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Rua Rubinode Oliveira, 85
A IDÉIA É COMO A GOTA D'ÁGUA. PODE REFLETIR A IMENSIDADE. Correspondência: Caixa Postal 5739
> São Paulo
ANO I NÚMERO 6 SÃO PAULO, JULHO DE 1967 PREÇO NCr$ 0,20
FABRICANTES DE GUERRA
Ê muito comum ouvirmos tados Unidos e Inglaterra. tes em cada país, encrustados ras têm o cuidado de deixar gunda passaram-se pouco Quando um pacato cidadão
dizer que a História nunca se Sempre essas velhas matro- nos meandros governamen- que uma geração de jovens mais de vinte anos. E da se- que nunca pensara em matar
repete e freqüentemente adu- nas a incendiarem o mundo ! tais, nos parlamentos e nos amadureça e que outras este- gunda guerra mundial para a ninguém, entra para a caser-
zem, como «sólido» argumen- Enquanto que os árabes e so- ministérios, especialmente os jam em pleno sazonamento terceira, que já está cientifi- na, tem que abandonar to-
to, aquela imagem infantil e bretudo o Egito e a Síria, são que se relacionam com o mi- para então provocar e orde- camente e calculadamente pre- das as suas cogitações pacifis-
descolorida de que «cada mi- abastecidos pela União Sovié- litarismo. É uma rede de nar as matanças coletivas que parada, medeiam, também, tas e preparar-se para apren-
nuto que passa as coisas já tica, a velha raposa que, sob bandidos internacionais que hão de consumir as toneladas pouco mais de vinte anos. der a matar. Ali chegando
não são as mesmas. Não sa- o manto do socialismo, põe em mercadejam com as vidas hu- de armas sigilosamente arma- Precisamente o tempo neces- não tem outra alternativa se-
bemos em que setor da vida prática o imperialismo mais manas como se estas fossem zenadas. O grau de sadismo sário para que as novas gera- não a de esquecer completa-
prática tem aplicação essa ções de moços estejam aptas mente aquele mandamento
simplista conclusão. Mas, o para serem esvisceradas nos que diz : NÃO MATARÁS.
que é certo é que, ao longo da cruentos campos de batalhas. Põe-se-lhe nas mãos estranhas
história a humana, encontra- Isto é velho na história hu- ferramentas que tem que
mos acontecimentos que se re- mana e continua se repetindo aprender a manejar com des-
petem sempre, sistematica- em nossos dias com a mesma treza e maestria. E quanto
mente, com os mesmos princi- precisão, com o mesmo signi- mais destro e arrojado fôr
pios, os mesmos arrazoados e ficado, com os mesmos intui- nessa macabra profissão de
as mesmas finalidades. As tos e finahdades. E quando matar gente, calculada e im-
guerras, por exemplo, são as guerras terminam, nin- punemente, mais honrosa se-
umia constante na trajetória guém ganhou nada, todos per- rá a sua situação e até a gló-
universal e, embora superfi- deram;. Apenas salvaram-se ria lhe poderá sorrir.
cialmente possam aparentar os poderosos fabricantes de Quando a psicologia aplica-
divergências de motivações e armas, que, apuradas as ver- da, a psiquiatria, a psicaná-
seu conteúdo político e eco- dades, são os verdadeiros e lise e outros ramos da ciência
nômico nivela-as todas. diretos responsáveis dos gran- médica, desdobram-se no es-
Não somos movidos, em des morticínios coletivos. Os forço continuado de recons-
nosso consueto comentário, donos das indústrias bélicas truir individualidades, de re-
por pruridos de sabedoria his- são verdadeiras potências den- compor desajustados, de res-
tórica. Longe estamos disso e tro das potências ; eles não tabelecer caracteres, de res-
desde já resignamos quadquer fazem, somente armas, fabri- taurar, em suma, a persona-
desafio. O que, deveras, nos cam também partidos políti- lidade humana tão desperso-
aparvalha é o cinismo voraz, cos, fazem deputados, elegem nalizada pelas profundas ma-
destruidor, dos fabricantes de governos que irão exportar zelas sociais, é incrível e inad-
armas que nunca desanimam ou importar armamentos e missível que se continue a
na produção macabra dessais preparar guerras para vender macerar, a distorcer, a defor-
ferramentas mortiferEis e, os volumosos estoques de ar- mar, a delicada e tênue alma
também, a revoltante indife- mas que já se encontram de- humana, com a repulsiva arte
rença dos povos que não li- vidamente encaixotadas, per- de matar. É mister que as
gam a mínima importância feitamente calibradas, esme- gerações modernas se movam
ao meticuloso preparo dessas radamente polidas e prontas decididamente no sentido irre-
matanças coletivas. Não se para estraçalhar vidas huma- versível de abolir definitiva-
pode imaginar maior tragédia nas. Na indústria da morte, mente todos os tipos de guer-
para um povo do que uma cada aparelho bélico que dali ras, quer sejam parciais ou
declaração de guerra. As pio- sair, tem que ter a precisão mundiais. Essa mocidade ir-
res coisas do mundo aconte- reverente e infrene, que exte-
cem nessas beligerantes épo- matemática de não errar o rioriza o seu descontentamen-
cas que obedecem a sórdidos alvo e quanto maior fôr o es-
trago que possa causar, mais to através de modas descon-
planejamentos friamente con- certantes, de músicas e cantos
cebidos. E apesar de tudo meritória será a sua aprova- febricitantes, e que, entretan-
isso, estas coisas se repetem 'Cemitério das Nações Unidas' Fruto dos Fabricantes de guerra ção. Todo esse aparelhéunen-
to, fica indiferente à tremen-
com uma precisão quase ma- to feito com tanto capricho
e esmero, não tem outra víti- da fogueira universal que ve-
temática, e os povos nelas desavergonhado e a mais es- pipocas. A vida de um gar. que corre nas veias destes fe- lhos caducos já estão prepa-
participam sempre, entusiàs- ma como se fosse um rico
pantosa e sanguinária ditadu- . boso jovem, cheio de vigor e rozes espécimens deve che- manjar. E se um soldado, rando, deve voltar a sua aten-
tícamente, tomando partido ção para este crime coletivo,
previamente determinado pe- ra. É óbvio o interesse que saúde, ciosamente criado pe- gar ao sui)erlativo incontrolá- levado por sentimento huma-
essas exportadoras de armas los pais, está pendente de uma nitário, (procurasse desviar as antes que seja tarde demais.
los escusos interêteses dos fa- vel da ciêincía, pois, de outra A máquina de triturar vidas
bricantes de material bélico. têm nos conflitos armados do bala que está sendo fabrica- forma, estariam^ recluídos em balas era lugar de alojá-las no humanas já está preparada.
Num relatório amplamente Vietnã, do Oriente Médio e da não se sabe onde e nem severos manicômios. corpo do inimigo, certamen-
te seria severamente punido A indústria da guerra traba-
divulgado na França mostra nas monstruosas catástrofes quando, mas que está a êle lha a todo vapor. Cuidado
que Israel recebe seus arma- bélicas mundiais. Esses pro- destinada através de guerrais A História se repete, sim ou fuzilado talvez. Daí se
senhores ! Desde a primeira conclui que a arte de matar moços !
mentos da parte ocidental, vocadores de sangueiras hu- cronomètricamenté prepara-
principalmente da França, Es- manas têm seus representan- das. Os fabricantes de guer- guerra mundial • para a se- começa nos quartéis. Pedro Catallo
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AUTORITARISMO
ERICH FROMM biològicamente condicionada
pela sobrevivência dos mais
A iperversão masoquista,
com sua fruição intencional e
domasoquistas em crianças
pequenas, presumiu que o sa-
deste trabalho) de que as
pessoas masoquistas estão to-
ginal de insignificância. Co-
mo podemos entender isto ?
Continuação do n.o anterior aptos, a sede de poder foi ex- consciente da dor ou humi- domasoquismo fosse um «im- madas por um terror à soli- Podemos imaginar que ao tor-
plicada como parte da nature- lhação, atraiu a atenção dos pulso parcial» que regular- dão e à insignificância. Fre- nar pior um medo a pessoa
za humana, que não admite psicólogos e escritores antes mente aparece no desenvolvi- qüentemente este sentimento está tentando remediá-lo ? É
Para muitos observadores, não é consciente; muitas ve- isto, com efeito, o que o ma-
o sadismo pareceu menos des- outra explicação além da ovi- do caráter masoquista (ou mento do instinto sexual. Jul-
masoquismo moral). Cada gou que as tendências sado- zes é disfarçado por senti- soquista faz. Enquanto eu
concertante do que o mstso- dente. mentos compensatórios de me debato entre meu desejo
quismo. O íato de alguém Os anelos masoquistas, con- vez mais, porém, foi sendo masoquistas nos adultos se
reconhecido quão de perto as devam a uma fixação de evo- eminência e perfeição. Contu- de ser independente e forte e
querer magoar ou dominar tudo, as tendências dirigidas do, se penetrarmos suficiente- meu sentimento de insignifi-
outros assemeliiava-se, se não contra o próprio eu, sempre tendências masoquistas que lução psicossexual da pessoa
descrevemos inicialmente são em um plano primitivo ou a mente a fundo na dinâmica cância ou impotência, vejo-me
necessariamente «bom», pelo pareceram enigma. Como se inconsciente dessas pessoas, enredado em um conflito
menos assaz natural. Quer se poderia entender o fato de afins da perversão sexual, e uma ulterior regressão a este.
que ambos os tipos de maso- Mais tarde, Freud ficou cada encontraremos infalivelmente atormentador. Se consigo re-
trate da esposa, do íilho, de que houvesse gente que não aqueles sentimentos. O indi- duzir meu ego individual a
um auxiliar, de um garcão ou só fazia questão de menos- quismo são essencialmente vez mais convencido da im-
um único fenômeno. portância daqueles fenômenos víduo sente-se «livre» no sen- nada, se posso vencer a cons-
de um mendigo na rua, há prezar-se, debilitar-se e ma- tido negativo, isto é, sozinho ciência de minha independên-
um sentimento de «amor» è goar-se, como ainda gostasse a que deu o nome de maso-
Certos psicólogos supuse- quismo moral, uma tendência com seu eu e enfrentando um cia como indivíduo, posso li-
até de gratidão por esses ob- de fazer isso? O' fenômeno ram que desde que há pes- mundo estranho e hostil.
do masoquismo não será uma para sofrer não fisica porém vrar-me desse conflito. Sen-
jetos de sua dominação. Êle soas que querem submeter-se tir-me absolutamente mesqui-
pode imaginar que quer do- contradição de toda a nossa mentalmente. Êle salientou Nesta situação, para citar
e sofrer deve haver um «ins- também o fato de que as ten- uma eloqüente descrição de nho e inerme é um modo de
minar as vidas deles ipelo fato imagem do psiquismo huma- tinto» que tenha este mesmo
no como sendo voltado para dências masoquistas e sádicas Dostoiévslíi, em «Os Irmãos alcançar tal meta ; outro é
de amá-los muito; na verda- objetivo. Sociólogos, como ficar acabrunhado pela dor e
de, êle. os ama porque os do- o prazer e conservação indi- são sempre encontradas jun- Karamazov», êle não tem «ne-
Vieriíand, chegaram à mesma tas a despeito de sua aparen- pela agonia, e outro ainda é
mina. *Êlc os suborna por vidual? Como se pode expli- conclusão. O primeiro a en- nhuma necessidade mais pre-
car que alguns hom.ens sejam te contradição. Sem embar- mente do que a de encontrar ser dominado pelos efeitos da
meio de coisas materiais, de saiar uma explicação teórica embriaguez. A fantasia do
elogios, de declarações de atraídos por êle e tendam a go, êle modificou sua expli- alguém a quem possa entre-
mais completa foi Freud. A cação teórica dos fenômenos suicídio é a última esperança,
amor, de mostras de espírito incorporar naquilo que todos principio, êle pensou que o gar, o mais depressa possí-
nós nos esforçamos tanto pa- masoquistas. Imaginando que vel, o dom da liberdade com caso todos os outros meios te-
e inteligência, ou de demons- sadomasoquismo era um fe- nham falhado em dar alívio
tração de interesse por eles. ra evitar: dôr e sofrimento? há uma tendência de origem que, pobre dele, nasceu». O
nômeno intrinsecamente se- biológica para a destruição, ao peso da solidão.
Êle pode dar-lhes tudo — tu- Há um fenômeno, no entan- xual. Observando práticas sa- indivíduo assustado busca al-
do — tudo exceto uma coisa: que pode ser dirigida, seja guém ou algo a que possa
to, que prova que o sofrimen- contra os outros seja. contra Em certas condições, estes
o direito a serem livres e in- to e a fraqueza podem ser a prender seu ego; não supor- anelos masoquistas são relati-
dependentes. Esta constela- si mesmo, Freud alvitrou que ta mais ser seu próprio eu
meta dos anelos humanos: o masoquismo é essencial- vamente bem sucedidos. Se o
ção é, via de regra, encontra- a perversão masoquista. Ne- individual e tenta, frenètica- indivíduo encontra padrões
da nas relações entre pais e mente o iproduto deste cha- mente,"descartar-se dele e re-
la, vemos que pessoas de ple- mado instinto de morte. Su- encontrar outra vez a segu- culturais que o satisfaçam
filhos. Nelas, a atitude de do- na consciência querem sofrer como a submissão ao «chefe»
minação — e de propriedade geriu ainda que este instinto rança eliminando esse fardo:
de uma forma ou doutra e de morte, que não pode ser na ideologia fascista), êle ob-
— é amiúde mascarada pelo sentem prazer nisso. Os as- o seu ego.
observado diretamente, amal- tém certa segurança ao verse
que parece ser preocupação sim pervertidos sentem exci- O masoquismo é um cami- muito unido a milhões de ou-
«natural» ou vontade de pro- gama-se com o instinto se-
tação sexual quando sofrem xual, aparecendo como maso- nho para atingir esse alvo. As tros que partilham dos mes-
teger um filho. O filho é co- dores a eles infligidas por formas diferentes assumidas mos sentimentos. Todavia,
locado em uma gaiola doura- quismo se dirigido contra a
outra pessoa. Esta, porém, própria pessoa e como sadis- pelos impulsos masoquistas ainda nestes casos, a «solu-
da, podendo ter tudo desde não é a única forma de per- têm uma só meta: descartar- ção» masoquista não é melhor
que saia da gaiola. O resul- mo se dirigido contra outros.
versão masoquista. Freqüen- Chegamos agora à princi- -se do ego individual, perder- do que jamais o são as ma-
tado é comumente um receio temente, não é a sensação -se f si mesmo ; por outras nifestações neuróticas: o in-
de amar por parte da crian- concreta de dor que é visada, pal questão: Qual é a origem
tanto da perversão masoquis- palavras, Desfazer-se' do far- divíduo consegue eliminar o
ça quando esta cresce, pois, mas sim a excitação e satis- sofrimento visível, mas não o
«amor», para ela, subentende fação derivadas do fato de se ta quanto dos traços de ca- do da liberdade. Este objeti-
ficar presa e obstada em sua ráter masoquista? Além dis- vo é evidente nos anelos ma- conflito e a infelicidade silen-
estar fisicamente prêfeo, en- so, qual é a origem comum ciosa. Eis, entretanto, o que
própria procura da felicidade. fraquecido ou inerme. Muitas soquistas em que o indivíduo
aos impulsos masoquistas e tenta sujeitar-se a uma pes- o estudo dos distúrbios emo-
Hobbes considerou como vezes, tudo o que é desejado aos impulsos sádicos? cionais e mentais ensinou-nos:
uma «inclinação geral da hu- na perversão masoquista é soa ou poder que considera
ser tornado fraco «moralmen- A direção em que se en- iíresistívelmente superior. (In- que o comportamento huma-
manidade», a existência de no pode ser motivado por im-
«um desejo perpétuo e insa- te», pelo fato de se ser tra- contra a resposta foi já su- cidentalmente, a convicção de
gerida no começo deste capí- força superior de outra pessoa pulsos provocados pela angús-
ciável de ter cada vez mais tado como uma criança ou de tia ou por outro qualquer in-
poder, que só cessava com a ser repreendido ou humilha- tulo. Tanto os impulsos ma- é sempre interpretada em
do de qualquer maneira. Na soquistas quanto os sádicos termos relativos. Pode ba- suportável estado de espírito,
morte». Para êle, o desejo de que tais impulsos tendem a
poder não possui uma quali- perversão sádica encontramos tendem a auxiliar o indivíduo sear-se quer na força real da
a satisfação oriunda de atitu- a evadir-se a seu intolerável outra pessoa, quer em uma superar esse estado e, no en-
dade diabólica, porém é um tanto, simplesmente masca-
resultado perfeitamente ra- des correspondentes, isto é, sentimento de solidão e impo- convicção da total insignifi-
tência. Observações psicanalí- cância e ímpotêlicia de si mes- ram suas manifestações mais
cional do desejo humano de de magoar outras pessoas fi- flagrantes, ou nem sequer
prazer e segurança. Dfesde sicamente, de amarrá-las com ticas e outras de natureza em- ma. No sentimento masoquis-
Hobbes até Hitler, que expli- cordas ou correntes, ou de pírica fornecem amplas pro- ta de pequenez constamos estas.
ca o desejo de dominar como humilhá-las por meio de pa- vas (que não posso citar aqui uma tendência que serve pa-
lavras ou atos. O Medo à Liberdade sem ultrapassar a finalidade ra agravar o sentimento ori- (Cont. no próximo número)
conseqüência lógica da luta
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Centro de Estudos "José Oiticica"
o Cojnta dxx
o conhecido e combativo
SJOJUâ
tanto gostam de viajar de gra- nal é devorado em pagamen- a essa sangradura oficializada
1— Problema do Oriente Médio —i
Ê fato incontestável que a crise no Oriente Médio
deputado federal Sr. José Lurtz ça nos aviões da União. E hou- tos ao funcionalismo público. que enfesa e debilita a finança nos tenha afetado* tão objetivamente. Prova concreta
Sabiá, participan-lo do progra- ve também deputados que usa- A nc<-so ver, as declarações brasileira. São revelações estas, de que o mundo vai se tomando único.
ma "Roleta Paulista" do Canal ram as verbas anuais dos cin- do citado legislador ressaltam verdadeiramente desencorajan-
5, tez interessantes declarações qüenta milrões, para beneficiar dois fatos de suma gravidade tes porque excluem a possibili- Como entidade cultural o Centro de Estudos
Que não devem escapar aos te- os próprios "Prontos Socorros", dade de se equilibrar a faixa
que eram piopriedades suas financeira po país, dado que «Professor José Oiticica» não podia ficar indiferente
lespectadores votantes. Nessas
declarações, o irriquieto repre- particulares. Estas e outras conta apenas com 48% do or- às realidades sociais, econômicas e políticas de nossa
sentante popular mostrou, sem desconcertantes revelações fo- çamento total, para atender a época. Ciunpre, tanibém, que firmemos e assumamos
ambages, como os senhores ram feitas pelo combativo todos os outros setores vitais responsabilidades ante os últimos acontecimentos.
deputados, depois de eleitos e deputado que deplorou publica- da nação, inclusive a amorti-
em pleno gozo de suas depu- mente o deslavado comporta- zação dos grandes débitos ori- 1° — Somos entusiásticos defensores das expe-
tações, divorciam-se cinicamen- mento de alguns dos seus pares. undos das grossas quantias de
dólares que, seguidamente, os riências sociológicas das RIBUTZAS, seu progresso e
te dos interesses do povo, ao Todavia, o que mais terá es-
Qual, com ardor e humildade, tarrecido os telespectadores, poderes públicos recebem do ex- realidade de meio século, mas isto não implica em
juraram lealmente defender. será a declaração que fêz de terior. adesão incondicional a toda e qualquer veleidade
Alguns desses "Excelências" público e com certa indignação, A leonina porcentagem de agressiva e imperialistica do governo de Israel.
quando postulam votos nas Eôlare os duzentos mil funcio- 52% representa um pesado tri-
épocas ainda incertas das elei- nários públicos federais, que buto que a população paga a 1° — Somos visceralmente contrários ao regime
ções, assumem atitudes de au- recebem seus ordenados sem um funcionalismo público, cujo bonapartista de Nasser e da camarilha biu^uesa
tênticos mendigos, divergindo a que exerçam nenhuma ativida- eficiente desempenho está con-
substanciado nas intermináveis enquistada no poder, mas isto não eqüivale a um re-
semelhança, apenas, porque a de para a Nação. Se não fosse
saúde e a indumentária revela- reclamações do público em ge- púdio do autêntico povo árabe, levado por .seus di-
um autêntico representante do
-Ihes a categorifi social. povo que fizesse tão escanda- ral. Semelhante disparidade na rigentes a uma trágica aventura militar.
Segundo o depoimento públi- losa revelação, não acreditaría- «Roleta Paulista» distribuição da verba nacional,
co de Sabiá, deputados há que mos que tamanha vigarice, que explica o aumento contínuo, 3' — Somos Simpáticos às realizações democrá-
comparecem uma única vêz por tanto onera a Nação, se pro- pa a a vida da nação. Duzen- silencioso e inopinado, dos vá- ticas, sindicais e cooperativistas do povo de Israel;
mês à Câmara para receber os cesse sob as vistas complacentes tos mil funcionários arbitraria- rios tipos de impostos que agra- mas isto não significa uma aquiescência a valores re-
obesos honorários que lhes de chefes de Estado que alar- mente encrustados no deficitá- vam dia a dia a vida do ci-
brinda a confortável deputação deam honorabilidade e retilão rio Tesouro Nacional, e a des- dadão. O que mais dói é a ligiosos alienantes já superados, a segregação pato-
que não exercem. Outros "Ex- na arte de governar. O depu- pesa obrigatória de 52% para tristeza que há no canto de lógica, apoio ao capital explorador e ao Estado mili-
celências" dão o ar de suas tado Sabiá, com a franqueza manter esse peso morto de fun- um Sabiá que não pode entoar tarista em formação.
presenças uma ou duas vezes que lhe é peculiar, fêz saber cionalismo, estão a demandai harmoniosas trovas de uma al-
por semana. Esses devem ser, ainda ao público que o ouvia, urgentemente um novo critério voiada risonha para uma terra 4' — Somos opostos ao imi)erialisino nasserista
com toda certeza, aqueles que que 52% do orçamento Nacio- administrativo que ponha fim tão prodigiosa e tão sacrificada. e à idéia megalomântica do poder, fomentadas e
apoiadas pela denominada «Pátria do Proletariado»,
que levou o mísero «felah» passivamente ao mata-
douro da guerl-a.
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