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INSTITUTO FEDERAL SUL-RIOGRANDENSE - CAMPUS: VENÂNCIO AIRES


CURSO: ELETROMECÂNICA
DISCIPLINA: ELETRICIDADE APLICADA II
DATA: SEGUNDO/2012.

I. INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA

CAMPO MAGNÉTICO
Genericamente, define-se campo magnético a toda a região do espaço em torno de um condutor
percorrido por corrente, devido a particulares movimentos que os elétrons executam no interior de seus
átomos, ou em torno de um ímã.
A cada ponto de um campo magnético, associa-se um vetor B , denominado vetor indução
magnética ou, simplesmente, vetor campo magnético, cuja unidade no SI é o Tesla (T). Neste campo
magnético, chama-se linha de indução a toda linha que em cada ponto é tangente ao vetor B , sendo orientada
no seu sentido. As linhas de indução são uma simples representação gráfica da variação de B numa certa
região do espaço. São também denominadas de linhas de força, sendo caracterizada por um caminho fechado
que define duas regiões, a região de onde se originam, pólo norte e a região para onde convergem, pólo sul.

TENSÃO INDUZIDA
Considere um condutor reto, de
comprimento ℓ, movendo-se com velocidade v , em
um campo B uniforme, originado por um ímã na
forma de ferradura, conforme a figura ao lado. Como
os elétrons acompanham o movimento do condutor,
eles ficam sujeitos à força magnética Fm , cujo
sentido é determinado pela regra da mão direita.
Elétrons livres deslocam-se para a extremidade
inferior do condutor da figura, ficando a outra
extremidade eletrizada com cargas positivas. As
cargas dos extremos originam o campo elétrico E e
os elétrons ficam sujeitos, também, a uma força
elétrica Fe , de sentido contrário ao da magnética.
A separação de cargas no condutor ocorrerá
até que essas forças se equilibrem. Como no interior
do condutor o campo elétrico não é nulo, tem-se uma
diferença de potencial elétrico (ddp) entre seus
terminais
FIGURA 01 – Tensão induzida num condutor

FLUXO MAGNÉTICO
Para gerar por indução eletromagnética, tensão elétrica ou uma força eletro motriz (f.e.m.), tudo o
que se requer é que haja um movimento relativo entre um meio condutor e um campo magnético, de natureza
tal que o condutor corte as linhas de indução. Desta observação caracteriza-se uma grandeza escalar
denominada de fluxo magnético que está relacionada ao número de linhas de indução que atravessam uma
área de superfície A, qualquer. No SI é medida em unidades de WEBER (Wb) e definida por:
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φ = B ⋅ A ⋅ cos θ
sendo: θ o ângulo entre o vetor B e a
normal n̂ à área da superfície A.

FIGURA 02 – Fluxo magnético

LEI DE FARADAY
Nos geradores elétricos se obtém tensão elétrica ou f.e.m., mantendo-se fixos os ímãs e movendo os
condutores no campo magnético, ou mantendo-se fixos os condutores e movendo os ímãs, porém é possível
gerar uma f.e.m. sem o movimento de qualquer parte mecânica. Considere a figura abaixo, que representa
uma seção que passa pelos centros de duas bobinas co-axiais. A bobina A, formada por espiras de fio isolado,
é ligada a uma bateria através de um interruptor S. A bobina B é ligada a um instrumento V que indica a
geração de uma f.e.m. e por conseqüência há a possibilidade de uma corrente elétrica.

FIGURA 03 – Corte transversal em bobinas, aplicação da lei de Faraday.

Como se indica no esquema, parte do campo magnético produzido pela corrente que circula na
bobina A se encadeia com a bobina B. Se o interruptor S é aberto, o campo magnético desaparece, e o
ponteiro do instrumento V se desvia por um instante e volta a zero. Se o interruptor S for fechado, o
instrumento produzirá de novo uma deflexão momentânea, porém em sentido oposto, mostrando que na
bobina B foi gerada uma f.e.m. em um certo sentido para o campo magnético que se extingue, e em sentido
oposto para o campo magnético que nasce.
A produção de f.e.m. em uma bobina, como resultado da variação da intensidade da corrente em uma
bobina adjacente, se denomina indução mútua. A bobina que produz o fluxo magnético é chamada de
primário, e a bobina adjacente que experimenta a indução é chamada de secundário.
Os sentidos das f.e.ms. induzidas na bobina B pelo fluxos crescente e decrescente da bobina A
seguem ao seguinte enunciado geral, conhecido como lei de Lenz: Quer o fluxo aumente ou diminua, a f.e.m.
induzida pela variação do fluxo tende a gerar uma corrente de sentido tal que se opõe à variação do fluxo.
Isto é, se a corrente na bobina A se anula, pela abertura do interruptor S, circulará momentaneamente na
bobina B uma corrente de mesmo sentido que a que circulava pela bobina A e que tenderá, assim, a manter o
fluxo. Ao fechar novamente o interruptor S, circula corrente em ambas as bobinas, e a corrente da bobina B
tem sentido oposto a corrente na bobina A, e outra vez se opõe à variação do fluxo.
Para melhor exemplificar, considere a figura abaixo, na qual tem-se uma fonte de campo magnético
permanente, alterando o fluxo magnético sobre um solenóide (fio condutor enrolado na forma de espiral,
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podendo ser feito ao redor de um núcleo de material ferromagnético ou com núcleo de ar), que tem seus
terminais conectados a um instrumento de medição de corrente elétrica. Observa-se o seguinte: enquanto o
pólo Norte do ímã se aproxima do solenóide, a corrente induzida tem um sentido tal que origina, em A, um
pólo Norte e por conseqüência um pólo Sul em B. Este pólo opõe-se à aproximação do ímã, e, portanto, à
variação do fluxo magnético, que é a causa da f.e.m. induzida. Ao se afastar o ímã, a corrente induzida origina
em A um pólo Sul, que se opõe ao afastamento do pólo Norte do ímã.

FIGURA 04 – Lei de Lenz


Retornando a Figura 03, seja n o número de espiras na bobina B, e φ o número de linhas de fluxo que
se enlaçam com a bobina B, produzidas pela corrente iA, na bobina A. Então, a f.e.m. de indução mútua na
bobina B é dada pela equação:

eB = n ⋅ ⋅ 10 −8 (Volts) .
dt
Sendo o fluxo magnético φ diretamente proporcional à corrente iA que o produz, tem-se:
di A
e B = −M ⋅ (Volts) ,
dt
da onde M é uma constante formada por três fatores, n, 10-8 e a razão entre φ e iA, chamada de indutância
mútua das duas bobinas, medida em unidades de HENRYs (H). Introduziu-se o sinal menos na equação para
indicar o sentido de eB em relação a iA e explicado pela lei de Lenz.

INDUTÂNCIA
Na Figura 03, parte do fluxo magnético produzido pela corrente iA, se enlaça com a bobina B, e,
quando iA desaparece ou aparece, este fluxo corta a bobina B e induz nesta uma f.e.m. porém, todo o fluxo
produzido por iA se encadeia com a própria bobina A e, ao gerar-se ou extinguir-se, corta seus condutores e
induz nestes uma f.e.m.. A geração de f.e.m em uma bobina, como resultado do aumento ou diminuição da
corrente que circula na própria bobina, se denomina auto-indução. A f.e.m. de auto-indução só existe
enquanto a corrente estiver variando, na própria bobina que está conectada a fonte de energia elétrica.
A lei de Lenz se aplica tanto à indução mútua quanto à auto-indução. A f.e.m. de auto-indução
sempre se opõe a variação da corrente que a produz. O efeito da auto-indução pode ser desprezível em certos
circuitos, porém nunca é absolutamente nulo em qualquer circuito real.
Se no circuito da Figura 03 estiver variando a intensidade i da corrente, o fluxo também estará
variando, e na bobina se induzirá uma tensão de auto-indução, equacionada por:

e A = −n ⋅ ⋅ 10 −8 (Volts) ,
dt
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na qual se introduziu o sinal menos por ser o sentido da f.e.m. tal que a corrente produzida por ela se oporia à
variação do fluxo.
Expressando a tensão em função da corrente que está variando, ao invés do fluxo variável produzido
pela corrente, tem-se:
di A
e A = −L ⋅ (Volts)
dt
sendo L uma constante chamada de indutância do circuito ou coeficiente de auto-indução, e que, em virtude
das equações anteriores tem o valor:

L = n⋅ ⋅ 10 −8 (Henrys).
di
A indutância de um circuito ou aparelho, assim como a resistência elétrica é uma constante do
mesmo, função das características construtivas.
Observe-se que, se a indutância L é uma constante, então dφ di tem que ser constante, isto é, φ tem
que ser proporcional a i, o que significa que não pode haver saturação magnética do circuito. Este fato é o que
ocorre na maioria dos casos práticos e L é muito aproximadamente constante, o que permite que seja reescrita
a equação anterior, resultando:
n ⋅φ
L= ⋅ 10 −8 (Henrys) ;
i
φ
L= .
i
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

1. TRANSFORMADOR
O transformador é uma máquina elétrica estática que transfere energia elétrica de um circuito a
outro, segundo o princípio da mútua indução. Na sua constituição mais simples é formado por dois
enrolamentos de fio condutor (bobinas) sob um núcleo de material ferromagnético ou ar, não ligados
fisicamente. O circuito que recebe energia de uma fonte de tensão alternada, V1, recebe o nome de primário
com N1 número de espiras, e o circuito na qual a energia é transferida denomina-se de secundário com N2
número de espiras.
Na figura ao lado tem-se a
representação esquemática de um
transformador. Ao submeter-se o
circuito primário a uma tensão V1,
surge uma corrente de intensidade I1,
que gera um campo magnético
(representado pelo fluxo magnético
φm). Devido ao emprego de um
núcleo de material ferromagnético, o
fluxo magnético se intensifica pois é
proporcionado um caminho de baixa
relutância magnética, de forma que
este envolve o circuito secundário
com menor perda.

FIGURA 05 – Estrutura básica de um transformador elétrico


Pela aplicação da lei de Faraday tem-se que as tensões E1 e E2 induzidas pelos efeitos da auto-
indução e da mútua indução respectivamente, são equacionadas por:
dφ m
E1 = N1 ⋅
dt
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dφ m
E2 = N2 ⋅
dt
Observa-se que estas tensões são inferiores as tensões terminais, V1 e V2 tendo em vista a resistência
ôhmica do condutor.
Uma vez que o fluxo magnético, φm, envolve ambos os circuitos e apresenta as mesmas variações,
chega-se a relação entre o número de espiras de cada bobina com a tensão induzida em cada enrolamento,
pela divisão das equações anteriores.
N 1 E1
= .
N2 E2
Considerando um transformador ideal em que as perdas elétricas são inexistentes (as resistências
ôhmicas dos enrolamentos são nulas) tem-se que a potência demandada, P2, pela carga e retirada do
enrolamento secundário, tem o mesmo valor da potência drenada, P1, da fonte ligada ao circuito primário, de
modo que:
P1 = P2 ;
V1 ⋅ I1 = V2 ⋅ I 2 ;
E1 = V1 ; E 2 = V2 ;(pois as resistências ôhmicas são nulas)
V1 I 2 E 1 N1
= = = .
V2 I1 E 2 N 2
Esta última, relaciona todas as grandezas elétricas envolvidas no princípio de funcionamento. Com
certo cuidado pode ser usada para o projeto de transformadores.

2. SISTEMA DE IGNIÇÃO DE MOTORES À EXPLOSÃO


Uma importante aplicação da indução eletromagnética é a bobina de indução, destinada à obtenção
de elevadas tensões. Considere um condutor enrolado sobre um núcleo cilíndrico, formado por um conjunto
de chapas de aço justapostas isolados entre de si. Dispositivo denominado de solenóide com um enrolamento
de condutor de maior seção ligado a um gerador de corrente contínua por meio de uma chave Ch, conforme
mostra a Figura 06, abaixo. Esse solenóide denomina-se enrolamento primário e possui N1 número de espiras.
Denomina-se enrolamento secundário ao enrolamento de condutor de menor seção transversal em circuito
aberto, com N2 espiras. O enrolamento secundário é totalmente independente do primário.
Interrompendo-se, periodicamente, a corrente no enrolamento primário (fechando e abrindo Ch), o
fluxo magnético é variável. Origina-se, então, no enrolamento secundário, uma f.e.m. induzida que pode
assumir valores elevados, uma vez que se tenha N2 >> N1, como mostra o gráfico ao lado, Figura 07.
Normalmente, o ar é um isolante, mas, quando há uma grande tensão entre dois terminais próximos, o circuito
pode ser fechado, momentaneamente, pela ionização das moléculas do ar. Quando isto ocorre nos terminais
do enrolamento secundário, surge uma faísca entre os terminais deste enrolamento.

FIGURA 06 – Bobina de indução FIGURA 07 – Forma assumida pela corrente no primário e


pela tensão induzida no secundário
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Uma importante utilização prática da bobina de indução é no circuito de ignição dos motores a
combustão. Nestes, deve-se obter altas tensões, a fim de provocar a faísca, no interior dos cilindros e por meio
das velas, que originará a combustão da mistura ar-combustível.
A bobina é alimentada pela bateria do automóvel (tensão constante). O próprio movimento do eixo
do motor comanda a abertura do platinado, que serve como chave do circuito no enrolamento primário. A
bobina fornece, no enrolamento secundário, o pico de alta tensão, enquanto o distribuidor aplica essa tensão
em cada vela nos momentos adequados, numa seqüência conveniente. É interessante notar que a vela na qual
salta a faísca corresponde aos terminais do enrolamento secundário.

FIGURA 08 – Sistema de ignição de motores a explosão.

3. ESTABELECIMENTO E INTERRUPÇÃO DA CORRENTE EM UMA BOBINA.


Considerando a figura ao lado, na qual tem-
se uma bobina sendo alimentada por uma fonte de
CC, observa-se que ao fechar o interruptor S, a
corrente i não se estabelece de forma instantânea no
seu valor final calculado por E/R, sendo E a tensão da
fonte e R a resistência total do circuito, mas segue em
conformidade com a curva que está abaixo
representada. A corrente aumenta, o fluxo magnético
produzido pela bobina aumenta, induzindo nesta uma
f.e.m. de sentido tal que se opõem ao aumento da
intensidade da corrente.
Da mesma forma, depois da corrente ter
alcançado o seu valor final e for aberto o interruptor
S, a corrente na bobina se anula quase
instantaneamente, e as linhas de fluxo desaparecem
FIGURA 09 – Estabelecimento e interrupção da muito rapidamente, gerando na bobina uma f.e.m.,
corrente em uma bobina. pelo efeito da auto-indução ou indutância, de valor
elevado.
Esta f.e.m. é suficientemente grande para fazer a corrente continuar circulando durante um instante
depois que a faca do interruptor realmente interrompeu o contato. A corrente que passa pelo intervalo de ar
entre faca e os mordentes do interruptor, forma um arco elétrico (faíscamento) que queima, funde os contatos
do mesmo.
Um artifício para eliminar este problema e a conseqüente deterioração dos contatos do interruptor
consiste, conforme ilustra a Figura 09, em incorporar ao circuito, ligando em paralelo com a bobina, um
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resistor R1 de valor adequado em série com um interruptor, K. Adota-se o procedimento de antes de abrir o
interruptor S, fechar o interruptor K de modo a fornecer um circuito para eliminação da f.e.m. induzida por
diminuição da corrente, evitando que se dissipe na forma de arco elétrico nos contatos do interruptor.
Esta fato ocorre de forma mais pronunciada em equipamentos que para o seu funcionamento
necessitem a geração de campos magnéticos intensos, como no caso das bobinas do campo de excitação de
geradores elétricos.

III – TEORIA DOS CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA

GERADOR ELEMENTAR DE CORRENTE ALTERNADA

FIGURA 10 – Gerador elementar de corrente alternada C.A.

Na figura acima, tem-se um gerador de corrente alternada denominado de alternador. Observa-se


que nesta representação tem-se todos os elementos físicos indispensáveis para a aplicação da LEI DE
FARADAY e por conseguinte, na obtenção de tensões induzidas no meio condutor.
Tem-se uma espira de forma retangular imersa em um campo magnético constante produzida por
ímãs elementares. Por meio de uma ação externa esta espira é colocada a girar, tendo seus terminais
conectados a anéis metálicos e sobre estes, em permanente contato, peças metálicas ou de carvão,
denominadas escovas, que ligam o circuito interno a parte externa do gerador.
A espira de material condutor é submetida a um fluxo magnético variável, uma vez que estando em
rotação, em cada posição a área retangular da espira é atravessada por um número diferente de linhas de
indução do campo magnético. Portanto tem-se os lados S1 e S2 da espira submetidos a um fluxo magnético
variável.
φ = B ⋅ A ⋅ cos θ ;
Relembrando: Fluxo magnético:
sendo θ o ângulo entre o vetor normal ( n̂ ) à superfície
formada pela área retangular da espira e o vetor indução
magnética B . Este ângulo corresponde também ao
deslocamento angular imposto à espira pela ação externa,
conforme está explicitado na figura ao lado.
Estando θ relacionado ao deslocamento angular tem-
se que: θ = ω ⋅ t ;
sendo ω, velocidade angular que se relaciona a velocidade
linear por:
v = ω ⋅ r ; em que r é o raio descrito pelo
movimento circular da espira.
FIGURA 11 – Fluxo magnético
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Portanto, a tensão induzida em cada lado da espira: e=− ;
dt
e=−
(
d B ⋅ A ⋅ cos θ ) =−
(
d B ⋅ A ⋅ cos ωt )= B ⋅ A ⋅ ω ⋅ sen ωt
dt dt
sendo a área da espira retangular calculada por: A = 2 ⋅ r ⋅ l ;
l é o comprimento do lado ativo S1 e S2 da espira.
e = 2 ⋅ B ⋅ r ⋅ l ⋅ ω ⋅ sen θ ;
e = 2 ⋅ B ⋅ l ⋅ v ⋅ sen θ ; equação que fornece a tensão induzida nos dois lados de espira condutora
S1 e S2.
Pela análise desta equação, tem-se que a tensão induzida assume valores relacionados com a posição
da espira no campo magnético e que sua forma corresponde a uma função senoidal. Na figura abaixo está o
desenvolvimento da equação anterior, considerando que: B, v, l são grandezas constantes.

FIGURA 12 – Tensão alternada, valores instantâneos


A análise da forma gráfica de uma grandeza elétrica em regime alternado, revela alguns pontos que
devem ser considerados: - onda simétrica em relação ao eixo das abscissas, onde tem-se a variável tempo, ou
o deslocamento angular; - periódica pois se repetem os valores a cada dois semiciclos, um com valores
instantâneos positivos e o outro negativos; - o valor médio de uma grandeza elétrica em regime alternado é
nulo - a troca de sinal dos valores instantâneos denota que o sentido da corrente elétrica nos lados ativos do
condutor muda de sentido quando este passa da influência de um pólo norte para um pólo sul e vice-versa; - a
cada volta completa da espira no gerador, tem-se descrito todos os valores instantâneos possíveis de
acontecer, diz-se que completou-se um ciclo ou período (representado por T, tendo como unidade o tempo
(normalmente em segundos)); considerando a forma de onda da tensão elétrica, pode-se equacionar o seu
comportamento por:
e = e max ⋅ sen ωt ;
tem-se que nas posições 3 e 9 a tensão elétrica assume valor instantâneo máximo, representado literalmente
por: emax.
Ao ser constituído um circuito fechado externo ao gerador, este passa a fornecer potência elétrica e
por conseguinte corrente elétrica, que assume as mesmas variações instantâneas da onda de tensão, respeitada
a amplitude ou valor máximo que é função das características resistivas do circuito externo. Portanto:
i = i max ⋅ sen ωt .

VALOR EFICAZ
Os instrumentos de grandezas elétricas alternadas são calibrados para a medição do valor eficaz da
grandeza em questão. Entende-se por valor eficaz de uma corrente alternada, ao valor de I Amperes, que ao
circular por uma resistência de R Ohms, proporciona nesta resistência uma quantidade média de calor por
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unidade de tempo igual a que produziria uma corrente contínua constante de I Amperes. Este raciocínio
estende-se também ao valor de tensão correspondente.
Matematicamente o valor eficaz de uma grandeza elétrica alternada é calculado pela raiz quadrada da
média quadrática dos valores instantâneos assumidos. Representado por I ef ou I RMS, V ef ou V RMS (RMS
sigla inglesa, root means square), para ondas senoidas este equacionamento leva a seguinte relação:
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Vef = ⋅ Vmax ; I ef = ⋅ I max .
2 2
Portanto, as grandezas elétricas alternadas, ficam perfeitamente representadas pelo valor eficaz e
freqüência. Por freqüência, entende-se como o número de períodos que acontecem na unidade de tempo
(segundo). Tem por unidade o HERTZ (Hz, 1/s) e representação f. É portanto, o inverso do período (f=1/T).
Para exemplificar, na região tem-se os valores da tensão de distribuição de energia elétrica
estabelecidos em 220V, tensão monofásica (medida entre cada fase e o neutro) e 60Hz. O que significa que a
tensão de 220V assume valor máximo de 311V ( Vmax = Vef/0,707; 220V/0,707 = 311V) e em 60Hz
acontecem 120 inversões de polaridade na unidade de tempo.

IV. INDUTORES – INDUTÂNCIA

Os indutores são dispositivos que fazem uso da propriedade da indutância para exercer com isto
alguma função. Para tal consistem de fio condutor enrolado helicoidalmente sobre um núcleo, que pode ser de
ar ou material ferromagnético.
Conforme explanado anteriormente, a indutância L é a propriedade que os indutores, ou bobinas de
um modo geral, apresentam de armazenar energia elétrica na forma de campo magnético. Está relacionada a
característica física, construtiva.

INDUTOR LIGADO EM CC
Na figura ao lado tem-se um indutor ligado a uma fonte de CC.
Na seqüência está o comportamento da corrente i do circuito para as
situações de abertura do interruptor S e fechamento.
Para estas duas situações (abertura e fechamento de S), os efeitos
da indutância ou auto indução são pronunciados. Passado o transitório de
abertura e fechamento a corrente se estabiliza num valor determinado pela
tensão da fonte e resistência ôhmica do condutor, com a geração de campo
magnético pelo indutor, de forma constante. Este fato é caracterizado pela
equação que define a tensão num indutor:
di(t )
e L = −L ,
dt
ou seja, para as situações em que a corrente i assume valor constante a
tensão eL (tensão no indutor, ou queda de tensão) é nula. Portanto, FIGURA 13 – Indutor ligado em CC.
considerando um indutor ideal (resistência elétrica do condutor igual a Comportamento da corrente no circuito
zero), um indutor se comporta como um curto-circuito ou seja resistência para as situações de fechamento e
nula a passagem da corrente. abertura de S.

d (var iável)
Relembrando, o termo matemático , representa a taxa de variação de uma variável
dt
qualquer no tempo e que na situação de uma variável assumir um valor constante é nulo.

INDUTOR LIGADO EM CA
Quando submete-se um indutor a uma fonte de tensão alternada, o comportamento das grandezas
elétricas sofre mudanças com relação ao descrito para corrente contínua.
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Para tal, considere um indutor ideal


(resistência ôhmica do condutor desprezível)
em que tem-se apenas o efeito da indutância,
submetido a uma fonte de tensão alternada,
conforme figura ao lado. Aplicando a lei das
tensões de Kirchhoff ao circuito, resulta na
seguinte equação:
E = EL + ER ;
di
E=L + i.R . Desconsiderando
dt
R;
di
E=L .
FIGURA 14 – Indutor e resistor em série alimentados por dt
tensão CA

Considerando que a corrente no circuito seja uma onda senoidal representada por: I = I max ⋅ sen θ ,
e que o ângulo θ, vale 2π π radianos para cada giro completo ou ciclo, de forma que pode ser expresso por
2π ⋅ f ⋅ t sem alterar o seu valor, a tensão aplicada pela fonte para manter esta corrente deve ser:
di
E=L .
dt
Realizando a substituição e a operação de diferenciação tem-se:
d (I max ⋅ sen 2π ⋅ f ⋅ t )
E = L⋅ ;
dt
E = 2π ⋅ f ⋅ L ⋅ I max ⋅ cos 2π ⋅ f ⋅ t ;
E = 2π ⋅ f ⋅ L ⋅ I max ⋅ cos θ ;
reescrevendo em função de seno, para efeito de comparação com a corrente demandada, tem-se:
E = 2π ⋅ f ⋅ L ⋅ I max ⋅ sen(θ + π ) .
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Desta última se conclui que: a onda de tensão se adianta de 90º em relação a onda da corrente
absorvida; o termo que relaciona a tensão aplicada com a corrente deve ser medido em Ohms e é chamado de
reatância indutiva, representado por XL e equacionado por:
X L = 2π ⋅ f ⋅ L .
Circuitos ou cargas idealizadas em que R=0Ω e XL≠0Ω, chamam-se indutivos puros e são
caracterizados por apresentar a tensão aplicada ao circuito, defasada de 90º em adianto com relação a
corrente absorvida. A figura abaixo ilustra o exposto:

FIGURA 15 – Ondas de tensão e corrente para uma carga indutiva pura


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Para o situação de um circuito ou carga indutiva real ou seja, considerando o efeito da resistência
ôhmica do condutor, o ângulo θ de defasagem entre os vetores da tensão aplicada e da corrente absorvida será
maior que 0º e menor que 90º, conforme ilustra a figura abaixo.

FIGURA 16 - Ondas de tensão e corrente para uma carga indutiva real


Com base neste conhecimento tem-se a análise vetorial, que leva a melhor compreensão do
comportamento das grandezas elétricas envolvidas.

Conforme comprovado matematicamente e tendo o


vetor corrente I como referência, a tensão sobre o elemento
indutivo EL, deve ser disposto 90º em adianto a este. Por sua
vez, ER, tensão no elemento resistivo, deve estar em fase.
Operando a soma vetorial chega-se ao vetor E, tensão aplicada,
que encontra-se defasada de um ângulo φ em relação a corrente
absorvida pelo circuito.

F
FIGURA 17 – Análise
vetorial para carga indutiva
Portanto:
E = E R + E L ; sendo que: E R = I ⋅ R e E L = I ⋅ X L .
2 2

E= (I ⋅ R )2 + (I ⋅ X L )2 ;
E = I ⋅ R 2 + XL .
2

Analisando a equação anteriormente obtida, tem-se uma grandeza elétrica chamada de impedância,
representada por Z, que pela relação entre tensão aplicada e corrente absorvida pelo circuito, deve ser medida
em unidades de Ohms, satisfazendo a lei de Ohm. Esta grandeza relaciona as características resistivas do
circuito que correspondem aos efeitos da resistência ôhmica do condutor, do qual o indutor é feito, e da
reatância indutiva resultante da propriedade da indutância L do indutor. Portanto, quando tem-se uma carga
indutiva qualquer alimentada em CA, em que cito como exemplos: motores elétricos, transformadores,
reatores de lâmpadas de descarga, solenóides entre outras, a corrente do circuito fica limitada por dois fatores
R e XL, que devem ser representados pelo Z.
Concluindo:
E = I ⋅ Z e Z = R 2 + XL .
2
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Ressalta-se que Z, assume a equação descrita anteriormente para o caso específico de uma carga
representada por um circuito série de um resistor R com um indutor com XL. Para outros circuitos como
paralelo ou misto, a análise inicia também pela aplicação de uma das leis de Kirchhoff (lei das correntes
quando houver um nó ou derivação no circuito, ou lei das tensões), ou ainda ambas simultaneamente. O
resultado será uma equação que relaciona os efeitos resistivos do circuito.
Do exposto acima tem-se argumentos para definir o triângulo das potências e da impedância.
Inicialmente o triângulo da impedância, que se origina da disposição dos elementos resistivos num sistema
cartesiano, de forma que R seja colocado no eixo das abscissas e XL no eixo das ordenadas, conforme está
representado abaixo.

TRIÂNGULO DA IMPEDÂNCIA

FIGURA 18 – Triângulo da impedância

EL I ⋅ XL X
Tem-se ainda: ângulo φ = arctg = arctg = arctg L .
ER I⋅R R

TRIÂNGULO DAS POTÊNCIAS


Estendendo a análise para a potência envolvida num circuito indutivo, verifica-se pela simples
aplicação que potência é o produto P=E.I, para os valores a cada instante, que ocorrem valores positivos para
a potência (situações em que os valores instantâneos de I e E são ambos positivos ou negativos) e também
valores negativos (quando E e I apresentam valores instantâneos diferentes). Os valores positivos são
associados com a realização de trabalho efetivo (aquecimento, rotação do eixo num motor elétrico,
luminosidade, entre outras) e os valores negativos são devido a energia elétrica para a geração de campos
magnéticos e que fica armazenada, sendo devolvida a fonte nos instantes em que o potencial elétrico desta
diminui.

FIGURA 19 – Tensão e corrente em um circuito com R e XL em série.


O triângulo das potências define as potências envolvidas, conforme ilustrado a seguir. Partindo do
mesmo sistema vetorial anteriormente definido pela soma vetorial das tensões envolvidas no circuito,
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multiplicando cada vetor tensão (EL, ER, E) pela corrente absorvida da rede I, chega-se ao valor das
potências.

FIGURA 20 – Triângulo das potências


Tem-se:
P = Potência Ativa, medida em WATTS (W);
QL = Potência Reativa, medida em VOLT-AMPERE REATIVO (VAr);
S = Potência Aparente, medida em VOLT AMPERE (VA).

FATOR DE POTÊNCIA

O fator de potência de um circuito de corrente alternada é definido pela relação


potência ativa
. Em qualquer circuito no qual a diferença de fase entre a tensão aplicada E e a
potência aparente
corrente I é igual a ∅, o fator de potência é
watts E ⋅ I ⋅ cos φ
Fator de potência = fp = = = cos φ .
volt − ampere E⋅I
O fator de potência (fp) portanto nunca será maior que a unidade, sendo também expresso em
porcentagem. 100% é o máximo fator de potência possível.
Para circuitos ou cargas onde predomina a característica resistiva, o fator de potência será próximo
da unidade ao contrário de motores elétricos ou outros que demandam a geração de campo magnético para o
seu funcionamento. Nestes o fp assumirá valores baixos.
Com base nesta definição fica claro que a potência elétrica medida por um wattímetro, que mede
portanto potência ativa, não apresenta o mesmo valor que o produto da tensão pela corrente medidos num
voltímetro e amperímetro respectivamente, para cargas caracterizadas como indutivas (compostas por um
indutor, enrolamento de condutor num núcleo de material ferromagnético). Ao passo que para cargas
resistivas como lâmpadas incadescentes, chuveiros, os resultados são idênticos.

Leitura Recomendada: [1], páginas: 178-180; capítulo 9, pg. 307-328

APLICAÇÃO
1) Se uma resistência de 25Ω e uma reatância indutiva de 50Ω a 60Hz são colocadas em série,
e a seus extremos se aplica uma ddp de 110V, calcular a intensidade da corrente, as tensões
aplicadas as duas partes do circuito e a potência para 30, 60 e 120 Hz.

f(Hz) R(Ω) XL(Ω) Z(Ω) I(A) ER(V) EL(V) fp P(W)


30 25 25 35,4 3,10 78 78 0,71 240
60 25 50 56 1,96 49 98 0,44 96
120 25 100 103,0 1,07 27 107 0,24 29

2) Um transformador de 5kVAe 220V de tensão secundária alimenta as seguintes cargas:


1- Iluminação (lâmpadas incadescentes): 1 kW, fp=1,0;
14

2- Motor 2: 2,0CV, fp=0.90 em atraso e η=85%


3- Motor 1: 1,5CV, fp=0,87 em atraso e η=90%
Quando todas as cargas estiverem funcionando simultaneamente determinar:
a) qual o percentual de plena carga que o transformador está usando;
b) qual o fp total do conjunto;
c) qual a corrente solicitada ao transformador.

SOLUÇÃO:

EQUAÇÕES:
Pn .736 P P
P= ; S= ; Q = S − P ; . S T = PT + Q T ; fp T = T
2 2

η fp ST

TABELA:
Carga P(kW) S(kVA) Q(kVAr) fp
1 1,00 1,00 0,00 1,00
2 1,73 1,92 0,83 0,90
3 1,23 1,41 0,69 0,87

PT = 1 + 1,23 + 1,73 = 3,96kW ;


Q T = 0 + 0,69 + 0,83 = 1,52kVAr ;
a) S T = 3,69 + 1,52 =
2 2
4,24kVA , valor que corresponde a aproximadamente a 85%
da potência nominal do transformador.
PT 3,96
b) fp T = = = 0,93 ;
S T 4,24
S T 4,24x1.000
c) I= = = 19,27A .
V 220
3) Um transformador de 5kVAe 220V de tensão secundária alimenta as seguintes cargas:
iluminação, 1kW, fp=1,0; motor 1: 3CV; motor 2: 10 CV. Quando todas as cargas estiverem
funcionando simultaneamente determine: o percentual de plena carga que o transformador
está usando; o fp total do conjunto; a corrente solicitada ao transformador. Compare os
resultados para duas situações de carga dos motores: operando com 50% da carga e com
carga nominal. Utilize os dados da tabela abaixo, fornecida pelo fabricante.
15

CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO FATOR DE POTÊNCIA

PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS
• Acréscimo na conta de energia elétrica por estar operando com baixo fator de potência;
• Limitação da capacidade dos transformadores de alimentação;
• Quedas e flutuações de tensão nos circuitos der distribuição;
• Sobrecarga nos equipamentos de manobra limitando sua vida útil;
• Aumento das perdas elétricas na linha de distribuição pelo efeito Joule;
• Necessidade de aumento do diâmetro dos condutores;
• Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e proteção.

CAUSAS DO BAIXO FATOR DE POTÊNCIA


• Motores de indução trabalhando a vazio;
• Motores superdimensionados para sua necessidade de trabalho;
• Transformadores trabalhando a vazio ou com pouca carga;
16

• Reatores de baixo fator de potência no sistema de iluminação;


• Fornos de indução ou a arco;
• Máquinas de tratamento térmico;
• Máquinas de solda;
• Nível de tensão acima do valor nominal provocando um aumento de consumo de
energia reativa.

V. CAPACITORES - CAPACITÂNCIA

Capacitor ou condensador é um dispositivo físico constituído basicamente de duas placas metálicas,


chamadas de armadura, dispostas paralelamente, separadas por um meio isolante (dielétrico). Tem por
finalidade armazenar cargas elétricas.

(b) interruptor aberto (a) interruptor fechado


FIGURA 21 – Característica construtiva e processo de carga do capacitor
Na figura acima estão representados dois circuitos, no circuito (a) não há indicação no amperímetro
uma vez que o interruptor Ch está aberto. Em (b), a princípio, poderia-se julgar que ao fechar o interruptor a
indicação do amperímetro continuasse a indicar corrente elétrica nula, porém, observa-se que ocorre uma
rápida indicação do amperímetro e depois retorna a indicar zero. Isto significa então, que durante alguns
instantes houve a circulação de corrente no circuito.
Este fenômeno pode ser explicado pelas leis da Física. Quando o interruptor é fechado, o pólo
positivo da fonte “captura” alguns elétrons livres pertencentes à placa condutora superior que, por
conseguinte, fica positivamente carregada, com carga +q. Esta, por sua vez, fará com que uma carga de igual
valor, porém de sinal contrário, -q “aflua” à placa inferior, através de um processo chamado indução elétrica.
Vê-se, assim, que durante o período de “acomodação” das cargas, houve a circulação de uma corrente i, cujo
sentido convencional (oposto ao movimento dos elétrons) é mostrado na figura.
Observa-se que a pós o transitório de tempo inicial, em que houve a circulação de corrente, tem-se o
capacitor carregado com cargas de polaridades distintas nas placas de modo a se estabelecer uma tensão
elétrica de igual intensidade a da fonte de tensão E.
A quantidade de cargas elétricas q armazenada nas placas do capacitor é função direta da tensão
aplicada E, dependendo da construção física deste. Portanto, tem-se a relação:
q = C . E;
em que C é a constante de proporcionalidade, denominada de Capacitância, medida em unidades de FARAD
(F). A capacitância é uma grandeza que relaciona as características físicas, construtivas do capactior. Para
ilustrar, a capacitância de um capacitor de placas planas e paralelas com área A e distânciadas de d unidades
comprimento, tendo como dielétrico o vácuo, tem-se a equação:
A
C = εo ⋅ ;
d
onde εo é a permissividade no vácuo.

CAPACITOR LIGADO EM C.C.

Na figura abaixo, tem-se um circuito para a carga e descarga de capacitor. Por meio dos instrumentos
de medição é possível obter valores para o traçado das curvas da tensão e da corrente nos processos citados.
17

Pela análise das curvas obtidas observa-se que, no processo de carga: a tensão sob o capacitor EC, é
nula inicialmente e aumenta gradativamente até assumir 100% da tensão aplicada; com a corrente IC observa-
se ao contrário, isto é, máxima no momento inicial, decrescendo de valor. Esta observação leva a conclusão
que o capacitor é um curto-circuito no momento inicial param fontes de corrente contínua. No processo de
descarga, tem-se a tensão e a corrente diminuindo de valor até atingirem valor nulo. Portanto, o capacitor
bloqueia a corrente contínua. Ressalta-se ainda, que o sentido da corrente é contrário ao sentido no processo
de carga.
Observa-se que há um determinado período de tempo envolvido nos processos de carga e descarga.
Este tempo pode ser medido ou calculado em segundos, pelo produto da resistência R do circuito em Ohms e
a capacitância C do capacitor em Farads. Tem-se:
τ = R ⋅C;
τ = (letra grega “tau”) denominado de constante de tempo do circuito (s); na prática um capacitor
encontra-se completamente carregado (adquirindo o valor da tensão aplicada pela fonte) após 5 constantes de
tempo.

* o sentido da corrente elétrica está relacionado


ao sentido convencional (do potencial positivo
para o potencial negativo)
FIGURA 22 – Circuito para carga e descarga
do capacitor

FIGURA 23 – Forma das ondas de tensão e corrente resultantes dos


processos de carga e descarga

CAPACITOR LIGADO EM C.A.

Se for aplicado uma fonte de tensão constante aos terminais do circuito representado na Figura
abaixo, circulará uma corrente instantânea no sentido representado em (a) para carregar o capacitor, porém
não passará corrente de um modo contínuo, visto que o circuito se acha interrompido pela substância isolante
entre as placas.

FIGURA 24 – Capacitor ligado em CA


18

Se a polaridade da tensão for invertida, a corrente circulará no sentido representado em (b) até que o
capacitor tenha cedido sua carga, e continuará passando no mesmo sentido até que o capacitor se tenha
carregado de novo em sentido oposto. O tempo necessário para inverter a carga é aproximadamente a
proporção direta ao produto da resistência do circuito e da capacitância C do capacitor. Se, então, a tensão
aplicada é alternada, circulará uma corrente de carga pelos condutores x e y num e noutro sentido, com uma
freqüência que é a mesma da tensão aplicada pela fonte de tensão alternada, e as lâmpadas L se acenderão se
passar pelos seus filamentos corrente com intensidade suficiente para aquecê-los.
Quando um capacitor for ligado em C.A., é valida a relação estabelecida anteriormente: q = C . E.
De onde se conclui que quanto maior for a capacitância de um capacitor, tanto mais eletricidade este poderá
conter e tanto maior será a corrente de carga que passa através dos condutores.
Em um capacitor real, se a tensão aplicada E varia rapidamente, q não pode adquirir
instantaneamente o valor correspondente à equação q = C . E, tendo-se em conta a resistência e a indutância
dos condutores e das placas, que se opõem a carga e a descarga. Verifica-se com muita precisão a validade da
equação anterior, para as variações de E relativamente lentas que têm lugar nas freqüências dos circuitos de
energia elétrica e telefônicos.
Quanto a corrente absorvida da fonte pelo capacitor, esta é proporcional à freqüência, à tensão
aplicada e à capacitância do mesmo, uma vez que carrega-se e descarrega-se duas vezes em cada ciclo. Por
meio do cálculo diferencial, chega-se a importantes conclusões, respaldadas na prática real dos fatos.
Considerando a relação: q = C . E, e que o circuito tenha R=0Ω Ω, aplicando a diferenciação em ambos os lados
da equação, tem-se:
dq dE
= C⋅ ;
dt dt
dE
i = C⋅ , esta equação denota o que foi anteriormente descrito ou seja, tem-se corrente no
dt
circuito enquanto houver diferença de potencial elétrico entre a fonte aplicada e as placas do capacitor. Ou
ainda, enquanto houver variação da tensão nas placas do capacitor. No momento em que este se encontrar
carregado não mais há diferença de potencial elétrico, a tensão se estabelece no mesmo potencial da fonte
aplicada e portanto a corrente se anula.
Admitindo que a tensão aplicada seja E = E max ⋅ sen θ , e que o ângulo θ, vale 2π radianos para
cada giro completo ou ciclo, de forma que pode ser expresso por 2π ⋅ f ⋅ t , tem-se que a corrente absorvida
por um capacitor de uma fonte de tensão alternada assume forma:

i = C⋅
d
(E max ⋅ sen 2π ⋅ f ⋅ t ) ;
dt
i = 2π ⋅ f ⋅ t ⋅ C ⋅ E max ⋅ cos 2π ⋅ f ⋅ t ;
i = 2π ⋅ f ⋅ t ⋅ C ⋅ E max ⋅ cos θ ;
escrevendo em função de seno, para efeito de comparação com a tensão aplicada, tem-se:
(
i = 2π ⋅ f ⋅ C ⋅ E max ⋅ sen θ + π . .
2
)
Desta última se conclui que: a onda de corrente se adianta de 90º em relação à onda da tensão
aplicada; o termo que relaciona a corrente absorvida com a tensão aplicada deve ser um valor medido em
Ohms e é chamado de reatância capacitiva, representado por XC e equacionado por:
1
XC = .
2π ⋅ f ⋅ C
Circuitos ou cargas em que R=0Ω Ω e XC≠0Ω Ω, chamam-se capacitivos puros e são caracterizados por
apresentar a corrente absorvida pelo circuito defasada de 90º em adianto com relação a tensão aplicada. A
figura abaixo ilustra o proposto:
19

FIGURA 25 – Forma de onda da tensão e corrente para uma carga capacitiva pura

CAPACITOR E RESISTOR EM SÉRIE

Considerando o circuito da Figura (a) abaixo em que tem-se um capacitor em série com um resistor,
submetidos a uma fonte de tensão C.A, a corrente elétrica que circula em ambos os elementos é definida por:
I = I max ⋅ sen θ .

(a)
(b)
FIGURA 26 – Forma de onda da tensão e corrente resultante de um circuito série resistor e capacitor
quando ligado em CA.
A análise do circuito inicia pela aplicação da Lei das Tensões de Kirchhoff (LTK), que define:
E = E C + E R , ressalta-se que é soma vetorial e portanto, dispondo os vetores no plano cartesiano e
observando a defasagem destes com relação a corrente I, tem-se:
20

Conforme comprovado matematicamente e tendo o


vetor corrente I como referencia, a tensão sobre o elemento
capacitivo EC, deve ser disposta 90º em atraso a I. Por sua vez,
ER, tensão no elemento resistivo, deve estar em fase. Operando a
soma vetorial chega-se ao vetor E, tensão aplicada, que
encontra-se defasada de um ângulo φ em relação a corrente
absorvida pelo circuito. Na figura anterior (b), estão
representadas as curvas dos vetores relacionados. Observa-se
que o ângulo de defasagem φ é maior que 0º e menor que 90º, o
que caracteriza uma carga capacitiva real. Na Figura 26 (b) estão
representadas as formas de onda das grandezas envolvidas.

FIGURA 27 – Análise vetorial


para carga capacitiva
Realizando a soma vetorial das tensões tem-se:

E = E R + E C ; sendo que: E R = I ⋅ R e E C = I ⋅ X C .
2 2

E= (I ⋅ R )2 + (I ⋅ X C )2 ;
E = I ⋅ R 2 + X C ; portanto,
2

E = I ⋅ Z e Z = R 2 + XC .
2

EC I ⋅ XC X
Tem-se ainda: ângulo φ = arctg = arctg = arctg C .
ER I⋅R R
Do exposto acima tem-se argumentos para definir o triângulo das potências e da impedância
conforme está representado nas figuras abaixo.

TRIÂNGULO DAS POTÊNCIAS

FIGURA 28 – Triângulo das potências


TRIÂNGULO DA IMPEDÂNCIA
21

FIGURA 29 – Triângulo da impedância


Observa-se que a reatância capacitiva XC será colocada no eixo das coordenadas (sistema de eixos
cartesianos) sempre com orientação negativa (para baixo) ao contrário da reatância indutiva com orientação
positiva. No eixo da abscissas segue a colocação dos valores relacionados a resistência ôhmica, R.
A curva da potência mostrada na Figura abaixo, ressalta a presença de uma componente da potência
com valores negativos. Esta é a energia elétrica armazena nos capacitores sob a forma de campo elétrico, que
recebe o nome de potência reativa, simbolozada por QC e medida em unidades de Volt-Ampere Reativo
(VAr). Mesmo acontecendo com os circuitos que apresentam cargas com características indutivas, ou seja,
equipamentos em há a armazenagem de energia elétrica num campo magnético. A potência ativa em Watts é a
parte da curva de potência com valores positivos, o que denota a realização efetiva de um trabalho útil.
Conforme indicado no triângulo das potências acima, a potência reativa proveniente de circuitos
capacitivos será representada com orientação negativa ou seja para baixo, ao contrário da potência reativa
proveniente de circuitos indutivos com orientação contrária, positiva, para cima. Esta caracterização é
coerente com o comportamento verificado nas grandezas corrente e tensão elétrica. Relembrando, em
circuitos indutivos verifica-se que ocorre um defasamento entre as ondas, ou vetores, de forma que a tensão
se adianta em relação a corrente (este ângulo é de 90º para circuitos indutivos puros ou ideais e entre 0º e
90º para circuitos indutivos reais). Em circuitos capacitivos ocorre ao contrário ou seja, o vetor corrente se
adianta em relação a tensão (este ângulo é de 90º para circuitos capacitivos puros ou ideais e entre 0º e 90º
para circuitos capacitivos reais).

FIGURA 30 – Potência em circuito capacitivo

UTILIZAÇÃO DE CAPACITORES PARA A CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

Uma aplicação importante para os


capacitores é na correção do fator de potência de
cargas individuais ou de uma instalação elétrica. Para
tanto, considerando a defasagem angular entre tensão
e corrente que os capacitores provocam e ainda ao
fato que a tensão aplicada deve ser mantida a mesma
com o mínimo de quedas, estes devem ser ligados em
paralelo com a carga ou conjunto de cargas. Nesta
situação o capacitor absorve uma corrente IC que está
em avanço de 90º em relação a tensão de alimentação.

FIGURA 31 – Capacitores para correção do


fator de potência
Na figura abaixo estão representadas duas situações: a primeira (a), sem a colocação do capacitor,
resultando num ângulo de defasagem ∅ , entre a tensão de alimentação E e a corrente absorvida pela carga IL,
22

e em (b), tem-se o resultado do ângulo α, após a colocação do capacitor. Se o fator de potência da carga está
em atraso, de modo que a corrente de carga IL fica em atraso de uma ângulo ∅ em relação a tensão, então a
corrente IT, que é a soma vetorial de IL e IC, avança devido a adição da componente IC, e o fator de potência
aumenta. A potência ativa continua a mesma visto que: E ⋅ I ⋅ cos φ = E ⋅ I L ⋅ cos α . Observa-se
claramente, que o resultado da soma vetorial das correntes implica em α<∅, corrigindo o fator de potência
para valores adequados

(a) (b)

α < ∅
FIGURA 32 – Fator de potência situação original (a) e após a correção (b) pela colocação de
capacitor

EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
1) Uma certa carga absorve 10kW com fator de potência igual a 75%. No contrato de fornecimento
de energia elétrica só se aplica multa quando o fator de potência for inferior a 85%. Qual deverá
ser o capacitor que se terá de utilizar para evitar multa? A tensão é de 550 V e 60Hz.

SOLUÇÃO:
A corrente drenada da fonte por um capacitor (IC) é calculada da mesma forma que para
cargas resistivas ou indutivas, embasada na lei de Ohm (E=R.I), considerando o termo resistivo,
(medido em unidades de Ohms) para cada situação. Para cargas resistivas: IR=E/R; para cargas
indutivas: IL=E/XL; para cargas capacitivas: IC=E/XC.
23

Com relação a potência reativa (QC), gerada por um capacitor, tem-se:


E2
QC = IC ⋅ X C ; QC =
2
, de forma análoga a potência ativa em resistores (P=I2.R; P=E2/R) e a
XC
potência reativa em indutores (QL=I2.XL; QL=E2/XL).
Tem-se que a reatância capacitiva, XC é calculada por:
1
XC = , de onde se obtém o valor da constante de interesse C (capacitância), pela
2π ⋅ f ⋅ C
1
equação: C = .
2π ⋅ f ⋅ X C
Portanto, a seqüência para a resolução inicia pelo cálculo de IC, que é obtido pela análise
vetorial. Analisando as correntes envolvidas no circuito tem-se:
IT = IL + IC ; I C = I T − I L , portanto:

corrente de carga original:


10.000
IL = = 24,2A ;
550 ⋅ 0,75
ângulo do fator de potência original: φ1 = arccos 0,75 = 41° 25 ' ;
°
ângulo do fator de potência corrigido: φ 2 = arccos 0,85 = 31 47 ;
'

corrente de carga corrigida:


10.000
IT = = 21,4A .
550 ⋅ 0,85
A decomposição dos vetores no eixo das abscissas:
I T⋅ cos φ 2 − I L ⋅ cos φ1 = 21,4 ⋅ cos 31º 47'−24,2 ⋅ cos 41º 25' ≅ 0 ;
no eixo das coordenadas:
I L ⋅ sen φ1 − I T⋅ sen φ 2 = 24,2 ⋅ sen 41º 25'−21,2 ⋅ sen 31º 47' = 15,97 − 11,07 = 4,89A .
Logo: I C = 4,89A .
Cálculo de XC:
E E 550V
IC = ∴ XC = = = 112,51Ω .
XC I C 4,89A
Cálculo da Capacitância, C:
24

1 1 1
XC = ∴C = = = 0,0000236F = 23,6µF .
2π ⋅ f ⋅ C 2π ⋅ f ⋅ X C 2π ⋅ 60 ⋅ 112,51

Pode-se obter o mesmo resultado por meio do triângulo das potências, conforme abaixo representado.
Q1= potência reativa da carga sem a utilização do
capacitor em paralelo, a carga na sua concepção
original. Aplicando as funções trigonométricas no
triângulo retângulo resulta:
Q1
tgφ1 = ∴ Q1 = P ⋅ tgφ1 = 10 ⋅ tg 41º 25'
P
Q1=8,77kVAr
Q2= potência reativa resultante, visto pela fonte de
alimentação, após a colocação do capacitor;
Q2
tgφ 2 = ∴ Q 2 = P ⋅ tgφ 2 = 10 ⋅ tg31º 47'
P
Q2=6,12kVAr
A potência a ser fornecida, pelo capacitor, a carga para que o fator de potência seja corrigido
de 0,75 para 0,85 (lembrando que fator de potência é o cosseno do ângulo de defasagem entre tensão e
corrente, e portanto quanto maior for este valor mais perto de zero graus resulta este ângulo), é Qc.
Pela característica de defasagem imposta pelo capacitor, tem-se conforme ilustra o triângulo das
potências acima:
Q1 = Q C + Q 2 ∴ Q C = Q1 − Q 2 ;
Portanto:
Q C = 8,77kVAr − 6,12kVAr = 2,65kVAr .
E2 E2 550V 2
Relembrando que: QC = ∴ XC = = = 114,15Ω .
XC Q C 2,65kVAr
1 1 1
Ainda: X C = ∴C = = = 0,0000232F = 23,2µF .
2π ⋅ f ⋅ C 2π ⋅ f ⋅ X C 2π ⋅ 60Hz ⋅ 114,15Ω

Na prática o dimensionamento de capacitores para a correção do fator de potência de cargas


∅1-tg∅
individuais ou conjunto de cargas é feito por meio de uma tabela que fornece os valores de tg∅ ∅2,
que multiplicado por P (em Watts ou kW) fornece a potência reativa a ser fornecida pelo capacitor. A
explicação para este produto resulta do seguinte:
Q1
tgφ1 = ∴ Q1 = P ⋅ tgφ1 ;
P
Q
tgφ 2 = 2 ∴ Q 2 = P ⋅ tgφ 2 ;
P
Conforme visto no triângulo das impedâncias acima Q C = Q1 − Q 2 , que substituindo tem-se:
Q C = Q1 − Q 2 = P ⋅ tgφ1 − P.tgφ 2 = P ⋅ ( tgφ1 − tgφ 2 ) .
Abaixo tem-se uma tabela de fabricante de capacitores que ilustra a demonstração anterior.
25

Exemplo de Aplicação da Tabela


Fator de potência atual (FPA) = 0,80
Potência reativa consumida (PA) = 1000 kW
Fator de potência desejado (FPD) = 0,92
Fator (vide tabela anterior) = 0,324
kvar = PA x F = 1000 x 0,324 = 324 kvar = potência a ser fornecida pelos capacitores para se
atingir o fp desejado.

PROBLEMAS PROPOSTOS

1) Em uma indústria, a potência efetiva é de 150kW. O fator de potência é igual a 0,65 em atraso.
Qual a corrente que está sendo demandada da rede de 380V, e qual seria a corrente se o fator de
potência fosse igual a 0,92?
RESPOSTA: 606A, 428A.

2) Uma indústria tem instalada uma carga de 200kW. Verificou-se que o fator de potência é igual a
85% (em atraso). Qual deverá ser a potência (kVAr) de um capacitor que, instalado venha a
reduzir a potência reativa, de modo que o fator de potência atenda às prescrições da
Concessionária, isto é, seja igual (no mínimo) a 92%?
26

RESPOSTA: 38,2kVAr

LOCALIZAÇÃO DOS CAPACITORES PARA A CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA


A correção pode ser feita instalando os capacitores de quatro maneiras diferentes, tendo como
objetivo a conservação de energia e a relação custo/beneficio:
a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o fator de potência visto pela
concessionária, permanecendo internamente todos os inconvenientes citados pelo baixo fator de potência.
b) Correção na entrada de energia de baixa tensão: Permite uma correção bastante significativa,
normalmente com bancos automáticos de capacitores. Utiliza-se este tipo de correção em instalações elétricas
com elevado número de cargas com potências diferentes e regimes de utilização pouco uniformes. A principal
desvantagem consiste em não haver alívio sensível dos alimentadores de cada equipamento.
c) Correção por grupos de cargas: o capacitor é instalado de forma a corrigir um setor ou um
conjunto de pequenas máquinas (<10 CV). É instalado junto ao quadro de distribuição que alimenta esses
equipamentos. Tem como desvantagem não diminuir a corrente nos alimentadores de cada equipamento.
d) Correção localizada: é obtida instalando-se os capacitores junto ao equipamento que se pretende
corrigir o fator de potência. Representa, do ponto de vista técnico, a melhor solução, apresentando as
seguintes vantagens:
• Reduz as perdas energéticas em toda a instalação;
• Diminui a carga nos circuitos de alimentação dos equipamentos;
• Pode-se utilizar em sistema único de acionamento para a carga e o capacitor,
economizando-se um equipamento de manobra;
• Gera potência reativa somente onde é necessário.
e) Correção Mista: no ponto de vista "Conservação de Energia", considerando aspectos técnicos,
práticos e financeiros, torna-se a melhor solução. Usa-se o seguinte critério para correção mista:
• Instala-se um capacitor fixo diretamente no lado secundário do transformador;
• Motores de aproximadamente 10 CV ou mais, corrige-se localmente (cuidado com
motores de alta inércia, pois não se deve desprezar a corrente de manobra dos capacitores sempre
que a corrente nominal dos mesmos for superior a 90% da corrente de excitação do motor);
• Motores com menos de 10 CV, corrige-se por grupos;
• Redes próprias para iluminação com lâmpadas de descarga, usando-se reatores de baixo
fator de potência, corrige-se na entrada da rede;
• Na entrada instala-se um banco automático de pequena potência para equalização final.
Quando se corrige um fator de potência de uma instalação, consegue-se um aumento de potência
aparente disponível e também uma queda significativa da corrente conforme exemplo:
Uma carga de 930 KW, 380V e FP=0,65 (deseja-se corrigir o fator de potência para 0,92):
• Sem Correção do fator de potência: Potência Aparente Inicial = 1431 KVA Corrente
Inicial= 2174 A.
• Com Correção de fator de potência: Potência Aparente Final = 1010 KVA Corrente
Final = 1536 A.
Neste caso poderá aumentar 41% de carga na instalação.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1 – Uma bobina, quando ligada a uma fonte de CC de 10V, consome 100 mA e, quando ligada a uma
fonte CA de 10Vrms/500Hz, consome 20 mArms. Calcular:
a- resistência da bobina;
b- reatância indutiva e a indutância da bobina
c- impedância complesa da bobina e sua representação gráfica
d- diagrama fasorial do circuito CA
27

BIBLIOGRAFIA

1 GRAY, A., WALLACE, G.A. Eletrotécnica: princípios e aplicações. 7. ed. Rio de Janeiro: : LTC
–Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1983.
2 NISKIER, J., MANCITYRE, A. J. Instalações elétricas. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC –Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A., 2000.
3. US. NAVY. Curso completo de eletricidade básica . São Paulo : Hemus, 1980.
4. TIPLER, P. A. Física para cientistas e engenheiros: eletricidade e magnetismo. 3. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.
5. ALBUQUERQUE, RÔMULO OLIVEIRA. Circuitos em corrente alternada. São Paulo : Érica,
1999.
6. NEVES, EURICO GUIMARÃES DE CASTRO: Eletrotécnica geral. Pelotas : UFPel, 1999.
7. LOURENÇO, ANTONIO CARLOS DE., CRUZ, EDUARDO CESAR ALVES., CHOUERI JR.,
SALOMÃO. Circuitos em corrente contínua. São Paulo : Érica, 1999.
8. MILEAF, HARRY.: Eletricidade.. v.1 a 7. São Paulo : Martins Fontes, 1985.

http://www.mfcapacitores.com.br/fator.htm
http://www.mfcapacitores.com.br/tabelas.htm
http://www.weg.com.br

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