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Colabor@ - Revista Digital da CVA - Ricesu, ISSN 1519-8529

Volume 6, Número 22, Fevereiro de 2010

A ATUAÇÃO DOS TUTORES NOS CURSOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Rejane Leal Schlosser1

RESUMO

Este artigo ressalta a importância e a atuação dos tutores nos cursos de educação a distância e
as funções exercidas por esse profissional, investigando também a proximidade destas com as
funções desempenhadas por um professor.

Palavras-chave: Educação a distância. Histórico da EAD. Formação de tutores. Tutoria.


Tutor presencial. Tutor a distância.

1 INTRODUÇÃO

O ensino a distância torna-se cada vez mais praticado por muitas pessoas e presente
na rotina dos brasileiros quando nos referimos a educação em nosso país. A modalidade de
ensino a distância, a EAD, surgiu no Brasil no século XIX, com cursos profissionalizantes
feitos por meio de correspondências e assim permaneceu durante muitos anos, até chegar aos
dias atuais. Vários são os fatores que levam alguns estudantes a optarem por essa modalidade,
como, por exemplo, a construção autônoma de seu tempo de estudo, o não-deslocamento de
sua residência para outros espaços, as necessidades constantes de atualizações e capacitações
que o mercado de trabalho exige de determinados profissionais e o vasto campo de meios e
ferramentas que as novas tecnologias oferecem.
A procura por cursos na modalidade a distância nos desperta um olhar crítico sobre o
sistema de educação formal e seu real valor na vida adulta. Compreendemos que as relações
interpessoais entre professores e alunos são extremamente válidas e ricas, mas não depende
somente delas o sucesso de uma carreira profissional, mas sim da construção de conceitos e
conhecimentos advindos da vida acadêmica do próprio aluno.
A denominação “a distância” nos induz a pensar em distância geográfica e
isolamento. No entanto, está aí o ponto chave da EAD, superar qualquer distância, aproximar,
interagir, utilizando para isso meios tecnológicos, como televisão, internet, videoconferência,
telefone, e-mail, entre outros, e o principal, pessoas. Apesar de os professores, coordenadores,
tutores e demais envolvidos nessa modalidade estarem do outro lado, muitas vezes,
visualizadas em fotografias estáticas, estão, em boa parte do tempo, comprometidos no ato de
orientar da melhor forma possível esse aluno “distante”.
Assim, o papel do professor desloca-se do contexto habitual da sala de aula e passa a
interagir com seus alunos por meio de outras formas e materiais tecnológicos, mediando a
construção do conhecimento do aluno. Em parceria com o trabalho do professor em EAD,
encontramos a participação de um individuo que facilitará o percurso do aluno nessa
metodologia, o tutor.

1
Arte-educadora e tutora presencial do curso de Artes Visuais na modalidade a distancia (Ufes). Mestre em
Teatro, Cultura e Educação (Unirio). Bacharelado e licenciatura em Artes Plásticas (Ufes). E-mail:
rejanesleal@hotmail.com
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A modalidade de EAD, estabelece um rompimento da relação face a face entre


alunos e professores e também do espaço-temporal, fazendo crer que podem existir relações
de ensino e aprendizagem sem a necessidade de haver um grupo homogêneo de alunos que
convivem em um mesmo espaço e tempo. Essas rupturas fazem com que o aluno da EAD
decida sobre seu processo formativo de forma autônoma e independente. No entanto, por trás
dessa autonomia, encontra-se um mediador, um orientador, alguém denominado “tutor”, um
novo tipo de educador que sugere novos caminhos, fomenta pensamentos e faz, de forma
gradativa, a interação entre os conteúdos, o professor e as práticas, induzindo o aluno a criar
e/ou repensar conceitos que, sem dúvida, serão tão significativos quanto aos do ensino
presencial.
Conforme destaca Azevedo (2008, p. 25),

nesse processo de construção do conhecimento, que envolve diferentes atores e tem


no tutor um personagem fundamental, é necessário entender a aprendizagem como
pessoal, potencializada pelo grupo, com interferência da ação dos orientadores
acadêmicos, visando a obter objetivos bem marcados e definidos.

Sob essa ótica, o tutor é tido como o orientador do aluno em EAD e a principal
função que o compete é a de acompanhar a vida acadêmica dos estudantes, apontando
caminhos e encontrando em parceria soluções para determinados problemas ou propostas. O
tutor é o elemento de transição e ligação na relação entre professor e aluno. O valor de sua
atuação está no fato de que esse agente é um facilitador do conhecimento e, por essa ação,
deve estar inteiramente consciente e integrado quanto aos conteúdos, metodologias, matérias,
atividades e, sobretudo, o contexto em que seu aluno está inserido, sua realidade, suas
limitações e principalmente, seu potencial.
Conforme Preti (1996, p. 27), “o tutor, respeitando a autonomia da aprendizagem de
cada cursista, estará constantemente orientando, dirigindo e supervisionando o processo de
ensino-aprendizagem”. É por intermédio dele também que se garante a efetivação do curso
em todos os níveis. Em suma, o tutor é aquele que em muitos momentos representa o curso e
é por isso que autores depositam em sua atuação o sucesso ou não da educação a distância.
Segundo Iranita Sá (1998, apud MACHADO, 2004, p. 2), “a tutoria como método
nasceu no século XV nas universidades, onde foi usada como orientação de caráter religioso
aos estudantes, com o objetivo de infundir a fé e a conduta moral”. Posteriormente, no século
XX, o tutor assumiu o papel de orientador e acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é com
esse mesmo sentido que foi incorporado aos atuais programas de educação a distância.
A atuação dos tutores nos cursos de EAD é um dos principais pontos de reflexão
deste artigo. Atualmente, a formação de tutores é um grande desafio para a modalidade a
distância, na medida em que esse profissional tem ganhado maior relevância por parte de cada
vez mais autores, que salientam sua importância para o sucesso dos cursos de EAD.
Este trabalho pretende, a partir de pesquisas teóricas, ressaltar a importância dos
tutores na EAD, reforçando quais são as funções que eles exercem nessa modalidade e que
proximidade mantêm com as funções desempenhadas por um professor. Por isso, levantamos
questões como “O tutor seria um orientador acadêmico?” e “Já que os tutores são tão
importantes para os cursos em EAD, existe por parte dos gestores desses cursos preocupações
quanto à formação e capacitação desses profissionais?”.

2 O HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O objeto de pesquisa deste artigo concentra-se em analisar e fundamentar a função


do tutor na educação a distância, a fim de valorizar o trabalho desse profissional e também
dessa modalidade de educação, que, para alguns, não é a ideal, mas, para outros, uma
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oportunidade de inclusão educacional. No entanto, antes de discorrer sobre o tema, torna-se


necessário apresentar um levantamento histórico sobre a EAD, assim como discorrer sobre o
uso da tecnologia e o crescimento dessa modalidade no Brasil, o que proporcionou maior
conhecimento e interação sobre o contexto em que esse profissional atua.
A modalidade de EAD, surgida no século XIX, é vista atualmente como uma
modalidade educacional nova, que possibilita o uso de recursos tecnológicos avançados, e
apresenta-se como uma promissora metodologia de ensino e aprendizagem. Muitos autores
creditam a países como França, Espanha e Inglaterra o início e a difusão da EAD para o
mundo, pois, diferente do Brasil, o sistema educacional dessas nações não dependia nem era
controlado pelo Governo. Assim, livres de um controle centralizador, esses países puderam
inovar e desenvolver estratégias de ensino que pudessem atender às necessidades regionais.
Data do final do século XIX a existência de algumas instituições europeias e
americanas que começaram a ofertar cursos por correspondência, restritos a atividades
técnicas e que não estavam diretamente ligados a uma formação mais acadêmica. Em parte,
esse fato acabou por criar uma falsa impressão de que os cursos a distância serviam apenas
para atender à parte da sociedade que por questões econômicas e sociais não podiam cursar
uma faculdade.
Uma das primeiras experiências ocorridas com a educação à distância que se
assemelhava a um curso acadêmico foi um curso de contabilidade a distância, ofertado em
1833 na Suécia. Anos mais tarde, outras experiências ocorreram em países como Inglaterra,
Alemanha e Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, dois importantes exemplos dos primórdios da EAD foram o
surgimento, em 1882, de um primeiro curso universitário de EAD na Universidade de
Chicago, que enviava seus materiais de apoio por correio, e a criação, em 1906, da Calvert
School, em Baltimore, primeira escola primária que oferecia cursos por correspondência.
No final dos anos 60, a Inglaterra criou a primeira universidade baseada nos
conceitos de EAD que vivenciamos hoje, a Open University, que, em uma história de 35 anos
de existência e trabalho, graduou milhões de pessoas utilizando diversos recursos de
comunicação e tecnologia, tornando-se exemplo e referência às várias universidades abertas
que surgiram em países como Turquia, Nova Zelândia, Índia e Holanda.
Países como Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Canadá utilizaram a EAD
como meio de garantir a educação de populações dispersas por vários territórios e
incapacitadas, pelo rigoroso frio, de se locomoverem aos grandes centros para prosseguir seus
estudos. O Canadá foi o primeiro desses países a utilizar satélites de telecomunicações para
programas de educação, investindo na formação de professores e especialistas e garantindo
altos níveis de educação básica.
Na década de 60, começaram a surgir na América Latina algumas instituições que,
seguindo o padrão europeu, criaram cursos a distância feitos por correspondência. A EAD
fortaleceu-se ainda mais com a criação de materiais de suporte, como apostilas, cartilhas,
livros e guias. Na década de 70, a televisão e o rádio passaram a fazer parte desses materiais
de apoio e foram considerados excelentes ferramentas. Anos mais tarde, surgiram os vídeos,
as fitas cassetes, os CD-rooms e a internet, complementando ainda mais o conjunto de
materiais de apoio de que a EAD pode se utilizar.
Quanto ao início da EAD no Brasil, existiam, no final do século XIX, algumas
instituições norte-americanas que pretendiam investir nesse promissor modo de aprender no
Brasil. No entanto, a precariedade dos serviços postais brasileiros na época e o preconceito
social atribuído a essa iniciativa fizeram com que essas instituições desistissem de iniciar seus
cursos no país.
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Passados alguns anos, novas tentativas de implantação do EAD surgiram com os


ideais de Edgar Roquete Pinto e de Henry Morize, que fundaram, em 1923, a Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro, dando início aos programas radiofônicos educativos.
Em 1939, foi fundado, por Nicolas Goldberger, o Instituto Radiotécnico Monitor,
que lançou cursos na área de eletrônica por correspondência com o objetivo de formar
profissionais técnicos em conserto de rádios. Seguindo o mesmo estilo, em 1941, surgiu em
São Paulo o Instituto Universal Brasileiro, fundado pelos irmãos Jacob e Michael Warghaftig,
que oferecia formação profissional nos níveis básico e médio. Vale ressaltar que ambas as
iniciativas alcançaram resultados positivos e existem até hoje.
Em 1943, outra grande instituição surgiu com o propósito de formar e educar
profissionais a distancia, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que criou,
em 1950, na cidade de São Paulo, a Universidade do Ar, abrangendo 318 localidades entre os
estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e utilizando o rádio como ferramenta de ensino,
levando conhecimento a pessoas que não sabiam ler nem escrever. A Universidade do Ar
oferecia aulas temáticas sobre assuntos de interesse comum. Para a realização dessas aulas, foi
criada uma rede de emissoras, como a Rádio Tupi de São Paulo e a Rádio Difusora de Ondas
Curtas. Os materiais de apoio eram enviados por correio e as aulas eram ministradas ao vivo
para os alunos ouvintes com a presença dos professores na rádio-sede.
Dessa forma, durante anos, a EAD foi utilizada para capacitar profissionais menos
qualificados e de pouco poder aquisitivo, oferecendo cursos profissionalizantes e outros que
se limitavam a garantir um reforço escolar. Em 1970, um projeto rádio-educativo foi criado
pelo Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação e Cultura, o Projeto
Minerva, caracterizado com uma alternativa ao sistema tradicional e formal do ensino, que
oferecia uma suplementação de estudos, revisando e reforçando conteúdos escolares. A
criação desse projeto foi possível devido a um decreto presidencial que determinava a
transmissão de programação educativa em caráter obrigatório por todas as emissoras de rádio
do país.
No final da década de 70 e início dos anos 80, surgiram com uma proposta
semelhante a do Projeto Minerva, os telecursos de 1º e 2º graus, com o apoio da Fundação
Roberto Marinho (Rede Globo de TV) e convênio com a Fundação Padre Anchieta (TV
Cultura de São Paulo).
O uso de aparelhos de TV permitiu que outras iniciativas surgissem. Nesse sentido,
programas destinados à formação de professores foram oferecidos com o propósito de motivar
e repensar a prática cotidiana de sala de aula, capacitando e formando professores em nível de
2º grau. Esses cursos foram se adaptando à realidade dos professores e, em 1992, o Governo
Federal lançou o Programa de Valorização do Magistério, com o objetivo de ampliar e
atualizar os cursos já oferecidos, que passaram a utilizar recursos mais tecnológicos como
internet, videoconferências entre outros. Nesse sentido, o surgimento e a utilização das novas
tecnologias de comunicação e informação fizeram com que a década de 90 fosse o marco da
consolidação da EAD como modalidade de ensino.
Ainda em 1992, com apoio do Governo Federal, foi lançada a TV Escola, com o
objetivo de aperfeiçoar e atualizar os professores das redes públicas de ensino, capacitando
aqueles que tinham problemas em frequentar aulas presenciais por causa da falta de tempo e
das distâncias geográficas.
O avanço da informática e das telecomunicações, assim como o surgimento da
internet, fez com que a EAD se renovasse e abrangesse cursos de níveis diferenciados, como
os de graduação superior e pós-graduação em diferentes níveis de conhecimento.
Nesse contexto, com inúmeras propostas educacionais a distância surgindo, o
Governo Federal criou, em 1996, uma legislação própria, a fim de regulamentar a EAD e
propiciar o credenciamento de instituições públicas e privadas aptas a lançar cursos nessa
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modalidade. Assim, as bases legais para a EAD no Brasil foram estabelecidas pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996),
regulamentada pelo Decreto 5.622 de 19 de dezembro de 2005.
A lei 9.394/96 assegura aos jovens e adultos que não puderam concluir sua vida
escolar em idade regular o direito de prosseguir seus estudos por meio da educação a
distancia. Cabe ressaltar a participação do Poder Público no incentivo ao desenvolvimento e
veiculação de programas de ensino a distância e de educação e capacitação de professores,
assim como a regulamentação dos requisitos para a realização de exames e registro de
diplomas relativos aos cursos de educação a distância.
Além disso, cabe ao Poder Público a concessão de canais com finalidades
exclusivamente educativas e o provimento de custos de transmissão em canais comerciais de
radiodifusão sonora e de sons e imagens, entendendo que a educação a distância necessita de
um tratamento diferenciado ao do ensino regular.
Tratando a EAD como modalidade educacional, as relações de ensino e
aprendizagem entre alunos e professores devem ocorrer como nos outros sistemas
educacionais formais. Dessa forma, a EAD prevê a obrigatoriedade do momento presencial,
seja nas avaliações dos alunos, nos estágios, nas apresentações ou nas defesas de trabalhos de
conclusão de curso.
Em um parecer geral dessa lei, percebe-se a preocupação por parte dos órgãos
federais quanto à qualidade dos cursos oferecidos em EAD no que tange ao credenciamento
de instituições que ofertam essa modalidade, assim como a autorização, a renovação e o
reconhecimento dessas instituições.
Desse modo, a quantidade de oferta não pode vir desprovida de qualidade, pois,
mesmo tendo em nossa época uma diversidade maior de meios e tecnologias à disposição, de
nada adiantará ao estudante e a sua formação integral se os métodos e meios não passarem por
uma sistematização criteriosa dos órgãos públicos responsáveis.
Grandes conquistas ocorreram e trouxeram à modalidade a distância maior
valorização e, consequentemente, maior procura. As novas tecnologias surgidas no século XX
aproximaram regiões e possibilitaram maior interação entre professores e estudantes,
contribuindo de forma positiva para o crescimento e a difusão dessa modalidade.
O desenvolvimento da tecnologia permite a criação e o enriquecimento de novas
propostas em EAD, proporcionando maior agilidade no estudo de conteúdos, na confecção de
projetos educacionais virtuais, na interatividade, na socialização de saberes e também pessoas
e na participação simultânea dos agentes envolvidos, como professores, tutores e alunos.
No entanto, mesmo com a legalidade e a supervisão das autoridades governamentais
e dos esforços de várias instituições, ainda existe resistência e questionamentos quanto à
qualidade do ensino a distância, a aceitação de diplomas dessa modalidade no mercado de
trabalho e à desistência ou abandono da continuidade dos estudos de alguns alunos
matriculados, de quem são exigidos disciplina e organização do tempo dedicado ao estudo.
Além desses fatores que ameaçam a popularização da EAD, existe ainda as dificuldades por
parte de alguns estudantes em lidar com as novas tecnologias e o analfabetismo virtual.
Mesmo com dificuldades e obstáculos, a EAD continua a fazer parte do cotidiano de
muitas pessoas, tomando força, ampliando seu campo de atuação e levando o conhecimento a
parcelas cada vez maiores de pessoas, em diferentes áreas de trabalho, pesquisa e culturas.
Além disso, a educação a distância tem se tornado uma ferramenta ágil e barata no
treinamento e na capacitação de funcionários, consolidando a educação a distância
corporativa.
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3 A ATUAÇÃO DO TUTOR EM EAD

A educação a distância pode ser entendida como a modalidade educativa que


possibilita aos estudantes desenvolver habilidades para que sejam capazes de construir seus
próprios conhecimentos, com liberdade de criar novas formas de aprender e entender,
apoiados por recursos tecnológicos. No contexto dessa modalidade, compreende-se que estar
distante não é estar ausente e em repouso, mas sim estar atento e pronto a interagir com o
novo, estabelecendo outras formas de contato e comunicação.
O perfil do estudante em EAD exige dele uma atitude sistemática no ato de aprender
e estudar. Ele tem autonomia de decidir seus horários e métodos e esse estudo autônomo
parte, muitas vezes, da leitura e do entendimento dos materiais (impressos ou postados na
internet) que lhe são ofertados. A partir daí, o estudante inicia seus estudos sobre o que é
proposto e produz suas tarefas e atividades de acordo com o tempo previsto.
Ao contrário do que se possa imaginar, o estudante da modalidade a distância não
está solitário. Surgem em torno dele atores que o auxiliarão nesse processo, acompanhando e
supervisionando suas ações. Nesse grupo, estão os professores especialistas/pesquisadores
responsáveis em organizar o material didático básico para a orientação do aluno. Junto a eles
está também toda a equipe técnica que o auxilia na produção do material, como revisores de
texto, técnicos em informática, designers gráficos e também a equipe de coordenação e
orientação pedagógica do curso.
Alguns autores afirmam que o ato de aprender de um aluno na modalidade a
distância nem sempre é autodirigido, livre de interferências. Nesse sentido, um estudante
adulto pode muito bem dar conta de suas responsabilidades profissionais e pessoais, mas
quando está na posição de estudante isso nem sempre vem de forma natural. Seu interesse em
estudar e conhecer deve vir de um anseio próprio ou de uma necessidade profissional, mas sua
maturidade de vida não dispensa a presença de alguém que o estimule a prosseguir e oriente
melhores caminhos para se apreender determinados conhecimentos. Acompanhar o percurso
do estudante significa: saber como ele estuda, que dificuldades apresenta, quando busca
orientação, se há relacionamentos com os colegas para estudar, se consulta bibliografias de
apoio, se realiza as tarefas e exercícios propostos e se é capaz de relacionar teoria e prática
(NEDER, 2000).
Segundo o contexto da EAD, o estudante, na maioria das vezes, não estabelece
contatos físicos com o professor especialista. Assim, faz-se necessário a presença de um
orientador, alguém habilitado em observar e ajudar na condução da trajetória de conhecimento
desse aluno. Cria-se, portanto, um novo conceito, um novo profissional e, consequentemente,
um novo papel no ato de educar: o tutor.
Esse novo educador é um facilitador da aprendizagem e tem como uma de suas
principais funções possibilitar a mediação entre o professor especialista, o estudante, o
material didático do curso e as atividades práticas.

A tutoria pode ser entendida como uma ação orientadora global chave para articular
a instrução e o ato educativo. O sistema tutorial compreende, dessa forma, um
conjunto de ações educativas que contribuem para desenvolver e potencializar as
capacidades básicas dos alunos, orientando-os a obterem crescimento intelectual e
autonomia e para ajudá-los a tomar decisões em vista de seus desempenhos e suas
circunstâncias de participação como aluno (SOUZA, et al, 2007, p. 2).

O trabalho de tutoria é assessorado pelos professores especialistas e coordenadores


do curso quanto aos estudos e discussões dos conteúdos abordados nos materiais didáticos.
Assim, o tutor, segundo Peters (2001), é uma peça indispensável no processo de orientação
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dos alunos de um curso a distância. É ele quem, aos poucos, deve fazer com que os alunos
percebam o quanto o trabalho colaborativo pode ajudar o processo de ensino e aprendizagem.
Sobre o surgimento desse profissional, Preti (apud SILVA, 2008, p. 44) relata que

A figura do tutor no campo acadêmico surgiu ao final do século XV, no interior de


universidades inglesas como Oxford e Cambridge, que buscaram um sentido no
campo jurídico para o tutor: função de tutelar, proteger o menor, administrar seus
bens até alcançar a maioridade.

Assim, a função do tutor seria de assessorar grupos de alunos, de modo


individualizado, cuidando de seu comportamento e de seus estudos, sempre sobre a
coordenação do professor titular.
No século XIX, em virtude da eficácia desse modelo de apoio à aprendizagem, o
tutor passou a ser institucionalizado nas universidades e a fazer parte da composição do
quadro docente. Esse fato influenciou a concepção implementada nos cursos a distância de
diversas universidades sobre o trabalho tutorial e a importância do tutor como sujeito
facilitador da aprendizagem.
Apesar de a modalidade a distância estar evoluindo cada vez mais e abrangendo
vários níveis de educação no Brasil, o termo “tutoria” e “tutor” são recentes no âmbito
educacional brasileiro em EAD. Exemplos dessa ação começaram a aparecer somente neste
século, em relatos, pesquisas e estudos de profissionais envolvidos na área do ensino a
distância. As funções e características da personalidade desse “novo” educador e sua atuação
nos cursos a distância são objetos de estudos de pesquisadores como Azevedo (2008), Neder
(2000), Oliveira (2003), Silva (2008), entre outros.
Umas das pesquisas mais atuais e utilizadas como um dos aportes neste artigo é a de
Marinilson Barbosa Silva, que, em sua tese de doutorado “O processo de construção de
identidades individuais e coletivas do ser-tutor no contexto da educação a distancia, hoje”
(UFRGS), investiga autores como Arnaiz e Aretio e suas teorias sobre o tema aqui
investigado, ou seja, a atuação dos tutores em cursos presenciais.
Apesar de as pesquisas dos dois autores não serem especificamente relacionadas à
tutoria na modalidade a distância, elas se encaixam no contexto deste artigo, fazendo entender
que os cursos ofertados a distância possuem tutores presenciais (quando possuem modalidade
semipresencial) e tutores a distância, sujeitos que apresentam características e exercem
funções semelhantes às descritas a seguir por autores como Arnaiz e Aretio.
Para Arnaiz (apud SILVA, 2008), o professor-tutor é um profissional de ensino que
atua como um orientador da aprendizagem, um dinamizador da via socioafetiva, orientador
pessoal, escolar e profissional dos alunos. A partir de seus estudos com alunos do ensino
médio e seus tutores, o autor aponta três dimensões de qualidades que o “ser tutor” precisa ter:
1) qualidades humanas, ou seja, ter empatia, maturidade intelectual e afetiva, sociabilidade,
responsabilidade e capacidade de aceitação; 2) qualidades científicas, ou seja, conhecimento
de elementos pedagógicos e didáticos que o auxiliarão no convívio com seu aluno e no trato
com cada um individualmente, e 3) qualidades técnicas do “saber fazer tutoria”, ou seja,
trabalhar com eficácia e em equipe, envolvendo-se nos projetos e programas criados em prol
da formação de seus alunos.
Aretio (apud SILVA, 2008), em suas pesquisas sobre o perfil de um tutor, destaca
três qualidades essenciais da boa ação tutorial, que apresentam similitudes com as ressaltadas
por Arnaiz: 1) cordialidade (capacidade de fazer com que o aluno sinta-se bem recebido e
respeitado, e sutileza no trato, gestos, expressões, tom de voz etc); 2) aceitação (capacidade de
acolher e aceitar seu aluno e suas dificuldades e problemas, estar sempre presente, fisicamente
ou por telefone e e-mail, e convencimento de que o aluno é visto com respeito e que é
merecedor de atenção), e 3) integridade e autenticidade (atitude honesta e verdadeira sobre as
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expectativas do aluno quanto ao curso e aos conteúdos, não demonstrando saber o que não
sabe e mantendo uma relação de troca, na qual alunos e tutor pesquisam e aprendem em
parceria).
Completando as atuações e funções exercidas pelo tutor, Pereira (apud SILVA, 2008,
p. 43) aponta aspectos que contribuem significativamente para a organização e o
desenvolvimento do trabalho de tutoria: 1) o ambiente de ensino e aprendizagem proposto
define o campo de atuação, a modalidade de tutoria a ser adotada e a natureza de sua atuação;
2) o material didático do curso deve ser utilizado a partir de uma concepção pedagógica que
orienta a tutoria, de modo que se possa, ao longo do processo, detectar suas limitações e
possibilidades; 3) a organização do tempo e do percurso para o trabalho de tutoria; 4) o
reconhecimento do contexto institucional em que os alunos estão inseridos, e 5) o
acompanhamento do processo de aprendizagem baseado na intervenção e auxílio aos alunos
em dificuldades de aprendizagem.
Nesse sentido, a atuação do tutor baseia-se em ter, além de capacidades pessoais e
técnicas, consciência sobre a modalidade em que atua (presencial, online, postal, telefônica).
Além disso, é necessário saber utilizar de forma competente as tecnologias de informação e
comunicação, que, certamente, contribuem para desenvolver competências dos alunos e para
gerar colaboratividade entre o grupo. É o entendimento sobre a estrutura e a dinâmica do
material de apoio a ser utilizado que melhor orientará o tutor no processo de aprendizagem
dos alunos, auxiliando e colaborando em possíveis dificuldades.
Conforme Pereira (apud SILVA, 2008, p. 44), é preciso saber administrar níveis
diferenciados de tempo, rompendo com sua lógica linearizada, e revendo formas de
administrar o tempo de tutoria e o tempo que se compartilha nas instituições em que estão
inseridos como tutores. A autora conclui reforçando o diálogo entre a instituição e a equipe de
tutores, para que, de fato, ocorra um processo de formação significativa para o aluno,
ultrapassando a simples certificação.
Considerando as várias teorias existentes atualmente sobre o trabalho do tutor, o
perfil desse profissional e as caracterizações sobre suas diferentes funções no campo da
educação e, em particular, na modalidade a distância, encontramos semelhanças que
aproximam esse ator às funções desempenhadas por um professor-orientador. Indo além,
como ressalta Silva (2008, p. 47),

O tutor é um facilitador, que ajuda o estudante a compreender os objetivos do curso.


O tutor torna-se um observador que reflete constantemente junto ao aluno a sua
possível trajetória acadêmica, é um conselheiro e também um psicólogo, capaz de
compreender as questões e as dificuldades do aprendiz e de ajudá-lo a responder de
maneira adequada. É também um especialista em avaliação formativa e
administrador para dar conta de certas exigências da instituição.

Autores como Lázaro e Asensi (apud SILVA, 2008, p. 37) definem que

ser tutor é ser professor que se encarrega de atender diversos aspectos que não são
tratados nas aulas. O tutor também é o professor, o educador integral de um grupo
de alunos. A tutoria é uma atividade inerente à função do professor, que se realiza
individual e coletivamente com os alunos em sala de aula a fim de facilitar a
integração pessoal nos processos de aprendizagem; é a ação de ajuda ou orientação
ao aluno que o professor-tutor pode realizar além de sua própria ação docente e
paralelamente a ela.

A partir dessas reflexões, observamos que os conhecimentos, habilidades e


competências atribuídas a um tutor/orientador são iguais aos necessários a um bom professor.
Um bom professor sugere fontes de pesquisa, explica conteúdos, exemplifica, apoia
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resoluções e iniciativas, propõe atividades, instiga a reflexão, orienta seus alunos na trajetória
de novos conhecimentos. Assim, em boa parte dessas ações desenvolvidas pelo docente,
consiste também as funções atribuídas a um tutor. O que difere entre esses dois profissionais
da educação é o contexto em que estão institucionalizados e as demandas pedagógicas lhe são
atribuídas.
No contexto da EAD, notamos o deslocamento dessas demandas e encontramos os
dois atores, professor e tutor, em uma mudança conceitual, outra forma de mediação, não
mais a da educação formal, professor-aluno, mas sim professor-tutor-aluno. No entanto, essa
transferência de conceitos, ou mesmo troca de palavras, não acarreta perda a nenhum dos
educadores envolvidos, mas sim ganhos e trocas, uma forma colaborativa de se trabalhar em
prol da formação acadêmica dos alunos.
Segundo Azevedo (2008, p. 24),

aprender a fazer orientação acadêmica é aprender a ser educador-orientador


acadêmico e encarar o ofício com interesse, para transformar conteúdos nem sempre
facilmente digeríveis em apetitosos pratos, que encantem os olhos e encham de
desejo o educando.

A autora ressalta ainda que uma aula, sendo o ambiente ou o espaço em que ocorre a
aprendizagem a distância é resultado de um trabalho de equipe, em que os principais
envolvidos (professor, tutor e aluno) procuram, em conjunto, atingir os objetivos com
corresponsabilidade, participação, respeito e bastante diálogo. É importante lembrar também
que, nesse novo cenário, a figura tradicional do aluno passivo à recepção de informações
desaparece e dá lugar ao aluno que busca ampliar seus conhecimentos e procura estar a par
dos vários recursos de estudo que são ofertados nessa modalidade.
Nesse tipo de relação estabelecida em EAD, visualizamos a função do tutor como a de
um professor orientador. Machado (2004, apud SILVA, p. 38) destaca que “a ideia de guia, de
orientador é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor em EAD”.
Enquanto o professor organiza e transmite os conteúdos a serem pesquisados, o tutor, ciente
desses conteúdos, concentra-se na orientação do processo de aprendizagem de seus alunos. É
nesse fato que se concentra a relevância da atuação do tutor em EAD, pois ele é o sujeito que
promove e estimula o estudo autônomo do aluno e constantemente o assessora e o aconselha,
compreendendo, de um lado, os objetivos propostos no trajeto do curso e, de outro, as
necessidades dos alunos e seus respectivos interesses.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste artigo, procuramos descrever, de forma sucinta, quais são as


funções atribuídas a um tutor em educação a distância, procurando ressaltar sua ação a partir
de fundamentações teóricas de diversos autores e pesquisadores. Na pesquisa e
fundamentação desse tema, concluímos que os tutores possuem e exercem características
próximas das funções desempenhadas por um professor.
O fato que os difere concentra-se no contexto em que estão inseridos. Na modalidade
a distância, o tutor cumpre um importante papel que dialoga entre o que o curso e o professor
propõem e, como isso se procede na formação do aluno, também as conquistas e os resultados
positivos e negativos do aluno advêm da participação ativa do tutor. Também
compreendemos, a partir das reflexões de diversos autores, que as funções de um tutor
enquadram-se no papel de um orientador acadêmico.
Este artigo tem como proposta refletir sobre o papel do tutor no complexo e também
recém-explorado teoricamente campo educacional em que se situa o ensino a distância, haja
vista que esse profissional surgiu tempos depois que os cursos em EAD surgiram em nosso
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Volume 6, Número 22, Fevereiro de 2010

país. No entanto, considerando a diversidade de autores e pesquisadores apresentados neste


artigo, percebemos a complexidade de conceitos e caracterizações sobre as diversas funções
do tutor e a responsabilidade acatada à tutoria no campo da EAD. Assim também muitos
outros autores relatam a importância e o cuidado que instituições dessa modalidade devem ter
quando elaboram o quadro das equipes que irão atuar em seus cursos.
E no que diz respeito à ação tutorial, Oliveira (2002, apud SILVA, 2008) afirma que
sobre os modelos de tutoria que estão sendo implementados em algumas universidades
brasileiras, na maioria dos projetos há uma preocupação em definir linearmente as funções
dos tutores. Enfatiza-se fortemente a busca por uma estrutura administrativa e econômica de
tutoria que seja “melhor e mais eficiente” em vez de buscar compreender com maior
profundidade as implicações do tutor.
Compartilha da mesma preocupação Silva (2008), que, a partir do momento em que
não se definem as identidades desse profissional, termina por construir uma visão
“prescritiva” do que é ser tutor e de seu trabalho de tutoria. Dessa forma, em alguns projetos
educativos, ação tutorial resume-se a atividades encontradas como um passo a passo, um
manual de instruções a serem executadas com tempo e espaço já determinados.
Além disso, transcrevendo o que reflete o autor,

a EAD compreende sistemas extremamente complexos, uma vez que existem


categorias, coordenações e supervisões que diferenciam e hierarquizam o sistema de
tutoria (professor, monitor, bolsista, tutor presencial, tutor virtual, tutor eletrônico
etc), predominando uma visão do tipo empresarial de ensino (SILVA, 2008, p. 48).

Concluindo, a forma de pensar o papel do tutor, refletida neste artigo, propõe que
esse profissional tenha por parte dos envolvidos no campo da EAD uma formação de fato
mais significativa, haja vista a importância de sua função. Necessita-se, portanto, repensar os
projetos atuais, propondo que cada instituição na modalidade EAD busque construir um
modelo tutorial que atenda às especificidades locais e regionais, visando à construção de um
ambiente adequado de trabalho, melhores salários, maior tempo de estudo e preparação desse
profissional para que sua ação educativa seja absorvida e bem aproveitada pelo aluno,
trazendo novos sentidos e significados que contribuirão para o sucesso de sua vida acadêmica,
profissional e pessoal.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Adriana Barroso de. Tutoria em EAD para além dos elementos técnicos e
pedagógicos. Palestra apresentada no III Seminário EAD – Ufes – Formação de professores,
tutores e coordenadores de polos para UAB. 22 a 24 set. 2008.

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EAD. Trabalho apresentado no XI Congresso Internacional da Abed, Salvador, 7 a 9 de
setembro de 2004. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/022-TC-
A2.htm>. Acesso em: 21 abr. 2008.

NEDER, M. L.C. A orientação acadêmica na educação a distancia: a perspectiva de


(re)significação do processo educacional. In: PRETI, O. Educação a distância: construindo
significados. Brasília: Plano, 2000.

OLIVEIRA, Gleyva Maria S. de. O perfil de tutoria nos projetos de cursos a distância
voltados para a formação de professores do ensino fundamental. Cuiabá: Nead/UFMT,
2002.
Colabor@ - Revista Digital da CVA - Ricesu, ISSN 1519-8529
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PETERS, O. Didática do ensino a distância. São Leopoldo (RS): Unisinos, 2001.

PRETTI, Oresti. Educação a distância: inícios e indícios de um percurso. Cuiabá: Nead/IE-


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SILVA, Marinilson Barbosa. O processo de construção de identidades individuais e


coletivas do ser-tutor no contexto da educação a distância, hoje. Tese de doutorado –
Programa de Pós-graduação em Educação, UFRGS, Porto Alegre, 2008.

SOUZA, Carlos Alberto de; SPANHOL, Fernando José; LIMAS, Jeane Cristina de Oliveira;
CASSOL, Marlei Pereira. Tutoria na educação a distância. Trabalho apresentado no XI
Congresso Internacional da Abed, Salvador, 7 a 9 de setembro de 2004. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso 2004>. Acesso em: 15 mar. 2008.

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