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Perguntas de oral de penal

>1. Alberto quer matar Bernardo compra pistola e espera por Bernardo numa rua que o
mesmo costuma passar, e assim fez, no entanto não percebe nada de armas e a mesma só
tem alcance de 150m. Mal vê o Bernardo dispara e claro que não acerta, pois, a mesma
não acerta e foge. O que estamos perante? Estamos perante uma tentativa. Há atos de
execução, visto que ele compra a pistola e decide matar Bernardo, pelo que se enquadra
no artigo 22º/c). No entanto, a mesma só tem alcance de 150 m pelo que se diria que é
uma tentativa impossível, regulada no artigo 23º/3. É uma tentativa impossível por
haver ineptidão do meio. Apesar do artigo afirmar que não é punível, admite-se a
punibilidade em certos casos. Primeiro é necessário que o crime consumando tenha pena
superior a 3 anos, que se verifica. Segundo, tem que se seguir o raciocínio de colocar 3º
(observador objetivo) na posição do agente e verificar se era manifesta a
impossibilidade. Ora se era manifesto que não era impossível, então não é punível. No
inverso mantém-se punível. Dá-se o nome de teoria da impressão: para o observador
externo se a tentativa era possível e se há perturbação na confiança da comunidade
então é punível.
> 2. Instigador como distingue do autor mediato? Autor mediato: artigo 26º/1, 1º
alternativa. Este instrumentaliza o executor imediato, que não é responsável por estar
em erro, sob coação ou é imputável; possuí então um domínio da vontade do homem-da-
frente. Para que haja imputação objetiva do autor mediato é necessário perceber que a
intensidade do seu comportamento leva a que haja apetência do comportamento do
autor imediato. Quanto ao instigador: artigo 26º/1, 4º alternativa. Este determina um
executor plenamente responsável, que por atuar com culpa dolosa, domina a ação.
Tanto é autor, o executor, como o instigador. É então importante o facto de o autor
imediato ser responsável ou não. Instigador não é autor porque a responsabilidade dele
é dada pelo facto cometido pelo autor mediato e MFP diz que para ser autor tem de ter
domínio de facto e aqui não tem.
> 3. Há diferenças quanto a punibilidade? No caso da autoria mediata, inserida no 26º, o
autor mediato é punido como autor, na mesma medida que o autor imediato. No
entanto, no caso da instigação e apesar dela estar elencada no artigo 26º quanto à
autoria, este artigo especializa a instigação, na medida em que condiciona a punibilidade
desta pela exigência de “haja execução ou começo de execução”. Assim a instigação está
sujeita à cláusula de acessoriedade do artigo 29º. Esta cláusula, no entanto, é típica da
participação do facto por outrem, sendo que a instigação tem estrutura material de
participação criminosa.
> 5. A instiga B a roubar um armazém mas B acaba por não roubar. E se A fosse autor
mediato, quando começa a tentativa para o autor mediato? Quando instrumentaliza o
autor mediato e este pratica atos de execução????
> 7. Na hipótese do teste em relação ao médico H, quando este não socorre o paciente
temos um crime do 284º ou temos algo diferente do 284º? Quando temos estas questões
de médicos e falta de auxílio, geralmente recorre-se às posições de garante do artigo
10º/2 e a sua violação. Ou seja, acaba por haver omissão impura com violação de
deveres de garante por assunção voluntária de deveres de proteção. Este artigo e
subsidiário para quando há posição de garante. O art 284º e uma omissão pura ou
impura? É omissão pura.
> 8. Há imputação objectiva? Como fazemos? Ver as diferentes teorias. 1. Conditio Sine
Qua Non (supressão mental de um determinado acontecimento, questionando se feita
essa supressão, o resultado se verificaria). 2. Causalidade Adequada (crivo da prognose
póstuma, ou seja, será causa adequada sempre que, colocada na posição do homem
médio no lugar do agente, fosse previsível que isto fosse acontecer). 3. Teoria do Risco
(não diminuição do risco, sendo que tem que se provar que a atuação do agente teria
diminuído o risco da produção do risco, tem de haver posição de garante e esta violação
da posição de garante levou ao resultado). Segundo a última teoria, ele tinha posição de
garante, que violou e deu no resultado pelo que havia imputação objetiva.
> 9. O que e que o art 10º diz sobre a imputação objectiva nas omissões? Se a acção que
ele devia ter praticado era apta ou nao a diminuir o resultado. 
> 10. Temos o mesmo caso do número 1 mas desta vez ela acerta mesmo disparando ao
longe e quando ele cai o que dispara foge. Mas o outro nao estava morte, apenas ferido.
Levanta se a procura de ajuda e como nao vê nada pois esta muito mal e atravessa a rua
mesmo em frente de um carro que sem o ver atropela e este morre. Ora, qual e
responsabilidade do senhor que deu o tiro? Teoria do risco, não basta a causalidade, que
neste caso se verificou. Tem de passar os 3 patamares: o agente criou um risco para o
bem jurídico ao disparar sobre ele, sendo que este risco terá de ser proibido e terá de se
concretizar no resultado. Os primeiros dois patamares verificam-se, pelo que terá de se
perceber se o risco proibido se reflete no resultado. Aqui parece-me que sim, em
conjunto com a atuação do condutor. Ao dar-lhe o tiro, a vítima fica muito mal e acaba
por não conseguir ver e põe-se na posição de ir buscar ajuda. Assim, será imputado com
o homicídio deste.
> 11. O do carro vinha a 130km quando o máximo permitido e 80km. E os peritos
confirmam que com probabilidade ele conseguiria travar a tempo se cumprisse o limite.
Quid iuris? Surgiu uma dúvida quanto ao facto de saber se ele tivesse a conduzir mais
devagar o resultado se teria verificado. Roxin afirma que em caso de dúvida, mantém-se
a imputação objetiva na mesma. Já MFP, não se imputa por existir o princípio de in
dúbio pro reu.
> 12. Imagine que A foi ter com B e lhe propõe realizar um assalto e propõe lhe um
estudo sobre as melhores condições para depois irem os dois. O outro arranja o plano e
sábado a noite o B parte uma perna e não pode ir assaltar o armazém mas convence o A
a ir sozinho. Como e que os dois são punidos? Onde esta prevista a co-autoria no artigo
26º? Há aqui atos de execução? A co-autoria está prevista no 26º, na parte que diz
“tomar parte direta na sua execução, por acordo ou juntamente com outro ou outros”.
Fazer planos é um ato preparatório e não um ato de execução, presente no artigo 21º,
sendo que estes atos não são puníveis.
> 13. O médico esta nas urgências e entra um doente isto passa se no domingo o médico
a ver o jogo não o vai socorrer, e este vem a falecer, o que acontece? 284º ou vamos puni-
lo mais gravemente? Vai ser punido mais grave pois há posição de garante do médico
que esta nas urgências. E uma omissão impura do art 10º conjugado com o
homicídio. Ou seja, ele não é punido por recusa de médico mas sim por homicídio.
> 14. A tem um armazém de ferramentas e mora num sítio muito escondido e tem sido
roubado. Uma noite ouve barulho e vê um vulto a entrar no armazém vai buscar a arma
e dispara, ferindo um rapaz que apenas procurava lugar para estar com a namorada.
Qual a responsabilidade de A? Qual o tipo? Ofensa a integridade física simples, sendo
que há imputação objectiva. E subjectiva? Há dolo direto, verificando-se o elemento
volitivo. Verifica-se o elemento intelectual/vontade? Aqui eu assumiria que há um caso
de legitima defesa putativa, que se insere no artigo 16º/2, sendo que há erro sobre um
estado de coisas, sendo que se excluía o dolo de culpa mas poderia aplicar a negligência,
do artigo 16º/3, porque esta está prevista e insere-se no 15º
> 15. O caso do assalto ao armazém: Deve ser punido como cúmplice, segundo o artigo
27º. Porque e que não é co-autor? E instigador? Não é instigador porque não determina
ninguém para atuar. Ele estava num plano de co-autoria, ao início porque iriam ambos
fazer parte direta na execução, mas como um deles partiu a perna isso não se realizou.
Então encara-se o agente que partiu a perna como cúmplice porque não foi parte direta
mas auxiliou material e moralmente o outro.
> 16. Como se define uma pessoa que é instigadora? Uma das coisas mais relevantes é o
duplo dolo que entende que o dolo do instigador deverá referir-se à determinação do
instigado e ao facto por este cometido.
> 17. Imagine que A tem um filho muito mal com asma e tem de ser levada
imediatamente para o hospital senão morre mas o carro não anda. Este desesperado
olha a volta e vê um vizinho a sair. Então vai a correr e tira o vizinho do carro e leva o
filho ao hospital no entanto no carro vai a avo do vizinho. Qual a sua responsabilidade
penal? 
> Quais os tipos de ilícito? Furto de uso do carro, art. 208º, no entanto estamos perante o
caso do art. 34º. Ou seja há imputação objetiva e subjetiva do crime mas há exclusão de
ilicitude por este se encontrar numa situação do VER 34º E 35º
> Há algum tipo de crime quanto ao facto da avozinha ir no carro e sofrer ofensas a
integridade física? Podemos imputar o resultado? Sim e imputamos subjectivamente?
Há dolo pois ele acaba por se aperceber no entanto será que há ilicitude? Ou existe uma
causa de exclusão de ilicitude? Nao podemos aplicar o 34º. E culpa há? Aplicamos o art
35º ou nao? Sim e excluímos a culpa. 
> 18. Omissão pura vs omissão impura. Omissão pura refere crimes puros, ou seja,
situações em que o próprio tipo integra a omissão, descrevendo os pressupostos fáticos
de onde deriva o dever jurídico de atuar, tendo como exemplo o artigo 200º e 284º.
Omissão impura refere crimes impuros, ou seja, aqueles que não se encontram
especificamente descritos na lei como tais mas a tipicidade resulta de uma cláusula geral
de equiparação da omissão à ação, nos termos do artigo 10º/1 e 2.
> 19. O que e que sabe sobre tentativas supersticiosas? Podem ser punidas? E uma
tentativa impossível e punível ou nao? VER TENTATIVAS SUPERSTICIOSAS.
Tentativa impossível já foi respondido.
> 20. Se eu espero por alguém, disparo, mas a arma não esta carregada, isto e tentativa
impossível e vai ser punível? Sim. Então como se distingue as tentativas impossíveis que
são puníveis das que não são? Já foi respondido acima.
> 21. António quer matar B, a quem deve imenso dinheiro. Espera por ele enquanto este
sai com o cão, ele dispara mas mata o cão em vez da pessoa! Como é punido? É punido
por que crime? Ora, saber se ele pode ser punido por tentativa de homicídio, sendo que
houve erro sobre (VER CASOS RESOLVIDOS). No entanto podia ser punido por
crime de dano do artigo 212º Aplica-se no caso de negligencia? Não, porque esta tem de
estar prevista, o que não acontece.
> 22. Quando o indivíduo que foi lá a casa com a faca, e o avô para defender o neto,
acerta no mesmo, como se afere a situação? Há dolo ou negligencia por parte do avô?
Como se distingue o dolo eventual da negligencia consciente? Qual o critério? Ambos
contêm o elemento intelectual mas apenas o dolo eventual contém o elemento volitivo,
sendo que num plano prático é mais difícil de distinguir. Há várias teorias: teorias
intelectualistas que abarcam a teoria da probabilidade; há teorias volitivas que abarcam
teorias da aceitação e por fim, a conceção dominante e que está expressa no 14º/3- teoria
da conformação. Parte desta ideia de que o dolo pressupõe mais do que o conhecimento
do perigo de realização típica, ou seja, age com negligência consciente quando o agente,
apesar de tal conhecimento, confiar, embora levianamente, que o preenchimento do tipo
não se verificará, sendo que o critério do dolo eventual será o facto de o agente atuar não
confiando em que o resultado se verificará. Para FD e Roxin, o relevante é que o agente
tome a sério o risco de lesão do bem jurídico, que entre com ele em contas e que, não
obstante, se decida pela realização do facto- dolo eventual. É normativamente essencial o
papel da confiança. Na negligência ele não se conforma com o facto de isso acontecer,
apesar de perceber que há possibilidade. Há negligencia consciência pois ele nao se
conforma com o facto de poder acertar no neto.
> 23. Vou a conduzir e mato o cão do meu vizinho. Este quer que o indemnize por danos.
Quer que este seja punido pelo art. 212º pode ser aplicado por negligencia? Não, pois a
negligencia só e punido nos casos previstos na lei art. 13º. 
> 24. Há 4 pessoas que vão assaltar várias bombas de gasolina, A entra com a arma e B
conduz e o C D a vez recolhem o dinheiro. Uma rapariga que apenas faz as máscaras
fica apenas no carro para fazer companhia, mas recebe uma parte igual a dos outros.
Dois entram, um fica ao volante e outro entra com a arma. Qual é a responsabilidade da
rapariga que fica no carro? E cúmplice há auxílio material pois ela faz as máscaras e
também moral pois faz questão de fazer companhia. Porque e que e que ela não é co-
autora? No caso real foi condenada como co-autora pois recebe dinheiro e vigia mas
neste caso, se ela apenas faz as máscaras, não se pode considerar que tome parte direta
na execução do facto.
> 25. Imagine que um médico de serviço recebe dois pacientes muito feridos ao mesmo
tempo. Um dos condutores é a sua sogra e o médico chega a conclusão que a sogra está
em pior estado do que o outro paciente. Então prefere tratar o outro paciente porque
não gosta da sogra. Mais tarde vem a apurar se que o estado de gravidade era igual. Há
um conflito de deveres, logo ele podia escolher qual deles socorrer. No entanto ele esta
em erro quanto a quem mais necessita aplica se o art 38º/4 por analogia Porque? Há dois
juízos diferentes: o juízo de desvalor da ação e o juízo de desvalor do resultado; não há
ilícito sem desvalor da ação mas há ilícito sem desvalor do resultado (como é o caso da
tentativa). Numa causa de justificação, ainda que a conduta tivesse as condições para ser
punida por haver desvalor da ação e do resultado, a conduta vai ser permitida, pois há
boas razões para mudar a leitura do que aconteceu. A justificação tem de explicar tanto
porque é que há desvalor da ação e porque não há desvalor do resultado. Quando o
38º/4 é aplicado, será ele remete para o regime integral da tentativa na sua totalidade ou
apenas apara apena que é prevista para os crimes de tentativa? Tende a resposta para a
aplicação total.
Assim aplica-se o 38º/4 às restantes causas de justificação, porque não existe motivo para
afastar o desvalor da ação, sendo a analogia permitida, porque estamos a punir o agente
mais favoravelmente, punindo-o apenas por tentativa em vez de ser pelo crime
consumando (que aconteceria pois o desvalor da ação não é afastado).
> 26. Se A vai a 150km por hora e de repente atravessa um elefante a frente dele e ele
bate lhe. Qual e a responsabilidade de A sabendo que se fosse a 120km teria conseguido
travar. Há imputação objectiva? Teoria da causalidade adequada e do risco. 
> 27. O que é o Princípio da Acessoriedade? Como releva na nossa ordem jurídica?
Sendo a atuação do cúmplice acessória e dependente relativamente ao facto do autor,
não está, todavia, dito que os requisitos que ela deve possuir, sejam apenas aqueles que
do princípio da participação no ilícito-típico do autor por necessidade, resultam. 1.
Acessoriedade qualitativa/interna: determinada medida mínima de elementos
constitutivos do facto do autor. Acessoriedade rigorosa- punição da cumplicidade só
estará presente se o facto do autor se considerar, além de ilícito e típico, também
culposo. Acessoriedade limitada- para que o cúmplice seja punido é necessário que o
facto principal seja típico e ilícito, não se exige do facto do autor. Se existir situação que
leve à impossibilidade de efetivar a responsabilidade do autor, a punição do cúmplice
fica sem sentido. 2. Acessoriedade quantitativa/externa: exigência de que o facto
principal alcance um certo estádio de realização, ou seja, se a cumplicidade é
participação no ilícito-típico de outrem, então não pode existir de um ponto de vista
jurídico penal e ser punível se o ilícito não existir.
A instigação está sujeita também a esta cláusula relativa ao facto ilícito. Formalmente só
a cumplicidade era participação, mas mfp entende que a instigação tem estrutura e
consequências práticas (como não punir a tentativa) de participação. Assim o este
princípio também se aplica a esta figura, sendo que não pode haver instigação se não
houver facto típico realizado pelo autor material. É uma acessoriedade quantitativa,
relativa ao estádio de realização que o facto dee atingir.
> 28. António esta a apanhar pancada de Bento e Bento é maior. Eu agarro num guarda
chuva e atiro ao António para este se defender? Como atuo? Como cúmplice. Então
como sou punida? Não posso ser punida porque se não há responsabilidade do autor,
por estar em legítima defesa, então a punição do cúmplice fica sem sentido. De onde se
retira a acessoriedade limitada? Art. 29º
> 29. Há um método de caça ao javali em que, por sinais, comunicam a sua quase certeza
de que o javali está dentro do círculo e que quando ouvirem barulho disparam. Uma vez
eles enganam se e disparam sobre uma pessoa. Os que disparam vão ser punidos
como? Há imputação objectiva. E subjectiva? Há erro pois eles julgam estar a disparar
sobre javali mas na realidade estão sobre uma pessoa então, há erro sobre o objeto,
importante neste caso por ter acertado em pessoa (VER!!!)
> 30. Art.16º/1 parte final como se distingue do art. 17º? FD: o erro do 16º é de tipo
intelectual e o do 17º é moral, ou seja, significa que há um erro em que a própria
perceção dos factos existentes não é atingida e um outro em que apenas estará em causa
a compreensão da sua valoração, documentando um desfasamento das valorações
subjetivas do agente relativamente às do legislador. No caso do 16º, o erro incide sobre a
correspondência da representação dos factos verificados e existentes, sendo sempre a
asserção do agente em si mesmo correta no plano semântico (erro= representação
positiva errada+falta de representação). No caso do artigo 17º, o erro incide sobre o
correto uso da linguagem aplicada no caso concreto, ou seja, o agente descreve a
realidade atribuindo-lhe um sentifo incorreto de acordo com os normais usos
linguísticos.
> 31. Diferença entre o excesso de legitima defesa e a proporcionalidade? 
> 32. Se uma pessoa e agredida de socos e bofetadas por um indivíduo muito maior,
outra tenta defender se com socos e falando mas não consegue. Pega numa pistola e atira
no pé. É necessário averiguar todos os pressupostos e requisitos da legítima defesa e se
os requisitos não se verificarem então há excesso de ld. Pressupostos: 1. Agressão de
interesses juridicamente protegidos. 2. Atualidade da agressão (a agressão é iminente
quando o bem jurídico se encontra imediatamente ameaçado; quando está a decorrer;
até ao último momento em que a agressão persiste). 3. Ilicitude da agressão. Requisitos:
1. Necessidade do meio (a. deve ser necessário, ou seja, idóneo para repelir agressão; b.
deve ser adequado, ou seja, o menos gravoso). 2. Necessidade de defesa (tem de se
revelar normativamente imposta. Ora, sendo que se verificam os pressupostos e o meio
utilizado era o único à disposição, idóneo para repelir a agressão e o menos gravoso,
tendo em conta que não havia mais nenhuma maneira então não há excesso.
> 33. Então e se eu já estiver muito muito mal e disparo mas mato-o? Depende do caso
mas aqui parece-me que não há exclusão de ilicitude.
> 34. Então e é proporcional? Em regra, por mais desproporcional que seja a atuação
desde que não haja excesso esta é justificada. Não se dá qualquer relevância à
proporcionalidade nos casos de legítima defesa, visto que a necessidade de proteção da
oj, justifica que se sacrifiquem bens jurídicos de valor superior aos postos em causa pela
agressão. Taipa de Carvalho afirma que seria injusto impor ao agredido por um
agressor doloso e censurável, uma limitação da sua liberdade de estar ou defesa ativa
dos seus bens. A injustiça de impor ao agredido um dever de suportar essa agressão fará
cessar o dever de solidariedade do agredido para com o agressor e permitir que sobre
ele recaia uma ação de legítima defesa, que não deverá ser limitada pela
proporcionalidade. MFP defende uma proporcionalidade qualitativa e diz que terá de se
hierarquizar os bens jurídicos a partir do valor da própria pessoa (o defendente pode
lesar um bem essencial do agressor se for para se defender de uma agressão pelo
agressor a um também bem essencial seu.
> 35. Instigador vs cúmplice moral qual a diferença? Instigador determina um executor
plenamente responsável para atuar dolosamente. O cúmplice, não determina ninguém,
dá apenas apoio material ou moral a outra pessoa para a prática do facto doloso por
esta.
> 37. A vai a praia com o filho bebe e fica deitada a apanhar sol. A certa altura, A vê um
vulto a meio das ondas e nada muitíssimo bem (factor importante). Só que A pensa "nao
vou sair daqui porque o meu filho esta aqui ao meu lado", quando na verdade era o seu
filho que se estava a afogar. Foi um senhor tentar salva-lo sem êxito. A vai ser punida?
A foi negligente? Há erro? (VER CASOS!!!)
> 39. A veio como refugiado político do Afeganistão. Na fábrica que constrói em PT,
lança o lixo da mesma para o rio (crime de poluição). A nunca ouviu falar de tal crime.
Aplica-se o artigo 17º.
> 40. Exemplo de um erro previsto no art 16/1/parte final.
> 41. A está a pescar com um amigo e A leva o seu filho de 7 anos. A certa altura, este cai
dentro de água. Nem A nem o amigo vai salvá-lo. Como é que são punidos? A tem dever
de garante relativamente ao filho, por ser pai, pelo que existe uma violação deste. Crime
de homicídio por omissão (10º/1 e 2), podendo esta pena ser atenuada. Já quanto ao
amigo, é discutível se este tem uma posição de garante, quanto ao filho de A. Neste caso
não me parece, que haja essa posição de garante, sendo que podia ser então punido por
omissão de auxílio, do artigo 200º.
> 42. A tem um inimigo B que andava a ameaça-lo. Chega a casa a noite e vê o seu
inimigo. Pensando que este o ia matar pega na pistola e dispara. Mais tarde descobre se
que B apenas queria resolver as coisas com A. Responsabilidade do A que dispara. Erro
do 16º/2, legítima defesa putativa. Podia ser punido por negligência.
> Neste caso há excesso? Não me parece que seja um caso de excesso.
> Quando é que a agressão já é atual? Quando é iminente, já se iniciou ou ainda persiste
(FD). Para MFP só é atual quando há prática de algum ato de execução. Os bens
jurídicos já estão efetivamente em perigo pela agressão, numa fase em que há seria
justificada a intervenção de um poder público para impedir agressão. O início dá-se
assim que o bem jurídico se encontra imediatamente ameaçado. Surge um problema
quando a agressão não é iminente, mas já se sabe antecipadamente, com certeza ou
elevado grau de segurança, que ela vai ter lugar. Há autores que defendem que a
agressão já é atual no momento em que se sabe que ela vai ter lugar e se o adiamento da
reação tornasse a resposta impossível (FD, Roxin e Taipa de Carvalho não concordam
porque dizem que abre demasiado o conceito de atualidade e pode trazer consequências
em legitimar formas privadas de defesa em substituição das autoridades competentes.
Por sua vez, MFP também afirma que isto faria com que o defendente se tornasse o
agressor e o suposto agressor vai ser considerado defendente). Termina com o último
momento em que a agressão persiste
> 43. O jardim zoológico quer acusar A por crime de dano por ter morto um tigre com
um tiro, pois ele teve medo. Não há LD pois só os seres humanos e que relevam para a
aplicação do regime da LD. Só os seres humanos praticam ilícitos, não há ação
penalmente relevante. 
> 44. Quando é que uma desistência não é voluntária? Desistência está regulada no 24º/1
e exige que o agente deixe de prosseguir a execução do crime antes de estarem
cumpridos todos os passos, ou, já estando, atue no sentido de evitar o resultado. No
entanto, esta desistência tem de ser voluntária. Há uma conceção mais psicológica, sendo
que o que importa é saber se o agente chegou a esta conclusão livremente ou se apenas
chegou a essa decisão por pressão ou então vai-se por uma conceção normativa, em que
não faz sentido falar em pressão, sendo necessário perceber se os seus motivos relevam
para o afastamento da punibilidade do agente. MFP apoia a liberalidade da
voluntariedade da desistência, no limite será sempre voluntária.
> 45. António assalta Bento. Enquanto está à espera de Bento, um amigo liga-lhe e avisa
o que Bento hoje não vai trazer dinheiro, António que já estava a avançar desiste. Esta
desistência e voluntária ou não? Eu diria que não porque numa conceção normativa, os
motivos que relevam para essa desistência não relevam para o afastamento da
punibilidade. Ele estava decidido a fazê-lo e iria avançar se não soubesse que ele não
trazia dinheiro, o que não afasta a punibilidade deste.
> 46. E se em vez de ser avisado se lembra do filho e pensa que pode ser preso e desiste?
Aqui diria que era voluntária. E se reparar que a vizinha está a ver tudo? Diria que era
não voluntária.
> 47. A atropela B e deixa B caído, mas este ainda esta vivo e como se mantém na faixa
de rodagem acaba por ser atropelado por C. Qual a responsabilidade de A? Teoria do
risco, há imputação objetiva.
> 3- A tinha um namorado que acabou com ela. A ficou desvairada e atirou um acido
para cima do namorado que ficou cego para sempre. Foi condenada. Cumpriu a sua
pena e depois por um grande remorso decidiu ficar com ele a passar o que ele passava, e
doou os seus olhos. O medico que lhe tirou os olhos foi depois acusado de violação da
integridade física. Defende-se dizendo que foi A que lhe pediu para o fazer, tanto que lhe
pagou pela operação. Quid iuris? Questão relativa ao consentimento, do artigo 38º. Para
que haja este consentimento é necessário que preencha dois requisitos: não ofenda bons
costumes (149º/2) e haja autenticidade do consentimento (expresso no 38º/2). A
relevância como causa de justificação depende da articulação entre os princípios da
autonomia da pessoa e da proteção dos bens jurídicos. Este consentimento leva a que
haja uma limitação da intervenção penal em questões de autonomia privada.
Percebendo que a razão pelo qual há proteção jurídica da integridade física não é só a
autonomia de dispor do corpo, mas sim um valor objetivo para o direito, por serem o
suporte das pessoas, sendo que não se protege só em função do titular mas também
porque há uma lógica paternalista da integridade física como valor de ordem pública.
> 4- O que tem a dizer sobre o comportamento lícito alternativo? São situações e que se
verifica que, para além do comportamento do agente, há outros comportamentos e
fatores acidentais provocados pela própria vítima. Há certezas de que o resultado se iria
produzir na mesma, pelo que a maioria da doutrina afirma que nestes casos se afasta a
imputação. Ex: um empresário tinha uma fábrica de pincéis de pelo de cabra e entregou
os pelos infetados aos trabalhadores; no entanto, provou-se que a desinfeção não tinha
eliminado aquele bicho que provocou a infeção, pelo que os trabalhadores iriam morrer
na mesma, mesmo que o empresário os tivesse desinfetado. Ou seja, não se imputa um
resultado a uma ação ilícita se se comprovar que a ação lícita correspondente provocaria
exatamente o mesmo resultado.
Distingue-se da causalidade virtual, porque a causa virtual é um evento que nunca
coloca em dúvida a conexão de risco proibido. Helena Mourão, o comportamento lícito
alternativo interessa para afastar a imputação objetiva por causa do princípio da culpa.
Num caso de causa virtual, o agente pode optar livremente entre duas situações: optar
por não criar risco proibido e pode optar quanto a não produzir o resultado. No caso
sdo comportamento lícito alternativo, o agente pode tomar a primeira opção mas não
pode optar entre produzir ou não o resultado. Existe desvalor da ação mas não existe
desvalor do resultado, porque não há liberdade quanto a ele.
> 5- Indivíduo vai em excesso de velocidade, uma criança atravessa de repente e
atropela-o. A criança morre. Vem a dizer-se que era provável que se viesse dentro do
limite de velocidade conseguisse travar a tempo, mas não é certo. Como é que isto se
resolve? Referido acima, mfp: in dúbio pro reu, deve-se valorar a dúvida a favor do
arguido, logo nega-se imputação objetiva. Assim como também não sabemos se o risco
proibido se concretizou no resultado e, por isso, não pode haver conexão.
> 6- Mesmo caso do 5. Comportamento lícito alternativo vs. causa virtual. No
comportamento lícito alternativo só há uma causa e discute-se se ela levou ao resultado
ou não. Se é muito provável que se viesse dentro do limite impedia o dano, é imputável
ou não? In dubio pro reu? Argumentos-doutrina.
> 7- Indivíduo trabalha em determinado estabelecimento e é sempre o último a sair,
sendo o responsável por trancar as portas e ligar o alarme. Combina com uns amigos
que deixa uma porta aberta e finge esquecer-se de ligar o alarme. Os amigos entram no
estabelecimento e furtam uma serie de objetos. Responsabilidade jurídico-penal? Há co-
autoria? Diria co-autoria por se tratar de uma ação com tanto relevo que não se trata
apenas de auxílio material. Ele toma parte direta ao permitir que eles entrem no
estabelecimento, sendo que havia acordo entre eles. Seria punido pelo crime de furto.

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