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Tópicos Intregradores I -

Engenharias
UNIDADE I
Sumário

Para início de conversa....................................................................................... 2


Cinemática................................................................................................................... 3
Posição, velocidade e aceleração.......................................................................................... 3
Velocidade média..................................................................................................... 4
Velocidade instantânea....................................................................................... 4
Aceleração Média.................................................................................................... 6
O que significa uma aceleração de 10 m/s²?......................................................................... 7
Aceleração instantânea..................................................................................... 7
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) ......................... 8
Velocidade como uma função do tempo................................................................................ 8
Posição em função do tempo................................................................................................... 9
Velocidade com uma função da posição............................................................................... 9
Grandeza escalar e grandeza vetorial....................................................... 13
Vetor.............................................................................................................................. 13
Operações Vetoriais.................................................................................................................. 14
Adição de vetores.................................................................................................... 14
Regra do paralelogramo........................................................................................................... 15
Regra da construção de polígonos......................................................................................... 15
Subtração de vetores........................................................................................... 16
Lei dos senos e Lei dos cossenos..................................................................... 17
Lei do Paralelogramo............................................................................................ 17
Notação vetorial cartesiana........................................................................... 17
Soma de vetores: representação cartesiana........................................... 19
Cinética......................................................................................................................... 25
Equação do movimento: coordenadas cartesianas............................. 26
Movimento de partículas sob a Ação de Forças..................................... 26

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por escrito, do Grupo Ser Educacional.

Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD

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Junior, Elias Arcanjo da Silva.


Tópicos Integradores I - Engenharia: Unidade 1 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2019.

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Grupo Ser Educacional


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CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611

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Tópicos Integradores I
Unidade I

Para início de conversa

Olá, querido (a) aluno (a),

Seja bem-vindo (a) à nossa disciplina de Tópicos Integradores I.

Esse é o nosso primeiro encontro desta nova jornada de estudos, aqui você vai receber
orientações para que no futuro seu trabalho seja bem executado.

Desejo que você tenha um excelente aproveitamento com o estudo do nosso guia. Con-
to com seu comprometimento nesta nova jornada acadêmica e acredito que ao final da
nossa disciplina, você terá total domínio do assunto estudado.

Podemos começar?

Orientações da Disciplina

Nesta disciplina você terá a oportunidade de revisar, na unidade I, os conceitos estudados na disciplina
Física Geral e Experimental. Revisaremos a cinemática das partículas, as operações vetoriais e finalizare-
mos com a cinética das partículas.

Na unidade II continuaremos com o estudo da cinética de uma partícula com a apresentação do Princípio
do Trabalho, da Conservação da Energia Mecânica, o Princípio do Impulso, e por fim, apresentaremos o
Princípio da Conservação do Momento Linear.

Na unidade III estudaremos as colisões e iniciaremos o estudo dos corpos sólidos. Analisaremos o mo-
vimento de rotação de um corpo sólido em torno de um eixo fixo e estudaremos a cinética de um corpo
sólido com a definição de Torque e a formulação da Segunda Lei de Newton para o movimento de rotação.
Por fim, na unidade IV, apresentaremos os conceitos de pressão e densidade e estudaremos os líquidos
em equilíbrio, analisando a pressão que eles exercem e a força com que atuam sobre os corpos sólidos
neles imerso. Finalizaremos esta unidade com o estudo dos líquidos em movimento, apresentaremos a
formulação da lei de vazão e da equação de Bernoulli.

Então, você terá ao longo do guia, vários recursos disponíveis para facilitar seu aprendizado. Caso você
queira fazer alguma pesquisa, utilize a nossa Biblioteca Virtual, esta é uma maneira de agregar novos
conhecimentos.

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Assista às videoaulas e as webconferências, elas vão ajudar a esclarecer possíveis dúvidas.

Ao final da nossa unidade, acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e responda as atividades.

Caso tenha alguma dúvida, não perca tempo e pergunte ao seu tutor.

Vamos dar início aos nossos estudos?

Então, nessa unidade teremos a oportunidade de revisar alguns dos conceitos físicos que estudamos na
disciplina de física geral e experimental. Estudaremos a cinemática escalar, as operações vetoriais e a
cinética. A cinemática é o ramo da mecânica que descreve o movimento independente de suas causas.
Já na cinética a variação do movimento da partícula é analisado a partir das forças que atuam no corpo,
sendo a força o agente físico responsável pela variação do movimento.

Cinemática

Caro(a) aluno (a), neste momento iremos analisar o movimento em si e sua variação, sem nos preocupar-
mos com o que gerou esse movimento ou o que gerou a variação. Estudaremos a posição do corpo ao
longo do tempo, mediremos a velocidade do mesmo, analisaremos se a velocidade está aumentando ou
se ela está diminuindo.

Concentramos nossa atenção na cinemática da partícula. Consideraremos que partícula é qualquer objeto
pontual ou qualquer objeto que se comporte como um corpo pontual (isto é, suas dimensões não serão
relevantes para a resolução do problema). Para compreender a cinemática precisamos entender alguns
conceitos básicos como posição, deslocamento, velocidade e aceleração.

Posição, velocidade e aceleração

Prezado (a), para simplificar a nossa discursão, vamos limitar nossa análise ao movimento em uma só
dimensão. Por exemplo, o movimento de um carro em linha reta ao longo de uma estrada ou o movimento
de queda de uma maçã madura na cabeça de um jovem estudante de física sentado à sombra de uma
macieira.

Para descrever o movimento, precisamos em primeiro lugar de um referencial, que no caso unidimensio-
nal, é simplesmente uma reta orientada, em que se escolhe a origem O; a distância da partícula até o
referencial, em um dado instante t, é a posição da partícula. Quando a partícula muda sua posição, ela
realiza um deslocamento. Quando esse deslocamento acontece, ele leva um tempo para acontecer. Essa
demora ou intervalo de tempo, necessária para esse deslocamento também é importante. Isso porque o
deslocamento e o intervalo de tempo definem a rapidez do movimento. A rapidez de um movimento é a
velocidade desse corpo.

Na maioria dos movimentos analisados a rapidez da partícula não é constante, assim podemos também
estudar como a rapidez (velocidade) da partícula está variando ao longo do tempo. A taxa de variação da
velocidade em relação ao tempo é chamada de aceleração.

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Velocidade média

Vejamos, a velocidade média de um corpo é definida como a razão entre o deslocamento da partícula e a
variação do intervalo de tempo decorrido. Traduzindo para a linguagem da física e da matemática, o que
dissemos foi que:

Ou

Essa é a forma mais simples de medir a rapidez da partícula. A velocidade no SI (Sistema Internacional
de Unidades) é dada em metros por segundo (m/s). A velocidade média determina a distância percorrida
pela partícula em cada unidade de tempo. Por exemplo, a velocidade de 5 m/s indica a que o corpo per-
corre a distância de 5 m em um 1 segundo e uma velocidade de 80 km/h, indica que o corpo percorre uma
distância de 80 km em 1 hora, assim em 2,5 h ele percorreria a distância de 200 km.

Fique atento!
Quando analisamos o deslocamento de uma partícula e calculamos a sua velocidade
média, não estamos afirmando que a partícula possui uma velocidade constante, mas
que estamos determinando uma velocidade constante que permite a partícula realizar
o mesmo deslocamento no mesmo intervalo de tempo.

Velocidade instantânea

Acredito que nesse momento você deve estar se perguntando: como calcular a velocidade atual de uma
partícula?

Então, a velocidade atual de uma partícula, ou melhor, a velocidade instantânea de uma partícula é de-
termina tomando valores cada vez menores de ∆t. Assim podemos determinar a velocidade instantânea
como:

ou

Ou seja, a velocidade instantânea ou simplesmente velocidade é a derivada com relação ao tempo da


função posição.

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Observe que ∆t ou dt é sempre positivo, desta forma quem define o sentido da velocidade é o sinal do
∆x ou dx. Por exemplo, se a partícula está se movendo para a direita (movimento progressivo), figura 1, a
velocidade é positiva; ao passo que se ela está se deslocando para a esquerda, a velocidade é negativa
(movimento retrógrado).

Fique atento!

Frequentemente, o termo velocidade escalar média é usado. A velocidade escalar mé-


dia é sempre uma grandeza positiva e é definida como a distância total percorrida por
uma partícula, xT, dividido pelo tempo decorrido, ou seja:

Exemplo

Quando t = 0, a partícula está em A. Em quatro segundos, ela percorre o trajeto até B;


depois, em outros seis segundos, ela segue até C. Determine a velocidade média e a
velocidade escalar média da partícula no intervalo de 0 a 10 s. A origem da coordena
está em O.

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Solução:

Sistema de coordenada
A coordenada de posição entende-se da origem fixa O até o carro, positiva para a direita.

Velocidade média
A velocidade média da partícula é dada por

Sendo a posição final e a posição inicial, isso significa que para calcular a velocidade média não precisa-
mos nos preocuparmos com a trajetória, mas apenas com sua posição no início e no final do movimento.
Logo:

ATENÇÂO: A posição inicial da partícula é negativa (, porque o ponto A está à esquerda da origem).

Velocidade escalar média


A velocidade escalar média da partícula é dada por:

Como é a distância total percorrida pela partícula, a velocidade escalar média depende da trajetória
da partícula. Sendo a distância do ponto A ao ponto B mais a distância do ponto B até o ponto C, ou
seja, =|-7-(-1)|+|14-(-7)|=6+21=27 m Logo:

Aceleração Média

Estudante, se conhecemos a velocidade de uma partícula em dois pontos, a aceleração média da partí-
cula durante um intervalo de tempo ∆t é defino como:

Nesse caso, ∆t representa a variação da velocidade durante o intervalo de tempo ∆t, ou seja, .
A unidade de aceleração no SI é o m/s² (metro por segundo ao quadrado).

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O que significa uma aceleração de 10 m/s²?

Se uma partícula possui uma aceleração de 10 m/s², isso significa que a cada segundo a sua velocidade
está variando em 10 m/s. Por exemplo, se uma partícula parte do repouso com aceleração de 10 m/s²,
decorrido um segundo sua velocidade será de 10 m/s, decorrido mais um segundo sua velocidade será de
20 m/s; ou seja, a cada segunda a velocidade está variando em + 10m/s.

Agora se uma partícula inicia seu movimento com uma velocidade de 12 m/s e uma aceleração constante
é de – 2m/s², decorrido 1 segundo sua velocidade será de 10 m/s; mais um segundo será de 8 m/s, mais
um segundo será de 6 m/s e assim sucessivamente. Observe que nesse segundo exemplo a variação da
velocidade foi de – 2m/s a cada segundo.

Fica a Dica

Quando a aceleração da partícula é negativa não podemos afirmar que a velocidade da


partícula está diminuindo (movimento retardado), mas que a variação da velocidade é
negativa. Uma partícula tem sua velocidade diminuída quando a aceleração e a veloci-
dade têm sinais opostos. Veja o quadro resumo abaixo:

Movimento Acelerado e Movimento Retardado


Movimento acelerado progressivo a>0 v>0
Movimento acelerado retrógrado a<0 v<0
Movimento retardado retrógrado a>0 v<0
Movimento retardado progressivo a<0 v>0

Aceleração instantânea

A aceleração instantânea no tempo t é determinado tornando-se valores cada vez menores de ∆t e cor-
respontentes valores cada vez menores de ? De maneira que:

ou

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Assim podemos definir que a aceleração é a taxa de variação temporal da velocidade. Em alguns proble-
mas de cinemática a velocidade é uma função da posição, ou seja , Nesse caso, precisamos
eliminar o da equação acima. Fazendo uso da regra da cadeia podemos escrever:

Como é a velocidade instantânea da partícula, podemos reescrever a equação da aceleração da


seguinte forma:

Embora tenhamos produzidos três importantes equações cinemáticas, perceba que a equação não
é independente das equações:

Fica a Dica

Se uma relação é conhecida entre quaisquer duas das quatros variáveis, a, v, x e t,


uma terceira variável pode ser, então, obtida usando-se uma das equações cinemáti-
cas, , e , visto que cada equação relaciona
três variáveis.

Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV)

Caro (a) aluno (a), nesse conteúdo usaremos as equações cinemáticas para determinar funções que nos
permitam descrever o movimento de um corpo com aceleração constante. Quero deixar claro que o pro-
cedimento que iremos desenvolver nesse momento poder ser aplicado em qualquer problema, ou seja, o
procedimento não é exclusivo para análise de movimentos com aceleração constante; mas, as equações
que iremos obter serão exclusivas para o MRUV.

Considerando que conhecemos a aceleração, cada uma das três equações da cinemática
, e pode ser integrada para se obter fórmulas que relacionam a, v, x e t.

Velocidade como uma função do tempo

Integrando , supondo que, incialmente quando t = 0.

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Integrando em ambos os lados da equação anterior, temos

Posição em função do tempo

Integrando , supondo que, inicialmente, quando t = 0.

Integrando ambos os lados da equação acima e substituindo o , obtemos;

Velocidade com uma função da posição

Integrando , supondo que inicialmente .

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Integrando ambos os lados da equação anterior, obtemos:

Exemplo

Neste exemplo, inicialmente, o carro move-se ao longo de uma estrada reta com velocidade de 35 m/s. Se
os freios são aplicados e a velocidade do carro é reduzida a 10 m/s em 15 s, determine a desaceleração
constante do carro e o seu deslocamento.

SOLUÇÃO:

Sistema de coordenada
A coordenada de posição estende-se da origem fixa O até o carro, positiva para a direita.

Aceleração

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Deslocamento

O deslocamento da partícula pode ser determina pela equação de Torricelli, que é utilizada apenas em
problemas em que a aceleração é constante.

Você também poderia resolver esse problema usando a equação horária da posição para o MRUV.

Exemplo

O carro da figura abaixo move-se em uma linha reta de tal maneira que, por um curto período, sua velo-
cidade é definida por v = (0,6t² + t) m/s, onde t está em segundos. Determine sua posição e aceleração
quando t = 3s. Quando t = 0, s = 0.

Solução:

Sistema de coordenada
A coordenada de posição estende-se da origem fixa O até o carro, positiva para a direita.

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Posição
Visto que v = f(t), a posição do carro pode ser determinada a partir de v = dx/dt, pois essa equação rela-
ciona v, x e t. Observe que s = 0 quando t = 0, temos:

Aceleração
Visto que v=f(t), a aceleração é determinada a partir de a = dv/dt, pois essa equação relaciona a, v e t.

ATENÇÃO: as fórmulas para a aceleração constante não podem ser usadas para solucionar esse proble-
ma, porque a aceleração é uma função do tempo.

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Grandeza escalar e grandeza vetorial

Praticando

Meu querido (a) estudante, vamos analisar o seguinte problema?

Então, qual a aceleração do corpo com massa de 5 kg, que está sobre uma superfície com atrito
(µc = 0,2) e sob ação de duas forças com intensidades de 12 N e 20 N?

Fica claro que será impossível resolver esse problema, pois ele está incompleto. Sem conhecer as dire-
ções e os sentidos das forças não teremos como aplicar a segunda lei de Newton para a resolução do
problema. Assim, podemos observar que algumas grandezas físicas só possuem sentido completo quando
definimos seu módulo, sua direção, seu sentido e sua unidade. Essas grandezas são chamadas de gran-
dezas vetoriais. Por outro lado, quando afirmamos que a massa do bloco é 5 kg, temos o entendimento
completo da grandeza massa. Isso significa que algumas grandezas podem ser completamente especifi-
cas quando definimos seu módulo e sua unidade. Essas grandezas são chamadas de grandezas escalares.
Assim em resumo temos:

• Grandeza escalar é qualquer quantidade física positiva ou negativa que pode ser completamente
especificada por seu módulo (intensidade) e sua unidade. São grandezas escalares: massa, tempo, com-
primento etc.

• Grandeza vetorial é qualquer quantidade física que requer uma intensidade, um sentido, uma
direção e sua unidade de medida para sua completa descrição. São grandezas vetoriais: velocidade, força,
momento etc.

De uma forma geral meu caro (a), quando trabalhamos com grandezas escalares precisamos ter um cui-
dado especial com suas unidades, para não somarmos grandezas com unidades diferentes. E quando
trabalhamos com grandezas vetoriais precisamos considerar não só o módulo e a unidade, mas também a
direção e o sentido de cada grandeza. Para auxiliar nas operações com grandezas vetoriais, vamos iniciar
o estudo dos vetores e da matemática vetorial.

Vetor

Para a representação de uma grandeza vetorial utilizamos os vetores. O vetor é um ente matemática
caracterizado por possuir um módulo (intensidade), uma direção e um sentido. Graficamente, um vetor
é representado por um segmento de reta orientado, indicado por uma letra em negrito ou por uma letra
sobre o qual colocamos uma seta.

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Lembre-se que o uso dos vetores nos auxilia nas operações matemáticas com grandezas vetoriais.

Operações Vetoriais

Multiplicação de um vetor por um escalar.

Se um vetor é multiplicado por um escalar positivo, sua intensidade é alterada por essa quantidade. Se o
escalar for um número positivo maior que 1, o vetor será ampliado. Se o escalar for positivo entre 0 e 1 a
intensidade será reduzida.  Quando multiplicado por um escalar negativo, além da mudança da intensida-
de ele também mudará o sentido do vetor.

Fica a Dica

A multiplicação de um escalar por um vetor não altera a direção do vetor. Tudo bem até
agora meu caro (a) aluno (a)? Caso você precise de ajuda, sinalize o seu tutor, ele vai te
ajudar no que for preciso.

Vamos continuar com nossos estudos?

Adição de vetores

Estudante, frequentemente é necessário se trabalhar com combinações de quantidades vetoriais. Note


que para se somar escalares, primeiro devemos verificar se eles têm a mesma unidade e então simples-
mente somamos os números. Quando somamos vetores, devemos considerar tanto a magnitude quanto a
orientação de cada quantidade vetorial. Para a soma de vetores podemos utilizar a regra do paralelogra-
mo ou a regra da construção de polígonos. 

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Regra do paralelogramo

Para ilustrar a regra do paralelogramo na adição de vetores, os vetores A e B, figura abaixo, são somados
para formar um vetor resultante R = A + B usando o seguinte procedimento:

1º Desenhe os vetores com suas origens em um mesmo ponto, mantendo suas intensidades, sentidos e
direções originais.
2º A partir da extremidade de A desenhe uma linha paralela ao vetor B e na sequência desenhe uma
nova linha a partir da extremidade de B paralela ao vetor A. Essas duas linhas se cruzam e formam um
paralelogramo.
3º A diagonal desse paralelogramo, com mesma origem dos vetores A e B e extremidade no vértice opos-
to, represente o vetor resultante R = A + B.    

Regra da construção de polígonos

A regra da construção de polígonos é muito útil quando devemos somar mais de dois vetores. Para somar
os vetores A, B e C usando a Regra da construção de Polígonos devemos usar o seguinte procedimento:

1º Desenhe o vetor A, mantendo módulo, direção e sentido originais, e na extremidade de A desenhe o


vetor B, também mantendo suas características iniciais e na sequência desenho o vetor C, mantendo seu
módulo, direção e sentido.

2º O vetor com a origem na origem do primeiro vetor e sua extremidade na extremidade do último vetor é
o vetor soma ou vetor resultante R = A + B + C.

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Palavras do Professor

Meu caro (a) estudante, a regra da construção de polígonos é chamada de construção


de triângulos, quando a soma é apenas de dois vetores. Você também pode usar a lei do
paralelogramo para somar mais de dois vetores, para isso, você soma os dois primeiros
vetores e a resultante deles você soma com o terceiro, e a resultante deles soma com
o quarto e assim por diante.     

Subtração de vetores

Para subtração de vetores podemos usar a lei do paralelogramo ou a regra da construção de polígonos,
para isso, você deve transformar a operação de subtração em uma operação de soma de vetores. Assim o
vetor diferença D = A – B deve ser escrito como D = A + (-B). O vetor -B é o vetor oposto ao vetor B, ou seja,
o vetor com mesmo módulo, mesma direção e sentido oposto a B. Procedimento para calcular a diferença
entre (D = A – B) dois vetores utilizando a regra da construção de polígonos:

1º Desenhe o vetor A, mantendo módulo, direção e sentido originais, e na extremidade de A desenhe o


vetor -B, que tem o mesmo módulo e mesma direção do vetor B, mas o sentido é o oposto ao de B. 

2º O vetor com a origem no início do primeiro vetor e sua extremidade no fim do segundo vetor é o vetor
resultante D = A + (-B), ou seja, o vetor D = A – B. 

Propriedades das operações Vetoriais

Comutativa: A ordem em que os vetores são somados não altera a soma, ou seja,

A + B = B + A.

Associativa: A soma dos vetores não é alterada pela associação dos vetores de diferentes formas, ou
seja,

(A + B) + C = A + (B + C).

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Fica a Dica

Agora que já sabemos representar graficamente o vetor soma e o vetor diferença, es-
tamos prontos para determinar o módulo, a direção e o sentido desses vetores resul-
tantes. Para isso usamos a lei dos senos, a lei dos cossenos, a lei do paralelogramo e o
fato que a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180º. 

Lei dos senos e Lei dos cossenos

A lei dos senos e dos cossenos são duas relações matemáticas que nos permite relacionar os ângulos
internos dos triângulos com as medidas nos seus lados.

Lei dos senos: Em um triângulo qualquer, a razão entre a medida de um lado do triângulo e o seno do
ângulo interno oposto a esse lado é constante, ou seja,

Lei dos cossenos: O quadrado da medida e um dos lados, de triângulo qualquer, é igual à soma dos
quadrados dos outros dois lados, menos o dobro do produto desses dois lados pelo cosseno do ângulo
entre eles, nominalmente, 

Lei do Paralelogramo

O quadrado da medida da diagonal, de um paralelogramo qualquer, é igual à soma dos quadrados dos
dois lados adjacentes, mais o dobro do produto desses dois lados pelo cosseno do ângulo entre eles,
nominalmente, 

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Notação vetorial cartesiana

Ângulo diretor
 
É possível representar um vetor em termos de vetores cartesianos unitários   . Eles são chamados
de vetores unitários porque possuem módulo 1 e são usados para determinar as direções cartesianas x e
y, respectivamente.

Assim podemos notar o vetor como um vetor cartesiano da forma

onde Ax e Ay são as componentes ortogonais do vetor A, ou seja, são as projeções do vetor A sobre os
eixos x e y, respectivamente. Como essas componentes formam um triângulo retângulo, podemos deter-
minar suas intensidades a partir das razões trigonométricas do triângulo retângulo da seguinte forma:

No intuito de “simplificar” seu estudo, alguns alunos decoram algumas fórmulas sem entender o seu
real significado, que resulta em erros na resolução de problemas. Um bom exemplo é decorar que
a , onde na realidade ele precisa entender que a componente do
vetor A na direção do cateto adjacente do ângulo diretor é igual ao módulo de vezes o cosseno do
ângulo diretor e a componente do vetor que está da direção do cateto oposto ao vetor diretor é igual
ao módulo de vezes o seno do ângulo diretor.  

Triângulo diretor 

A direção de um vetor pode ser dada através de seu triângulo diretor. 

Nesse caso o vetor pode ser escrito na forma cartesiana do seguinte modo:

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Onde as componentes ortogonais do vetor são obtidas das razões de proporcionalidade entre os lados
correspondentes dos triângulos semelhantes abc e AxAyA.

Se você ficou com alguma dúvida na representação dos vetores cartesianos a partir do seu
triângulo diretor, assista a web conferência da UNIDADE I, utilize seu material de estudo e
principalmente não esqueça do seu tutor, ele pode te ajudar no que for preciso.  

Soma de vetores: representação cartesiana

Módulo e Direção do Vetor resultante

Para determinar o módulo, a direção e o sentido do vetor resultante usamos as se-


guintes equações:

Módulo do vetor resultante:

A direção e o sentido do vetor resultante:

Palavras do Professor

Meu caro (a), agora que você aprendeu com a aplicação dos conceitos estudados até
aqui, recomento que acompanhe a resolução dos exemplos a seguir, para que você
aprenda realmente não terá outra opção a não ser praticar. 

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Exemplo

Determine a intensidade da força e a intensidade da força resultante de se estiver direcionada ao


longo do eixo y positivo. 

Solução 

Utilizando a regra dos paralelogramos traçamos uma reta com início na extremidade do vetor F e paralela
ao vetor força de intensidade 200 N e na sequência desenhamos uma nova reta com origem na extremi-
dade do vetor com intensidade de 200 N e paralela ao vetor F. A interseção das retas estará sobre o eixo
y, pois o problema afirma que a resultante das forças está sobre esse eixo. Com o paralelogramo formado,
encontramos os ângulos internos e utilizamos a lei dos senos para determinar a intensidade do vetor
resultante e do vetor F.

Se você observar apenas o lado esquerdo do paralelogramo verá um triângulo com os ângulos de 45° e
30°. Como a soma dos internos é igual a 180°, o terceiro ângulo será de θ = 75°.

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Aplicando a lei dos senos para determinar o módulo de F, temos:

e
Aplicando novamente a lei dos senos para determinar a intensidade da força resultante, temos:

Exemplo

O anel mostrado na figura está submetido a duas forças F1 e F2. Se for necessário que a força resultante
tenha intensidade de 1 kN e seja orientada verticalmente para baixo, determine (a) a intensidade de F1 e
F2, desde que Ɵ = 30°, e (b) as intensidades de F1 e F2, se F2 for mínima. 

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Solução 

Letra a: Utilizando a regra da construção de triangulo, você deve desenhar o vetor F1 com sua origem na
extremidade do vetor F2, mantendo módulo direção e sentido. O vetor resultante tem origem no início do
vetor F2 e sua extremidade a fim do vetor F1. Como a soma dos ângulos internos do triângulo é 180º, o
ângulo entre F2 e F1 é 130°. Já que a intensidade do vetor resultante é 1 kN podemos determinar as inten-
sidades de F1 e F2 usando a lei dos senos.

Letra b: Observando a figura ao lado você pode concluir que a força F2 será mínima se o ângulo entre F1 e
F2 for igual a 90°. E usando as razões trigonométricas do triângulo retângulo, temos:

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Determine as componentes x e y de F1 e F2 que atuam sobre a lança mostrada na figura. Expresse cada
força como um vetor cartesiano.
 

Solução: Na figura b temos o desenho das componentes do vetor F1 nas direções x e y. A componente F1x
pode ser deslocada verticalmente para cima para formar um triângulo retângulo, regra da construção de
triângulos, no intuito de ser usada a definição de seno e de cosseno na determinação das intensidades
das componentes de F1. 

Como é cateto adjacente ao ângulo de 30°, você pode escrever que:

Já F1x é o cateto oposto ao ângulo de 30°, assim podemos escrever que:

Nota1: O sinal de menos foi utilizado na equação acima porque a direção da componente horizontal de F1
aponta no sentido negativo do eixo x.

Para determinar as componentes de F2 iremos usar a semelhança de triângulos. Agora F2x pode ser deslo-
cado de maneira a formar um triangulo retângulo semelhante ao triangulo diretor 5, 12, 15.

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Nota1: O sinal de menos foi utilizado na equação acima porque a direção da componente vertical de F2
aponta no sentido negativo do eixo y.

Exemplo

A ponta de uma lança O na figura (a) está submetida a três forças coplanares e correntes. Determine a
intensidade e a direção da força resultante.

Solução

Cada força deve ser decomposta em suas componentes x e y (figura b). 


Somando as componentes x, temos:

O sinal negativo indica que a resultante na direção x atua para a esquerda. E somando as componentes
y, temos:

A força resultante, figura (c), tem intensidade:

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A direção do vetor resultante é dada por:

Esse ângulo é medido com relação ao eixo negativo de x no sentido horário. É comum a direção do ângulo
ser determinado com relação ao semieixo x positivo no sentido anti-horário. Nesse caso θ = 180° - 37,8°
= 142,2°. 

Cinética

Bom meu caro (a) aluno (a), cinética é o ramo da dinâmica que trata da relação entre a variação do
movimento de uma partícula e as forças que causam esta variação. A base para a cinética são as leis de
Newton, em especial a sua segunda Lei, que afirma que quando uma força resultante atua sobre uma
partícula, a partícula acelerará na direção da força com uma intensidade que é diretamente proporcional
a força resultante.

Se a massa da partícula é m, a segunda lei do movimento de Newton pode ser escrita em forma mate-
mática como;

É importante lembrar que essa é uma equação vetorial, assim se mais de uma força atua sobre uma partí-
cula a força resultante é determinada por uma soma vetorial de todas as forças que atuam sobre a partícu-
la. A unidade de força no SI é Newton (N). Newton postulou mais duas leis de movimento. Vamos a elas:

Primeira Lei: Todo corpo permanece em estado de repouso ou movimento retilíneo e uniforme, a menos
que atuem sobre ele uma força resultante diferente de zero.

Segunda lei: A toda ação existe sempre uma reação igual em módulo e direção, mas sentido contrário.

Fica a Dica

Fica a dica, na determinação das forças que atuam em um corpo é importante que você
entenda que as força de ação e reação sempre possuem o mesmo módulo, a mesma
direção e o sentido oposto. Além disso, a forças de ação e reação sempre atuam em
corpos diferentes, ou seja, se o corpo A exerce uma força sobre o porco B de módulo
F, direção horizontal e no sentido da direita para a esquerda; isso significa que o corpo
B exercerá sobre o corpo A uma força com módulo F, direção horizontal e sentido da
esquerda para direita.

Logo, a força Normal não pode ser a reação da força Peso, pois elas atuam sobre o
mesmo corpo e sua direção e módulo não são necessariamente iguais.

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Equação do movimento: coordenadas cartesianas

Como a equação do movimento é uma equação vetorial precisamos determinar o sistema de coordenas
para a análise do movimento da partícula. Nessa disciplina utilizaremos o sistema de coordena retangular.
O sistema de coordenada retangular é um sistema fixo com três direções ortogonais, que chamaremos
de x, y e z. A direções x, y e z serão representadas pelo versores . Assim podemos escrever a
equação do movimento da seguinte forma:

Uma vantagem em se usar um sistema de coordenada retangular é o fato de que suas componentes são
independentes, ou seja, a componente x da aceleração depende exclusivamente da componente x da
força resultante, assim como as demais componentes. Isso nos permite transformar a equação vetorial
acima em três equações escares, como representado abaixo:

Leitura complementar

Caro (a) aluno (a), com intuito de aprofundar o entendimento das leis de Newton suge-
rimos a leitura complementar do livro-texto do professor Hugh D Young, Curso de Física
Básica, vol. 01, ed. Pearson Education do Brasil, capítulos 4 e 5. Livro disponível da
Biblioteca Virtual da Pearson.

Movimento de partículas sob a Ação de Forças

Para determinarmos a velocidade e a trajetória de uma partícula precisamos resolver a equação .


Em um problema real é preciso conhecer a função força, ou seja, a expressão matemática que descreve a
dependência da força com as variáveis do problema, como a posição, a velocidade, o tempo etc. A partir
da força determinamos a aceleração e como auxílio das equações da cinemática determinamos a veloci-
dade e a posição (trajetória) da partícula. Se você, caro aluno (a) entender este ponto, já terá ganho o dia!

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Exemplo

A caixa mostrada na figura (a) repousa sobre uma superfície horizontal para a qual o coeficiente de atrito
cinético é =0,3. Se a caixa está sujeita a uma força de 400 N como mostrado, determine a velocidade da
caixa após 3 s partindo do repouso.

SOLUÇÃO
Podemos utilizar a equação do movimento para determinarmos a aceleração da caixa a partir das forças
que agem sobre a caixa e a velocidade da caixa pode então ser determinada utilizando-se a cinemática.

Diagrama de corpo livre

A construção do diagrama de corpo livre é uma etapa essencial para resoluções de problema de cinética.
O diagramada consiste em desenhar o contorno do corpo analisado, sem as informações ao seu redor e
sem riqueza de detalhes, indicando todas as forças que atuam no corpo, como respectivos valores e dire-
ções, ver figura (b). O peso da caixa é P = mg = 509,81 = 409,5 N. A força de atrito tem uma intensidade
Fat = µcNc e atua para a esquerda, visto que ela se opõe ao movimento da caixa. Como a componente da
vertical da força F é menor que o peso da caixa, a aceleração da caixa será na direção horizontal positiva.
Temos duas incógnitas, a saber, Nc e a.

Equação do movimento

Utilizando os dados do diagramada de corpo livre:

Solucionando a equação 2 para Nc e substituindo o resultado na equação (1), obtemos:

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Cinemática

Como a aceleração é constante, podemos utilizar a equação horárias do MRUV para determinarmos a
velocidade em t = 3s. Observe que a velocidade inicial é 0, pois a partícula parte do repouso, assim temos:

v = v0 + at
v = 0 + 5,185·3
v = 15,6 m/s

Exemplo

Um projétil de 10 kg é disparado para cima a partir do solo com uma velocidade inicial de 50 m/s. Deter-
mine a altura máxima que ele atingirá se a resistência atmosférica for medida como FD = (0,00v²) N, onde
v é a velocidade escalar do projétil a qualquer instante, medida em m/s.

Solução

Diagrama de corpo livre

Além da força peso, a força FD também tende a retardar o movimento para cima do projétil, elas atuam
para baixo, como mostra o diagramada de corpo livre.

Equação do movimento

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Cinemática

Aqui, a aceleração não é constante, visto que FD depende da velocidade. Como , podemos
relacionar a aceleração à posição utilizando:

Separando as variáveis e integrando, percebemos que z0 = 0, v0 = 50 m/s (positivo para cima) e em z = h,


v = 0, temos:

Palavras do Professor

Finalizamos o nosso primeiro encontro e espero que você tenha aproveitado todas as
informações aqui apresentadas com muita responsabilidade.

Em breve, teremos outro momento para aprendermos muitos conteúdos importantes


para sua formação.
Até o próximo encontro.

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