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jk

Olá! Tudo bem com vocês?


Se você está lendo esse e-book é porque de
alguma forma você quer saber ou ficou curiosa ou
curioso sobre o universo da Adoção e da
Parentalidade Resiliente.
Este e-book se divide em duas partes.
Na primeira compartilho com você as principais
informações sobre o processo de adoção e te levo
a importantes reflexões na prática desta forma de
ser familia.
Na segunda parte te falo sobre como podemos
estimular nossos filhos a desenvolver resiliência
para poder ressignificar a própria história, ou seja,
te ajudo a entender o que é ter filhos resilientes.
Eu estudo o constructo da resiliência há mais de 11
anos, por meio da minha graduação, mestrado e doutorado.
Com a minha experiência como pesquisadora, psicóloga e
mãe de quatro filhos por meio da adoção, acredito que você
está no caminho certo para aprender a desenvolver a sua
resiliência e dos seus filhos.

Neste e-book te ofereço um pouco da teoria e estratégias de


como desenvolver práticas para promover resiliências
importantes para superar as adversidades que seu filho vai
encontrar. Seja na adaptação em uma nova família, seja para
administrar seus comportamentos, sentimentos, desejos e
sonhos.
Antes de te apresentar o universo da resiliência que tal
nos conhecermos melhor?

Então deixe eu começar contando a você um pouco da


minha história...

Eu nasci em uma família de baixa classe média, mãe


“sacoleira” e pai taxista. Sou a filha do meio, de um grupo de
três irmãs. Não tive a oportunidade de ter uma escolarização
de qualidade, mas isso não me impediu de chegar ao
Doutorado em uma das melhores universidades do mundo, a
Universidade do Porto e na melhor da América Latina, a USP
de Ribeirão Preto.
Mas, a minha história de mobilidade educacional que
aconteceu por meio da resiliência emocional e educacional
eu te conto em outro e-book (Desafios Escolares) que em
breve estará disponível.

Aqui quero te mostrar caminhos para desenvolver


Resiliências em seu filho, e para isso, é necessária uma
Parentalidade Resiliente.

Mas Lú, o que é Parentalidade Resiliente?

Neste e-book te apresento de forma mais geral este


conceito. Refere-se a uma parentalidade sensível às
necessidades e adversidades que não contribuem para um
bom desenvolvimento. Para isso, oferece e fortalece fatores
de proteção internos e externos que possam contribuir para
adaptação ou superação dos desafios no contexto familiar.
As situações desafiadoras podem ser a adaptação a
uma nova família, os desafios escolares, os problemas
emocionais ou mentais. Problemas que geram conflitos,
estresse como: baixa motivação para os estudos, falta de
organização e higiene, fazer xixi na cama que são os mais
simples. Como também situações mais complexos como:
automutilação, problemas com drogas, TOD, depressão,
TOC, fobias, entre outros.

Difícil definir o que é simples ou complexo, pois dependendo


do contexto essas adversidades podem se transformar em
algo muito “desafiador” pra não dizer um pesadelo.
.

Tive um pai muito firme e uma mãe pouco afetuosa.


Não os culpo pela falta de equilíbrio em sua forma
de educar, os tempos eram outros. As informações
não estavam acessíveis a todos. O modelo de
educação era moldado no autoritarismo, na falta de
diálogo e sensibilidade com os sentimentos. Hoje
podemos educar com firmeza e gentileza na mesma
medida em que podemos promover resiliências.

Não é fácil compartilhar estas memórias, pois no


começo da minha maternagem, fui levada a repetir
o mesmo modelo dos meus pais. Por meio de
estudos percebi que “todo” aquele modelo estava
errado. Que teria que quebrar aquele ciclo a partir
de mim.

Muitos de nós ainda não entendeu essa mudança


necessária e sem volta que a educação positiva nos
oferece.
Que de forma simplificada é uma educação baseada no
respeito, na firmeza, no afeto e sem violência, seja ela física
ou psicológica.

Se você se sente também neste lugar de mudança, você


não está sozinha/sozinho. Estamos juntos. E aqui, eu te
apresento que ser resiliente me ajuda a te auxiliar a não
desistir de seguir em frente, de modificar comportamentos e
ressignificar a própria história e a vida.

Ensinar nossos filhos a serem resilientes é um dos


maiores desafios da parentalidade, na minha opnião, mas
também o maior legado. Vivemos em uma geração onde os
filhos não possuem três caracteristicas importantes para uma
vida bem sucedida e para ser resilientes, que é ter: paciência,
perserverança e propósito.
Quando não se possui essas características é difícil
desenvolver capacidade de adaptação, flexibilidade e habilidade
de manter-se equilibrado perante situações desafiantes e
estressantes.

A boa notícia é que a resiliência pode ser desenvolvida em


qualquer momento da vida. Então hoje você pode decidir educar
seus filhos para a resiliência. Assim, você estará desenvolvendo
características importantes para sua vida.

A depressão, o suicídio, o envolvimento com álcool, drogas,


os comportamentos desadaptativos, dentre outros, podem estar
associados à baixa capacidade de resolver, suportar e superar
os problemas da vida.

A resiliência na parentalidade pode ajudar a evitar muito


destes comportamentos, para isso é necessário desenvolver
vários fatores de proteção, alguns deles serão ensinados neste
e-book.
O modo como os filhos reagem diante dos desafios
depende em grande parte da forma como seus pais os
ajudaram a desenvolver as atitudes e habilidades da
resiliência.

Ao entrar na Psicologia me apaixonei desde o princípio


pela Psicologia Positiva, pesquisei muito sobre ela, escrevi
artigos, livro, capítulos de livro, como também apresentei
pesquisas sobre os aspectos sociocognitivos presentes nas
pessoas que superam seus traumas, suas dificuldades,
sempre direcionada a área do desenvolvimento positivo, das
virtudes, das forças e fortalezas pessoais.
Entretanto, o divisor de águas, na minha vida se
chama resiliência. Compreendi o sentido desta palavra por
meio da espiritualidade, das vulnerabilidades e da ciência.
Dentro deste constructo se encontram todas as forças que
precisamos desenvolver, ampliar, cultivar para seguir em
direção aos nossos objetivos.

Depois que conclui o doutorado percebi que não deveria


ficar com todo este conhecimento guardado ou aplicado
apenas na minha família.

À medida que nossos filhos desenvolvem a resiliência,


eles passam a acreditar que podem alcançar seus objetivos
por meio de esforço, criatividade, fé, imaginação,
conhecimento e habilidade.
Eles passam a entender que precisam alimentar algo
dentro de si como a autoestima, a satisfação com a vida, a
autoeficácia [...], como também precisam alimentar e
fortalecer ações extensas que favorecem o
desenvolvimento da resiliência como manter amigos,
conexão com os professores, valorizar a família, entre
outros.

Desenvolver a resiliência é um processo “gostoso” de


ser vivido. Eles também passam a concentrar-se no que
podem fazer e não no que está fora de seu controle. São
autônomos, com boa autoestima e conscientes das suas
fortalezas e limitações.
Acredito ser um grande legado para deixar-mos para os
nossos filhos. A capacidade de não desistir dos seus sonhos,
de seus planos, de serem melhores.

Comecei a compartilhar meus conhecimentos pelas redes


sociais e agora com a ideia de trazer para esse e-book um
pouco daquilo que pesquisei durante muitos anos, que aplico
na prática clínica, nas minhas palestras, nas minhas
atividades como professora e na família.

É o começo de uma jornada e cada página foi feita com


muito carinho para ser mais uma ferramenta de fortalecimento
dos nossos filhos.

Vamos desenvolver resiliências nos nossos filhos?

Conte comigo. Espero que goste.

Foi feito com muito carinho!


Abraços Resilientes,

Lucienia Pinheiro
Vamos começar?
O que é Adoção?

Adoção é a transferência legal permanente de todos


os direitos dos pais de uma pessoa ou casal para outra
pessoa ou casal. Os pais adotivos têm os mesmos direitos
e responsabilidades que os pais biológicos, e os filhos
adotivos têm todos os benefícios emocionais, sociais,
legais e de parentesco dos filhos biológicos.

A adoção representa uma grande


oportunidade para muitas pessoas que
não podem, ou não desejam ter filhos de
forma biológica ou que querem ampliar
a sua família.
O começo da jornada...

INFORMAÇÕES DO PROCESSO DE ADOÇÃO


1. PROCURE A VARA DE INFÂNCIA
DO SEU M UNICÍPIO
• I da de m i ni m a 1 8 a nos
 Solicite a lista de • Adoç ã o por c a s a i s é ne c e s s ári o re gi s tro
documentação. Essa lista pode de c a s a mento ou uni ã o e s tá ve l
variar de acordo com a região • De ve ha ve r um a di fe re nç a de 1 6 a nos
do Brasil. e ntre a dota nte e a dota do
 Determine um prazo seu para • P a ra da r i ní c i o a o proc e s s o de a doç ã o,
devolução e cumpra (Adoção s e rá pre c i s o fa ze r um a pe ti ç ã o de
na Prática). i ns c ri ç ã o pa ra a doç ã o (no c a rtór i o da
Va ra de I nfâ nc i a ), que pode s e r pr e pa r a da
2. CURSO DE PREPARAÇÃO por um de fe ns or públ i c o ou a dvoga do
PSICOSSOCIAL E JURÍDICA
pa rti c ul a r.
 Uma das etapas mais • Ava l i a ç ã o de todo proc e s s o é fe i ta pe l a
esperadas do processo. e qui pe i nte rprofi s s i ona l . Ne s s a fa se,
 A participação no programa é obje ti va -s e c onhe c e r a s moti va ç õe s e
requisito legal, previsto no e x pe c ta ti va s dos c a ndi da tos à a doç ã o.
Estatuto da Criança e do • J á é pos s í ve l fa ze r um pré c a da s tr o no
Adolescente (ECA), para quem S i s te m a Na c i ona l da Adoç ã o -S N A
busca habilitação no cadastro à • O pra zo m á x i m o pa ra c onc l us ã o da a ç ã o
Adoção. de a doç ã o s e rá de 1 2 0 di a s , pror r ogá ve i s
um a úni c a ve z por i gua l pe rí odo,
3. INGRESSO NO SISTEM A NACIONAL m e di a nte de c i s ã o funda m e nta da da
DE ADOÇÃO E ACOLHIM ENTO a utori da de judi c i á ri a .
• É i m porta nte m a nte r os c onta tos
 Com o deferimento do pedido
a tua l i za dos , poi s é por e l e s que o
de habilitação à Adoção, os J udi c i á ri o e ntra rá e m c onta to.
dados do postulante são • Dura nte o e s tá gi o de c onvi vê nc i a é
inseridos no sistema nacional, pe rm i ti do vi s i ta r o a bri go onde e l a / e l e
observando-se a ordem m ora . P ri m e i ros pa s s e i os a c onte c e m pa r a
cronológica da decisão judicial. c om e ç a r a c ons truç ã o de ví nc ul os ,
Chega o momento de c one x ã o e a fe to.
aguardar o seu encontro de • Re s i l i ê nc i a , P e s e rve ranç a e Fé pode
amor. torna r todo proc e s s o m a i s l e ve .
Adoção é uma gravidez
do coração?

O Desejo de construir uma família por meio da adoção é cheia de


desafios, assim como a parentalidade biológica.
Trabalhar a criança para que ela entenda que nasceu no coração é
uma linda e potente estratégia de criação de vínculo.
Agora na prática o caminho da parentalidade adotiva é bem
diferente da biológica. Não é melhor e nem pior, é apenas diferente,
mas na prática o caminho é bem diferente de uma gestão.
Possui momentos de alegrias e de desafios. Já no processo
jurídico são tomadas algumas medidas para que os pais conheçam o
máximo possível desta jornada. Em seguida te apresento os principais
passos.
Adoção de
Crianças Negras

A pobreza tem cor no Brasil: é preta. Assim haverá sempre mais


crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade,
consequentemente mais crianças negras em abrigos por medidas
de proteção.

Alguns pretendentes possuem medo de não saberem como lidar


com o racismo que seus filhos passarão ao longo da vida, pois
isso é uma possibilidade real. Quem tem filhos negros precisa
pensar na roupa que seus filhos devem vestir ao passear, para
que algo de ruim não aconteça a eles. Eu “coleciono”
experiências de racismo e de preconceito.

Devemos fazer uma análise profunda e saber se a decisão é uma


escolha, preconceito ou medo do preconceito. Pense Nisso!
Adoção POSITHIVA: Algumas
reflexões

“Não existe um registro exato sobre os números de adoções de


crianças e adolescentes com HIV.
Crianças e adolescente soropositivos têm menos chances de serem
adotadas.

Órfãos da Aids ou abandonados pela família biológica ainda recém-


nascidos, crianças e adolescentes com HIV crescem em abrigos que
nem sempre dispõem de estrutura necessária para atender a esse
público.

E você, já pensou em adotar uma criança ou adolescente com esse


perfil?
Me envia um mensagem no WhatsApp que posso te colocar em um
grupo específico para este perfil. (86) 98882-2191.
Adoção Internacional

Adoção internacional é aquela que se dá ao casal ou pessoa residente


ou domiciliado no estrangeiro.
Mas se você for brasileiro e vive em um país no exterior e quiser
adotar uma criança brasileira você também estará fazendo uma
adoção internacional.

Adoção internacional ocorre de forma excepcional, ou seja, ocorre


após esgotados todos os meios para colocação da criança em uma
família brasileira, sendo preferível o adotante brasileiro mesmo que
residente no exterior (art. 51, 2º, ECA).

Para se fazer uma adoção internacional a nacionalidade do


pretendente não importa, mas sim o seu endereço domiciliar.
Mais informações você pode encontrar no site (www.tjpe.jus/ceja)
E você, já pensou em uma adoção internacional?
Lições que eu apredi
com a Adoção

 Que quem dá a vida e quem cuida da vida tem a mesma


importância;
 Que é possível modificar preconceitos pessoais e dos
outros;
 Que toda experiência do filho importa;
 Que você pode ser branca e adotar uma criança negra e
ter a consciência que ela poderá passar por situações de
racismo e você estará pronta para empoderá-la em sua
jornada;
 Adoção bem-sucedida depende da motivação dos pais e
de preparo jurídico, social e psicológico;
 Que uma Preparação financeira, psicológica e do
contexto social é Fundamental;
 Desenvolver autoconhecimento, principalmente
reconhecendo o seu estilo de parentalidade é primordial na
Jornada da Adoção;
 Refletir sobre as expectativas e motivações de querer
ser família por meio da adoção;
 Entender e respeitar as limitações psicológicas;
 Observar os limites da sua flexibilidade em relação a
escolha do perfil do seu filho.
Série Verdades no Processo de
Adoção

Agora te convido a uma viagem em três séries que te levará a


reflexões importantes sobre o universo da adoção.
Click no link e vem comigo.

https://www.youtube.com/wat
ch?v=eSUleJtuK5E

https://www.youtube.com/watc
h?v=Hf_yszH263o

https://www.youtube.com/watc
h?v=MbYPxqWTZ6M
Série Verdades no Processo de
Adoção

https://www.youtube.com/wat
ch?v=JdYJCU1Ppeo

https://www.youtube.com/wat
ch?v=kLw85TvlnaA

https://www.youtube.com/watc
h?v=yxgs_UMjFSM

https://www.youtube.com/wat
ch?v=_UDWqPlgwk8
Série Preconceitos no Processo
de Adoção

https://www.youtube.com/watc
h?v=V8GDLz4TGnM

https://www.youtube.com/watc
h?v=vmXxjQM6sgE

https://www.youtube.com/watc
h?v=eobvXklF9D8
Série Preconceitos no Processo
de Adoção

https://www.youtube.com/watc
h?v=yqpbNV7wNWY

https://www.youtube.com/wa
tch?v=j9vbfQJwf70

https://www.youtube.com/watc
h?v=WzL0koeqS9g

https://www.youtube.com/wat
ch?v=DwqNtcEa-i8
Série 7 Mitos no Processo de
Adoção

https://www.youtube.com/w
atch?v=lqKLZPWBTko

https://www.youtube.com/wa
tch?v=rz0xFtURBaE

https://www.youtube.com/wa
tch?v=Ov9P1ZUXEag
Série 7 Mitos no Processo de
Adoção

https://www.youtube.com/wa
tch?v=kaUOJZV17jc

https://www.youtube.com/watc
h?v=8XFQVWKj54o

https://www.youtube.com/wa
tch?v=-yXnKyrXCis

https://www.youtube.com/
watch?v=J3oiKvgq6_c
.
E se a resiliência é algo que se sente, e
algo que não se pode descrever?
E se a resiliência é algo que acontece,
mas não se pode ver?
E se a resiliência é algo que cria música
em uma vida que nasceu surda? E se a
resiliência é algo que acontece nos meus
pensamentos, mas não encontra
linguagem para partilhar? E se a
resiliência é poesia da vida, e só agora
estamos a aprender o alfabeto?
(Jannete Jonhson, 1999, p. 227.)
.
O modo como os filhos reagem diante

das rotinas, das regras e das contrariedades

que acontecem em todo o proceso educacional

depende em grande parte da forma como seus

pais os ajudaram a desenvolver as atitudes e

habilidades da resiliência
A resiliência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e

atitudes.
As adversidades podem ser transformadas em

experiências positivas, elas poderão fazer a

diferença na vida dos nossos filhos em todas as

dimensões da sua vida.

Parece um tanto assustador. Pois vivemos em um

tempo que o sofrimento não é permitido, em que ter

experiências de fracasso, de frustação, de perda são

para pessoas que não foram “bem sucedidas” na

vida.
Mas acredite, fazer nossos filhos entenderem que o

sofrimento faz parte da vida é uma missão nossa,

desafiadora, mas necessária. É possível sentir paz, confiança,

autoestima, fé, autoeficácia, motivação em meio aos

desafios que a vida nos coloca.

Ao acompanhar dezenas de mães e pais por meio da adoção

notei que a causa mais comum de problemas emocionais

neles e nos seus filhos era a falta de resiliência.


Quando um pai ou uma mãe inteligente, bem informado, que

fez um bom planejamento do seu processo de adoção e sem

histórico de problemas emocionais anteriores passava por

dificuldades, eu percebia uma solidão em compartilhar suas

dores, suas inseguranças. Muitos se perguntavam por que, se

eu sempre quis ser mãe/pai.


Em muitos casos, estes pais não tinham

aprendido a lidar bem com os desafios da

parentalidade adotiva. Os pais por meio da

adoção ou biológicos, de qualquer outra

estrutura familiar podem ajudar seus filhos

a ressignificar suas histórias

independentemente de suas histórias, de

seus contextos de vida.


A definição original da palavra resiliência tinha a ver com a

capacidade de um material retomar sua forma ou a

posição depois de ser dobrado, esticado ou comprimido.

Hoje na psicologia usamos o termo para descrever a

capacidade de nos recuperarmos de adversidades. De

desenvolver atitudes, habilidades por meio de

conhecimentos que nos levem a subir cada degrau, o que

nos levará a alcançar nossos objetivos.


Estudando resiliência tenho constatado duas

previsibilidades, a primeira é sempre estaremos

diante de situações que fogem do nosso controle,

que até possuem solução, mas não a teremos de

imediato. A segunda é que qualquer conquista de

grande valor requer de nós, esforço, renúncia,

perseverança e para alguns, fé.


.
Quando educamos filhos Resilientes

eles começam a identificar e aceitar contextos

que não podem ou sejam difíceis de modificar,

sejam eles permanentes (uma experiência em

abrigo, por exemplo) ou aqueles que precisam

ser modificados, com esforço, suporte dos pais,

dos amigos, dos professores ou com qualquer

outra atitude necessária para provocar a

transformação.
Estudando resiliência tenho constatado duas

previsibilidades, a primeira é sempre estaremos

diante de situações que fogem do nosso controle,

que até possuem solução, mas não a teremos de

imediato. A segunda é que qualquer conquista de

grande valor requer de nós, esforço, renúncia,

perseverança e para alguns, fé.


Quando educamos filhos

Resilientes eles começam a identificar e

aceitar contextos que não podem ou sejam

difíceis de modificar, sejam eles

permanentes (uma experiência em abrigo,

por exemplo) ou aqueles que precisam ser

modificados, com esforço, suporte dos pais,

dos amigos, dos professores ou com

qualquer outra atitude necessária para

provocar a transformação
Ao se tornarem Resilientes, os filhos

compreendem e aceitam esses dois fatos.

Veem a vida como desafiadora e em

constante transformação, mas acreditam que podem

lidar com esses desafios e essas mudanças.

Encaram os erros e as fraquezas como

oportunidades para aprender e aceitam o fato de

que a derrota pode preceder a vitória.


À medida que os filhos desenvolvem a resiliência, eles

passam a acreditar que podem influenciar e até mesmo

controlar os resultados obtidos em sua vida por meio de

esforço, criatividade, conhecimento e habilidade. Com

essa atitude, concentram-se no que podem fazer e não

no que está fora de seu controle.

Outra herança importante que deixamos para os

nossos filhos quando Educamos Filhos Resilientes é a

capacidade de ver grande propósito e significado na

vida.
Quase sempre este propósito está associado a querer

colaborar com a tranformação de vida das pessoas, em

qualquer dimensão (acadêmica, econômica, espiritual,

familiar, social, cultural), ou seja, nasci um desejo de dizer:

se eu posso, você também pode. Se eu superei você

também pode superar, se eu conquistei você também pode

conquistar.Valores profundos e já esquecidos são

desenvolvidos por meio da resiliência, empatia, compaixão,

solidariedade, ética, honestidade, integridade. São recursos

valiosos que se desenvolvem e fortalecem num momento de

adversidade.
Desenvolver resiliências é alimentar um

senso de propósito de vida. Nossos filhos passam

a perceber que a vida é feita de pausas, de “ponto

e vírgula”.

Estas pausas nos obrigam a se reconectar

com nossa essência para seguir em frente.

Educar para a resiliência, é ajudar os nossos

filhos a não desistir, apesar dos contratempos e

da pressão que estejam atravessando.


1.Entender os fatores de proteção que já possuem.

Não são o que os outros tem para me proteger,

mas o que eu posso usar para superar os desafios da

vida. Entender que no nosso país é um privilégio ter,

por exemplo: família, com quem brincar, escola, etc.

Mas para ter estes recursos é necessário valorizar,

cumprir regras e atingir metas.


Que não existe colheita sem plantio. Hoje, o “semear”

pode ser colaborar com as atividades domésticas, ter

bons resultados na escola, cumprir com os deveres

escolares, respeitar os amigos.

Assim fica fácil ter, manter e usufruir de todos

os privilégios que já possuem.

Não é possível desenvolver resiliência nos

filhos, sem rotina, metas, direitos e deveres

associados ao seu contexto de vida e a sua idade.


2. Firmando acordos

É preciso ensinar os filhos que todos os comportamentos geram

consequências, às vezes boas e às vezes desagradáveis.

É importante os filhos entenderem que eles precisam reparar uma

atitude ruim tomada, seja na escola, em casa, com os amigos,

com os vizinhos e até com pessoas desconhecidas.

Ser resiliente é ter sempre por perto uma rede de proteção, de

apoio, de suporte social.

Não se consegue RESILIAR na vida sozinho. Sem grito, sem

violência, sem desrespeitos nós podemos estabelecer

consequências para as “quebras” dos combinados.


Fazer uma carta pedindo perdão, enviar uma mensagem,

gravar um vídeo são situações que produzem um efeito

imediato, por exemplo, na hora de pedir perdão para alguém

que feriu, prejudicou ou negligenciou.

Você pode escrever as rotinas, os combinados e suas

consequências junto com seus filhos. Dividir as

responsabilidades na construção destes valores (ética,

respeito, responsabilidade, humanidade) já é uma importante

lição. Esta atitude ajuda a deixar os filhos localizados e

contatados com os valores da família.


3. “Eu nuca perco. Ou eu ganho, ou aprendo” (Nelson Mandela)

Resiliência é uma competência que nos ajuda a superar as

adversidades. Algumas vezes os desafios estão associados a

erros que cometemos. Sendo eles intencionais ou não

intencionais. Mas, quando não encaramos como erros e sim

como aprendizagem, colocamos mais um “tijolo” no muro da

resiliência dos nosso filhos.

Nossos filhos devem ter clareza desde cedo de que podemos

errar, e devemos aprender com os erros. Eles precisam

entender que deixar o quarto bagunçado, não estudar,

desrespeitar as normas e as regras de casa, não é uma opção,

é um erro.
Para superar os obstáculos que sugirão na vida, como

entrar numa universidade, passar em um concurso público,

criar uma empresa, construir uma família, ou desenvolver

uma habilidade na vida é necessário disciplina, que nada

mais é que um conjunto de hábitos que são adquiridos

ainda na infância e na adolescência.

É importante instrui-lo sobre o oposto do erro que é o de

nunca querer errar, fazer sempre com perfeição. Este

comportamento dificulta o desenvolvimento da resistência.

Pode gerar um adoecimento a busca pela perfeição. Se

colocar em um lugar de eterno apefeiçoamento é uma boa

opção. Ser resiliente é aceitar as vulnerabilidades.


Em algumas situações, o feito é melhor que o perfeito.

Principalmente quando nós colocamos para os filhos que a

vida é um ciclo. E tudo que foi feito hoje, poderá ser refeito

amanhã de uma forma aperfeiçoada.

O ambiente escolar tem promovido um clima de

competição que não tem contribuido para que nossos

filhos aceitem suas dificuldades e tentem superá-las. Eles

são levados muitas vezes, a acreditar que devem ser

invencíveis. Esse estímulo prejudica o fortalecimento da

resiliência, pois os impedem de buscar ajuda para

desenvolver seus fatores de proteção.


Entender o privilégio de ter vários tipos de suporte social

(família, escola, amigos, igreja...), entendendo que seu

comportamento pode levá-los a ter bons ou maus

resultados, comprendendo que os erros, as adversidades,

os conflitos fazem parte da vida já é um bom caminho para

desenvolver resiliência.

Se você está lendo este e-book é porque quer que

seus filhos desenvolvam bons relacionamentos,

construindo planos realistas para a vida, tendo uma boa

autoestima e capacidade para resolver seus problemas

com inteligência emocional.


Na prática, por onde começar:

Identificando vulnerabilidades e fortalezas

Ajude seu filhos a descobrirem seus pontos fortes e fracos. Você pode

usar vários recursos, entre eles, posso citar algumas sessões com o

psicólogo com este objetivo espcífico. Ou até fazer com seus filhos,

alguns testes que estão disponíveis de forma on-line que tratam de

temperamento, personalidade que também ajudam neste caminho de

autoconhecimento.

https://www.16personalities.com/br/teste-de-personalidade
Como mãe ou pai, você também pode fazer para seus filhos uma

lista das qualidades, dos pontos que podem melhorar no seu

temperamento, personalidade e comportamento. Assim, ele pode

ter de maneira clara a sua opnião sobre quem ele é para você.

Seja paciente e reconheça que nossos filhos precisam de tempo

para desenvolver a resiliência. Saiba que este é um processo

contínuo, que eles podem ter resiliência para superar os

problemas escolares, porém não ter esta mesma habilidade para

as dificuldades afetivas, por exemplo.


Reconhcer, Reconciliar, Resolver

Esforçar-se para que seus filhos compreendam os

erros e fracassos são oportunidades para aprender.

Segundo a Disciplina Positiva, nesses casos, vem

bem aplicar esses Rs.

Reconhecer o erro cometido.

Reconciliar-se, pedindo perdão.

Resolver, buscando uma solução conjuntamente.


Te convido a acreditar que podemos modelar o comportamento

adequado das crianças dando-lhes dignidade, respeito e,

sobretudo, amor. Só assim, se sentirão capazes de buscar

soluções adequadas aos problemas.

Quando corrigimos um erro de forma inadequada, trocamos um

problema por outro, pois a forma de educação diante dos erros e

dos conflitos podem causar frustração, angústia, ansiedade ou

depressão (no mais grave dos casos). Permita que

consequências naturais e lógicas sirvam de instrumento de

disciplina
Deixe seu filhos errar !!!

Respeite as decisões dos seus filhos, mesmo que saibamos

que as escolhas possam ser ruins. Erros saudáveis, é claro.

Nessas escolhas, é sempre bom, deixar bem claro as

consequências das mesmas. Algumas podem resultar em

perdas de privilégios e direitos.

Desta forma, você não precisa repreendê-los, só lembrá-los

das consequências dos acordados.


“É errando que se aprende”, diz o velho ditado

popular. Está certo que todas essas antigas sabedorias

têm algum fundamento e viraram tradição porque

fazem sentido. Mas, na prática, nenhum pai ou mãe

quer ver o seu filho errando. Mas quando queremos

desenvolver resiliência, observar o erro, o cumprimento

da consequência e a reflexão do aprendizado faz parte.

Eu sei, pode doer, mas saiba que quando você não

estiver por perto ele vai saber o caminho de não

desisitir e de seguir em direção dos seus objetivos


Está aí um dos maiores motivos para dizermos: Deixe o

seu filho errar. Assim, sem medo de ser feliz e sem medo

de que ele arrisque e se machuque.

O bom senso, claro, faz parte do processo. Você não vai

deixá-lo sozinho e desamparado nas decisões da vida,

mas também não esqueça que você decidiu desenvolver

nele, a Resiliência.
Cuidado com o criticismo!

Os filhos precisam diariamente indentificar e fortalecer os seus

pontos fortes. No final do dia é sempre bom ouvir dos pais um

reforço das atividades que foram cumpridas.

Sim, é nosso papel observar os dentes brancos ou o guarda

roupa organizado, como também outras atividades. Para que

isso aconteça, o foco deve ser positivo. O excesso de

criticismo, segundo especialistas, aumenta a tensão envolvida

na criação dos filhos e traz mais prejuízos do que benefícios.


Pesquisas apontam que filhos que são muito criticados

desenvolvem ansiedade e irritabilidade fora do normal.

A balança deve ser “desequilibrada”, ou seja, deve se

dar “mais peso” ao apoio do que a crítica.

O esforço dos nossos filhos deve ser estimulado. E as

críticas duras devem ser deixadas para situações

extraordinárias.
INVISTA NO PODER DO ELOGIO!

Significado de Elogio: “Discurso em louvor de alguém; elogio

acadêmico: fazer elogios a alguém”.

Significado de Reconhecimentos.m.

Ato ou efeito de reconhecer: reconhecimento de um direito. Lembrança

de um benefício, gratidão por ele: testemunhar reconhecimento.

Declaração, confissão: reconhecimento de uma falta…”

Resumindo, o elogio é superficial, raso e genérico. O reconhecimento é

real, profundo, detalhado e direcionado aos benefícios percebidos pela

ação.
COMO FAZER ISSO NA PRÁTICA

1 – Elogie as coisas simples do seu filho, sempre com honestidade. A

neurociência diz que os neurônios “espelhos” identificam uma

mensagem não verdadeira;

2 - Mantenha o foco nas conquistas. Troque “sua nota foi a melhor

da classe” por “você foi ainda melhor do que na última prova”. Assim

você estará trabalhando uma importante ferramenta no fortalecimento

da resiliência, o reconhceimento de seguir em direção aos objetivos;

3 - Incentive o auto reconhecimento. Ao invés de usar “estou muito

orgulhoso(a)”, troque por “você deveria se orgulhar”. Desenvolver

autoeficácia é fundamental no processo de desenvolver resiliências.


Pais Promotores de Resiliência Filhos Resilientes
Constroem as regras junto com seus filhos. Os filhos desenvolvem autonomia, responsabilidade,
Estabelecendo consequências lógicas, mas perserverança, paciência por fazer parte do preocesso e
razoáveis a cada idade. Sempre tendo como base o também entendem desde cedo que as escolhas têm
respeito, a conexão e o afeto. consequências.
Não recuam quando os filhos precisam vivenciar Autorresponsabilidade. Os filhos aprendem a prestar
uma consequência lógica de suas escolhas. Algumas contas e a “sofrer” as consequências da quebra de acordo,
vezes toda família tem que pagar esse preço. Ex. das regras estabelecidas em conjunto, quando possível.
Deixar de ir a uma festa.

Focam nas qualidades e não nos defeitos. Celebre Desenvolvem autoeficácia, ou seja, passam a perceber que
cada conquista. são capazes de executar uma tarefa.

Reforçam os bons comportamentos com Os filhos aprendem desde cedo o preço e o valor das
recompensas desejáveis pelos filhos. coisas. Conquistar é melhor que ganhar. Isso é uma
Ps. Na minha prática, há comportamentos que importante lição.
naturalizam e outros que precisam ser
reforçados.

Elogiam o esforço, mesmo que o resultado não seja Os filhos sentem-se incentivados, confiantes e mais
o desejado. Se houve investimento mereçem dispostos a assumir desafios e a seguir em frente para
“aplusos”. alcançar seus objetivos.

Ensinam o mantra “eu nunca perco, ou eu ganho ou Os filhos ficam menos desanimados quando não alcançam
eu aprendo”. Ensine que o fracasso é temporário, a os resultados desejados. Aumenta a perserverança.
conquista é fruto de muito trabalho e sacrifício.

Ajudam seus filhos a analisarem o cenário e Os filhos desenvolvem a capacidade de resolver problemas
identificar o que contribuiu para que as coisas e que são autores e protagonistas de sua
não fossem bem sucedidas. histórias. Aumenta a vontade de superar desafios.

São parceiros dos seus filhos. Tenha tempo de Filhos que confiam e que podem contar com seus pais. O
quantidade e qualidade para ouvi-lo. melhor indicativo que sua educação deu certo.

Constroem a conexão necessária para ele entender


que poderá sempre contar com vocês.

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Eu amei compartilhar com vocês estas reflexões de como
Educar Filhos Resilientes. É uma pena, mas chegamos ao fim!

Desejo que você tenha aproveitado as informações deste E-


book.
Espero que os conhecimentos aqui compartilhados possam
transformar a sua forma de educar.
Escreva para mim! Diga-me o que você achou do material
e/ou se ficou com alguma dúvida.
Sua satisfação é o combustível que alimenta esse projeto.
Eu respondo todas as mensagens.

Meu e-mail é: contato@lucieniapinheiro.com.br

Lucienia Pinheiro

(86) 9882 2191


Se você quiser continuar recebendo dicas e ensinamentos de
como tornar seu filho mais resiliente, não deixe de conferir o
material que vou lhe enviar por e-mail eventualmente
(confira se os e-mails não estão indo para a caixa de Spam
ou lixo eletrônico. Isso acontece algumas vezes).

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Sobre a Autora
Doutora em Psicologia pela Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação -
Universidade do Porto (FPCE-UP) em
Portugal, com dupla titulação com a
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo-FFCLRP-USP.
Possui Mestrado em Educação pela
Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Especialista em Docência do Ensino
Superior. Especialista em Psicopedagogia
Institucional, Clínica e Hospitalar pela
Faculdade Piauiense (FAP). Possui
Bacharelado em Psicologia pela Faculdade
Integral Diferencial (FACID-WYDEN).
Principais temas de pesquisa: Parentalidade,
Adoção, Educação e Habilidades Socio
Emocionais com foco na Resiliência.
Então, o primeiro passo para desenvolver a
resiliência no seu filho já foi dado.

Te aguardo nas redes sociais. : )

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