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Tanto a Constituição como o CTN e a legislação complementar, ora por normas gerais,
ora especiais e mesmo específicas, traçam a ordenação do Sistema Tributário Nacional. Assim,
ao definirem o tributo, oferecem o modelo geral para impedir que a título de tributo o poder
público possa requisitar prestações que não sejam ou que por confusão se apliquem regras
tributárias, por exemplo, aos preços públicos.
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É a grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar.
Por exemplo, na venda de imóveis, a base de cálculo do Imposto de Renda é a diferença entre
o valor da venda e o valor declarado do imóvel na declaração anual de renda e patrimônio. Já
no ICMS, a base de cálculo geralmente é o valor da venda da mercadoria.
A base de cálculo do IPTU está prevista no artigo 33 do CTN, sendo o valor venal do
imóvel, considerando o valor do terreno mais o valor da construção, sendo, portanto, o valor do
bem se posto à venda, neste sentindo aponta Kiyoshi Harada (2012, p.122):
É o percentual ou valor fixo que será aplicado para o cálculo do valor de um tributo. A
alíquota será um percentual quando a base de cálculo for um valor econômico, e será um valor
quando a base de cálculo for uma unidade não monetária (Ex: CIDE). As alíquotas em
percentual são mais comuns em impostos e as alíquotas em valor ocorrem mais em tributos
como empréstimo compulsório, taxas e contribuição de melhoria.
A Alíquota é um dos elementos da matriz tributária de um tributo. Assim, há a exigência
de que, seu valor ou percentual, seja estabelecido em lei. A alíquota pode ser classificada em:
2 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A Competência tributária é o poder de criar tributos, sendo esse poder conferido pela
Constituição Federal à União, aos Estados-membros, ao DF e aos Municípios.
É importante não confundir Competência Tributária com Capacidade Tributária Ativa.
A competência tributária é formada por três capacidades: de legislar, fiscalizar e arrecadar
tributos. O art. 7º do CTN estabelece que a competência como um todo, ou seja, as três
capacidades, é indelegável, permitindo apenas a delegação das capacidades de fiscalizar e
arrecadar a outra pessoa jurídica de direito público, conforme segue:
CTN. Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito
público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
A capacidade tributária ativa é a aptidão para ser colocado, por lei, na posição de sujeito
ativo da relação tributária, ou seja, na posição de credor, com as prerrogativas que lhe são
inerentes de fiscalizar o cumprimento das obrigações pelos contribuintes, lançar e cobrar os
respectivos créditos tributários.
Porém, o art. 6º, parágrafo único do CTN prever que o fato da arrecadação de
determinado tributo, seja repartida a outro ente público não afeta a competência tributária:
CTN. Art. 6º, Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em
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Apenas as pessoas jurídicas de direito público é que têm capacidade tributária ativa,
podendo, pois, ser colocadas na posição de sujeito ativo de obrigações tributárias (art. 119 do
CTN); aliás só as pessoas políticas de direito público desenvolvem atividade administrativa
plenamente vinculada (art. 3º do CTN).
Quanto à capacidade de concessão de isenção, só pode conceder isenção de um tributo
aquela pessoa jurídica competente para instituí-lo, nos termos do art. 150, § 6º da CF.
No entanto existem as isenções heterônomas, que são situações nas quais a União,
mediante lei complementar, pode conceder isenção do ICMS e do ISS na exportação de
mercadorias ou serviços para o exterior, conforme arts. 155, § 2º. XII, e 156, § 3º, II da CF.
Importante também lembrar que o STF entende que a União, mediante tratado
internacional, no exercício da sua soberania, pode conceder isenções de tributos de competência
dos outros entes da Federação.
Assim, sujeito ativo será o próprio ente político do qual a lei instituidora do tributo
emana ou, se a lei expressamente designar, outras pessoas jurídicas de direito público, ou seja,
uma autarquia ou uma fundação. O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é uma autarquia
federal colocada, por lei, na condição de sujeito ativo de diversas contribuições especiais.
Como exemplo podemos citar as contribuições sociais da seguridade social que são de
competência da União (art. 149, 1ª parte, CF combinado com art. 195, I, II, III e IV e § 4º da
CF), que as criou, mas o sujeito ativo da relação jurídica tributária é o INSS, o qual realiza a
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2.1 LIMITAÇÕES
É através da atribuição de competência, feita pela CF, que os entes federativos recebem
autorização para instituir e cobrar seus tributos. Essa competência, no entanto, não é plena. A
própria Constituição criou diversas hipóteses limitativas à competência tributária.
Algumas dessas hipóteses limitativas já foram abordadas anteriormente, quando se
abordou os princípios tributários. Disso se conclui que o artigo 150 apresenta, ao mesmo tempo,
princípios e limitações constitucionais ao poder de tributar.
Os princípios, enquanto garantias em benefício do contribuinte, implicam em nítida
limitação ao poder de tributar. Mas as limitações constitucionais à tributação não são formadas
apenas por princípios. Além do artigo 150, também encontramos limitações constitucionais ao
poder de tributar no artigo 151 da Constituição Federal, conforme podemos constatar abaixo:
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover
o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios.
Enquanto o citado artigo 151 enumera limitações à União, o artigo 152 institui
limitações ao poder de tributar dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Veja:
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.