ESTUDO PRELIMINAR DE CRESCIMENTO DE GRÃO

NA LIGA 6061 NO ENVELHECIMENTO ARTIFICIAL

Paulo Monteiro da Cunha Neto1, Júlio César Dutra2
1,2
Centro Universitário FEI
paulinho_n@hotmail.com, jdutra@fei.edu.br

Resumo: A cinética de crescimento de grão foi
avaliada na liga 6061 por intermédio de tratamentos de
envelhecimento em diferentes temperaturas e tempos.
Houve considerável dificuldade na preparação
metalográfica das amostras; não obstante, foi possível a
obtenção do tamanho médio de grão em alguns tempos
para a temperatura de 400oC. Os valores das constantes
de Burke [1] foram obtidos: K=39,24 m.s-n e n=0,0341.
determinados. Nota-se que quanto maior o tempo de
tratamento, maior é o tamanho médio de grão. Um
exemplo da microestrutura atacada pode ser visto na
Figura 2.
Figura 1 – Evolução do tamanho médio de grão com o
tempo para o tratamento de envelhecimento a 400oC.

1. Introdução
O crescimento de grão é um fenômeno termicamente
ativado e possui como potencial termodinâmico a
diminuição na energia livre associada à presença de
contornos. Algumas ligas de alumínio têm de ser
tratadas por solubilização e envelhecimento de modo a
terem sua resistência aumentada
O presente trabalho investiga a cinética de
crescimento de grão em uma dessas ligas, procurando
avaliar o efeito da precipitação na cinética de
crescimento de grão, essa última podendo ser descrita Figura 2 - Micrografia revelando contornos de grão por
pela equação de Burke: meio da solução de NaOH e K4[Fe(CN)6].
D  Kt n (1)
onde D é o tamanho médio de grão, em m, t é o tempo,
em s, n é o expoente do tempo e K é a constante que
depende da temperatura, dada por:
Q
K  K 0 exp(  ) (2)
RT
onde K0 é o fator pré-exponencial, com as mesmas
unidades de K, Q é a energia de ativação para a
ocorrência do fenômeno, em J.mol-1, R a constante geral
dos gases, 8,314 J.mol-1.K-1 e T é a temperatura absoluta,
em K.
4. Conclusões
O estudo permitiu concluir que o tamanho médio de
2. Metodologia grão aumenta com o tempo para a temperatura estudada,
O trabalho é uma continuação de projeto de iniciação além de a técnica de preparação e ataque ter sido
científica anterior [2], que avaliou a evolução da dureza estabelecida.
das amostras ao longo dos tratamentos de
envelhecimentos, feitos nas temperaturas de 170, 200 e
5. Referências Bibliográficas
[1] J. E. Burke. Recrystallization and Grain Growth.
400°C por 3, 9, 27, 81, 243, 729 e 2187 minutos. Nesse
Progress in Metal Physics. v. 3, p. 220-292, 1952.
trabalho, as amostras foram preparadas por lixamento
mecânico enquanto o ataque químico foi feito com uma [2] J. G. Hara; J. C. Dutra. Relatório Final de Iniciação
solução contendo 10 g de NaOH e 5 g de K4[Fe (CN)6] Científica. 45p. 2014.
em 100 mL de água destilada. Por conta da considerável
dificuldade na preparação e ataque das amostras, Agradecimentos
somente parte das amostras dos experimentos foi Ao Centro Universitário da FEI, pelo financiamento
avaliada. do projeto de iniciação científica e bolsa de estudos
3. Resultados assim como ao laboratório de materiais pelo seu pessoal
A Figura 1 mostra a evolução do tamanho médio de e equipamentos para a execução do projeto.
grão das amostras preparadas e caracterizadas por
estereologia quantitativa. O método de regressão linear ¹Aluno de IC pelo Centro Universitário da FEI
2
pelos mínimos quadrados foi utilizado e permitiu que os Professor Doutor do Departamento de Materiais do
valores de K=39,24 m.s-0,0341 e n= 0,0341 fossem Universitário da FEI