. Gebson Victo Alves Feitoza ­ Natal/RN

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |14
COLUNA ∙ ALEXANDRE OLIVA

Daniel Camilleri ­ sxc.hu
Em­presas
Por Alexandre Oliva

Adorei  um  minúsculo  mas  grandioso  artigo 


que  Richard  Stallman  publicou  outro  dia  sobre 
as vantagens (práticas) do software livre.  Repro­
duzo a seguir minha tradução do artigo, na ínte­
gra:
"Gente  de  fora  do  Movimento  Software  Li­
vre  frequentemente  pergunta  sobre  as  vanta­
gens  práticas  do  Software  Livre.    É  uma 
pergunta curiosa.
Software não­Livre é ruim porque lhe nega 
liberdade.  Então, perguntar sobre as vantagens 
práticas do Software Livre é como perguntar so­
bre  as  vantagens  práticas  de  não  estar  algema­
do.  De fato, há vantagens:
* Você pode usar uma camisa normal.
* Você pode passar por detectores de metal sem 
acioná­los.
* Você pode manter uma mão no volante en­
quanto troca de marcha.
* Você pode atirar uma bola de baseball.
* Você pode carregar uma mochila.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |15
COLUNA ∙ ALEXANDRE OLIVA

Poderíamos encontrar mais, mas você pre­ vir ali uma oportunidade de obter maiores lucros 
cisa dessas vantagens para se convencer a rejei­ às suas custas.
tar  as  algemas?    Provavelmente  não,  porque  Adotando  Software  Livre,  sua  companhia 
você  entende  que  é  sua  liberdade  que  está  em 
deixa  a  condição  de  em­presa,  passando  a  ser 
jogo. parceira  do  fornecedor,  que  tende  a  se  compor­
Quando você entender que isso é o que es­ tar  decentemente  justamente  porque  você  não 
tá em jogo com Software não­Livre, você não pre­ está  aprisionado:  é  um  livre  mercado,  mesmo 
cisará  perguntar  quais  vantagens  práticas  o  depois de decidir utilizar um determinado progra­
Software Livre tem." ma.
O mesmo se aplica a empresas.  Como se  Da  mesma  forma,  respeitando  seus  clien­
não  fosse  suficientemente  absurdo  aceitar  que  tes sem aprisioná­los, deixam a condição de em­
outra (má?) companhia decida se o seu negócio  presas adversárias e passam a ser seus parcei­
pode ou não continuar operando, porque ela de­ ros.
cide  o  que  o  software  privativo  faz,  quando  ele  Mesmo  competidores,  operando  sobre 
pode  ser  usado,  quem  pode  ajudá­lo  a  resolver  uma base comum de código, tenderão a receber 
problemas  e  como  ele  armazena  as  informa­ de todos os outros mais do que contribuem indi­
ções,  esse  controle  sobre  sua  em­presa,  uma  vidualmente.
vez cedido, será seguramente abusado pelo for­
necedor  exclusivo  do  software,  sempre  que  ele  Procure  descobrir  se  seu  empreendimento 
se  tornou  dependente  do  software  privativo  an­
tes que o fornecedor exclusivo tenha plena cons­
ciência  disso  e  use  esse  poder  para  decidir 
quanto vai deixar para você do fruto do seu pró­
       Adotando  prio trabalho.  Perceba o valor da liberdade para 
sua  empresa,  no  curto  e  no  longo  prazo,  mas 
Software Livre, sua  não esqueç de tratar seus parceiros clientes co­
mo  gostaria  de  ser  tratado  por  seus  parceiros 
companhia deixa a  fornecedores.  Respeito é bom, e todos gostam.

condição de em­presa, 
Copyright 2011 Alexandre Oliva
passando a ser parceira 
Cópia  literal,  distribuição  e  publicação  da  íntegra  deste 
do fornecedor, que tende  artigo  são  permitidas  em  qualquer  meio,  em  todo  o 
mundo,  desde  que  sejam  preservadas  a  nota  de 
a se comportar  copyright,  a  URL  oficial  do  documento  e  esta  nota  de 

decentemente justamente  permissão.
http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/em­presa
porque você não está 
ALEXANDRE OLIVA  é conselheiro da 
aprisionado... Fundação Software Livre América Latina, 
mantenedor do Linux­libre, evangelizador 
do Movimento Software Livre e engenheiro 
Alexandre Oliva de compiladores na Red Hat Brasil. 
Graduado na Unicamp em Engenharia de 
Computação e Mestrado em Ciências da 
Computação.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |16
COLUNA ∙ CÁRLISSON GALDINO

Por  Carlisson Galdino

Após  um  confronto  rápido  entre  o  grupo  de 


Tungstênio  e  o  casal  Darrell  e  Pandora  em 
frente  ao  prédio  destruído  da  PerfWay,  o  grupo 
de  Tungstênio,  autointitulado  SATAV  (SysAtom 
Technology  AtioVir),  de  volta  à  estranha  base, 
relata  a  Tungstênio  o  que  houve  e  discute  o 
acontecido. 

Episódio 16 Seamonkey:  Esses  idiotas!  Quem  eles  pensam 


que são? Eu estava fazendo muito bem a minha 
parte!  Se  eles  não  tivessem  sido  derrotados  tão 
Cerco Policial
rapidamente  pelo  Cigano,  a  essa  hora 
Stormdancer  estaria  morta.  E  depois  eu  é  que 
sou a fraca...

Seamonkey  desabafa,  sozinha,  no  quarto  (ou 


em  algo  que  era  para  se  parecer  com  um 
quarto).

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |17
COLUNA ∙ CÁRLISSON GALDINO

Seamonkey:  Eles  ainda  vão  me  pagar  por  isso  Policial­da­porta:  Desde  que  crimes  começam 
tudo. Eu odeio essa gente! a acontecer envolvendo empresas de tecnologia.

Anônimo­com­megafone:  Vocês  aí  de  dentro!  Montanha: E por que acham que somos nós os 


O  prédio  está  cercado!  Saiam  com  as  mãos  culpados?
para cima!
Policial­da­porta: É a construção mais suspeita 
Na  outra  sala,  os  três  outros  membros  da  da região.
SATAV  se  indignam.  Todos  ouviram  a  voz  que 
vinha de fora do prédio. Montanha: Faz sentido...

Aldebaran: Agora deu a peste! Policial­da­porta:  Saia  com  as  mãos  para 


cima. Não atrapalhe as investigações.
Tungstênio:  Você  ainda  está  ferido.  Montanha, 
vá lá fora e dê um jeito nesse pessoal. Montanha: Investigações violentas essas...

Montanha: Pode deixar comigo, chefe. Policial­da­porta: Não estamos brincando.

Tungstênio:  É  um  imprestável  mesmo  você!  Anônimo­com­megafone:  Atenção,  vocês  do 


Pior  que  nem  tem  medicamentos  aqui.  A  gente  prédio! O prédio está cercado! Saiam com as as 
devia assaltar uma farmácia... mãos para cima ou vamos invadir!

Do  lado  de  fora,  dois  carros  da  polícia  estão  Montanha: Tá, tudo bem! Vou sair então!
parados. Na entrada, um policial com coletes de 
arma  em  punho.  Atrás  dos  carros,  alguns  O  policial  da  porta  gesticula  novamente  e  se 
policiais  armados  esperam  em  prontidão.  O  afasta  um  pouco,  esperando  a  saída  do 
Montanha.  Ele  sai  com  as  mãos  para  cima.  O 
policial  com  o  megafone  está  ali,  no  segundo 
carro. policial vê, espantado, aquela criatura de pedras 
e  fica  sem  ação.  Todos  se  chocam  e  alguém 
Anônimo­com­megafone:  Saiam  ou  vamos  atira. A bala ricocheteia no ombro de Montanha.
invadir!
Montanha: Ei!
Do  lado  de  dentro,  Montanha  se  aproxima  da 
porta e para. Ele  pega  o  policial  ao  seu  lado  pelo  braço  e  o 
arremessa sobre uma das viaturas. Então parte, 
Montanha: Quem está aí? sob tiros, na direção daquela mesma viatura.

O policial da porta gesticula para um dos carros. Com  os  policiais  atirando,  detrás  dela, 


Montanha  simplesmente  ergue  o  carro  e  o  vira 
Anônimo­com­megafone:  É  a  polícia!  sobre  os  policiais.  Dois  escapam  do  carro,  mas 
Sabemos que estão aí dentro! se ferem no processo.

Montanha:  Claro  que  tem  gente  aqui  dentro!  Montanha:  Vocês  são  muito  fracos!  Estão 
Acha  que  tá  falando  com  quem?  Me  diz...  achando  que  é  assim?  Chegar  atirando  e 
Desde  quando  a  polícia  chega  numa  empresa  falando grosso?
de tecnologia assim, ameaçando todo mundo?

Revista Espírito Livre | Dezembro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |18
COLUNA ∙ CÁRLISSON GALDINO

Alguns policiais fogem pela rua. Montanha: E qual é?

Montanha: Ei, bonitinho? Fazendo o quê? Tungstênio:  Vão  assaltar  uma  farmácia  pra 


esse  imprestável  parar  de  reclamar!  Tragam 
Montanha  chega  até  o  policial  que  falava  no  medicamentos  variados.  Se  acharem  uma  loja 
rádio  do  outro  carro.  Enforcando  o  policial  com  agropecuária,  acho  que  é  bom  pegar  alguma 
uma  das  mãos,  com  outra  tira  o  freio  de  mão  e  coisa de lá também.
destrói boa parte do interior do carro.
Aldebaran:  Pô,  gente,  não  é  assim  não 
Três policiais caminham, ao longe, olhando para  também! Só porque vocês são de água, de ferro 
trás.  Montanha  sorri  e  empurra  o  carro  na  e de pedra? Eu sou de carne e osso, pô! Ai...
direção  deles.  Um  ainda  consegue  saltar  e 
correr para longe. Montanha:  Ele  é  inútil,  chefe!  A  gente  devia 
deixar pra lá mesmo.
Montanha: Vai embora, cambada!
Tungstênio:  Não.  Não  há  ninguém  no  mercado 
Tungstênio: E aí? Resolveu o problema? hoje  em  dia  com  a  capacitação  que  nós  temos. 
Estou  revendo  meus  conceitos  de  gestor  de 
Montanha:  Claro  que  sim,  chefe!  Esse  bando  equipes.
não  vai  mais  incomodar  a  gente.  E  você, 
Seamonkey? Por que não me ajudou?
CARLISSON GALDINO é Bacharel em 
Seamonkey: Tá achando ruim? Problema seu! Ciência da Computação e pós­graduado 
em Produção de Software com Ênfase em 
Software Livre. Já manteve projetos como 
Tungstênio:  Muito  bem,  vamos  parar  os  dois!  IaraJS, Enciclopédia Omega e Losango. 
Mantém projetos em seu blog, Cyaneus. 
Agora tenho uma nova missão para vocês. Membro da Academia Arapiraquense de 
Letras e Artes, é autor do Cordel do 
Software Livre e do Cordel do BrOffice.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |19
COLUNA ∙ CEZAR TAURION

ODF e o Open XML

César Pena ­ sxc.hu
Por Cezar Taurion

Outro  dia  almoçava  com  sencial  para  os  governos,  que 


um  amigo  que  me  perguntou:  precisam  compartilhar  informa­
"Como  vão  as  coisas  com  o  ções entre os seus diversos ór­
ODF  aqui  no  Brasil?  Parece  gãos sem ter que se preocupar 
que estão meio paradas...". Re­ com  incompatibilidades  entre 
almente,  o  assunto  "padrão  os  formatos.  Os  governos  têm 
aberto  de  documentos"  saiu  do  que  garantir  a  integridade  e  a 
noticiário  da  mídia  especializa­ perpetuidade  dos  seus  docu­
da,  embora  continue  muito  im­ mentos, que são a memória da 
portante. nação,  mesmo  que  o  software 
A cada dia, geramos mais  que os criaram tenha desapare­
e  mais  documentos  eletrôni­ cido  do  mercado.  Documentos 
cos.  Provavelmente,  nos  próxi­ podem  existir  por  dezenas  ou 
mos  5  anos,  geraremos  tantos  centenas  de  anos.  O  mesmo 
documentos digitais quantos fo­ não  deverá  acontecer  com  os 
ram  gerados  nos  últimos  25  ou  softwares  que  compõem  uma 
30  anos.  Adotar  um  padrão  suíte  de  escritório.  A  adoção 
aberto  para  documentos  é  es­ de  um  padrão  aberto,  baseado 
em  XML,  garante  que,  mesmo 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |20
COLUNA ∙ CEZAR TAURION

sem o software original, o docu­ res  podem  colaborar  e  coope­ de  preservar  o  espaço  criado 


mento  continue  sendo  acessa­ rar  nas  interfaces,  além  de  pelos  formatos  proprietários  da 
do.  Além  disso,  os  governos  inovar e competir em outras fun­ suíte  Office  diante  das  deman­
também  têm  que  garantir  que  cionalidades. Por outro lado, pa­ das  dos  governos  por  padrões 
uma  informação  pública  seja  drões  proprietários  criam  abertos  [   e  estes  começavam 
acessada  por  qualquer  produto  barreiras econômicas, pois, exi­ a  voltar  sua  atenção  ao  ODF. 
de  software,  sem  impor  aos  ci­gindo  pagamento  de  royalties  Para  tornar  o  OpenXML  aber­
dadãos  a  obrigatoriedade  de  (e muitas vezes um padrão pro­ to,  seria  fundamental  que  ele 
uso de um determinado progra­ prietário embute diversas tecno­ fosse  aceito  pela  ISO,  organi­
ma. logias  patenteadas,  com  zação  internacional  de  pa­
Mas, afinal, o que é um pa­ royalties  acumulados),  encare­ drões.  Depois  de  muitos 
drão aberto? É um padrão inde­ cem  os  produtos  e  dificultam  a  debates e discussões, cujo his­
pendente  de  fornecedor  (não  competitividade. tórico  pode  ser  visto  na  coletâ­
pode ser controlado por nenhu­ Neste contexto, muitos go­ nea  de  posts  sobre  o  assunto 
ma  empresa  ou  pessoa),  publi­ vernos  já  adotaram,  ou  estão  em  http://www.smashwords. 
cado  de  forma  aberta,  sem  em  vias  de  adotar,  o  ODF  com/books/view/2969,  a  Micro­
restrições  de  licenciamento  ou  (Open  Document  Format)  co­ soft  concordou  em  criar  duas 
pagamentos  de  royalties,  não  mo seu padrão aberto de docu­ classes  de  conformidade.  Uma 
aprisionando  o  usuário  a  uma  mentos.  Contudo,  ainda  vemos  delas,  chamada  de  "Transitio­
única plataforma. muita  confusão  e  desinforma­ nal",  incluía  componentes  que 
dependiam  diretamente  de  re­
Um padrão aberto é funda­ ção  sobre  esta  questão,  princi­ cursos  disponíveis  exclusiva­
mental para o nosso mundo glo­ palmente  pelo  surgimento  de  mente  para  o  sistema 
balizado  e  interligado.  Os  um  padrão  alternativo:  o  Windows,  e  seria  adotada  co­
países, as empresas e os cida­ OpenXML, proposto pela Micro­ mo meio de facilitar a transição 
dãos  interoperam  uns  com  os  soft. dos  documentos  legados,  em 
outros,  e  para  que  esta  intero­ Este  padrão  foi  proposto  formato proprietário, para o pa­
perabilidade aconteça é absolu­ inicialmente  como  uma  forma  drão  aberto.  Esta  classe  de 
tamente  necessário  que  todos 
estejam  de  acordo  com  a  for­
ma  como  esta  interoperabilida­
de  ocorre.  Ou  seja,  quanto 
mais  padronizados  forem  os         A cada dia, geramos mais e 
mecanismos de interoperabilida­
de,  menos  esforço  teremos  ao 
mais documentos eletrônicos. Pro­
criar  interfaces  de  interopera­
ção, e mais rápido e ágil ocorre­
vavelmente, nos próximos 5 anos, 
rá  a  comunicação.  Simples  geraremos tantos documentos 
assim. Aliás, sem padrões aber­
tos,  simplesmente  não  tería­ digitais quantos foram gerados nos 
mos a Internet!
Padrões  abertos  tornam 
últimos 25 ou 30 anos.
possível  que  quaisquer  empre­ Cezar Taurion
sas,  cidadãos  e  países  se  plu­
guem  no  mundo  globalizado. 
Com  padrões  abertos,  produto­

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |21
COLUNA ∙ CEZAR TAURION

conformidade  deveria  ser  usa­ versões  diferentes,  o  que  gera  sante  que  nem  mesmo  os  pro­
da, portanto, apenas para a mi­ incompatibilidade, riscos de pre­ dutos  Office  2007  e  2010  da 
gração e não para a criação de  servação  e  acessos  futuros  Microsoft  conseguiram  imple­
novos documentos. A outra clas­ aos documentos. Vejamos: mentar  todas  as  especifica­
se, "Strict", satisfazia as deman­ a)  A  versão  originalmente  ções  desta  versão.  Aliás,  o 
das  da  ISO  e  o  OpenXML  foi  proposta do OpenXML, chama­ Office  2010  implementa  uma 
então  aprovado  como  padrão  da  de  Ecma  376,  foi  rejeitada  versão  extendida  do  "Transitio­
aberto  pela  entidade,  como  pela  ISO.  É  uma  versão  que  nal"  com  extensões  proprietári­
ISO/IEC  29500,  em  março  de  contém muitos componentes al­ as,  que  não  estão  incluídas 
2008. tamente  dependentes  do  Win­ nas  especificações  aprovadas 
Mas  agora,  em  2011,  co­ dows  e,  portanto,  não  pôde  se  pela ISO;
mo estão as coisas? O ODF es­ considerada  um  padrão  aber­ c) A  "Strict"  é  a  que  deve 
tá  sendo  adotado  por  governos  to.  O  usuário  desta  versão  es­ ser usada para gerar novos do­
de  vários  países  do  mundo,  in­ tá preso ao Office, da Microsoft; cumentos.  Mas,  nem  mesmo  o 
clusive  pelo  Brasil.  O  b)  A  versão  "Transitional"  Office  2010  consegue  gravar 
OpenXML, por sua vez, é imple­ não  deve  ser  usada  para  gerar  arquivos nesta versão. Na práti­
mentado  por  um  conjunto  de  novos documentos, e é interes­ ca,  ao  não  implementar  a 
"Strict" e criar extensões propri­
etárias à "Transitional", a Micro­
soft  mantém  sua  estratégia  de 
padrão  fechado,  embora  agora 
      Adotar um padrão  com uma camada de verniz pa­
ra ser chamado de "aberto".
aberto para documentos é  Muito  bem,  voltando  à 
pergunta  original,  minha  reco­
essencial para os governos, que  mendação  é  que  as  empresas 
precisam compartilhar informações  e  os  governos  continuem  ado­
tando  o  padrão  ODF  e  fiquem 
entre os seus diversos órgãos sem  alertas  para  não  adotarem  o 
OpenXML  em  uma  versão  que 
ter que se preocupar com  não seja a "Strict".

incompatibilidades entre os 
formatos. Os governos têm que 
garantir a integridade e a 
perpetuidade dos seus 
CEZAR TAURION é 
documentos, que são a memória  Gerente de Novas 
Tecnologias da IBM 
da nação... Brasil. 
Seu blog está 
disponível em
www.ibm.com/develo
perworks/blogs/page/
Cezar Taurion ctaurion

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |22
COLUNA ∙ GILBERTO SUDRÉ

Martin Simonis ­ sxc.hu
Neutralidade na Internet:
Porque isso é importante para você?
Por Gilberto Sudré

Um dos temas em discus­ res  da  Internet  e  alguns  fabri­


são  pelo  Marco  Civil  da  Inter­ cantes  de  software  estão 
tentando  emplacar,  acabando 
net  no  Brasil  é  o  que  trata  da 
neutralidade  da  Internet.  Mas  o com  o  conceito  de  que  a  rede 
que  este  termo  significa  e  co­ deve apenas fazer o transporte 
mo  ele  pode  afetar  seu  acesso  das  informações  e  não  realizar 
a grande rede? nenhum  tipo  de  filtragem  ou 
Pois  imagine  comprar  um  bloqueio.
carro  e  depois  descobrir  que  Se  a  questão  não  for  re­
ele só permite trafegar por algu­ gulamentada  adequadamente 
mas ruas ou ir a destinos apro­ os  provedores  poderiam,  por 
vados  pelo  seu  fabricante  exemplo,  limitar  a  velocidade 
como, por exemplo, ser impedi­ de  acesso  de  seus  usuários  a 
do  de  ir  à  concessionária  con­ um site concorrente, criando fa­
corrente.  Faz  algum  sentido  cilidades  para  o  uso  de  seus 
para  você?  Provavelmente  próprios  serviços.  Isso  certa­
não.  Pois  é  o  que  os  provedo­ mente  cria  uma  competição 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |23
COLUNA ∙ GILBERTO SUDRÉ

desleal,  e  em  alguns  casos  ex­ to  de  arquivos  como  o  Bittor­ Recentemente  nos  Esta­
tremos  pode  forçar  o  internau­ rent.  O  controle  também  pode  dos  Unidos,  em  meio  a  discus­
ta a ter que trocar de provedor.  vir  na  forma  de  navegadores  sões  acaloradas,  o  FCC 
Sinceramente o que menos pre­ WEB  distribuídos  pelos  prove­ (órgão  de  funções  similares  a 
cisamos  agora  é  de  brechas  dores,  e  que  limitem  a  visita  a 
nossa  ANATEL)  determinou 
que diminuam a já quase inexis­ outros  sites  considerados  "ina­ que as redes fixas de acesso a 
tente  competição  neste  merca­ dequados" pelo provedor. Internet  deveriam  manter  a 
do.  A  falta  de  concorrentes  é,  E não é só aqui que o as­ neutralidade,  o  que  não  preci­
em  grande  parte,  responsável  sunto  está  preocupando  os  in­ saria  acontecer  com  as  redes 
pela  baixa  qualidade  e  pelos  ternautas.  Em  recente  móveis.  No  Brasil  ainda  esta­
preços  absurdos  que  pagamos  comunicado  a  Google  demons­ mos longe de uma definição.
pelo acesso a Internet. trou seu interesse em montar re­ Ser democrática e dar tra­
Uma  prática  comum  é  o  de  de  fibras  ópticas  para  a  tamento  igualitário  a  todos  os 
conhecido  Traffic  Shapping,  ou  criação  de  uma  Internet  de  ul­ conteúdos  da  rede  são  dois  pi­
controle  sobre  o  que  trafega  tra­alta  velocidade  nos  Esta­ lares  que  suportam  o  sucesso 
na  rede.  Com  ela,  os  provedo­ dos  Unidos.  A  pergunta  que  da  Internet.  Sem  eles,  a  Inter­
res  criam  limites  de  velocidade  fica é: será que o acesso a con­ net  perde  muito  de  sua  função 
bastante  restritos  para  aplica­ correntes dos serviços do Goo­ e de seu poder.
ções  como  a  transmissão  de  gle  terá  o  mesmo  tratamento  O  certo  é  que  compra­
voz  pela  Internet  (VoIP),  e  os  dado as páginas do Gmail, You­ mos  um  acesso  a  Internet  sem 
protocolos  de  compartilhamen­ tube, Orkut? especificar  o  objetivo  de  seu 
uso ou solicitar permissão para 
tal,  e  é  desta  forma  que  deve 
continuar.  É  bom  ficar  de  olho 
para  não  acabarmos  receben­
      Uma prática comum é o  do  muito  menos  do  que  esta­
mos pagando.
conhecido Traffic Shapping, ou 
controle sobre o que trafega na 
rede. Com ela, os provedores criam 
limites de velocidade bastantes 
restritos para aplicações como a  GILBERTO SUDRÉ 
é professor, consul­
transmissão de voz pela Internet  tor e pesquisador da 
área de Segurança 
da Informação. Co­
(VoIP), e os protocolos  de  mentarista de Tecno­
logia da Rádio CBN. 
Articulista do Jornal 
compartilhamento de arquivos  A Gazeta e Portal 
iMasters. Autor dos li­
como o Bittorrent. vros Antenado na 
Tecnologia, Redes 
de Computadores e 
Gilberto Sudré Internet: O encontro 
de 2 Mundos.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |24
COLUNA ∙ ROBERTO SALOMON

EMPRESAS
Por Roberto Salomon

Laura Leavell ­ sxc.hu
Já tendo sofrido de empreendedorismo se­
rial,  doença  que  se  manifesta  pela  sucessiva 
abertura de empresas, posso afirmar que o obje­
tivo de uma empresa não é outro que não a pro­
dução  de  lucro.  Qualquer  outra  desculpa  só 
serve para massagear o ego ou acalmar a cons­
ciência  do  empresário.  Uma  empresa  que  não 
se  destine  à  produção  de  lucros  é  insustentável 
por definição e se destina a fechar as portas, se­
gundo dados do SEBRAE, em 5 anos em média.
Tendo  como  razão  de  existir,  o  lucro,  as 
empresas se vêm obrigadas a buscar formas de 
aumentar  este  lucro  através  de  maiores  preços, 
maiores volumes de vendas ou menores custos. 
E através da redução de custos que muitas em­
presas começam a pensar em usar soluções de 
Software Livre.
Ou assim poderia ser.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |25
COLUNA ∙ ROBERTO SALOMON

Muitos  outros  empresários,  no  entanto, 


têm  consciência  do  certo  e  do  errado.  Sabem 
muito bem que este tipo de ação é ilegal e pode 
 Já tendo sofrido  expôr  a  empresa  a  multas  razoavelmente  altas. 
Ou seja, pirataria aumenta o risco da empresa e 
de empreendedorismo  manter o risco alto é caro e diminui a lucrativida­
de. Assim sendo, e como a TI é hoje indispensá­
serial, doença que se  vel a qualquer empresa que se preze, começam 
as  buscas:  O  sistema  operacional  não  é  proble­
manifesta pela sucessiva  ma pois o Janelão vem nas máquinas que com­
pramos  daquele  nosso  fornecedor;  suite  de 
abertura de empresas,  escritório,  pode  ser  aquela  que  está  na  promo­
ção  da  loja  da  esquina  que  traz  direito  a  uma 
posso afirmar que o  atualização  para  a  última  versão;  contabilidade 
objetivo de uma empresa  e  aplicações  empresariais...  É  aqui  que  a  porca 
torce o rabo. Geralmente as aplicações necessá­
não é outro que não a  rias à operação de uma empresa são caras. Mui­
to caras.
produção de lucro.  E  o  nosso  empresário  passa  a  exercitar 
aquilo que mais sabe: negociar. Negocia descon­
Qualquer outra desculpa  tos,  prazos,  instalações.  Terceiriza  a  operação 
só serve para massagear  ou  até  mesmo  contrata  um  serviço  daquele  re­
presentante de ERP.
o ego ou acalmar  Acaba  comprando  até  o  que  não  precisa 
porque a licença do software A já vem com uma 
a consciência do  do  software  B.  O  problema  é  que  o  software  B, 
do qual ele não precisava, acaba se tornando in­
empresário. dispensável  à  operação  da  empresa  que  passa 
Roberto Salomon a  comprar  mais  e  mais  licenças  daquilo  que  ela 
não precisava.
Em toda a história que contei uma coisa po­
Muitas empresas partem direto para a pira­ de  chamar  a  atenção:  em  nenhum  momento,  o 
taria. Afinal,  uma  cópia  em  CD  de  uma  famosa  nosso empresário pensou em Software Livre.
suite  de  escritório  não  custa  mais  que  R$  5,00 
nas  boas  bancas  de  camelôs  de  consagrados  E não foi por falta de confiança. Foi por pu­
centros  tecnológicos  das  nossas  cidades.  E  co­ ra falta de conhecimento mesmo. Apesar das es­
mo  serão  instalados  em,  pelo  menos,  5  máqui­ tatísticas  mostrarem  que  o  Software  Livre  tem 
nas,  temos  um  custo  final  de  R$  1,00  por  uma  boa  penetração  nas  empresas  brasileiras, 
máquina o que já representa uma redução consi­ a maioria dos empresários não sabe que há op­
derável nos custos dessa empresa. E como a fis­ ções muito boas e, por que não dizer, muito ba­
calização  é  relaxada  mesmo,  quase  todas  as  ratas  disponíveis  à  distância  de  um  mero  clique 
necessidades de software, dessa nossa hipotéti­ do mouse. E também não sabem que há outras 
ca empresa, são atendidas através dessa forma  empresas especializadas na prestação de servi­
de provimento de software. ços que usam Software Livre.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |26
COLUNA ∙ ROBERTO SALOMON

O  Software  Livre  entra  na  nossa  empresa 


através de indicação, convidado como amigo de al­
guém que conhece alguém que usa. Como naque­       Apesar das 
la  história  que  aconteceu  com  um  amigo  de  um 
amigo  meu.  O  empresário  primeiro  desconfia,  estatísticas mostrarem que 
questiona.  É  de  graça  mesmo?  Quem  mais  usa? 
Dá para confiar? O técnico, amigo do empresário,  o Software Livre tem uma 
olha para ele e responde: Vai que dá.
boa penetração nas empre­
Passado algum tempo, ninguém mais na em­
presa  duvida  do  software. Ao  contrário,  cada  vez  sas brasileiras, a maioria 
mais a empresa adota soluções de Software Livre 
para  usar  em  todas  as  áreas.  A  reboque,  outras  dos empresários não sabe 
empresas  começam  a  se  organizar  para  prestar 
serviços  nas  soluções  que  o  nosso  empresário  que há opções muito boas 
usa,  aumentando  o  círculo  virtuoso  da  capacita­
ção e independência tecnológica.
e, por que não dizer, muito 
Até aqui a história é velha. Muitas empresas  baratas disponíveis à 
já  descobriram  a  vantagem  que  uma  instalação 
de  BrOffice  pode  trazer  para  o  controle  dos  seus  distância de um mero 
custos. Outras já foram além e, com apoio de con­
sultorias,  começaram  projetos  com  o  Compiere  clique do mouse.
ou  o  OpenBravo,  comprovando  que  o  uso  de  Roberto Salomon
Software Livre faz sentido econômico.
Mas  ainda  não  descobriram  que  também  é 
Ainda não chegamos a este estágio na ado­
preciso fazer sentido social.
ção  de  Software  Livre  pelas  empresas. Ainda  ve­
Software  Livre  é,  também,  comunidade.  mos  a  mentalidade  predatória  e  exploradora  que 
Aquele  software  que  a  empresa  baixa  para  usar  leva ao lucro rápido se sobrepondo à sustentabili­
de graça também precisa evoluir e a empresa sen­ dade das empresas. Muitos empresários ainda so­
te  isso  e  contrata  programadores  para  mexer  no  nham  com  o  lucro  rápido  e  a  aposentadoria  na 
código. Algumas vão além da customização e cri­ juventude.  Para  esses,  recomendo  a  Loteria.  Pa­
am  novas  funcionalidades  que  mantém  o  softwa­ ra  aqueles  que  pensam  em  criar  empresas  sus­
re útil e vivo. São muito raros os casos em que as  tentáveis  a  longo  prazo,  recomendo  conhecer 
empresas devolvem essas contribuições à comuni­ melhor as opções que existem em Software Livre 
dade. Boa parte delas vê o novo desenvolvimento  para  a  sua  empresa.  A  surpresa  será  descobrir 
como  algo  seu,  proprietário,  e  se  esquecem  que  produtos de qualidade a preços imbatíveis.
são  esses  desenvolvimentos  que  permitem  que  o 
E isso faz sentido econômico.
software melhore como um todo. Contribuir de vol­
ta  não  faz  apenas  sentido  social,  faz  sentido  ROBERTO SALOMON é arquiteto de 
econômico  também.  É  muito  mais  barato  contra­ software na IBM e voluntário do projeto 
BrOffice.org.
tar  alguém  para  manter  um  software  padrão  que 
um outro, que terá que manter um código altamen­
te  especializado.  O  que  está  na  prateleira  é  mais 
barato.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |27
ENTREVISTA ∙ ARVIND G. S.

Entrevista com Arvind G. S. , 
do Projeto FEDENA
Por Willian Telles e João Fernando Costa Júnior

Revista  Espírito  Livre:  Arvind,  apresen­ REL: Porque você escolheu o nome "Fe­


te­se aos nossos leitores e fale um pouco so­ dena" e o que motivou sua criação?
bre o seu trabalho no Projeto Fedena. AGS:  Athena  é  a  deusa  grega  da  Educa­
Arvind G. S.: Eu sou co­fundador e CTO Fo­ ção. Nós inventamos o nome Fedena como uma 
radian Technologies [  Uma startup de engenha­ coalisão de Foradian + Athena. Ela também tem 
ria  de  internet  sediada  na  India.  Sou  graduado  um significado [  a melhor coisa viva, que geral­
em  Engenharia  de  Comunicação  e  Eletrônica.  mente significa algo vindo da riqueza ou da rea­
Após  2  anos  e  meio  de  experiência  na  IBS  leza.
Software  Services  como  Engenheiro  de  Softwa­ REL:  Quando  você  teve  a  idéia  de  criar 
re  Sênior,  eu  fui  mordido  pelo  cvírusd  Startup  e  um projeto de gestão escolar?
surgiu a Foradian Technologies.
AGS:  Pensávamos  em  desenvolver  algo 
Além  das  minhas  responsabilidades  nor­ que  tivesse  impacto  sobre  a  sociedade  de  uma 
mais como CTO, sou Diretor de Projetos do Fe­ maneira  melhor  e  também  nos  ajudar  na  obten­
dena  [   um  sistema  de  gerenciamento  de  ção  de  uma  boa  receita  financeira  e  criar  uma 
escolas Open Source. Tenho a responsabilidade  marca  de  grande  valor.  A  educação  é  uma  das 
de  planejamento  do  projeto,  gerenciamento  do  principais coisas que afeta a vida das pessoas e 
desenvolvimento de software e análise das carac­ é  parte  integrante  da  vida  no  dia­a­dia.  É  uma 
terísticas  de  pedidos/atualizações/melhorias  no  área sem fim também para fazer negócios.
projeto.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |28
ENTREVISTA ∙ ARVIND G. S.

REL:  Como  características  adicionais 


são implementadas no projeto Fedena?
AGS: Como o aplicativo é open source, de­
senvolvedores  ao  redor  de  todo  o  mundo  cintri­
buem  para  o  projeto.  Nós  da  Foradian 
analisamos  estas  contribuições  e  incorporamos 
as mais válidas ao projeto.
Pessoas  que  queiram  dar  suas  contribui­
ções  e  solicitar  alterações  devem  fazê­lo  atra­
vés do portal da comunidade projectfedena.org. 
Figura 1: O software Fedena em funcionamento

REL:  Quando  você  decidiu  torná­lo 


open source? REL:  Existe  algum  projeto  para  criar 
uma biblioteca de linguagens?
AGS: Mesmo a partir da fase inicial do pro­
jeto,  pensamos  em  lançá­lo  como  open  source.  AGS:  Sim,  estamos  atualmente  fazendo 
Temos sido muito beneficiados com as tecnologi­ melhorias no Fedena para suportar múltiplos idi­
as  open  source  e  assim  pensou­se  em  dar  algo  omas. Uma vez terminada a implementação, se­
de  volta  para  a  sociedade.  Nós  da  Foradian, 
acreditamos  grandemente  no  poder  do  open 
source. Fizemos a aplicação Open Source princi­
palmente devido as três razões seguintes:
1. Nenhuma solução open source até apresente        ...eu também 
data;
2.  Nenhuma  alternative  simples  ou  amigável  ao 
acredito que o software 
usuário;
3. Nosso sonho é que todos deveriam se benefi­
livre tem um grande papel 
ciar dela. na educação de 
REL: Muitas pessoas acreditam que não 
qualidade. Mas mais do 
há  educação  de  qualidade  e  inclusão  digital 
sem  software  livre.  Há  alguma  conexão, 
que livre, aplicações Open 
software  livre  e  educação?  O  que  você  pen­ Source podem criar um 
sa a respeito disso?
AGS:  Sim,  eu  também  acredito  que  o  melhor impacto em 
software  livre  tem  um  grande  papel  na  educa­
ção de qualidade. Mas mais do que livre, aplica­
como o software pode 
ções  Open  Source  podem  criar  um  melhor 
impacto em como o software pode ser modifica­
ser modificado para 
do para atender aos seus requisitos. É com esta  atender aos nossos 
intenção  que  o  Fedena  é  feito  gratuito  na  forma 
de Open Source. Software livre é a direção para  requisitos.
o futuro.
Arvind G. S.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |29
ENTREVISTA ∙ ARVIND G. S.

rá muito mais fácil integrar qualquer idioma para  e­learning,  que  acontecerá  no  Moodle.  O  tempo 


o Fedena. gasto  até  a  versão  2.1  do  projeto  é  cerca  de  1 
ano e meio.

REL:  Porque  você  escolheu  o  Ruby  on 


Rails  para  o  desenvolvimento  do  projeto  Fe­ REL:  Você  tem  planos  para  criar  uma 
dena? versão comercial do projeto Fedena?
AGS:  Foradian  acredita  nas  metodologias  AGS:  Nós  já  temos  o  Fedena  Pro  Servi­
de desenvolvimento ágeis. ROR é um dos melho­ ces, em que desenvolvemos recursos personali­
res frameworks que suporta agilidade. O aumen­ zados para nossos parceiros de serviços Pro.
to  de  produtividade  para  os  desenvolvedores  e 
os  recursos  de  segurança  embutidos  nos  fize­
ram escolher o ROR para o desenvolvimento do  REL:  Porque  você  mantém  uma  lista  de 
Fedena. contribuidores no seu site?
AGS:  Nós  acreditamos  que  todos  aqueles 
que contribuem para o projeto são parte do pro­
REL:  Quanto  tempo  foi  dispendido  des­ jeto. Nós exibimos seus perfis para mostrar devi­
de o projeto até a versão final? da  reverência  para  as  valiosas  contribuições 
AGS:  Fedena  ainda  não  está  em  sua  ver­ para o projeto.
são final. Atualmente está na versão 2.0 e a ver­
são  2.1  está  pronta  para  lançamento.  Nós 
estamos  trabalhando  o  Fedena  para  ser  imple­ REL:  Como  alguém  pode  contratar  um 
mentado como uma universidade virtual que de­ consultar  para  a  implementação  deste  proje­
ve  acontecer  em  2013.  Nossa  próxima  meta  to?
principal é a versão 3.0 com implementação por  AGS:  Fedena  é  contruído  de  tal  maneira 
que qualquer pessoa com um pouco de conheci­
mento técnico seja capaz de fazer a implementa­
ção.  As  instruções  detalhadas  de  instalação 
com  um  vídeo  tutorial  está  pronto  e  disponível 
       A educação é uma  no portal da comunidade. Também existe um fó­
rum  bastante  ativo  em  que  qualquer  um  pode 
das principais coisas que  ter suas dúvidas esclarecidas.
afeta a vida as pessoas e 
REL: Você poderia dar alguma recomen­
é parte integrante  dação  para  pessoas  possam  ter  um  melhor 
da vida no dia­a­dia.  aproveitamento do projeto?
AGS: Download Fedena e instale­o em su­
É uma área sem fim  as  escolas  para  gerenciar  as  atividades  escola­
res.  Promova  o  aplicativo  se  você  o  achou  útil. 
também para fazer  Ajude  algumas  escolas  próximas  a  você  na  ins­
negócios. talação e no uso. Traduza o arquivo de ajuda pa­
ra  outras  linguagens.  Envie  sugestões  e 
Arvind G. S. feedback  para  nós  em  http://www.projectfede­
na.org.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |30
CAPA ∙ SOFTWARE LIVRE NAS EMPRESAS E CASO NA SM SAÚDE

Software Livre nas Empresas 
e caso na SM Saúde
Por Albino Biasutti Neto

Celal Teber ­ sxc.hu

Para  se  estruturar  uma  licenças    não  estejam 


empresa  possuem  encargos:  devidamente  pagas,  configura­
impostos, funcionários, fornece­ se um ato de ilegalidade. Ao in­
dores e uma tecnologia de pon­ fligir a lei, paga caro, com altís­
ta:  computadores  e  softwares.  simas  multas  e  indenizações  à 
A aquisição de software proprie­ empresa  do  referido  software. 
tário,  muitas  vezes  para  uma  Para  que  isso  não  ocorra,  a 
empresa,  representa  um  alto  aquisição do Software Livre é li­
custo, entretanto existe outra al­ vre  de  encargos,  multas  e  ou­
ternativa  segura  e  confiante:  o  tros tipos de problemas.
Software Livre [1].
Para  que  realmente  o 
Para se obter software pro­ software  seja  livre,  o  mesmo 
prietário é necessário uma licen­ deve­se possuir as seguintes li­
ça.  A  licença  é  um  encargo  berdades:
para se obter o produto, Por ex­
Liberdade 0 [  Executar o pro­
emplo:  caso  necessite  de  um 
grama a qualquer propósito;
software  para  um  computador, 
Liberdade 1 [  Estudar o progra­
deve­se  adquirir  uma  licença. 
ma, acesso ao seu código fon­
Se  tem  a  necessidade  de  mais 
te e modificar o mesmo;
computadores,  deve­se  com­
Liberdade 2 [  Redistribuir cópi­
prar mais licenças.
as com as suas devidas modifi­
Ao utilizar, em uma empre­ cações;
sa,  softwares  que  suas  Liberdade 3 [  Aperfeiçoar o 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |31
CAPA ∙ SOFTWARE LIVRE NAS EMPRESAS E CASO NA SM SAÚDE

programa e disponibilizar a to­ te  dos  documentos  o  Writer.  sugestão  para  a  implementa­


da comunidade. Estes  são  aplicativos  essênci­ ção  em  sua  empresa  ou  mes­
Porém,  não  se  deve  con­ ais em uma empresa. A suite es­ mo computador pessoal.
fundir  livre  (com  as  liberdades)  tá  nos  atendento  bem, 
e  freeware.  O  freeware  é  uma  entretanto,  mesmo  tendo  o 
forma  de  uso  proprietário,  BrOffice.org    intalado  em  todos  Referências
onde  as  empresas  de  software  os  computadores,  devido  a  [1] http://www.gnu.org
disponibilizam gratuitamente pa­ alguns  arquivos  antigos,  ainda 
ra  que  usuários  ou  empresas,  se utiliza o MS Office. [2] http://www.smsaude.com.br
o  uso  de  seu  produto.  Caso  Utilizamos também o Pen­
seja necessário mais funcionali­ taho [4], uma ferramente de BI,  [3] http://www.broffice.org
dades, deve­se obrigatoriamen­ uma  plataforma  para  criação 
te, adquirir a licença. de  soluções  de  Inteligência  de  [4] http://www.pentaho.com
Negócios  (Business  Intelligen­
Relato de uso do Softwa­ ce).  Ela  possui  várias  licenças, 
re Livre entre elas a LGPL e GPLv2.

Trabalho  na  empresa  SM  Mostrei  todos  os  benefíci­


Saúde  [2],  o  primeiro  plano  de  os  do  Software  Livre,  mas,  e 
saúde em todo estado do Espíri­ os  custos:  Zero!  Sim,  faça  o 
to  Santo  e  que  possui  uma  re­ download, instale e use. No ca­
de  própria  de  atendimento,  so, a parte da SM Saúde, não ti­
incluindo o Hospital Santa Môni­ vemos  custos  com 
ca.  Na  empresa,  implementa­ treinamentos  para  o  BrOffi­
ce.org. É um suite de alta confi­ ALBINO BIASUTTI 
mos  o  Software  Livre,  onde  NETO é graduando 
tivemos ótimos benefícios, prin­ ança,  segurança,  estabilidade  em Sistemas de 
e uma comunidade ativa. Informação, 
cipalmente  ao  não  comprar  li­ membro da 
cenças  de  produtos  Caro leitor, espero que te­ comunidade Tux­
ES. Trabalha com 
proprietários. nha entendido sobre a importân­ redes, administra 
Utilizamos a suite de escri­ cia  do  Software  Livre  para  a 
servidores Linux e 
Windows na SM 
tório  BrOffice.org  [3],  pois,  usa­ corporação,  seus  benefícios.  Saúde, 
mos  muitas  fórmulas  e  Os  custos,  quando  compara­
programação C e Python. Integrante do 
movimento Software Livre e Linux. Site: 
cálculos  na  parte  financeira,  dos com um software proprietá­ www.binoinformatica.com.
contabilidade etc, o Calc e par­ rio,  é  inigualável.  Fica  minha 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |32
CAPA ∙ MINHA EMPRESA USA SOFTWARE LIVRE?

Minha empresa usa software 
livre?

Gabriella Fabbri ­ sxc.hu
Por Juliana Kryszczun

Tudo  bem  se  o  sistema  ção tende a aumentar.


operacional  usado  por  você  Os  softwares  livres  po­
não  é  o  GNU/Linux.  Inúmeros  dem  estar  presentes  desde  a 
softwares  usados  no  dia  a  dia  plataforma  de  desenvolvimen­
podem ser livres. Isso pode pas­ to,  banco  de  dados,  gerencia­
sar  desapercebido  para  várias  dores de testes, a programa de 
pessoas,  mas  o  software  livre  uso  específico,  como  gerencial 
está  presente  cada  vez  mais  de pessoal dentre outros.
nas empresas. As vezes, a mai­
or  motivação  da  gerência  para  Muitas  empresas  enfren­
utilizar  alguns  softwares  livres  tam  o  medo  de  usar  de  vez  o 
pode ter sido a economia gera­ GNU/Linux. Acredito que a par­
da por eles, mas com o passar  tir  do  momento  que  todos  os 
do  tempo  percebe­se  que  tais  softwares  utilizados  por  uma 
softwares  atendem  a  demanda  equipe  são  livres,  não  há  ne­
e  com  isso,  a  utilização  de  cessidade  de  manter  um  siste­
softwares  livres  na  organiza­ ma  operacional  pago.  Porém, 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |33
CAPA ∙ MINHA EMPRESA USA SOFTWARE LIVRE?

Claro que alguns problemas se­
rão  enfrentados  no  começo 
com  o  uso  do  software  livre, 
       Muitas empresas enfrentam  mas  dá  para  sobreviver  sem 
perda  de  produtividade.  Muita 
o medo de usar de vez o  coisa  pode  ser  apenas  uma 
questão de adaptação.
GNU/Linux. Acredito que a partir do  Analise  quantos  softwa­
res livres sua empresa usa atu­
momento que todos os softwares  almente,  você  pode  se 
utilizados por uma equipe são livres,  surpreender.

não há necessidade de manter um 
sistema operacional pago.
Juliana Kryszczun

para  que  o  impacto  não  seja  Vejo  que  os  softwares  li­
muito grande, na quebra de cul­ vres  são  os  responsáveis  por 
tura,  é  interessante  que  ape­ tantas  empresas  perderem  o 
nas  algumas  pessoas  da  medo de usar o GNU/Linux. Tu­
equipe  iniciassem  com  o  uso  do começa com a utilização de 
do  GNU/Linux  para  avaliar  o  um  inocente  programa  livre. 
JULIANA 
seu    benefício.  Se  a  experiên­ Com o passar do tempo perce­ KRYSZCZUN é ba­
cia for positiva, então expande­ be­se que a empresa (de TI ou  charel em Sistemas 
de Informação, pós­
se à equipe inteira. A partir daí,  mesmo de outras áreas) conse­ graduada em Enge­
a  empresa  vai  ficando  livre  de  gue  sobreviver  muito  bem  sem  nharia de Software 
todas  as  licenças  que  tem  que  nenhum  software  proprietário.  com Ênfase em 
Software Livre, cer­
pagar  para  usar  um  sistema  Isso acontece porque para prati­ tificada em teste 
operacional. camente  todo  software  proprie­ pela ISTQB. Nas horas vagas apren­
de Python e escuta música.
tário  há  alternativas  livres. 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |34
CAPA ∙ SOFTWARE LIVRE EM UMA MICRO EMPRESA, UM RELATO

Software Livre em 
uma micro 
empresa, um relato
Por Evaldo Junior

 Jan Willem Geertsma ­ sxc.hu
Em primeiro lugar preciso relatar que é um 
enorme  prazer  voltar  a  escrever  para  a  Revista 
Espírito  Livre,  é  muito  legal  ver  a  evolução  da 
revista  desde  as  primeiras  edições,  quando  eu 
contribuia com frequência.
Bem,  agora  vamos  ao  motivo  deste  texto, 
que  é  relatar  como  uma  micro  empresa  de 
prestação  de  serviços  passou  a  usar  softwares 
livres e de código aberto em seu dia a dia.
Há  cerca  de  3  anos,  eu  iniciei  uma 
mudança  radical  nesta  micro  empresa  de 
prestação  de  serviços,  daquele  momento  em 
diante  os  softwares  privativos  seriam  aos 
poucos  substituídos  por  softwares  livres 
equivalentes.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |35
CAPA ∙ SOFTWARE LIVRE EM UMA MICRO EMPRESA, UM RELATO

Motivações Pois  bem,  já  tendo  um  novo  sistema  que 


As  motivações  para  a  mudança  vão  muito  não  tinha  como  pré­requisito  a  utilização  do 
além  de  ideologia  e  filosofia  do  software  livre. A  Windows,  este  acabou  morrendo.  Em  um  belo 
empresa  estava  sofrendo  com  a  utilização  de  final  de  semana  fui  até  a  empresa  e  mudei 
softwares  que  travavam  o  tempo  todo  e  de  todas as estações para uma distro GNU/Linux, o 
sistemas  operacionais  que  viviam  cheios  de  Ubuntu.  Migrei  todas  as  informações  que 
vírus,  além  da,  já  clássica,  utilização  de  estavam  nas  instalações  de  Windows  (arquivos, 
softwares  ilegais.  Mesmo  sendo  uma  empresa  e­mails,  etc)  e  na  segunda  feira  veio  a  grande 
pequena,  com  menos  de  10  estações,  era  surpresa,  os  usuários  gostaram  da  novidade  e 
incrível  o  número  de  problemas  que  apareciam  não  se  sentiram  desconfortáveis  com  o  novo 
por conta de malwares em geral. sistema.  Isso  foi  muito  interessante,  e  a 
migração  foi  menos  dolorosa  por  que  o  pessoal 
É  interessante  quando  levamos  em  conta 
já  usava  os  softwares  livres  em  ambientes 
o  valor  para  adquirir  licenças  de  uso  para 
Windows,  então  só  o  que  mudou  foi  o  desktop, 
softwares  privativos.  Para  uma  empresa  com 
para eles.
dez  computadores  a  dupla  Windows  e  Microsoft 
Office  custaria  algo  em  torno  de  R$  8.000,00  a 
R$  10.000,00.  Imagine  uma  micro  empresa 
tendo  que  gastar  um  valor  desses  apenas  para 
poder usar o computador de forma básica.
       As motivações 
A mudança para a mudança vão 
Começando  a  mudança,  o  primeiro  a 
dançar  foi  o  Internet  Explorer,  a  substituição  muito além da ideologia e 
pelo  Firefox  foi  simples  e  até  natural.  O  cliente 
de  e­mail  usado  na  época  foi  mantido,  afinal  já  filosofia do software livre. 
era um ótimo software livre, o Thunderbird.
O  próximo  passo  era  mais  complexo.  Não 
A empresa estava 
era  possível  substituir  o  Windows  por  alguma  sofrendo com a utilização 
distribuição  GNU/Linux  sem  antes  migrar  o 
sistema  de  gestão  da  empresa.  O  sistema  de  de softwares que 
gestão  era  um  desses  produzido  por  alguma 
empresa  que  te  cobra  uma  pequena  travavam o tempo todo e 
mensalidade  para  uso  e  suporte  ao  sistema. 
Uma  coisa  era  certa,  os  usuários  do  sistema  já  de sistemas operacionais 
não  estavam  satisfeitos  com  ele,  o  que 
certamente  ajudaria  na  mudança.  Como  na 
que vivam cheios de 
época não foi encontrado um software livre para 
isso,  eu  mesmo  arregacei  as  mangas 
vírus, além da, já clássica, 
desenvolvi  um  sistema  web  para  a  gestão  da  utilização de softwares 
empresa,  com  isso  estava  resolvido  o  problema 
da  migração,  já  que  o  novo  sistema  era  web,  ilegais.
bastava  um  navegador  para  acessá­lo.  O 
desenvolvimento  desse  sistema  continuou  por  Evaldo Júnior
mais uns anos depois disso.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |36
CAPA ∙ SOFTWARE LIVRE EM UMA MICRO EMPRESA, UM RELATO

Problemas Benefícios
Hoje  ainda  existe  lá  o  problema  da  troca  Chega  de  vírus,  chega  de  formatar  e 
de  arquivos  com  outras  empresas  que  deve  ser  reformatar  as  máquinas  todo  mês,  chega  de 
feita  nos  formatos  proprietários  do  Microsoft  usar usar softwares ilegais. A migração deixou a 
Office,  já  que  nem  todos  acompanham  a  TI  da  empresa  mais  estável  e  raramente 
evolução. Outro problema que ainda acontece é  acontecem  problemas  de  algum  software  não 
relacionado  a  emissão  de  boletos  bancários,  já  funcionar.  Teve  até  secretária  pedindo  para 
que  os  bancos  só  oferecem  programas  para  a  instalar GNU/Linux no computador de casa.
plataforma  Windows.  Mas  este  problema  pode 
ser  resolvido  optando­se  por  bancos  que  optam 
por disponibilizar sistemas web. Resumo da ópera
Hoje a empresa é movida a GNU/Linux em 
todas  as  estações  e  também  no  servidor.  As 
estações  são  movidas  principalmente  por 
Ubuntu  na  versão  10.04,  mas  existem  algumas 
com  versões  diferentes.  O  servidor  roda  um 
       Em um belo final  Debian  Lenny  firme  e  forte  com  serviços  como 
Apache, MySQL, NFS e Cups.
de semana fui até a  Os  serviços  de  impressão  e 
empresa e mudei todas  compartilhamento  de  arquivos  ficaram  mais 
simples  com  o  uso  do  Cups  e  do  NFS.  Hoje 
as estações para uma dis­ uma máquina nova na rede até já encontra, sem 
configuração  manual,  as  impressoras 
tro GNU/Linux, o Ubuntu.  disponíveis na rede.
Se você está em dúvida se muda ou não o 
Migrei todas as informa­ ambiente  da  sua  empresa  para  software  livre, 
ções que estavam nas  eu  já  deixo  a  dica:  Comece  mudando  os 
aplicativos  mais  usados  no  dia  a  dia,  assim 
instalações de Windows  facilita muito a migração do sistema operacional 
e causa menos traumas.
(arquivos, e­mails, etc) e 
na segunda­feira veio a 
grande surpresa, os usuá­
rios gostaram da novida­
de e não se sentiram 
EVALDO JUNIOR (InFog) é Pós Graduado 
desconfortáveis com o  em Gestão Estratégica de TI, leciona na 
Unimonte em Santos e é desenvolvedor na 
novo sistema. CaSoft.

Evaldo Júnior

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |37
CAPA ∙ SOFTWARE LIVRE: MADURO PARA O MERCADO CORPORATIVO

SOFTWARE LIVRE:

BSK ­ sxc.hu
Maduro para o mercado corporativo
Por Gilberto Sudré

Para  muitas  pessoas  da  Traduzindo  em  números, 


área  de  TI,  quando  se  fala  de  em  estudo  recente  realizado 
Software  Livre,  surge  logo  a  com  300  empresas  de  grande 
ideia  de  um  grupo  de  nerds,  porte  pela  Accenture,  confir­
com  muita  irreverência,  experi­ mou  que  metade  delas  já  está 
mentação, protesto e nada leva­ comprometida  com  soluções 
do  a  sério.  Pois  isto  está  muito  de  código  aberto.  Dos  outros 
longe da realidade. 50% que não usa normalmente 
Esta  visão  pode  ter  sido  aplicativos  em  Software  Livre, 
verdade a alguns anos, mas ob­ 28%  delas  estão  realizando 
servando o mercado, vemos in­ testes  ou  têm  empregado  esse 
dicadores  cada  vez  mais  tipo  de  software  em  casos  es­
claros  de  que  o  Software  Livre  pecíficos. E mais, 69% das em­
passa  a  fazer  parte  da  lista  de  presas  pesquisadas  avaliam  a 
opções consideradas pelas cor­ possibilidade  de  aumentar  os 
porações.  investimentos  em  soluções  Li­
vres.

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CAPA ∙ SOFTWARE LIVRE: MADURO PARA O MERCADO CORPORATIVO

ado  fortemente  na  prestação 


de serviços de integração e su­
      Para muitas pessoas da  porte,  já  que  os  aplicativos  bá­
sicos  como  sistema 
área de TI, quando se fala de  operacional  e  banco  de  dados, 
linguagens e automação de es­
Software Livre, surge logo a ideia  critório estão virando commodi­
ties.  A  diferença  está  na 
de um grupo de nerds, com muita  qualidade do serviço prestado. 

irreverência, experimentação,  O que vai determinar o su­
cesso ou não do projeto é a es­
protesto e nada levado a sério.  colha  do  fornecedor  de 
serviços.  Experiência,  treina­
Pois isto está muito longe da  mento,  certificações  e  tama­
nho  da  equipe  técnica  vão 
realidade. definir  se  você  vai  depender 
de uma equipe ou de um único 
Gilberto Sudré profissional.
Muitas  corporações  já  ba­
Era  de  se  esperar  que,  a  que  alguém  faça  a  escolha  an­ seiam  toda  a  sua  infraestrutura 
escolha  dos  aplicativos  livres,  tes  e  os  exemplos  de  sucesso  de  TI  em  soluções  livres  devi­
fosse  motivada  pela  redução  apareçam,  para  então  embar­ do  a  confiabilidade  e  seguran­
de  custo.  Pois  não  é  isto  que  car  na  tecnologia.  Pois  ça  oferecida.  Definitivamente  o 
as corporações relatam. Segun­ exemplos  de  sucesso  é  o  que  Software Livre não é mais uma 
do  a  pesquisa,  fatores  como  não falta. questão para amadores.
qualidade, segurança e confiabi­ Além  dos  fornecedores 
lidade  são  os  determinantes  de software, que tentam associ­ GILBERTO SUDRÉ 
na adoção do software livre. ar  sua  imagem  a  soluções  li­ é professor, consul­
tor e pesquisador da 
É  fato  que  as  corpora­ vres  como  a  Oracle,  grandes  área de Segurança 
ções procuram minimizar os ris­ empresas integradoras de TI co­ da Informação. Co­
mentarista de Tecno­
cos  e  estão  em  busca  mo  a  IBM,  Unisys  ou  HP  refor­ logia da Rádio CBN. 
soluções  confiáveis  para  colo­ çam  seus  times  de  consultores  Articulista do Jornal 
A Gazeta e Portal 
car suas "fichas". Principalmen­ e  técnicos  para  atender  as  de­ iMasters. Autor dos li­
te  quando  estamos  falando  mandas crescentes nesta área. vros Antenado na 
Tecnologia, Redes 
das  informações  vitais  para  o  O  modelo  de  negócios  de  de Computadores e 
seu negócio. Na maioria das ve­ Software Livre ainda está base­ Internet: O encontro 
zes,  as  empresas  esperam  de 2 Mundos.

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CAPA ∙ SGBD LIVRE: SERÁ QUE VAI ATENDER MINHA EMPRESA?

SGBD LIVRE:
Será que vai atender minha empresa?
Por Estefânio Luiz Almeida

Svilen Milev ­ sxc.hu

A  filosofia  proposta  pelo  movimento  de 


software  livre  agradou  tanto  usuários  comuns, 
quanto  profissionais  de TI  e  empresas  de  diver­
sas  áreas,  mediante  o  movimento  estar  respal­
dado  nas  licenças  GPL  que  é  a  base  para  o 
software  livre.  A  GPL  conta  com  quatro  pilares 
que são chamados de "Liberdade" que são: liber­
dade  para  executar,  estudar,  distribuir  cópia  e 
aperfeiçoar. Ao  longo  dos  anos  essa  filosofia  de 
código  livre,  se  mostrou  bastante  lucrativa  para 
o  mundo  corporativo  mediante  a  economia  que 
as  empresas  poderiam  ter,  devido  ao  fato  de 
não  precisarem  pagar  pelas  licenças  de  softwa­
res. Com essa adesão do código livre pelo mun­
do corporativo, hoje podemos ver uma gama de 
softwares  atendendo  diversas  áreas  de  merca­
do.  Mas  mesmo  com  a  grande  expansão  desse 
movimento,  constata­se  que  ainda  algumas  em­
presas enxergam o software livre como algo que 
não  inspira  confiança.  Em  análise  ao  SGBD 
MySQL  é  possível  entender  a  desconfiança  que 

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CAPA ∙ SGBD LIVRE: SERÁ QUE VAI ATENDER MINHA EMPRESA?

paira sobre algumas ferramentas de software de  ra armazenar o tamanho da string devido a este 
código aberto. O MySQL é um software gerencia­ fator  ele  tem  uma  perda  de  desempenho,  mas 
dor  de  Banco  de  Dados  relacional,  sua  primeira  uma leve perda para um banco de dados peque­
versão foi lançada em 1995 e a partir daí foi pas­ no, para um banco com grande volume de infor­
sando por algumas atualizações e atualmente es­ mações  o  tempo  de  resposta  de  uma  query 
tá  na  versão  5.5.    O  MySQL  é  um  dos  bancos  grande, ainda existe a possibilidade de um usuá­
de dados mais usados para dar suporte a aplica­ rio  distraído  inserir  a  instrução  _Select  *  from  ta­
ções web, mas também pode ser usado em apli­ ble`,  ou  seja,  buscar  todas  as  informações  de 
cações  desktop,  ele  também  é  SGBD  seguro,  uma  tabela,  isso  poderá  exigir  um  grande  _Po­
robusto e que pode atender as necessidades de  der`  de  processamento  por  parte  do  servidor, 
uma  empresa  de  forma  eficiente.  No  site  oficial  ocasionando  às  vezes  pequenos  transtornos  as 
(www.mysql.com), podemos ver o nome de algu­ demais estações de trabalho que acessam infor­
mas empresas que usam o MySQL. Mas em con­ mações no mesmo servidor de banco de dados. 
tra  partir  vemos  depoimentos  em  sites,  blogs  e 
outros  meios  de  comunicação  depoimentos  de 
empresas que não tiveram sucesso no uso des­
sa ferramenta. Destacaremos dois pontos impor­
tantes que poderiam trazer benefícios no uso da 
ferramenta, pois acreditamos que os insucessos 
estão ligados em partes ao mau uso da ferramen­
ta não no MySQL em si.
Um  fator  que  é  aparentemente  sem  impor­
tância,  mas  que  com  tempo  pode  se  tornar  um 
grande problema é o uso incorreto de tipos de da­
dos (tipos de colunas). Uma coluna mal definida  Figura 2: O campo é criar na tabela teste1, e ele não deverá 
pode  causar  transtornos  futuros  na  construção  aceitar valores negativos
de  alguns  tipos  de  querys  mais  complexas,  ge­
rando baixo desempenho.  Podemos ver na figura 2, que o campo cod 
foi criado com a restrição unsigned que faz com 
que o campo não aceite valores negativos, mas 
na  instrução  insert  logo  após  a  criação  da  tabe­
la, vemos que a inclusão de um valor negativo é 
aceita. Este fato se dá mediante o SGBD não es­
tar  com  SQL  =  mode.  Configurado  com  isso  o 
campo  aceita  a  inserção,  mas  insere  zero  no 
campo.  Novamente  vemos  aqui,  que  se  o  res­
ponsável  pelo  desenvolvimento  e  administração 
Figura 1: Utilização do tipo varchar como Primary key do  Banco  de  dados  não  tomar  certos  cuidados, 
o usuário poderá inserir valores negativos neste 
Como  visto  na  figura  1,  usamos  o  campo  campo ocasionando na inserção de informações 
CPF como Primary key (Chave Primária), e utili­ falaciosas, se os campos forem usados para va­
zamos o tipo varchar para armazenar a informa­ lores monetários, isso poderá criar um problema 
ção  CPF,  a  principio  esse  tipo  poderia  ser  sério para a empresa. Percebe­se aqui a neces­
apropriado, mas o tipo varchar usa dois bytes pa­ sidade de que os desenvolvedores do banco co­
nheçam um pouco da configuração do SGBD, a 

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CAPA ∙ SGBD LIVRE: SERÁ QUE VAI ATENDER MINHA EMPRESA?

Com  isso  fica  claro  que  algumas  vezes  a 


falha não está na ferramenta usada, mas o insu­
      Ao longo dos anos  cesso  em  partes  se  deve  à  utilização  errônea 
das ferramentas de código aberto ou na falta de 
essa filosofia de código  conhecimento adequado por parte dos profissio­
nais  de  TI.  O  fato  de  o  código  ser  livre,  não  é 
livre, se mostrou bastante  sinônimo de um produto de má qualidade ou de­
senvolvido de qualquer maneira, o MySQL tinha 
lucrativa para o mundo  o  respaldo  da  MySQL  AB  depois  passou  a  ser 
desenvolvido pela Sun Microsystem e atualmen­
corporativo mediante a  te  a  Oracle  é  detentora  dos  direitos  do  MySQL 
após a Sun ser adquirida pela Oracle, então no­
economia que as  ta­se que esse SGBD não é um produto feito de 
empresas poderiam ter,  qualquer maneira, mas pelo contrário ele é licen­
ciado  pelo  GNU/GPL  e  é  acompanhado  por  um 
devido ao fato de não  excelente time de desenvolvedores que estão fo­
cados  em  oferecer  melhorias  constantes  a  esse 
precisarem pagar  produto, a fim de torná­lo cada vez mais confiá­
vel e seguro para seus usuários.
pelas licenças de 
softwares.
ESTEFÂNIO LUIZ ALMEIDA 
Estefânio Luiz Almeida (estefanio38@gmail.com) é Bacharel em 
Ciência da Computação, OSUM Leader, 
Fundador e coordenador da comunidade 
Betim Open Source (www.betimopen­
fim  conferirem  esses  detalhes  antes  que  o  ban­ source.com.br), atua na área de software 
co seja liberado para uso.   livre desde 2007.

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CAPA ∙ O GNU/LINUX EM SUA EMPRESA!

O GNU/Linux em SUA empresa!

DIVULGAÇÃO
Por Jamerson Tiossi

Olá! Meu nome é Jamerson é irei guiar vo­
cê jovem empresário para o universo da informá­
tica!  Gostaria  que  você  entendesse  alguns 
conceitos  para  poder  ter  o  verdadeiro  poder:  o 
da escolha.

A origem
Muitos anos atrás a IBM lançou um mode­
lo de computador chamado IBM­PC e a arquite­
tura  foi  copiada  por  quase  todos  os  fabricantes 
de computadores. Este não é o primeiro compu­
tador,  mas  sim  um  modelo  de  computador  para 
uso  pessoal,  daí  o  nome  "computador  pessoal" 
(em  inglês,  personal  computer  ou  PC,  da  sigla 
IBM­PC).
Este  modelo  de  computador  necessitava 
de  um  programa  especial  e  complexo  chamado 
"sistema  operacional"  (SO)  para  funcionar.  Este 
também não o primeiro SO, já que os computa­
dores  existentes  desde  da  década  de  1.940  ne­
cessitavam deste gerentes. 

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CAPA ∙ O GNU/LINUX EM SUA EMPRESA!

O  empresário  Bill  Gates  ficou  rico  e  famo­ que  poderia  desenvolver  e  fornecer  de  forma  li­
so ao fazer um contrato com a IBM vinculando a  vre o seu sistema operacional chamado "GNU" ­ 
arquitetura  IBM­PC  a  um  SO  fabricado  por  sua  gnu é um animal semelhante ao búfalo, mas a si­
empresa, a Microsoft. Primeiro ele lançou o MS­ gla  quer  dizer  "GNU  não  é  UNIX".  Por  livre  ele 
DOS, que imitava o padrão Unix de então usan­ não disse gratuito, mas sim com acesso ao códi­
do  comandos  digitados,  e  a  partir  do  início  dos  go do programa, mas como qualquer pessoa po­
anos  1.990  tem  intensificado  e  massificado  o  de  ter  acesso  ao  código  e  gerar  seus 
MS­Windows,  um  sistema  operacional  gráfico  [   executáveis,  tradicionalmente  este  sistema  ope­
ou  seja  com  cores,  texturas,  imagens,  menus,  racional não cobra licença. 
caixas,  janelas,  etecetera  e  tal  [   que  consome  Durante  o  processo  de  lançamento  Stall­
parte da memória de processamento de seu com­ man  percebeu  que  apesar  de  ter  vários  progra­
putador. mas  funcionais,  seu  núcleo  (em  computês: 
Apesar  de  muito  famoso  o  sistema  da  Mi­ kernel)  era  instável.  Mas  eis  que  na  Finlândia 
crosoft não é único e nem sequer gratuito. Ele, o  um  jovem  fez  um  núcleo  para  seu  projeto  de 
sistema, é adquirido por algo que se chama de li­ conclusão  de  curso  de  graduação.  O  nome  do 
cença  e  é  isso  que  a  Microsoft  vende:  a  licença  jovem: Linus Torvalds. O nome do projeto: Linux 
de uso, e não o software.  [  homenageando o criador e o sistema Unix/Mi­
E  detalhe:  a  licença  só  pode  ser  transferi­ nix aos quais foi baseado. 
da uma única vez, depois é intransferível!!! Surgiu  então  o  sistema  operacional: 
Enquanto Bill Gates fazia fama e fortuna, o  GNU/Linux.
outro  sujeito  chamado  Richard  Stallman  decidiu  Espere!  Só  falta  um  pouco  para  concluir  a 
apresentação!
Com  o  desenvolvimento  do  GNU/Linux  al­
gumas  pessoas  e  empresas  tiveram  ideias  dis­
tintas sobre o quê deve ou não ser agregado ao 
        Apesar de muito  sistema.  Estas  opiniões  divergentes  criaram  as 
distribuições  como  a  Debian,  Ubuntu,  Fedora  e 
famoso o sistema da  outras.
Microsoft, náo é único e  Acreditando  que  a  interface  do  MS­Win­
dows era um modelo a ser copiado, quase todas 
nem sequer gratuito. Ele, o  as distribuições usam este tipo de interface. Não 
pense simplesmente que o pessoal das distribui­
sistema, é adquirido por  ções  copiaram  o  Windows,  por  que  a  trama  é 
mais complexa. Nos últimos trinta anos uma em­
algo que se chama licença  presa copia tecnologia ou interface de outra e o 
e é isso que a Microsoft  livro  recente  do  Paul Allen  e  o  filme  "Piratas  do 
Vale do Silício" pode lhe dar uma idéia da integri­
vende: a licença de uso, e  dade destas pessoas. De qualquer modo os pri­
meiros  computadores  com  interface  gráfica 
não o software. foram  da  Apple  os  modelos  Lisa  e  MACIN­
TOSH,  este  lançado  com  estardalhaço  em 
Jamerson Tiossi 1.984  e  com  constantes  atualizações,  sendo 
considerados por muitos o melhor SO.

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CAPA ∙ O GNU/LINUX EM SUA EMPRESA!

GNU/Linux para ambos os sistemas operacionais.
Agora  você  tem  um  ideia  do  que  é  sistema  Se  você  acessa  internet  saiba  que  o  Mozilla 
operacional  e  sabe  que  não  existe  apenas  um  e  Firefox é um software livre (ele é a enésima atuali­
que o mais famoso deles tem uma licença remune­ zação de um programa chamado Netscape bastan­
rada. te comum nos primórdios da internet), assim como 
Mas então o quê eu preciso para ter um com­ o Chrome (que logo também se tornará uma distri­
putador funcionando em minha empresa? buição GNU/Linux). O Chrome é parte de um com­
plexo  esquema  da  empresa  Google  em  oferecer 
Você precisa de algo que faça o computador 
soluções  nas  mais  diversas  áreas.  Desta  maneira 
funcionar:  o  sistema  operacional  como  já  dize­
você pode acessar suas páginas na internet, seus 
mos.  Se  você  nunca  usou  o  GNU/Linux  aconse­
chats,  seus  blogs  [   dê  uma  passadinha  no  meu 
lho a distribuição Ubuntu, mantinda pela empresa 
blog  sobre  quadrinhos  e  entretenimento  em 
Canonical.  Ela  lança  versões  em  abril  e  outubro. 
http://osilenciodoscarneiros.blogspot.com  [   e  seus 
Eu  atualmente  uso  a  versão  9.04  (lançada  em 
e­mails.
abril [  04 [  de 2.009 [  o 9 do número da versão) 
e estou me preparando para atualizar em abril de  Ah! Você é daqueles, como eu, que gosta de 
2.011 para a versão 11.04. Assim como no univer­ baixar os e­mails com o MS­Outlook Express? En­
so do software privado você não é obrigado a atua­ tão use o Evolution ou o Mozilla Thunderbird, que 
lizar  suas  versões  assim  que  a  empresa  lança  em "computês" são clientes de e­mail, ou seja, bai­
alguma. xam as mensagens em seu computador.
Depois  sua  empresa  necessita  de  progra­ Antes de passar para os programas que aju­
mas  para  escritório,  genericamente  chamados  de  darão  a  sua  empresa  funcionar,  lembre­se  de  te­
suíte  de  escritório,  que  vem  com  o  processador  mos  o  aMSN  [   um  programa  de  mensagem 
de texto, planilha eletrônica, banco de dados e edi­ instantânea  como  o  famoso  software  da  Microsoft 
tor  de  apresentações  eletrônicas.  No  universo  do  [  e o Rhythmbox, que lembra em muito o funciona­
Windows  conhecemos  o  MS­Office  e  os  progra­ mento do Windows Media Player. Se o problema é 
mas  padrões  são  Word,  Excel,  Access  e  Power  foto  use  o  GIMP  que  tem  funcionamento  seme­
Point, respectivamente. No universo do software li­ lhante ao PhotoShop.
vre [  lembre­se: aquele que você não tem que pa­ Resolvido  esta  parte  partimos  para  algo 
gar  e  nem  corre  o  risco  de  pegar  vírus  [   existem  mais específico: sua empresa!
o Writer, Calc, Base e Impress, que fazem as mes­
mas  coisas.  Estes  programas  são  agregados  em 
uma suíte chamada BrOffice!  Sua empresa
Mesmo  que  você  escolha  ainda  não  mudar  Cada  empresa  tem  um  funcionamento  dis­
para  uma  distribuição  GNU/Linux  você  pode  usar  tinto, mas a maioria necessita de controlador de 
o  BrOffice  no  ambiente  Windows.  Existe  versões  estoque e emissor de cupom fiscal (ECF) ou no­

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |45
CAPA ∙ O GNU/LINUX EM SUA EMPRESA!

ta fiscal eletrônica (NF­e). Seu contador pode re­ de serviço e você teria que procurar outros. Exis­
almente te ajudar quanto aos impostos e aquisi­ tem  até  programas  de  ERP  em  software  livre. 
ção  de  uma  máquina  emissora  de  cupom  fiscal,  ERP  são  complexos  programas  que  auxiliam  a 
mas  normalmente  um  profissional  tão  ocupado  tomada de decisões em grandes cadeias produ­
quanto  ele  não  tem  muita  experiência  no  reino  tivas. As versões pagas tem custo médio de im­
da informática.  plantação  superior  à  R$  50  mil.    Nada  impede 
Aconselho então a você que antes de adqui­ que  uma  pequena  empresa  use  módulos  distin­
rir o ECF escolha primeiro o programa e veja se  tos de um ERP. Baixe e teste!
o software trabalha com aquele ECF. Em alguns  Um  detalhe  importante  é  que  o  manual  do 
casos  fiscais  a  empresa  pode  optar  por  NF­e  Stoq  serve  como  guia  de  instalação  e  você  não 
que  vai  necessitar  de  acesso  constante  à  Inter­ necessita de técnicos, porém como quase todas 
net e impressora jato de tinta/a laser. Se você de­ as  empresas  de  software  livre,  a  empresa  res­
cidir entrar no reino do SL/CA acostume­se a ter  ponsável  pelo  Stoq  ganha  dinheiro  vendendo 
que decidir. Lembre­se que se você for deixar a  serviços.  Você  pode  usar,  alterar  e  redistribuir  o 
decisão  para  outras  pessoas  elas  irão  cobrar  a  código do Stoq, mas terá que pagar se necessi­
consulta  de  você  e  ainda  irão  implantar  em  sua  tar do serviço da empresa responsável.
empresa aquilo que conhecem criando um sempi­ Caso  você  tenha  que  adquirir  um  software 
terno cordão umbilical que irá obrigar a você cus­ privado para atender à necessidade de sua em­
tear a alimentação deste profissional. presa  exija  que  ele  suficione  sob  uma  distribui­
Após algumas buscas encontrei o software  ção  Linux!  Por  quê?  Usando  o  GNU/Linux  não 
Stoq (versão 0.9.14 de 24/11/2010) que é bastan­ haverá risco de contaminação por vírus de com­
te atual e pode servir para sua empresa. Ênfase  putador  e  você  não  terá  prejuízo  financeiro  em 
no pode!  manutenção de equipamento.
Talvez  o  Stoq,  ou  qualquer  outro  software  Na  próxima  página,  entenda  melhor  os 
não se adeque à realidade de sua empresa e so­ custos  envolvidos  na  aquisição  e  manutenção 
mente um software privado que exige pagamen­ de softwares para algumas empresas.
to  de  licença.  Bom,  é  uma  possibilidade.  Stoq  é 
apenas  um  dos  softwares  livres  para  este  tipo 

Garantia 
O Software Livre/Código Aberto (SL/CA) não tem nenhuma garantia, e assim é usado para afugentar as pessoas, 
mas ninguém perde tempo para ler as garantias do Windows, as quais você só terá direito se pagou a licença de uso. 

Veja esta citação do Contrato Particular de Usuário Final (EULA) do Microsoft Windows XP [  o arquivo eula.txt na 
pasta \windows\system32 (grifo nosso):

14. LIMITAÇÃO DE RESPONSABILIDADE E RECURSOS. Não obstante quaisquer danos a que você possa 
ficar  sujeito  por  qualquer  motivo  (incluindo,  sem  se  limitar  a,  todos  os  danos  referidos  acima  e  na  Garantia 
Limitada,  todos  os  danos  diretos  e  gerais),  a  total  responsabilidade  da  Microsoft  e  quaisquer  de  seus 
fornecedores  sob  qualquer  disposição  deste  EULA  e  seu  recurso  exclusivo  para  tudo  o  que  foi  mencionado 
acima  (salvo  quanto  a  qualquer  recurso  de  reparo  ou  substituição  escolhido  pela  Microsoft  com  relação  a 
qualquer violação da Garantia Limitada) serão limitados à quantia efetivamente paga por você pelo Produto ou 
U.S.$5,00 (cinco dólares norte­americanos), o que for maior(...)

Ou seja, se a sua última dúvida era da garantia que por ventura a Microsoft poderia fornecer a você, esqueça!

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |46
CAPA ∙ O GNU/LINUX EM SUA EMPRESA!

PRODUTO CUSTO WINDOWS CUSTO GNU/LINUX


Sistema Operacional R$ 600,00 ­ R$ 800,00 Zero.

Suíte de Escritório R$ 800,00 ­ R$ 1.500,00 Zero.

Anti­vírus R$ 100,00 ­ R$ 200,00 Zero.

Programa de Estoque A partir de R$ 400,00, há  Zero.


programas que em função de 
seus vários módulos custam 
mais de R$ 2.000,00.
Assistência para Instalação R$ 50,00 ­ R$ 150,00 Zero, você pode usar os 
manuais ou pagar o mesmo 
para seu técnico.
Assistência no Programa de  Cobrada pela empresa de  Cobrada pela empresa de 
Estoque desenvolvimento ou pela seu  desenvolvimento ou pela seu 
instalador local. Veja custos de  instalador local. Veja custos de 
assistência antes de comprar  assistência antes de comprar 
ou adquirir de forma livre  ou adquirir de forma livre 
qualquer programa. Lembre­se  qualquer programa. Lembre­se 
que fazer treinamento de  que fazer treinamento de 
todos os seus funcionários  todos os seus funcionários 
pode ser economicamente  pode ser economicamente 
mais interessante. Os  mais interessante. Os 
treinamentos visam criar  treinamentos visam criar 
realidades e situações de uso  realidades e situações de uso 
e seus funcionários sempre  e seus funcionários sempre 
ganham experiências. ganham experiências.

Atualizações Todos os programas Windows  Zero.


cobram por atualizações 
sejam semanais, mensais, 
semestrais, anuais ou de 
versão. Programas de anti­
vírus e controle de estoque 
são campeões em custos de 
atualizações.

JAMERSON ALBUQUERQUE TIOSSI é 
Gestor de Sistemas Informatizados, pós­gra­
duado em Engenharia de Software (com ên­
fase em software livre), e bacharelando em 
Administração Pública. Trabalha com Java, 
NetBeans, Ubuntu e MySQL. Mantêm um 
blog sobre quadrinhos e mídias em http://osi­
lenciodoscarneiros.blogspot.com.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |47
FÓRUM ∙ O WIKILEAKS E O DIREITO À INFORMAÇÃO NA ERA DA INTERNET

O WikiLeaks e o 
direito a informação 
na era da Internet
Por Walter Aranha Capanema

www.wallpampers.com
Introdução

Julian Assange, o mantenedor do site Wiki­
leaks,  ao  permitir  a  divulgação  de  documentos 
sensíveis  da  diplomacia  americana,  foi  tratado 
ora  como  terrorista  (como  entendeu  a  ex­gover­
nadora  do Alasca,  Sarah  Palin),  ora  como  herói 
da  liberdade  e  da  transparência,  por  aplicar  (ou 
ao  menos  parecer  aplicar)  a  filosofia  do  "The 
Hacker Manifesto".[1]
Vê­se que a legalidade da sua conduta vai 
depender do espectro em que for analisada. Se­
rá que Julian Assange é um terrorista quando di­
vulga  documentos  que  comprovam  atividades 
ilícitas de governos? Ou será que ele é um herói 
quando disponibiliza mapas com áreas de segu­
rança sensíveis a ataques criminosos?
O  caso  Wikileaks  despertou  a  controvér­
sia: podem os governos definir o sigilo e a prote­
ção  de  seus  documentos,  mesmo  em  relação  a 
seus cidadãos? 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |48
FÓRUM ∙ O WIKILEAKS E O DIREITO À INFORMAÇÃO NA ERA DA INTERNET

1. A legislação brasileira e a publicida­ Mas  haveria  limites  para  essa  proteção? 


de Poderia o particular analisar um documento pro­
tegido sob sigilo?
O que se verifica, e é necessário utilizar co­
mo premissa, é que nem todos os dados gover­
namentais  são  de  conhecimento  público  2. A fiscalização da sociedade e o sigi­
obrigatório,  embora  a  sua  publicidade  seja  a  re­ lo
gra geral.
Há entendimento no sentido de que a clas­
E essa distinção é feita, inclusive, pela legis­ sificação  de  um  documento  público,  por  ser  ato 
lação brasileira. exclusivo  do  Poder  Executivo,  não  poderia  ter 
A  nossa  Constituição  Federal,  inspirada  e  seus  critérios  analisados  pelos  outros  Poderes, 
conduzida por ideais democráticos, declara a im­ especialmente  o  Judiciário,  sob  pena  de  se  vio­
portância  da  publicidade  em  várias  situações,  lar a necessária independência (art. 2º, CF).
merecendo destaque três delas:  O  que  se  critica  é  que  essa  classificação 
a)  ao  estabelecer  a  obrigação  da Adminis­ decorreria  de  critérios  puramente  subjetivos  e 
tração Pública de observar o princípio da publici­ discricionários do Administrador, razão pela qual 
dade  ("publicidade  administrativa"  ­  art.  37,  a  proteção  conferida  pela  lei  poderia  ser  utiliza­
caput, CF); da para ocultar condutas ilegais governamentais.
b) ao garantir a publicidade dos atos proces­
suais, permitindo a sua restrição em casos de de­
fesa  da  intimidade  privada  ou  do  interesse 
social  ("publicidade  processual"  ­  art.  5º,  LX, 
CF);       Será que Julian 
c) ao conceder o direito de obtenção de cer­ Assange é um terrorista 
tidões,  para  conhecimento  e  esclarecimento  de 
situações  pessoais  do  solicitante  ("direito  de  in­ quando divulga documen­
formação" ­ art. 5º, XXXIV, b, CF). 
Esse  direito  à  informação  foi  regulamenta­
tos que comprovam 
do  por  duas  leis  ordinárias  (Leis  8.159/91  e  atividades ilícitas de 
11.111/2005), definindo como regra geral o direi­
to  de  acesso  pleno  aos  documentos  públicos  governos? Ou será que 
(art. 22, Lei 8.159/91).
Todavia, se a divulgação desse documento 
ele é um herói quando 
colocar  em  risco  "a  segurança  da  sociedade  e 
do  Estado,  bem  como  aqueles  necessários  ao 
disponibiliza mapas com 
resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vi­ áreas de segurança 
da  privada,  da  honra  e  da  imagem  das  pesso­
as",  poderá,  então,  ser  essa  informação  sensíveis a ataques 
classificada  como  sigilosa,  com  uma  restrição 
de acesso de 30 a 100 anos, dependendo dos in­ criminosos?
teresses  envolvidos  (art.  23,  §§1º,  2º,  3º,  Lei  Walter Capanema
8.159/91).

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |49
FÓRUM ∙ O WIKILEAKS E O DIREITO À INFORMAÇÃO NA ERA DA INTERNET

Um  Prefeito,  por  exemplo,  poderia  contra­ ta  que  exporia  perigo  "a  integridade  territorial  e 
tar  sem  concurso  público,  em  violação  ao  art.  a  soberania  nacional"  (art.  1º,  I).  Ressalta­se 
37, II, CF, e classificar como "sigilosos" os docu­ que há entendimento no sentido de que essa lei 
mentos funcionais desses servidores de fato, difi­ seria  inconstitucional,  por  prever,  de  forma  am­
cultando a fiscalização e a investigação. pla, as condutas que tipificariam o delito;
Excepcionalmente,  o  art.  24,  caput,  da  Lei  c) condenação por improbidade administra­
8.159/91, permite ao particular, através de proce­ tiva:  dependendo  do  status  do  agente,  poderá 
dimento  judicial,  tomar  conhecimento  de  docu­ ele ser condenado pela prática de ato que aten­
mentos públicos, mas desde que necessários cà  te contra os princípios da Administração Pública 
defesa de direito próprio ou esclarecimento de si­ (art. 11, da Lei 8.429/92).
tuação pessoald. Busca­se aqui a resguardar inte­
resse individual apenas.
Conclusão
E se um grupo de hackers brasileiros deci­
dir  pela  divulgação  dessas  informações  sigilo­ Muito  embora  a  Constituição  Federal  ga­
sas,  haveria  alguma  ilegalidade,  mesmo  que  a  ranta  a  publicidade  dos  atos  governamentais,  é 
sua  sincera  intenção  fosse  de  dar  transparência  preciso que essa divulgação não prejudique a in­
aos atos governamentais? timidade do particular e, ainda, não afete a cole­
tividade como um todo.
3. A divulgação de documentos sigilo­ Logo, por mais que seja benéfica a divulga­
sos sem autorização ção  de  documentos  públicos,  se  essa  publicida­
de  trouxer  prejuízos  materiais  e  morais  ao 
Se  tivéssemos  um  Wikileaks  brasileiro,  o  particular  e  à  sociedade,  deverá  ser  mantido  o 
nosso Julian Assange verde­amarelo teria vários  necessário sigilo.
problemas com a lei.
O art. 6º da Lei 8.159/91 determina que "fi­ Referências:
ca resguardado o direito de indenização pelo da­
[1] "We explore... and you call us criminals.  We seek after 
no  material  ou  moral  decorrente  da  violação  do  knowledge... and you call us criminals.  We exist without skin 
sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e admi­ color, without nationality, without religious bias... and you call us 
nistrativa". criminals. You build atomic bombs, you wage wars, you murder, 
cheat, and lie to us and try to make us believe it's for our own 
Com isso, seriam possíveis as seguintes re­ good, yet we're the criminals. Yes, I am a criminal.  My crime is 
percussões jurídicas: that of curiosity.  My crime is that of judging people by what they 
say and think, not what they look like. My crime is that of 
a)  ação  de  indenização/compensação  por  outsmarting you, something that you will never forgive me for". 
The Hackers Manifesto. Disponível em 
danos morais, por expor a privacidade de indiví­ <http://www.phrack.org/issues.html?issue=7&id=3&mode=txt>. 
duos.  Se  a  violação  da  privacidade  atingir  um  Acesso em: 20­dez­2010.
grupo,  poder­se­ia  falar  em  dano  moral  coletivo, 
a ser amparado por ação civil pública;
b) condenação criminal: dependendo do ca­
WALTER CAPANEMA é professor da 
so, poderá configurar hipótese de crime contra a  Escola da Magistratura do Estado do Rio de 
segurança nacional, previsto na Lei 7.710/83, co­ Janeiro [  EMERJ (Brasil). Formado pela 
Universidade Santa Úrsula ­ USU. Advogado 
mo,  por  exemplo,  na  divulgação  de  documentos  no Estado do Rio de Janeiro. Email: 
que mostrem os pontos sensíveis de invasão do  waltercapanema@globo.com e site: 
www.waltercapanema.com.br
território nacional. Seria, na hipótese, uma condu­

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |50
DESKTOP ∙ QUAIS AS VANTAGENS DE SE USAR UMA DISTRIBUIÇÃO GNU/LINUX

http://img18.imageshack.us/img18/1056/linuxflavours.png
Quais as vantagens de 
se usar uma distribuição 
GNU/Linux
Por Marcelo Menezes

Esse  artigo  mostra  de  forma  simples  as 


vantagens de usar o GNU/Linux.
As  vantagens  mais  conhecidas  são:  ser 
grátis  e  de  código­fonte  aberto.  Além  dessas, 
enumero  outras  que  nem  todos  conhecem  e 
que  podem  pesar  bastante  na  hora  de  escolher 
sua plataforma. 
Live­CD/Live­Pendrive.  Um  dos  diferenci­
ais mais marcantes do GNU/Linux é o uso do Li­
ve. Com o Live­CD ou o Live­Pendrive, você dá 
"vida própria" à sua máquina. Não é preciso ins­
talar  o  sistema  operacional  para  que  ela  funcio­
ne.  Dessa  forma,  você  poderá  baixar  e  testar 
várias distribuições até que encontre aquela que 
melhor se adapte ao seu perfil.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |51
DESKTOP ∙ QUAIS AS VANTAGENS DE SE USAR UMA DISTRIBUIÇÃO GNU/LINUX

Não  fique  parado  aguardando  a  instala­ apresentados, adaptando­se rapidamente. A ins­


ção.  Tendo  provado  e  aprovado  a  distribuição,  talação  de  softwares  fica  bastante  facilitada, 
você certamente vai querer usufruir dos benefíci­ pois o reconhecimento dos drivers é quase sem­
os  oferecidos.  E  resolvendo  instalar  o  sistema  pre automático.  
operacional  em  seu  computador,  perceberá  que  Uso  democrático.  Máquinas  mais  antigas 
diferentemente  dos  outros,  é  possível  iniciar  a  não  são  consideradas  obsoletas.  O  desenvolvi­
instalação  e,  simultaneamente,  continuar  a  utili­ mento de novos aplicativos que atendam as restri­
zar  sua  máquina  sem  necessidade  de  parar  su­ ções  de  equipamentos,  que  não  sejam  de  última 
as atividades.   geração, aumentam a vida útil do computador.    
Facilidade  de  uso. A  interface  é  amigável  Possibilidade  de  escolher  a  interface  grá­
e tanto os usuários novos quanto os que já utili­ fica. No mundo do GNU/Linux existem vários am­
zam outros sistemas operacionais não tem dificul­ bientes gráficos. Cada um tem um propósito, e os 
dades  em  reconhecer  ícones  e  menus  mais conhecidos são o KDE, Gnome e XFCE. 

KDE GNOME XFCE OUTRAS

Essa interface  Essa interface  Essa interface  Quer conhecer 


gráfica visa a  gráfica visa a  gráfica visa a  outras interfaces 
elegância e  simplicidade,  utilização do Linux  gráficas? Basta 
usabilidade. Para  rapidez e facilidade  em computadores  navegar na internet 
quem procura um  de uso. Está longe  mais antigos e com  para poder 
ambiente gráfico  de ser uma  pouco hardware.  descobrir e 
nesse padrão, é  interface  Assim como o  conhecer melhor 
uma boa escolha.  desagradável à  Gnome, ela é  cada uma delas. 
O único porém que  vista. Por ser  simples e rápida. Vale a pena essa 
vejo no KDE é que  padrão é mais  pesquisa! O que 
ele pode deixar seu  simples, mas nada  não falta é opção.
computador um  impede de deixá­la 
pouco mais lento,  mais atraente. Se 
dependendo da  você é como eu, 
configuração do   prefere uma 
seu hardware. interface leve, 
limpa e rápida, a 
melhor escolha é o 
Gnome.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |52
DESKTOP ∙ QUAIS AS VANTAGENS DE SE USAR UMA DISTRIBUIÇÃO GNU/LINUX

Repositórios.  São  locais  onde  encontra­ tem  um  firewall,  mas  você  pode  instalar  outras 
mos uma lista de programas desenvolvidos para  ferramentas de segurança e, claro, antivírus tam­
GNU/Linux.    Esses  programas  estão  garantidos  bém. Porque não?
pelos responsáveis pela distribuição, ou seja, se  Seja  pelo  visual,  pela  facilidade  de  uso  ou 
ele  está  na  lista,  quer  dizer  que  o  programa  é  possibilidade  de  aplicação  em  CPU's  mais  anti­
confiável para  instalação. Existem softwares ge­ gas, o GNU/Linux com certeza vai te agradar.  
renciadores,  específicos  para  facilitar  a  instala­
ção,  como  por  exemplo  a  Central  de  programas  Você pode começar a testar algumas distri­
do  Ubuntu,  Synaptic  ou  o  MCC  (Mandriva  Con­ buições  GNU/Linux  como  o  Ubuntu  [1],  Mandri­
trol  Center  ­  Central  de  Controle  do  Mandriva).  va  [2]  ou  ainda  acessar  esse  site  [3]  para 
Assim, basta selecionar o programa em uma lis­ descobrir qual distribuição se encaixa a seu per­
ta e marcar para que o mesmo seja instalado. fil.
Vírus,  trojans,  malwares  e  outras  pra­ Referências:
gas.  Antes  que  alguém  pergunte  se  existe  al­
gum  desses  males  para  GNU/Linux,  a  resposta  [1] http://www.ubuntulinux.org
é SIM, porém, é mais difícil ser infectado devido  [2] http://www2.mandriva.com/pt/
à sua configuração de segurança e acesso.
[3] http://www.zegeniestudios.net/ldc/index.php?select_lang=true
Segurança.  O  GNU/Linux,  por  natureza,  é 
um Sistema Operacional seguro, mas não pode­
mos esquecer que ainda não inventaram um Sis­ MARCELO MENEZES E SILVA 
tema  anti­usuário,  ou  seja,  aquele  que  prevê  e  [menezes.web@gmail.com] é formado pela 
Estácio de Sá e desenvolvedor web PHP 
impede  todas  as  possíveis  besteiras  que  nós  pleno, atuando a 10 anos no mercado e 
usuários  possamos  fazer  quando  estamos  num  usuário de GNU/Linux a 2 anos.
dia de azar ou no mundo da lua. Então, onde es­
tá  a  segurança?  No  Linux,  o  próprio  Kernel  já 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |53
CARREIRA ∙ A IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO

A importância da Certificação

Ante Vekic ­ sxc.hu
Por Camilo Lopes

Pretendo  neste  artigo  agregar  valor  a  um  profissional 


apresentar a importância da cer­ independente  se  este  possui 
tificação  na  carreira  profissio­ ou não experiência.
nal,    assunto  este  bastante 
discutido  nas  comunidades  de 
diversas áreas (desenvolvimen­ Introdução
to de software, segurança, infra­ Há  muitas  certificações 
estrutura  etc).  Há  profissionais  em  cada  área  de  TI  e  muitos 
que  acreditam  que  a  certifica­ profissionais  ficam  na  dúvida 
ção não agrega muito valor pa­ se, de fato, eles devem investir 
ra  o  profissional  e  o  que  tempo e dinheiro nessas certifi­
realmente  tem  mais  "peso"  é  a  cações. Afinal  de  contas,  o  ser 
experiência.  Porém,  há  outros  humano  é  movido  pelo  interes­
que  pensam  o  contrário.  Não  se,  seja  ele  capital  ou  de  reali­
há  nada  que  diga  quem  está  zação  profissional.  Há 
certo nessa discussão. Meu ob­ profissionais que tiram uma de­
jetivo  é  mostrar  neste  artigo  o  terminada  certificação  porque 
quanto  uma  certificação  pode  a empresa a qual este trabalha 

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |54
CARREIRA ∙ A IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO

oferece  uma  bonificação,  po­ nível  de  importância  em  sua 


rém,  há  outros  que  pretendem  carreira e área de atuação.
ser certificados para ter o senti­
Seus objetivos & certifi­
Primeiramente  vamos  ver  cação
mento  de  realização  profissio­ a  opinião  de  Roberto  Serson  Costumo  dizer  que  ter 
nal  em  determinada  (Instrutor  oficial  Java  Sun),  au­ uma  certificação  depende  do 
tecnologia.  Para  este,  não  é  tor  do  livro  Certificação  Java  5  seu objetivo de carreira e onde 
um  exame  qualquer.  Mas  e  em  sobre  certificação.  Observe  o  pretende  chegar.  Há  jobs  em 
nível  de  mercado,  até  onde  ter  que ele diz: que  ter  determinadas  certifica­
certificação  é  importante?  É  is­
"A  certificação  tem  diver­ ções é requisito e que só com­
so que vamos descobrir do arti­
sas importâncias para um profis­ provar  experiência  não  é  o 
go.
sional como: suficiente.  Porém,  temos  o  in­
verso  disso.    Mas  tudo  se  ba­
­  melhor  posicionamento  seia  nos  seus  objetivos.  Eu  já 
A Certificação no mercado;
Todo  profissional  já  pode  passei  por  isso  quando  iniciei 
ter  tido  o  gosto  de  fazer  algu­ ­  testar  o  quanto  você  co­ meus  estudos  com  Java  em 
ma  das  perguntas  abaixo  para  nhece a tecnologia; 2007:  busquei  uma  forma  de 
si mesmo:  aprender  os  conceitos  da  tec­
­  as  empresas  procuram 
nologia  e  Orientação  a  Objetos 
Será  que  ela  é  importan­ profissionais certificados."
de  forma  organizada.  É  co­
te? E para quem? Para  Roberto  Serson,  "a  mum  um  iniciante  em  Java  se 
Sou  certificado,  mas  não  certificação é um selo de quali­ sentir  perdido  e  desconfortável 
tenho  experiência...  quais  mi­ dade,  um  atestado  de  compe­ nos  primeiros  passos  com  a 
nhas  chances  de  conseguir  um  tência  e  um  diferencial  tecnologia, pois Java é bem di­
emprego? absolutamente  indispensável  ferente  de  outras  linguagens 
atualmente.  Em  alguns  casos,  de  programação,  principalmen­
Veremos  os  dois  lados  da  são mais importante que um di­
te  no  nível  beginner.  A  sensa­
moeda:  experiência  x  certifica­ ploma universitário".
ção  que  o  iniciante  tem  é  de 
ção. Feito isso, vocês tiram su­
Você  ainda  tem  dúvida  se  regressão,  uma  vez  que  o  pri­
as  conclusões  e  definem  o 
é valido ou não ser certificado? meiro  contato  é  normalmente 
via prompt de comando e nada 
de  uma  telinha  bonita  para  im­
pactar  o  colega  ao  lado.  Daí 
descobri  uma  forma  organiza­
       Há profissionais que  da  de  aprender  Java  e  OO, 
pois  como  iniciante  tive  dificul­
acreditam que a certificação não  dades em unir um e o outro de 
agrega muito valor para o profissio­ forma  prática.  E  quando  vi  o 
conteúdo  para  a  certificação 
nal e o que realmente tem mais  disse:  cencontrei  a  forma  exata 
de  aprender  algo  sem  desviar 
"peso" é a experiência. o  focod. Além  do  que,  o  objeti­
vo  indireto  que  podemos  tirar 
de  uma  certificação  SCJP  é 
Camilo Lopes
que vamos saber o porquê das 
coisas.  O  porquê  de  usar  um 

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CARREIRA ∙ A IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO

tratamento de exceção ou quan­ vo não está de acordo com a re­ les  profissionais  já  pode  ter 


do  precisamos  de  fato  ter  as  alidade  atual  do  profissional.  passado  na  vida  profissional  e 
nossas  próprias  exceções,  Algo do tipo: por que um progra­ se  tem  algo  que  possa  contri­
quando usar a classe String ou  mador  JR  pensaria  tirar  uma  buir  para  a  vaga  que  este  pre­
StringBuilder, dentre outros con­ certificação PMI? Meio sem sen­ tende exercer na empresa. Isto 
ceitos. Então nesse caso a certi­ tindo,  não?  Certificações  PMI  é  válido  tanto  na  hora  que  um 
ficação  foi  fundamental  para  exigem  experiência  comprova­ gerente,  diretor  ou  presidente 
aprender  o  beabá  da  tecnolo­ da com carga horária que varia  da  empresa  decide  promover 
gia e, por consequência do des­ de  acordo  com  a  certificação.  um  funcionário  ou  na  hora  fa­
tino,  esta  certificação  poderia  Seus  objetivos  de  carreira  vão  zer uma admissão. 
contribuir  para  conseguir  o  dizer se você deve ou não tirar  A  questão  é  que  temos 
meu  primeiro  emprego.  Não  a  certificação  XYZ,  então  te­ hoje  no  mercado  certificações 
que ela fosse um passaporte di­ nha  objetivos  e  analise  o  que  que  exigem  do  candidato  ho­
reto  para  a  vaga,  mas  poderia  pode  lhe  diferenciar  diante  dos  ras  de  experiência  comprova­
dar  a  chance  de  ficar  um  pas­ demais  candidatos  em  um  pro­ das  na  área.  Tomemos  as 
so a frente dos outros candida­ cesso seletivo. E faça. A experi­ certificações  do  PMI  como  ex­
tos.  E  por  não  ter  experiência,  ência  é  algo  padrão,  que  não  emplo.  Muitas delas pedem di­
o  único  fator  que  pode  fazer  deve ser visto como diferencial. ferentes  cargas  horárias  de 
um  headhunter  escolher  o  pro­ experiência  comprovada  antes 
fissional  X  e  não  Y,  é  quando  mesmo  do  candidato  poder  fa­
ele descobre o quanto o profis­ A Experiência 
sional  X  sabe.  Em  uma  situa­ Não  podemos  dizer  que  zer  o  exame.  Então  podemos 
ção  como  essa,  uma  ser certificado é mais importan­ ver que a experiência é de fato 
certificação  como  SCJP  é  uma  te  que  a  experiência  vivida  por  importante.  Mas  você  pode  fa­
ferramenta  fundamental  para  o  um  profissional.  Esta,  de  fato,  zer  a  seguinte  pergunta:    "Ser 
candidato,  pois  ela  pode  lhe  é  o  que  as  empresas  e  he­ ou não ser certificado?".
dar  a  oportunidade  de  conhe­ adhunters ficam de olho na ho­ A  minha  resposta  seria 
cer  melhor  a  empresa  na  qual  ra  de  contratar.  Eles  querem  Sim. Ser certificado é importan­
pretende  trabalhar  e  dá  à  em­ saber  por  quais  desafios  aque­ te  tanto  do  ponto  de  vista  do 
presa  a  chance  de  conhecer 
melhor o futuro funcionário.
O objetivo na história ante­
rior  era  aprender  Java  de  for­ Não podemos dizer que ser 
ma  organizada    seguindo  a 
recomendação  do  fabricante  e,  certificado é mais importante que a 
por  consequência,  buscar  uma 
oportunidade  para  iniciantes 
experiência vivida por um profissio­
com Java. nal. Esta, de fato, é o que as 
Então,  tirar  uma  certifica­
ção  vai  depender  de  onde  vo­ empresas e headhunters ficam de 
cê  que  chegar.  Não  vai 
adiantar  muito  se  o  profissional 
olho na hora de contratar.
tem  vontade  de  ser  um  geren­ Camilo Lopes
te  de  projetos  e  quer  tirar  uma 
certificação PMI, se este objeti­

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CARREIRA ∙ A IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO

conhecimento adquirido no pro­ ou  conceitos  fundamentais  da  vou  querer  testar  o  quanto  co­
cesso  de  estudo  quanto  da  tecnologia.  Há  profissionais  nheço  teoricamente  sobre 
sua  experiência  adquirida.  Ou  que  criam  suas  próprias  meto­ Componentes  Web  (SCWCD), 
seja,  é  a  união  da  prática  com  dologias de como usar a tecno­ futuramente  tentar  a  SCEA  e 
a teoria (isso quando a certifica­ logia.  Aí  vem  a  pergunta:  Será  assim por diante. Mas há aque­
ção  não  tiver  uma  parte  práti­ que dá para passar no exame ti­ las pessoas que fazem a certifi­
ca).  Um  profissional  com  po SCJP se não souber os fun­ cação  achando  que  após  sair 
experiência    e  certificado,  tem  damentos  Java,  as  regras  de  da  sala  do  exame  e  ir  na  pri­
conhecimento  teórico  e  prático  Orientação  à  Objetos?  Normal­ meira  empresa  de  TI,  vai  sair 
que  foi  testado  pelo  fabricante.  mente não. As certificações se­ de lá empregado e com  venci­
Algumas empresas oferecem al­ guem  o  que  é  recomendado  mentos  "gordos"  no  quinto  dia 
guns  benefícios  ao  profissional  nas documentações pela comu­ útil do mês. Será?
que  é  certificado.  Um  deles  é  nidade que apoia e contribui pa­ Ser  certificado  não  garan­
uma  remuneração  diferencia­ ra  o  desenvolvimento  da  te  uma  vaga  no  processo  de 
da, além de ser bem visto den­ tecnologia.  Ela  não  segue  nem  seleção,  mas  há  um  diferencial 
tro  da  companhia  e  no  o  ego  dos  próprios  fundadores  perante  alguns  concorrentes. 
mercado  como  todo  (não  olhe  e sim o que foi definido em um  Você  pode  ser  convocado  para 
apenas  para  o  mercado  local,  conselho sobre o que é melhor  uma  segunda  etapa  somente 
passe a ver de forma global). para todos.  por  sua  merecida  certificação. 
O  exame  (a  certificação)  A certificação é apenas um up­
não  é  apenas  um  teste  qual­ Experiência + Certifica­ date  em  sua  carreira.  É  um 
quer. Existem metodologias, es­ ção  cperfumed  que  usamos  como 
tudos,  objetivos,  para  É  um  tema  de  bastante  programador,  desenvolvedor, 
conseguir tão alto nível de efici­ discutido  em  vários  fóruns,  co­ arquiteto  etc.  Se  você  já  pos­
ência  e  aprendizado. Além  dis­ munidades, corredores das uni­ sui experiência e tira uma certi­
so,  é  necessário  que  o  versidades  etc.  Pelo  menos  ficação,  verá  que  muita  coisa 
candidato  se  dedique  ao  exa­ acho que a certificação e experi­ que  implementava  as  vezes 
me,  independente  do  tempo  de  ência ou experiência e certifica­ sem  saber  o  porque,  passou  a 
experiência.  Vai  ser  necessário  ção  andam  juntas  e  devem  ser  fazer  sentindo,  além  de  refinar 
se  debruçar  algumas  horas  somadas  e  não  vistas  como  ri­ o  quanto  você  aprendeu  por 
nos  livros,  simulados  etc.  O  vais.  A  certificação  é  um  meio  outros  meios,  com  certeza  vo­
que  não  pode  acontecer  é  su­ de  o  profissional  testar  seu  co­ cê irá aprender algo novo.
bestimar  o  exame,  apenas  pe­ nhecimento  com  determinada 
lo  fato  de  ter  5,10  ou  20  anos 
tecnologia  ou  um  meio  de 
de experiência. Como obter experiência 
aprender  de  forma  disciplinada  se não trabalho na área?
Um exemplo que posso ci­ uma  determinada  tecnologia  Isso  é  bem  pessoal.  Bas­
tar    é  que  em  empresas  anti­ (por  exemplo,  Java).  Existem  ta  usar  a  criatividade,  saber 
gas  como  a  Sun  (agora  muitas  visões  sobre  a  certifica­ usar  a  internet  e  ficar  de  olho 
Oracle),  a  experiência  não  diz  ção,  porém  isso  vai  depender  no  mercado  e  oportunidades 
muita  coisa  nesse  aspecto  de  mais de sua necessidade. pois  a  todo  momento  você  re­
ser certificado. Vá que você te­ No meu caso, tirei a certifi­ cebe um "sinal" sobre o que fa­
nha  10  anos  de  experiência  cação para poder testar o quan­ zer  na  sua  carreira.  Basta  ter 
com  Java,  porém  na  prática  o  to  conhecia  da  técnica  Java  um  olhar  mais  crítico  sobre  o 
profissional pouco usa ou se im­ referente  aos  objetivos  cobra­ que acontece ao seu redor. 
porta  com  as  recomendações  dos  com  a  SCJP.  E  em  breve 

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CARREIRA ∙ A IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO

Se  você  quer  ser  um  de­ ­ Buscar fazer as certifica­ forma organizada e com uma li­


senvolvedor, você pode: ções  que  exijam  o  desenvolvi­ nha  especifica  de  estudo.  Isso 
­  participar  de  projeto  mento  de  um  projeto  prático.  vem  ajudar  os  profissionais 
open­source  na  área  (em  Java  Além de ter ser certificado, terá  que  estão  dando  o  primeiro 
tem  vários),  ou  dar  inicio  a  um  adquirido uma boa experiência. passo,  porém  sem  saber  para 
projeto open­source; onde  ir  inicialmente. A  certifica­
ção  e  a  experiência  não  con­
­  fazer  trabalhos  na  facul­ Considerações Finais  correm  entre  si.  Na  verdade, 
dade  que  possam  contar  como  (Obrigatório) elas se completam.
experiência  tipo:  minicurso  de  E  assim  concluímos  nos­
Java  (JSE,  JEE,  JME),  siste­ so  artigo,  apresentando  os 
mas para um setor da sua facul­ dois  lados  entre  certificação  e 
dade,  um  sistema  para  um  a  experiência,  onde  deixamos  Referências:
amigo, vizinho, etc; claro  a  importância  de  cada 
1. Certificação Sun para 
­  tentar  um  estágio  na  uma dentro de sua carreira. Po­ Programador Java 6 Guia de 
área,  mesmo  que  não  ganhe  o  rém,  o  fator  decisivo  é  saber  Estudo ­ Sierra Kathy
salário  que  você  queria  no  iní­ aonde o profissional deseja che­
2. Certificação Java 6 ­ Roberto 
cio,  mas  que  esteja  adquirindo  gar. A partir daí verificar o quan­ Rubinstein Serson
experiência,  quem  sabe  um  to  ser  certificado  é  importante 
dia  a  ­  própria  empresa  não  dentro  da  carreira.  A  certifica­
lhe contrata. ;) ção  pode  ser  um  meio  para 
aprender sobre a tecnologia de 

      O exame (certificação) 
não é apenas um teste qualquer. 
Existem metodologias, estudos, 
objetivos, para conseguir tão alto 
nível de eficiência e aprendizado. 
Além disso, é necessário que o 
candidato se dedique ao exame, 
independente do tempo de  CAMILO LOPES tra­

experiência. balha com TI desde 
2003. Possui SCJP 5. 
Autor do livro cGuia 
do Exame SCJPd. 
Camilo Lopes Gosta de escrever ar­ t
igos e livros técnicos. 
www.camilolopes. 
com.br.

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SYSADMIN ∙ VIRTUALIZANDO LINUX E WINDOWS UTILIZANDO VIRTUALBOX

Virtualizando Linux 
e Windows 
utilizando
DIVULGAÇÃO

Por Bruno Caetano, Heronildo Santos e Jônatas Murça

A virtualização é um méto­ BAUM;  WOODHULL,  2000), 


do  que  possibilita  a  execução  procurando  tornar  a  utilização 
de  vários  sistemas  operacio­ do  computador  mais  conveni­
nais em um único equipamento  ente e eficaz.
físico.  Este  artigo  apresenta  Inúmeras  ferramentas  e 
um  estudo  sobre  a  virtualiza­ métodos vêm surgindo para fa­
ção através da ferramenta Virtu­ cilitar o uso dos computadores, 
alBox,  com  o  objetivo  de  melhorarem  o  desempenho 
analisar  a  utilização  desse  mé­ dos  SOs  e  promover  a  intera­
todo  nos  sistemas  operacio­ ção entre o computador e o ser 
nais  Windows  Serven  e  humano.  Um  desses  métodos 
Ubuntu  10.04,  apontando  al­ é  a  virtualização  dos  SOs,  que 
guns  benefícios  proporciona­ serve  para  criar  uma  máquina 
dos pela virtualização. virtual que simula um computa­
dor  físico,  através  de  um 
1. INTRODUÇÃO software,  permitindo  executar 
vários  SOs  em  apenas  um 
Os  sistemas  operacionais  computador.  No  qual,  a  princí­
(SOs)  foram  desenvolvidos  pio,  ao  executar  um  aplicativo 
com  dois  objetivos  principais:  incompatível com o SO já insta­
para  ser  uma  interface  entre  o  lado,  a  virtualização  possibilita 
hardware  e  as  aplicações,  e  a  instalação  de  outro  SO  para 
ser  um  gerenciador  eficiente  a  execução  do  aplicativo  usan­
de  todos  os  recursos  (TANEN­ do  uma  máquina  virtual,  tendo 

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SYSADMIN ∙ VIRTUALIZANDO LINUX E WINDOWS UTILIZANDO VIRTUALBOX

assim mais de um SO executan­ O  VirtualBox  está  disponível  posto,  analisando  os 


do na mesma máquina física. em: www.virtualbox.org.  aplicativos  JAVA,  NERO,  K3B, 
Atualmente  no  mercado,  O  equipamento  utilizado  GIMP 2.0 e GIMP 2.6.6. O mé­
já existem softwares para possi­ para  a  realização  prática  dos  todo  de  escolha  dos  aplicati­
bilitar  a  virtualização  de  siste­ exercícios  foi  um  computador  vos  foi  baseado  na 
mas  operacionais.  Um  desses  pessoal  com  SO  Windows  Se­ compatibilidade  de  instalação 
programas,  muito  utilizado,  é  o  ven e com as seguintes configu­ e  utilização  dos  softwares,  de 
VirtualBox,  que  é  um  software  rações de hardware: acordo  com  os  SOs  que  foram 
de  virtualização  produzido  pela  utilizados.  Sendo  o  aplicativo 
­ Processador Celeron 450  (JAVA)  compatível  para  ambos 
empresa  Sun  Microsystems  F320WL, com freqüência de 
Oracle,  na  qual  tem  parte  de  os  sistemas,  dois  com  os  mes­
2.20 GHz; mos  objetivos,  porém  um  para 
seu  código  fonte  aberto,  dispo­ ­ Memória 1 GB;
nível em várias versões  e gra­ o Windows (NERO) e outro pa­
­ HD 80 GB SATA; ra o Linux (K3B) e um com du­
tuitamente  para  vários  tipos  de  ­ DVD­RW, Gravador e leitor 
SOs.  Orientada  pelo  servidor,  as  versões,  o  GIMP  2.0  para  o 
de DVD e CD; Linux  e  a  versão  2.6.6  para 
desktop  e  uso  embutido,  é  ­ Leitor de cartão de memória;
umas  das  principais  soluções  Windows.
­ Tela de LCD, 14 polegadas Wi­
de  virtualização  de  qualidade  descreen.
profissional. 3. VIRTUALIZAÇÃO
O  presente  trabalho  tem  Para  a  criação  da  máqui­ Virtualização  é  definida 
como  objetivo  refletir  sobre  a  na virtual no VirtualBox, foi utili­ como a possibilidade de execu­
utilização  de  virtualização  em  zado o SO Linux com a versão  ção  de  vários  SOs  em  um  úni­
SOs, apontando possíveis situa­ Ubuntu  10.04. A  máquina  virtu­ co  equipamento  físico,  na  qual 
ções  práticas  em  que  essa  al  foi  nomeada  de  acordo  com  muitas  vezes  é  confundida 
abordagem traria benefícios. a  versão  do  SO  utilizado,  sen­ com  emulação.  Emulação  é  a 
do  um  nome  fictício,  alocando  recriação  de  um  ambiente  de 
2. METODOLOGIA  para  a  mesma  384  megabytes  trabalho  sem  qualquer  relação 
de  memória  principal,  10  gi­ necessário com o ambiente an­
Para  o  desenvolvimento  gabytes  para  o  disco  rígido  e  fitrião e sem auxílio de hardwa­
dos  exercícios  deste  trabalho,  64  megabytes  para  a  memória  re,  enquanto  a  virtualização 
foi  feita  uma  pesquisa  do  tipo  de vídeo. A ordem de boot 1 foi  permite  criar  diversas  máqui­
descritivo­analítica, com o obje­ estabelecida  primeiramente,  nas  virtuais,  utilizando  recur­
tivo  de  descrever  e  analisar  o  sendo  CD/DVD­ROM  e  depois  sos  de  rede  e  de  hardware 
uso  da  virtualização  nos  SOs  o  disco  rígido.  Porém,  após  a  (DESIGN  TECNOLÓGICO, 
Windows  e  Linux,  com  as  ver­ instalação  do  SO,  o  disco  rígi­ 2008).
sões  Seven  e  Ubuntu  10.04,  do  passa  a  ser  a  primeira  for­
respectivamente.  Para  tal,  foi  A  virtualização  cria  ilu­
ma  de  inicialização.  Após  a 
sões  dos  recursos  físicos  para 
utilizada a ferramenta de virtua­ criação  e  configuração  da  má­
lização VirtualBox. ser  usados  pela  máquina  virtu­
quina virtual, na primeira iniciali­
al,  oferecendo  uma  camada  de 
O  método  de  escolha  do  zação do sistema é instalado o 
isolamento  dos  recursos  de 
software  para  virtualização  foi  novo SO normalmente.uma  máquina,  provendo  um 
baseado  nos  principais  produ­ Para  obter  os  objetivos  hardware  virtual  para  cada  sis­
tos disponíveis no mercado pa­ da pesquisa, foi feita uma análi­ tema,  criando  uma  alternativa 
ra  a  solução  de  virtualização.  se da utilização do método pro­ para  migração  de  sistemas 

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SYSADMIN ∙ VIRTUALIZANDO LINUX E WINDOWS UTILIZANDO VIRTUALBOX

ports  a  large  number  of  guest 


operating  systems  including 
but  not  limited  to  Windows  (NT 
4.0, 2000, XP, Server 2003, Vis­
ta,  Windows  7),  DOS/Windows 
3.x, Linux (2.4 and 2.6), Solaris 
and  OpenSolaris,  and 
OpenBSD.
Algumas  das  característi­
cas do VirtualBox são:
­ Roda em Windows, Linux, 
Macintosh e OpenSolaris;
­ Tem suporte a Remote Desk­
top Protocol (RDP); 
­ Suporta vários Sistemas Ope­
racionais;
­ Controle sobre as portas 
USBs pela máquina virtual;
Figura 1: Exemplo de máquina com Ubuntu e rodando diversos outros sistemas operacionais  ­ Virtualiza sem modificar os 
virtualizados Sistemas Operacionais;
to. Além disso, é o único softwa­ ­ Armazenadas em XML, facili­
(DUARTE, 2008).
re  de  virtualização  disponível  tando a portabilidade;
É muito comum que aplica­ em  várias  versões  e  gratuita­ ­ Compartilhamento de diretóri­
tivos  e  sistemas  desenvolvidos  mente  para  vários  tipos  de  os entre as máquinas virtuais;
para  um  determinado  SO  não  SOs (MORIMOTO, 2008). ­ Testes e recuperação de de­
funcione  em  outro  (SMITH; 
Segundo  o  site  oficial  do  sastres.
NAIR,  2005).  Porém,  a  virtuali­
VirtualBox,  o  mesmo  pode  ser 
zação é uma forma de suprir es­ 4. O SISTEMA OPERACI­
utilizado  tanto  por  empresas, 
ta  limitação  de  ONAL WINDOWS
quanto  para  uso  doméstico, 
compatibilidade, pois esta técni­
pois ele possui inúmeros recur­ A  palavra  Windows  em 
ca possibilita a instalação de ou­
sos e é um programa de alto de­ português  significa  janelas.  A 
tro  SO  compatível  para  a 
sempenho  para  clientes  sua  primeira  versão  foi  o  MS 
execução do aplicativo ou siste­
corporativos. Ele permite virtua­ Windows, lançado em 1985 pe­
ma,  em  uma  mesma  platafor­
lizar  SOs  de  32  e  64  bits,  em  la  Microsoft,  com  o  objetivo  de 
ma  física  ao  mesmo  tempo, 
máquinas  com  processadores  ser  utilizado  como  uma  interfa­
dividindo  os  recursos  de 
Intel  e  Advanced  Micro  Devi­ ce  gráfica  para  o  MS­DOS 
hardware (FERREIRA, 2008).
ces 3 (AMD). O VirtualBox pos­ (Disk  Operating  System)  4  ,  no 
sibilita  a  criação  de  ambientes  intuito  de  ser  criado  um  siste­
3.1 VIRTUALBOX para sistemas distintos, com is­ ma  multitarefa,  porém  manteve 
so permite a instalação e utiliza­ o MS­DOS como SO (MACHA­
O VirtualBox começou co­ ção de um SO dentro de outro.
mo  um  projeto  da  Innotek  2,  DO; MAIA, 2007).
que posteriormente foi  incorpo­ Presently,  VirtualBox  runs  Segundo  Machado;  Maia 
rada  pela  Oracle,    na  qual  tem  on  Windows,  Linux,  Macintosh  (2007),  as  versões  seguintes, 
parte de seu código fonte aber­ and OpenSolaris hosts and sup­ como o Windows 3.0, Windows 

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SYSADMIN ∙ VIRTUALIZANDO LINUX E WINDOWS UTILIZANDO VIRTUALBOX

95,  Windows  98  e  o  Windows  pre evoluindo as versões anteri­ por  Ken  Thompson  (MACHA­


Me,  apesar  das  várias  imple­ ores,  foi  lançado  em  DO; MAIA, 2007).
mentações,  sempre  tinham  o  2007/2008 o Windows Vista pa­ O  principal  motivo  do  seu 
MS­DOS  como  o  núcleo  cen­ ra  desktops  e  servidores,  revo­ desenvolvimento  foi  a  decep­
tral. Em 1988, a Microsoft come­ lucionando  a  interface  gráfica.  ção  pessoal  de  Linus  com  o 
çou  a  formar  o  Windows  NT  Atualmente o mais recente lan­ sistema  Minix,  lançando  assim 
(New  Technology),  projetado  e  çamento  da  Microsoft,  o  Win­ um  SO  que  qualquer  pessoa 
conduzido  por  David  Cutler  5,  dows  Seven,  supre  erros  do  pudesse  modificá­lo  e  passá­lo 
para  suprir  as  inúmeras  limita­ Windows  Vista  (IDG  NOW,  adiante, em benefício da socie­
ções  e  deficiências  do  MS­ 2010). dade  e  de  uso  totalmente  gra­
DOS. Em 1993, a Microsoft de­ A  Microsoft  vem  sempre  tuito  e  livre  das  restrições 
senvolveu  o  Windows  NT,  nas  atualizando o Windows, dando­ impostas  pelos  fabricantes. 
versões para desktop e servido­ lhe  mais  funções  e  sempre  Além  disso,  possui  característi­
res.  O  SO  era  de  32  bits,  com  com  interfaces  bem  amigáveis  cas  semelhantes  ao  Unix,  ten­
multitarefa  preemptiva,  multith­ e  acessíveis,  e  devido  a  essa  do  memória  virtual, 
read 6, memória virtual e supor­ característica,  o  Windows  con­ multithread, biblioteca comparti­
te  para  múltiplos  seguiu ao longo dos anos arre­ lhada,  gerenciamento  de  me­
processadores  simétricos.  batar  uma  legião  de  mória  próprio,  rede TCP/IP  e  X 
Além disso, devido a não ter re­ seguidores, pois quem o conhe­ Windows (PITANGA, 2008). 
lação com a arquitetura do MS­ ce acaba por gostar de suas in­
DOS, ele oferece compatibilida­ Devido à falta de conheci­
terfaces e isso faz com que ele  mento  da  sociedade  nas  pri­
de parcial com aplicações lega­ cresça  dia  após  dia.  O  mérito 
das,  porém  adquirindo  meiras  versões,  seu  uso  era 
do  Windows  para  com  seus  restrito  a  programadores  ou  só 
algumas das características, co­ usuários é tão grande que pou­
mo a interface gráfica. por  quem  tinha  conhecimentos 
cos deles trocam por outro siste­ em  linhas  de  comandos.  Po­
O Windows 2000 é a evo­ ma operacional.   rém, o Linux tornou­se conheci­
lução  do  NT,  pois  mantém  a  do  e  adaptou­se  a  um  sistema 
mesma  arquitetura  interna,  in­
corporando  alguns  recursos  da  5. O SISTEMA OPERACI­ estável,  com  uma  interface 
ONAL LINUX mais  amigável  onde  pessoas 
família  DOS­Windows.  Em  com  pouco  conhecimento  em 
2001,  foi  lançado  o  Windows  O  Linux  foi  desenvolvido  informática  e  várias  empresas 
XP, mantendo a mesma arquite­ em  1991  pelo  finlandês  Linus  no  mundo  passassem  a  utilizá­
tura do 2000, porém introduzin­ Torvalds  com  fins  apenas  edu­ lo.  
do  uma  nova  interface  gráfica  cacionais, com base nas experi­
e  recursos  adicionais  (MACHA­ ências  com  o  sistema  Minix,  Atualmente  a  popularida­
DO; MAIA, 2007).  que  foi  desenvolvido  baseado  de  do  Linux  vem  crescendo, 
A partir do Windows XP, a  no SO Unix, pelo professor An­ devido  o  fato  de  ser  gratuito,  e 
Microsoft  começou  integrando  drew  Tanenbaum  7.  Na  época,  ao  contrário  do  Windows,  o  Li­
as  duas  linhas  de  SOs  DOS­ Linus  era  estudante  de  ciência  nux  é  um  SO  open  source  8. 
Windows  e  Windows  NT/2000.  da  computação  na  universida­ Porém,  essa  possibilidade  de 
Já  em  2003,  foi  lançado  Win­ de  de  Helsinki.  O  nome  do  SO  modificação para muitos usuári­
dows  Server  2003,  uma  nova  Linux  surgiu  da  união  de  Linus  os  comuns  não  é  viável,  devi­
versão  do  Windows  2000  Ser­ e  Unix,  na  qual  Linus  vem  do  do  à  requisição  de 
nome  do  criador  do  Linux,  e  conhecimento  técnico  elevado 
ver.  O  novo  sistema  suportava 
processadores de 64 bits. Sem­ Unix  de  um  SO  portável  criado  para edição.

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SYSADMIN ∙ VIRTUALIZANDO LINUX E WINDOWS UTILIZANDO VIRTUALBOX

6.  VIRTUALIZAÇÃO  EM  ­ Compatibilidade total com as  existentes  no  mercado  e  esco­


SISTEMAS OPERACIONAIS  aplicações; lhida conforme as melhores im­
­ Instalação, suporte e manuten­ posições  de  qualidade,  pois 
O  presente  trabalho  teve 
ção simplificada; com  sugestões  de  uso,  viu­se 
como  objetivo  refletir  sobre  a 
­ Economizar recursos huma­ simplicidade,  clareza  e  objetivi­
utilização  de  virtualização  em 
nos; dade  nas  informações  do 
SOs, apontando possíveis situa­
­ Simular configurações e situa­ software instalado.
ções  práticas  em  que  essa 
ções diferentes do mundo real. Em  síntese,  pode­se  di­
abordagem traria benefícios.
zer  que  a  virtualização  abre 
Percebe­se  que  a  adoção 
7. CONCLUSÃO campos,  gera  desenvolvimen­
deste método traz vários benefí­
A diversidade entre os sis­ to,  auxilia  o  profissional  que 
cios, e um deles é a possibilida­
temas Windows e Linux é pres­ queira  diversificar  seus  conhe­
de  de  se  reduzir  custos  e 
supostamente  notável.  Suas  cimentos  e  trabalhar  correlata­
aperfeiçoar  recursos,  que  são 
peculiaridades  demonstram  mente,  utilizar­se  dos  mais 
alvos  a  serem  alcançados  pela 
que  tais  características  são  va­ diversos  programas,  trazer  pa­
maioria das empresas que bus­
lorizadas,  assim  percebe­se  ra  si  culturas  computacionais 
cam  economia  e  agilidade.  Is­
que  aplicativos,  programas  e  diferentes,  perante  sistemas 
so  se  torna  possível  devido  à 
ferramentas  nem  sempre  ro­ distintos.
redução do número de hardwa­
re utilizado em uma empresa. dam  nos  dois  sistemas.  Por  is­
so  a  virtualização,  serve  de  BRUNO CAETANO 
Observa­se  também  que, 
interventor  entre  sistemas  que  [brunocaetanosilva@
tendo  um  ou  mais  SOs  instala­ hotmail.com] é 
por  princípio  são  divergentes  e  graduando na 
dos em apenas uma máquina fí­
possuem  aplicativos  incompatí­ Faculdade de 
sica  através  da  criação  da  Computação de 
veis. Montes Claros, em 
máquina  virtual,  se  reduz  as  li­
Sistemas de 
mitações de utilização de deter­ Portanto, adotar esta ferra­ Informação.
minado  aplicativo  devido  a  menta  é  muito  viável  nos  dias 
incompatibilidade com o SO ins­ atuais,  ainda  mais  quando  se 
talado.  Através  da  ferramenta  trata de computação, onde ade­ HERONILDO 
de virtualização é possível exe­ rir  a  mais  processamento  re­ SANTOS 
[heron.nildo@hotmail
cutar  o  aplicativo  em  um  SO  quer  gastos  e  desgastes.  .com] é graduando 
compatível  sem  a  necessidade  Utilizar­se de dois ou mais siste­ na Faculdade de 
de reiniciar a máquina. mas em uma máquina física de­ Computação de 
Montes Claros, em 
nota,  substancialmente,  Sistemas de 
A  virtualização  proporcio­
economia  e  praticidade,  que  Informação.
na  ainda  outros  benefícios,  tais 
aparentemente trazem benefíci­
como:
os e soluções para os diversos 
­ Facilitar o aperfeiçoamento e  problemas. Reduzir incompatibi­ JÔNATAS MURÇA 
teste de novos SOs; [portaljonatas@yahoo
lidades,  amenizar  custos,  unir  .com.br] é graduando 
­ Facilidade para a execução  o útil ao agradável são entre ou­ na Faculdade de 
de cópias de segurança; tras  vantagens  consideráveis,  Computação de 
Montes Claros, em 
­ Independência de Hardware; sabendo  que  para  tal  obtenção  Sistemas de 
­ Executar diferentes SOs so­ foi utilizada a ferramenta de vir­ Informação.
bre o mesmo hardware, simulta­ tualização  VirtualBox,  estuda­
neamente. da  entre  os  softwares 

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: III COMSOLID ­ MARACANAÚ/CE

Relato do evento
Por Cristiano Costa Maia

Fui acompanhar a COMSOLiD [1], o que se­ CE  devido  a  mudança  nas  políticas  sociais  do 


ria  apenas  mais  um  evento  de  SL  como  tantos  Governo Federal nos últimos anos.
outros; computadores S.O. Linux e outros Softwa­ Muito  mais  do  que  isso,  esses  alunos  en­
res Livres; alunos organizando, caravanas de alu­ traram  na  faculdade  não  apenas  para  estudar, 
nos  de  escolas  públicas,    arrecadação  de  formaram  um  grupo  com  consciência  cívica  e 
alimentos para serem doados... moral.
Porém encontrei muito além do trivial. Nesses dias convivi com professores e alu­
Fora o fato do evento ocorrer no interior do  nos e muitos desses professores há pouco tem­
Ceará (Maracanaú), que a alguns anos atrás  de­
senvolvimento e política social eram apenas pala­
vras usadas por políticos em tempos de eleição.
Região abandonada por décadas pelos go­
vernos passados onde o acesso a ensino de qua­
lidade era considerado um sonho distante, coisa 
para ricos.
Felizes dos que conseguiam concluir o ensi­
no médio, e se quer sonhavam em fazer uma fa­
culdade.
Porém  a  realidade  é  outra,  esses  mesmos 
alunos  que  na  sua  maioria  concluíram  o  ensino 
médio  com  muita  dificuldade,  hoje  em  dia  tem 
acesso  ao  ensino  superior  de  qualidade  no  IF­ Figura 1: Abertura do evento

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: III COMSOLID ­ MARACANAÚ/CE

Figura 2: Jogo 3D Dilosmoc Figura 3: Palestra de Cristiano Costa Maia

po  eram  aqueles  alunos  sem  oportunidades  e  agarrando firme. 


sem  perspectivas,  mas  que  hoje  estão  fazendo 
Aquela  nossa  filosofia  da  comunidade  do 
a  diferença  servindo  de  exemplo  e  incentivando 
Software  Livre  está  sendo  levada  a  sério  no  dia 
aqueles que nunca sonharam em ter a oportuni­
a dia, dividindo com o próximo seu conhecimen­
dade de fazer uma faculdade. 
to, ajudando aos outros assim como um dia nos 
Alunos, professores e até mesmo os funcio­ ajudaram, zelando pelo bem comum.
nários da instituição interagindo como uma famí­
Mais que um evento de SL, uma experien­
lia,  onde  respeito  e  colaboração  andam  de  mão 
cia  de  vida  um  exemplo  de  inclusão  social  aci­
dadas.
ma de tudo.
Professores  e  alunos  trocando  experiencia 
Quero  parabenizar  a  toda  equipe  do  IFCE 
um aprendendo com o outro e fora da sala de au­
[2];  professores,  funcionários  e  alunos  que  de­
la  mantém amizade.
ram um exemplo de convivência. 
Alguns  fatos  interessantes  que  noto  nos 
Meu agradecimento em especial a Odara e 
eventos  que  costumo  ir:  todo  evento  não  impor­
sua equipe (TI); aos professores Siqueira e Iná­
tando o tamanho, quase sempre tem seus contra­
cio  que  fazem  a  diferença...  (feliz  é  instituição 
tempos que as vezes geram algum mal estar ou 
que pode contar com pessoas assim..)
mesmo  algum  desentendimento  nos  bastidores. 
Na  COMSOLiD  isso  não  ocorreu.  Se  aparecia  Quanto  a  programação  e  conteúdo  do 
um problema a equipe se juntava e rapidamente  evento,  o  participantes  puderam  contar  com  di­
se  chegava  a  uma  solução  sem  aquelas  brigas  versas  palestras  sobre  SL  ,  minicursos,  Install 
ou desavenças que fazem parte da cnatureza hu­ Fest, campeonato de jogos, oficinas e shows de 
manad,  demonstrando  maturidade,  responsabili­ varias bandas de rock.
dade  e  capacidade  de  criar  soluções  Alguns destaques técnicos do evento:
rapidamente para os problemas, coisa que sem­
pre faltou no Brasil. ­ "Realidade Aumentada" que pode ser experi­
mentada por todos participantes, já todos os cra­
Vejo que as coisas estão mudando para me­ chás possuiam marcadores de RA que quando 
lhor  e  que  a  atual  geração  ao  contrário  de  ou­ posicionados na frente da webcam apareciam 
tras  está  tendo  oportunidades  e  principalmente  automaticamente imagens com mensagens es­

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: III COMSOLID ­ MARACANAÚ/CE

Figura 4: Participantes se divertem com jogos Figura 5: Equipe organizadora do evento

pecífica; (3)  Caravanas  de  vários  pontos  do  estado. 


­ O jogo "Dilosmoc" em 3D, onde o cenário do jo­ O evento, que tinha em sua origem caráter regio­
go é o próprio Campus do IFCE­Maracanaú; nal,  consegue  atrair  pessoas  de  cidades  bem 
­ O trabalho de robótica usando material recicla­ distantes,  uma  delas  a  275  Km  de  distância  de 
do; Maracanaú.  Professores  e  alunos  que  viajaram 
­ Blender Day; 3 horas para chegar, passar um dia inteiro com­
­ Encontro Cearense de PHP; partilhando  conhecimento,  fazendo  contatos, 
­ Trabalhos em Java. agregando  sonhos  que  retornaram  a  suas  cida­
des  e  que  podem  ser  a  semente  de  novos  co­
nhecimentos e até novos eventos.
A COMSOLiD conseguiu em seu 3° Encon­
tro marcas muito importantes. A seguir, dados so­ (4)  Inclusão  Digital:  até  2008  eu  sempre  ia 
bre o evento, segundo um professor Siqueira do  a eventos de SL no Ceará e fora dele, e sempre 
IFCE­Maracanaú, professorresponsável pela rea­ encontrávamos  um  mesmo  público,  quando  não 
lização do evento:  as  mesmas  pessoas.  Nos  encontros  da  COM­
SOLiD  sempre  temos  um  PUBLICO  NOVO  que 
(1)  Um  montante  de  quase  60  voluntários  participa  pela  primeira  vez,  e  que  pode  até  não 
para  participar  do  evento.  Pessoas  que  ficaram  ser  EXCLUÍDO  (saber  usar  um  computador), 
das 08 da manhã do dia 17 de novembro até as  mas que aprende no evento que ele pode enca­
23 horas do dia 20 de novembro (sábado) fazen­ rar  a  informática  como  algo  a  mais  do  que  ape­
do  tudo  para  que  o  evento  ocorresse  da  melhor  nas acessar Internet, mas como uma ferramenta 
forma possível para os seus participantes. para  transformar  sua  vida,  de  sua  família  e  de 
(2)  Além  da  quantidade  dos  voluntários,  sua comunidade.
conseguimos  fazer  com  que  alunos,  não  só  da  Sempre  trazemos  alunos,  ex­alunos  que 
área  de  Telemática  (Informática  e  Ciência  da  há  1  ou  2  anos  estavam  fora  do  IFCE,  que  não 
Computação)  participassem.  Isso  mostra  como  sabiam  nem  o  que  significava  SL  e  que  hoje, 
a temática de Software Livre, bem como a empol­ além  de  saber,  adquiriram    consciência  de  que 
gação dos envolvidos consegue contagiar pesso­ precisam  COMPARTILHAR  seu  conhecimento 
as de áreas distintas. com nossos irmãos cearenses que estão em si­

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: III COMSOLID ­ MARACANAÚ/CE

as  casas  durante  4  dias  para  doar  seu  tempo  e 


conhecimento  a  pessoas  que  elas  nunca  viram 
na vida.
Todos  devem  ficar  muito  orgulhos  de  fazer 
parte de uma comunidade, que pode até não sa­
ber  o  significado  de  ALTRUÍSMO,  mas  que  o 
executa de uma forma maravilhosa. 
Que venha a COMSOLiD4 (2011) e um abra­
ço a todos leitores da Revista Espirito Livre.

Figura 6: Projeto de robótica, durante o evento
Referências
[1] http://www.comsolid.org

tuação menos favorecida do que a deles hoje.
[2] http://www.ifce.edu.br
Esse  exemplo  é  muito  importante,  porque 
os  participantes,  ao  verem  seus  colegas  dando 
aulas  de  conhecimentos  que  eles  acreditam  in­
tangíveis,  podem  perceber  que  para  chegar  até 
lá  basta  DEDICAÇÃO  e  nada  além  disso.  Não 
precisam ter estudado em escolas privadas, não 
precisam ter nascido em famílias ricas, basta te­
rem  um  computador,  Internet  e  muita  vontade 
de aprender.
Sabemos que os desafios são grandes por­
que a Internet ainda é um artigo de luxo no interi­
or do Brasil, existem computadores, mas muitos 
estão encaixotados ou não possuem pessoal téc­ CRISTIANO COSTA MAIA é um dos 
desenvolvedores responsáveis pelo Big 
nico  para  pô­los  em  funcionamento.  O  DESA­ Linux.
FIO  da  nossa  sociedade  é  o  ALTRUÍSMO  que 
muitos  esqueceram  e  muitos  nem  sabem  o  que 
significa.  Mesmo  assim,  vi  pessoas  que  moram 
a 20, 30 Km de Maracanaú se deslocarem de su­

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: AGILE TOUR 2010 ­ RIO DE JANEIRO/RJ

Relato do evento

Rio de Janeiro
Por Rafael Sabbagh

O  Agile  Tour  é  uma  série  de  eventos  sem  Rio e assistiram às palestras de Rodrigo de Tole­


fins  lucrativos  que  acontecem  em  diversas  cida­ do,  (Estimando com Pontos de História), Mano­
des ao longo de um mês por ano. A ideia é imi­ el  Pimentel  (Coaching  para  Líderes  Ágeis), 
tar  uma  caravana  que  passaria  pelas  diversas  Pedro  Pimentel  (Especificações  de  Fora  para 
cidades,  mas  na  realidade  cada  local  tem  seu  Dentro com BDD), Alisson Vale (Do Caos à Agili­
evento próprio, voltado à sua comunidade. dade com Kanban) e Klaus Wuestfeld (Learning 
Em  2009,  a  segunda  edição  do Agile  Tour  and Coolness ­ Beyond XP). A plateia participou 
atraiu  mais  de  2.500  participantes  em  18  cida­ ativamente com perguntas e observações.
des espalhadas pelo mundo. Em sua terceira edi­ Rodrigo  de  Toledo  explicou  como  realizar 
ção,  o  Agile  Tour  2010  contou  com  mais  de  40  as  estimativas  com  pontos  de  história  e  suas 
cidades  e  pela  primeira  vez  passou  pelo  Brasil. 
Neste  ano,  o  evento  aconteceu  durante  o  mês 
de outubro, mas foi excepcionalmente estendido 
à Novembro.
A comunidade Ágil do Rio de Janeiro rece­
beu o Agile Tour no dia 30 de Outubro de 2010, 
um  sábado  de  feriadão  típico  de  praia,  mas  na 
véspera do segundo turno das eleições presiden­
ciais,  o  que  fez  com  que  muitos  não  viajassem. 
O  evento  foi  gratuito  e  contou  com  cinco  pales­
tras  de  expoentes  da  agilidade  brasileira,  almo­
ço  grátis  e  um  evento  de  confraternização  ao 
final. 
Cerca de cem pessoas ocuparam as cadei­
ras  do  auditório  do  Rio  DataCentro,  na  PUC­ Figura 1: Plateia durante o evento

Revista Espírito Livre | Janeiro 2011 | http://revista.espiritolivre.org |68
EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: AGILE TOUR 2010 ­ RIO DE JANEIRO/RJ

Figura 2: Rodrigo de Toleto, durante palestra Figura 4: Participantes durante confraternização após o evento

aplicações.  Manoel  Pimentel  fez  uma  palestra  alizada  praticamente  utilizando  somente  o  bloco 
muito  animada  sobre  coaching  de  times  ágeis.  de notas, o que é sua marca registrada. Após o 
Pedro Pimentel, da ThoughtWorks, fez uma apre­ evento,  todos  foram  convidados  para  um  happy 
sentação bastante técnica e falou sobre Behavi­ hour,  que  foi  muito  animado  e  começou  pouco 
or­Driven  Develpment.  Ele  ousou  fazer  uma  antes de uma forte chuva cair sobre a cidade.
demostração  ao  vivo  e  foi  bastante  aplaudido  O  Agile  Tour  2010  Rio  de  Janeiro  contou 
quando  tudo  funcionou.  Alisson  Vale  realizou  com o patrocínio da Globo.com, que enviou De­
uma  apresentação esclarecedora  sobre  Kan­ metrius  Nunes  para  falar  sobre  a  empresa,  e  a 
ban, aplicado à agilidade. Alisson foi um dos ga­ GotoAgile!, que dedicou ao evento um percentu­
nhadores  do  c2010  Brickell  Key  Award  for  al  dos  lucros  do  curso  oficial  da  ScrumAlliance 
Excellence  in  Lean  Software  Engineeringd.  de  Certified  ScrumMaster  realizado  na  véspera 
Klaus  Wuestfeld,  que  foi  keynote  do Agile  Brazil  e antevéspera do evento. O Agile Tour 2010 Rio 
2010  realizado  em  Junho,  em  Porto  Alegre,  fe­ de Janeiro contou ainda com o apoio da Revista 
chou o evento com uma palestra descontraída re­ Espírito  Livre,  AgI  (Agência  de  Inovação  da 
PUC­Rio), ThoughtWorks  e  LES  (Laboratório  de 
Engenharia de Software da PUC­Rio).
As fotos do evento e mais detalhes podem 
ser vistos aqui. 

RAFAEL SABBAGH é Certified Scrum 
Practitioner (CSP) e trabalha atualmente 
como ScrumMaster, Scrum coach e ensina 
Scrum em palestras, eventos e dentro de 
empresas. Participou como palestrante de 
quatro Scrum Gatherings e foi o organizador 
Figura 3: Klaus Wuestefeld faz sua apresentação utilizando o  do Agile Tour 2010 ­ Rio de Janeiro.
Bloco de Notas

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: I ENSOLBA ­ TEIXEIRA DE FREITAS/BA

Relato do evento
Por Ramilton Costa Gomes Júnior

Nos dias 29 à 31 de Outubro, aconteceu o  são  organizadora,  através  do  coordenador  do 


I  ENSOLBA  ­  "I  Encontro  de  Software  Livre  do  projeto, Prof. Ramilton Costa, e o membro da or­
Extremo Sul da Bahia" na cidade de Teixeira de  ganização  Judson  Degobi,  junto  com  um  repre­
Freitas  [   BA.  Estiveram  presentes  palestrantes  sentante  da  Faculdade  Pitágoras,  o  Sr.  Ramiro 
de  reconhecimento  internacional,  como  Sandro  Guedes,  realizou  a  doação  de  110  kilos  e  500 
Melo, Adonel Bezerra, Diogenes Leão, João Fer­ gramas  de  alimentos  não  perecíveis  à  entidade 
nando  e  o  Diretor  Administrativo  da  SECTI,  Sr.  Lar dos Idosos de São Vicente de Paula, que fi­
Cristiano  Barreto.  O  I  ENSOLBA  foi  um  projeto 
particular, que passou a ser um projeto acadêmi­
co  que  envolveu  todos  os  alunos  e  professores 
do Colegiado de Ciência da Computação da Fa­
culdade  Pitágoras  Unidade  Teixeira  de  Freitas  ­ 
BA.  
O  evento  teve  acesso  liberado  ao  público, 
sendo que para a realização das oficinas, o parti­
cipante teve que contribuir com 1 Kilo de alimen­
to não perecível.
No  dia  5  de  Novembro  de  2010,  a  comis­ Figura 1: Entrega das doações

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: I ENSOLBA ­ TEIXEIRA DE FREITAS/BA

ca localizada na cidade de Teixeira de Freitas. A  ral  do  Recôncavo  da  Bahia  (Cruz  das  Almas), 


doação  foi  entregue  ao  funcionário  Juscélio  Al­ UnisulBahia  (Eunápolis),  Uesc  (Iheus),  Uneb 
ves,  que  agradeceu  pela  doação  e  falou  da  im­ (Teixeira de Freitas) entre outras caravanas pre­
portância  para  a  entidade,  que  é  mantida  por  sentes.
doações da comunidade e que hoje em dia man­ No dia 29, aconteceu a abertura do evento 
tém 45 idosos. com  a  presença  dos  palestrantes  Diogenes  S. 
O evento foi um momento impar para a re­ Leão,  diretor  da  Fuctura,  e  o  administrador  da 
gião,  e  o  I  Ensolba  teve  como  objetivo  dissemi­ SECTI  (Secretaria  de  Ciências  e  Tecnologia  e 
nar  o  software  livre,  mostrar  para  a  sociedade  Inovações  da  Bahia),  Sr.  Cristiano  Barreto.  A 
acadêmica e civil que podemos ter soluções tão  abertura teve inicio às 20 horas com a composi­
boas  como  as  proprietárias  ou  melhores,  com  ção da mesa da esquerda para direita. Aluna Ri­
custo  baixo,  melhor  desempenho  e  segurança.  ta de Cassia, representando o corpo discente da 
Afinal, o nosso grande objetivo é diminuir a desi­ Faculdade  Pitágoras,  Prof.  Ramilton,  represen­
gualdade sócio­digital em nossa região. tando a Coordenação e o corpo docente do cole­
O  tema  escolhido  para  a  realização  do  giado  de  Ciência  da  Computação,  Diretor  da 
evento foi "O CONHECIMENTO É UM DIREITO  Faculdade  Pitágoras  Unidade  Teixeira  de  Frei­
DE TODOS", vindo com grande oportunidade pa­ tas  Sr.  Célio  Eduardo,  Professora  Gissele  Loca­
ra  aproximar  a  sociedade  civil  e  empresarial  do  telli,  Coordenadora  do  Curso  de  Ciência  da 
Extremo Sul Baiano com a cultura do software li­ Computação  e  o    Administrador  da  SECTI,  Sr. 
vre,  como  benefícios  e  qualidade  de  serviços,  Cristiano Barreto.
além de temas políticos, culturais e econômicos,  O  Cerimonial  começou  com  o  Hino  Nacio­
educacionais e sociais. O evento teve como obje­ nal  Brasileiro,  seguido  da  composição  da  mesa, 
tivo  apresentar  formas  colaborativas  de  traba­ onde  o  Diretor  da  Faculdade  Pitágoras  teve  a 
lho,  solidariedade  e  o  avanço  da  ciência  e  palavra, agradecendo a presença de todos e fa­
tecnologia. lando  sobre  a  importância  do  evento  para  o 
O  evento  contou  com  um  público  muito  di­ meio  acadêmico.  Em  seguida  o  prof.  Ramilton 
versificado,  com  caravanas  de  todos  os  lugares  agradeceu  à  mesa  na  palavra  do  Diretor  da  Fa­
da Bahia, como estudante da Universidade Fede­ culdade  Pitágoras  Unidade  Teixeira  de  Freitas, 
todos presentes, e falou da importância do even­

Figura 2: Composição da mesa Figura 3: Comissão organizadora do evento

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: I ENSOLBA ­ TEIXEIRA DE FREITAS/BA

Figura 4: Palestrantes do ENSOLBA Figura 5: Participantes durante oficina

to para a região e a realização de um grande so­ "Blender",  Bismark    com  a  oficina  "Detecção  de 


nho,  este  por  ter  organizado  um  evento  de  Falhas  e  Vulnerabilidades  de  Segurança"  e  por 
software  livre.  Agradeceu  aos  amigos  Lincoln,  fim Helder Santana com a oficina "Linux Embed­
Paulo  Roberto,  Miranda  e  Iuri    por  ter  inserido  ded".  Na  parte  da  noite,  iniciamos  as  atividades 
no  mudo  do  software  livre,  agradeceu  a  todos  as 19hs com três palestras, sendo que a primei­
os  alunos  que  sempre  o  apoiaram  em  todas  as  ra  foi  ministrada  por  Diogenes  S.  Leão,  Diretor 
atividades  realizadas.  Depois  passou  a  palavra  da Fuctura, com o tema "Novidades e Oportuni­
para a aluna Rita de Cassia, que emocionou mui­ dades  para  profissional  Ubuntu"  onde  foram  ex­
to  no  seu  discurso,  agradecendo  a  presença  de  planadas  as  novidades  do  Ubuntu  e  as 
todos, falando da importância do evento em sua  oportunidades  profissionais,  como  a  utilização 
vida  profissional  e  pessoal  como  organizadora.  em questões de concursos públicos; também fa­
E,  por  fim,  passou  a  palavra  para  o Administra­ lou  da  oportunidade  de  se  tornar  um  Instrutor 
dor Sr. Cristiano Barreto que falou sobre os proje­ Ubuntu. Nos intervalos das palestra foram sorte­
tos  do  Governo  da  Bahia  com  relação  ao  ados  brindes  (Camisas,  Bolsa  para  notebook  e 
software livre. Gorros)  mandados  para  o  grupo  OSUM  da  Fa­
culdade  Pitágoras,  que  tem  como  líder  o  prof. 
No  dia  30,  às  9hs  começaram  as  ativida­ Ramilton Costa. A segunda palestra foi ministra­
des com três oficinas simultâneas: Sr. Adonel Be­ da  pelo  Sandro  Melo  e  teve  como  tema  "Post 
zerra,  fundador  e  mantenedor  do  Clube  do  Mortem Forense com Ferramenta FOSS". Nesta 
Hacker  com  a  oficina  "Análise  de  Vulnerabilida­ palestra  foi  explicado  que  a  Análise  Post  Mor­
des  com  nmap  +  metasploit",  Sr.  João  Fernan­ tem é a fase mais demorada de uma Perícia Fo­
do, Editor da Revista Espirito Livre com a oficina  rense  Computacional,  pois,  em  sua  essência, 
"Produção Editorial utilizando Software Livre (Re­ ela é a consolidação do cruzamento de tudo que 
vista Espirito Livre) e, por último, Sr. Sandro Me­ foi colhido na Live Analise com o que é identifica­
lo  com  a  oficina  "Trilha  de  Segurança  [   do  durante  a  análise  de  disco  e  com  possíveis 
Resposta  a  Incidente." Também  houve  duas  pa­ informações  adquirida  nos  demais  ativos  de  re­
lestras  ministradas  pelos  palestrantes  Tiago  Mi­ des  durante  a  Network  Análise  Também  foram 
randa,  com  o  tema  "Direito  Digital",  e  Eonassis.  mostradas  Ferramentas  FOSS  com  exemplos 
Na parte da tarde, a partir das 14 horas, aconte­ práticos.
ceram  as  oficinas  ministrada  por  Glei  Robson 

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EVENTO ∙ RELATO DO EVENTO: I ENSOLBA ­ TEIXEIRA DE FREITAS/BA

Na parte da noite, às 19h, aconteceu a pa­
lestra do João Fernando com o tema "Construin­
do  uma  publicação  utilizando  software  livre  e 
formatos abertos [  Case de Sucesso da Revista 
Espírito  Livre"  e  por  fim  teve  o  encerramento 
com  a  palavra  o  prof.  Ramilton  Costa,  agrade­
cendo todos os palestrantes presentes, as cara­
vanas e principalmente a equipe que o ajudou a 
realizar mais um sonho. Passada a palavra para 
Rita  de  Cassia,  ela  também  agradeceu  todos 
presentes.  Falou  então  a  Coordenadora  Gissele 
Locatelli  que,  em  nome  da  Faculdade  Pitágoras 
agradeceu todos presentes e por fim o prof. Ra­
milton  Costa  encerrou  o  evento,  já  convidando 
Figura 6: Participante recebendo prêmio de sorteio
todos  para  o  Segundo  Encontro  de  Software  Li­
vre do Extremo Sul da Bahia, que será realizado 
No último dia do evento (dia 31), as ativida­ na Cidade de Porto Seguro ­ Bahia.
des se iniciaram às 9h, com as oficinas ministra­
do  pelo  Paulo  Roberto  com  a  oficina  "O  que  é 
NoSQL? Uma introdução prática", Adonel Bezer­
ra com a oficina "Quebra e Recuperação de Se­
nhas"  e  Loreno  com  a  oficina  "Desenvolvimento 
para TV digital com Java", oficina que foi pedida 
por muitos participantes para ser repetida no pe­
ríodo da tarde.

RAMILTON COSTA GOMES JÚNIOR é 
professor da Faculdade Pitágoras [  Unidade 
Teixeira de Freitas. Especialista em 
Criptografia e Segurança em Redes (UFF). 
Bacharel em Ciência da Computação 
(Unifenas), lider da Comunidade OSUM e 
organizador do ENSOLBA.
Figura 7: Palestra sobre a Revista Espírito Livre proferida por 
João Fernando C. Jr.

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QUADRINHOS

QUADRINHOS
Por André Farias, José James Figueira Teixeira e João Felipe Soares Silva Neto

VIDA DE SUPORTE

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QUADRINHOS

DEPARTAMENTO TÉCNICO

NUUX

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AGENDA ∙ O QUE TÁ ROLANDO NO MUNDO DE TI

AGENDA
FEVEREIRO/2011 MARÇO/2011 ABRIL/2011

Evento: Debian Squeeze  Evento: WT.E@D'2011 ­ I  Evento: Hack'n Rio


Release Party Workshop de Tecnologia em  Data: 08 e 09/04/2011
Data: 04/02/2011 Educação a Distância  Local: Rio de Janeiro/RJ
Local: Rio de Janeiro/RJ Data: 16 a 18/03/2011
Local: Boa Vista/RR Evento: FLISOL 2011
Evento: São Paulo Social  Data: 09/04/2011
Media Week Evento: CNASI ­ Congresso  Local: Em diversas cidades
Data: 07 a 11/02/2011 de Auditoria de TI, Segurança 
Local: São Paulo/SP da Informação e Governança Evento: FREEBASE 2011
Data: 28 e 29/03/2011 Data: 11 a 16/04/2011
Evento: Internalização de  Local: Rio de Janeiro/RJ Local: Salvador/BA
Ferramentas Livres
Data: 10/02/2011 Evento: Document Freedom  Evento: Seminário de Cloud 
Local: Fortaleza/CE Day 2011 Computing
Data: 30/03/2011 Data: 13/04/2011
Evento: Seminário Políticas  Local: Em diversas cidades Local: São Paulo/SP
de (Tele)comunicações
Data: 24/02/2011 Evento: 11ª Rio Wireless ­ 
Local: Brasília/DF International Conference
Data: 27 e 28/04/2011
Local: Rio de Janeiro/RJ

ENTRE ASPAS ∙ CITAÇÕES E OUTRAS FRASES CÉLEBRES

          Investir em conhecimentos rende sempre 
melhores juros.
Benjamin Franklin ­ Cientista e Estadista Americano

Fonte: Wikiquote

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FASCÍCULO ESPECIAL ∙ CADERNOS DA LIBERDADE

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