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Sociólogo, consultor, professor e assessor das Centrais Sindicais. (2clemente@uol.com.br).
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trabalhar. Tudo isso somado resulta em um contingente potencial de mais de 30
milhões de pessoas que poderão passar a pressionar o mercado de trabalho. Uma
pequena parte encontrará um posto de trabalho na atividade produtiva a ser retomada
ou ampliada. A maior parte, entretanto, aumentará nos próximos meses a fila do
desemprego estrutural e de longa duração, com taxas de desemprego oculto podendo
se aproximar dos 30%!
Haverá movimentos entre aqueles que se encontram empregados e que
poderão passar a compor a fila dos desempregados. O fim do home office, ou a
permanência parcial ou total, ou a demissão, afetará a vida de quase 8 milhões de
trabalhadores. O encerramento da suspensão do contrato de trabalho ou o fim da
redução da jornada de trabalho, medida que atingiu mais de 9 milhões de pessoas,
poderá colocar parte desse contingente no desemprego.
Grandes e médias empresas já estão demitindo ou anunciando plano de ajuste,
como decorrência dos impactos da crise ou para continuar as transformações
tecnológicas ou as mudanças na estratégia de negócio. Os resultados líquidos serão
contra os empregos.
A legislação trabalhista autoriza demissão em massa sem assistência sindical,
assim como garante legalidade aos novos postos de trabalho precarizados,
terceirizados, temporários, uberizados, jornada parcial ou contrato por hora.
A dinâmica social e econômica próxima futura será de dura e prolongada
adversidade para as trabalhadoras e os trabalhadores.