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Confissão de Fé Batista de New Hampshire, 1833

CONTEÚDO

1. Das Escrituras
2. Do Verdadeiro Deus
3. Da Queda do Homem
4. Do Caminho da Salvação
5. Da Justificação
6. Da Natureza Livre da Salvação
7. Da Graça na Regeneração
8. Do Arrependimento e da Fé
9. Do Propósito da Graça de Deus
10. Da Santificação
11. Da Perseverança dos Santos
12. Da Harmonia da lei e do Evangelho
13. De uma Igreja Evangélica
14. Do Batismo e da Ceia do Senhor
15. Do Sábado Cristão
16. Do Governo Civil
17. Do Justo e do Ímpio
18. Do Mundo Vindouro

O uso de uma confissão de fé publicada pelos Batistas vem desde o Século XVII. A
história fornece-nos informações que no início da obra Batista cada congregação
tinha a sua própria confissão de fé. À medida que a obra espalhava-se na Europa e
América do Norte, um certo "sentimento associacional" começou a caracterizá-la,
tornando-se inevitável o surgimento de confissões de fé regionais.

Entre as principais confissões de fé Batistas, destacam-se: a Primeira Confissão de


Londres (1644 – Inglaterra), a Segunda Confissão de Londres (1689 – Inglaterra), a
Confissão de Fé New Hampshire (1833 - Estados Unidos) e a Declaração de
Mensagem e Fé Batistas (1925 - Estados Unidos).

A Confissão de Fé de New Hampshire foi redigida pelo Rev. John Newton Brown
(1803 - 1868), no Estado de New Hampshire, por volta de 1833, e publicada por
uma comissão da Convenção Batista daquele Estado. Ela foi adotada pela mesma
Convenção, chegando a influenciar outras confissões, sendo uma das mais
largamente aceitas e amplamente usadas declarações de fé Batista nos Estados
Unidos, especialmente nos estados do norte e do oeste. Trata-se de uma declaração
clara e concisa da fé denominada Batista, em harmonia com as doutrinas de
confissões mais antigas, porém expressa em forma mais moderada. Ela é
relativamente breve quando comparada com outras confissões, contendo 18 artigos.
De um modo geral, sua tendência é calvinista moderada e relembra a fé dos
protestantes ortodoxos.

Com a chegada dos missionários americanos no final do Século XIX ao Brasil, a


Confissão de Fé de New Hampshire tornou-se a confissão dos Batistas brasileiros,
passando a ser conhecida como "Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil".

Em 1983, a Assembléia Anual da Convenção Batista Brasileira votou a nomeação


de uma comissão para elaborar uma declaração de fé dos Batistas brasileiros por
Batistas brasileiros. Após certo período de trabalho, em 1985, a citada comissão
apresentou ao plenário de sua Assembléia Anual o seu parecer, que foi aceito pelos
convencionais presentes. A nova declaração recebeu o nome de "Declaração
Doutrinária da Convenção Batista Brasileira", de maneira que a referida Convenção
reconhece apenas duas confissões de fé: a de New Hampshire, ou "Declaração de
Fé das Igrejas Batistas do Brasil", e a recente "Declaração Doutrinária".

DECLARAÇÃO DE FÉ

1. Das Escrituras

remos que a Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente


inspirados, e é um perfeito tesouro de instrução celestial; que tem Deus
como seu autor, salvação como seu fim, e verdade sem qualquer mistura
de erro como seu conteúdo; que ela revela os princípios pelos quais
Deus nos julgará; e por isso é, e continuará sendo até o fim do mundo, o
verdadeiro centro da união cristã, e o supremo padrão pelo qual toda conduta,
credos, e opiniões humanas devem ser julgados.

2. Do Verdadeiro Deus

remos que há um, e somente um, Deus vivo e verdadeiro, um Espírito


infinito, inteligente, cujo nome é YAHVEH, o Criador e Supremo
Governador do céu e da terra, inexprimivelmente glorioso em santidade,
e digno de toda honra, confiança, e amor possíveis; que na unidade da
divindade há três Pessoas, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo; iguais em
toda a perfeição divina, e executando distintos e harmoniosos ofícios na grande
obra da redenção.

3. Da Queda do Homem

remos que o homem foi criado em santidade, sob a lei de seu Criador;
mas por transgressão voluntária caiu daquele santo e feliz estado; em
conseqüência do que todos os homens são agora pecadores, não por
constrangimento, mas por escolha; sendo por natureza completamente
destituídos daquela santidade requerida pela Lei de Deus, inegavelmente
inclinado para o mal, e por isso sob justa condenação à ruína eterna, sem defesa ou
desculpa.

4. Do Caminho da Salvação

remos que a salvação de pecadores é totalmente de graça, através do


ofício mediador do Filho de Deus; que pelo decreto do Pai, livremente
tomou sobre si nossa natureza, mas sem pecado; honrou a Lei Divina
pela sua obediência pessoal; que tendo ressuscitado da morte, Ele está
agora entronizado no céu; e unindo em sua maravilhosa pessoa as mais
ternas simpatias com divinas perfeições, Ele é de todos os modos qualificado para
ser um salvador adequado, compassivo e todo-suficiente.

5. Da Justificação
remos que a grande bênção evangélica que Cristo assegura a tantos
quantos crêem nele é a justificação; que a justificação inclui o perdão de
pecado, e a promessa de vida eterna sobre os princípios da justiça; que
ela é aplicada, não em consideração de quaisquer obras de justiça que
nós temos feito, mas exclusivamente através da fé no sangue do
Redentor; em virtude do que sua perfeita justiça é livremente imputada a nós por
Deus mediante a fé; que leva-nos para um estado da mais abençoada paz e favor
com Deus, e nos assegura as bênçãos necessárias para o tempo e a eternidade.

6. Da Natureza Livre da Salvação

remos que as bênçãos da salvação são colocadas à disposição de todos


pelo evangelho; que é o dever imediato de todos aceitá-las por uma fé
cordial, penitente e obediente; e que nada impede a salvação do maior
pecador na terra exceto sua própria depravação inerente e rejeição
voluntária do evangelho; que a rejeição envolve-o em uma condenação
agravada.

7. Da Graça na Regeneração

remos que, a fim de serem salvos, os pecadores devem ser regenerados,


ou nascidos de novo; que a regeneração consiste em dar uma disposição
santa à mente; que ela é efetuada de uma maneira acima da nossa
compreensão pelo poder do Espírito Santo, em conexão com a verdade
divina, de maneira a assegurar nossa obediência voluntária ao
evangelho; e que sua evidência apropriada aparece nos santos frutos do
arrependimento, fé e novidade de vida.

8. Do Arrependimento e da Fé

remos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados, e também


graças inseparáveis, operadas em nossas almas pelo Espírito
regenerador de Deus; pelo que sendo profundamente convencidos de
nossa culpa, perigo e incapacidade, e do caminho da salvação por
Cristo, nós retornamos para Deus com contrição, confissão e súplica por
misericórdia não fingidas; ao mesmo tempo recebendo genuinamente o Senhor
Jesus Cristo como nosso profeta, sacerdote e Rei, e confiando nele somente como
único e todo-suficiente salvador.

9. Do Propósito da Graça de Deus

remos que a eleição é eterno propósito de Deus, segundo o qual Ele


graciosamente regenera, santifica e salva pecadores; que sendo
perfeitamente consistente com a livre agência do homem, abrange todos
os meios em conexão com o fim; que é uma demonstração gloriosíssima
da bondade soberana de Deus, sendo infinitamente livre, sábia, santa, e
imutável; que ela exclui completamente a vanglória, e promove humildade, amor,
oração, louvor, confiança em Deus, e ativa imitação de sua livre misericórdia; que
ela encoraja o uso dos meios no mais alto grau; que ela pode ser percebida pelos
seus efeitos em todo aquele que verdadeiramente crê no evangelho; que é o alicerce
da segurança cristã; e que verificá-la com respeito a nós mesmos demanda e
merece a máxima diligência.
10. Da Santificação

remos que a santificação é o processo pelo qual, segundo a vontade de


Deus, nós somos feitos participantes de sua santidade; que ela é uma
obra progressiva; que é iniciada na regeneração; e que é efetivada nos
corações dos crentes pela presença e poder do Espírito Santo, o Selador
e Consolador, no uso contínuo dos meios decretados - especialmente a
Palavra de Deus, o auto-exame, a abnegação, a vigilância, e a oração.

11. Da Perseverança dos Santos

remos que são crentes legítimos aqueles que resistem até o fim; que seus
perseverantes vínculos com Cristo é o grande marco que distingui-os
dos professos superficiais; que uma especial providência zela por seu
bem-estar; e eles são guardados pelo poder de Deus através da fé para a
salvação.

12. Da Harmonia da lei e do Evangelho

remos que a Lei de Deus é a regra eterna e imutável de seu governo


moral; que ela é santa, justa, e boa; e que a incapacidade que as
Escrituras atribuem aos homens caídos de cumprir seus preceitos
provém inteiramente de seu amor ao pecado; livrá-los disso, e restaurá-
los através de um mediador à obediência não fingida à santa Lei, é um
grande fim do evangelho, e dos meios de graça associados com o estabelecimento
da Igreja visível.

13. De uma Igreja Evangélica

remos que uma Igreja visível de Cristo é uma congregação de crentes


batizados, associados pelo pacto na fé e comunhão do evangelho;
observando as ordenanças de Cristo; governados por suas Leis, e
exercitando os dons, direitos, e privilégios investidos neles pela sua
Palavra; que seus únicos oficiais bíblicos são bispos, ou pastores, e
diáconos, cujas qualificações, reivindicações, e deveres são definidos nas epístolas
a Timóteo e Tito.

14. Do Batismo e da Ceia do Senhor

remos que o Batismo cristão é a imersão de um crente em água, em


nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; para anunciar, em um
solene e belo símbolo, nossa fé no Salvador crucificado, sepultado e
ressurreto, com seu efeito em nossa morte para o pecado e ressurreição
para uma nova vida; que é pré-requisito aos privilégios de uma relação
eclesiástica; e à Ceia do Senhor, na qual os membros da Igreja, pelo uso sagrado do
pão e do vinho, devem comemorar juntos a morte de Cristo por amor; precedido
sempre por solene auto-exame.

15. Do Sábado Cristão


remos que o primeiro dia da semana é o dia do Senhor, ou o sábado
cristão; e deve ser mantido sagrado para propósitos religiosos, pela
abstenção de todo o labor secular e recreações pecaminosas; pela
observância devota de todos os meios de graça, tanto privado quanto
público; e pela preparação para aquele repouso que restará para o Povo
de Deus.

16. Do Governo Civil

remos que o governo civil é de nomeação divina para os interesses e boa


ordem da sociedade humana; e que devemos interceder pelos
magistrados, conscienciosamente honrá-los e obedecê-los; exceto
apenas nas coisas opostas à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo, que é
o único Senhor da consciência, e o príncipe dos Reis da Terra.

17. Do Justo e do Ímpio

remos que há uma diferença radical e essencial entre o justo e o ímpio;


que apenas tantos quantos por meio da fé são justificados em nome do
Senhor Jesus, e santificados pelo Espírito do nosso Deus, são
verdadeiramente justos em Sua avaliação; enquanto todos quantos
continuam em impenitência e incredulidade são, aos Seus olhos, ímpios,
e sob a maldição; e esta distinção mantém-se entre os homens tanto na morte como
depois dela.

18. Do Mundo Vindouro

remos que o fim do mundo está se aproximando; que no último dia


Cristo descerá do céu, e ressuscitará os mortos da sepultura para
retribuição final; que uma solene separação então tomará lugar; que o
ímpio será condenado à punição, e o justo ao júbilo infindáveis; e que
este julgamento fixará para sempre o estado final dos homens no céu ou
no inferno, sobre os princípios da justiça.

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Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de
todo aquele que crê.

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