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Introdução
Introdução: O freio labial hipertrófico pode dificultar a O freio labial é uma dobra na membrana muco-
higienização, restringir os movimentos de lábio, possi- sa, geralmente de forma triangular, que vai do lábio
bilitar acúmulo de placa bacteriana e prejudicar a foné-
superior ou inferior à mucosa alveolar, conectando
tica. Pode também gerar insatisfação estética para o pa-
ciente, além de poder causar diastema interincisal. Na uma estrutura móvel a outra fixa. Geralmente está
literatura odontológica ainda existem controvérsias em localizado na linha mediana, entre os incisivos cen-
relação ao diagnóstico, causas, consequências, assim trais1-3.
como no tratamento dessa alteração. Objetivo: Este tra- O freio labial superior inicia-se na linha me-
balho tem como objetivo apresentar o caso clínico de diana da face interna labial e estende-se na linha
paciente com nove anos de idade, na fase do patinho de junção dos maxilares até a face externa do pe-
feio, com freio labial superior hipertrófico associado à riósteo. Histologicamente é constituído de epitélio
diastema interincisal. Relato de caso: houve indicação pavimentoso estratificado queratinizado na área de
para remoção cirúrgica do freio labial durante trata-
gengiva inserida e não queratinizado na porção ves-
mento ortodôntico. A técnica de frenectomia escolhi-
da foi a de Archer, também conhecida como “duplo tibular, além de tecido conjuntivo frouxo altamente
pinçamento”. O motivo para a intervenção cirúrgica foi vascularizado2.
a presença de freio labial superior fibroso, que, caso Em razão da sua constituição histológica, o freio
fosse mantido, não permitiria a estabilidade do caso é capaz de se adaptar a quaisquer dos movimentos
após o fechamento do espaço interincisivo. Além disso, dos lábios sem grandes alterações na sua forma.
não havia espaço suficiente para erupção do incisivo Portanto, sua função seria limitar esses movimen-
lateral superior esquerdo. Considerações finais: Neste tos, promovendo estabilização na linha média do
caso a eficácia do tratamento pôde ser observada, pois lábio, impedindo a excessiva exposição da mucosa
ocorreu fechamento do diastema interincisivo media-
gengival. No recém-nascido, sua função é ainda
no, erupção do incisivo lateral permanente e ausência
de recidiva. mais significativa, uma vez que pode auxiliar os
músculos faciais no trabalho de sucção do leite ma-
Palavras-chave: Freio labial. Diastema. Retração gen- terno4.
gival. Ao nascimento, a estrutura do freio labial pode
estar inserida na papila palatina. Porém, com o de-
senvolvimento e concomitante crescimento vertical
do processo alveolar e dos dentes para baixo e para
frente, a sua posição varia, podendo atrofiar-se e
assumir posição mais elevada. Neste caso é deno-
minado de freio labial normal. No entanto, quan-
*
Graduadas em Odontologia - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Departamento de Odontologia, Belo Horizonte, MG, Brasil.
**
Doutor em Ortodontia pela FOAR - Unesp, coordenador dos cursos de Aperfeiçoamento e Especialização em Ortodontia da EAP-ABO MG, Departamento de
Ortodontia, Regional Divinópolis.
***
Doutora em Odontopediatria pela FOAR - Unesp, professora Adjunto IV, Departamento de Odontologia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Belo Horizonte, MG, Brasil.
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