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A Ordem da Salvação

ou A Ordo Salutis
por
David Brown

"Levando cativo todo o pensamento à Palavra de Deus". (2 Coríntios


10:5)

Introdução:
A ordo salutis é o entendimento padrão Reformado de como Deus
aplica a redenção em Seu povo. Quando se diz que uma pessoa
particular foi ou é "salva", o termo é freqüentemente usado sem a
profundidade da Escritura ou sem uma apreciação da graça de Deus.
A Bíblia é muito clara de que os crentes são salvos pela graça, e estas
doutrinas especificam os modos nos quais esta graça é manifesta em e
através do crente. A Escritura define vários diferentes aspectos ou
passos da salvação de uma pessoa, desde o primeiro ouvir do
Evangelho até o caminho para a eternidade no céu. Cada um desses
aspectos se coincide, visto que todos eles são partes da salvação de
uma pessoa, mas eles também mantêm suas características distintivas
nas Escrituras e no plano redentor. Deus aplica esta redenção no tempo
àqueles que Ele escolheu desde toda a eternidade.

Chamado do Evangelho:
O Pai determinou que o caminho normativo de salvação deveria ser
através de Sua Palavra. A Bíblia coloca uma ênfase muito grande sobre
a leitura e pregação de Sua Palavra, assim como sobre a transmissão
deste Evangelho a todas pessoas. Este chamado geral do Evangelho,
contém a supremacia de Deus, Sua ira contra o pecado, e a promessa
de salvação através de Seu Filho, exorta o homem caído a se
arrepender de seus pecados e crer na redenção de Cristo Jesus.
(veja Isaías 55.7, Mateus 28.19-20, Romanos 10.14,17, 2 Timóteo 1.9-10,
3.15; CFW 10)

Regeneração:
O chamado geral do Evangelho é feito eficaz quando o Espírito Santo
faz com que a Palavra de Deus seja entendida, apreciada e crida no
coração de um indivíduo. Por causa da natureza caída e pecaminosa
do homem, ele está em inimizade contra Deus e recusa reconhecer a
veracidade do Evangelho. Deus envia Seu Espírito aos Seus eleitos
para mudar esta rebelião espiritual, regenerando, renovando e
transformando a condição interna de depravado para uma de amor
pelo Senhor. Na realidade, estes corações e naturezas foram nascidos
de novo, e seus olhos e ouvidos foram abertos para ver as gloriosas
verdades da salvação de Deus.
(veja Ezequiel 36.26-27, Mateus 16.17, 1 Coríntios 2.12-14, 2 Coríntios
3.3,6, 2 Tesssalonicenses .2.13-14, Tito 3.5; CFW 3.6, 10)

Conversão:
O coração regenerado que ouve o Evangelho é confrontado com a
culpa de sua condição pecaminosa e a certeza de um justo julgamento
contra ele. Desesperando-se por causa de seu estado, ele vê sua única
esperança de escape através de Cristo e tanto confia na promessa de
salvação como também se arrepende de seus pecados. Pela fé, ele
reconhece a si mesmo como um pecador necessitado da graça, e
implora a Deus por Seu poder e amor para salvá-lo através do sangue
e da justiça de Cristo. Através do arrependimento, ele odeia sua
pecaminosidade e se volta para Deus como a única fonte de justiça e
bondade, esforçando-se para viver obedientemente para Ele. Aqueles
que se arrependem e crêem são convertidos de seguidores de Satanás
para seguidores de Deus.

(veja Isaías 55.11, Oséias 14.2,4, Atos 17.30-31, 20.21, Romanos 1.17,
Efésios. 1.17-18, 2.8: CFW 14, 15)

Justificação:
A promessa no Evangelho é que aqueles que confiam no Senhor serão
salvos. O perdão para os pecados do povo de Deus, e a justiça que
permite ao pecador estar na presença de um Deus santo, vêm da
perfeita obediência e do sacrifício expiatório de Cristo. Como um
substituto para o eleito, duas coisas acontecem:
1. Cristo obtém sua salvação e o seu estar diante de Deus, por cumprir
a lei de Deus e o pacto no lugar dele, e
2. Ele carrega o castigo pelos seus pecados. Como Cristo cumpriu esta
tarefa, Deus promete que aqueles que confiam nEle terão a justiça de
Cristo imputada (ou dada) a eles, assim como os seus pecados serão
imputados a Cristo.
Assim, como um santo Juiz, Deus legalmente declara que o Seu povo é
“justo”, ou “sem culpa”. O pecador é justificado diante do Senhor
quando, em fé, Ele descansa não sobre sua própria bondade e/ou boas
obras (as quais ele não tem nenhuma), mas sobre a magnificente obra
do Filho de Deus.
(veja Jeremias 23.6, Romanos 3.24-26, 4.5-8, 5.17-19, Gálatas 2.16; CFW
11)

Adoção:
A graça de Deus converte pecadores de servos de Satanás em servos de
Cristo, todavia, Deus promete mais do que isso. Ele manifesta Seu
amor paternal para com os pecadores perdidos, adotando-os como
Seus próprios filhos. Através da adoção, Ele lhes dá todos os direitos,
privilégios e proteção, como pertencendo a Sua família e tendo Seu
nome. Eles se tornam filhos e filhos adotivos do Pai, e irmãos, irmãs, e
co-herdeiros com Cristo.
(veja Salmos 103.13, João 1.12, Romanos 8.15-17, Gálatas 4.5-7, Efésios
1.5; CFW 12)

Santificação:
O próximo passo neste processo de salvação é a obra purificadora do
Espírito Santo no andar diário do crente. Não somente os eleitos são
apresentados como inocentes através da imputação da justiça de
Cristo, mas eles também se desenvolvem espiritualmente na justiça
pela Palavra e pelo Espírito. Como o Espírito habita o crente, Ele opera
neles o crescer na graça e no conhecimento, e produz neles fruto e boas
obras espirituais. Os crentes são especialmente santificados quando
envolvidos numa igreja onde a Bíblia é ensinada e os sacramentos são
ministrados. Embora ninguém possa se tornar perfeito nesta vida, e
embora esta santificação pode ser uma obra muito longa e demorada,
os eleitos são fortalecidos eficazmente para que eles perseverem na
santidade.
(veja 2 Coríntios 7.1, Efésios 2.10, 5.26, 2 Tessalonicenses 2.13, Hebreus
13.20-21; CFW 13, 16)

Glorificação:
Quando um crente morre, sua alma vai para a presença de Deus
enquanto Ele espera pela ressurreição e redenção do seu corpo físico, e
ali é confortado e contempla a glória de Deus. A realização final da
salvação acontecerá quando Cristo retornar, reunir Seu povo, e
glorificá-los junto dEle. Quando a Nova Jerusalém for estabelecida,
que é comumente uma referência ao céu, a Bíblia promete que a
maldição do pecado não mais existirá e que os eleitos habitarão no céu
com o Senhor eternamente, em perfeita paz, amor e alegria.
(veja Eclesiastes 12.7, João 5.28-29, Atos 24.15, Romanos 8.30, 1
Coríntios 15, 2 Coríntios 5.1,6,8, Filipenses 1.23; CFW 32, 33)

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