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“History is being written with great speed and we are faced with choices and

decisions that will define the futures of education.

The Covid-19 crisis has exposed the fact that innovation and creativity are broadly
distributed and not the exclusive purview of select, well-resourced centers. We
have to learn from and support the responses coming from teachers, studentes
and communities.

These responses to the pandemic will be different from one place to


another, from one context to another. BUT, they must be based on a
humanistic vision of education and development and human rights
frameworks. Actions must strengthen public education, fortify common
goods and expand a global solidarity that emphasizes the collective
Responsibility for the education of everyone everywhere.“
Education in a post-COVID world: Nine ideas for public action
International Comission on the Futures of Education, UNESCO 2020
COVID NA EDUCAÇÃO
Online schooling system with parental support
UNESCO 2020
1,576,021,818 188
alunos países

UNESCO 2020
Sobre os IMPACTOS educativos

“A análise dos impactos educativos deste período de emergência e de calamidade é


fundamental, mas implica também tempo e recurso a metodologias próprias.

Conclusões taxativas são sempre demagógicas e, aliás, tremendamente injustas para os


diretores, os professores e educadores, os alunos e as famílias que se uniram e que
trabalharam, diariamente, com criatividade e afinco, em condições muito difíceis, para
que o ensino e a aprendizagem se desenrolassem o melhor possível.”

POR TIAGO BRANDÃO RODRIGUES


In Ano letivo 2019/2020 - Respostas à pandemia e aprendizagens para o futuro
Jornal de Letras Artes e Ideias, 15/07/2020
Sobre a REINVENÇÃO da Escola

“O estado de exceção que vivemos assumiu-se como uma prova à criatividade e à capacidade de adaptação de
todos os envolvidos no processo educativo, mas sempre sem perder o foco no objetivo central. Uma sociedade
evoluída prepara as suas crianças e jovens porque sabe que está a apostar no futuro.

E é assim que professores, bibliotecários, famílias e alunos têm criado as soluções mais extraordinárias, têm
explorado ideias de que ninguém se tinha lembrado, têm criado e recriado formas de comunicar, formas de
estimular, formas de envolver sem esquecer ninguém.

Esta é a verdade. Esta é a razão de a escola estar a acontecer e de ser tão importante e decisiva.

Porque uma escola que é amiga é-o em qualquer espaço, até em casa, e todos têm de o saber.”

POR CARLA MARQUES


In BLOG Escola Amiga da Criança
junho de 2020
Presencial + E@D Inversão de papéis REPENSAR a Escola

Encarregados de Educação O processo educativo alterou Repensar e equacionar o papel


experienciaram e (transitou na grande maioria da Educação e dos Educadores
contactaram mais para um modelo de E@D), o no curto e médio prazo.
proximamente com o papel que eventualmente levou a
do professor, pelo que as alterações nas
suas perceções sobre a perceções/opiniões sobre qual
deverá ser a Missão da Escola?
importância dos professores
poderá ter alterado.
O PRESENTE ESTUDO PROCUROU:

AFERIR como é percecionada pelos E.E. a Missão da Escola no contexto atual.

AFERIR o grau de autonomia percecionado pelos E.E. sobre os seus educandos.

AFERIR a capacidade e disponibilidade dos E.E. em apoiar os seus educandos.

AFERIR a perceção dos E.E. acerca da importância dos docentes no contexto atual.

AFERIR a opinião sobre a forma de acesso ao Ensino Superior.


recolha ocorrida
entre 01/06/2020
a 13/07/2020
› ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
23 136 respondentes

Habilitações literárias EE Idade Distribuição geográfica

30%
Centro
19,6%
9.º ano ou 90% 25%
Norte
menos Entre 31
e 50 anos 20%
33% sendo
Alentejo*

12.º ano que destes


10%
AM Lisboa
51%
5%
46,5% têm entre Algarve
Licenciatura 41 e 50 anos
ou superior 5%
Madeira

5%
Açores

% de EE com escolaridade acima de licenciatura esta sobre representada na nossa amostra face ao universo. * A % elevada no Alentejo deve-se ao facto de Santarém fazer parte da NUT Alentejo
e termos no presente estudo elevada % de respondentes do distrito de Santarém (Lezíria do Tejo).
› ALUNOS Distribuição por estabelecimento
91% 9%
Idades PÚBLICO PRIVADO

Distribuição por ciclo (% aluno)

46%
Idades

20% 18%
Sexo

8% 7%
49% 51%
Sexo masculino Sexo feminino
Pré-escolar 1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário
› CARACTERIZAÇÃO
FAMÍLIA

Composição do agregado N.º de educandos


c/ o respondente

4 | 48%
1 | 44% 2 | 47%
3 | 27%

5 | 15%

2 | 5% 3 | 8% 4 | 1%
› CARACTERIZAÇÃO
ECONOMIA
Rendimentos Grau de preocupação com
os efeitos económicos da pandemia

52%

= 44%
o 3%
1%

75% preocupados ou muito preocupados


› CARACTERIZAÇÃO
CONDIÇÕES
*

* No cruzamento desta variável


com o nível de escolaridade dos
E.E. constata-se que a % aumenta
para 70% nas famílias em que o
E.E. tem maior nível de
escolaridade.
RESULTADOS
CONTEXTOS
E@D
86%
dos alunos
da amostra

teve
SOLUÇÕES similares nas várias geografias

“Countries like Egypt, France, Italy, United States and United Arab Emirates (UAE) are
pursuing distance education modalities via internet and online platforms for
continuous education.
China, Korea, Mexico, Rwanda, Iran, Peru and Thailand are using massive open online
course (MOOC) styled lessons. The lessons are either delivered through apps,
television or other media. Teachers have access to training through these avenues as
well (Chang & Yano, 2020)

Governments of countries like China and South Korea are providing devices and
printed assignments to those who do not have access to technology. Meal plans are
also being catered to by providing takeaways to students (Chang & Yano, 2020;
Giannini & Lewis, 2020). Children who cannot be taken care of at home are being
taken care of in schools in countries like France and Japan (Giannini & Lewis, 2020).”
Home Learning in Times of COVID: Experiences of Parents; Bhamani, Makhdoom, Bharuchi, Ali, Kaleem & Ahmed, june 2020
In Journal of Education and Educational Development 7(1), 09-26, 2020.
http://dx.doi.org/10.22555/joeed.v7i1.3260
› TEMPO LETIVO em tempo de E@D
PERGUNTA
Em média, quanto tempo por dia é que
o seu educando passa em atividades escolares?

3%
9%
<= 0,5 horas 688 Alunos
9,5%

0,5 a 2 horas 2193 Alunos

28%
2 a 4 horas 11548 Alunos

4 a 6 horas 6456 Alunos

50%
> 6 horas 2123 Alunos
› TEMPO LETIVO em tempo de E@D
› por ano de escolaridade e tipo de estabelecimento

80% Escolas Públicas Escolas Privadas


70,0%
70%
60,0%
60%
50,0%
50%

40,0%
40%

30% 30,0%

20% 20,0%

10%
10,0%

0%
0,0%

<= 0.5 horas entre 0.5 e 2 horas entre 2 e 4 horas <= 0.5 horas entre 0.5 e 2 horas entre 2 e 4 horas

entre 4 e 6 horas > 6 horas entre 4 e 6 horas > 6 horas


› % por tipologia de atividades escolares no E@D
PERGUNTA
Selecione todo o tipo de atividades escolares de que
o seu educando está a dispor.

27%

21%

19%

11%

11%

9%

2%
IMPACTO do TEMPO letivo na ROTINA diária

“It was revealed that parents found sudden closure of the schools extremely
disturbing and they were concerned about their children’s routine. Parents
believed that through schools, a formally structured routine is followed on most
days of the week and this helps children to understand the importance of time,
scheduling and doing assignments on a given timeline.

“COVID 19 has influenced my children’s learning in two ways; formal schooling


and socialization... these aspects are important for a child to become a
responsible, task-oriented, disciplined and socially acceptable.”
Home Learning in Times of COVID: Experiences of Parents; Bhamani, Makhdoom, Bharuchi, Ali, Kaleem & Ahmed, june 2020
In Journal of Education and Educational Development 7(1), 09-26, 2020.
http://dx.doi.org/10.22555/joeed.v7i1.3260
CONTEXTOS
› AUTONOMIA

“AUTONOMOUS learning refers to the ability of learners to set learning goals,


determine learning content and progress, choose learning techniques, monitor
self-learning processes, and conduct self-assessments (Holec, 1981). It helps
students adjust their learning methods and coping strategies in a timely and
proactive manner based on learning effects. Studies have shown that students’
autonomous learning can effectively improve student learning performance
(Zhou & Li, 2020), improve the effectiveness of student learning, and promote the
cultivation of lifelong learning abilities Cheng (Guo, 2020)”.

Autonomous Learning of Elementary Students at Home during the COVID-19 Epidemic: A Case Study of the Second Elementary School in Daxie, Ningbo,
Zhejiang Province, China; Zhuodan Xie, Jiani Yang
13 March 2020
› … ainda sobre a AUTONOMIA

Estimular a autonomia não será ordenar a realização de tarefas; é necessário


que exista um trabalho prévio de rigorosa definição de objetivos e estratégias
que, concertados, viabilizem o aprender. Só estes/as possibilitam o sentido do
trabalho escolar. Reconheçamos que um aluno que “aprendeu a aprender” é,
seguramente, um aluno mais autónomo, mas ao longo da escolaridade
obrigatória, não é comum esse grau de autonomia, nem mesmo nos últimos
anos desta. Realizar um trabalho escolar funcional é, substancialmente, induzir
um trabalho criador e útil, e o trabalho de ensinar e de fazer aprender exige
ambas as coisas.
Ainda na Pandemia (Covid-19), Por Ana Luísa de Carvalho de Ataíde e Melo
In COVID 19 - Ensinar e Aprender no tempo do (pós) confinamento
O que aprendemos entre março e junho de 2020?, José Matias Alves e Ilídia Cabral (Ed.), Julho 2020

Autonomia dos alunos passou a ser uma ferramenta fundamental para a


construção das aprendizagens: fomos forçados a pensar o ato educativo tendo
em conta o trabalho autónomo dos alunos e o tempo para que ele aconteça.
Anamorfose ou Metamorfose, Por Pedro Jesus
In COVID 19 - Ensinar e Aprender no tempo do (pós) confinamento
O que aprendemos entre março e junho de 2020?, José Matias Alves e Ilídia Cabral (Ed.), julho 2020
GRAU DE AUTONOMIA DOS ALUNOS
perceção do E.E. do grau de autonomia dos educandos
PERGUNTA
Considera o seu educando autónomo
na realização das tarefas escolares?

12% Totalmente autónomo

23% Muito autónomo

39% Moderadamente autónomo

20% Pouco autónomo

6% Nada autónomo
GRAU DE AUTONOMIA DOS ALUNOS POR CICLO DE ENSINO

2% 3% 10%

27% 45% 16%


30% 35%
43%
Pré-escolar 1.º Ciclo 2.º Ciclo
2%

8%

21% 11% 17% 28%

15%
26% 30%
Totalmente Autónomo
Muito Autónomo
3.º Ciclo Secundário
54%
Moderamente Autónomo 7% 29%
Pouco Autónomo 1%
Nada Autónomo 0%
35% 2%
GRAU DE AUTONOMIA POR TIPO DE ESCOLA

PÚBLICO

PRIVADO

√ No Pré-escolar, 2.º, 3.º, 5.º, 6.º e 9.º anos


as diferenças entre público e privado são estatisticamente significativas
COMO É QUE O ALUNO REALIZA AS TAREFAS?

45% 31% 24% 0,5% 0,2% 0,1%

Precisa Toma a iniciativa Realiza as Precisa de Com apoio Com a


frequentemente e vai realizando tarefas sozinho ajuda pontual de centro ajuda
da presença de as tarefas por si, de estudos de colegas
um adulto aguardando a de turma
supervisão final
por parte de
um adulto

√ Semelhança de resultados entre público e privado.


COMO É QUE O ALUNO REALIZA AS TAREFAS?
ANÁLISE por ano de escolaridade
100%

90%

80%

70%

60%

50% iniciativa propria & supervisão


40% precisa adulto
30%
tarefas sozinho
20%

10%

0%

√ A necessidade de um adulto tem máxima expressão no Pré-escolar e 1.º ano do Ensino básico.
√ A resposta iniciativa própria e depois supervisão do adulto teve mais expressão nos 4.º, 5.º e 6.º anos.
√ A realização de tarefas sozinho teve a sua máxima expressão no ensino secundário.
QUAIS AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS ALUNOS?

INTERPRETAÇÃO RESOLUÇÃO DE
E COMPREENSÃO ATIVIDADES

33,5% 22,3%

PESQUISA PARA SKILLS


A REALIZAÇÃO INFORMÁTICAS

21,7% 21,5%

√ A interpretação e a compreensão foi a opção mais selecionada.


√ Competências autorregulatórias “foco e motivação” e “organização e gestão tempo” foram adicionadas pelos E..E.
QUAIS AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS ALUNOS?
ANÁLISE por ano de escolaridade

40,0%
Competências_informáticas
35,0% Interpretação&compreensão
30,0% Pesquisa
25,0%
Resolução
20,0%

15,0%

10,0%

5,0%

0,0%

√ Em todos os anos de escolaridade a prevalência da dificuldade é na interpretação e compreensão.


√ As dificuldades com competências informáticas no 12.º parecem ter mais expressão.
√ As dificuldades com a pesquisa são a razão menos apontada por E.E. de alunos no 12.º ano.
√ Foram referidas com alguma frequência dificuldades relacionadas com conteúdos curriculares, com maior
expressão surgiram: as Expressões Artísticas, a Matemática e as Línguas estrangeiras.
COMO É QUE OS E.E. APOIAM OS EDUCANDOS?
PERGUNTA
Selecione a forma predominante através da qual tem acompanhado o estudo do seu educando

35% 27% 21% 12% 4% 2%


8005 6188 4895 2681 921 444

… monitorizando que … apoiando na … garantindo o … o meu educando …não tenho Outras


o seu educando está realização das tarefas. cumprimento do é autónomo. conseguido apoiar.
atento e realiza as prazo das tarefas.
atividades pedidas.

√ A maior % diz apenas monitorizar a atenção e realização (35%) das tarefas pelos seus educandos.
√ 27% apoia na realização das tarefas.
√ 4% diz não conseguir apoiar de todo.
COMO É QUE OS E.E. APOIAM OS EDUCANDOS?
por ANO DE ESCOLARIDADE

0,8

0,7 apoiando_realização_tarefa

0,6 educando_autónomo
garantindo_cumprimento_prazo
0,5
monitorizando_aulas&tarefas
0,4
não_consigo_apoiar
0,3

0,2

0,1

√ O apoio na realização da tarefa diminui com o ano de escolaridade e a autonomia aumenta, como
expectável.
TEMPO/DIA QUE OS E.E.
DEDICAM A APOIAR OS EDUCANDOS

26% 17% 23% 13% 13% 8%

2 horas 1 hora 30 minutos - de 30 minutos nenhum tempo


+ 2 horas
PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS E.E.
NO APOIO AOS SEUS EDUCANDOS
0,1%
Falta de motivação
do educando
3% 27%
Tempo para conciliar
Pouca aptidão
com todas as tarefas
tecnológica
que tenho

10%
O meu educando 19%
é autonomo
Cansaço
e disponibilidade
mental

15%
Conciliar com
o teletrabalho

15%
13% Conciliar as necessidades
Desconhecimento dos vários educandos
dos conteúdos
CONTEXTOS
EXPLICAÇÕES

“O seu educando tinha, “O seu educando manteve


anteriormente à pandemia, aulas/explicações fora da escola,
aulas/explicações fora da em formato online, durante a
escola?” pandemia?”

16% 73%
dos alunos tinham explicações Dos 16%, 73% mantiveram as explicações
antes da pandemia no período pós pandemia

Os anos de escolaridade onde há mais explicações são no secundário com 46% dos pais a reportarem que os
seus filhos que frequentam o 12.º ano têm explicações.
Surgem também crianças no Pré-escolar e no 1.º ano do 1.º Ciclo com explicações, o que evidencia a necessidade de
ocupação do tempo enquanto os E.E. estão no trabalho.
CONTEXTOS
PERCEÇÃO dos E.E. SOBRE OS DOCENTES
DE 1 A 5 NÍVEL DE CONCORDÂNCIA
Eixos avaliados:
Adaptação | Esforço | Valorização | Grau de exigência | Papel na Aprendizagem
Papel determinante na
aprendizagem
4,54

Valorização
do papel do professor
4,50

√ De realçar o facto dos E.E. considerarem o professor como


Esforço/adaptação ao
novo contexto
determinante na aprendizagem, bem como, a valorização
dos professores que afirmam dispor 4,05
(aspeto independente das habilitações literárias do E.E.).
Como se comparam estes resultados com
os obtidos no estudo de 2019?

 A questão colocada no presente estudo é diferente da


colocada no anterior.
 No estudo de 2019 perguntámos aos pais a quem se
deviam os resultados dos seus educandos, sendo que
nas respostas os professores apareciam em 3.º lugar de
importância.
responsabilidade
RESULTADOS/DESEMPENHO estudo 2019
ENCARREGADOS “O desempenho do meu(minha) educando(a) deve-se essencialmente …”
DE EDUCAÇÃO (1 – discordo totalmente; 5 – concordo totalmente)

1
3
2
CONTEXTOS
REFLETIR O CURRÍCULO

(…) Será imprescindível que pensemos no currículo, naquilo que é preciso que os
nossos alunos aprendam. Reflitamos com sensatez no ensino dos conteúdos
disciplinares, e usemos com parcimónia o que queremos fazer aprender. Não
esqueçamos que ensinar não é dar aulas, é contribuir para que o outro aprenda.
Os nossos alunos, se distantes de nós, têm outra vida que fora das salas de aula
não controlamos, de todo. A casa não pode ser a escola, ainda que seja um
espaço de aprendizagem.
Ainda na Pandemia (Covid-19), Por Ana Luísa de Carvalho de Ataíde e Melo
In COVID 19 - Ensinar e Aprender no tempo do (pós) confinamento
O que aprendemos entre março e junho de 2020?, José Matias Alves e Ilídia Cabral (Ed.), julho 2020
ADEQUAÇÃO

Quantidade Extensão dos


de disciplinas conteúdos lecionados

3,6 3,2
“A quantidade de disciplinas “A atual extensão dos programas
no currículo é adequada.” que são lecionados é adequada.”

Os E.E. responderam em torno do valor 3


1 = discordo totalmente; 2 = discordo; 3 = não concordo nem discordo;
4 = concordo; 5 = concordo totalmente
DISCIPLINAS NO E@D
% de disciplinas que os alunos não tiveram
qualquer tipo de atividade escolar

› 85% dos E.E. afirmam que os educandos SIM tiveram TODAS as disciplinas
› 15% dos E.E. afirmam que os educandos NÃO tiveram TODAS as disciplinas

19% 16% 13% 12% 12% 10% 8% 6% 5%


1 277 1 016 851 775 760 633 538 384 319

Expressão Expressões Cidadania Pré-Escolar Línguas Ciências Sociais Ciências Língua Outras
Físico-motora Artísticas estrangeiras e Humanas Exatas materna

Os E.E. tendem a discordar com a afirmação (valor de 2,7 em 5):


“Concordo com o facto de não estarem a ser lecionadas todas as disciplinas ao meu educando”.
CONTEXTOS
› A Missão da Escola - Pedagogias da explicação vs pedagogias da autonomia

A escola, que tinha a missão de desenvolver saberes para um mundo conhecido, tem agora a
missão adicional de construir autonomia para um mundo desconhecido.
As pedagogias da explicação, que hoje predominam nas nossas escolas, dificultam, em vez de
facilitarem, o desenvolvimento da autonomia. Ao partirem do princípio de que o que está escrito no
manual deve ser explicado pelo professor, em vez de descodificado e apropriado pelo aluno, por muito
claro que seja o manual, criam a convicção de que cabe ao professor a responsabilidade de “ensinar” e ao
aluno a tarefa de “reter” o que foi explicado. Esta dependência está tão enraizada nas rotinas escolares
dos nossos dias, que o aluno, feliz por não ter de pensar muito, a vê como um direito e não como uma
desvalorização da sua inteligência. O fenómeno é semelhante ao do analfabetismo funcional descrito por
Adler e Van Doren, em How to Read a Book, quando afirmam que há muita gente que pensa que sabe
ler, mas na verdade não sabe, porque não dá conta de que ler não é reconhecer sequências de palavras e
frases, mas sim compreender laboriosamente o mundo que se encontra para além delas.
Em oposição a estas pedagogias da explicação, que predominam há mais de dois séculos,
as pedagogias da autonomia ajustam-se na perfeição à era de complexidade, incerteza e interação
social em que vivemos. Infelizmente, não existem ainda manuais dedicados a esta forma tão distinta de
ver a educação, pelo que a descrevo aqui em traços largos.

António Dias Figueiredo, BLOG Sinal Aberto, 25 de agosto de 2020 (https://tinyurl.com/y4ar5tkh)


MISSÃO DA ESCOLA
MISSÃO DA ESCOLA
eixos e anos de escolaridade

EIXO EIXO EIXO EIXO EIXO


Conhecimento Cívico Emocional Vocacional Físico

Pre-escolar 4.14 4.07 4.16 4.10 3.99


1º ano 4.17 4.07 4.09 4.10 3.93
2º ano 4.14 4.03 4.04 4.05 3.87
3º ano 4.14 4.03 4.04 4.06 3.86
4º ano 4.17 4.01 4.06 4.09 3.87
5º ano 4.19 4.04 4.06 4.11 3.94
6º ano 4.18 4.03 4.04 4.13 3.91
7º ano 4.23 4.05 4.06 4.15 3.93
8º ano 4.25 4.09 4.07 4.21 3.95
9º ano 4.26 4.10 4.10 4.23 3.93
10º ano 4.31 4.09 4.11 4.22 3.98
11º ano 4.36 4.14 4.15 4.30 4.02
12º ano 4.27 4.17 4.20 4.21 3.95
Total 4.19 4.05 4.07 4.12 3.92
MISSÃO DA ESCOLA
eixos e ciclos de ensino

4,4

4,3 Missão_ScTec

4,2 Missão_Civico
Missão_Emocional
4,1
Missão_Vocacional
4 Missão_fisico

3,9

3,8

3,7
Pré escolar 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo secundário

√ O eixo relativo à transmissão de conhecimento científico e tecnológico é o mais valorizado e o eixo


físico o menos valorizado, independentemente do ano de escolaridade.
√ O eixo vocacional assume-se como o 2.º mais importante, exceto no pré-escolar onde o eixo emocional é o
mais importante.
MISSÃO DA ESCOLA
eixos e ciclos de ensino

comparando com o estudo anterior de 2019


4,7

4,6 Missão_ScTec
4,5
Missão_Civico
4,4

4,3 Missão_Emocional
4,2
Missão_Vocacional
4,1

4 Missão_fisico
3,9
1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário

√ No questionário atual os valores são no geral mais baixos., ex.: a valorização do eixo físico está Nota:
abaixo de 4 em todos os ciclos mas no anterior questionário não estava. a dimensão da amostra em
ambos é diferentes, logo a
√ Neste questionário no ensino secundário todos os eixos parecem ser mais valorizados, mas comparação não é direta
no anterior a valorização do desenvolvimento emocional decaía no secundário. No anterior 2019 – 3 286
2020 – 23 136
questionário o eixo emocional estava abaixo do cívico e agora está acima. Pode ser um
reflexo da situação de pandemia, que levou os pais a valorizarem mais o eixo emocional.
CONTEXTOS
GRAU DE PREOCUPAÇÃO E REFORÇO 1637 Respondentes com
educando no Secundário

36% Idêntico reforço


42% Idêntica preocupação
29% Não sabe
escola
a. (1-publica;
que o seu
0 privada) 39% Mais
educando frequenta. (1-publica; preocupado
0 privada)
24% Menos reforço
adeque
Exame
o reforço
é idêntico
19%
nas disciplinas-alvo
à época anterior
de ao
ExameMenos
é idêntico preocupado
confinamento?2 à época anterior ao confinamento?
12% Mais reforço

Grau de preocupação Grau de reforço


“Sente o seu educando mais preocupado com os “A escola do seu educando tem atualmente
exames pela situação de pandemia?” reforçado o apoio letivo nas disciplinas de Exame?”
ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
novas formas de acesso?

86%
Sim
ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
novas formas de acesso
escala de 1 a 5 por preferência de opção

Média do Ensino Secundário 4,00

Teste de ingresso pela própria Faculdade a que se candidata 3,60

3,56
Entrevista pessoal

Experiência de voluntariado 3,42

Experiência profissional 3,35

Exames finais do ensino secundário 3,29


O REGIME DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

Rever o regime de acesso ao ensino superior, deixando os exames do ensino


secundário de se constituir como provas de acesso e libertando todo o sistema
educativo desta prisão que coloca gravemente em risco o trabalho educativo. Só
esta libertação permite um trabalho educativo alinhado com o perfil dos alunos à
saída da escolaridade obrigatória. As instituições do ensino superior (e ou o
conselho de reitores /presidentes dos politécnicos) deveriam ser responsáveis
pela organização do processo de acesso, podendo a classificação final do ensino
secundário valer alguma ponderação mas não superior a 30%.
PARA PENSAR E ORGANIZAR O PRÓXIMO ANO LETIVO), Por José Matias Alves
In COVID 19 - Ensinar e Aprender no tempo do (pós) confinamento
O que aprendemos entre março e junho de 2020?, José Matias Alves e Ilídia Cabral (Ed.), julho 2020
REDEFINIR/MAPEAR/COMPREENDER
as prioridades de aprendizagem;
as diferentes áreas curriculares – sua importância e interligação;
a missão de cada interveniente na educação.

GARANTIR
uma autonomia funcional (desenvolver o princípio da Aprendizagem e as Áreas de
competências preconizadas no Perfil do Aluno).

REPENSAR
a flexibilização do trabalho e apoio às famílias na formação dos seus educandos.

INTEGRAR & FAZER INTERAGIR


todos (alunos, EE e professores) como corresponsáveis na aprendizagem.
CAPITALIZAR
a dinâmica do uso das TIC para facilitar a aprendizagem, com vista a uma progressiva autonomia
dos alunos no seu uso, facilitando a eventual necessidade de transição entre modelos.

VALORIZAR
a atividade docente (formação, condições de trabalho, recursos, apoio/suporte).

APOIAR & PREPARAR


a atividade docente com matrizes claras do essencial a garantir, a partir das quais os docentes
e escolas poderão flexibilizar/autonomizar garantindo uma base comum. Dever-se-ia, definir,
mapear e identificar conteúdos estruturantes e sincronizados.
CONSULTAS & ANÁLISE
› Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória

› Autonomous Learning of Elementary Students at Home during the COVID-19 Epidemic: A Case Study of the Second Elementary School in Daxie,
Ningbo, Zhejiang Province, China; Zhuodan Xie, Jiani Yang, 13 March 2020

› Home Learning in Times of COVID: Experiences of Parents; Bhamani, Makhdoom, Bharuchi, Ali, Kaleem & Ahmed, june 2020
Journal of Education and Educational Development 7(1), 09-26, 2020. http://dx.doi.org/10.22555/joeed.v7i1.3260

 Estudos e documentos UNESCO


 https://en.unesco.org/news/education-post-covid-world-nine-ideas-public-action
 https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373717/PDF/373717eng.pdf.multi
 https://pt.unesco.org/news/comissao-futuros-da-educacao-da-unesco-apela-ao-planejamento-antecipado-o-aumento-das

 Um estudo da UNESCO – A educação pós-covid, David Rodrigues, 2020

 Ano letivo 2019/2020 - Respostas à pandemia e aprendizagens para o futuro, Tiago Brandão Rodrigues, Jornal de Letras Artes e Ideias, 15/07/2020

 E-book COVID 19 - Ensinar e Aprender no tempo do (pós) confinamento - O que aprendemos entre março e junho de 2020?, José Matias Alves e Ilídia
Cabral (Ed.), Julho 2020 http://www.fep.porto.ucp.pt/sites/default/files/files/FEP/SAME/Ebook_07_2020_VF.pdf

 BLOG Sinal Aberto, por António Dias Figueiredo, 25 de agosto de 2020 (https://tinyurl.com/y4ar5tkh)

 BLOG Escola Amiga https://escolaamiga.pt/blog

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