Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
R.A.: 8342538
Bacharelado em Música
Obra escolhida:
A Grande Páscoa Russa
Inicia-se com um tema Lento Místico em 5/4, apresentado pelas madeiras e cordas graves
(violoncelos e contrabaixos) bem rítmicas (em pizzicato) e que reaparecerá futuramente em um 2/2
Allegro Agitato. É uma peça com temas introspectivos mas que também passeia por motivos
jocosos, rítmicos e marciais, com algumas mudanças súbitas de tema e de andamento. Conta com
solos para violino (cadência), flauta, violoncelo, trombone (recitativo) e clarinete.
Quanto à instrumentação, foi escrita para uma orquestra romântica, grande, com as seções de
cordas (vl1, vl2, vla, vlc e cb), madeiras dispostas em 3 flautas (uma trocando com flautim), oboés,
clarinetes (em dó) e fagotes a 2. Metais com quatro trompas em Fá, 2 trompetes em Sib, 3
trombones (o terceiro sendo trombone baixo) e tuba. A percussão com 3 tímpanos afinados em A
(Dominante), D (Tônica) e G (fundamental da Subdominante), glockenspiel, triângulo, prato,
bumbo e tamtam. Conta ainda com a presença de uma harpa.
Dentre as diferentes gravações dessa peça, as que mais me chamam atenção são a de dois
maestros russos, Vasily Petrenko com a Oslo Philharmonic Orchestra
(https://www.youtube.com/watch?v=E0Tu51CC66I) e a de Valery Gergiev com a Mariinsky
Orchestra (https://www.youtube.com/watch?v=hbDYtAHTQoE), que dá uma cara bem diferente à
obra, se comparada sua interpretação com a de Petrenko. Essas diferenças interpretativas me fazem
tomar consciência das possíveis escolhas de um maestro para a execução de determinada obra, além
de permitir pensar outras alternativas interpretativas durante a análise e o estudo ao piano, e como
transmiti-las à orquestra, em relação às ideias musicais, equilíbrio das linhas e vozes, andamento,
agógica, mudanças de andamento e gestual adotado. Sobretudo, Gergiev exemplifica bem como é
possível transmitir ideias musicais fugindo do tradicional sem perder a unidade da música,
permitindo uma performance mais livre, evidenciando que a música está dentro de sua cabeça, não
só na partitura.