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2 MARKETING

A perpetuidade de toda e qualquer empresa ou organização é garantida por sua


evidência positiva no mercado. Sabe-se que denotativamente, a proposta de qualquer
empresa é “estar na boca do povo”, fazer parte da vida das pessoas e ser a primeira entre
todas as opções existentes. Os avanços tecnológicos, os fenômenos naturais e as
mudanças no cotidiano das pessoas provocam um efeito cascata nos hábitos da
sociedade em geral. As tendências ditam o jogo e os comportamentos da sociedade,
portanto, uma empresa para estar em evidência precisa acompanhar as tendências do
mercado, as necessidades e desejos das pessoas.
O mercado é mais desafiador a cada dia que passa. Todos os dias nascem
inúmeras empresas de diversas áreas, assim como todos os dias falecem outras que não
conseguiram acompanhar os movimentos e mudanças sociais ou que tiveram uma
proposta errada para o seu mercado competitivo. Diante uma realidade esmagadora em
que as empresas são invadidas pelos avanços tecnológicos e a competitividade torna-se
profundamente maior com a existência da globalização, pode-se definir marketing como
um sistema de atração dos interesses individuais ou coletivos para a obtenção e
satisfação de seus produtos. Las Casas (1989, p. 30) afirma que:

Marketing é uma área do conhecimento que engloba atividades direcionadas


às relações de trocas, orientada para a satisfação dos desejos e necessidades
dos clientes, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou
indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto
destas relações com a sociedade.

Todos os dias são lançados milhões de opções e produzidos cada vez mais
artigos e produtos, uma imensa variedade de produtos, disponíveis em lojas físicas ou
web store, que visam satisfazer as necessidades e desejos de seus consumidores.
Antes, pensar em marketing era somente produzir propagandas mostrando os
preços dos produtos, marketing e venda eram praticamente um só conceito, onde o que
importava para as empresas era somente a quantidade de peças ou quantidade de
serviços vendidos. O preço era o cargo chefe retentor dos lucros de toda organização,
pois para estas empresas o lucro era igual aos custos menos o preço dos produtos.
Produtos com preços mais baixos era o que atraia os clientes e consumidores, os
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valores pregados nesta época não colocavam os clientes em primeiro lugar. O


pensamento das empresas antigas era produzir para somente depois vender e quando
não encontravam vendas, os estoques aumentavam ocupando grandes espaços nos
galpões das fábricas. Logo, os empresários começaram a entender que produtos parados
por muito tempo, que não tem saída são sinônimos de dinheiro parado.
Cobra (1997), Mendonça e Schommer (2000), Pagliano et al (1999), citam o
conceito de marketing como o desempenho das atividades de negócios que dirigem o
fluxo de bens e serviços do portador ao consumidor. É o processo de planejamento e
execução da criação, estabelecimento de preço, promoção e distribuição de ideias,
produtos e/ou serviços com vistas a criar intercâmbios que irão satisfazer às
necessidades dos indivíduos e organizações.
A ideia de marketing logo foi se tornando popular e passou a fazer parte das
estratégias de negócio da maioria dos empresários. O conceito e as atividades de
marketing cresceram tanto que foi necessário se difundir das vendas, os quais se
tornaram departamentos afins. A expansão das fronteiras do marketing deveria seguir
no sentido de se passar a definir “mercado” além das puras considerações de lucro
monetário. O conceito de “mercado” deveria abarcar a preocupação social, o
crescimento do ser humano através do desenvolvimento integral de suas capacidades.
“Esta poderia ser considerada uma macro fronteira do marketing, uma fronteira que
combinasse desenvolvimento pessoal e social” (Lazer, 1969, p.4).
Pensar em Marketing é investir no presente, visionando o futuro. Marketing é a
abertura de portas para um crescimento ascendente de uma organização. Segundo Kotler
(2001, p.31), marketing: “é a atividade dirigida para a satisfação das necessidades e
desejos, através dos processos de troca, agregando valor ao cliente”.
Em se tratando, portanto, dos desafios atuais enfrentados por esta nova vertente
do marketing perante barreiras políticas, econômicas, culturais e sócio-ambientais,
surge o conceito de marketing social. Este tipo de marketing visa combinar os melhores
elementos das abordagens tradicionais de mudança social num esquema integrado de
planejamento e ação, além de aproveitar os avanços na tecnologia das comunicações e
as ferramentas do marketing. Contudo, sua principal função é promover a adoção de
conhecimentos, atitudes e práticas sociais como, por exemplo, o uso de preservativo, o
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hábito da leitura, o respeito à faixa de pedestres, o hábito de não fumar ou beber, entre
outros.
Surgindo, ainda, como um pacote de conceitos contrastantes à proposta do
marketing comercial, que estabelece que as pessoas troquem, principalmente, tempo e
dinheiro por produtos ou serviços, o marketing social firma-se como uma abordagem
cuja essência volta-se à troca de esforços, por parte das pessoas, por melhorias em suas
vidas. Diante disso, busca-se a aceitação de uma ideia, e não de um produto ou serviço,
como pregado pelo primeiro tipo.
O Marketing Social começa de fora para dentro, ou seja, a partir das exigências e
necessidades dos clientes, do mercado e da sociedade. As organizações têm o papel de
produzir em seus colaboradores a conscientização para uma produção sustentável.

3 MARKETING SOCIAL

O mercado mudou e com ele as exigências são outras, os clientes e


consumidores não querem adquirir simplesmente produtos industrializados ou apenas
serviços, eles esperam além disso, querem adquirir a marca, pois esta virou uma
garantia de qualidade. E é pensando nisto que as empresas cada vez mais se tornam
competitivas, vender a marca, seu nome e não um produto é uma estratégia seguida pela
maioria das empresas.
O Marketing Social deve começar dentro da empresa, o objetivo de
sustentabilidade deve ser despertado em todos os funcionários, pois para despertar esta
nova ideia é fundamental que se construa um ambiente de trabalho saudável e favorável
ao aprendizado e à disciplina. Trabalhar com materiais que não agridam a saúde do
trabalhador e não agridam o meio ambiente, que não lhe tragam riscos e que sejam de
fácil manuseio provoca no trabalhador uma maior vontade de fazer parte de qualquer
organização. Para Armstrong e Kotler (1999, p.11), o conceito de vendas começa com a
fábrica, tem uma perspectiva de dentro para fora. Concentra-se nos produtos da empresa
e enfatiza a venda e a promoção para obter vendas lucrativas. É centrado na conquista
do cliente – fazer vendas de curto prazo sem se preocupar com quem compra e por que
compra. Ao contrário, o conceito de marketing tem uma perspectiva de fora para dentro.
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Começa com um mercado, bem-definido, concentra-se nas necessidades do consumidor,


coordena todas as atividades de marketing que afetam o consumidor e obtêm o lucro
criando a satisfação do consumidor. Sob o conceito de marketing, as empresas
produzem o que os consumidores desejam, satisfazendo-os e obtendo lucro.
A nova visão das organizações fundamenta-se naquilo que os seus clientes
necessitam ou desejam, por isso é fundamental que suas necessidades e desejos sejam
satisfeitas. A tese defendida por Kotler e Zaltman apud Shiavo (1999, p.29), é que o
marketing social constituía “uma das principais ferramentas para a promoção de
mudanças de comportamentos, atitudes e práticas”.

(...) o verdadeiro marketing social atua fundamentalmente na comunicação


com os funcionários e seus familiares, com ações que visam aumentar
comprovadamente o seu bem-estar social e o da comunidade. Essas ações de
médio e longo prazos garantem sustentabilidade, cidadania, solidariedade e
coesão social (...) a empresa ganha produtividade, credibilidade, respeito,
visibilidade e, sobretudo, vendas maiores (MELO NETO e FROES, 2001, p.
74).

O marketing social pode ser dividido em vários tipos, onde cada um é pensado e
executado de uma forma diferente com estratégias diferentes. Segundo Melo Neto e
Froes (2001), existem várias formas de se utilizar marketing social, a saber:

Formas de Marketing Definição


Marketing de filantropia Quando uma empresa faz uma doação a
uma entidade que será beneficiada;
Significa veicular mensagens de interesse
público através de embalagens de
produtos, organizar uma força de vendas
Marketing de campanhas sociais
para determinado percentual ou um dia de
vendas ser destinado a entidades, ou
veicular em mídia televisiva como em
novelas
Marketing de patrocínio dos projetos O patrocínio pode ser a terceiros, com as
sociais empresas atuando em parceria com os
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governos no financiamento de suas ações


sociais, como o Programa Comunidade
Solidária, e também o patrocínio próprio,
em que as empresas, através de seus
institutos e fundações, criam seus projetos
e implementam-nos com recursos próprios
Utiliza o pessoal de vendas da empresa
Marketing de relacionamento com base
para orientar os clientes como usuários de
em ações sociais
serviços sociais
A empresa utiliza o nome de uma entidade
Marketing de promoção social do produto que trabalha uma causa social ou logotipo
e da marca de uma campanha, agregando valor ao seu
negócio e gerando aumento de vendas

O marketing social pode ser aplicado somente pela empresa ou mediante


parceria com uma entidade do terceiro setor que necessite de seu apoio para que ambas
possam em conjunto melhor oferecer uma campanha em virtude de uma causa que afeta
a sociedade ou parte dela.
O ponto de vista adotado pelas organizações privadas socialmente responsáveis,
conforme apontado por Camargo (2002, p.92) faz referências às estratégias de
sustentabilidade em longo prazo das empresas que, em sua lógica de desempenho e
lucro, passam a contemplar a preocupação com os efeitos sociais e ambientais de suas
atividades, com o objetivo de contribuir para o bem comum e para a melhoria da
qualidade de vida das comunidades.
Portanto, para agregar valor à empresa é necessário trabalhar a sustentabilidade
do negócio englobando todo o meio social em que a empresa está inserida.

4 RESPONSABILIDADE SOCIAL

Pensar em responsabilidade social era visto como uma ideia de filantropia. No


início, as organizações entendiam suas ações benfeitoras como caridade, pois não se
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enxergava os seus retornos. Era comum existir uma forte resistência das empresas
quanto aos trabalhos das questões de responsabilidade social, isto não fazia parte do
planejamento das organizações.
Os problemas sociais causados pelo crescimento das indústrias e do comércio
em geral foi causando um mal estar social, os consumidores passaram a exigir das
empresas uma nova postura, um novo olhar sobre os impactos da sua produção sejam
estes ao meio ambiente ou ao relacionamento entre as pessoas, assim em muitos lugares
tornou-se popular a abordagem da responsabilidade social. O papel de garantir os
direitos e deveres dos cidadãos e o bem estar da sociedade deixou de ser somente dos
órgãos públicos e passou a ser também de responsabilidade das organizações privadas.
Para Ashley (2002, p.98), a responsabilidade social pode ser definida como o
compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de
atos e atitudes que a afetem positivamente, [...] agindo proativamente e coerentemente
no que tange a seu papel específico na sociedade e a sua prestação de contas para com
ela. A organização [...] assume obrigações de caráter moral, além das estabelecidas em
lei, mesmo que não diretamente vinculadas a suas atividades, mas que possam
contribuir para o desenvolvimento sustentável dos povos.
As empresas começaram a assumir compromissos com a sociedade, logo a
responsabilidade social foi ganhando espaço e as empresas começaram a enxergá-la
como um novo meio de captação de lucros, pois trabalhando com responsabilidade
social, a marca da empresa passa a ficar mais valorizada e fortalecida e não o produto
em si. É comum o apadrinhamento de praças públicas por empresas privadas, onde a
limpeza e conservação destes espaços ficam sob a responsabilidade destas organizações,
em Sobral este movimento é muito forte.
Agregar valor aos clientes é tema de reuniões, discussões e debates nos
corredores e salas de reuniões de muitas empresas. As organizações devem procurar
sempre desenvolver técnicas e metodologias de trabalho que sejam efetivamente
favoráveis em benefício de seus funcionários e de seus clientes. Tanto as grandes
organizações como as pequenas tem um papel fundamental nesta construção.
É preciso saber escolher bem que materiais serão utilizados em seus processos
produtivos. A questão social hoje é tão valorizada que as parcerias ou fusões ocorrem
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principalmente entre às empresas que são mantenedoras das atividades de cunho social.
Empresas clientes procuram empresas fornecedoras que trabalham e defendem às suas
mesmas causas sociais ou que pelo menos tenham uma estratégia de planejamento
voltada para atender às questões sociais.
Agradar não somente ao bolso, mas buscar uma consciência dos consumidores
de que adquirir um produto ou serviço de empresas que tem um papel social
responsável passou a ser obrigatoriedade, o marketing de responsabilidade social
apresenta-se como uma grande estratégia de planejamento facilitando a relação entre
empresa e todos os seus stakeholders.

4.1 Vantagens e desvantagens competitivas

As empresas vem mudando sua postura, adotando comportamentos diferentes


em relação à responsabilidade social com o intuito de angariar lucros para a
organização. Uma das maneiras da adoção deste comportamento é começando a
desenvolver benefício aos próprios funcionários, através de parcerias com o apoio de
creche-escola para filhos e dependentes, ginástica laboral dentro das empresas,
treinamento e desenvolvimento escolar e profissional, universidades corporativas para
os colaboradores, onde os retornos vão além da redução do absenteísmo e o aumento da
produtividade superando os custos. As empresas podem atuar ainda em ações
filantrópicas com parcerias com instituições, em projetos e campanhas de promoção às
questões sociais como a distribuição de alimentos aos mais pobres da comunidade, à
promoção de atividades físicas periódicas acompanhadas de profissionais capacitados
como caminhadas, passeios ciclísticos e corridas. Todas essas atividades somadas a
outras aqui não mencionadas tornam as empresas verdadeiras aliadas e as projetam
como empresas cidadãs para os clientes, estes passam a valorizar e divulgar ainda mais
fornecendo gratuitamente publicidade para as organizações.
“A responsabilidade social, enfim, tornou-se um importante instrumento geral
para capacitação e criação de competitividade para as organizações, qualquer que seja
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seu segmento econômico” (Tachizawa, 2004) por este conceito entende-se que a
Responsabilidade Social deve ser vista como uma nova forma de gestão da corporação e
para tanto deve permear todos os setores, áreas e departamentos, estar incorporada na
cultura de todos os funcionários (permanentes e terceiros) e servir como um dos
critérios para realização de contratos com clientes e fornecedores.
Alonso, López e Castrucci (2006) definem responsabilidade social como sendo
uma tomada de consciência da empresa que a leva a assumir livremente atividades e
encargos em prol da sociedade em que está inserida. Manzano (2004) afirma que
responsabilidade social não é um programa finito no tempo e no espaço, mas sim um
processo contínuo que vai se aperfeiçoando com o tempo. Para que haja
responsabilidade social é fundamental a coerência entre ação e discurso. A filantropia
diminui os efeitos dos problemas; a responsabilidade social ataca suas causas. O Social
Marketing Institute (SMI, 2001), define marketing social como “o planejamento e a
implementação de programas desenvolvidos para gerar a mudança social, usando
conceitos de marketing comercial”.
Contudo este comportamento é questionável por alguns empresários, pois se por
um lado a atuação das empresas na promoção de ações sociais pode trazer benefício
pela conversão da boa imagem destas empresas em popularização e atração de novos
clientes, por outro o retorno destas ações muitas vezes não compensa o valor que foi
investido.
A responsabilidade social em alguns casos é uma obrigatoriedade dada por lei,
onde empresas e organizações devem cumprir legalmente o papel social principalmente
no que tange às questões ambientais.
Muitas são as formas de uma empresa ser considerada como uma empresa
socialmente responsável ou sustentável. Existem organizações voltadas para somente
mensurar e segregá-las categoricamente como é o caso da empresa ETHOS no qual
através de questionários que apontam as condições ideais de trabalho e serviço
aplicados dentro da organização, analisam se esta pode ou não ser considerada como
uma empresa socialmente responsável.
As empresas buscam certificados de aprovação como o ISO26000, ISSO9001,
INMETRO, ABRINQ, e outros, pois estes coligados à marca são sinônimos e garantia
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de qualidade.
A empresa que tem uma gestão socialmente responsável com o meio ambiente
por exemplo tem mais chances de atingir a eficiência e a eficácia na atividade
empresarial, mantendo a diversidade e a estabilidade no mercado. Zenone (2006, p. 170)
afirma que os investimentos em atividades ambientais realizadas pelas empresas estão
obtendo cada vez mais atenção por parte dos meios de comunicação, bem como pela
sociedade em geral. Em contrapartida, as empresas intensificam suas atividades
voltadas para as comunidades, firmando sua imagem de “ambientalmente responsável”,
pois já se deram conta do valor estratégico de uma gestão baseada em princípios
ecologicamente corretos, percebendo os resultados positivos obtidos, como a ampliação
de sua aceitabilidade e legitimidade organizacional.
O modelo de empresa socialmente responsável é uma construção, um processo
que vai evoluindo junto com a missão das organizações.

5 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE ESTUDADO

Como base para este estudo, a organização escolhida faz parte de um nicho
empresarial em grande ascensão. A empresa Grendene S/A é uma das maiores
indústrias localizadas na região, esta trabalha basicamente com o processamento de
plástico, transformando-o em um produto final, o calçado. Sua fundação remota desde
1971, iniciou as primeiras atividades produzindo telas de plásticos para garrafões de
vinho na cidade gaúcha de Farroupilha-RS, até que com o tempo mudou o seu ramo de
atuação produzindo peças de plástico para máquinas agrícolas e em 1979 passou a
produzir calçados a partir da matéria prima do plástico. Assim começava a dar os
primeiros passos para a sua vocação. A empresa se instalou neste município a convite
do Governo do estado que ofertou incentivos fiscais para garantir a sua vinda. E de lá
pra cá, vem contribuindo para o desenvolvimento desta cidade e da região. Hoje a
empresa conta com um quadro de aproximadamente 22.000 funcionários distribuídos
nas unidades do Sul e Nordeste do Brasil, retendo a maior parte na unidade de
Sobral-Ceará. Como sua principal matéria prima é o plástico, a Grendene vem sempre
inovando, pesquisando e produzindo calçados a partir de matérias primas que não sejam
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um atentado à continuidade do planeta, por isso é alto o investimento em materiais


menos degradáveis. Internamente trabalha a logística reversa com os seus funcionários,
criando uma conscientização sustentável, reaproveitando parte dos seus materiais
processados.
Como trabalho de marketing, a Grendene desenvolve alguns de seus produtos
associando-os às causas sociais como o projeto Y Ikatu Xingu sobre a importância da
conservação e preservação do rio xingu, aqui parte das vendas são destinadas à
recuperação e preservação deste meio ambiente. Apóia projetos como Tamar, WWF e
etc.

6 METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente trabalho foi desenvolvido baseando-se no estudo e no método


hipotético-dedutivo, pesquisa bibliográfica. Para Lakatos e Marconi (2000, p. 72), o
método hipotético-dedutivo defende o aparecimento, em primeiro lugar, do problema
que será testado pela observação e experimentação. Para Popper, citado pelas autoras
(2000, p.73), o único método científico seria o método hipotético-dedutivo, já que “toda
pesquisa tem sua origem num problema para o qual se procura uma solução, por meio
de tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias) e eliminação de erros”.
Uma pesquisa deve pressupor uma metodologia que dê sustentação teórica ao tema
abordado na investigação, de modo que os objetivos delimitados possam ser alcançados com
êxito (MATTAR, 2001). Neste sentido, o presente estudo constitui-se de caráter exploratório,
numa abordagem qualitativa. Como estratégia de pesquisa, optou-se pelo método de estudo de
caso. De um universo aproximadamente de 22 mil funcionários, f​oi aplicado o questionário a
15 pessoas com escolaridades de ensino médio completo (20%), superior incompleto
(33%) e superior completo (47%), ocupando diferentes cargos na organização, entre
Assistentes Administrativos e de Apoio (27%), Supervisores (20%), Gerentes (13%) e
outros cargos (40%).
As etapas metodológicas desta pesquisa deram-se no mês de agosto e foram
estabelecidas de forma sistemática, visando a consecução de resultados satisfatórios. O
estudo exploratório deve partir de um planejamento bastante flexível, para que sejam
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considerados todos os aspectos de um problema ou de uma situação. É recomendado o


uso deste estudo quando há pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado.
Existem problemas que só podem ser investigados por meio de uma abordagem
qualitativa e outros somente pelo ângulo quantitativo. A utilização do estudo tem por
objetivo levar o pesquisador a vivência de situações reais, baseadas em fatos que
ocorram no dia-a-dia das empresas.
Para Mattar (2001, p. 22), o estudo de caso “pode envolver o exame de registros
existentes, a observação da ocorrência do fato, entrevistas estruturadas, entrevistas não
estruturadas etc.“.
Para análise dos dados, a pesquisa qualitativa, geralmente, não emprega
instrumento estatístico; seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva
diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos. Dela faz parte a obtenção de dados
descritivos, mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto
de estudo. Segundo MATTAR (2001, p.18) as pesquisas qualitativas são exploratórias,
porque visam promover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema, ou
problema de pesquisa em perspectiva já que em muitos casos o conhecimento e a
compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são, geralmente pouco, ou
inexistente.
Para o alcance dos objetivos propostos na pesquisa, foram realizadas algumas
atividades técnicas tais como: levantamento e análise do material bibliográfico;
trabalhos de campo; análises de gabinete para a tabulação dos dados e interpretação das
informações levantadas.
A abordagem do marketing social neste artigo pretende expor a questão e trazer
à tona que a sua prática pode elevar a popularidade das empresas, como também traz
contribuições para esta e para a sociedade, pois agrega mais geração de valor
trabalhando a sustentabilidade e responsabilidade social e cria um bom relacionamento
entre as organizações e o meio em que estas estão inseridas.

7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente capítulo trata da descrição dos dados e discussão dos resultados,


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coletados a partir da pesquisa documental e questionário. O estudo busca destacar a


importância da prática de ações sociais e suas contribuições para as empresas e
sociedade.

Tabela 01: Programas de ações sociais podem ajudar a construir uma imagem
favorável para a empresa.

Variável Percentual
Sim 100%
Não 0%
Total 100%
Fonte: Pesquisa Direta – Agosto 2016

Os resultados mostram que 100% dos respondentes consideram que a imagem


favorável da empresa pode ser construída através de programas de ações sociais, com a
ressalva de que o contrário também é verdadeiro, assim como é favorável, pode gerar
uma imagem errada da empresa se não for conduzida da melhor maneira, declaram que
a empresa só tem a ganhar com esta prática. Nenhum dos respondentes discordou ou
respondeu negativamente para esta questão.

Tabela 02: A promoção de ações filantrópicas traz benefícios para a sociedade e


para a empresa.

Variáveis Percentual

Sim 73%

Não 27%

Total 100%
Fonte: Pesquisa Direta – Agosto 2016

Quando questionadas quanto aos benefícios da promoção de ações filantrópicas


para a sociedade e para a empresa, 73% dos entrevistados responderam que concordam
totalmente, que ambas, sociedade e empresa, ganham juntas neste jogo, que o
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desenvolvimento da sociedade é também de responsabilidade das organizações. Destes


entrevistados, 27% discordaram da afirmativa, argumentando que a empresa não deve
se envolver totalmente, pois não conhece tudo aquilo de que o povo precisa e que suas
ações têm muito mais apelo de atração de novos consumidores para seus produtos que
filantropia de fato.

Tabela 03: Estágio em que a empresa se encontra considerando o nível de


envolvimento com ações de responsabilidade social.

Variável Percentual

Atua com a política de responsabilidade Social 50%

Reconhece a importância e tem intenções de atuar 25%

Busca assessoria e capacita funcionários para estudar a


25%
causa
Fonte: Pesquisa Direta – Agosto 2016

Em se tratando da atuação, considera-se pela pesquisa que 50% dos


entrevistados declaram que a empresa integra a política de responsabilidade social em
suas operações, 25% consideram que a empresa reconhece a importância da temática e
tem intenções de atuar, fomentam e reforçam que esta atuação promove o
fortalecimento das organizações, e os outros 25% afirmam que a empresa formula
planos de ação, busca assessoria e capacita funcionários para estudar e sugerir modos de
lidar com os problemas sociais.

Tabela 04: A contribuição empresarial para a solução dos problemas sociais,


aliada a uma estratégia de marketing social, pode ser lucrativa para as empresas.

Item Percentual

Sim 74%

Não 26%

Total 100%
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Fonte: Pesquisa Direta – Agosto 2016

De acordo com 74% dos respondentes, o envolvimento das empresas nas


questões sociais são favoráveis às organizações se forem executadas em aliança com
estratégias de marketing social, pois assim os retornos às expectativas podem sem mais
viáveis; afirmaram que aplicar uma estratégia de marketing social nesta situação deve
ser bem pensada, para que os custos desta ação de solução de problemas sociais não
ultrapassem o orçamento esperado e nem o investimento de marketing social, disseram
que os custos sempre devem ser levados em consideração. Dos entrevistados, 26%
discordaram da afirmativa, encaram pelo seu entendimento que o marketing social já
está intrínseco quando as organizações participam das resoluções dos problemas sociais,
investir mais no marketing social para a solução dos problemas sociais não aumentará a
lucratividade no mesmo grau do investimento.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática da responsabilidade social e do marketing social pode elevar a


popularidade de toda organização. As empresas hoje são agentes de transformação
social das comunidades em que estão inseridas e da sociedade em geral. De acordo com
o trabalho apresentado, toda e qualquer empresa pode e deve abraçar esta causa. O
conceito evidenciado é de que empresas privadas são tão responsáveis quanto as
empresas públicas no que diz respeito à promoção da dignidade dos cidadãos.
Com esta pesquisa entende-se que a valorização e conscientização dos
colaboradores nas organizações tornam-se cruciais, estes têm o papel de dar
continuidade ao trabalho das empresas, serão os multiplicadores e sem dúvidas,
propagarão a imagem da empresa gratuitamente. Mesmo uma pequena ação de
participação de empresas em projetos sociais ou campanhas de promoção à
conscientização da população para amenizar os problemas e causas sociais como a
coleta seletiva e o reaproveitamento de materiais criam um senso de responsabilidade
social ambiental e podem transformar o meio e o comportamento de muitas pessoas.
Fazemos parte de um polo empresarial em ascensão, estamos localizados em uma das
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cidades mais promissoras para se investir.


Ser uma organização socialmente responsável não surge da noite pro dia, não é
assim tão simples, é um processo que deve ser construído aos poucos e muitas vezes são
necessários investimentos financeiros. Mas são atitudes simples de organizações
comprometidas com o bem estar social que são mais observadas e sem dúvida
provocam nas pessoas o desejo de fazer parte delas ou mesmo de adquirirem produtos
ou serviços de suas marcas.
O tema escolhido para a elaboração desta pesquisa deu-se por entender que há
uma cobrança da sociedade sobralense às empresas aqui instaladas em relação ao
compromisso que estas têm com as causas e problemas sociais e que poucos são os
estudos voltados para este assunto. Espera-se que este trabalho sirva de base e contribua
para o entendimento e elaboração de novos estudos, sugere-se como tema a importância
da prática de responsabilidade social para o crescimento e desenvolvimento das
organizações e da sociedade.

REFERÊNCIAS

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ZENONE, Luiz Cláudio. ​Marketing social​. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
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APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista

1. Programas de ações sociais podem ajudar a construir uma imagem favorável para a
empresa.

( )Sim
( ) Não

2. A promoção de ações filantrópicas traz benefícios para a sociedade e para a empresa.

( )Sim
( ) Não

3. Em que estágio sua empresa se encontra considerando o nível de envolvimento com


ações de responsabilidade social? (assinalar apenas uma alternativa)

( ) Reconhece a importância da temática e declara intenções de atuar;


( ) Formula planos de ação, busca assessoria e capacita funcionários para estudar e
sugerir modos de lidar com os problemas sociais;
( ) Integra a política de responsabilidade social em suas operações.

4. A contribuição empresarial para a solução dos problemas sociais, aliada a uma


estratégia de marketing social, pode ser lucrativa para as empresas.

( )Sim
( ) Não

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