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Primeiro Documento:

MOTU PROPRIO
TRA LE SOLLICITUDE
DO SUMO PONTÍFICE
PIO X
SOBRE A MÚSICA SACRA

Na introdução, São Pio X diz:


“Entre os cuidados do ofício pastoral, [...] é, sem dúvida, um dos principais o de manter e
promover o decoro da Casa de Deus, onde se celebram os augustos mistérios da religião e o
povo cristão se reúne, para receber a graça dos Sacramentos, assistir ao Santo Sacrifício do
altar, adorar o augustíssimo Sacramento do Corpo do Senhor e unir-se à oração comum da
Igreja na celebração pública e solene dos ofícios litúrgicos.

Nada, pois, deve suceder no templo que perturbe ou, sequer, diminua a piedade e a devoção das
fiéis, nada que dê justificado motivo de desgosto ou de escândalo, nada, sobretudo, que
diretamente ofenda o decoro e a santidade das sacras funções e seja por isso indigno da Casa de
Oração e da majestade de Deus. [...]

A nossa atenção dirige-se hoje para um (dos abusos) dos mais comuns, dos mais difíceis de
desarraigar e que às vezes se deve deplorar em lugares onde tudo o mais é digno de máximo
encômio para beleza e suntuosidade do templo, esplendor e perfeita ordem das cerimônias,
freqüência do clero, gravidade e piedade dos ministros do altar. Tal é o abuso em matéria de
canto e Música Sacra.

E de fato, quer pela natureza desta arte de si flutuante e variável, quer pela sucessiva alteração
do gosto e dos hábitos no correr dos tempos, quer pelo funesto influxo que sobre a arte sacra
exerce a arte profana e teatral, quer pelo prazer que a música diretamente produz e que nem
sempre é fácil conter nos justos limites, quer, finalmente, pelos muitos preconceitos, que em tal
assunto facilmente se insinuam e depois tenazmente se mantêm, ainda entre pessoas autorizadas
e piedosas, há uma tendência contínua para desviar da reta norma, estabelecida em vista do fim
para que a arte se admitiu ao serviço do culto, e expressa nos cânones eclesiásticos, nas
ordenações dos Concílios gerais e provinciais, nas prescrições várias vezes emanadas das
Sagradas Congregações Romanas e dos Sumos Pontífices Nossos Predecessores.

[...] se consultarmos a nossa experiência pessoal e tivermos em conta as reiteradas queixas, que
de todas as partes Nos chegaram neste pouco tempo decorrido, desde que aprouve ao Senhor
elevar a Nossa humilde Pessoa à suprema culminância do Pontificado Romano, sem protrairmos
por mais tempo, cremos que é nosso primeiro dever levantar a voz para reprovação e
condenação de tudo que nas funções do culto e nos ofícios eclesiásticos se reconhece
desconforme com a reta norma indicada.

Sendo de fato nosso vivíssimo desejo que o espírito cristão refloresça em tudo e se mantenha
em todos os fiéis, é necessário prover antes de mais nada à santidade e dignidade do templo,
onde os fiéis se reúnem precisamente para haurirem esse espírito da sua primária e
indispensável fonte: a participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene
da Igreja. E debalde se espera que para isso desça sobre nós copiosa a bênção do Céu, quando o
nosso obséquio ao Altíssimo, em vez de ascender em odor de suavidade, vai pelo contrário
repor nas mãos do Senhor os flagelos, com que uma vez o Divino Redentor expulsou do templo
os indignos profanadores.
Portanto, para que ninguém doravante possa alegar a desculpa de não conhecer claramente o seu
dever, e para que desapareça qualquer equívoco na interpretação de certas determinações
anteriores, julgamos oportuno indicar com brevidade os princípios que regem a Música Sacra
nas funções do culto e recolher num quadro geral as principais prescrições da Igreja contra os
abusos mais comuns em tal matéria.

E por isso, de própria iniciativa e ciência certa, publicamos a Nossa presente instrução; será ela
como que um código jurídico de Música Sacra; e, em virtude da plenitude de Nossa Autoridade
Apostólica, queremos que se lhe dê força de lei, impondo a todos, por este Nosso quirógrafo, a
sua mais escrupulosa observância.

I.Princípios gerais:
1. A música sacra, como parte integrante da Liturgia solene, participa do seu fim geral, que é a
glória de Deus e a santificação dos fiéis.
A música concorre para aumentar o decoro e esplendor das sagradas cerimônias; e, assim como
o seu ofício principal é revestir de adequadas melodias o texto litúrgico proposto à consideração
dos fiéis, assim o seu fim próprio é acrescentar mais eficácia ao mesmo texto, a fim de que por
tal meio se excitem mais facilmente os fiéis à piedade e se preparem melhor para receber os
frutos da graça, próprios da celebração dos sagrados mistérios.

2. Por isso a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e
nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra
característica, a universalidade. Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si
mesma, mas também no modo como é desempenhada pelos executantes. Deve ser arte
verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no ânimo dos ouvintes aquela eficácia
que a Igreja se propõe obter ao admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja, ao mesmo
tempo, universal no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas
composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo constituem o caráter
específico da sua música própria, estas devem ser de tal maneira subordinadas aos caracteres
gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão
desagradável.

II. Gêneros de Música Sacra


3. Estas qualidades se encontram em grau sumo no canto gregoriano, que é por conseqüência o
canto próprio da Igreja Romana, o único que ela herdou dos antigos Padres, que conservou
cuidadosamente no decurso dos séculos em seus códigos litúrgicos e que, como seu, propõe
diretamente aos fiéis, o qual estudos recentíssimos restituíram à sua integridade e pureza.
Por tais motivos, o canto gregoriano foi sempre considerado como o modelo supremo da música
sacra, podendo com razão estabelecer-se a seguinte lei geral:
uma composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproxima no
andamento, inspiração e sabor da melodia gregoriana, e será tanto menos digna do templo
quanto mais se afastar daquele modelo supremo.
O canto gregoriano deverá, pois, restabelecer-se amplamente nas funções do culto, sendo certo
que uma função eclesiástica nada perde da sua solenidade, mesmo quando não é acompanhada
senão da música gregoriana.
Procure-se nomeadamente restabelecer o canto gregoriano no uso do povo, para que os fiéis
tomem de novo parte mais ativa nos ofícios litúrgicos, como se fazia antigamente.

4. As sobreditas qualidades verificam-se também na polifonia clássica, especialmente na da


Escola Romana, que no século XVI atingiu a sua maior perfeição com as obras de Pedro Luís de
Palestrina, e que continuou depois a produzir composições de excelente qualidade musical e
litúrgica.
A polifonia clássica, aproximando-se do modelo de toda a música sacra, que é o canto
gregoriano, mereceu por esse motivo ser admitida, juntamente com o canto gregoriano, nas
funções mais solenes da Igreja, quais são as da Capela Pontifícia. Por isso também essa deverá
restabelecer-se nas funções eclesiásticas, principalmente nas mais insignes basílicas, nas igrejas
catedrais, nas dos Seminários e outros institutos eclesiásticos, onde não costumam faltar os
meios necessários.

5. A Igreja tem reconhecido e favorecido sempre o progresso das artes, admitindo ao serviço do
culto o que o gênio encontrou de bom e belo através dos séculos, salvas sempre as leis
litúrgicas.

Por isso é que a música mais moderna é também admitida na Igreja, visto que apresenta
composições de tal qualidade, seriedade e gravidade que não são de forma alguma indigna das
funções litúrgicas. Todavia, como a música moderna foi inventada principalmente para uso
profano, deverá vigiar-se com maior cuidado por que as composições musicais de estilo
moderno, que se admitem na Igreja, não tenham coisa alguma de profana, não tenham
reminiscências de motivos teatrais, e não sejam compostas, mesmo nas suas formas externas,
sobre o andamento das composições profanas.

VI. Órgão e Instrumentos


15. Posto que a música própria da Igreja é a música meramente vocal, contudo também se
permite a música com acompanhamento de órgão. Nalgum caso particular, com as convenientes
cautelas, poderão admitir-se outros instrumentos nunca sem o consentimento especial do
Ordinário, conforme as prescrições do Caeremoniale Episcoporum.
16. Como o canto tem de ouvir-se sempre, o órgão e os instrumentos devem simplesmente
sustentá-lo, e nunca encobri-lo.
18. O som do órgão, nos acompanhamentos do canto, nos prelúdios, interlúdios e outras
passagens semelhantes, não só deve ser de harmonia com a própria natureza de tal instrumento,
isto é, grave, mas deve ainda participar de todas as qualidades que tem a verdadeira música
sacra, acima mencionadas.
19. É proibido, na Igreja, o uso do piano bem como o de instrumentos fragorosos, o tambor, o
bombo, os pratos, as campainhas e semelhantes.
20. É rigorosamente proibido que as bandas musicais toquem nas igrejas, e só em algum caso
particular, com o consentimento do Ordinário, será permitida uma escolha limitada, judiciosa e
proporcionada ao ambiente de instrumentos de sopro, contanto que a composição seja em estilo
grave, conveniente e semelhante em tudo às do órgão.
21. Nas procissões, fora da igreja, pode o Ordinário permitir a banda musical, uma vez que não
se executem composições profanas. Seria para desejar que a banda se restringisse a acompanhar
algum cântico espiritual, em latim ou vulgar, proposto pelos cantores ou pias congregações que
tomam parte na procissão.
27. Tenha-se o cuidado de restabelecer, ao menos nas igrejas principais, as antigas Scholae
Cantorum, como se há feito já, com ótimo fruto, em muitos lugares. Não é difícil, ao clero
zeloso, instituir tais Scholae, mesmo nas igrejas de menor importância, e até encontrará nelas
um meio fácil para reunir em volta de si os meninos e os adultos, com proveito para eles e
edificação do povo.

IX Conclusão
29. Por último, recomenda-se aos mestres de capela, aos cantores, aos clérigos, aos superiores
dos Seminários, Institutos eclesiásticos e comunidades religiosas, aos párocos e reitores de
igrejas, aos cônegos das colegiadas e catedrais, e sobretudo aos Ordinários diocesanos, que
favoreçam, com todo o zelo, estas reformas de há muito desejadas e por todos unanimemente
pedidas, para que não caia em desprezo a autoridade da Igreja que repetidamente as propôs e
agora de novo as inculca. Dado em o Nosso Palácio do Vaticano, na festa da Virgem e Mártir
Santa Cecília, 22 de novembro de 1903, primeiro ano do nosso pontificado.

PAPA PIO X

Segundo documento:

CARTA ENCÍCLICA
MUSICAE SACRAE DISCIPLINA
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS
E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO
COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE A MÚSICA SACRA

INTRODUÇÃO
1. Sempre tivemos sumamente em consideração a disciplina da música sacra; donde haver-nos
parecido oportuno tratar ordenadamente dela, e, ao mesmo tempo, elucidar com certa amplitude
muitas questões surgidas e discutidas nestes últimos decênios, a fim de que esta nobre e
respeitável arte contribua cada vez mais para o esplendor do culto divino e para uma mais
intensa vida espiritual dos fiéis. [...]
Assim, nutrimos esperança de que as normas sabiamente fixadas por São Pio X no documento
por ele com toda razão chamado "código jurídico da música sacra"(1) serão novamente
confirmadas e inculcadas, receberão nova luz, e serão corroboradas por novos argumentos; de
tal sorte que a nobre arte da música sacra, adaptada às condições presentes e, de certo modo,
enriquecida, corresponda sempre mais à sua alta finalidade.
2. Entre os muitos e grandes dons de natureza com que Deus, em quem há harmonia de perfeita
concórdia e suma coerência, enriqueceu o homem, criado à sua "imagem e semelhança",(2)
deve-se incluir a música, que, juntamente com as outras artes liberais, contribui para o gozo
espiritual e para o deleite da alma

O canto gregoriano
4. Restituída à Igreja a liberdade e a paz, muitos testemunhos se tem, dos padres e dos escritores
eclesiásticos, que confirmam serem de usa quase diário os salmos e os hinos do culto litúrgico.
Antes, pouco a pouco se criaram mesmo novas formas e se excogitaram novos gêneros de
cantos, cada vez mais aperfeiçoados pelas escolas de música, especialmente em Roma. O nosso
predecessor, de feliz memória, são Gregório Magno, consoante a tradição reuniu
cuidadosamente tudo o que havia sido transmitido, e deu-lhe sábia ordenação, provendo, com
oportunas leis e normas, a assegurar a pureza e a integridade do canto sacro. Da santa cidade a
modulação romana do canto aos poucos se introduziu em outras regiões do ocidente, e não
somente ali se enriqueceu de novas formas e melodias, como também começou mesmo a ser
usada uma nova espécie de canto sacro, o hino religioso, às vezes em língua vulgar. O próprio
canto coral, que, pelo nome do seu restaurador, são Gregório, começou a chamar-se
"Gregoriano", a começar dos séculos VIII e IX, em quase todas as regiões da Europa cristã,
adquiriu novo esplendor, com o acompanhamento do instrumento musical chamado "órgão".

O canto polifônico
5. A partir do seculo IX, pouco a pouco a esse canto coral se juntou o canto polifônico, cuja
teoria e prática se precisaram cada vez mais nos séculos subseqüentes, e que, sobretudo no
século XV e no XVI, por obra de sumos artistas alcançou admirável perfeição. A Igreja também
teve sempre em grande honra este canto polifônico, e de bom grado admitiu-o para maior
decoro dos ritos sagrados nas próprias basílicas romanas e nas cerimônias pontifícias. Com isso
se lhe aumentaram a eficácia e o esplendor, porque à voz dos cantores se aditou, além do órgão,
o som de outros instrumentos musicais.

A vigilância da Igreja
6. Desse modo, por impulso e sob os auspícios da Igreja, a disciplina da música sacra no
decurso dos séculos percorreu longo caminho, no qual, embora talvez com lentidão e a custo,
paulatinamente realizou contínuos progressos: das simples e ingênuas melodias gregorianas até
às grandes e magníficas obras de arte, a que não só a voz humana, mas também o órgão e os
outros instrumentos aduzem dignidade, ornamento e prodigiosa riqueza. O progresso dessa arte
musical, ao passo que mostra claramente o quanto a Igreja se tem preocupado com tornar cada
vez mais esplêndido e agradável ao povo cristão o culto divino, por outra parte explica como a
mesma Igreja tenha tido, as vezes, de impedir que se ultrapassem nesse terreno os justos limites,
e que, juntamente com o verdadeiro progresso, se infiltrasse na música sacra, deturpando-a,
certo quê de profano e de alheio ao culto sagrado.
7. A esse dever de solícita vigilância sempre foram fiéis os sumos pontífices; e também o
concílio de Trento sabiamente proscreveu: "as músicas em que, ou no órgão ou no canto, se
mistura algo de sensual e de impuro",(11) Deixando de parte não poucos outros papas, o nosso
predecessor de feliz memória Bento XIV, em carta encíclica de 19 de Fevereiro de 1749, em
preparação ao ano jubilar, com abundante doutrina e cópia de argumentos exortou de modo
particular os bispos a proibirem por todos os meios, os reprováveis abusos que indebitamente se
haviam introduzido na música.(12) O mesmo caminho seguiram os nossos predecessores Leão
XII, Pio VIII,(13)Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII.(14) Todavia, em bom direito pode-se
afirmar haver sido o nosso predecessor, de feliz memória, são Pio X, quem realizou uma
restauração e reforma orgânica da música sacra, tornando a inculcar os princípios e as normas
transmitidos pela antiguidade, e oportunamente reordenando-os segundo as exigências dos
tempos modernos.(15) Finalmente, tal como o nosso imediato predecessor Pio XI, de feliz
memória, com a constituição apostólica Divini cultus sanctitatem, de 20 de dezembro de 1929,
(16) também nós mesmos, com a encíclica Mediator Dei, de 20 de novembro de 1947,
ampliamos e corroboramos as prescrições dos pontífices precedentes.(17)

A finalidade da música sacra


13. Essas leis da arte religiosa vinculam com ligame ainda mais estreito e mais santo a música
sacra, visto estar esta mais próxima do culto divino do que as outras belas-artes, como a
arquitetura, a pintura e a escritura; estas procuram preparar uma digna sede para os ritos divinos,
ao passo que aquela ocupa lugar de primeira importância no próprio desenvolvimento das
cerimônias e dos ritos sagrados. Por isso, deve a Igreja, com toda diligência; providenciar para
remover da música sacra, justamente por ser esta a serva da sagrada liturgia, tudo o que destoa
do culto divino ou impede os féis de elevarem sua mente a Deus. 14. E, de fato, nisto consiste a
dignidade e a excelsa finalidade da música sacra, a saber, em - por meio das suas belíssimas
harmonias e da sua magnificência - trazer decoro e ornamento às vozes quer do sacerdote
ofertante, quer do povo cristão que louva o sumo Deus; em elevar os corações dos fiéis a Deus
por uma intrínseca virtude sua, em tornar mais vivas e fervorosas as orações litúrgicas da
comunidade cristã, para que Deus uno e trino possa ser por todos louvado e invocado com mais
intensidade e eficácia. Portanto, por obra da música sacra é aumentada a honra que a Igreja dá a
Deus em união com Cristo seu chefe; e, outrossim, é aumentado o fruto que, estimulados pelos
sagrados acordes, os fiéis tiram da sagrada liturgia e costumam manifestar por uma conduta de
vida dignamente cristã, como mostra a experiência cotidiana e como confirmam muitos
testemunhos de escritores antigos e recentes. Falando dos cânticos "executados com voz límpida
e com modulações apropriadas", assim se exprime santo Agostinho: "Sinto que as nossas almas
se elevam na chama da piedade com um ardor e uma devoção maior por efeito daquelas santas
palavras quando elas são acompanhadas pelo canto, e todos os diversos sentimentos do nosso
espírito acham no canto uma sua modulação própria, que os desperta por força de não sei que
relação oculta e íntima".(18)

Seu papel litúrgico


15. Por aqui, facilmente se pode compreender como a dignidade e a importância da música
sacra, seja tanto maior quanto mais de perto a sua ação se relaciona com o ato supremo do culto
cristão, isto é, com o sacrifício eucarístico do altar. Não pode ela, pois, realizar nada de mais
alto e de mais sublime do que o oficio de acompanhar com a suavidade dos sons a voz do
sacerdote que oferece a vítima divina, do que responder alegremente às suas perguntas
juntamente com o povo que assiste ao sacrifício, e do que tornar mais esplêndido com a sua arte
todo o desenvolvimento do rito sagrado.

Para que os féis compreendam melhor os textos latinos, sejam eles explicados
24. Depois, a fim de que os cantores e o povo cristão entendam bem o significado das palavras
litúrgicas ligadas à melodia musical, fazemos nossa a exortação dirigida pelos padres do
concílio de Trento, especialmente "aos pastores e aos que têm simples cura de almas, no sentido
de, com freqüência, durante a celebração da missa, explicarem, diretamente ou por intermédio
de outros, alguma parte daquilo que se lê na missa, e, entre outras coisas, esclarecerem algum
mistério deste santo sacrifício, especialmente nos domingos e nos dias de festa" (23) fazendo
isso sobretudo no tempo em que se explica o catecismo ao povo cristão. Isso mais fácil e mais
factível se torna hoje em dia do que nos séculos passados, visto se terem as palavras da liturgia
traduzidas em vulgar, e a sua explicação em manuais e livrinhos que, preparados por pessoas
competentes em quase todas as nações, podem eficazmente ajudar e iluminar os fiéis, a fim de
que também eles compreendam e como que compartilhem a dicção dos ministros sagrados em
língua latina.

O órgão
28. Devem essas normas aplicar-se, outrossim, ao uso do órgão e dos outros instrumentos
musicais. Entre os instrumentos a que é aberta a porta do templo vem, de bom direito, em
primeiro lugar o órgão, por ser particularmente adequado aos cânticos sacros e aos sagrados
ritos, por conferir às cerimônias da Igreja notável esplendor e singular magnificência, por
comover a alma dos fiéis com a gravidade e doçura do seu som, por encher a mente de gozo
quase celeste, e por elevar fortemente à Deus e às coisas celestes.

Outros instrumentos de música que podem ser utilizados


29. Além do órgão, há outros instrumentos que podem eficazmente vir em auxílio para se atingir
o alto fim da música sacra, desde que nada tenham de profano, de barulhento, de rumoroso,
coisas essas destoantes do rito sagrado e da gravidade do lugar. Entre eles vêm, em primeiro
lugar, o violino e outros instrumentos de arco, os quais, ou sozinhos ou juntamente com outros
instrumentos e com o órgão, exprimem com indizível eficácia os sentimentos, de tristeza ou de
alegria, da alma. Aliás, acerca das melodias musicais inadmissíveis no culto católico já falamos
claramente na encíclica Mediator Dei. "Quando eles não tiverem nada de profano ou de
destoante da santidade do lugar e da ação litúrgica, e não forem em busca do extravagante e do
extraordinário, tenham também acesso nas nossas igrejas, podendo contribuir não pouco para o
esplendor dos ritos sagrados, para elevar a alma para o alto, e para afervorar a verdadeira
piedade da alma". (25) É o caso apenas de advertir que, quando faltarem a capacidade e os
meios para tanto, melhor será abster-se de semelhantes tentativas, do que fazer coisa menos
digna do culto divino e das reuniões sacras.

Os coros dos fiéis


36. Antes de tudo tende o cuidado de que na igreja catedral e, na medida em que as
circunstâncias o permitirem, nas maiores igrejas da vossa jurisdição, haja uma distinta "Scholae
cantorum", que sirva aos outros de exemplo e de estímulo para cultivar e executar com
diligência o cântico sacro. Onde, contudo, não se puderem ter as "Scholae cantorum" nem se
puder reunir número conveniente de "Pueri cantores", concede-se que "um grupo de homens e
de mulheres ou meninas, em lugar a isso destinado e localizado fora do balaústre, possa cantar
os textos litúrgicos na missa solene, contanto que os homens fiquem inteiramente separados das
mulheres e meninas, e todo inconveniente seja evitado, onerada nisso a consciência dos
Ordinários".(26)

Sacrossantum Concilium
A língua litúrgica: traduções
36. § 1. Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular.
§ 2. Dado, porém, que não raramente o uso da língua vulgar pode revestir-se de grande utilidade
para o povo, quer na administração dos sacramentos, quer em outras partes da Liturgia, poderá
conceder-se à língua vernácula lugar mais amplo, especialmente nas leituras e admonições, em
algumas orações e cantos, segundo as normas estabelecidas para cada caso nos capítulos
seguintes.
§ 3. Observando estas normas, pertence à competente autoridade eclesiástica territorial, a que se
refere o artigo § 2, consultados, se for o caso, os Bispos das regiões limítrofes da mesma língua,
decidir acerca do uso e extensão da língua vernácula. Tais decisões deverão ser aprovadas ou
confirmadas pela Sé Apostólica.

Língua
54. A língua vernácula pode dar-se, nas missas celebradas com o povo, um lugar conveniente,
sobretudo nas leituras e na «oração comum» e, segundo as diversas circunstâncias dos lugares,
nas partes que pertencem ao povo, conforme o estabelecido no art. 36 desta Constituição.
Tomem-se providências para que os fiéis possam rezar ou cantar, mesmo em latim, as partes do
Ordinário da missa que lhes competem. Se algures parecer oportuno um uso mais amplo do
vernáculo na missa, observe-se o que fica determinado no art. 40 desta Constituição.

CAPÍTULO VI
A MÚSICA SACRA
Importância para a Liturgia
112. A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras
expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui
parte necessária ou integrante da Liturgia solene. Não cessam de a enaltecer, quer a Sagrada
Escritura (42), quer os Santos Padres e os Romanos Pontífices, que ainda recentemente, a
começar em S. Pio X, vincaram com mais insistência a função ministerial da música sacra no
culto divino. A música sacra será, por isso, tanto mais santa quanto mais intimamente unida
estiver à acção litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como factor de
comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas. A Igreja aprova e
aceita no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades
requeridas. O sagrado Concílio, fiel às normas e determinações da tradição e disciplina da
Igreja, e não perdendo de vista o fim da música sacra, que é a glória de Deus e a santificação
dos fiéis, estabelece o seguinte:
113. A acção litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada de modo solene com
canto, com a presença dos ministros sagrados e a participação activa do povo. Observe-se,
quanto à língua a usar, o art. 36; quanto à Missa, o art. 54; quanto aos sacramentos, o art. 63; e
quanto ao Ofício divino, o art. 101.

Promoção da música sacra


114. Guarde-se e desenvolva-se com diligência o património da música sacra. Promovam-se
com empenho, sobretudo nas igrejas catedrais, as «Scholae cantorum». Procurem os Bispos e
demais pastores de almas que os fiéis participem activamente nas funções sagradas que se
celebram com canto, na medida que lhes compete e segundo os art. 28 e 30.
(30. Para fomentar a participação activa, promovam-se as aclamações dos fiéis, as respostas, a
salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as acções, gestos e atitudes corporais. Não deve
deixar de observar-se, a seu tempo, um silêncio sagrado.)

Adaptação às diferentes culturas


119. Em certas regiões, sobretudo nas Missões, há povos com tradição musical própria, a qual
tem excepcional importância na sua vida religiosa e social. Estime-se como se deve e dê-se-lhe
o lugar que lhe compete, tanto na educação do sentido religioso desses povos como na
adaptação do culto à sua índole, segundo os art. 39 e 40. Por isso, procure-se cuidadosamente
que, na sua formação musical, os missionários fiquem aptos, na medida do possível, a promover
a música tradicional desses povos nas escolas e nas acções sagradas. Instrumentos músicos
sagrados 120. Tenha-se em grande apreço na Igreja latina o órgão de tubos, instrumento musical
tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimónias do culto um esplendor extraordinário e
elevar poderosamente o espírito para Deus. Podem utilizar-se no culto divino outros
instrumentos, segundo o parecer e com o consentimento da autoridade territorial competente,
conforme o estabelecido nos art. 22 § 2, 37 e 40, contanto que esses instrumentos estejam
adaptados ou sejam adaptáveis ao uso sacro, não desdigam da dignidade do templo e favoreçam
realmente a edificação dos fiéis.

(Casos especiais
40. Mas como em alguns lugares e circunstâncias é urgente fazer uma adaptação mais profunda
da Liturgia, que é, por isso, mais difícil:
1) Deve a competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2, considerar
com muita prudência e atenção o que, neste aspecto, das tradições e génio de cada povo, poderá
oportunamente ser aceite na Liturgia. Proponham-se à Sé Apostólica as adaptações julgadas
úteis ou necessárias, para serem introduzidas com o seu consentimento.
2) Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se for necessário,
à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de permitir e dirigir as experiências
prévias que forem precisas, em alguns grupos que sejam aptos para isso e por um tempo
determinado.
3) Como as leis litúrgicas criam em geral dificuldades especiais quanto à adaptação, sobretudo
nas Missões, haja, para a sua elaboração, pessoas competentes na matéria de que se trata.)

Um argumento ‘a favor’ das palmas:


42. Entre alguns povos, o canto é instintivamente acompanhado por palmas balançando, rítmica
e movimentos de dança por parte dos participantes. Tais formas de expressão externa pode ter
um lugar nas ações litúrgicas desses povos com a condição de que eles são sempre a expressão
da verdadeira oração comunitária de adoração, oferecendo louvor e súplica, e não simplesmente
uma performance.
Mas não se deve tomar o parágrafo sozinho, o documento tem mais de 70.

Além do mais, o próprio documento diz:


6. A presente Instrução tem situações diferentes em vista. Há, em primeiro lugar os países que
não têm uma tradição cristã, ou onde o Evangelho foi proclamado nos tempos modernos por
missionários que trouxeram o rito romano com eles. É agora mais evidente que "entrem em
contacto com diferentes culturas, a Igreja deve acolher todos os que podem ser conciliadas com
o Evangelho na tradição de um povo para levar a ele as riquezas de Cristo e para ser enriquecido
por sua vez, pelas diferentes formas de sabedoria das nações da terra. "[19]

O Brasil não se enquadra em país sem tradição cristã.

-Antiguidade e a idade média converteu os europeus.


-O início da idade moderna que converteu a américa, 1492 em diante. (onde o Brasil está)
-Idade contemporânea, 1850 para cá.

O parágrafo 7 fala dos países que como o Brasil, tem tradição Cristã:
7. A situação é diferente nos países de tradição cristã de longa data ocidental, onde a cultura já
foi penetrada por um longo tempo pela fé e da liturgia expressa no rito romano. Que tem
ajudado as boas-vindas dadas a reforma litúrgica nesses países, e as medidas de adaptação
previsto nos livros litúrgicos foram considerados, em geral, suficiente para permitir a
diversidade local legítimo (cf. n º s 53-61 abaixo). Em alguns países, entretanto, onde coexistem
várias culturas, especialmente como resultado da imigração, é necessário ter em conta os
problemas específicos que isso representa (cf. abaixo no. 49).
8. É necessário estar igualmente atentos ao crescimento progressivo, tanto nos países de tradição
cristã e em outros de uma cultura marcada pela indiferença ou desinteresse na religião. [20] Em
face desta situação, não é tanto uma questão de inculturação, que assume que existem
préexistente valores religiosos e evangeliza-los, mas sim uma questão de insistir na formação
litúrgica [21] e encontrar os meios mais adequados para atingir os espíritos e os corações.

Desiderio Desideravi, Papa Francisco


Redescobrir em cada dia a beleza da verdade da celebração cristã.
21. Devemos, porém, estar atentos: para que o antídoto da Liturgia seja eficaz é-nos pedido que
em cada dia redescubramos a beleza da verdade da celebração cristã. Refiro-me, mais uma vez,
ao seu sentido teológico, tal como o n. 7 da Sacrosanctum Concilium maravilhosamente o
descreveu: a liturgia é o sacerdócio de Cristo a nós revelado e doado na sua Páscoa, hoje
tornado presente e atuante mediante sinais sensíveis (água, azeite, pão, vinho, gestos, palavras)
para que o Espírito, submergindo-nos no mistério pascal, transforme toda a nossa vida,
conformando-nos cada vez mais a Cristo.
22. A contínua redescoberta da beleza da Liturgia não é a procura de um esteticismo ritual que
se compraz apenas no cuidado da formalidade exterior de um rito ou se satisfaz com uma
escrupulosa observância rubrical. Obviamente, esta afirmação não quer de modo algum aprovar
a atitude oposta que confunda a simplicidade com a banalidade rasteira, a essencialidade com
uma superficialidade ignorante, a concreção do agir ritual com um exasperado funcionalismo
prático. 23. Entendamo-nos: todos os aspetos do celebrar devem ser cuidados (espaço, tempo,
gestos, palavras, objetos, vestes, canto, música, …) e todas as rubricas devem ser observadas:
bastaria esta atenção para evitar subtrair à assembleia aquilo que lhe é devido, isto é, o mistério
pascal celebrado na modalidade ritual que a Igreja estabelece. Mas mesmo que a qualidade e a
norma da ação celebrativa estejam garantidas, isso não bastaria para tornar plena a nossa
participação.

Catequeses do Papa Francisco sobre a Santa Missa


Prosseguindo as Catequeses sobre a Missa, podemos questionar-nos: o que é essencialmente a
Missa? A Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo. Ela torna-nos partícipes da sua
vitória sobre o pecado e a morte, e confere pleno significado à nossa vida. Por esta razão, a fim
de compreender o valor da Missa devemos então entender em primeiro lugar o significado
bíblico do “memorial”. Ele «não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas...
tornam-se de certo modo presentes e atuais. É assim que Israel entende a sua libertação do
Egito: sempre que se celebrar a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo tornam-se presentes à
memória dos crentes, para que conformem com eles a sua vida» (Catecismo da Igreja Católica,
1363). Jesus Cristo, com a sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu levou a
cumprimento a Páscoa. E a Missa é o memorial da sua Páscoa, do seu “êxodo”, que cumpriu por
nós, para nos fazer sair da escravidão e nos introduzir na terra prometida da vida eterna. Não é
somente uma lembrança, não, é mais do que isso: significa evocar o que aconteceu há vinte
séculos. A Eucaristia leva-nos sempre ao ápice da ação de salvação de Deus: o Senhor Jesus,
tornando-se pão partido para nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e o seu amor, como
fez na cruz, de modo a renovar o nosso coração, a nossa existência e a nossa forma de nos
relacionarmos com Ele e com os irmãos. O Concílio Vaticano II afirma: «Sempre que no altar
se celebra o sacrifício da cruz, na qual Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, realiza-se também a
obra da nossa redenção» (Cost. dogm.Lumen gentium, 3) Cada celebração da Eucaristia é um
raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado. Participar na Missa, em particular aos
domingos, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz, abrasados
pelo seu calor. Através da celebração eucarística o Espírito Santo torna-nos partícipes da vida
divina que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal. E na sua passagem da morte para a
vida, do tempo para a eternidade, o Senhor Jesus arrasta também a nós com Ele para fazer a
Páscoa. Na Missa faz-se a Pascoa. Nós, na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e
Ele arrasta-nos em frente, para a vida eterna. Na Missa unimo-nos a Ele. Aliás, Cristo vive em
nós e nós vivemos n’Ele: «Estou crucificado com Cristo — diz Paulo — , já não sou eu que
vivo, mas é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho
de Deus, que me amou e se entregou por mim» (Gl 2, 19-20). Paulo pensava desta forma. Com
efeito, o seu sangue liberta-nos da morte e do medo da morte. Liberta-nos não só do domínio da
morte física, mas da morte espiritual que é o mal, o pecado, que se apodera de nós todas as
vezes que somos vítimas do pecado nosso e alheio. E então a nossa vida é contaminada, perde
beleza, perde significado, desflorece. Ao contrário, Cristo restitui-nos a vida; Cristo é a
plenitude da vida, e quando enfrentou a morte aniquilou-a para sempre: «ressuscitando dos
mortos, venceu a morte e renovou vida», confessa a Igreja celebrando a Eucaristia (Oração
eucarística IV). A Páscoa de Cristo é a vitória definitiva sobre a morte, porque Ele transformou
a sua morte em ato supremo de amor. Morreu por amor! E na Eucaristia, Ele quer comunicar-
nos este seu amor pascal, vitorioso. Se o recebermos com fé, também nós podemos amar
verdadeiramente a Deus e ao próximo, podemos amar como Ele nos amou, oferecendo a vida.
Se o amor de Cristo estiver em mim, posso doar-me plenamente ao outro, na certeza interior que
mesmo se o outro me ferir eu não morrerei; caso contrário, teria que me defender. Os mártires
ofereceram a própria vida devido a esta certeza da vitória de Cristo sobre a morte. Só se
experimentarmos este poder de Cristo, o poder do seu amor, seremos realmente livres de nos
doarmos sem medo. É este o significado da Missa: entrar nesta paixão, morte, ressurreição,
ascensão de Jesus; quando vamos à Missa é como se fôssemos ao calvário, a mesma coisa. Mas
pensai: no momento da Missa vamos ao calvário — usemos a imaginação — e sabemos que
aquele homem ali é Jesus. Mas, será que nos permitiríamos conversar, tirar fotografias, dar um
pouco de espetáculo? Não! Porque é Jesus! Certamente estaríamos em silêncio, no pranto e
também na alegria de sermos salvos. Quando entramos na Igreja para celebrar a Missa
pensemos nisto: entro no calvário, onde Jesus oferece a sua vida por mim. E assim desaparece o
espetáculo, desaparecem as tagarelices, os comentários e estas coisas que nos afastam de algo
tão bonito que é a Missa, o triunfo de Jesus. Penso que agora é mais claro que a Páscoa se torna
presente e ativa todas as vezes que celebramos a Missa, ou seja, o sentido do memorial. A
participação na Eucaristia faz-nos entrar no mistério pascal de Cristo, concedendo-nos a
oportunidade de passar com Ele da morte para a vida, ou seja, no calvário. A Missa significa
repercorrer o calvário, não é um espetáculo.

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