Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
277-290
\
TEORIA MODERNA DE CONTROLE PROCESSAMENTO PARALELO
CONTROLE NUMÉRICO SISTEMA DE COMPUTAÇÃO
MÁQUINAS FERRAMENTAS MICROELETRÔNICA
CIBERNÉTI CA BIOELETRÔNICA
MECANISMOS AUTOMÁTICOS FIXOS
"TRANSER LINES"
TEORIA DA INFORMAÇÃO
".TEORIA CLÁSSICA DE CONTROLE r", AUTOMAÇÃO
L 1950 1955 1960 1965
---------------------------------------j ,-
1970 1975 1980 1985 ;,
INTEGRADA
INTELIGENTE
INSTRUMENTAÇÃO v
CONTROLE DE PROCESSOS
AQUISIÇÃO DE DADOS
t
METODOLÓGIAS
CONTROLE DIGITAL DIRETO
CONTROLE DE PROCESSOS POR COMPUTADOR
AUTOMAÇÃO MECÂNICA
SISTEMAS HIERÀRQUICOS "ON-LINE"
REDES DE COMPUTADORES
/ TEORIAS
HEURÍSTICAS
CONCEITOS
ABSTRAÇÕES
3
Fig.1.1: O caminho para a Automação Industrial Integrada Inteligente - AI
ESCALA DE
NÍVEIS MISSÃO ESCOPO TEMPO
r-
5 Ô- GERENCIAMENTO
GESTÃO DA
COMPANHIA
OPERAÇÃO DA
COMPANHIA
ANOS E
MESES
D-- CONTROLE DA
I T
~ I LUCRATIVIDADE
4
Ô- PLANEJAMENTO
GERENCIAMENTO
DA FÁBRICA,
OPERAÇÃO DA
FÁBRICA,
MESES E
D-
I
~
,
I r-
CONTROLE DA
PRODUTIVIDADE
USINA, ETC. USINA, ETC.
SEMANAS
3
Ô- COOkOI::NAÇÃO
GERENCIAMENTO OPERAÇÃO SEMANAS E
DO PROCESSO DAS ÁREAS DIAS
D- I f
~ I r-
2
l}- SUPERVISÃO
SUPERViSÃO OPI::RAÇÃO HORAS E
DO PROCESSO DAS UNIDADI::S MINUTOS
D-
I f CONTROLE
~ I r- FISICO
CONTROLE CONTROLE DE
OPERAÇÃO MINUTOS E
1 O- DIGITAL
DIRETO
PROCESSO OU
DE MÁQUINAS
DO PROCESSO SEGUNDOS
i t
~-_",,'''---''''
INTERFACE BASE DE CONHECIMENTOS
USUMIO
-- -...
H/t~
REGRAS ~,
FATOS
LlNGUAGEf~
NATURA.L
INFERtNCIA L--.J
MODULO DE ESPECIALISTA
AQUISIÇJI:Q DE OU ENGENHEIRO
Cml HECIt~ ENTO CONHECIMENTO
c) colher conhecimentos da base, para, serem sistemas experimentais que ajudam os program~
usados por humanos - usuário aluno. dores a manipular grandes programas, ou que
produzem pequenos programas a partir de algu-
A principal diferença entre os sistemás
ma especificação do que deverão fazer (que não
especialistas e os programas convencionais é
seja o próprio código). Tais especificações
que nos SE existe uma clara separação entre
poderiam ser exemplos do comportamento deseja
os conhecimentos gerais sobre o problema (ba-
do de entrada/saída ou uma especificação em
se de conhecimentos), a informação sobre o pro
"linguagem alto nível", por exemplo, Portu-
blema atual (dados de entrada), e os métodos
guês. Porém, a importância. da pesq'lÍsa em
de aplicação de conhecimentos gerais ao pro-
programação automática vai muito além de ali-
blema (interpretador de regras), enquanto que
viar a tarefa dos programadores humanos. De
nos programas convencionais' os conhecimentos
certa forma, toda a inteligência artificial é
e métodos estão misturados, tornando difíceis
uma procura de métodos apropriados de progra-
as modificações do sistema. Um SE
mação automática. '
pode ser modificado simplesmente adicionando
ou tirando regras da base de conhecimentos, Atualmente, os programadores têm que espe
já que. o programa em si é somente um inter- cificar e lidar com muitos detalhes e suas re
pretador de regras. lações. Além disso, têm que lidar com ambien
tes de programação que talvez não sejam natu=-
É importante deixar claro que os sistemas
rais para a maneira como eles cóncebem os
que possuem conhecimento profundo sobre o seu
problemas que querem resolver com os seus pro
domínio de aplicação são chamados de sistemas
peritos, isto é, são sistemas que possuem pe-
gramas. O software, hoje em dia, é caro e-
pouco confiável. Raramente se produzem pro-
rícia em uma determinada área. Os sistemas
gramas dentro do orçamento e do cronograma e,
que não possuem conhecimento profundo mas que
frequentemente, o produto final, quando é en-
atuam com conhecimento em seu domínio de apli
tregue, não satisfaz às especificações.
cação são chamados de sistemas especialistas~
isto é, são sistemas que possuem conhecimento Para ajudar a aliviar esses problemas, a
que os tornam especialistas em uma determina- programaçào automática visa uma reestiliza.;..
da área, porém não' atuam com perícia nas mes- ção da maneira como o programador especifi-
mas. ca o programa desejado. Essa reestilizaçào
permitiria ao programador pensar no problema
o nível de profundidade do conhecimento num nível superior, mais natural, sem ter que
destes sistemas está diretamente relacionado
manter a pista de quantidades assustadoras de
com o seu domínio de atuação. É a aplicação,
detalhes.
portanto, que determinará se o sistema será
um especialista ou um perito.
3.3. visão de Máquina
3.2. Programação Automática Visão de máquina é a tarefa de processar
informações com o objetivo de compreender uma
Programação 3utomá rica e a au toma t izaçào
cena a partir de suas imagens projetadas. Pa
de alguma parte do processo de programação.
ra facilitar o esclarecimento das metas e me-
Como aplicação da Inteligência Artificial. e~
todos na pesquisa em visão, ela -é dividida em
sa pesquisa tem alcançado algum Sl1cesso com
283
três áreas: processamento de sinais, classifi b) Análise semântica. Associa-se um significa
caça0 e compreensão [Cohen & Feigenbaun:- do às estruturas sintáticas geradas.
1981] .
c) Análise pragmática. A estrutura que repre-
PROCESSAMENTO DE SINAIS - os processadores de senta o que foi dito é reinterpretada para de
sinais transformam uma imagem de entrada numa terminar o que realmente se queria dizer. Por
outra imagem que tenha certas propriedades de exemplo, a sentença: "você sabe que horas
sej adas, como t por exemplo, uma melhor razão são?" deveria ser interpretada corno um pedido
de sinal para ruído ou melhoras que facilitem para dizer a hora.
a inspeção_humana dos detalhes. A expressão
Muita pesquisa tem sido feita sobre a in-
"processamento de imagens" é muito usada para
terpretação de linguagem falada. Os primeiros
designar esta área.
sistemas desenvolvidos foram chamados de sis-
CLASSIFICAÇÃO - as técnicas de classificação temas de reconhecimento de fala. Estes primei
são usadas para classificar imagens em catego ros sistemas possuíam um pequeno vocabulário
rias predeterminadas. Estas técnicas frequen de palavras onde armazenavam urna representa-
temente são chamadas de "reconhecimento de pa ção do padrão acústico de cada urna delas. Os
drões" ou "classificação de padrões". - sinais falados da entrada eram analisados e
comparados com os padrões armazenados, e o p~
COMPREENSÃO - dada uma imagem, um programa de
drão mais parecido era escolhido.
compreensão de imagens constrói uma descri-
ção, não somente da própria imagem, mas tam-
bém da cena que ela retrata.
Existem vários níveis de processamento de
informação em visão computacional. No nível
4. AS FUNÇÕES DE CONTROLE E A IA
inferior, se faz a extração das característi-
cas primárias, como mudança de intensidade e Um dos elementos importantes para os sis-
orientação dos elementos das bordas. Este temas baseados em conhecimento na automação
nível é chamado de visão de Baixo nível ou industrial é o tempo. De acordo com a Fig.
processamento preliminar. Depois disso, sao 1.2, as funções de controle do primeiro nível
extraídas as características de nível supe- da hierarquia são usualmente executadas em in
rior,tais como linhas e regiões, informa- tervalos de segundos a minutos, enquanto qu-e
ções das formas, tais como orientação da su- as ações correspondentes ao nível de gerencia
perfície e oclusão. Às vezes, esse nível de mento são executadas em intervalos de meses a
processamento é chamado de processamento in- anos.
termediário ou segmentação. Os processos de
No nível mais simples de controle, a saí-
visão de alto nível, ou processamento poste-
da do processo deve ser mantida dentro de li-
rior, tratam com os obj etos e se apóiam em
mites aceitáveis em torno de um valor de refe
conhecimentos específi~os da área para cons-
rência. As decisões devem ser rápidas o sufl
truir descrições de cenas.
ciente para que as ações de controle possam
restaurar o estado do processo quando ocorrem
3.4. Linguagem Natural
perturbações. Neste caso, Regras de Produção
As formas de comunicação mais usadas pe- do tipo SE <condição> ENTÃO <ação> são apro
las pessoas são a fala e a escrita em alguma priadas para a representação do conhecimento-
linguagem "natural" come Português ou Inglês. devido a várias razões (simplicidade da repre
Se os computadores pudessem entender o que as sentação, dos mecanismos de inferência asso~
pessoas querem dizer quando escrevem ou falam ciados, facilidade de aquisição), além do fa-
sentenças em Português. os sistemas seriam to de que, às vezes, constituem o único conhe
mais simples de se usar e se encaixariam com cimento relativo ao problema que está disponI
mais naturalidade nas vidas das pessoas [Barr velo O mecanismo de inferência aplicável en~
& Feigenbaum, 1981]. volve o acesso a urna descrição da situação
corrente (a partir, por exemplo, da aquisição
Os pesquisadores de IA desenvolvem progra
de dados via sensores), urna busca em urna árv~
mas partindo da idéia de que a linguagem huma
re rasa através de todas as regras,até que
na é urna habilidade cognitiva complexa que en
seja encontrada aquela que se aplique a esta
volve vários tipos de conhecimentos: a estru~
situação, e a aplicação da ação corresponden-
tura das sentenças, o significado das pala-
te. Este mecanismo de inferência é o mais
vras, um modelo da pessoa que 2scuta, as re-
simples possível, uma vez que a cadeia de ra-
gras de conversação, e um corpo extenso e com
ciocínio terá o comprimento de urna única infe
partilhado de informações gerais sobre o mun~
rência. No entanto, cabe lembrar que a deci=
do. A tática geral da IA tem sido a de mode-
são deve ser rápida, justificando métodos
lar a linguagem humana através de um sistema
simples e concisos na representação do conhe-
baseado em conhecimentos para processamento
cimento e na inferência.
de comunicação, e criar programas que imple-
mentam esses modelos. Um exemplo típico é o da sintonização au-
tomática de controladores digitais industriais
Atualmente, o processo de interpretação
do tipo PID. Controladores deste tipo já es-
de linguagem natural é dividido em três par-
tes: tão disponíveis [Higham, 1986; Alves Silva et
alii, 1987]. Por exemplo, o proceditn.ento
a) Análise sintática. As sequenclas de pala- apresentado em Alves Silva et alii (1987) ba
vras são transformadas em estruturas que mos- seia-se no fato de que um operador (humano), ao
tram corno elas se relacionam entre si. sintonizar uma malha de controle,jamais menta
284
liza o modelo matemático do processo para to- utoajustavel:-
mar suas decisões quanto aos ajustes dos ga- inicializacao,
nhos proporcional, integral e derivativo.Qua~ adaptacao.
do muito, ele avalia parâmetros típicos, como adaptacao:-
atraso de transporte e a constante de tempo modo_adaptativo,
do processo, para estimar valores iniciais pa- monitora erro e setpoint(Carga, Setpoint)
ra os ganhos do, controlador. Ajustes finais muda ganhos (Carga, Setpoint),
posteriores são realizados pela modificação ajusta ganhos(Carga, Setpoint),
dos ganhos iniciais, sendo estas modificações
integralmente baseadas na sua experiência e ,
., -
gera controle e deteta saturacao,
- - -
sensibilidade, a partir do reconhecimento de adaptacao.
um padrão operacional. O procedimento procu-
ra, então, emular as ações do operador, fazen daptacao.
do com que o controlador tome todas as deci= uda ganhos (Ganhos 1, Ganhos2):-
sões que o operador tomaria, toda vez que o Ganhos 1 + Ganhos2,
desempenho do sistema deixa de atender os re- ,. ,
quisitos operacionais desejados. Em termos de mudanca(Ganhos1 + Ganhos2).
implementação, a idéia é a seguinte: o usuá-
rio caracteriza o comportamento desejável da uda_ganhos (_, ).
variável controlada através da especificação justa ganhos(Carga, Setpoint):-
de valores máximos para grandezas típicas. tais operacao nao normal,
como sobreelevação e amortecimento, Fig. 4.1. muda ganhos (Setpoint, Carga),
armazena ganhos,
(espera esgotada + bloco de espera;
deteta pico; - -
(controle oscilà +
moni torar variavel controle.;
P2 (sucesso picos + calcula parametros,
SOBREELEVACAO (ajuste grosso ~ -
P1
ajuste preliminar;
P2 + P3 (ajuste fino + ajuste fino));
AMORTECIMENTO
P1 + P2 gera_cQntrole-e deteta saturacao))).
justa ganhos(', ).
ERRO P1
Fig. 4.2: Procedimento heurístico de
sintonização
TEMPO
P2
ERRO
procedimentos típicos é a emissao e o tra
P2 tamento de alarmes. Usualmente, nos sistemas
tradicionais, um operador deve reconhecer a
TEMPO ocorrência e tomar decisões cabíveis. Isto é,
quando um operador é confrontado com um ou
P1 mais alarmes, ele deve determinar o mais rápi
ERRO P1
do possível as causas dos alarmes e a melhor
ação a ser implementada. Algumas vezes no
en tanto, a si tuação é tal que informações· adi
cionais, orientação de peritos) e tempo para
TEMPO avaliar estratégias são necessários. Por exem
P2 pIo, muitos alarmes são acionados devido a
sensores defeituosos, desligados.
Para evitar uma resposta imprópria, um
Fig. 4.1: Sobreelevação e amortecimento sistema e.specialista pode fornecer ao opera-
dor o conhecimento necessário, um julgamento
da ocorrência, e sugerir sua decisão com a
precisão e velocidade de um computador. A
Fig. 4.3 mostra o display de uma estação de
A Fig. 4.2 mostra, em Prolog-código, o monitoração, identificando os alarmes e emi-
procedimento básico desenvolvido [Alves Silva tindo uma mensagem ao operador, sugerindo uma
et alii, 1987]. Por estar fora do escopo des ação [Croff, 1985]. Nesta ilustração, a con-
te trabalho, os detalhes do procedimento se- clusão de sistema especialista que trata de
rão apresentados em outra oportunidade. ocorrências de alarmes detetou 3 deles, sendo
que,na realidade, somente um é preponderante,
No nível seguinte de controle, supervi- pois os outros 2 são decorrências do primei-
são', as tarefas típicas incluem a monitoração, ro. Este fato é detetado, a partir de regras
o diagnóstico de falhas, e a otimização ope- de produção, peJo mecanismo· de inferência.
racional do sistema. Na monitoração, um dos
285
TEMPERATURA NO FUNDO DA COLUNA HORA
...Q&!L Este exemplo ilustra alguns pontos impor-
MUITO ALTA: AUMENTAR A VAZÃO. tantes. A situação pode ser tal que o conhe-
ALARMES cimento necessário esteja bem acima daquele
TANQUE 4 TANQUE 5
usualmente associado ao operador. Uma análise
TIC 102 correta da informação disponível é crucial em
FIC 106
TIC 105 casos onde o tratamento de um sintoma, ao in-
LIC 104 vés da causa do problema pode aumentar o ris-
co de um acidente. Quando a ação recomendada
contradiz o que é indicado pela instrumenta-
ção, é necessário que o sistema forneça expli
cações sobre suas decisões, para que o opera~
dor aceite as recomendações. Neste caso, ape
sar das regras de produção 'também propiciarem
o um meio adequado para a representação do co-
o
nhecimento, o mecanismo de inferência deve
deveria ser mais elaborado, pois além dadeteção t;:
Fig. 4.3: Monitoração inteligente de da ação recomendada,eledeveria inferir as ra-
alarmes zões pelas quais ele chegou a tal conclusão.
Métodos de busca para frente e para trás são
típicos nesta situação.
Um exemplo adicional servirá para ilus-
trar outra face frequentemente presente. em
Observe que, embora as limitações temporais sistemas de controle baseados em conhecimen-
sejam menos restringentes, quando comparadas to. Para implementar um sistema de controle
com as dos controladores do primeiro nível, baseado em um sistema especialista, deve ser
as regras de produção são utilizadas devido a determinado um modo de traduzir regras empíri
necessidades análogas às dos controladores, cas qualitativas de especialistas em forma
pois uma ação deve ser realizada o mais rápi- apropriada para o uso pelo computador. Supo-
do possível. Isto também implica em mecanis~ nha, por exemplo, que um sistema esteja moni-
mos de inferência simples o suficiente para torando variáveis do tipo temperatura, compo-
serem executadas rapida e eficientemen- sição, vazão e velocidade. Considere uma re-
te. gra de produção do tipo:
Um outro exemplo típico de monitoração en SE a percentagem de um elemento está "um
volve o processo de vaporização de cloro. pouco alta"
O cloro I íquido é inj etado no vaso pela
E a velocidade está "normal"
direita, aquecido para produzir vapor de clo-
ro, deixando o vaso pela frente superior. O ENTÃO diminuir a vazão de ar e reduzir "um
nível de líquido no vaso é controlado pelo pouco" a vazão de combustível.
ajuste da vazão do vapor até que o cloro seja
Neste caso, é necessário relacionar termos co
vaporizado na mesma taxa em que entra no va-
mo "um pouco alta" com quantidades mensura-
so. Um sinal errôneo, indicando um nível bai
veis, para que a regra fornecida pelo especia
xo para o controlador de nível, pode reduzir
lista possa ser aplicada pelo operador. Isto
a vazão do vapor, com o consequente preenchi-
pode ser feito relacionando graficamente as
mento do vaso até seu limite. Esta situação
quantidades medidas com o grau de pertinência
pode ser desastrosa se a linha de vapor é tam
a conjuntos nebulosos do tipo "um pouco alto"
bém preenchida com cloro líquido. No entanto~
e "normal". É importante que extensões de
os dados disponíveis poderiam ser analisados
conceitos matemáticos convencionais, aqui o
para detetar o sinal errôneo e alertar apro-
de conjunto, sejam utilizados. No caso, utili
priadamente o operador. Um sistema especialis
za-se de subconjuntos nebulosos [Zadeh, 19651
ta poderia ajudá-lo emitindo uma mensagem, a
pois este conceito permite uma transição gra-
partir do conhecimento englobado em regras de
dual da pertinência até a não pertinência em
produção do tipo:
um conjunto particular. Sob o ponto de vis-
SE a vazão do vapor é menor que a razão va- ta formal, é necessário que seja considerada
por/cloro vezes a vazão de vapor de cloro uma lógica nebulosa [Kaufmann, 1975] como al-
ternativa à lógica clássica de dois valores.
E a saída do controlador de nível é maior
que 80% Observe que, até agora, regras de produ-
ção têm sido frequentemente citadas como um
E o alarme de baixa está presente
meio apropriado para a representação de conhe
E o nível nao está crescendo cimento. Existem situações onde isto não ne~
cessariamente ocorre. como veremos a seguir.
E a vazao de cloro líquido é maior que a va
zão de vapor de cloro Diagnóstico de Falhas é um caso onde re-
gras de produção podem não ser suficientes pa
E o desvio padrão da vazão do vapor é menor
ra a representação do conhecimento. Para ~er
que 5%
executada, esta função requer o conhecimento
ENTÃO enviar a seguinte mensagem: tanto dos componentes do processo, suas inte-
o sinal de nível para o controlador es rações, seus comportameIl_tos, os sensores e os
tá provavelmente errado. Fechar a vál~ sistemas de controle a ele conectados, como
vula de ~limentação de cloro imediata- os materiais que fluem através do mesmo. Este
te. conhecimento pode ser apropriadamente agrupa-
286
do e· representado pelas estruturas chamadas
de "frames". Os "frames" podem também conter
regras. Regras e "frames" podem coexistir f~
cilmente. Regras são mais apropriadas para
representar conhecimento que é heurístico ou
específico a condições locais. Por outro la-
do, "frames" são apropriados para representar
informações genéricas, proporcionando uma
maior flexibilidade. No entanto, são mais
NÓDULO QE
exigentes sob o ponto de vista computacional, EXPLlCAÇAQ
pois demandam mais esforço de programação e
mecanismos de inferência muito eficientes.
Finalmente, vamos considerar um caso onde
a otimização operacion~l está envolvida. Fre-
quentemente, métodos de otimização formais
exigem a obtenção de um modelo do processo.
Uma das técnicas disponíveis envolve a identi
ficação dos parâmetros de um modelo do pro-
cesso, via, por exemplo, estimadores"do tipo
máxima verossimilhança recursivo [Soderston
et alii, 1983]. Na inicialização dos algorit Fig. 4.4: Estrutura lógica do sistema
mos de identificação é necessário fornecer va supervisor
lores iniciais dos parâmetros, valores ini=
ciais das matrizes de covariância, ordens das
equações a diferenças, fatores de esquecimen-
to, atrasos de transporte, períodos de amos-
tragem. Além desta inicialização, durante a mais, os estados atingidos pelos sistemas po-
utilização do algoritmo é necessário monitor~ dem variar consideravelmente (como por exem-
10 de forma a, por exemplo, alterar os valo- plo em situações de emergência) fazendo com
res iniciais para permitir a adaptação do mo- que conclusões obtidas em um certo instante
delo a variações no ponto de operação. A ini sejam ou parcialmente válidos ou totalmente
cialização e a monitoração do estimador é uma invalidados em instantes posteriores. Estes
tarefa difícil para os não iniciados em iden- aspectos trazem dificuldades no desenvolvime~
tificação, inviabilizando sua aplicação em to dos sistemas baseados em conhecimento para
muitos casos. Para executar estas, dentre aplicações com restrições temporais severas,
outras tarefas, é necessário utilizar do co- pois, além do desempenho computacional, o fa-
nhecimento de especialistas na área. Sistemas tor tempo deve ser considerado também no est~
Supervisores para identificação de processos b~lecimento do mecanismo de inferência. Em
tornam-se necessários para auxiliar o usuá- certos casos, o intervalo de tempo para obter
rio na obtenção dos modelos para a consequen- uma decisão deve ser pequeno para fornecer
te otimização para operação do processo de respostas rápidas, ao passo que decisões com-
acordo com uma ou várias funções objetivos. plexas requerem intervalos de tempo maiores.
O resultado da otimização usualmente é tradu- Diferentemente dos sistemas em tempo real co~
zido em valores de referência para os contro- vencionais, onde uma interrupção pode colocar
ladores do primeiro nível da hierarquia. Um uma tarefa que vinha sendo executada em uma
exemplo de tal supervisor é fornecido por San fila para execução posterior, é necessário co~
ta Bárbara et alii, cuja estrutura lógica e siderar também interr~pções lógicas)as quais,
mostrada na Fig. 4.4. Este sistema supervisor além de possuirem funções análogas às conven-
armazena o conhecimento na forma de regras de cionais, poderiam também causar um cancelame~
produção. As inferências são realizadas via to completo da inferência que vinha sendo fei
procedimentos de busca para frente para obte~ ta e iniciar uma inferência relativa a uma n~
ção de um diagnóstico do comportamento do es- va situação ou problema. Este pode ser o ca-
timador. Procedimentos de consulta são usa- so onde, ao executar uma das funções do nível
dos para, através da análise das regras que de supervisão tal como identificação do pro-
levaram ao diagnóstico, explicitar ao usuário cesso para posterior otimização, ocorra situa
a linha de raciocínio ou as razões que levou ções de emergência que exigem respostas rap1-
o sistema a chegar a uma conclusão (e.g. di- das. Evidentemente, em situações de emergên-
vergência). Este supervisor também pode ser cia, otimização deixa de ter sentido. A est~
visto como um sistema de produção no sentido bjlização e a segurança do sistema são certa-
de Nilsson (1980). mente prioritárias. Por outro lado,é também
Antes de prosseguir, alguns comentários evidente que, casos onde as restrições tempo-
sobre, de novo, o fator tempo. Em situações, rais são fracas ou inexistentes, o grau de li
como a monitoração, onde o processamento da berdade no desenvolvimento é maior, sendo os
informação e as inferências devem ser executa fatores envolvidos similares aos sistemas ba-
dos em tempo-real, torna-se crítica a escolha seados em conhecimentos comuns em outras
de procedimentos de representação do conheci- areas.
mento e de busca por uma solução. Na maioria Os níveis superiores da hierarquia envol-
das vezes, estamos tratando com sistemas dinâ vem as funções de coordenação, planejamento e
micos, onde eventos ocorrem de forma aleató= gerenciamento ou gestão. Na programação da
ria e com frequências variáveis. Além do produç~o, uma das subfunções básicas do nível
287
de coordenação, as técnicas de inferência po- célula flexível de fabricação, Fig. 4.5, por
dem incluir métodos típicos de programação exemplo, apresenta dificuldades para um trat~
matemática, combinados por procedimentos heu- menta puramente formal da programação da pro-
rísticos onde, principalmente, os problemas dução. Embora o problema de sequenciamento de
não são facilmente modelados formalmente. Uma lotes para producão tenha sido extensivamente
ENTRADA
SArDA
0= MÃQUINA
O = "BUFFER" ESTOQUE DE CONJUNTOS
SEM I - ACABADOS
estudado os resultados obtidos não são passi zaçao de um modelo mais complexo para que,
'
veis de aplicação --
a programaçao de celulas por exemplo, rotas alternativas de. pr~duçao
flexíveis porque o número de peças de cada l~ possam ser cogitadas~ Uma comb~naçao de
te produzido por unidade de temp~ depende da "frames" e regras pode ser útil para uma
condição do carregamento: a comb~naçao de lo- representação, embora demande mecanismos mais
tes processados ao mesmo tempo. Então~ o 7e~ complexos de inferência.
po requerido para processar um lote ~nte~ro
Os níveis de planejamento e de gerencia-
não é conhecido até que o programa de produ-
mento envolvem decisões dentro do contexto
ção seja completado [Bruno et alii,_1987J .. A
econômico, estratégico, e da fábrica, planta
construção de um programa de produçao envolve
industrial ou um processo complexo qualquer •
uma série de decisões sobre a introdução de
O planejamento econômico significa, por exem-
um novo lote na célula que já está produzindo
plo, a colocação da planta em uma situação
uma determinada combinação de lotes. Estas d~
coerente com objetivos econômicos da organiz~
cisões são baseadas em estimativas dos efp-i-
çãoa que pertence. A modelagem de um ambiente
tos da introdução do novo lote no desempenho
econômico não é uma tarefa fácil e,sob alguns
da célula (utilização das máquinas, comprime~
aspectos)possui algumas semelhanças com a ta-
to das filas, taxa de produção de outros lo-
refa de modelagem do processo a ser contro!a-
tes, etc.). Consequentemente, são necessários
do no que se refere à complexida~e, relaçoes
modelos para avaliação de desempenho tais como
e mecanismos pouco entendidos e a preseüça de
modelos de fluxo em redes. A vantagem de um
perturbações exógenas. No estabelecimento de
modelo deste tipo é que estimativas de medi-
estratégias apropriadas para o futuro, os el~
das de desempenho podem ser obtidas por algo-
mentos que tomam decisões podem necessitar de
ritmos heurísticos eficientes. Por outro la-
ajustar parâmetros levando em consideração o
do, métodos de programação matemática tais c~
comportamento da economia ou considerar o efei.
mo programação linear são importantes na g:r~
to de modelos econô~icos diferentes. Ainda
ção de protótipos de programas de produçao.
mais, via sistema de apoio a decisões, estes
Relaxação de restrições ê importante na
elementos frequentemente estão interessados
criação de programas alternativos. Então, uma
na criação de cenários para comparar o efei~o
combinação de métodos formais e heurísticos,
dos diferentes modelos, ou diferentes cena-
combinados com regras de produção (não coniu~
rios para um mesmo modelo. Desta forma, um
dir o termo produção no sentido usual) confi-
sistema baseado em conhecimento para o supor-
guram uma arquitetura de um _sistema baseado
te na tomada de decisões pode utilizar, além
em conhecimento para a geraçao de programas
ele modelos formais e conceituais (via
de produção. Métodos de inferência à frente,
"frames", redes semânticas), regras também c~
ou mesmo os mais simples são candidatos natu-
mo modelos, envolvendo longas cadeias de inf~
rais. Contudo, na eventualidade de uma repr~
- " on-l~ne - . -e, a mo-
. " da produçao,_~sto rência, utilizando métodos de busca para fre~
gramaçao
te. Contudo, regras poderiam também ser uti-
dificação do programa de produça-o quando na
lizadas para expressar restrições que as solu
ocorrência de eventos inesperados (quebra de
ções geradas devem obedecer. Neste caso, me-
uma máquina, falta de uma matéria-prima quan-
todos de busca para trás podem ser necessá-
do requisitada) pode ser conveniente a utili-
288
rios para identificar o espaço de deciSãoden- envolvidos nas discussões desta seção e seu
tro do qual planos possíveis possam ser gera- relacionamento com os diversos níveis funcio-
dos. Uma vez articulados os planos estratégi nais de controle.
cos, as decisões correspondentes devem ser in
seridas na fábrica de forma a compatibilizar Cabe ressaltar que nos níveis
as estratégias com a produção. Isto envolve funcionais mais altos da hierarquia de contro
uma decomposição dos planos estratégicos a um le, onde o raciocínio é feito levando em con~
sideração entidades mais abstratas,torna-se
nível muito maior de detalhe, talvez até o
ponto de gerar planos e programas de produção pertinente o uso de interfaces em linguagem
natural que permita uma interação mais flexí-
(funções dos níveis de planejamento e coorde-
vel entre o usuário e o sistema. Base de Da-
nação). Esta técnica pode ser baseada no pa-
dos inteligentes são também importantes devi-
radigma dos refinamentos sucessivos e em infe
do às características adaptativas dos dados
rência direcionada pelo algoritmo [Sacerrto'
ti, 1974]. - (constante atualização e introdução de infor-
mação e conhecimento) e seu acesso pelo usuá-
A Tabela 1 resume os principais fatores rio.