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FLÁVIO GOMES
Araçatuba, 2007
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UNAMA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UVB – REDE DE ENSINO LUIZ FLÁVIO
GOMES
Araçatuba, 2007
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................6
2. FACTORING - CONCEITO............................................................................................7
6. CONCLUSÃO................................................................................................................31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................32
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RESUMO
O artigo 58, da Lei 9.532/97 exige que incida IOF sobre as operações de Factoring,
encarecendo o crédito. A legitimidade dessa exação é discutível. O conteúdo deste trabalho
contempla uma análise da legislação, jurisprudência e doutrina que versam sobre esta matéria,
cujo objetivo desta pesquisa é de firmar um posicionamento em bases sólidas se é ou não
constitucional a cobrança do IOF - Imposto sobre as operações de crédito, câmbio e seguro ou
relativas a títulos e sobre valores mobiliários - das operações de Factoring. A metodologia
empregada na elaboração deste artigo foi a de pesquisa bibliográfica, levantamento de
informações da leitura de livros, de revistas e busca através de material disponível na internet
sobre o tema.
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ABSTRACT
The small and medium Brazilian companies employ an expressive parcel of labor.
Besides the generation of employment, these companies have an important role in the
country’s development for their products and services. Many times, for being small
companies, they don’t have financial conditions to contract a professional for their
administrative and financial department. Frequently, because of the insufficiency of
guarantees, these companies can’t take out bank loans to obtain sufficient resources for their
activities. For this reason, Factoring (mercantile fomentation) has become the fundamental
activity for the survivor of these companies. Factoring offers them management support and
supplies them with financial resources suitable for their needs.
Article 58, of Law 9,532/97, demands that IOF happens on the operations of Factoring,
enhancing the credit. The legitimacy of this exaction is arguable. The content of this work
contemplates an analysis of the legislation, jurisprudence and doctrine that turn on this
substance, whose objective of this research is to firm a positioning in solid bases if it is or not
constitutional the collection of the IOF - Tax on the operations of credit, relative exchange and
insurance or the headings and on movable values - in the operations of Factoring. The
methodology used in the elaboration of this article was of bibliographical research, survey of
information of the reading of books, magazines and search’s through available material in the
Internet on the subject.
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1. INTRODUÇÃO
O governo, sabendo desse filão que gera quantia expressiva de impostos, tratou logo
de instituir o IOF sobre as operações de Factoring, através do artigo 58, da 9.532/67, além do
IR - Imposto de Renda Pessoa Jurídica sobre o lucro real; Adicional do Imposto de Renda;
IRRF - Retenção de Imposto de Renda na fonte sobre a prestação dos Serviços; PIS –
Programa de Integração Social; ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza;
Contribuição social sobre o Lucro Real; COFINS – contribuição para Financiamento da
Seguridade Social; Contribuição Sindical; INSS – Instituto Nacional de Seguro Social –
empregador.
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2. FACTORING - CONCEITO
Conforme alerta Fran Martins, a palavra Factoring é inglesa, porém, sua origem é do
latim, do verbo “facere” (fazer), segundo Arnaldo Rizzardo.
Diz Fran Martins que “o contrato de Factoring é aquele em que um comerciante cede a
outro os créditos, na totalidade ou em parte, de suas vendas a terceiros, recebendo o primeiro
do segundo o montante desses créditos, mediante o pagamento de uma remuneração”.
Para Caio Mário da Silva Pereira, “pelo Factoring ou faturização, uma pessoa (factor ou
faturizador) recebe de outra (faturizado) a cessão de créditos oriundos de operações de
compra e venda e outras de natureza comercial, assumindo o risco de sua liquidação.
Incumbe-se de sua cobrança e recebimento”...
Ensina Fábio Ulhoa Coelho que “Faturização (Factoring) é o contrato pelo qual uma
instituição financeira (faturizadora) se obriga a cobrar os devedores de um empresário
(faturizado), prestando a este os serviços de administração de crédito”.
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empresa-cliente, ao vender a sua mercadoria ou o seu serviço emite notas fiscais e duplicatas.
Ela vende à vista seus direitos sobre as vendas mercantis realizadas que são imediatamente
pagos pela sociedade de fomento mercantil.
Essa conceituação está de acordo com aquela fornecida pelo artigo 28, § 1º., “c.4”, da Lei
n.º. 8981/95, em que o Factoring é “prestação cumulativa e contínua de serviços de
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de
contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (Factoring).”
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presidente da ANFAC – Associação Nacional das Empresas de Factoring no Brasil, sediada
em São Paulo (SP).
A partir de então esse conceito passou figurar em documentos oficiais brasileiros, tais
como a Portaria Conjunta nº. 4, de 15.06.93 da Secretaria da Receita Federal e da Secretaria
de Política Comercial, transcrita a seguir:
Tal conceito de Factoring posteriormente foi reproduzido no art. 28, § 1º, alínea "c"-4, da
Lei 8981, de 20.01.95 (ratificado pelo art. 15, § 1º, III- "d" da Lei 9249 de 26.12.95, pelo art.
58 da Lei 9430, de 27.12.96 e pelo art. 58 da Lei 9532, de 10.12.97) e Resolução 2144, de
22.02.1995 – CMN (http://www.Factoring. com.br/ ).
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percentual aplicado sobre o valor dos títulos, no caso de haver cessão de crédito. É o
chamado ad-valorem (do latim, significa: sobre o valor referido).
O substantivo latino factor é derivado do verbo facere que significa agir, fazer,
desenvolver e fomentar. Factor, portanto, é quem desempenha e fomenta uma atividade.
Para os Romanos, o factor era um agente mercantil, um prestador de serviços que tinha
como objetivo desenvolver o comércio local. Era um comerciante conceituado, nomeado para
colher informações sobre o padrão creditício de comerciantes de sua região, para transmiti-las
aos comerciantes de outras regiões, para incrementar vendas, receber e armazenar mercadorias
e fazer cobrança.
Com o passar dos séculos, em 1808, nos Estados Unidos, um factor, em Nova York,
que tinha como clientes várias indústrias têxteis às quais prestava serviços de variada natureza
– ajudava a comprar matéria-prima, a selecionar os compradores dos seus produtos, a
administrar seu caixa e suas contas a receber e a pagar – passou a comprar à vista os direitos
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(créditos) que eram gerados com as vendas a prazo que as suas empresas clientes faziam aos
atacadistas de tecidos estabelecidos, naquela época, na 6ª Avenida, em Nova York.
Daí surgiu à atividade modernamente conhecida como Factoring. Essa palavra foi
traduzida para o português pelo escritor Luiz Lemos Leite, em 1982. Seu cujo significado é
fomento comercial, mais tarde adotando-se a expressão fomento mercantil
(http://www.Factoring. com.br/ ).
Graças à luta da ANFAC para consolidar e fortalecer o Factoring como uma atividade
econômica e útil ao Brasil, houve sua expansão e crescimento no Brasil.
A ANFAC é uma entidade civil, sem fins lucrativos, de caráter privado e de âmbito
nacional. Ela tem por objetivo divulgar os conceitos do Factoring, como mecanismo
sócio-econômico de apoio gerencial e financeiro às empresas de porte médio e pequeno, bem
como prestar toda assistência necessária às sociedades de fomento mercantis a ela filiadas.
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Central do Brasil; Ato Declaratório 51/94, da Secretaria da Receita Federal; Artigo 28, § 1º,
alínea 'c' - 4 da Lei 8981/95; Resolução 2144/95, do Conselho Monetário Nacional; Artigo 15
da Lei 9249/95; Artigo 58 da Lei 9430/96; Circular 2715/96, do Banco Central do Brasil;
Artigo 58 da Lei 9532/97; Resolução nº. 2, do COAF, de 13.04.1999; Decreto 4494/02;
Prestação de Serviços (Arts. 594 do Código Civil); Compra e Venda (Arts. 481, 482, 487 e
491 do Código Civil); Cessão de Créditos (Arts. 286 aos 298 do Código Civil); Vícios
Redibitórios (Arts. 441 aos 446 do Código Civil);
Evicção (do art. 447 aos 457 do Código Civil ); Solidariedade Passiva (Arts. 264 e 265
do Código Civil); Artigos 17, 18 e 44 da Lei n.º 4.595/64; Artigos 1. º e 16 da Lei n.º
7.492/86; Artigo 160 do Código Penal; Lei n.º 1.521/51; Medida Provisória n.º 2.172/01.
Todos esses normativos acima poderão ser consolidados em uma lei específica, se for
aprovado o Projeto de Lei que tramita no Congresso Nacional. Trata-se do PLC - nº. 13/ 2007
- PROJETO DE LEI DA CÂMARA, DE 19/03/2007. Autoria do Deputado João Herrmann
Neto ( PPS / SP ). A proposta de Lei dispõe sobre as operações de fomento mercantil -
Factoring, e dá outras providências.
A falta de uma lei para a atividade, provoca reação da sociedade, aflora um desejo de
censura movido por preconceitos, imaginando que Factoring é uma atividade ilegal.
Desconhece que a profissão está amparada por uma multiplicidade de dispositivos legais.
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2.3. MODALIDADES DE FACTORING
Convencional,
Comercial ou Trustee;
Fomento à Produção e
Factoring Internacional.
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do nível de estoques e das vendas do produto acabado ou das mercadorias, objeto da aquisição
feita para formar estoques.
Finalmente, as sociedades de
desse serviço é representada pela eficácia do recebimento uma vez que a cobrança é feita por
uma Import Factor, Factoring sediada no país do importador; c) “
Full Factoring” – Factoring de garantia para risco comercial dos produtos cujo prazo de
faturamento não exceda 90 dias do embarque da mercadoria; cobertura de até 100% dos
valores exportados; análise individual por cliente solicitado; reembolso por não pagamento
em 90 dias do vencimento da fatura. Efetua a cobrança cambiais vencidas e a vencer. Atua
ainda, na recuperação de créditos através de empresas no país do devedor, com grande
tradição e poder de negociação; d) “Full Guarantee” - operação em que a empresa de
Factoring oferece ao exportador: 1) a garantia de liquidez das cambiais oriundas das suas
vendas ao exterior, cobrindo 100% do risco de crédito; 2) a antecipação dos recursos
provenientes das exportações realizadas a prazo; 3) a cobrança ao importador, por meio de um
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parceiro (Import Factoring internacional no país de destino da mercadoria) denominado
“Import Factor”.
A Constituição Federal de 1988, no Artigo 153, inciso V, diz que compete à União
instituir impostos, cuja hipótese de incidência seja as operações de crédito, câmbio e seguro,
ou relativas a títulos ou valores mobiliários – IOF. Já no artigo 146, inciso III, alínea “a”,
determina que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes.
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I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação
pela entrega total ou parcial do montante ou do
valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua
colocação à disposição do interessado;
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“Operação de crédito, por excelência, é a que a
prestação se faz a contraprestação se promete em
dinheiro. O Mútuo de dinheiro é a manifestação
típica do crédito na sociedade moderna.”
O imposto de renda é cobrado conforme dispostos nos artigos nº. 36 da Lei nº. 8.981 de
20 de janeiro de 1995, redação dada pelo artigo 58 da Lei 9.430 de 27 de dezembro de 1996;
nº. 10, “d”, da Lei 9065/95, nº. 15, III, “d”, da Lei 9.249 de 26 de dezembro de 1995 e Lei
10.833 de 29 de dezembro de 2003. Incide uma alíquota de 15% sobre o Lucro Real, cuja
apuração é de incidência trimestral, em 31 de março, 30 de julho, 30 de setembro e 31 de
dezembro.
O adicional de imposto de renda tem alíquota de 10% por cento com apuração mensal
por estimativa do valor que exceder a R$ 20.000,00/mês, isto por força do artigo 4º. da Lei
9.430 de 27 de dezembro de 1996 que alterou o artigo 3º. da Lei 9.249 de 26 de dezembro de
1995.
O Imposto de renda sobre a prestação dos serviços, conforme o artigo 29. º da Lei
10.833, de 29.12.2003, é calculado à alíquota de 1,5% a título de antecipação sobre o valor
pago referente a prestação de serviços. Incide sobre importâncias pagas ou creditadas por
pessoas jurídicas, às empresas de Factoring, a título de prestação de serviços. A retenção é de
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responsabilidade do pagador que tem prazo até o 3. º dia útil da semana subseqüente da
ocorrência dos fatos geradores para recolher o tributo incidente sobre os serviços prestados.
A Contribuição social sobre o lucro real, Lei n.º 7.689 de 15 de dezembro de 1988, é
imposta às empresas de Factoring conforme disposto no artigo 1.º da Medida Provisória n.º 66
de 29 de agosto de 2002, convertida na Lei 10.637 de 30 de dezembro de 2002 e Lei 10.833,
de 29 de dezembro de 2003.
A Contribuição sindical patronal constante da CLT (art. 513 - Item "e") terá percentual
e a classe de capital é informada anualmente pelo Sindicato Patronal para recolhimento até o
dia 31 de janeiro de cada ano ou até 30 dias do mês da constituição da empresa de Factoring.
Quanto aos Títulos e Valores Mobiliários (TVM´s), esses são papéis negociados no
mercado financeiro, sendo Títulos Públicos e Títulos Privados. Não são aqueles recebíveis
(títulos de crédito) objetos das operações de Factoring.
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as letras de câmbio, os CDB´s (Certificados de Depósitos Bancários), RDB´s (Recibos de
Depósitos Bancários) e os CDI`s (Certificados de Depósitos Interbancários).
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4.1. DIFERENÇA ENTRE FACTORING E ATIVIDADE FINANCEIRA DOS
BANCOS
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Os investidores, através de contas de cadernetas de poupanças, por exemplo, recebem
dos Bancos juros e atualização monetária e os tomadores de empréstimos pagam aos Bancos
juros sobre os empréstimos ao final do prazo contratado.
O ganho obtido pelas Factoring se opera por intermédio de um preço. Ele não é
proveniente de juros, nem de desconto. É obtido através do preço cobrado pela prestação dos
serviços e pelo diferencial, chamado fator, do preço da compra dos títulos de crédito
provenientes das vendas de mercadorias ou serviços. Em uma operação de Fomento Mercantil
em que seja realizada a compra pela empresa de Factoring de duplicatas no total de r$
1.000,00, se o fator for de 4% ao mês, ad-valorem de 1% sobre o valor de face, prazo de 30
dias, o rendimento será: fator r$ 40,00 mais ad-valorem r$ 10, 00, totalizando ganho bruto da
Factoring em r$ 50,00.
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OPERAM COM O "FACTORING" NÃO SE INCLUEM NO AMBITO
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.
II - O EMPRESTIMO E O DESCONTO DE TITULOS, A TEOR DE
ART. 17, DA LEI 4.595/64, SÃO OPERAÇÕES TIPICAS,
PRIVATIVAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, DEPENDENDO
SUA PRATICA DE AUTORIZAÇÃO GOVERNAMENTAL.
“III - RECURSO NÃO CONHECIDO”.
Conforme disposto no artigo 146, inciso III, alínea “a”, cabe à lei complementar
estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição
de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes. Não há lei
complementar versando sobre o IOF nas operações de Factoring.
Portanto, o artigo 58, da Lei Ordinária n.º. 9.532/97, estabeleceu normas gerais para o
IOF, incluindo Factoring, cuja matéria é reservada à Lei Complementar (art. 146, III, “a”,
CF-88).
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§ “2º O imposto cobrado na hipótese deste artigo
deverá ser recolhido até o terceiro dia útil da
semana subseqüente à da ocorrência do fato
gerador”.
Então, as operações de Factoring, segundo o citado dispositivo, sujeitam-se à
incidência de IOF. A alíquota aplicada é de 0,0041% ao dia calculado da data da operação até
a data do vencimento do título adquirido. O cálculo é aplicado sobre o valor líquido do título
adquirido, isto é, após o desconto dos encargos. O valor apurado deve ser pago até o 3º dia útil
da semana subseqüente à semana que ocorreu o fato gerador.
A Lei n.º. 5.143, de 20 de outubro de 1966, estabelece que o IOF incida nas operações
de crédito e seguro realizadas por instituições financeiras e seguradoras, tendo como fato
gerador na operação de crédito a entrega do valor ou sua colocação à disposição do
interessado, assim dispõe o artigo 1º:
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A Responsabilidade Tributária, diz Eduardo Marcial Ferreira Jardim que é a
“Incumbência que recai sobre o sujeito passivo no que atina ao adimplemento da obrigação
tributária ou ao pagamento de penalidade pecuniária”.
Como ensina Paulo de Barros Carvalho, o Contribuinte tem relação direta e pessoal
com o fato jurídico tributário, mesmo que nada contribua.
Assim, a Contribuinte é a empresa cliente e de acordo com o artigo 58, da Lei ordinária
nº. 9.532/97, a Sociedade de Factoring é a Responsável Tributária pela cobrança do IOF.
Trata-se de matéria de normas gerais tributárias que ainda não está prevista em nenhuma Lei
complementar, exigência do artigo 146, III, da Constituição Federal.
Como já registrado anteriormente, o IOF foi instituído pela Lei nº. 5.143/66. Em seu
artigo 1° e inciso I, está estabelecido que o “tributo incide nas operações de crédito e seguro
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realizados por instituições financeiras e seguradoras e tem como fato gerador, no caso de
operações de crédito, a entrega do respectivo valor ou sua colocação à disposição do
interessado”.
De acordo com o Decreto nº. 2.219/97, art. 26, § 1º, os responsáveis pela cobrança e
recolhimento do imposto sobre títulos e valores mobiliários são as instituições financeiras e as
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, aí incluídas as
bolsas de valores, de mercadorias e sistemas de liquidação SELIC e CETIP.
Portanto, o art. 58, da Lei nº. 9.532/97, apresenta dois equívocos: a) confunde as
operações de Factoring com as operações de crédito praticadas pelas Instituições Financeiras;
b) considera pessoa física como se fosse cliente da Sociedade de Factoring.
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“Acórdão nº. 201-76043, Ementa: IOF. CRÉDITO.
EMPRESA DE FACTORING NÃO FINANCEIRA. NÃO
INCIDÊNCIA. Não incide o IOF nas operações realizadas por
empresa não financeira que se dedica ...”
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II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação
pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou
de documento que a represente, ou sua colocação à
disposição do interessado em montante equivalente
à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta
à disposição por este;
As sociedades de Factoring não são instituições financeiras, não fazem parte do sistema
financeiro nacional. Instituições Financeiras são as definidas pelo artigo 17 da nº. 4.595 de 31
de dezembro de 1964.
As Factoring são prestadoras de serviços e adquirem ativos com recursos próprios. Não
há na operação de Fomento Mercantil a intermediação de recursos de terceiros e também não
há empréstimos. As Factoring não coletam e não intermedeiam recursos, nem em moeda
nacional, nem estrangeira, e não custodiam valores de terceiros.
O Factoring é uma prestação de serviços que tem como conseqüência a aquisição dos
títulos da venda de mercadorias ou serviços. O Factoring não é uma simples cessão de crédito.
A atividade financeira dos bancos não se equipara com os serviços de Factoring. O Factoring
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presta apoio gerencial às empresas de controle de estoques, conhecimento do mercado de seus
produtos, negociação com fornecedores e acompanhamento das contas a pagar e a receber
para depois adquirir os direitos creditórios.
6. CONCLUSÃO:
Conforme o artigo 1º, da Lei nº. 5.143/66 e do artigo 153, V, da Constituição Federal,
os elementos exigidos para configurar a hipótese de incidência do IOF são: a) a realização de
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; b)
Tomador do crédito, pessoa física ou jurídica; c) Indispensável participação da Instituição
Financeira (Banco), na condição de sujeito passivo.
Não pode haver incidência do IOF sobre as operações de Factoring. A uma porque
dentre as hipóteses de incidências do IOF instituído pela Lei nº. 5.143/66 e pelo artigo 153, V,
da Constituição Federal, não estão as operações de Factoring, uma vez que estas não se
confundem com as operações de crédito praticadas pelas Instituições Financeiras. A duas
porque empresa de Factoring não é Instituição Financeira (Banco). Nas operações de
Factoring não há participação de Instituição Financeira, sujeito passivo indispensável para que
haja a incidência do IOF. A três porque não há lei complementar versando sobre a incidência
de IOF nas operações de Factoring, condição estabelecida pelo artigo 146, III, “a”, da
Constituição Federal.
Dessa forma, pelas razões apontadas, espera-se o reconhecimento pelo STF – Supremo
Tribunal Federal da inconstitucionalidade do art. 58, da Lei nº. 9.532/97, no julgamento da
ADI-MC-1763-8 - Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pela Confederação
Nacional do Comércio – CNC.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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