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Companhia Siderúrgica de Tubarão

A DIAGNOSE DE GRANDES MÁQUINAS ELÉTRICAS ROTATIVAS COMO FATOR DE


GARANTIA OPERACIONAL(1)

Ivan Soella (2)


Willye Bonfá de Lima (3)

Resumo
Na indústria moderna, torna-se cada vez mais importante o aprimoramento da confiabilidade dos
processos e sistemas produtivos, devido aos elevados custos de interrupções de produção causadas por
paradas acidentais. As ferramentas de manutenção preditiva são utilizadas para antever uma avaria futura
em equipamentos que desempenham funções críticas ou estratégicas. O enfoque deste trabalho será
apresentar uma técnica utilizada na Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), que consiste na diagnose
de máquinas elétricas rotativas de corrente alternada.
As técnicas de diagnose especializada de máquinas elétricas rotativas são baseadas no monitoramento de
variáveis de controle específicas, permitindo determinar o grau de contaminação e o estado de degradação
do isolamento do equipamento. Dessa forma, é possível avaliar com precisão a sua vida útil remanescente.
De posse dos resultados da diagnose, pode-se otimizar o planejamento de manutenções preventivas ou
mesmo a substituição programada, tendo como resultado a minimização dos impactos na cadeia produtiva
da empresa além da redução do ativo imobilizado na forma de sobressalentes.
É apresentado um caso prático de uma grande manutenção realizada em um motor de grande porte, a
partir de resultado de diagnose recomendando a recunhagem do enrolamento do estator. Nesse estudo de
caso, as evidências encontradas durante a manutenção comprovaram a eficácia das técnicas de diagnose.

Palavras-Chave: máquinas, diagnose, isolamento

(1) Contribuição Técnica a ser apresentada no XI Seminário Brasileiro de Manutenção Preditiva e


Inspeção de Equipamentos (11 e 12 de maio de 2005, Instituto de Engenharia de São Paulo, SP)
(2) Especialista de manutenção eletroeletrônica da área de Sinterização da Companhia Siderúrgica de
Tubarão.
(3) Especialista de manutenção eletroeletrônica da área de Utilidades da Companhia Siderúrgica de
Tubarão.
Introdução
No mundo atual, as grandes empresas atuam em cenários extremamente competitivos. Nesse cenário, um
fator crítico de diferenciação para as empresas é a redução de seus custos de produção, obtida pela
maximização do uso dos ativos disponíveis. Esse ganho é possível pelo aumento do tempo disponível para
produção das unidades fabris. Dois meios para se maximizar esse tempo produtivo do ponto de vista de
manutenção e controle de processo são:
• Reduzir os tempos de paradas de manutenção por meio de aprimoramentos do planejamento e uso
de novas técnicas e/ou tecnologias que acelerem as atividades de manutenção sem perda de
qualidade e confiabilidade;
• Reduzir, ou eliminar, as paradas de produção devido a falhas de equipamento (quebra de peças,
queima de máquinas elétricas, etc);
Focando esse segundo item, existe atualmente a filosofia da Manutenção Centrada em Confiabilidade, por
meio do uso das ferramentas de manutenção preditiva, que facilitam o acompanhamento da vida útil dos
equipamentos. A diagnose de máquinas elétricas rotativas, enfoque do presente trabalho, está em sintonia
com essa visão, uma vez que o monitoramento por condição e testes de diagnóstico fornecem informações
que facilitam o controle do envelhecimento do isolamento e planejamento de manutenções futuras, além
de subsidiar estudos para as intervenções de reparo programado ou aquisição de sobressalentes, sem
comprometer a estabilidade operacional das unidades produtivas.
O ponto ótimo de intervenção para manutenção será determinado em função da monitorização das
variáveis que, do ponto de vista científico, informarão precisamente quando a máquina estará se
aproximando do seu fim de vida útil. Uma vez diagnosticado o processo de degradação do isolamento, a
empresa poderá planejar a manutenção para prolongamento da vida remanescente ou a substituição da
máquina.

Estatísticas de falhas em máquinas elétricas rotativas


Pesquisas de confiabilidade executadas pela IEEE (1987) e EPRI em falhas de grandes motores indicam
que falhas em rolamentos correspondem a 40-50% de todas as falhas em motores. A segunda causa
principal de falhas foi atribuída aos enrolamentos do estator, estimada em 30% do total das falhas. Assim,
se a manutenção fosse focada nos mancais e nos enrolamentos estatóricos de uma máquina, mais de 75%
das falhas de motores poderiam ser prevenidas.
A pesquisa da IEEE analisou em detalhe as falhas em enrolamentos e suas respectivas causas, sendo que a
falha na isolação foi identificada como a mais significativa. O fator principal para a ocorrência dessa falha
é o envelhecimento ou deterioração do isolamento, seguido de contaminação por umidade e agentes
químicos e físicos agressivos.

Fatores de degradação do isolamento de máquinas elétricas rotativas


O envelhecimento do isolamento de uma máquina elétrica rotativa é geralmente causado pelos seguintes
fenômenos:
• Despolimerização do isolamento em função de temperaturas elevadas, levando ao surgimento de
espaços vazios entre o isolamento e o núcleo de ferro ou entre o isolamento e o condutor de cobre,
e que desencadeiam o processo de descargas parciais ao longo do tempo de operação;
• Stress mecânico pela dilatação e contração do isolamento ao longo das diversas partidas, paradas e
sobrecargas, podendo levar a trincas no isolamento que potencializam o efeito das descargas
parciais, além de serem potenciais pontos de fuga a terra no isolamento;
• Degradação externa da pintura semicondutiva e do isolamento por efeito corona pela deposição de
contaminantes (umidade, partículas sólidas, óleo) nas cabeças de bobina e dentro das ranhuras.
Isso leva à dissipação de calor nos pontos de maior intensidade do fenômeno e à desagregação
mais acentuada do isolamento nessas áreas;
• Abrasão do isolamento por partículas sólidas, o que pode acelerar o efeito corona na superfície do
isolamento.

Principais ensaios elétricos


Os principais testes elétricos para a diagnose de isolamento de máquinas elétricas rotativas disponíveis
atualmente são divididos em dois grupos:
• Testes do tipo “aprova/reprova” – avaliam a situação atual do isolamento e não se destinam a
estimar a evolução da sua vida útil;
• Testes preditivos DC e AC – fornecem informações que possibilitam avaliar a degradação do
material isolante e a tendência de vida remanescente da máquina.
Os testes elétricos convencionais (do tipo “aprova/reprova”), não avaliam a vida útil remanescente da
máquina. Quando tais testes indicam alguma anomalia, a máquina já se encontra avariada. Entretanto, ao
serem associados aos testes preditivos, permitem fazer uma análise mais consistente da máquina. Os
principais testes são:
Resistência de isolamento: medição da resistência de isolamento por meio da aplicação de uma tensão DC
com um equipamento “megger” durante 1 minuto, quando se considera que os elementos capacitivos
intrínsecos ao estator já foram totalmente carregados, e onde só estaria agindo o elemento resistivo do
isolamento. A sua mensuração destina-se a servir de referência, como por exemplo, para acompanhamento
da redução da resistência de isolamento do motor.
Índice de Absorção (IA) e Índice de Polarização (IP): Os índices de absorção e de polarização dão uma
visão inicial da existência de contaminantes e/ou de umidade no isolamento. O teste consiste da aplicação
de uma tensão DC no enrolamento com um megger. Mede-se a resistência de isolamento em três instantes:
após 30 segundos, após 1 minuto e após 10 minutos de tensão aplicada ininterruptamente.
Quando se aplica uma tensão DC em uma máquina elétrica, três fenômenos que ocorrem no isolamento
geram correntes transitórias no tempo: a relação entre a resistência interna do megger e a capacitância do
isolamento testado provoca a chamada “corrente de deslocamento”, que começa alta e decai rapidamente
no tempo(Id); a redistribuição de cargas dentro do isolamento causa uma corrente que decai mais
lentamente, chamada corrente de absorção(Ia); a natureza resistiva do isolamento causa a corrente de fuga
(Ic) e é constante no tempo. Essas três correntes se somam, causando uma corrente total resultante
variável no tempo que tende a se igualar à corrente Ic (Figura 1).
Ic Id Ia
+

I resultante
R

R C Ic
C Ia
Id

- 30 s 1 min 10 min

Figura 1 – Correntes de deslocamento, de absorção e de fuga


O índice de absorção (IA) é calculado pela razão entre a resistência de isolamento medida em 1 minuto e a
resistência de isolamento medida em 30 segundos, enquanto o índice de polarização (IP) é calculado pela
razão entre a resistência de isolamento medida em 10 minutos e a resistência de isolamento medida em 1
minuto:
IA = Risol(1 min) IP = Risol (10 min)
Risol(30 seg) Risol(1 min)
Esses resultados precisam ser comparados com os de outros testes e se possível com dados históricos de
medição de IA e IP para confirmar o diagnóstico.
Surge teste: Através da aplicação de um pulso de tensão em cada fase do enrolamento, registra-se o
formato da onda de corrente resultante (Figura 2).

Exemplo de surge teste com motor em


boas condições

Figura 2 – Surge tester e formato de onda de corrente registrado pelo aparelho


A simetria ou assimetria entre as formas de onda resultantes indica a existência de problemas no
enrolamento, que podem ser desde um desequilíbrio de resistência ôhmica entre as fases até um curto-
circuito franco de fase para terra (Figura 3).

Figura 3 – Formas de onda que indicam problemas no enrolamento


Os ensaios elétricos preditivos DC e AC fornecem uma avaliação do estágio de degradação do isolamento.
Sua principal característica é diagnosticar se a máquina está com risco crescente de falha no isolamento, se
demanda apenas algumas ações de manutenção preventiva tais como limpeza do enrolamento, substituição
de cunhas, por exemplo, ou se está em plenas condições de funcionamento. Os testes preditivos atuais são:
Absorção DC: Muito semelhante ao procedimento usado para calcular IA e IP, esse teste é feito com o
mesmo aparelho “megger”. A diferença começa pelo tempo de teste: a tensão é aplicada no estator durante
17 minutos, durante os quais a resistência de isolamento é medida a cada 30 segundos. Em seguida, o
isolamento, que se encontra eletricamente carregado, é conectado a uma resistência de aterramento, e a
corrente de descarga é também monitorada por outros 17 minutos. Essa corrente de descarga pode ser
decomposta em 3 curvas de características distintas, causadas por fenômenos de polarização(Figura 4).

Figura 4 – Fenômenos de carregamento no teste de absorção DC


A partir da interpretação dos fenômenos de polarização, é possível estabelecer uma relação entre as
diversas cargas de polarização e os parâmetros de análise para diagnóstico do isolamento:
• AF: Fator de envelhecimento, informa a concentração e mobilidade dos íons no dielétrico (100
para máquinas novas; abaixo de 35 indica contaminação no isolamento);
• IC: Índice de concentração de íons, reflete a concentração de cargas nas interfaces (valores
máximos devem estar entre 0,015 e 0,025). Quanto maior for IC, maior a chance de circulação de
correntes dentro da isolação;
• IR: Relação de dispersão, indica a relação entre a capacitância para armazenar a carga obtida do
enrolamento durante o processo de descarga e a capacitância dos enrolamentos (normalmente não
excede 1,2). Valores superiores indicam a presença de contaminantes tais como carvão misturado
com óleo ou mesmo água, perdas de contato da bobina com o núcleo ou ainda um processo
avançado de envelhecimento da isolação;
• Relação IC/IR: valores próximos de 1 indicam enrolamento excessivamente contaminado por
partículas, óleo ou com poeira condutiva depositada.
Teste de Capacitância e Tangente Delta: Enquanto o teste de absorção DC reflete principalmente as
condições da superfície do isolamento, o teste de Capacitância e Tangente Delta permite analisar as
camadas internas do isolamento. No teste de Tangente Delta, aplica-se uma tensão AC em níveis
crescentes, medindo-se os valores de fator de potência (capacitância) e Tg∆ do isolamento Um modelo de
isolamento real no domínio da freqüência pode ser representado pela Figura 5:
Figura 5 – Modelo de isolamento real
À medida que a isolação se deteriora com o surgimento de espaços vazios dentro do isolamento, a
capacitância C aumenta e a resistência R diminui, intensificando a ocorrência de descargas parciais nesses
pontos. Em baixas tensões não ocorrem descargas parciais no isolamento, o que implica que os valores
originais de R e C se mantêm(R0 e C0). Todavia, quando se eleva a tensão do teste até o nível em que o
fenômeno começa a surgir (aproximadamente 2 kV), a capacitância aumenta e a resistência diminui. O
ângulo δ é função da capacitância e da resistência, e sua tangente evolui com a tensão (Figura 6):
Tg δ = Ir = V/R = 1 = (ω.C.R)-1
Ic ω.C.V ω.C.R

Figura 6 – Tgδ em função da tensão no isolamento


Os valores de Tgδ e capacitância revelam o estado de cura da resina do isolamento, a presença de umidade
no isolamento, a presença de contaminação, e a existência de folgas nas bobinas, bem como a presença de
descargas parciais na superfície e na região das ranhuras.
Análise do comportamento não linear da isolação: Neste teste, uma alta tensão AC é aplicada no
isolamento, e a corrente de fuga sofre uma análise não linear especial. Em função do armazenamento de
cargas, essa corrente possui harmônicas, cujos padrões de magnitudes indicam de anomalias no
isolamento, como por exemplo atividades iônicas na ranhura, contaminações e descargas parciais. Esse
teste fornece uma clara indicação do envelhecimento do isolamento.
A predominância de harmônicas pares ou ímpares pode indicar, como causa da não linearidade,
fenômenos de armazenamento de cargas, dentre outros, enquanto os valores relativos de harmônicas
indicam a origem do comportamento não-linear, em função da análise de quais harmônicas surgem
inicialmente (Figura 7), como por exemplo na presença de descargas na ranhura, onde geralmente há
redução do conteúdo harmônico devido ao aumento da condutividade entre a bobina e o núcleo.
Figura 7 – Exemplos de não-linearidades de corrente
Análise de descargas parciais: O fenômeno de descargas parciais deve-se às imperfeições naturais do
isolamento e ao surgimento de espaços vazios ao longo de sua vida operacional. As descargas parciais
aceleram o envelhecimento do material isolante, propagando-se como ramificações de árvores (Figura 8).
Elas podem ocorrer dentro do isolamento, como resultado da deterioração do dielétrico; dentro da ranhura,
quando existe falta de contato superficial entre a bobina e o núcleo magnético; nas cabeças de bobina,
devido à contaminação na superfície; e na saída da bobina da ranhura devido à diferença de potencial ao
longo da sua superfície.

Figura 8 – Efeitos de descargas parciais na superfície e no interior do isolamento


O teste de descargas parciais consiste na aplicação de tensão AC em níveis pelo menos acima da tensão de
início de ocorrência de descargas parciais, registrando-se a forma de onda ou a quantidade de descargas
parciais que ocorrem em cada ponto da senóide de tensão. O instante de ocorrência de descargas indica em
que ponto do isolamento ele está ocorrendo com maior intensidade (Figura 9).

Figura 9 – Quantidade e intensidade das descargas ao longo da senóide de tensão


Estudo de caso – Motor de 7 MW / 13,2kV da Sinterização
Em Agosto/2002, a CST realizou ensaios elétricos em vários motores de grande porte em suas plantas.
Destacaremos o caso do motor nº 1 do Exaustor Principal da Sinterização, onde os resultados obtidos na
diagnose indicaram que a isolação do estator encontrava-se em estado crítico, devido principalmente à
falta de contato das bobinas com o núcleo e à existência de espaços vazios, conforme a Figura 10. Foi
também constatada a presença de contaminantes, envelhecimento do isolamento e descargas parciais em
ranhuras e na superfície de bobina.

Figura 10 – Ponto crítico do enrolamento do estator


Em função desses resultados, a CST optou por executar uma grande manutenção na referida máquina, com
o objetivo de prolongar a sua vida útil remanescente. Essa manutenção, realizada pela ABB em abril/2003,
consistiu de:
• Desmontagem do motor e transporte para a Oficina Elétrica Central da CST,
• Limpeza geral do estator e do rotor,
• Mapeamento das cunhas do estator, onde se constatou que 21% das mesmas estavam frouxas, e do
rotor,
• Substituição de todas as cunhas do estator com o objetivo de aumentar a compactação das bobinas
nas ranhuras,
• Aplicação de tinta condutiva nas ranhuras e de resina isolante,
• Inspeção dos calços e amarrações nas cabeças de bobina,
• Peritagem mecânica do sistema automático de curto-circuitamento e mancais,
• Pintura de acabamento nas cabeças de bobinas e núcleo com tinta epóxi,
• Testes de diagnose comparativa (antes e após a manutenção),
Os trabalhos executados foram de grande relevância para a CST, uma vez que os problemas encontrados
(cunhas frouxas, espaços vazios e descargas parciais) comprovaram a eficácia da técnica de diagnose,
principalmente em função da redução conseguida no volume de espaços vazios e descargas parciais,
conforme a Figura 11.
Figura 11 – Medição de descargas parciais no motor antes e após a manutenção

Os resultados obtidos (Figura 12) asseguram um prolongamento da vida útil do motor, além de
estabilidade operacional da planta.

Figura 12 – Comparação das condições da máquina antes e após a manutenção

Conclusão
A utilização de técnicas de diagnose especializada, como ferramenta de manutenção, tem importância
fundamental na garantia de estabilidade operacional bem como na redução da variabilidade dos processos
produtivos, influenciando positivamente nos custos, volumes de produção, qualidade, prazos, segurança e
aspectos ambientais.
O estudo de caso do motor da Sinterização da CST exemplifica o sucesso no emprego da manutenção
preditiva como uma ferramenta essencial para a perenização do negócio da empresa, por permitir
aumentar a utilização dos ativos empregados no processo produtivo e evitar interrupções por falhas
diagnosticadas em fase incipiente.

Bibliografia
1. ABB. Pacote de Testes de Diagnóstico para Máquinas Elétricas Rotativas. São Paulo,
2002.
2. Companhia Siderúrgica de Tubarão. Anais do 3º Seminário Técnico do Departamento de
Manutenção de Controle de Processo da CST. Serra, 2003.

3. KAPLER, J. et al. USING PARTIAL DISCHARGE TESTING TO EXTEND THE LIFE


OF LARGE TURBINE-GENERATOR STATOR WINDINGS. In: Power-Gen
International ‘97 Conference. Dallas, Texas, December, 1997.

4. PAOLETTI, Gabe P.E., et al. Partial Discharge Theory and Applications to Electrical
Equipment. In: 1999 TAPPI Conference. Claremont, NH, USA, 1999.

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