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Uma das dificuldades na execução dos programas tem a ver com a forma
como se articulam os estudos matemáticos. Por um lado, tem-se tendência a
separar o gráfico, do algébrico e do analítico como se fossem formas
diferentes de estudo não simultâneas ou não ligadas, sendo que umas são
mais valorizadas que outras. Outra tendência consiste em esclarecer noção a
noção, sendo que para cada uma delas se apela a uma tal diversidade de
modelos ou de exemplos, com tal diversidade de exercícios, que o aluno
acaba por ligar o termo que nomeia a noção em causa aos tipos de
operações ou rotinas mais utilizadas e pouco à sua definição. Ao mesmo
tempo, as propriedades não são estudadas na sua complementaridade
compreensiva. Exemplo flagrante desta dispersão em exercícios e rotinas é
a substituição prática que se faz da noção de domínio de uma função.
O que o programa propõe é um estudo tão completo quanto possível ( nas
dimensões gráfica, algébrica e analítica), desde o mais intuitivo mas até ao
mais formal possível, desde as generalidades sobre funções (definição de
função, domínio, contradomínio, sinais, zeros, monotonia e extremos,...)
passando pelos limites e continuidade até ao cálculo sobre diferenças,
tomando como exemplos famílias cada vez mais complexas e em que o
estudo de uma família pode aproveitar o estudo de uma anterior (de todos
os pontos de vista), sendo que as noções não são esgotadas à primeira
referência e vão sendo aprofundadas sem nunca serem substituídas. Do
mesmo modo, se pretende que o estudante não se perca em exemplos, mas
possa integrar cada novo exemplo que lhe for apresentado em família que
tenha estudado completamente e reconheça cada técnica e cada estudo na
utilidade que lhe é dada em sucessivos desafios.
Fevereiro de 1998
Arsélio Martins