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Exames complementares:
+ Hemograma: a cada 48h. leucocitose, desvio nuclear a esquerda, etc.
+ Ultrassonografia abdominal: parede espessada, divertículo e seu conteúdo, intensificação da
gordura perivisceral.
+ Tomografia computadorizada: divertículos inflamados, colón edemaciado (parede espessa),
intensificação da gordura.
Obs: enema opaco e colonoscopia não podem ser requisitados na diverticulite aguda, só para
doença diverticular dos cólons sem a complicação.
TRATAMENTO CLÍNICO: resolução em 85% dos casos. Por isso o tratamento é sempre clínico se
não há suspeita de diverticulite aguda complicada. Acompanhar o paciente com hemograma de
repetição, eletrólitos, exame abdominal, etc.
COMPLICAÇÕES DA DIVERTICULITE AGUDA:
Perfuração e peritonite aguda difusa: piora progressiva da dor apesar de analgesia. Cerca de 48h
após internamento o paciente tem íleo adinâmico (RHA ausentes), abdome difusamente doloroso
e distendido, contratura verdadeira.
+ Conduta: lapatomia exploratória (fibrina e fezes pela cavidade); lavagem e drenagem peritoneal;
colostomia do segmento com a perfuração com técnica de Hartmann. Em alguns casos pode-se
fazer a anastomose direta (sem Hartmann), mas é raro.
Abscesso intra-abdominal: melhora parcial da dor porém sem desaparecer. Após sete dias de
antibioticoterapia não se alimenta adequadamente, palpação dolorosa localizada, picos febris uma
a duas vezes ao dia. O abscesso pode ocorrer por perfuração (visível ou não) ou por translocação
bacteriana para abdômen. Hemograma pode ter leucocitose (bastões).
+ Conduta: exames de imagem (ex. tomografia); drenagem percutânea se acima de 2 cm.
- Cuidado com fistulas após a drenagem, pois pode ficar uma comunicação entre o epitélio
colônico e o exterior (conteúdo fecalóide). Essa fistula pode acabar fechando espontaneamente
com tratamento conservador.
Oclusão intestinal: melhora completa da dor local mas surge dor tipo cólica difusa, intermitente e
de forte intensidade. Sete dias após internamentos paciente tem náusea e vômitos, distensão
abdominal volumosa, RHA aumentados, sem eliminar gases e fezes. Geralmente ocorre em
paciente com o colón muito deformado antes mesmo da diverticulite aguda (pela doença crônica).
+ Conduta:
- Pode-se tentar um tratamento conservador (ex. sonda nasogastrica para recuperar o transito),
mas é pouco provável que funcione nesses pacientes.
- Laparotomia exploratória, colostomia (parte acometido pela estenose melhor) e Hartmann.
ACOMPANHAMENTO PÓS DIVERTICULITE AGUDA:
+ Estudo de imagem para conhecer a doença diverticular do paciente (caso for desconhecida). Ver
locais afetados, número de divertículos, deformidade do cólon, etc. Se necessário indicar
colonoscopia e edema opaco para mais informações.
+ A recidiva de diverticulite aguda é de 30% após o primeiro episódio.
+ Orientar sobre alimentação, hidratação, exercícios físicos.
Indicação de colectomia eletiva:
+ Pacientes com dois ou mais episódios tratados clinicamente (indicação clássica).
+ Episódio associado à perfuração, obstrução, fistula. Dependendo da quantidade de divertículos
pode-se fazer uma colostomia total com anastomose retal (muitos divertículos) ou apenas fazer a
reanastomose de Hartmann e ressecar os divertículos existentes (poucos divertículos).
+ Suspeita de câncer colônico não pode ser excluída.
+ Imunossuprimidos operar após primeiro episódio (analisar caso a caso). Ex. diabetes mellitus,
corticoides, insuficiência renal, malignidade, cirróticos, quimioterapia, imunossupressão.