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POLÍCIA COMUNITÁRIA

POLÍCIA COMUNITÁRIA
Conceito: É uma filosofia e estratégia organizacional que proporciona uma nova
parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a
comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver os problemas
contemporâneos, como crime, drogas, medo do crime, desordens físicas e morais, e em geral,
a decadência do bairro, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida daquela área. O
policial comunitário aparece como cidadão, servindo a comunidade, tornando-se parceiro da
comunidade, e juntos, trabalham para solucionar os problemas não só da criminalidade como
os mais sensíveis, devido às vezes da ausência do poder do Estado naquela região. Diante
disso, é preciso que não haja descontinuidade, tornando-a um programa de Estado e não de
governo. De fato, a Polícia Comunitária tem o sentido de participação social, pois atua em
conjunto com toda a comunidade, diferentemente da polícia tradicional, onde não há nenhum
elo de ligação com a área atuante. Sua eficiência é medida pela ausência de crime ou
desordem, na qual a polícia tradicional mede-se pelo tempo-resposta quando do chamado.
Princípios:
1. Filosofia e estratégia organizacional: a base desta filosofia é a comunidade.
Para direcionar seus esforços, a Polícia, ao invés de buscar ideias pré-
concebidas, deve buscar, junto às comunidades, os anseios e as
preocupações das mesmas, a fim de traduzi-los em procedimentos de
segurança;
2. Comprometimento da organização com a concessão de poder à
comunidade: dentro da comunidade, os cidadão devem participar, como
plenos parceiros da polícia, dos direitos e das responsabilidades envolvidas
na identificação, priorização e solução dos problemas;
3. Policiamento descentralizado e personalizado: é necessário um policial
plenamente envolvido com a comunidade, conhecido pela mesma e
conhecedor de suas realidades;
4. Resolução preventiva de problemas a curto e a longo prazo: a ideia é que o
policial não seja acionado pelo rádio, mas que se antecipe à ocorrência.
Com isso, o número de chamadas do COPOM deve diminuir;
5. Ética, Legalidade, Responsabilidade e Confiança: o Policiamento
Comunitário pressupõe um novo contrato entre a polícia e os cidadãos aos
quais ela atende, com base no rigor do respeito à ética policial, da
legalidade dos procedimentos, da responsabilidade e da confiança mútua
que devem existir;
6. Extensão do mandato policial: cada policial passa a atuar como um chefe
de polícia local, com autonomia e liberdade para tomar iniciativa, dentro
de parâmetros rígidos de responsabilidade;
7. Ajuda às pessoas com necessidades específicas: valorizar as vidas de
pessoas mais vulneráveis: jovens, idosos, minorias, pobres, deficientes,
sem teto, etc. Isso deve ser um compromisso inalienável do Policial
Comunitário;
8. Criatividade e apoio básico: ter confiança nas pessoas que estão na linha
de frente da atuação policial, confiar no seu discernimento, sabedoria,
experiência e, sobretudo na formação que recebeu. Isso propiciará
abordagens mais criativas para os problemas contemporâneos da
comunidade;
9. Mudança interna: o Policiamento Comunitário exige uma abordagem
plenamente integrada, envolvendo toda a organização. É fundamental a
reciclagem de seus cursos e respectivos currículos, bem como de todos os
seus quadros de pessoal. É uma mudança que se projeta para 10 ou 15
anos;
10. Construção do futuro: deve-se oferecer à comunidade um serviço policial
descentralizado e personalizado, com endereço certo. A ordem não deve
ser imposta de fora para dentro, mas as pessoas devem ser encorajadas a
pensar na polícia como um recurso a ser utilizado para ajudá-las a resolver
problemas atuais de sua comunidade.

POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
Conceito: É a ação de policiar junto à comunidade. É uma forma de patrulhamento
personalizado de serviço completo, onde são concentradas as energias e os talentos do
departamento policial que agem na direção das condições que geralmente dão origem ao
crime e as repetidas chamadas por auxílio local. O mesmo policial trabalha na área, de forma
parceira com os cidadãos, identificando e resolvendo os problemas.

AS POLÍCIAS
Polícia Comunitária, por ser uma filosofia e estratégia organizacional, não é peculiar a
um tipo ou outro de Polícia (ostensiva ou investigatória). É pertinente a organização
policial como um todo, quando ela se volta ao bom atendimento do cidadão.

POLÍCIA COMUNITÁRIA E SOCIEDADE ATUAL

ALGUNS ASPECTOS DA SOCIEDADE ATUAL


• Organizada, competitiva, individualista, separatista, cultura do consumismo
desenfreado e violenta;
• É impossível o indivíduo sozinho alterar processos já existentes, e esta impossibilidade
(individualismo desesperado) gera tensões emocionais e conflitos, contribuindo para o
aumento da violência;
• A pobreza por si só não gera violência, mas a desigualdade social, associada aos
valores apresentados, sim.
• Onde há riqueza e opulência, convivendo com a miséria, aumenta o sentimento de
privação do indivíduo, levando-o a violência;
• Sensação de caos social.
ALGUNS PROBLEMAS DA SOCIEDADE ATUAL
 Desigualdade e injustiça social;
 Competitividade e tecnologia;
 Banalidade da violência;
 Pobreza e endividamento crescente;
 Consumismo desenfreado;
 Relacionamentos movidos por interesse;
 Desestrutura familiar;
 Elites indiferentes.

Considerações
• Crimes sem registro e sem investigação;
• A juventude cultua a violência e o crime;
• O espaço público é privatizado;
• A cidade é sitiada;
• O povo faz sua própria justiça.

ANOMIA SOCIAL
É uma condição social em que as normas reguladoras do comportamento das pessoas
perdem a validade. Onde prevalece a impunidade, a eficácia das normas está em perigo. As
normas parecem não mais existir, ou, quando invocadas, resultam sem efeito.

VIOLÊNCIA NA CIDADE MODERNA


• Cultura de banalização da vida: a forma mais hedionda de violência é contra a vida;
• Dessacralização da família: A primeira e mais importante instituição;
• Exclusão social: contribui para o aumento da violência urbana;
• A violência nos bolsões de pobreza depende da falta de escola, áreas de lazer, de
moradia e infraestrutura dos órgãos públicos;
• Desemprego estrutural;
• Políticas públicas assistencialistas;
• Crescimento urbano desordenado;
• Visão animalizada do ser humano;
• Descrença no Estado.

AS CIDADES COMO CENTROS CONVERGENTES DA VIDA COMUNITÁRIA


A cidade é o lugar da história, o grande centro onde a vida acontece, pois o homem é
um ser político. É o lugar dos relacionamentos, da luta por espaço, vez e voz; da
heterogeneidade, do anonimato, da construção da identidade, dos valores coletivos e da
segregação.
O QUE SE ENCONTRA NA CIDADE
• Pauperização acelerada;
• Favelização e prostituição;
• Anonimato;
• Falta de oportunidade;
• A questão do trânsito;
• O lixo urbano;
• Violência e exclusão;

O BAIRRO: UNIDADE URBANA


• Grande centro de confluência dos interesses de uma comunidade;
• Espaço de reivindicação coletiva (saúde, segurança, educação, etc);
• Espaço de conflito e consenso;
• Torna-se uma unidade política fundamental;
• Espaço de história e identidade social (o indivíduo adquire identidade de valores
coletivos e de cidadania);
• Local de encontro identificável;
• Familiaridade e relacionamento estável.

A PECULIARIDADE DO INTERIOR
• Vizinhança conhecida;
• A matriz é o centro de convergência;
• Ausência ou dependência do poder público;
• Coronelismo resistente;
• Valores mais arraigados;
• Produção de subsistência;
• A problemática ambiental;
• Cultura povoada de lendas e mitos.

DIRETRIZES PARA INTEGRAÇÃO COM A COMUNIDADE


• Parceria com a comunidade
• Mudança Gerencial
o Metas a serem alcançadas
• Resolução de Problemas
• Integração das entidades representativas da comunidade
o Organização policial
o A comunidade
o Autoridades constituídas e organismos governamentais
o Comunidade em negócios
o Instituições comunitárias
o Veículos de comunicação
• Identificação dos problemas sociais locais
• Análise da comunidade
• Identificação dos grupos relevantes
• Identificação da liderança
• Reunião dos líderes dos grupos relevantes
• Identificação das áreas de Aceitação Comum e das áreas de Discordância
• Implantação

IMPLANTAÇÃO DO MODELO DE POLÍCIA COMUNITÁRIA


CONDIÇÕES BÁSICAS
• QUANTO A ORGANIZAÇÃO POLICIAL
A polícia deve se reconhecer como parte do sistema penal;
A polícia deve garantir o exercício dos direitos constitucionais;
A polícia deve realizar um serviço profissional;
A polícia deve realizar um planejamento, coordenação, avaliação e
pesquisa das atividades e pô-los em prática.
• QUANTO A COMUNIDADE
Auxiliar a polícia no planejamento;
Fornecer insumos e compartilhar responsabilidades.
• QUANTO AOS POLICIAIS
Permitir ao policial resolver problemas;
Analisar problemas e arquitetar soluções;
Executivos da polícia dar assistência ao policiais.
CONTROLE DE QUALIDADE, DESENVOLVIMENTO E ATUALIZAÇÃO
Uma prevenção eficiente do crime e da desordem e um esforço de controle só podem
resultar de uma experiência direta de cooperação por parte de todos os grupos relevantes no
processo de resolução de problemas.

PROAÇÃO, PREVENÇÃO E REPRESSÃO


Polícia proativa visa erradicar as causas da violência, atuando de forma planejada. Atua
nos antecedentes da violência e não apenas reage uma vez praticado o ato delituoso.

CONDIÇÕES PARA A CONTINUIDADE DA POLÍCIA COMUNITÁRIA


- Desenvolvimento da confiança entre policial e comunidade: não remoção do policial,
soluções de problemas individuais e comunitários e honestidade do policial para com a
comunidade.

- Resultados claros e inequívocos da atuação policial;


- Atuação conjunta entre polícia e comunidade, para propiciar a remoção de elementos
que inibam ações criminosas.

GESTÃO PELA QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO

PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO


1. Continuidade: os serviços públicos não devem ser interrompidos,
especialmente os essenciais (Ex. educação, a saúde pública, a iluminação
pública, a segurança pública, a limpeza pública, coleta de lixo, calçamento e
outros);
2. Cortesia ou urbanidade: bom trato com o público;
3. Eficiência: serviço satisfatório quantitativamente e qualitativamente;
4. Segurança: executar o serviço sem colocar em risco os destinatários;
5. Atualidade: o serviço público deve estar à altura da técnica (o mais novo que
se tem em tecnologia);
6. Regularidade: prestado sempre com a mesma eficiência;
7. Modicidade: preços razoáveis ao alcance dos seus destinatários, tarifas
módicas e baratas;
8. Generalidade: os serviços públicos devem dirigir-se a toda a sociedade.

GRUPOS DE ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS PARA O POLICIAMENTO


1. Combate profissional do crime ou policiamento tradicional;
2. Policiamento estratégico;
3. Policiamento orientado para o problema;
4. Polícia Comunitária.

POLICIAMENTO TRADICIONAL
Características
1. Foco direto;
2. Unidades centralizadas e mais definidas pela função;

SISTEMA DE GESTÃO
Conceito
É constituído de partes interligadas com a função específica de produzir
resultados para a organização.
Características
- Qualidade;
- Planejamento

INSTÂNCIA FORMAL
Polícias, Ministério Público, Defensoria Pública, Judiciário, Sistema Prisional.

INSTÂNCIA INFORMAL
Família, vizinhos, adultos, Religião, Escola, professores, patrões, ONG, Mídia.

ETAPAS DA METODOLOGIA
1. Identificação do problema (Diagnóstico);
2. Detalhamento do diagnóstico;
3. Definição de prioridades;
4. Definição de estratégias;
5. Definição de indicadores de avaliação;
6. Elaboração de plano de ação;
7. Capacitação do efetivo;
8. Execução;
9. Controle e avaliação;
10. Consolidação.

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