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@2020/LUANDA,ANGOLA
PREFACIO
Kwame é um livro de fantasia épica que nos guia sobre uma história de
disputa pelo poder numa era pós-colono. Entre razão e culpa, o universo
Kwame se forma de vertentes para narrar uma jornada de ambições, traições,
guerras e heroísmo em volta de uma relíquia sagrada chamada Segredo dos
Deuses. Drama, ação, misticismo e uma pitada de romance formam a
fantasia épica do Kwame e o segredo dos Deuses mortos.
23:00 minutos;
04:05 minutos;
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A demora era notável, provocava já a murmuração de quase quarenta
passageiros enquanto outros estavam descontraídos. O gerente do
machibombo sentiu-se na obrigação de sair para se informar do que
provocava o congestionamento, a distância entre os carros era mínima e ao
se aproximar do carro que se encontrava em frente do seu carro, ouve-se o
som de tiros! Eram quatro horas e vinte dois minutos, assustados e
atordoados com o que ouviram, tentavam pelas pontas da janelas de vidro
descobrir o que fora aquilo e, ao se notar que havia sangue escorrendo pela
terra húmida rapidamente concluíram que o gerente fora atingido pelos tiros
que se ouviu. Todos entraram em pânico e se deitavam sobre o chão do carro
com os corações nas mãos, outros escondiam-se por de trás dos bancos
murcho acastanhados, no ato do desespero há quem pedia insistentemente ao
motorista que desse marcha ré, quando pela surpresa mais quatro tiros
furavam três dos pneus do carro, o terror estava plantado, não tardou para
que se ouvisse gritos de agonia e choros de desespero, homens, mulheres e
algumas crianças, todos avistavam as suas vidas estagnadas no corredor da
morte; o pior, não se percebia de onde viam os tiros. Alguém gritava
atemorizado ao motorista para que tentasse dar marcha ré mas o mesmo se
encontrava bloqueado, não conseguia se mexer sob o chão do carro;
segundos depois, recuperado do bloqueio tentou se mover de forma rápida
em direção a porta onde foi pego por um dos passageiros que lhe questionava
do que estava a fazer, tentou usar a força para sair das garras daquele
passageiro, quando um outro entende que talvez tudo seja parte de uma
cilada criada pelo motorista e o gerente para lhes saltear, então o agarrou
também sobre o chão para que não saísse do carro; com os tiros o tumulto
aumentava, choros misturados com orações mais alto se ouvia, pois as balas
já destruíam os vidros.
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O motorista ainda fazia força para sair e com lagrimas nos olhos disse aos
que lhe agarravam:
_ Me larguem vocês não entendem, ele é meu filho, se está morto eu preciso
saber, só não posso ficar parado aqui - Motorista.
_ Sério? Seu filho? Está bem mas isso pode ser suicídio! – Disse um dos
passageiros.
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os seus filhos, maridos e companheiros de viagens a serem mortos e os
veículos queimados, enquanto o grupo dos que carregavam batuques
continuavam a gritar “Kioku”; quando terminaram com tudo, entraram todos
nas matas levando consigo aquelas mulheres e desapareceram no meio do
imenso capim.
05:20 minutos;
Depois do grupo sumir pela mata, alguns aldeões começavam a sair de suas
casa para ver o que os meliantes haviam feitos desta vez e se surpreendiam
com o que viam pois era um massacre.
Ao tentar sair de sua casa para também estar a par do que estava acontecer,
um senhor de quarenta e poucos anos, viu a sua porta de madeira esbarar
sobre algo, ao colocar a cabeça para ver o que era, viu uma criança
embrulhada sobre lençóis dormindo tranquilamente; Saiu de forma jeitosa e
pegou a criança, correu um pouco para ver se encontrasse a pessoa que o
abandonara mas não encontrou ninguém e, vendo as pisaduras na terra e o
que havia acontecido com os passageiros daqueles carros, conclui que aquela
criança foi abandonada em sua porta para ser salva dos meliantes, logo
voltou para sua casa e trancou a porta.
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Templo dos Oráculos, Capital Central, Órgão Leste;
_ Para reunião de hoje, temos três pontos principais; o primeiro ponto tem a
ver com o órgão Sul, a região continua a sofrer com a fome e a seca, o mar
não tem dado resultados esperado mesmo estando no tempo propício, quais
soluções possíveis?
_ O órgão Oeste poderia apoiar, visto ser o Órgão melhor preparado para
situações do género! – Disse um dos conselheiros.
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_ É inaceitável essa atitude de ignorância para com o órgão Sul, estamos
aqui para defender os interesses do país e o país é os quatro órgãos, todos
aqui sabem que sou do Sul por isso não vou admitir que continuemos a ser
visto como a região maldita, quem não poder não ajuda mas não nos
diminuem a malditos!
_ Com todo respeito Terceiro Oráculo, o órgão Oeste vai manter a sua
decisão, não tencionamos despertar a irá dos Deuses contra nossa região –
Representante Oeste.
_ Vamos nos acalmar por favor – Segundo Oráculo - Com o órgão Oeste se
abstendo em ajudar, só resta aos órgãos Norte e Leste se responsabilizarem
para atender o Sul com tudo o que puderem.
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A notícia da tentativa do envenenamento do Grande Oráculo foi um susto
grande para a classe dos conselheiros presente, pois as folhas do Arem eram
de espécie muito venenosa que matava lentamente, o murmúrio tomou conta
do plenário e questionavam se já haviam encontrado o responsável mas até o
momento não se sabia quem fora capaz de fazer tal atrocidade.
_ É preciso termos calma, fui analisado pelos Kanzas e é verdade, estou com
o veneno das folhas do Arem no corpo, foi posto na minha água do banho e
me apercebi apenas mais tarde depois de sentir algumas picadas – Grande
Oráculo – A guarda já está a investiga os meus funcionários.
_ Estás preocupado com o tempo que resta Nzau, nesse momento devemos
procurar todas formas possíveis para curar o nosso Grande Oráculo e não
questionar sobre o tempo – Terceiro Oráculo Sassou.
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_ Não dá para confiar no povo do Norte – Conselheiro representante do
Oeste.
_ O que temos de evitar aqui é isso, uma guerra entre os povos, não
podemos dar asas ao tribalismo, não nós os representantes do povo –
Grande Oráculo – A justiça achará o culpado, se a sentença for execução
então entregaremos o culpado ao Rio Luogi, por agora quero me focar na
cura deste veneno.
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No caminho do Norte de volta para o Leste;
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O Liceu dos Mestres foi a fonte do meu conhecimento, e com pretensões de
alargar o saber quero me candidatar a Conselheiro da corte – Kwame
explicando - Então, o que achaste da minha carta de defesa?
_ Uau mais chata que essa carta só são cartas que envias para Shieza, serio
nada supera a história quando o assunto é aborrecer! – Disse o Luza.
_ Vou te contar uma verdade, o que quero compreender agora é esse meu
cansaço e nós já estamos a viajar a 2h, não me lembrava que a capital era
tão distante e se me lembrasse a tempo deste detalhe com certeza não
regressava – Luza.
_ Terminei o Liceu dos Mestres, esse é o juízo que me faltava e olha que
tenho tanto juízo que não estou no machimbombo a incomodar nenhum
amigo com história que ele já tem conhecimento – Luza.
Cerca de cinco horas se passaram para que a longa viagem chegasse ao seu
destino, Malange. Descendo do autocarro com grande fatiga, o Kwame
avistou o seu pai e a sua prometida de olhos castanhos Shieza no ponto de
chegada dos machimbombo e, os abraçou feliz; Luza por sua vez
questionava porque os seus pais não se faziam presente no ponto de chegada.
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_ A tua mãe pediu para estar aqui por ela, infelizmente o teu pai está
internado no templo dos Oráculos por envenenamento – Disse pai do
Kwame, o Segundo Oráculo Nzau.
No mesmo instante Luza sai correndo para o templo dos oráculos para ver o
seu pai, Kwame tenteu ir atrás do seu amigo para o apoiar neste momento
difícil mas o seu pai o informou que não o deixariam entrar, apenas os
oráculos e os familiares são permitidos a visita, mesmo assim decidiu ir atrás
do Luza acompanhado da Shieza. Ao chegarem a porta do templo, Kwame e
Shieza foram impedidos de entrar e ficaram pátio esperando notícias da parte
do Luza. Passando-se três horas de espera, veio o Luza com a sua mãe e irmã
que já se encontravam na sala onde estava o seu pai, com semblante triste;
Kwame o abraçou e ele derramou algumas lagrimas:
_ Ainda não existe cura para esse veneno – Luza – Disseram que os Kanzas
do Norte estão a trabalhar para encontrar a cura mas que não será fácil.
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Acompanharam o Luza e a família até em casa, que precisavam descansar
para repor as energias no corpo porque já se fazia tarde. Antes de voltarem
para casa, Luza fala ao Kwame e Shieza:
Após, Kwame levou Shieza para casa e só assim regressou preocupado com
as intensões do Luza, encontrando o seu pai explicou o que acontecerá. O
Segundo Oráculo se preparava para ir ao encontro de oração da meia-noite
aos deuses juntamente com os outros dois oráculos e alguns conselheiros,
curioso, Kwame pedia ao seu pai que lhe permitisse ir ver como são feitas as
orações da meia-noite mas o seu pedido era negado pelo seu pai, dizia que
não era o momento certo para tal:
_ Qual é o momento certo tata? Terminei o Liceu dos mestres, o que mais
me resta? – Kwame – Tata sabe que quero me tornar conselheiro, acho que
seria bom presenciar já experiencias do género!
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_ E quando começa preparação? – Kwame.
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desmaiava, então decidiu recuar e voltar para casa antes que caísse e o seu
pai fosse descobrir que o seguiu, ia em direção a porta de saída do cemitério
com dificuldades de andar por estar sem força, ao colocar os pés fora do
mesmo, sentiu um pouco de alívio no corpo e voltou para casa no meio
daquela escuridão. Não conseguia dormir naquela noite pensando no que os
seus olhos chegaram de ver, e assim aumentava o seu entusiasmo para com
os mistérios dos deuses.
_ Eu espero que ele morra, pela traição ao meu pai e ainda negou a entrada
do nosso representante na ordem dos quatro oráculos, hoje todos outros
órgãos tem um representante na ordem menos nós, até o Sul tem um
representante, isso é uma clara humilhação a nossa região, seja quem o fez,
fez bem! Se ele morre ao menos se abrirá uma vaga para um novo oráculo e
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essa será a nossa oportunidade – Victor falando com um tom de maldade
sarcástica.
_ Meu senhor, não é aconselhável que fale desta jeito porque pode suscitar
desconfianças contra a tua pessoa, levando outros órgãos a pensar que foi o
senhor que encomendou o envenenamento do Grande Oráculo – Augusto.
_ E? Nenhum deles pode alguma coisa contra nós, a economia deste país
depende deste órgão, por alguma razão os Deuses escolheram está região
para abençoar com as riquezas que temos e nada irá mudar isso; então
deixe eles pensarem, o Oeste vive por si e pela sua glória! – Victor.
_ Manda matar todo sulano que for encontrado a roubar no nosso órgão ou,
busque localizar a tribo Kioku e os pague para se encarregarem deste
assunto, só me faltava essa, ter que se preocupar com os malditos do Sul –
Victor.
_ Senhor, é muito difícil localizar a tribo Kioku pois ninguém conhece seu
órgão ou região até os dias de hoje – Augusto.
Ainda falavam quando a dona Lurdes, senhora de quase sessenta cinco anos
de idade mas com visual de quarenta, esbelta e de pele morena, mãe do
Victor que ao entrar no gabinete interrompeu a conversa e com uma calmaria
disse:
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da nossa lealdade, por isso ninguém matara ninguém! – Essas ultimas
palavras soaram em tom de seriedade.
_ Mas mãe preciso proteger o meu povo – Victor em tom de respeito para
com a mãe.
_ Senhor, ouve a tua mãe, ela está certa no que diz, o que precisamos é
encontrar uma forma de nos estabelecermos não apenas como o órgão mais
rico mas também como o órgão que detém o poder da administração dos
quatro órgãos, retirar essa posição do Leste – Falava Augusto entusiasmado
com a ideia da dona Lurdes.
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_ Filho, estamos a ficar sem tempo, se desta vez falhar, terás de se livrar
desta pedra no nosso sapato e não vou aceitar não como resposta – Dona
Lurdes colocava firmeza nas suas palavras – Na região já se comenta Victor!
– Exclamou.
_ Não fale assim mãe, já disse para confiar, desta vez não falhará! – Victor.
_ Eu temo que isso seja um castigo dos Deuses pelo que aconteceu a vinte e
dois anos atrás – Dona Lurdes com semblante de preocupação.
_ Chega mãe, não há nenhum castigo aqui e por favor tira essas ideias da
tua cabeça, vai ficar tudo bem dona Lurdes, não se preocupe, só confie em
mim! – Victor abraça a mãe ainda falando.
Paula a bela e calma esposa do então herdeiro do órgão Oeste Victor, ao ver
o assistente do seu marido a sair do gabinete, esperou que descesse as
escadas que ficavam no final do corredor da vasta casa para se colocar por de
trás da porta do gabinete a fim de ouvir a conversa do marido com a mãe
sigilosamente para não emitir nenhum som que pudesse despertar atenção
dos dois na sala, após alguns minutos ouvindo a misteriosa conversa, saiu
correndo para o seu quarto em lagrimas. A sua assistente ao ver sua senhora
correndo pelo corredor da casa em direção ao seu quarto, seguiu-a
preocupada sem saber o que acontecera com ela, chegando ao pé do quarto,
encontrou a mesma fechada, chamou pelo nome da sua senhora perguntando
se poderia ajudar, não ouvia nenhuma resposta de dentro do quarto, apenas o
soluçar de choro, preocupa insistia em bater a porta de madeira importada de
cor castanha, essa reação chamou atenção de outros empregados da casa que
se aproximavam perguntando o que estava acontecer, sem querer levantar
mais alaridos, os apaziguava de que nada se passava, que estava
simplesmente a espera que a sua senhora abrisse a porta para lhe passar a sua
medicação pois era chegada a hora; não ouvindo o soluçar que vinha do
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quarto, os mesmos compreenderam e voltaram para os seus afazeres pela
casa. Continuava sem resposta, desta forma sugeriu mesmo por outro lado da
porta, chamar o herdeiro, seu marido Victor; Ouvindo isso, Paula retorquiu
com ordenança para que a Kiesse não fizesse tal coisa, ela concordou em não
fazer pedindo apenas que o explicasse o que estava acontecer e ela respondia
soluçando que nada. No instante chegava ao quarto o Victor, vendo ele o
rosto de preocupação da Kiesse, questionou sobre o porquê do rosto de
preocupação, ela com a cabeça ligeiramente voltada para baixo em sinal de
respeito, simplesmente apontou com a mão direta em direção a porta do
quarto, percebendo que algo não estava bem com a sua esposa, bateu a porta
chamando pelo seu nome, Paula ouvindo a voz do seu marido, decidi abrir a
porta do quarto com os olhos cheios de lagrimas, sem uma previa
compreensão do que estava acontecendo, Victor com um olhar de
preocupação, abraça a sua esposa perguntando o que estava a se passar em
tom de carinho passando a mão sobre os seus longos cabelo; ela apenas
tentava aconchega a sua cabeça no centro do seu peito alto soluçando no seu
abraço que em poucos segundos o acalmava, Kiesse se retira para os deixar a
sós e, entram no quarto. Relutante, Victor volta a perguntar a Paula pelo que
estava a chorar, ela abre o coração e questiona ao seu marido:
_ Porquê a tua mãe fala estas coisas de mim? – Voltava a lagrimar durante
as falas.
Paula explica que ouvira por detrás da porta os dois conversando após que o
Augusto seu assistente saiu da sala.
_ Não liga a minha mãe amor, vamos focar a nossa máxima concentração
na criança que está nessa barriga – Victor tentando apaziguar a situação
enquanto passava a mão na barriga da mulher gravida.
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_ Se nesses vinte anos de casamento eu não te dei filhos não foi por falta de
vontade, será que ela não entende isso! – Paula ainda chorando – Porquê ela
tem de achar que as três crianças que nasceram mortas foram porque eu
quis? Já não aguento isso! – Chegava ao limite de aturar humilhação
imposta pela sogra.
_ Chega Paula… Chega, porque se torturar com isso? Porquê não esperar
apenas os resultados do teste para saber o sexo da criança? – Victor.
_ Espera Victor! – Paula chamou antes que saísse – Me diz, porque nunca
aceitaste casar ou me trair com uma outra mulher que conseguisse te dar o
herdeiro (filho) que o órgão te exige? – Perguntou inquieta.
Já com uma das mãos ao pé da porta do quarto e sem virar para o responder,
disse:
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flexas nele, ele voltou se contra ti e o atingiu com um golpe bem na direção
da bexiga, mesmo assim se esforçaste para lhe atingir com a ultima flexa no
meio da testa e cair morto, naquele dia eu estava a morrer pelos golpes mas
ao mesmo tempo me apaixonando pela mulher que sangrava por arriscar a
sua vida por mim, e eu prometi a mim mesmo que se vivesse, iria viver para
proteger, cuidar e amar apenas ela pelo resto da minha vida. E eu vou
manter essa promessa até ao último suspiro! – Respondeu Victor de forma
assertiva e saiu.
No clima frio da região do Moxico, por volta das quatro e trinta minutos
quando o grupo dos novos recruta do conselho da corte se dirigia ao parque
da mesma região para o primeiro teste prático de possessão sobre animais,
eram um grupo de cerca de cinco recruta e o seu conselheiro mestre e
vidente. O parque natural que mais se confundia com floresta por ser coberto
de árvores e possuía um pequeno rio onde poderia facilmente se praticar a
pesca. O local era um campo de caça para os habitantes da região e não só,
até para os vizinhos; o conselho aproveitava a natureza do local para ensinar
aos seus recrutas práticas de possessão aos espíritos dos animais selvagens,
sendo essa uma das práticas bases que um conselheiro deve ter em seu
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domínio (por causa dos inimigos que mandavam animais ferozes atacarem
as pessoas, era uma técnica de defesa). Após uma semana de lições teóricas,
os recrutas estavam prontos a vivenciar a prática, neste mesmo grupo
constavam o Kwame e o seu amigo Luza. Estando ao local, montaram a sua
tendo e o conselheiro mestre os explicou como deveriam proceder para terem
sucesso nesta prática, o desafio acarretava um nível considerável de perigo,
pois para o seu funcionamento precisava se estar frente a frente a um dos
animais; e os recomendou a expressão “In-ku-du” se a possessão falhar e o
animal os atacar, questionavam curiosos sobre o que aconteceria se assim o
fizessem e o mestre simplesmente os dizia para seguir as recomendações que
lhes passava, as explicações seriam dadas após a conclusão do teste; em fim
as recomendações acabavam e a espectativa e ansiedade nos olhos dos
recrutas era grande; segundos depois, cada um foi em sua direção para
encontrar o animal favorável para praticar o novo truque. Kwame em sua
direção, encontrou um pássaro Rouxinol parado sobre o tronco de uma das
árvores do parque, via ali a sua oportunidade, concentrou o seu espirito e
com um olhar fixo ao pássaro, rapidamente empunhou o seu braço direito
para frente e com o gesto com as mãos de agarrar algo ao vazio a fim de
concentrar o espirito do pássaro no fechar das suas mãos, o Rouxinol assusta
e voa, desperdiçando uma boa oportunidade de possessão a um animal
inofensivo, pensou consigo mesmo:
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afiado em seu pescoço por trás e com um português como de alguém que
tem a língua pesado o questionará:
_ Antes de morrer, me diz quem és e o que fazes por aqui a uma hora
dessas? – Kwame era questionado em tom misterioso que o mantinha ao
chão.
_ Bem, te darei esse prazer, levante-se para cair – Retirava a sua pontaria ao
pescoço do Kwame.
Ela se aprontava para atacar, Kwame estava com os seus olhos fixo em seu
pescoço vendo o fio que ela usava e aquilo mexeu com ele e lhe questionou
sem se importar com a atitude dela de querer o atacar:
_ Onde tiraste esse fio que esta em seu pescoço? Onde encontraste esse
pingente? – Questionava Kwame espantado e apontando no pingente dela.
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Ao ver que apontava o dedo sobre o seu fio, admirada com aquela atitude,
deu-lhe uma chapada na mão para impedir que apontasse o mesmo sobre o
seu fio.
_ O que você pensa que esta a fazer, agora vais morrer – Ergue a sua catana
para o ferir, quando ouve uma voz atrás dela e para.
_ Na na ni na não, você não irá matar ninguém aqui, não pense que nós
somos iguais aqueles povos que vocês estão acostumados a fazer “Nkusi”
(sacrifício humano aos Deuses) – Falava de forma assertiva – Agora coloca
essa catana no chão – Ordenou com a cara trancada, chamou o Kwame para
o seu lado e ele foi apanhou a catana da guerreira.
_ Vocês não sabem com quem estão a lidar – Falou de forma sarcástica com
um pequeno sorriso repleto de maldade – Vejam o que acontece! – Gritou
“Kioku” certa de três vezes.
_ Não faz isso, esse não é tipo de comportamento que nos caracteriza –
Kwame tentando impedir o Luza de atacar a caçadora.
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se colocaram a frente dela e erguendo as suas armas de caça que envolviam
catanas e adagas de caça;
_ Ilume, não me diga que esses insetos tentaram colocar as mãos em ti? –
Falava o líder daquele grupo que chegará olhando fixo para os dois amigos
que deram um passo para trás.
_ O que está com a minha catana até tentou mas como sabes, respondi a
altura – Ilume.
_ Ouh! Então ela se chama Ilume, deixa vos dizer algo, nós somos recrutas
do conselho, pelos truques que soubemos podemos vos matar em um estalar
de dedos e não pensem que estamos sozinhos não – Luza falando e olhava
para o líder deles que tinha uma deficiente da perta direita.
_ Vamos acabar com eles de uma vez Ikuke – Disse um dos guerreiros ao
líder do seu grupo.
_ Gostei desse aí (apontando para o Luza) é engraçado, bom para ele pelo
menos agora poderá contar essa piada aos deuses mortos quando se tornar
num Nkusi, ele me olha pensando que a minha perna é obstáculo para mim,
gosto disto! – Ikuke.
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pescoço cortando-o e morre. A Ilume estava caída ao chão ferida na parte
esquerda da costas pelo cifres do cervo, outro membro foi ver como ela
estava;
_ Viram o que provocaram? Vão pagar com as vossas vidas – Ikuke irado.
_ Não há tempo Ikuke, a Ilume está perder muito sangue, temos que ir
agora! – Outro dos guerreiros.
_ Vocês são sortudos - Falava Ikuke para os dois amigos – Vamos, você leva
a Ilume e tu Iky trás esse cervo, vamos voltar para casa – Carregando as
suas coisas foram se embora desaparecendo entre as árvores.
_ Parece que foram mesmo embora – Kwame falando aliviado – Viste como
usei o truque? – Com sentimento de entusiasmo.
_ Não sei explicar o que aconteceu comigo, apenas sei que foi uma ação
repentina, ela me pareceu estranha – Kwame
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amigos os colocaram a par de tudo o que aconteceu, tendo cada um realizado
a sua experiencia voltaram para tenda.
_ Passo por passo, vosso espiritual ainda não está preparado para tamanha
divindade, isso vos deixaria fracos e alguns poderiam morrer por seus
corpos não suportarem a presença da entidade – Mestre.
_ Foi uma decisão da corte não usar a entidade para esses fins, alguém
poderia querer tirar proveito para fins pessoais – Mestre – Até porque não
somos nós que usamos as entidades, são elas que nos usam!
_ Será que essa entidade tem a ver com a profecia secreta do segredo dos
deuses? Será que esse segredo existe mesmo ou é só mito mestre? – Landu
outro recruta, os outros se apegaram a essa questão por ser a dúvida da
maioria.
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restado por conta do mistério em torno do rolo sagrado dos deuses a respeito
do seu segredo e, aguardavam ansiosamente para atingir o nível necessário
para invocar o poder da entidade “Su-ku-du”. Kwame por sua vez, guardava
a sua experiencia do cemitério sem partilhar com ninguém e mais que
qualquer outro no grupo era o que chegará perto de ver uma pequena parte
desse poder em ação. E assim regressaram para a capital central.
O grande oráculo continuava com o seu estado grave de saúde, e uma outra
reunião com número limitado de conselheiro fora convocado para se decidir
algumas diretrizes dos órgãos principalmente a do órgão Leste, capital dos
órgãos. Com a ausência do primeiro oráculo, o Grande Oráculo; o Segundo
Oráculo se tornará líder do conselho da corte, seguido pelo Terceiro e o
Quarto Oráculo. A ordem dos oráculos era composta de integrantes de várias
regiões, sendo o Grande Oráculo de origem Leste, Segundo Oráculo de
origem Norte, Terceiro Oráculo de origem Sul e o Quarto que pertencia
também ao Leste. O órgão Oeste era o único sem representante na ordem dos
oráculos. Chegando a sala das reuniões, os oráculos e uma classe limitada
dos conselheiros se assentaram e o Segundo Oráculo tomou a palavra para
dar o início a reunião, o primeiro ponto abordado fora sobre o
envenenamento do seu líder e o responsável pelo envenenamento até a dada
altura continuava um mistério em torno do conselho, investigadores do
conselho trabalhavam para que o responsável fosse encontrado o mais cedo
possível antes que o assunto se tornasse viral pelas regiões do país e levasse
o conselho a ser chamado de incompetente por não conseguir resolver o
caso.
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_ Se não encontrarmos o responsável nos próximos dias, a situação poderá
piorar para o conselho pela pressão do povo, alguns falaram da tribo Kioku
mas nós soubemos que essa não é a prática deles – Segundo Oráculo Nzau.
_ Há quem diz que por ser o único guardião do Rolo dos segredos dos
Deuses por isso tentam o eliminar – Classe dos conselheiros.
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_ Lá isso é verdade Oráculo Nzau – Classe dos conselheiros.
Aldeia Desconhecida;
A aldeia dos Kioku ganhou o nome popular de desconhecida por ser uma
aldeia fantasma (somente os membros sabiam da sua localização).
Acordavam após a continuação da festa de nascimento do terceiro filho do
seu líder, foi uma festa para não esquecer por anos. Depois de cerca de vinte
anos mais um filho do rei nascia; dois dias de festa se passaram, era altura de
voltar a caça e a militância, um grupo fora enviado nas regiões da fronteira
da Zâmbia e para uma pequena caça, cerca de cinco membros foram
enviados para o parque do Moxico.
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O grupo enviado a fronteira da Zâmbia trouxe as relíquias capturadas durante
o assalto aos Zambianos, a seu ritmo de batalha ao som de batuques
realizando o Nkusi com aqueles que atravessavam o seu caminho; o grupo
que foi liderado pela Ikwana, segunda esposa do rei Igwe apresentou o que
trouxeram na tenda do testemunho. O rei parabénizou a sua amada esposa
pela valentia que sempre demostra em suas missões; estavam na tenda, o rei
e o seu grupo de braços direitos, a sua primeira mulher Ilela (que deu a luz
ao terceiro filho do rei) e a Ikwana e o seu grupo que acabara de chegar da
fronteira. O rei se assentava na sua enorme cadeira em volta da sua guarda
segurando o seu cajado, ao lado direito estava sentada a sua primeira esposa
e com a cadeira vazia na esquerda que é o lugar da segunda esposa que de
momento se encontrava a sua frente em linha reta com outros do grupo
apresentando o que acabavam de trazer. Enquanto ainda estavam pela tenda,
veio a correr um dos guerreiros da guarda pedindo licença para poder falar,
tendo a licença disse ao rei que o segundo grupo havia chegado mas a sua
filha Ilume estava ferida e fora levada a tenda de tratamentos, espantado, o
rei sai de sua cadeira e vai em direção a tenda do tratamento juntamente das
suas esposas e alguns guerreiros da guarda, ao chegar, encontrou outro do
seu filho Ikuke ao pé da cama onde a Ilume se encontrava inconsciente. A
mãe da Ilume a Ikwana, ficou grudada a sua filha questionando ao Ikuke
sobre o que acontecera com ela, o rei Igwe apenas mexia a cabeça olhando
para Ikuke em sinal de desapontamento, a Kanza da tribo os informou que
ela ficaria bem, que se encontrava inconsciente por perder muito sangue mas
que recuperaria em pouco tempo, por causa das planta dos deuses.
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_ Ikuke, porquê permitiu que a Ilume fosse atacada? – Rei Igwe
desapontado.
_ Eu fiz o que pude tata, ela foi cercada por um bando de recrutas do
conselho dos hereges, cheguei lá a tempo de poder lhe tirar do cerco foi aí
que o animal nos atacou mas eu o matei a tempo – Ikuke.
_ Foste lento, não lhe mataste a tempo, se matasses a tempo a tua irmã não
estaria agora inconsciente naquela cama – Rei Igwe furioso.
_ Ela é minha irmã por mais que não é da mesma mãe mas é minha irmã e,
eu daria a minha vida para a defender, eu fiz o que pude tata – Ikuke
começava a sentir indignado com a reação do pai.
_ Dá para ver que fizeste o que podias! – Falava olhando para a sua
deficiência na perna direita – Não sei o que será deste povo quando fores o
rei deles com esse discurso – Rei Igwe.
Ikuke percebe que o seu pai o julgava pela sua deficiência que o dificultava
de ser muito mais ágil nas lutas, encheu-se o seu coração de odio pela
naquela atitude que se manifestava apenas com olhar fixo e cara trancada em
sinal de nervos enquanto ouvia a repreensão do pai.
_ Ele precisa estar preparado pela verdade se quer ser um rei – Respondia a
sua esposa Ilela – Estão dispensados, podem sair – Rei Igwe.
_ Meu rei ele deu o seu melhor para proteger a irmã – Ikwana
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_ Isso já não importa agora – Rei Igwe – Quero é saber como esses hereges
tiveram a coragem de colocar as mãos na minha filha, aquelas mãos sujas
pela sua prepotência aos Deuses, vão se arrepender! – Rei Igwe.
_ Traçaremos um plano de ataque meu rei, faremos esse país voltar a falar
de nós por mais anos! – Braço direito do rei.
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_ Não querido, ele apenas tem uma forma diferente de mostrar os seus
sentimentos – Ilela.
_ Espero que isso te torne mais forte a fim de provar o seu real valor, se
tornando no líder que ele quer, impunha o teu valor! – Ilela.
_ Fazer algo que impacte a todos! – Ikuke – Obrigado mãe, já sei o que
fazer.
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única filha, nas primeiras impressões tentavam o alimentar para fortalecer o
seu corpo, quando o rei entrou na tenda, adorou os deuses pela recuperação
da mesma e prometeu um banquete no final do dia para comemorar a
recuperação da Ilume. Membros importante da tribo iam visitar a princesa da
aldeia, o seu meio irmão Ikuke também foi, quando Ilume o viu lhe
agradeceu por ter a protegido apesar de sair ferida da situação, Ikuke
agradeceu aos deuses e também saiu da tenda. Restando apenas com a sua
mãe, lembrou de um dos episódios que aconteceu no parque do Moxico e
comentou com a mãe:
_ Foi meio estranho, parecia alguém que estava a revindicar algo que o
pertencia mama, sendo que esse fio é algo único – Ilume.
_ Jovem e alto, parece ser da mesma faixa etária do Ikuke e o que estava
com ele lhe chamou pelo nome se não me engano começa com K mas
esqueci! – Ilume.
_ Eu? Não, não vou a capital central faz muitos anos como conhecer? –
Ikwana.
_ Por alguns instantes pensei que mais alguém carregasse o fio do meu avô -
Ilume.
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_ Esse fio só existe um que é esse que carregas no pescoço, relíquia pura
filha – Ikwana.
_ Porque que nunca gostaste de mim, eu sou teu filho, porque me desprezar?
É por causa da minha deficiência? O tata acha que eu escolhi nascer assim
ham? – Ikuke.
_ Não tenho tempo de falar sobre isso agora, vamos terminar a festa – Rei
Igwe.
_ Nunca tens tempo para mim, nunca houve festas para mim, eu me pergunto
se és realmente alguma coisa para mim! – Ikuke.
_ Baixa essa sua voz enquanto estiveres a falar com o seu rei e sai da minha
frente agora! Ainda te falta muito para aprender. – Rei Igwe.
_ Hoje será a ultima vez que o senhor falará assim comigo, a ultima vez –
Ikuke falava enquanto tirava da sua cintura uma adaga de caça aproveitando
os cânticos altos da festa.
_ Sim, finalmente perdi – Ikuke golpeia o seu pai com adaga de caça no meio
do peito, com o estimulo o rei não conseguia responder o golpe a altura e cai
ao chão, naquele momento de tenção, o rei tentando se defender da adaga
para não perfurar mais fundo, o Ikuke retira da sua cintura uma outra adaga
de caça e executa um novo golpe na barriga do seu pai, já sem força por
conta das duas facadas, tentava falar enquanto o seu filho ainda fazia pressão
com as adagas, com sangue se espalhando o Ikuke coloca-se de pé em frente
do seu pai e o rei diz:
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_ O que fizeste seu tolo, achas que assim se tornaras rei em meu lugar? –
Falava de forma fumegante.
_ E quem disse que quero ser rei? Eu sairei da aldeia mas todos saberão que
fui eu quem matou o grande Igwe – Ikuke pragmático.
_ Como não? Se serei lembrado por esse ato grandioso – Ikuke – Agora se
preocupe apenas em morrer tata.
Ikuke lavou as mãos por causa do sangue grudado, logo depois saiu do
quarto de banho de forma discreta, se dirigiu até a sua mãe que estava
sentada na mesa central do banquete e o beija na testa dizendo que iria ir
dormir e em seguida vai até a sua irmã que se encontrava no meio na roda de
dança e também o beijou na testa dizendo que iria se deitar, saiu do local
enquanto a festa continuava, foi a sua tenda de repouso e pegando as suas
coisas fugiu da aldeia sem que alguém se apercebesse. A guarda guerreira ao
notar a demora do seu rei no quarto de banho, vão averiguar e, ao chegar,
chamavam pelo seu rei e não respondia, arrombando a porta o encontraram
deitado sangrando, rapidamente chamaram os Kanza da aldeia e os membros
braços direitos do rei, o que parecia um dia normal de celebração se tornara
em um dia triste para os Kioku, parou a festa, as danças e os batuques, todos
queriam ver o rei caído pelo chão, as esposas e a filha choravam de
desespero pelo que viam, alguns se questionavam quem poderia ter feito tal
atrocidade, um dos braços direitos do rei ao verificar as adagas, notou que as
mesmas pertenciam ao seu filho Ikuke, buscando por ele na sua tenda não o
encontraram, o procuraram em toda parte da aldeia e sem sucesso,
concluíram que Ikuke era o responsável deste ato contra o rei. Naquela
mesma noite, o conselho da tribo formou um grupo de emergência para caçar
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Ikuke e traze-lo de volta a aldeia. O rei era socorrido com urgência pelos
Kanzas
Órgão Oeste;
_ Tenho sido muito paciente com a tua mulher mas já chega, a vinte anos
que ela não consegue te dar um filho, essa mulher nunca serviu para ti, é
hora de procurar outra Victor! – Dona Lurdes impaciente.
_ Eu não quero outra, mãe, eu escolhi ela e será ela sempre! – Victor.
_ Não acredito que estas a me dizer isto, querer arriscar tudo o que o teu
pai construiu por causa dela? Que tipo de filho é você? – Dona Lurdes
alterada com atitude do Victor – Teu pai não construiu este órgão para que
uma outra família desfrutasse de sua governação, não vou permitir que o
nosso sacrifício seja diminuído a zero, não vou!
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_ Eu nunca permitirei que a governação do nosso órgão passe para uma
outra família – Victor assertivo.
_ Nora? – Dona Lurdes espantada – Não se ouve falar dela a mais de vinte
anos, achas que lhe encontraras agora? Nem sabes se está viva ou não!
_ Semanas atrás sonhei com ela, vi ela segurando o nosso filho e isso era lá
no Leste, e eu recebi este sonho como mensagem dos deuses e eu irei atrás
dela – Victor.
_ Não é mãe, eu sinto que não. E a mãe melhor que ninguém sabe como os
meus sonhos são muito realistas – Victor.
_ Sei sim, então só foi bom falharmos em matar ela e o filho no passado,
hoje parece ser a nossa solução; mas o que faremos se o conselho local
descobrir que tiveste um filho com uma mulher que não pertence ao Oeste?
– Dona Lurdes.
_ Ele não é mais uma criança, se estiver vivo hoje deverá estar com vinte e
dois anos, que torna a situação complicada – Dona Lurdes.
_ Não mãe, ele com certeza ficará feliz em saber que o seu pai é o herdeiro
do Oeste e virá a nós sem pensar duas vezes – Victor.
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_ O que diras para tua mulher? – Dona Lurdes.
Dona Lurdes fica um pouco indignada pela entrega do seu filho a sua
mulher, temendo ela que esse sentimento que ele nutre por ela possa um dia
vir a lhe levar a cometer erros que possam destruir não apenas a sua vida mas
como o reinado que eles construíram ao longo dos anos. Estando eles ainda
no gabinete do Victor, chegava o Augusto o assistente do herdeiro, trazendo
as ultima informações sobre sua pesquisa pelo filho desaparecido do herdeiro
Victor, que ao entrar na sala com a permissão do seu senhor, informou
dizendo:
_ Uau vejo que tens tudo sobre o controlo meu filho – Dona Lurdes.
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Paula se encontrava acompanhada sentada sobre um dos assentos do parque
do palácio pela sua serva Kiesse, ela o tinha como uma amiga e, abria o seu
coração a ela contando sobre a sua frustração por mais uma vez falhar em
dar um filho ao seu marido para salvaguardar a linhagem da governação.
Kiesse vendo sua senhora sofrendo e colocando a sua saúde em perigo, lhe
sugere visitar um mestre Kanza oculto especialista em gestação, natural do
órgão Norte mas vivendo na região do Bengo órgão Oeste, o mestre era
famoso na classe de mulheres com múltiplos problemas voltadas a gestação,
por outra temido por usar o poder oculto nos seus tratamentos, algumas
mulheres consideravam muito perigosos os seus métodos. Kiesse explicava
as condições que conhecia que as clientes eram submetidas pois acreditava
que o mestre Kanza poderia mudar o sexo da criança mesmo com oito meses
de gestação usando os métodos e poderes ocultos. Ouvindo a informação,
Paula não poderia acreditar mas ao mesmo tempo no seu coração e no seu
rosto era possível notar alegria e entusiasmo de ouvir uma notícia destas que
muito esperou, estava disposta a tudo que o levasse a troca do sexo da
criança, questionada sobre o que diria ao seu marido, respondeu:
_ Lhe direi que irei contigo para Benguela ficar uma semana fora para
esfriar a cabeça depois dos últimos acontecimentos que envolveram a
gravidez, ele vai compreender e me deixar ir – Paula.
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dar a luz para poder lhe colocar a par de toda história em volta do seu
desaparecido filho, para assim remover o fardo psicológico que ela carrega
por não conseguir dar um filho como o órgão exige.
_ A tua mãe não tinha irmãos, depois que ela morreu, isso dois meses após o
teu nascimento esperei que algum familiar dela viesse e ninguém veio, foi
por essa razão que te trouxe comigo para o Leste por não existir mais nada
que me prendesse ao Norte – Segundo Oráculo Nzau.
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_ Eu sei tata mas não deu para ficar alheio a esse detalhe, é mais forte que
eu, contudo entendo! – Kwame falava não estando convencido da explicação
do pai.
Depois desse ponto, o seu pai lhe relembrou o dia da oração dos ancestrais
em que o Kwame o seguiu até ao cemitério, lhe perguntou sobre o que achou
da experiência, surpreso por ter sido descoberto disse que a experiencia foi
muito boa apesar de passar mau depois mas que espera voltar a viver aquela
sensação de poder absoluto e quando terminou de falar o pai lhe disse;
_ Sei tata! – Kwame – Mas não me deixarei dominar, disso tenho certeza.
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conselho. Questionados sobre o que estava acontecer, o chefe da
investigação do conselho diz;
_ O quê? –Kwame.
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Órgão Leste;
Já se passavam três dias desde que o Segundo Oráculo fora preso, a tenção
era grande em todo país, alguns da classe alta do país se movimentava para
capital central a fim de acompanhar o julgamento. Havia um fluxo enorme
de pessoas chegando a capital central, Luza era uma dessas pessoas que
chegava a cidade depois de ter estado fora por aqueles dias, com o sangue
fervendo pelas veias corria em direção ao templo, sua cabeça estava para
explodir pela soma elevadas de pensamentos adversos, em parte raivoso e
em outra pasmo e triste por descobrir que o pai do seu melhor amigo foi
quem envenenara o seu pai, não imaginava uma reação para a situação,
corria na esperança de que aquela noticia fosse falsa e que o culpado fosse
achado outro e não quem ele tinha como tio em consideração a amizade que
o mesmo tinha com o seu pai. Chegando ao templo, entrou e foi direto as
salas das detenções, poucas pessoas eram permitidas de entrar mas como o
filho do Grande Oráculo, foi dado a permissão para ver o pai de seu amigo,
vulgo o traidor do corte. Entrava acompanhado de um dos guardas do templo
e ao chegar perto da sela do Segundo Oráculo começou a lagrimar de
nervoso, lá estava o seu amigo perto da sela do pai, com um olhar de
decepção Luza olhava fixamente para o Oráculo, Kwame atentando ao olhar
do seu amigo naquele silêncio de suspense diz ao Luza que tudo não passava
de uma armação que o seu pai era inocente, sentando e cabisbaixo estava o
Oráculo ouvindo sem saber o que dizer ao Luza que o olhava com uma
expressão de ódio;
_ Inocente? Seu pai condenou o meu a morte e tu vens me dizer que ele é
inocente? Você é louco Kwame? – Luza exaltado – Mas sabe tio, se é que
posso lhe chamar de tio, eu quero apenas saber o por quê? Por quê o meu
pai? Eu sempre imaginei que eu e o Kwame seguiríamos os passos da vossa
excelente amizade, então me diz por quê?
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_ Tenha calma Luza – Kwame.
_ Não me pede para ter calma – Luza apontando o dedo para o Kwame.
_ Filho, tudo isso não passa de uma armação, eu admiro e respeito muito o
teu pai, nunca seria capaz de fazer mal a ele – Oráculo falando abatido para
o Luza.
_ (Pequeno riso sarcástico) Como a ânsia pelo poder torna as pessoas tão
desprezíveis! Nunca mais volta a me chamar de filho seu traidor, eu quero
que morras, você não merece o Seio dos deuses, traidor eu vou te matar –
Luza se exaltava tentando pegar as grades da sela quando foi impedido pelo
guarda do templo.
_ Chega Luza, eu não vou permitir que continues a falar desta forma com o
meu pai, não vou! – Kwame pegando o Luza pelos braços.
_ Porque você defende esse traidor como se fosse o teu pai, ele nem teu pai é
Kwame! – Luza.
_ Se nem coragem teve para contar que te apanhou, como terá para
confessar os seus crimes! – Luza.
_ Já faz uns anos desde que descobri que esse traidor não é teu pai, ouvi
uma conversa dele com o meu pai, onde ele dizia que havias sido
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abandonado perto da casa onde vivia no dia do massacre da Aldeia de
Wama – Luza.
_ Isso não pode ser verdade, você está inventar tudo isso! – Kwame
incrédulo com o que ouvia – Diz que essa brincadeira não é verdade tata!
_ Se ele foi capaz de fazer isso contigo, imagina o que pode fazer aos outros!
– Luza – Provavelmente o meu pai irá morrer, ficarei sem pai mas quero
que tenhas a consciência de que tu nunca tiveste um pai Kwame, a dor que o
teu pai está causar a minha família eu apenas estou a retribuir a ti!
_ Como você pode! Que tipo de pessoa é você Luza? – Kwame – Se afasta
de mim!
_ Está tudo bem tata – Kwame terminava de falar e saiu para processar essa
bomba que acabara de ouvir.
Luza foi levado para fora das selas de detenções do templo, após, se dirigiu
para sala especial onde o seu pai está ser tratado, estando dentro da sala,
lagrimou novamente ao ver o estado de saúde do seu pai, que apresentava
sinais de últimos suspiros de vida, na sala estava a sua mãe e ficou ali com
eles.
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hora de contar apenas a verdade. Então chamou um dos guardas e pediu para
ir ver se o seu filho estava bem. Kwame se encontrava sentado no jardim do
templo, em meio as várias árvores daquele lugar, sentia a sua cabeça doer de
tanto que refletia sobre o que acabava de descobrir e, ao mesmo tempo
pensava em se conter apesar de ser uma revelação pelo momento que o
homem que ele tem como pai passava. Após cerca de duas horas, ele decide
levantar de onde estava sentado e voltar para sala das detenções onde estava
o Segundo Oráculo. Ao ver o Kwame a entrar na sala, suspirou de alívio o
Oráculo, chamou-lhe para sentar ao lado de suas grades para lhe contar toda
história, sentado perto de sua cela, Kwame atento ouvia a história que estava
ser contada sobre como foi parar nas mãos do Oráculo.
_ O senhor me salvou tata, não tens porque pedir desculpa – Kwame sentido
– Se o tata não me acolhesse, não sei o que seria de mim, por isso não
precisa pedir desculpas porque tu és o meu pai!
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_ Isso não importa agora tata, a minha real preocupação aqui é como te
tirar dessa situação! – Kwame.
_ Sassou, só pode ser ele, é o mais obcecado por poder, colocou as folhas do
arém que pertencem ao Norte para a culpa recair sobre mim que tenho
proveniência do Norte – Oráculo – Talvez para ti não será fácil digerir essa
informação mas eu sei do que digo filho.
_ O quê? Não é possível tata, ele é teu amigo não seria capaz de fazer uma
coisa dessas com o senhor, ainda mais sendo o Segundo Oráculo – Kwame.
_ Sei do que falo, presta bem atenção, se ele descobrir que tu sabes, pode ir
atrás de ti, por isso seja sigiloso com essa informação filho, neste momento
ele é o homem mais poderoso do país – Oráculo.
_ Eu vou lhe desmascarar tata, ele irá pagar por esses crimes e não o
senhor, eu prometo – Kwame.
_ Fala baixo, você não tem como fazer frente a ele, parece que ele já
comprou todo o conselho dos conselheiros, ele quer ser o Grande Oráculo –
Oráculo – Caso alguma coisa aconteça comigo e tu precises de ajuda, vá
para o Norte na região do Nzombo e procuro por um vidente chamado
Ekuikui, ele irá te ajudar.
_ O que estás a falar tata, nada vai acontecer contigo, eu não deixarei! –
Kwame falava determinado.
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central só aumentava enquanto a saúde do grande Oráculo cada vez mais se
degradava, já não conseguia falar, perdia as movimentações das partes do
seu corpo, com muito esforço conseguia escrever alguma coisa só para poder
se comunicar com os demais mas as escritas nunca eram legível pela
fragilidade do seu corpo, estava morrendo.
Ao sair do templo para ir para casa, Kwame se depara com a sua noiva
Sheiza que o trazia comida em uma cesta enquanto fazia companhia ao seu
pai detido, ao ver ela Kwame não aguantou esconder o que ouvira do seu pai
sobre o seu sobro, levou a Shieza para o pátio a fim de explicar a situação e,
explicando, Shieza reagiu com espanto e rebateu;
_ Como ousas fazer essas acusações falsas contra o meu pai Kwame? Sabes
que como teu pai tu também podes ir preso por essas acusações a um
Oráculo! – Shieza se chateava.
_ Eu sei que ele é teu pai e é bem normal reagires assim e respeito mas não
estou a acusar – Kwame – Quero apenas ir para tua casa constatar algumas
coisas que tem haver com a investigação para ter a certeza que o teu pai é
inocente.
_ Esperar, você tem noção do que estas a dizer, estás louco Kwame? –
Shieza – Queres constatar? Nesses anos não constataste, hoje queres
constatar? Espera vais constatar o meu porque o teu pai é o mais santo!
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_ Não quero que me entendas mal, queria tirar apenas uma dúvida mas está
bem – Kwame.
_ Queres livrar a pele do teu pai condenando o meu, como se o teu fosse o
único justo Oráculo, já o meu e do Luza que se lixem não é! – Shieza –
Nunca mais quero te ver Kwame, tal como acreditas no teu pai eu acredito
no meu, então nunca mais quero te ver e espero que o teu pai pague pelo seu
crime!
_ Shieza não precisamos chegar até aí, eu não acusei o teu pai! – Kwame
tentando pegar Shieza.
_ Não me pega, acabou, não me importa mais se acusaste ou não porque sei
que cogitaste essa possibilidade e eu não vou conviver com uma conspiração
dessas – Shieza.
Aldeia desconhecida;
Os Deuses foram bons para com o líder da tribo dos Kioku, após o ataque, os
Kanzas da tribo conseguiram impedir a hemorragia, salvando assim a vida
do seu líder. Ainda estava muito debilitado por conta das feridas geradas
pelas duas facadas que havia levado do seu filho Ikuke que continuava
foragido. O Rei Igwe conseguia apenas falar, acamado, reuniu o seu
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conselho restrito na sua tenda de repouso para discutir sobre os planos para o
seu povo, lá estavam o seu braço direito Ieda, Ikwana, Ilela e dois dos mais
valentes guerreiros seu. Com algumas dificuldades na fala, lhes contava que
já algumas semanas que mantinha conversas com um dos membros
principais da corte suprema do país;
_ Como esse herege teve coragem de entrar em contacto com o nosso Rei? –
Um dos valentes.
_ Aceito! – Rei Igwe falou para o espanto de todos presentes que não
compreendiam do porque desta aceitação.
_ O quê? Como assim? Isso é sério meu Rei? – Indagavam entre si.
O Rei Igwe os fez saber do seu plano por de trás desta cooperação, pois o
povo Kioku tinha como blasfêmia todo tipo de união com os povos que não
demonstram respeito os princípio dos deuses antigos, neste caso, todos os
outros povos do país.
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Sagrado e tomar o controlo do país depois que ele se tornar no Grande
Oráculo – Rei Igwe.
_ Eu peço ao meu Rei que me permita liderar essa operação e assim vingar
o que o Norte fez contra a nossa filha! – Ikwana falava com a cabeça
inclinada para baixo em sinal de respeito ao seu Rei e marido.
_ Operação desta importância não pode ser liderada por uma mulher – Ilela
reportava a Ikwana.
_ Deixa ela Ilela, ela irá liderar a operação – Essa decisão trouxe um pouco
de espanto aos presentes – Ele já tem demostrado em varias ocasiões que é
valente, já liderou vários Nkusi sobre esse país e não só, acredito que seja
capaz de liderar essa operação e mais, ela tem a motivação mais sensata,
faremos isso também pela Ilume, então se preparem para serem lideradas
pela Rainha Tuli!
_ Muito obrigado meu Rei, não irei lhe decepcionar – Ikwana feliz pela
oportunidade de liderar uma operação desta importância.
Ilela não ficou satisfeita com a decisão do Rei mas não quis rebater em frente
dos demais. Após esses assuntos ainda debateram sobre os próximos passos
a dar na realização das suas atividades de saques por todo país. Quando se
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deu o término da reunião com o pequeno conselho do Rei, Ilela abandonou a
sala visivelmente insatisfeita, apenas Ikwana ficou com o Rei na sala. Logo
depois que o Rei dormiu, ela saiu de lá e foi a casa de uma das mais velhas
Kanzas e videntes da aldeia, ela morava em uma tenda pequena e humilde,
pois não tinha filhos e nem marido, ao chegar a tenda perto de bater as
palmas como sinal de licença, ouviu uma voz leve e suave vinda de dentro da
tenda que disse “entra Ikwana”, essa frase causou um pequeno espanto, pois
ela vinha as escondidas e havia tomado todo cuidado para não ser vista a
entrar na casa da velha Ima, ao entrar na pequena e humilde tenda, sentiu
como se houvesse uma mudança no ambiente da tenda, ficou muito admirada
com o que via dentro, porque ela era maior por dentro, aquela pequena tenda
por fora, dentro parecia ser a junção de cinco tendas e era tudo muito bem
organizado, um ambiente leve e relaxante, ficou por minutos girando e
admirando até ouvir a velha Ima dizer “pode se assentar Rainha Tuli
Ikwana” (apelido dado a segunda mulher do Rei) despertando do seu
momento, agradeceu e se assentou sobre a cadeira, ela estava apreensiva, não
sabia qual seria a reação da velha Ima quando soubesse o que ela veio
perguntar, foi quando a velha lhe disse;
_ Tenha calma, não fique nervosa rainha, eu sei o que a senhora veio
questionar, na verdade sempre soube que esse dia chegaria por isso soube
que os passos que vinha para minha tenda eram os seus – Velha Ima.
_ Esqueceste que além de Kanza também sou vidente Nora? – Velha Ima.
_ Esquece isso por agora filha, diz o que te trouxe cá! – Velha Ima.
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_ Bem Kanza, o que me trouxe cá é um pouco difícil e proibido de perguntar
mas não sai da minha cabeça – Ikwana - Desde o nascimento da Ilume sinto
que aquele não foi o meu primeiro parto, não sei explicar o porque mas
sempre senti isso e, no dia que a Ilume foi atacada quando foram a caça, ela
se deparou com alguém que lhe questionava insistentemente sobre o fio que
ela usa como se ele tivesse também, a questão é que aquele fio é único!
_ Eu sei que a nossa tribo quando rapta crianças, mulheres e homens lhes
são dado a água dos Deuses que os leva a perderem a memória do que eram
antes e assim criar uma nova personalidade Kioku e, eu descobri que
quando eu cheguei na tribo a Kanza é que fazia a recepção dos novos
membros, quero apenas saber, antes de tomar a água dos Deuses, não falei
nada sobre ter filhos ou algo que indicasse a isso? – Ikwana.
_ Como já havia te dito, sabia que este dia iria chegar por isso me preparei
para tal, não se preocupa, vou te contar como tudo aconteceu! – Velha Ima
– Quando te trouxeram para cá, eras uma moça um pouco assustada mas
também corajosa, até porque foi essa tua coragem que conquistou o coração
do nosso Rei Igwe (risos!); choraste muito no seu primeiro dia, quer dizer
todas choravam mas como eras a mais jovem do grupo prestei muita
atenção em ti, teu choro demostrava perda e quando choravas repetias em
suas palavras “meu filho, meu pequeno menino, meu Kwame” e assim foi
até tomares a água dos Deuses.
_ Vou te ajudar, sinto que é isso que os Deuses querem que eu faça – Velha
Ima – Vou te dar uma água para tomares e ela servirá para te ajudar a
recuperar algumas lembranças, não lembraras de tudo mas com o que te
contei pode ser que lembras de muitas coisas.
_ Muito obrigada Kanza, não sei como lhe agradecer, só peço que não
contes isso a ninguém por favor! – Ikwana.
_ Não se preocupa filha – Velha Ima lhe entregou o frasco com a misteriosa
água que o ajudaria a recuperar a memória – Nunca dei está água a ninguém
mas a ti darei, também espero que não contes a ninguém sobre essas
revelações Nora!
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_ O que farás agora filha? – Velha Ima – Sinto que a tua intenção é ir atrás
deste menino mas quero que saibas que não será fácil para o Rei te deixar
ir!
_ Já tenho tudo planeado Kanza, pode deixar, com o favor dos Deuses tudo
correrá bem! – Ikwana – Só não me habituei ainda com esse nome Nora mas
estou muito feliz por descobrir sobre o meu menino Kwame, que eu tenho
quase a certeza que foi o que interpelou a Ilume e a defendeu, meu menino!
Órgão Oeste;
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a nossa oportunidade de passar a perna e tomar o poder do Leste e trazer
para Oeste, onde é o seu lugar!
_ Muito bom meu senhor, estava mais que na hora de trazer o poder político
administrativo ao lado do poder económico, para glória do Oeste! –
Joaquim membro do conselho.
_ Muito bom, nos partiremos amanhã – Victor levanta de sua cadeira e ergue
o braço direito para cima e diz o slogan do Oeste para fechar a reunião –
Para glória do Oeste!
O plano traçado pelo Victor caminhavam como planeado, a ânsia pelo poder
fervia nas veias do Victor e naquela noite não conseguia dormir, os seus
pensamentos estavam presos no plano de ataque da capital central.
Órgão Leste;
Era noite, mas o Leste não conseguia dormir, as ruas estavam ligeiramente
movimentadas, faltava apenas uma madrugada. O conselho dos Oráculo era
liderado pelo Terceiro Oráculo Sassou, pela lei do país, a posição do Grande
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Oráculo é tomado automaticamente quando o titular da posição morre, o
Segundo Oráculo toma a posição e, caso este morrer, a posição é tomada
pelo Terceiro Oráculo isso até o Quarto Oráculo. Era bem certo na capital
central que se o Segundo Oráculo for condenado, o Terceiro Oráculo se
tornaria no seu Grande Oráculo, a maioria do conselho estava expectante
sobre a sua nomeação, colocavam a sua fé nas suas filosofias de um novo
país, filosofia que sempre foi condenado pelo Grande Oráculo e o Segundo
Oráculo mas, Sassou sempre teve outros planos por detrás dos planos que
apresentou ao conselho dos Oráculos para governação, apenas o seu grupo
restrito tinha o conhecimento destes planos e do seu lado estava tudo prestes
para receber a caravana do Oeste, Norte, Sul e da tribo Kiaku.
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minuto, dava um suspiro como de alivio, logo sinalizou com a cabeça que
era o suficiente que poderiam o levar de volta e assim o fizeram.
_ Por quê? Qual é a tua intenção traindo os seus amigos e traindo a corte
do teu país Sassou, por quê? – Segundo Oráculo Nzau.
_ Não sei o que estas a dizer meu amigo, o que é isso? – Sassou.
_ Não se faz de desentendido, eu sei que queres usar o Rolo Sagrado por
causa do segredo dos Deuses, sabes que isso é proibido Sassou, não faça
isso! – Segundo Oráculo.
_ Estas a perturbar a tua mente com coisas sem sentido, melhor será
descansares porque eu não espero que sejas condenado hoje meu amigo,
descansa – Sassou – Falaste ao teu filho que sou culpado, isso é sério? Que
traição tua, por isso a minha filha acabou com o noivado infelizmente.
Sassou saia deixando o Segundo Oráculo gritando que ele não venceria,
Kwame seu filho teve o seu pedido de visita negado no naquele dia. O tempo
passava em passos largos, não tardou para chegar o momento de ser
transportado para o tribunal, fora do templo dos Oráculo, havia uma
multidão, onde os que gritavam “Traidor” estavam em número maior em
relação aos que acreditavam na inocência do seu Oráculo e o apoiavam; Ao
sair do Templo, grande tumulto se gerou, partes da multidão entraram em
confronto, o Oráculo era levado ao tribunal.
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A sala de audiência com estrutura oval, estava cheia, os mandatários do país
e os herdeiros dos três órgãos se faziam presente na sala. A classe dos
investigadores do conselho, trouxeram dois empregados responsáveis pelo
envenenamento do Grande Oráculo, os mesmos que acusavam o Segundo
Oráculo como o mandante da operação, a acusação apresentava os resto das
folhas do Arém encontradas com os dois meliantes e uma outra porção
encontrada em casa do Oráculo, também a metade da soma em dinheiro que
foi dado como adiantamento do serviço e outras provas mais. Como se não
bastasse, trouxeram duas jovens moças que acusavam o Oráculo de abuso de
poder, obrigando elas ao envolvimento sexual, caso ao contrário, as
entregarias aos Jacarés tal como aconteceu com as suas amigas que negaram
a sua proposta. A audiência estava agitada, com o Segundo Oráculo posto
sentado no centro da sala enquanto era julgado, a sua contra defesa não fazia
jus ao apresentado pela acusação. Já se passavam quatro horas desde o início
da audiência, a cada minuto que passava, os presentes se convenciam mais
da culpa do Oráculo para o desespero do Kwame que assistia o seu pai a ser
condenado aos poucos pelo que ele considerava ser uma armação. Depois de
mais duas horas e sem contra provas plausíveis que favorecessem o Oráculo,
foi condenado a morte de Jacaré por traição a corte na tentativa de
assassinato ao Grande Oráculo, abuso de poder e assassinatos. Houve uma
agitação na sala após ser declarado culpado, Luza procurava o Kwame em
seu olhar para ver a sua reação de felicidade; Inconformado, Kwame levanta
da sua cadeira e corre em direção a mesa do Juiz do conselho, os guardas se
movimentam para o impedir e o agarram a tempo mas o mesmo começa a
gritar “Meu pai é inocente, isso é armação do Terceiro Oráculo, ele é o
culpado” o seu pai lhe advertia para parar, Shieza que estava presente apenas
mexia a cabeça em sinal de decepção, os guardas por sua vez, taparam-lhe a
boca e o levaram para uma sala isolada do tribunal e foi espancado por
ordem do Terceiro Oráculo. Logo depois da sentença, estava para ser levado
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ao Rio do Castigo dos Deuses, também conhecido como Rio Lougi, famoso
rio dos Jacarés que servia como punição aos que fossem condenados a morte,
eram atirados abaixo para serem devorados pelos Jacarés e o crime de traição
a corte tinha como punição o Rio do Castigo dos Deuses. A tradição da corte
dos Oráculo, dizia que a morte de um Oráculo por causas naturais era
sinonimo de festa entre os habitantes do país, pois o mesmo se juntava com
os Deuses na governação do mundo em um paraíso chamado Seio dos
Deuses e quando essa morte fosse causada por motivos que não fossem
natural (assassinato e suicídio), não haveria festa entre as povoações apesar
do seu Oráculo estar a se juntar com os Deuses. E ao Oráculo ou qualquer
outra pessoa que fosse dada como traidor da corte e dos preceitos dos
Deuses, perdia o direito de entrar no Seio dos Deuses e a crença era que os
Deuses eliminavam a alma destes tanto no mundo físico como no espiritual,
perdia-se a sua existência.
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Traidor lhe disse “Não irás vencer, tão logo serás derrotado seu traidor” e
o Terceiro Oráculo sussurra ao pé do seu ouvido e depois disse “Não será eu
a vencer mais o país, porque agora sem você e o Grande Oráculo poderá
experimentar o gosto da evolução, vai em paz amigo!” se afastou dele e
terminou a oração. Ao fim da oração, o juiz deu o sinal para que fosse jogado
do precipício e assim foi, caiu e antes que chegasse ao chão fora devorado
por muitos dos Jacarés que lutavam por uma parte do seu corpo, a brasa
acesa também foi jogado no precipício. Afim de toda cerimónia voltaram
para capital central.
Já na capital, Sassou foi visitar o Grande Oráculo para contar que a execução
estava feita. Ao chegar, pediu que estivesse a sós com o Grande Oráculo e
assim o fizeram. Estando sentado ao pé de sua cama, o Grande Oráculo
olhava para ele com desgosto mas já não conseguia falar e mal respirava,
então disse-lhe o Sassou;
_ Esse olhar me diz que já sabes da verdade, mas sim meu mestre, eu que
arquitetei todo plano e te envenenei – Sassou, Terceiro Oráculo – Me olhe
do jeito que quiser, me habituei a esse olhar justamente por ser Sulano,
sabes, eu o admirava muito por isso lutei ao seu lado contra o regime
colonial, mas após a guerra as coisas mudaram tudo porque se tornaste
fraco, tentando manter uma paz fictícia que só serviu para afastar mais os
povos, nós os do Sul, os mais afetados, os desprezados fruto da extrema
pobreza e tudo graças a tua teimosia, falta de ambição e visão do futuro, o
que está acontecer hoje é apenas consequência do desequilíbrio que criaste
no país a 23 anos atrás, mas não precisas se preocupar, porque quando os
teus olhos se fecharem, esse povo vera o renascimento de uma nova Angola,
por isso é hora de voltares a fazer algo útil por este país, morre rápido!
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Terminando de falar com o Grande Oráculo, despediu a sua mulher
simulando tristeza e foi ao encontro dos herdeiros dos órgãos. Era o homem
mais célebre na cidade, já o respeitavam como se fosse o Grande Oráculo.
Quando tentava abrir os seus olhos viu uma forte clareza, ao abrir
completamento os olhos assustou com o que via, se encontrava em uma
cabana e dormia sobre uma esteira, levantou para ver onde estava, percebeu
que já era um outro dia, tentava entender como havia chegado ali quando a
cortina da cabana se abria, ele assustado se posicionava para atacar, quando a
cortina abriu-se por inteiro ele pode ver uma jovem moça com uma bandeja
73
que continha aquilo que seria o seu pequeno-almoço, ela era bonita e tinha os
olhos meio grossos, Kwame ficou estático olhando para ela em posição de
combate, ela por sua vez assustou com o que se deparou e deixou cair a
bandeja do pequeno-almoço ao chão, uma voz de fora da cabana perguntava
“Zambezi o que foi?” E em poucos segundos estavam dentro da cabana
alguns dos aldeões.
_ Sou filho do Segundo Oráculo Nzau – Kwame ficava aliviado por saber
que chegara em um lugar seguro – Meu pai foi morto e o responsável da sua
morte também tenta me matar mas, o meu pai havia me dito se alguma coisa
acontecesse de grave poderia recorrer a região do Nzombo e procurar por ti
que poderias me ajudar.
_ Meu pai é inocente, foi vitima de uma armação do Terceiro Oráculo que
quer se tornar no Grande Oráculo – Kwame.
_ Entendo – Ekuikui – Meus pêsames filhos, conheci muito bem o seu pai e
sei que ele não seria capaz da tamanha barbaridade mas seja bem-vindo na
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nossa tribo, não temos o luxo da capital para te oferecer mas te daremos
algo essencial, segurança!
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Oráculo do país, além de ser uma ideia que o enfurecesse também o
assustava;
_ Mas aquele traidor vai possuir esse poder sem dúvida! – Kwame.
_ Se é possível não sei, nunca antes aconteceu mas sei que teríamos de
arriscar porque parece ser a única solução para o bem deste país – Ekuikui.
_ E se o matássemos? – Kwame.
_ (risos) Agora que é Grande Oráculo? Podes crer que essa opção é bem
mais complicada que a outra! – Ekuikui.
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_ Porque as coisas chegaram até esse nível? É inacreditável como uma
pessoa pode ser tão maldosa! – Kwame.
_ A verdade é que ele nem sempre foi assim, bem, melhor dizer, ninguém da
“Força A” foi assim, o tempo nos mudou e moldou, cada um a sua maneira!
– Ekuikui.
_ Teu pai não contou pelos visto mas não faz mal, vou contar eu, vocês
apenas conhecem como Antigos Combatentes aqueles que na verdade eram
a Força A – Ekuikui – Em Março de 1961 na cadeia de Ultramar na Huila,
estávamos todos, eu, o seu pai, o Grande Oráculo, o Victor I (pai do
herdeiro do Oeste), Igwe (Lider dos Kioku), Jacob (Pai do herdeiro do Sul) e
Zola (Pai do herdeiro do Norte), já o Sassou e o José (Quarto Oráculo)
eram os mais jovens na altura mas muito corajosos, ficamos conhecido na
época como Rebeldes de Ultramar pelo colono, cada um de nós vinha de
uma parte do país mas todos tínhamos um único objetivo, ver o nosso país
livre do regime do colono, por essa que no dia 15 do mesmo mês criamos um
movimento de luta contra o colonialismo chamado “Força A” e em pouco
tempo nos tornamos no maior movimento existente no país, o Grande
Oráculo era o líder, ele nos conduziu a vitória contra o colono e a expulsão
dos mesmo do nosso território manifestando o poder dos Deuses a um nível
que era desconhecido por todos nós, naquele dia as tropas inimigas todas
foram eliminadas e vencemos o colono; As complicações começaram depois
da expulsão do colono, a luta pelo poder, quem ficaria com o quê ou quem
governaria o país! O Grande Oráculo como líder na época, entendeu que a
ambição de outros membros era maléficas contra o país, a maioria queria
por a mão sobre aquele poder que tinham visto, por essa proclamou a
independência sem o consentimento de todos da linha da frente isso gerou
um problema que se faz sentir até hoje, houve repartição, sendo o Grande
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Oraculo do Leste, estabeleceu o Leste, Malange como a capital central,
retirando esse titulo a Luanda, Victor I ficou como herdeiro do Oeste, Jacob
ficou com o Sul e o Zola com o Norte, eu neguei qualquer titulo possível, a
revolta maior veio do Igwe, quis que criassem o órgão centro mas o Grande
Oráculo não aceitou, a par a isso, também achava que nos desviamos dos
objetivos e da verdadeira crença ao nossos Deuses antigos, era o mais
crente do grupo, razão pelo qual sai e decidiu criar a sua própria tribo
conhecida como Kioku, o teu pai, Sassou e José seguiram o Grande Oráculo
para o Leste, ele criou as leis que hoje usamos, com o receio de vivermos
uma outra invasão igual do colono, o Grande Oráculo criou leis que
impedissem que o ocidente entrasse ao nosso país, tudo no país seria gerida
por nós mesmo, a nossas leis são diferente a nossa cultura é mais presente
sem influencia grande do ocidente, ele quis que fosse assim para sempre
para que o nosso povo não voltasse a ser escravizado mas uma decisão
como essa cria vários inimigos tanto dentro como fora, proibiu armas de
fogo em todo território nacional, acredito que houve conspiração de fora
porque o nosso país é muito rico em recursos naturais e há países que talvez
queiram aproveitar e como o seu pai era apoiante das ideias do Grande
Oráculo, seria um obstáculo para esse plano!
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_ O Sul se restabelecera mas não será do jeito dele, eu me prontifico a
usurpar o poder dos Deuses – Kwame assertivo.
_ Esperava que dissesses isso – Ekuikui – Nas tuas veias correm o sangue
dos quatro órgãos, sei que sabes da verdade, mas deixa te contar algo que
desconheces, nasceste no Oeste, teu pai é de lá e a tua mãe é do Sul, quem te
criou é do Norte e foste criado no Leste, tu tens os quatro órgãos no sangue,
ninguém irá defender a unanimidade e a paz deste país como tu filho, vai em
frente!
_ Bom! Acho que todos nós devíamos viver pelo menos uma aventura antes
de morrer – Zambenzi – Já que o amanhã é incerto e a vida é curta!
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Fazia três dias desde a morte do Grande Oráculo, as intenções e pensamentos
do Kwame estavam voltadas na capital central, queria voltar o mais rápido
possível, falou com o líder Ekuikui, que lhe disse estar inquieto por não
saber do impacto que o poder dos Deuses pode causar ao seu corpo não
sendo ele um conselheiro formado, a insistência do Kwame o fez permitir a
sua partida de volta ao Leste. Enquanto falavam naquela manhã, chegava a
caravana dos homens da tribo que haviam saído para a caça, o líder foi
receber o grupo e lhes agradecer pelo esforço e, aproveitou a oportunidade
para apresentar o líder dos caçadores da tribo ao Kwame, quando se
depararam logo o líder dos caçador lembrou da cara do Kwame, tal como o
Kwame lembrou do líder dos caçadores, o lider Ekuikui os apresentou
dizendo “Kwame esse é o Ikuke mas nós lhe tratamos por Capitão, Capitão
esse é o novo integrante da nossa tribo o Kwame” para a surpresa do líder
Ekuikui, os dois disseram já se conhecerem, mas Ikuke acrescentou que foi
por causa do Kwame que ele se tornou no que é, um homem destemido e o
agradeceu para o espanto do mesmo; Ele por sua vez, perguntou sobre a
jovem que foi ferida pelo Cervo no parque, Ikuke responde que estava
melhor e, explicou que aquele ferimento foi uma das causas que o levou a
sair da tribo Kioku. Ekuikui explica ao Kwame que Ikuke chegou a tribo
Chinaka tal igual ele chegou e foi recebido com toda alegria, frisou também
que a sua tribo não tinha homens de luta e o Ikuke tem lhes ensinado a lutar e
a ser guerreiros por essa razão o chamavam de Capitão. Quando Ikuke ficou
a saber do motivo que levava o Kwame para capital central, se predispôs a
lhe acompanhar nesta missão e assim os dois tiveram a permissão do líder
Ekuikui para partirem no dia seguinte pela manhã e, na noite daquele dia, o
líder os consagrou aos Deuses e os banhou sobre as águas do Rio Nzombo.
No dia seguinte, a aldeia se despediu dos dois membros que partiam para
uma missão que poderia ser suicida, Kwame se despedia da Zambenzi com a
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promessa de voltar e casar com ela, o líder e os anciãos da tribo os
abençoaram e logo partiram. Na estrada, Ikuke mostrava-lhe um caminho
mais curto e segura para se seguir até a capital central e por lá seguiram.
Sassou estava expectante sobre a tomada de posse, sabia que alguma coisa de
extraordinário aconteceria e dizia estar preparado para tudo, era questionado
novamente pelos seus aliados se tinha a certeza do convite feito aos Kioku,
sendo que são um povo traiçoeiro que poderiam se voltar contra eles, o
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mesmo pensavam sobre o Herdeiro Victor mas Sassou repetia para aos seus
que tudo estava sobre o controlo, defendia que estes dois grupos lhe
ajudariam a revolucionar o país, embora suas intenções ocultas fossem
voltadas principalmente ao segredo dos Deuses.
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no pátio. Os soldados do Oeste recebiam a autorização para invasão e o
fizeram, ao entrar na capital se deparavam com a tropa guerreira dos Kioku
queimando e destruindo a cidade, entraram em confronto com os mesmos
enquanto a guarda da capital tentava agir a favor da capital central mas as
suas bases estavam invadidas pelas duas frentes, era grande a matança.
Kwame e o Ikuke chegavam a cidade nesta altura depois do longo percurso,
vendo todo caos, seguiram em rotas adjacentes das principais sendo que o
Kwame conhecia bem a cidade, no caminho se deparavam com soldados e
guerreiros das duas frentes, Ikuke enfrentava os mesmos enquanto Kwame
ajudava o povo a se abrigar em lugares mais seguros, guerreiros da tribo
Kioku reconheciam o Ikuke, sendo ele dado como um fugitivo tal como o
Kwame, cobriram os rostos com panos, ao questionar um dos conhecidos da
capital que haviam salvado das mãos de uma das frentes, foram informados
que o Grande Oráculo fora levado para o templo, seguiram para lá lutando e
se escondendo.
Estando no templo apenas com alguns dos guardas, herdeiro Victor e o seu
servo Augusto aproveitaram a fraca segurança para tirarem as suas adagas e
auferir golpes mortíferos (do pescoço) a dois dos guardas que estavam com
eles dentro da sala de reuniões do templo, após, Victor colocou por refém o
Grande Oráculo Sassou, apontando-lhe com a sua adaga ao pescoço
ameaçando o matar, a tenção subiu na sala, Augusto mandava os demais
permanecerem calados na ordem de que o primeiro que gritasse teria a
mesma sentença dos guardas que com eles estavam e os amarrou. Victor
pressionava Sassou o agora guardião legitimo do segredo dos Deuses para
lhe levar até as escrituras sagradas escondidas dos Deuses antigos, vulgo
mortos. Sassou apresentava resistência a sua ordem e o questionava “porquê
disto agora?” e o respondeu “porque agora é o momento ideal meu velho”
logo deu-lhe um golpe no ombro e caiu, sem voltar a resistir, os levou saindo
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pela porta de emergência do templo até ao Vale dos Oráculos, nome dado ao
enorme cemitério dos Oráculos e altas individualidades do país, Ikwana
continuava lhes perseguindo sem ser notada, por outra extremidade, Kwame
e Ikuke os viram saindo pela alá de emergência do templo e seguiram sem
ser notados também.
No Vale dos Oráculo, se dirigiram até a uma tumba feita de mármore branco
que se encontrava no centro do cemitério, Sassou estava de frente a tumba
quando Kwame e o Ikuke aparecem, Ikuke coloca Augusto de refém com a
sua adaga pelo pescoço de forma sigilosa, Kwame surpreende Victor
apontando com adaga em sua costas e o disse “Esse homem é nosso!”
Sassou olha para trás e diz admirado “Kwame!”, “Surpreso traidor”
respondeu Kwame, “Então és o pirralho histérico do tribunal e como se não
bastasse me apontas com uma adaga, deixa te dizer meu jovem, és corajoso
” disse o Victor, Kwame ordenava que Victor retirasse a sua adaga sobre o
pescoço do Sassou mas antes que o fizesse, foram cercados pela Ikwana e
três dos guerreiros Kioku, e disse ela;
O apelido Rainha Tuli fez o Kwame lembrar sobre o que Ikuke lhe contara
durante o caminho para capital central e desconfiava que a mesma poderia
ser sua mãe.
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_ Parece que estamos em um encontro de antigos conhecidos – Grande
Oráculo Sassou.
_ Deixe ele agora e terás uma morte menos dolorosa, e não volte a me
ameaçar ou perderas a boca, eu sou a Ikwana, Rainha Tuli dos Kioku –
Ikwana falava de forma assertiva ao mesmo tempo que se aproximava para
estar olho a olho com o Victor.
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_ Só não terão tempo para abraços porque chegou a hora! – Sassou falava
com pequeno sorriso sarcástico como quisesse dar um sinal.
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Deuses, Kwame apesar da forte ventania que soprava sobre o local se
apressava para alcançar Sassou, ao chegar a tumba encontrou o Oráculo com
as mãos sobre o rolo repetindo a frase “Yame nzambi”, olhando para ele o
disse “tarde de mais, eu venci!”, no céu a forte ventania com mistura de
relâmpagos formava um buraco negro com muito estrondo, vendo que o
processo corria para sua conclusão a fim de impedir corre em direção ao
Sassou e se joga a ele com o ombro e o derruba, no chão, Sassou golpeai
Kwame no lugar do ferimento da bala e prendendo ele com as pernas começa
a lhe sufocar pelo pescoço, Kwame faz esforço para movimentar o outro
braço que com o cotovelo golpeava o Sassou no estomago até esse parar de
lhe sufocar e quando parou, Kwame consegue virar e ficar por cima dele
golpeando sucessivamente na cara e dizendo “isso é pelo ao meu pai”.
Sangrando e meio inconsciente, o deixa e levanta para colocar as suas mãos
sobre o rolo sagrado repetindo a mesma frase que o Sassou repetia “Yame
nzambi”, quase sem forças Sassou move-se devagar retirando uma adaga na
sua cintura, auferi um golpe no Kwame perfurando-lhe na perna, grita e
quase caindo retira uma das mãos sobre o rolo para golpear novamente o
Oráculo na cara e o mesmo volta a cair sobre o chão, apesar da adaga em sua
perna permanecia com as mãos no rolo sangrando muito que começava
apresentar sinais de inconsciência, repetia a frase do encantamento mesmo
sem sair o som da sua voz, por outra Sassou mais uma vez fazia esforços
para ficar de pé e golpear Kwame com outra adaga retirada da sua cintura,
conseguindo levantar meio zonzo ergue a adaga para golpear o Kwame no
pescoço, no instante acontece um apagão, mesmo sendo apenas dezassete
horas, a uma escuridão total mas em poucos segundo a luz do sol se
restabelece e de dentro do buraco negro no céu sai um raio que cai sobre
quem estava com as mão no Rolo, Kwame. A descida do raio foi tão forte
que o seu impacto sobre o corpo causou uma espécie de explosão de onde
magnética, lançou Kwame a metros de distância para o lado norte enquanto
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Sassou era lançado para o sul embatendo sobre uma das tumbas, a onde
magnética criada destruiu as tumbas que estavam ao redor; Soldados e
guerreiros que lutavam em toda cidade paravam para perceber o que havia
acontecido; Cerca de dez minutos depois um dos soldados que se encontrava
no vale dos Oráculos, moveu-se para socorrer Sassou, encontrando ele sobre
uma das tumbas muito ferido mas consciente o levantou para lhe tirar do
local, o Oráculo negava sair do vale sem ir atrás do Kwame, o soldado
insistiu dizendo que não havia restado ninguém do seu grupo e se fossem
atrás do Kwame poderiam ser mortos, convencido pediu que o seu servo
pegasse o rolo sagrado e, fazendo isso saíram do Vale dos Oráculos
mancando.
Ikwana estava desmaiada por conta de uma pedra que o bateu na cabeça
durante a explosão magnética, dois dos seus guerreiros Kioku sobreviventes
tiravam as pedras sobre o corpo da sua Rainha, Ikuke os encontrou e lhes
aconselhou a levar a Rainho Tuli de volta a aldeia para ser tratada com
urgência pelos Kanzas Kioku por estar muito ferida, ouvindo o conselho,
saíram com a Rainha Tuli e os poucos guerreiros que restaram do assalto a
capital central. Ikuke se aproximou de onde estava deitado o Kwame, viu o
seu corpo pálido, ferido e a sua pele ligeiramente escura, reparando para o
pulso não havia pulsação, tenteu o reanimar sem sucesso, Kwame estava
morto, ajoelhou em tom de lamento sobre o corpo. Chegavam para perto dele
Victor e Augusto que apontando com adaga desejavam levar o corpo do
Kwame, “Primeiro terão de me matar e só assim poderão levar o corpo”
respondeu Ikuke, Victor rebatia “Ele é meu filho, mataria qualquer um para
lhe levar comigo”, Ikuke se posicionava para enfrentar os dois e, no
momento Victor e Augusto viram um grupo a vir em sua direção e um deles
dizia “Terão de nos matar primeiro também”, Ikuke olha para trás, eram
alguns dos homens da sua tribo Chinaca treinados por ele, chegavam para
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ajudar. Vendo que não poderiam fazer frente com o grupo, Victor e Augusto
se retiraram do local. Ikuke e os demais membros Chinacas levaram o corpo
do Kwame de volta para aldeia no clima de profunda tristeza apesar de
conseguir que o Sassou não tomasse o poder dos Deuses mortos.
A cidade estava assolada pelo caos, muitos corpos pelo chão, casas e
estabelecimentos estavam destruídos, o dia de empossamento do Grande
Oráculo se tornara no maior massacre após a luta armada superando da
aldeia de Wama, horas depois ao tumulto, alguns citadinos da capital central
saiam em seus esconderijo, casas para ver os seus mortos, para compreender
o que aconteceu; Muito dos soldados do Oeste, guerreiros Kioku e da guarda
da capital estavam mortos. Malange estava em luto além do olhar
diferenciado que ganhava de outros órgãos pelos sucessivos acontecimentos
de caracter bizarro, aldeões de outras regiões começavam a desenvolver uma
crença de maldição para cidade depois da execução do Segundo Oráculo, a
morte do Grande Oráculo e o massacre do dia de empossamento do novo
Grande Oráculo fora a escuridão que houve neste mesmo dia, já começava a
ser falado que Malange não representava mais qualidade e nem estatuto para
ser a capital central do país. Os olhares internacionais focavam a sua atenção
no novo país prometido pelo Sassou, enquanto os olhares nacionais
condenavam o órgão Oeste e a tribo Kioku pela traição da corte nacional e
muitos exigiam a execução do herdeiro Victor e do Rei Igwe pelos seus atos
insanos contra o país.
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atenção sobre a sua insistência de aliar-se ao Oeste e os Kiuko, acusando-os
de trazer caos e divisão no país e exigia que executassem os seus líderes,
pois estava claro para a sociedade que eram traidores, Sassou fez o esforço
de se assentar na cama e explicou-lhe o seguinte;
_ Fora o fato de não conseguir o poder dos Deuses, tudo que aconteceu
fazia parte dos meus planos mas isso não quis lhe contar antes, convidei o
Victor e o Igwe justamente por saber da ambição deles por este país, se não
o fizesse nunca iriamos governar em paz porque os dois grupos seriam uma
pedra no nosso sapato, então lhes atrai para o mesmo lugar sem saberem
mas eu sabia que eles me trairiam, o que fiz foi matar dois coelhos com uma
cajadada só, em vez de sermos nós a lhes eliminar, deixei eles e lhes dei um
palco para se eliminarem, assim foi, os seus planos falharam, agora a
sociedade os tem como traidores, faremos a execução e nunca mais teremos
oposição a nossa governação – Sassou.
_ Retiro a minha chamada de atenção, bom saber que tinhas tudo sobre o
controlo – José – Olha tenho uma surpresa para ti, capturamos a filha do
Igwe durante a confusão daquele dia!
No instante José ordenava que trouxessem a filha do Rei Igwe Ilume que se
encontrava acorrentada numa das selas e tinha a boca tapada, quando chegou
a sala onde estava Sassou, fazia força para tentar alcançar ele e o ferir mas os
guardas o batiam para se acalmar, minutos depois José ordenou que a
levassem de volta a sela.
_ Muito bom! – Sassou – Ela será o nosso triunfo para acabarmos com
aquela tribo insignificante de uma vez por todas.
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_ E quanto ao Rolo Sagrado, o que fazer já que não conseguimos o poder
dos Deuses e, parece que aquele rapaz não resistiu – José.
A ideia pareceu promissor para o José que brindou com o seu Grande
Oráculo e agora Rei a vitória que abria um novo capitula para o país.
Aldeia desconhecida;
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pelos Deuses por falhar na missão mas foi impedida e passou a ser
supervisionada por conta da depressão.
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promessa, cuida dele por mim, e nunca esqueça que te amo, obrigada por
tudo” dizia Paula se contorcendo de dor, Victor pedia para parar de dizer tais
palavras porque ele não a deixaria morrer e, justamente neste instante que a
Paula acabava por morrer com um sorriso nos lábios, inconformado Victor
tentava a reanimar com lagrimas nos olhos mas, não havia mais nada a se
fazer e chorou amargamente pousando a cabeça sobre a sua barriga enquanto
segurava as mãos já pálidas da sua esposa.
_ Não fiz por mal meu senhor, a minha senhora Paula estava sofrer muito
pelo facto de não poder dar a luz a um menino e eu apenas quis ajudar, não
sabia que resultaria na morte dela – Kiesse chorando – Lhe disse que
conhecia um Kanza que ajuda as mulheres a conceber mas paga-se um
preço, eu achava que esse preço era dinheiro, a minha senhora concordou
em irmos no Kanza porque ela queria mudar o sexo da criança em sua
barriga, o Kanza disse que era possível mas que o preço era alto, eu pensei
que era dinheiro meu senhor!
_ A minha senhora não quis me contar mas depois descobri já tarde que ele
disse que para trocar o sexo da criança exigiria sangue de alguém, e ela deu
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a própria vida para dar a luz ao menino Abner, disse que fez para dar
continuidade a tua governação meu senhor! – Kiesse ainda chorando.
A sua mãe o ajudava na criação do seu filho Abner, Victor foi obrigado a se
ausentar do país por um tempo por causa da população que exigia a sua
cabeça por traição a corte.
Ikuke foi posto como líder e capitão do exército que se formava na tribo, o
seu amor pela aldeia aumentava a cada dia, viu ali o seu esforço a ser
recompensado e admirado pelos aldeões sem o descriminarem pela sua
deficiência que para eles não parecia existir.
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túmulo, chorando e escrevendo alguma coisa em um velho papel, quando
findava o dia, ela se levantou, despedindo colocou o papel por cima do seu
túmulo de areia e voltou para casa. Naquele dia houve uma forte chuva que
molhou e despedaçou o papel deixado por ela onde estava escrito;
FIM.
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