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Krest Health Technologies 1

Kht Saúde&Tecnologia um diálogo aberto entre você e o pessoal da Krest Health Technologies ano I, número I
Feverreiro, 2011

Saiba mais Know-what e know-how


Saiba o tipo de ‘pacote’que vem com o seu software
com Luciano Cadoná
pelo (11) 9966.2277
Apesar da necessidade de saber Michael Moore é um desses sujeitos que
cadona@krestht.com.br
exatamente o que está por trás dos vive reportando o óbvio em seu estado
e com Miguel Santos Neto produtos e serviços que consumimos crítico. Entre o negligenciado Fahrenheit
pelo (11) 8850.3003 todos os dias ser bastante óbvia, 9/11 (2004) e o desprezado Capitalismo,
miguel.neto@krest.com.br muitas vezes queimamos esta etapa uma história de amor (2010), Moore destacou
passando diretamente ao como fazer. o colapso do sistema de saúde norte-
Para usar um dos mantras do mundo americano no filme Sicko (2007; imagem
da gestão empresarial, criamos uma acima), situação que não é privilégio
fixação pelo know-how, enquanto o
daquele país. Como sabemos, tal síndrome
know-what é negligenciado, para não
caracteriza a “Terra Brasilis” desde os
dizer desprezado. Nos preocupamos
tempos da doutrina Monroe. Filas de
com a performance e nos ‘esquecemos’
pessoas nos hospitais se somam às pilhas
da competência, exceto quando um
dado problema parece persistir. Neste de projetos no congresso; todos à espera de
Rua Maestro Gabriel caso, tentamos entender (e remediar) milagres econômicos, de vontade política,
Migliori, 199
o que deu errado, buscando culpas, e de um know-how capaz de atenuar pelo
São Paulo, SP
T 11 3934.4460 culpados—e soluções. Isto vale para menos parte do problema crônico da
F 11 3935.2725 todas as nossas escolhas, incluindo as saúde no Brasil. Pois bem, estamos aqui
krestht.com.br tecnológicas. para falar (continua na pág. 3)
2 Kht Saúde&Tecnologia

Cases e casos
O que podemos aprender por
aí (com alguma boa vontade)

Não é novidade que a população


mundial cresce assustadoramente, em
par com os desafios dos profissionais
e instituições voltadas à saúde. O
mapa ao lado é resultado do primeiro1
esforço (2000) da Organização Mundial
da Saúde (OMS) para tentar dar
conta do tamanho deste problema
em particular, embora a mesma
legenda pudesse servir quaisquer
gargalos associados ao tecnocrático
Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH). O folclore estatístico e suas
fórmulas mirabolantes para medir
a performance dos sistemas de Performance dos sistemas de saúde no mundo, segundo a OMS.
saúde em 191 países deixa de fora
tantos os aspectos subjetivos (acesso, discute uma série de cases de países que para que os pleitos por uma opção
equidade, satisfação do paciente, uso promoveram a eficiência e combateram pública, pela cobertura individual, e
da tecnologia da informação, etc.), o desperdício (1) enfrentando a falta pela adoção de métodos preventivos
quanto os objetivos, que deveriam de recursos, (2) permitindo a cobertura prosperem num ambiente comandado
tratar de integrar os recursos humanos, individual em detrimento da coletiva, por “lobistas e burocratas”, como
intelectuais, farmacêuticos, financeiros e (3) endereçando mais rapidamente a indica Roy Romanow, ex-Secretário
e tecnológicos para mitigar o impacto disparidade do serviço provido entre de Saúde do Canadá. Segundo ele, o
da inércia na saúde mundial durante a as várias classes sociais. A boa notícia que falta é preparar, treinar e equipar
última década. é que o Brasil faz parte destes cases, o profissional da saúde em qualidade
mas os casos verdadeiros, vividos e quantidade suficientes para as
A asserção acima parte da retórica pelos contribuintes mais pobres, ainda demandas do século XXI. Fácil falar,
contida no mais recente relatório2 sustentam sua nada honrosa posição de difícil fazer.
mundial da OMS (2010), o qual indica 125o no ranking. Além de dinheiro, o
que “o caminho para a cobertura que estaria faltando? Durante os últimos cinco anos, o
universal” estaria, fundamentalmente, governo do Canadá articulou uma
na “redução de barreiras e riscos O case norte-americano não deixa reforma radical em seu sistema de
para o financiamento dos sistemas dúvida. Segundo o New York Times,3 saúde, mobilizando entidades públicas
de saúde.” Para tanto, o documento de um lado, o país conta com o estado- e suas contrapartes privadas, mas
1 Saúde, O. M. (2000). Measuring Overall Health Sys- da-arte em pesquisa, desenvolvimento fundamentalmente estimulando
tem Performance for 191 countries. Genebra: OMS.
2 Saúde, O. M. (2010). Health Systems Financing - The de drogas, bem como de centros e a retenção do talento humano no
Path to Universal Coverage. Genebra: OMS.
equipamentos médicos; de outro, sistema, que “nos anos 80 e 90 migrava
45 milhões de cidadãos vivem sem para o mercado norte-americano
cobertura, o país enfrenta a maior em busca de melhores salários e
epidemia de obesidade do planeta, e condições de trabalho”—lembra Linda
os dois partidos que existem politizam Silas, presidente da Federação dos
a reforma de um sistema obsoleto Sindicatos de Enfermeiras daquele país.
que, supreendentemente, “opera na Neste curto espaço do tempo, Silas
Idade Média quando o assunto é a confirma que esta rotina cessou e que
adoção de tecnologia da informação o país agora conta com um sistema
para a gestão de registros e prescrições público-privado que caminha para a
médicas”—confirma o artigo do jornal. excelência gastando US$ 300,00 per
Estamos lidando com a evidência de capita, enquanto os Estados Unidos
“Eu apoio o Presidente”, diz o passam pelos problemas descritos
adesivo à venda na loja do site
que nem recursos financeiros, nem a
Organizing fo America (OFA), numa tecnologia disponível, nem a vontade anteriormente gastando US$ 1.000,00,
seção dedicada ao tópico. política de Obama tem sido suficiente dos quais 31% são destinados à custos
3 New York Times. (2007, Agosto 12). World’s Best administrativos.
Medical Care? The New York Times
Krest Health Technologies 3

50 anos em 5, mas sem milagres


(continuação da pág. 1) sobre o que pode ser feito
pela iniciativa privada, e eventualmente pela esfera
pública, no que diz respeiro a qualidade e a eficiência
do sistema. Nossa discussão tenta levar em conta a
realidade brasileira, reconhecendo os recentes esforços
para regular e normatizar práticas e procedimentos,
respectivamente. Em paralelo, faz-se referência ao caso
do Canadá, buscando destacar o papel da tecnologia da
informação no contexto de reforma vivido por aquele
país nos últimos anos.

À primeira vista, um comparativo entre ambos os


países pode parecer difícil de ser traçado. De fato,
nossa população é seis vezes maior que a canadense,
assim como é a nossa densidade populacional. Além
disso, no Brasil nascem nove vezes mais bebês, morrem
cinco vezes mais pessoas, e o país apresenta uma média
etária menor em 12 anos. Por outro lado, os países
possuem uma dimensão continental com populações
remotas e apresentam um Produto Interno Bruto (PIB)
praticamente idêntico. Claro que o cálculo per capita
do primeiro é apenas 20% do segundo; contudo, o porém com uma grande diferença em relação ao Brasil:
Canadá apresentou crescimento negativo do PIB de enquanto priorizávamos a normatização de processos e
2,5% em 2010, tendo registrado uma performance práticas voltadas à definição dos papéis dos agentes da
modesta ao longo da década, enquanto o Brasil aspira saúde e, ultimamente, na certificação de organizações,
um crescimento sustentado. Podemos dizer, portanto, aquele país mobilizava sua força de trabalho, insistindo
que mantidas as presentes condições demográficas na integração dos sindicatos de profissionais com o
e econômicas, o Brasil pode vir ao encontro de um poder público e a iniciativa privada. Em suma, atuavam
contexto cada vez mais próximo da realidade per capita desde a base até o topo da pirâmide, enquanto fazíamos
do Canadá. o inverso.

Quando avaliamos o histórico recente da saúde nos Como resultado, basta lembrar que a tônica no
países, a comparação torna-se ainda mais adequada. Brasil durante a década passada foi marcada por
Enquanto a Constituição Brasileira (1988) declarava a movimentos em torno da Troca de Informação
saúde como direito universal e criava o Sistema Único em Saúde Suplementar (TISS) e da Terminologia
de Saúde (SUS), autoridades canadenses firmavam Unificada em Saúde Suplementar (TUSS), havendo
pouco engajamento entre o setor público e o privado,
o chamado Canada Health Act (1984), determinando
e quase nenhum movimento
que o Estado atuaria na
direcionado à capacitação
administração da saúde, "Visão: através do planejamento do profissional da saúde. Em
e postulando metas de
colaborativo, todas as jurisdições contrapartida, uma força tarefa
universalidade, cobertura conduzida a partir dos comitês
total, portabilidade e do Canadá terão uma
profissionais voltados ao delivery
acessibilidade. Já na força de trabalho flexível e dos serviços, à satisfação e
década de 90, nota-se que competente, atuando num à segurança da população,
o setor público no Brasil conceberiam a chamada
optou avançar sua reforma
ambiente seguro e apropriado para
“Estrutura Pan-Canadense para
através de programas de atender as demandas da saúde o Planejamento de Recursos
garantia de aprimoramento da população, e reduzindo as Humanos para a Saúde
da qualidade, como o Pública”1 (imagem acima).
disparidades sociais." Isto significa que, partindo de
PGAQS, que viria a
fundamentar o primeiro diretrizes e timings semelhantes,
manual da Organização ambos os países elegeriam
Nacional de Acreditação (ONA) e, consequentemente, caminhos distintos para conduzir suas reformas: o
Brasil se voltaria ao know-how, e o Canadá priorizava o
a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar
know-what. Vejamos por quê.
(ANS). Similarmente, o Canadá voltava-se à criação 1 Joint Task on Public Health Human Resources. (2005). Building the Public
de instituições reguladoras e mecanismos de gestão, Health for the 21st Century. Ontario: Joint Task.
4 Kht Saúde&Tecnologia

Ora, esta discussão não sugere que


o Brasil tenha ignorado os blocos
supra mencionados, mas confirma
que tem trabalhado com uma lógica
inversa à canadense. Inversa por
negligenciar o aporte intelectual dos
profissionais; inversa por desprezar
a universalidade constitucional;
inversa por manter a disjunção entre
o público e o privado; inversa por
tentar ordenar um sistema cujas bases
se encontram comprometidas. Eis,
portanto, a célebre pergunta: Como
avançar? Já sabemos que saúde não
é (ou não deveria ser) um tópico que
permite procrastinação. Portanto,
nos cabe aproveitar o momento de
transição de governo, de ministro e,
possivelmente, de políticas para iniciar
um debate focado no profissional
da saúde e, claro, no paciente. Se a
coordenação em âmbito nacional
acontecer, excelente; teremos espaço
para modificar a pauta aproveitando
as experiências do Canadá e de outros
países, aplicando-as com sabedoria aos
O diagrama acima, extraído do documento canadense, vários contextos locais. Caso contrário, inércia não é
resume bem a questão. Note que, assim como no uma opção. Já temos urgência, capacidade e tecnologia
Brasil, a última tarefa (ou bloco) da abordagem sugere suficientes para avançar de modo flexível e cooperado,
o desenvolvimento de sistemas de acreditação, padrão, a custos que até bem pouco tempo eram impraticáveis.
qualidade e medição que possam dar conta de gerir um
serviço prestado em escala continental. Porém, a base “Tecnologia é commodity”, dizem Miguel Santos Neto
do esquema parte das demandas da população e do e Luciano Cadoná, após firmarem uma cooperação e
entendimento dos vários possíveis modelos de prestação representação exclusiva dos softwares da Hospitalis no
de serviço ao público. Em seguida, veja como os blocos Brasil: “O que nos faz confiar que o Assistente Clínico
se voltam a captação de dados e informações voltadas Eletrônico (ACE) se adapta perfeitamente à realidade
à especificação de funções e competências, para em brasileira é o conceito de flexibilidade, escalabilidade,
seguida desenvolver estratégias, estruturas e modelos baixíssimo custo e impacto de implementação que a
interprofissionais capazes de transformar aqueles solução oferece a hospitais de todos os portes e regiões
fatos brutos em conceitos e conteúdos. É aqui onde a do Brasil.” Composto por 4 módulos (PTM, Multi,
tecnologia da informação aplicada à saúde pode dar o Access e Mobile), o ACE solution é capaz de atender as
seu melhor. Note (em verde) como a disponibilização principais demandas do corpo clínico, para em seguida
de ferramentas e incentivos à formação do profissional gerir a vida clínica de cada paciente e, eventualmente,
e, por conseguinte, da competência organizacional,
exceder, cuidando da vida do paciente, seja provendo ‘just-
se encaixa nesta abordagem de blocos sustentando
in-time care’, entretenimento ou comunicação. “A
estratégias de recrutamento e seleção; economizando
solução se ajusta
tempo e espaço para apoiar a educação continuada; e, “Na verdade, 86% dos
às necessidades
por fim, permitindo a criação de modelos orientados
de cada equipe e Canadenses classificam a
por competência, ao invés de performance. Com
isto, tanto a gestão de práticas e processos, quanto a
de cada hospital, qualidade do atual sistema
e não o inverso—
acreditação certificada em si passam a ser consequência de saúde como ‘alta’, e estão
completam
de um planejamento colaborativo, que não abre mão
Santos Neto e
‘extremamente satisfeitos’ com
dos seus valores constitucionais em detrimento do lucro os serviços prestados.”
Cadoná.”
máximo de caráter pontual.
Roy Romanow,
ex-Secretário de Saúde do Canadá (2009)
Krest Health Technologies 5

Enquanto isso,
nas salas de espera de um Brasil
Como pudemos inferir até aqui, as filas, A primeira reflexão a ser feita—
os erros e as falcatruas, assim como a conforme sugerido pelos ‘blocos’
falta de equipamentos, de condições canadenses—poderia vir dos modelos
de trabalho, de salários adequados, de assistência capazes de integrar, ainda
de preços justos—sem contar todo o que gradualmente, as competências
das instâncias federais, estaduais e
repertório de epidemias recorrentes
municipais do setor público com suas
colecionado
contrapartes privadas. Não é difícil
pela saúde
notar o verdadeiro abismo entre os
no Brasil, vários ‘países’ contidos no Brasil, o
não são mera que não se resume às instalações,
consequência da mas principalmente às técnicas,
falta de recursos procedimentos e sistemas capazes
financeiros. de abrigar novos modelos, com a
Da mesma flexibilidade e envergadura que
forma, tais profissionais e pacientes precisam.
debilidades não Sim, porque a interação entre todos
são produto da os agentes envolvidos possibilita a
falta de ciência, evolução da governança clínica, seus
protocolos e planos terapêuticos—da
Padilha: otimismo tecnologia,
preparação da assistência até a alta.
nem de gente disposta a trabalhar e
aprender. O que falta, na verdade, é
Se a esperança é bem-vinda por um
distribuir adequada e inteligentemente lado, a vigilância é necessária por
os recursos disponíveis. Pois bem, se já outro. Mas é no centro, no trabalho
temos ideia sobre o que fazer, podemos cooperado, que está a virtude de
finalmente passar ao como fazer da perseguir uma saúde forte e próspera
assistência à saúde um tema apolítico, como o Brasil que queremos construir.
buscando sua real eficiência. Feliz 2011.
6 Kht Saúde&Tecnologia

humanos fazem máquinas

Vamos falar alguma coisa


sobre porque a Krest HT existe

O pessoal da Krest nunca se contentou em fazer o básico;


em cumprir tabela. Nestes vinte anos, estiveram presentes
onde o Brasil precisava. Primeiro, servindo a Petrobrás
com fluidos hidráulicos biodegradáveis, fundamentais
para a exploração offshore e para a preservação das nossas
costas. Em seguida, servindo a aviação com o estado-da-
arte em separação de óleo e água e, mais recentemente, na
montagem de caminhões de abastecimento de combustível
de última geração. Logo, com uma linha de produtos de
limpeza derivada do terpeno, obtido a partir da casca da
laranja, que quando diluído em água permite uma variedade
de funções—de um potente desangraxante que limpa
pichação ao mais gentil detergente, tudo sem agredir ao meio
ambiente. Pois bem, foi numa destas andanças que o pessoal
conheceu David Bertrand, da Hospitalis.

Desde as primeiras conversas, todos nunca negaram o


interesse por uma demanda que é tão grande quanto os seus
desafios. Na verdade, isso é o que caracteriza o que sempre
gostaram de fazer: desenvolver e aplicar tecnologia. E foi
num destes projetos que o pessoal trabalhou com Luciano
Cadoná, profissional que já sabia tudo de tecnologia aplicada
à hospitais; conhecedor profundo das suas demandas, e
estudioso das possíveis soluções. Com David e Luciano à
bordo, a criação da Krest Health Technogies (ou KrestHT,
como chamamos) seria mera consequência. Uma empresa
formada por um pessoal acostumado a resolver problemas
através da inovação e da cooperação. Por isso entenderam
que, neste momento especial, deveriam trabalhar para a
saúde no Brasil. E, quem sabe, com você.

máquinas para humanos

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