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ESTABELECIMENTO, REGISTRO E NOME EMPRESARIAL

Estabelecimento PROXIMA AULA

Estabelecimento é o conjunto de bens organizado pelo empresário para


o exercício da empresa (Cc, art. 1142; no mesmo sentido, é o disposto no art.
2.555 do Código Civil italiano).
No Brasil, quem primeiro estudou o estabelecimento foi Oscar Barreto
Filho, que o definiu como um “complexo de meios materiais e imateriais, pelos
quais o comerciante explora determinada espécie de comércio.
Os bens materiais/corpóreos são aqueles que se caracterizam por
ocupar espaço no mundo exterior, por exemplo, as mercadorias, as
instalações, as máquinas, entre outros.
Já os bens imateriais/incorpóreos são coisas que não ocupam lugar no
mundo exterior, sendo resultado da elaboração abstrata humana, como os
títulos dos estabelecimentos, as marcas, as patentes, os desenhos industriais
etc.
A empresa é uma atividade exercida pelo empresário. Para ele poder
exercer sua atividade, é necessário um estabelecimento, onde estarão
conjugados bens na intenção de alcançar o lucro (mas pode-se dizer que, para
o exercício de uma atividade intelectual, também se requer um
estabelecimento).
Contudo, o estabelecimento é o instrumento para o empresário exercer
sua atividade; é a base física da empresa (mas pode ser virtual, como será
visto adiante). Normalmente, é o local onde os clientes do empresário se
dirigem para realizar negócios.
Quanto à natureza do estabelecimento, pode-se dizer que ele é tratado
como uma universalidade de fato, o que significa uma pluralidade de bens
singulares pertencentes à mesma pessoa, tendo uma destinação unitária, à luz
do art. 90 do Código Civil. Vale destacar que, de fato, os bens que formam a
universalidade podem ser objeto de relações jurídicas. Além disso, bens
singulares são aqueles que, embora reunidos, se consideram por si só,
independentemente dos demais.
1.4.1. Aviamento

Para explicar o que vem a ser aviamento, é necessário ponderar que o


estabelecimento tem condições de produzir lucro para o empreendedor.
Esse fato é chamado aviamento, ou seja, é a aptidão de produzir lucro
conferido ao estabelecimento a partir do resultado de variados fatores, quais
sejam, pessoais, materiais e imateriais. É um atributo do estabelecimento,
sendo a clientela um dos fatores do aviamento.
Conforme Sérgio campinho, a organização dos fatores que compõe o
estabelecimento determina o grau de eficiência na produção de lucros, que é o
objeto desejado pelo empresário.
É pertinente mencionar que o aviamento pode ser objetivo e subjetivo. O
primeiro decorre da localização do estabelecimento (local goodwill);
O segundo, da competente atuação do empresário à frente de seu
negócio (personal goodwill).
O aviamento objetivo ocorre em razão da localização do
estabelecimento, como o caso de uma lanchonete em um colégio. Nesse caso,
o cliente compra porque não tem outro lugar próximo; ou então porque está
com pressa.
Por sua vez, o aviamento subjetivo ocorre em razão da competência do
empresário, por exemplo, um restaurante, O cliente vai ao restaurante em
razão da confiança que tem na pessoa que está à frente do negócio, ou por
sua fama ou qualificação, não importando a sua localização.

1.4.2. Clientela

Clientela difere de aviamento. A clientela é definida por Haroldo


Malheiros Duclerc Verçosa como “o conjunto de pessoas que, de fato, mantém
com o estabelecimento relações continuadas de procura de bens e de serviços.
Nem o aviamento nem a clientela pertencem ao estabelecimento (não
são propriedades do empresário); no entanto, tanto um como o outro são
levados em consideração na ocasião da alienação do estabelecimento.
Isso ocorre porque há concorrência no mercado; enquanto a clientela
permanecer fiel, o aviamento existirá. Mas isso pode mudar no decorrer do
tempo, como com o surgimento de novos concorrentes.
De qualquer forma, o aviamento e a clientela são fatores consideráveis e
são apurados por métodos econômico-contábeis de fluxo de caixa descontado,
como acontece, exemplificativamente, em negociações de corretoras de
seguros e agências de publicidade.

1.4.3. Trespasse/alienação

Trespasse significa a alienação do estabelecimento, ou seja, que este


pode ser objeto de direitos, ou que pode ser negociado. No entanto, deve ser
feita a averbação na Junta Comercial, produzindo efeito perante terceiros
apenas depois da publicação (CC, arts. 1.143 e 1.144).
Amador Paes de Almeida chama a atenção para o fato de que o
estabelecimento pode ser objeto de negócio jurídico na forma de cessão ou
venda, arrendamento ou usufruto.

Deve-se verificar, na alienação do estabelecimento, se ao empresário


irão restar bens suficientes para saldar suas dívidas; caso contrário, ele deverá
pedir anuência de todos os seus credores (Cc, art. 1.145).
Em razão da venda do estabelecimento, o adquirente responde pelos
débitos anteriores deste (desde que contabilizados). E, pelos mesmos débitos
anteriores, o alienante continua solidariamente responsável por 1 ano (CC, art.
1.146).
O alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência com o
adquirente por 5 anos, ou seja, não pode abrir idêntico tipo de negócio em uma
distância que possa afetar a clientela do adquirente, salvo autorização
expressa no contrato de compra e venda (CC, art. 1.147).
Outra regra reside no fato de que o adquirente se sub-roga nos contratos
firmados pelo alienante e nos direitos decorrentes da compra do
estabelecimento, produzindo efeitos a partir da publicação da alienação (CC,
arts. 1.148 e 1.149).
1.4.4. Ponto (fundo de comércio)

Ponto empresarial é a localização física do estabelecimento, que é


valorizado pelo deslocamento efetuado dos clientes desde a saída de um local
até a chegada nele para realizarem suas compras.
Ë válido ter em conta que o ponto tem sentido diverso da propriedade do
imóvel. Quando um imóvel é locado para um empresário, pode se dizer que a
propriedade é tanto civil quanto empresarial.
Civilmente, a propriedade em si é do seu proprietário. Empresarialmente,
com relação ao ponto, é do empresário.
Esse valor adquirido pelo ponto, em razão do desenvolvimento da
atividade empresarial e pelo passar do tempo, também é chamado fundo de
comércio.
Dessa forma, quando se vê um anúncio de “passa-se o ponto’ na
realidade não se está vendo a propriedade do imóvel, mas, sim, a propriedade
do ponto.

1.4.5. Ação renovatória

A formação do fundo de comércio justifica a proteção ao empresário


locatário de imóvel destinado ao exercício de sua atividade empresarial, pois o
empresário tem o direito de renovar compulsoriamente o contrato de locação
por meio de ação renovatória (Lei das Locações — Lei n. 8.245/91, art. si).
A ação renovatória é cabível quando: (i) não houver acordo entre
locatário e locador para renovar o contrato de locação; ou (ii) houver abuso por
parte do locador referente ao preço para a renovação do aluguel.
É possível obter a renovação do contrato de locação por um prazo igual
ao estabelecido, desde que o contrato tenha sido celebrado por escrito e com
prazo determinado; que o prazo mínimo de locação tenha 5 anos; e que o
empresário esteja explorando o mesmo ramo de atividade há pelo menos 3
anos (Lei n. 8.245/91, art. 51, caput, Ia III).
O período para ajuizar a ação renovatória é no penúltimo semestre de
vigência do contrato, ou seja, num contrato de 5 anos (que é composto por dez
semestres), a ação deve ser ajuizada durante os meses do nono semestre (Lei
n. 8.245/9 1, art. 51, 5°).

1.4.6. Estabelecimento virtual

Até alguns anos atrás o estabelecimento era somente físico, ou seja, um


local em que os clientes do empresário se dirigiam para realizar negócios.
Recentemente surgiu o estabelecimento virtual, que é um local não físico
para onde os clientes também se dirigem (não por deslocamento físico, mas,
sim, por deslocamento virtual) em busca de negócios.
Estabelecimento virtual é um site. Site é o conjunto de informações e
imagens alocadas em um servidor e disponibilizadas de forma virtual na
internet.
O acesso virtual ao site é feito por meio de um endereço eletrônico, ou
melhor, pelo nome de domínio (por exemplo: www.computadorlegal.com.br). O
nome de domínio identifica o estabelecimento virtual.
Dessa forma, é pelo site que a atividade do empresário — atuante no
comércio eletrônico — passa a ser difundida e desenvolvida, pois é nesse local
virtual que os clientes podem realizar compras, por meio de um deslocamento
virtual.
Dependendo do ramo de negócio, para o empresário, o avanço da
informática e o uso da internet são ferramentas importantíssimas no
desenvolvimento de sua atividade mercantil, sendo uma ferramenta que auxilia
na busca do lucro, pois os clientes podem adquirir produtos e serviços pela
rede mundial de computadores.
Assim, um nome de domínio pode ser considerado um ponto virtual,
logo, passível de proteção jurídica da mesma maneira que o ponto físico.

1.5. REGISTRO

No Brasil, há uma divisão no sistema de registro de atividades


econômicas. De um lado, tem-se o Registro Público de Empresas Mercantis;
do outro, o Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
As atividades empresárias (empresário individual ou sociedade
empresária) são inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis. Já as
atividades intelectuais (sociedades simples) são inscritas no Registro Civil das
Pessoas Jurídicas (CC, art. 1.150).
Se a atividade intelectual for exercida por um profissional liberal ou
autônomo (ou seja, se não há sociedade), basta o seu registro na Prefeitura,
pois não há inscrição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, nem no Registro
Público de Empresas Mercantis.
Quanto ao prazo, a apresentação dos documentos para a realização do
registro deve ser feita em 30 dias a partir da assinatura do ato constitutivo, sob
pena de responsabilidade por perdas e danos (CC, art. 1.151, 1° e 3°).
Cabe ao órgão registral (Registro Público de Empresas Mercantis ou
Registro Civil das Pessoas Jurídicas) verificar a regularidade e a legitimidade
do requerimento de registro (CC, arts. 1.152 e 1.153).
Antes de cumpridas as formalidades, o ato sujeito a registro não pode
ser oposto a terceiros, como alegar responsabilidade limitada do sócio antes da
inscrição do contrato social (CC, art. 1.154).

1.5.1. Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial)

O serviço do Registro Público de Empresas Mercantis é realizado pelas


Juntas Comerciais.
Atualmente, a organização do Registro Empresarial ocorre pela Lei n.
8.934/94.
Todas as Juntas Comerciais integram o Sistema Nacional de Registro de
Empresas Mercantis — SINREM. O SINREM também é composto pelo
Departamento Nacional de Registro do Comércio — DNRC (Lei n. 8.934/94,
art. 3°).
As Juntas Comerciais são órgãos locais, com funções executoras e
administrativas dos serviços de registro (Lei n. 8.934/94, art. 3°, II). Há uma
junta Comercial para cada Estado (Lei n. 8.934/94, art. 5°).
Os objetivos das Juntas Comerciais são: efetuar o registro de ato
constitutivo do empresário, bem como as suas alterações e seu cancelamento;
arquivar documentos; autenticar instrumentos de escrituração empresarial;
assentar os usos e as práticas mercantis; efetuar as matrículas de leiloeiros,
administradores de armazéns, tradutores e intérpretes comerciais; elaborar
tabela de preços dos serviços e os regimentos internos etc. (Lei n. 8.934/94,
art. 8° cc. art. 32).

O DNRC é um órgão central, hierarquicamente superior, que tem a


finalidade de atuar junto às Juntas Comerciais, supervisionando, fiscalizando,
estabelecendo normas, solucionando dúvidas etc. (Lei n. 8.934/94, art. 4°).

1.5.2. Registro Civil das Pessoas Jurídicas


Por sua vez, o Registro Civil das Pessoas Jurídicas tem suas regras
estabelecidas pela Lei n. 6.015/73, arts. 114 e ss. (que não será abordado
nesta obra).
Vale ressaltar, porém, que o Registro Civil das Pessoas Jurídicas
também recebe o nome popular de cartório, apesar da imperfeição desse
termo.
No Registro Civil das Pessoas Jurídicas, são registradas as sociedades
simples (que realizam atividades intelectuais de natureza artística, literária e
científica) e outras pessoas jurídicas não enquadradas como atividade
empresarial, como as associações e as fundações.

1.6. NOME EMPRESARIAL

O nome empresarial tem a função de identificar o empresário. É como se


fosse o nome civil de uma pessoa física. Ele faz a ligação do nome da empresa
ao empresário. O nome empresarial é o que a pessoa (fisica ou jurídica) utiliza
para individualizar a sua atividade.
A proteção jurídica do nome empresarial ocorre pela inscrição do
empresário individual ou pelo arquivamento de contrato social (para sociedade
empresária) no registro próprio; ou, ainda, pelas alterações que mudam o
nome, efetuadas posteriormente (CF, art. 5°, XXIX; CC, art. 1.166; e Lei n.
8.934/94, art. 33).
Pela regra geral, a proteção ao nome empresarial é válida no território
do Estado-membro em que foi registrado. Em casos excepcionais, previstos na
legislação, a proteção ao nome empresarial pode ter caráter nacional e,
inclusive, internacional (CC, art. 1.166).
Além disso, é considerado crime de concorrência desleal usar
indevidamente nome empresarial (Lei n. 9.279/96, art. 195, V).
Vale destacar que o nome empresarial não pode ser igual a outro já
inscrito (CC, art. 1.163). Nos casos em que isso acontecer, será necessário
realizar alguma alteração para a distinção.
O nome empresarial também não pode ser alienado (CC, art. 1.164,
caput). No caso de sociedades, o que acontece na prática é a venda das cotas
da sociedade, assumindo assim os adquirentes a sociedade com o respectivo
nome.

É pertinente mencionar que a inscrição do nome empresarial pode ser


anulada por meio de ação judicial quando violar a lei ou o contrato (CC, art.
1.167). E também poderá ser cancelada quando cessar o exercício da
atividade ou a sociedade for liquidada (CC, art. 1.168).
Cabe ainda ressaltar que o microempresário ou o pequeno empresário
(na qualidade de empresário individual ou sociedade empresária), bem como a
sociedade simples, necessita incluir no final do nome empresarial a expressão:
“Microempresa” ou “Empresa de Pequeno Porte” ou suas abreviações “ME” ou
“EPP” (Lei Complementar n. 123/2006, art. 72), sob pena de não fazer jus ao
regime tributário especial e simplificado.
De acordo com o Código Civil, nome empresarial é gênero do qual são
espécies firma e denominação (CC, art. 1.155, caput).

1.6.1. Firma

Firma está relacionada ao nome ou à assinatura de pessoa. Ela é mais


utilizada por empresário individual (daí o porquê do uso firma individual), pois
seu nome de pessoa física deverá constar em sua inscrição na Junta
Comercial, por exemplo, “João da Silva ME” (CC, art. 1.156).
Da mesma forma, a firma pode ser usada por sociedades em que haja
sócios de responsabilidade “ilimitada’ devendo constar no nome empresarial o
nome civil de pelo menos um desses sócios (CC, arts. 1.157 e 1.158, 1°).
1.6.2. Denominação

A denominação é utilizada pelas sociedades empresárias e deve


designar o objeto da sociedade em seu nome empresarial (CC, art. 1.158, 2°).
Em outras palavras, o objeto social deve fazer parte da denominação, como
“Macedônia Indústria de Calçados Ltda.”
Ressalta-se que a denominação pode ter o nome de um ou mais sócios
ou pode ter um elemento ou nome fantasia, por exemplo, formado pela sigla
composta pelas letras iniciais dos nomes dos sócios.
Sociedade limitada deve ter a palavra “Limitada’ ou sua abreviação
“Ltda, sob pena de responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores
(CC, art. 1.158, 3°).
Já a sociedade cooperativa deve ter na sua denominação a palavra
“Cooperativa” (CC, art. 1.159).
Por sua vez, a sociedade anônima deve ter a inscrição “Sociedade
Anônima” ou “Companhia’ ou a abreviação “S.A.’“S/A” ou “Cia.” (CC, art.
1.160).
Com relação às denominações das sociedades simples, associações e
fundações, elas possuem a mesma proteção jurídica do nome empresarial (CC,
art. 1.155, parágrafo único).

1.6.3. Título de estabelecimento

Título de estabelecimento é o nome ou a expressão utilizada pelo


empresário para identificar o local onde ele está instalado.
Dessa forma, é o título do estabelecimento que identifica o ponto em que
o empresário está estabelecido.
Aqui há uma distinção a ser ponderada: o título de estabelecimento não
é necessariamente o nome empresarial. Muitas vezes é um nome fantasia
(nome que se atribui a uma empresa, mas que não é o seu nome real).
Um exemplo de título de estabelecimento com nome fantasia é o do
Grupo Pão de Açúcar, pois o nome empresarial dessa rede de supermercados
é Companhia Brasileira de Distribuição de Alimentos.
Por si só o título de estabelecimento não tem um regime jurídico próprio,
diferentemente do que ocorre tanto com o nome empresarial, que é protegido
pelo registro na Junta Comercial, quanto com a marca, que tem uma proteção
jurídica específica na Lei n. 9.279/96 (como será visto adiante).
Porém, não se admite a usurpação (apossar-se ilegitimamente ou por
fraude) do título de estabelecimento. Nesse caso, a proteção para o título de
estabelecimento pode ocorrer pelos princípios gerais do ato ilícito (CC, art.
186), bem como pela concorrência desleal (Lei n. 9.279/96, arts. 195, V, e 209),
que, inclusive, é tipificada como crime.
Vale destacar que existem casos de títulos de estabelecimento que
acabam se tornando também a marca do empresário (como ocorre com o
próprio Pão de Açúcar). Assim, um título de estabelecimento poderá ser
registrado como marca se não estiver entre as proibições da Lei n. 9.279/96,
art. 124, gozando das regras que protegem a marca.

1.6.4. Insígnia

Insígnia é um símbolo ou um emblema que tem como função a


identificação do estabelecimento. A insígnia é um sinal distintivo; um detalhe
para diferenciar um estabelecimento de outro. Esse sinal pode também
corresponder a uma expressão gráfica, uma letra ou uma palavra.

A empresa pode ter em conjunto título de estabelecimento e insígnia.

Um bom exemplo é o título do estabelecimento “McDonald’s’ sendo a


sua insígnia a letra “M’ maiúscula e amarela, estilizada de forma grande e
arredondada.
Da mesma forma como ocorre com o título de estabelecimento, também
não há um regime jurídico próprio para a insígnia, o que não acontece com o
nome empresarial e a marca, pois cada um possui sua proteção legal.
Também não se admite a usurpação da insígnia, sendo que, nessa
hipótese, a tutela jurídica da insígnia ocorrerá pela concorrência desleal e pelos
princípios gerais do ato ilícito, da mesma forma que pela proteção do título de
estabelecimento.
Para finalidade de marca, a insígnia poderá ser registrada como marca,
desde que preencha os requisitos da Lei n. 9.279/96, em especial dos art. 122
cc. art. 124, mc. II, devendo ser considerada um sinal distintivo visualmente
perceptível, ou seja, um caractere que a torna reconhecível pelas pessoas com
o intuito de distinguir um produto ou serviço.
É pertinente apontar que letra, algarismo e data, isoladamente, não
podem ser registrados como marca, conforme disposto no art. 124, mc. II, da
Lei n. 9.279/96. Mas poderão ser objeto de marca quando estiverem revestidos
de suficiente forma distintiva. Nesse caso, a insígnia gozará da proteção legal
de marca.

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