Abordagens tradicionais primitivos da África Negra e sobre o politeísmo Romano da Austrália, valorização do Princípios Gerais do ritual, do gesto, da formula, Politeísmo Romano considerados como sobrevivência de concepções Formalista – Análise fiel das primitivistas, sobretudo formas oficias das agrárias. manifestações da religião romana (Deuses, cultos e Genealógica: Abandono das lendas) sem abordar quase a teorias gerias sobre a vida interior, o sentimento religião e comparações religioso, exposição etnográficas: esclarecimento sistemática de deuses e da história das origens cultos através de povos vizinhos a Roma e contatos culturais Evolucionista – Exame de que se tornaram algumas noções componentes étnicos de fundamentais pelas quais a Roma (indo-europeus, consciência romana etruscos, gregos...) apreende o fenômeno religioso. Preocupação com Princípios Gerais do o desenvolvimento histórico. Politeísmo Romano
Sociológica e comparativa – Religião sem revelações,
Estudo dos processos livros revelados, dogmas e ortodoxia: Exigência edificadora, o passado, sem central era principalmente grande relação com a “ortopraxis” (execução realidade. correta dos ritos prescritos). Citações de Gramáticos: Textos religiosos – Cícero, Autores (Horácio, Ovídio, autores cristãos Quintiliano e, (Tertuliano, Agostinho, principalmente, Varrão) Arnóbio). Apresentavam a citam alguns textos antigos ideia que os antigos faziam evocando velhos rituais do panteão romano: numa língua arcaica, que os trabalhos integrando próprios sacerdotes que não divindades em sistemas compreendiam mais. Ex. teológicos ou tratados de Canto dos Sálios (litania mitografia a partir das rítmica cantada pela narrações e adotando lendas confraria dos 12 sálios de deuses (a mais antiga durante as cerimônias do religião latina não possuía culto de Marte). mito). Textos epigráficos Textos Literários: Tardios Material Arqueológico (do final da República e da Época Augusta). Recolhimento da tradição analística, mas faltam bases Religião ritualística: documentais seguras para o Severamente tradicionalista; período anterior a tomada de isto não a impediu de mudar Roma pelos gauleses. e de integrar novos Autores (catão, Cícero, elementos, pois a abertura Varrão, Columela) evocam, aos novos cidadãos e aos de forma romântica ou novos deuses era prática em Roma. Religião que buscava o bem terreno de uma Ritos e atitudes rituais comunidade e não a construíam e transmitiam salvação do indivíduo e da representações sobres as sua alma imortal no pós- divindades e a ordem das morte: os deuses ajudavam coisas: é errôneo considerar os indivíduos, mas que esta religião fosse fria e primeiramente, enquanto necessariamente interesseira, eles eram membros de uma ignorando quaisquer ideias e comunidade e, em seguida, conteúdos espirituais. A como indivíduos e à margem pratica religiosa não excluía dos negócios comunitários. a exegese e a especulação “Do ut des”. livres. Entretanto, esta atividade se desenvolvia no Religião sem iniciação nem exterior da vida religiosas ensinamento: os deveres propriamente dita. Na religiosos eram impostos ao medida em que não existia indivíduo pelo nascimento, nenhum outro dogma que a pela adoção, pela obrigação ritual, os manumissão ou pela indivíduos usufruíam uma naturalização, logo estavam inteira liberdade para pensar ligados à posição social dos os deuses, a religião e o indivíduos e não a uma mundo decisão pessoal de ordem espiritual (como o batismo Religião sem código moral: ou a conversão, por o código ético que a regia exemplo). era o mesmo que regia as outras relações sociais. Ética Religião social: ligada a era tratada pela filosofia. uma comunidade, não ao indivíduo. Portanto a Paulo Pinto – religião romana não existia, Transformações no de Paganismo Romano
Religião politeísta Introdução
Sincretismos são inerentes; Religião política: todo ato Será apresentada a comunitário comportava um morfologia do panteão, sua aspecto religioso e todo ato sistematização funcional e religioso possuía um aspecto organização rital comunitário. Assim, o culto Análise em uma perspectiva público comportava diacrônica; necessariamente aspectos O paganismo romano era políticos. Neste sentido, organizado em si e servia a pode se dizer que a religião um utilitarismo político- romana era uma religião social independente das política fontes escritas e orais; Apesar de muitas Religião sem autoridade características romanas ou chefe únicos (mesmo o terem desaparecido com o culto público). tempo, outras se mantiveram sobre os sincretismos. Religião ligada ao ideal da cidade (tal qual se Os Deuses Romanos desenvolveu no Mediterrâneo desde o séc. Há três grupos tipológicos VIII a.C) de deuses romanos: Bem definidos Religio x Superstitio. Presentes, porém de agência indefinida; Agentes ou semi-agentes Quirino (flâmine quirinal): Esses últimos tinham pouca Fecundidade e riqueza. regência nos mitos romanos, mas serviam ao cristianismo Júpiter: “deus pai” como fonte de ironia. Júpiter era assistido por Eles eram especialistas em outros deuses que certas funções que refletiam representavam o juramento, a estrutura social romana. a propriedade e a juventude; Marte não tinha assistentes; Entidades associadas à A teologia de Quirino foi natureza gradualmente sendo Muitas vezes se tratavam de esquecida. entidades cuja identidade (nome, qualidades) era Tríade Capitolina indefinida, mas ainda assim eram reverencias. Júpiter: repete Juno: protetora dos Jano, o deus bifronte matrimônios e dos Preside o início e o fim de nascimentos. tudo Minerva: deusa dos ofícios e Seu espaço é a soleira das dos artesãos. casas. Minerva: De origem etrusca e Tríade Arcaica (Pré- parcialmente grega, a tríade capitolina) Capitolina aparentemente não faz sentido, não Júpiter (flâmine dial): formando uma unidade Soberania, religião e direito. conceitual. Isso pode Marte (flâmine marcial) significar que o privado não Atividade guerreira; entra na esfera pública e que as práticas manuais eram política (e não étnica ou separadas das elites. cultural) Os cultos públicos tinham Tríade Plebeia mais importância que os Céres (Agricultura) privados Líber (fecundidade Os sacerdotes representavam masculina) a esfera religiosa assim Líbera (fecundidade como os magistrados, o feminina) político.
Refletem a evolução social Os mestres do sagrado
romana. Haviam quatro colégios sacerdotais: Pontificial, Vestais augural, quindecenviral e Dedicadas ao culto de Vesta, septenviral deidade romana do O pontífice entronava os assentamento da flâmines e as vestais. comunidade. Haviam três flâmines maiores que representavam A cidade e o sagrado a tríade arcaica e mais doze, menores; Os deuses também eram As vestais guardavam o fogo cidadãos, cujos templos eterno de Vesta e não eram eram moradas. consideradas mulheres, Assim os sacerdotes devido a virgindade definiam algo no aspecto Haviam também os Fetiales religioso. asseguravam a proteção de O ingresso nessa religião era Roma frente aos deuses definido pela cidadania, ou estrangeiros – sobre guerra, seja, sua participação paz e acordos. Os vivos e os mortos Classificou os deuses pagãos Havia deuses caseiros, como provindos de: selvagens e pessoais, mas Poetas (teatros) – não uma ideia de alma, visto desprezíveis; que a religião era coletiva. Filósofos (academias ou Também havia culto aos mundo) – perigosos mortos de cada família nos Príncipes ou sacerdotes túmulos e em casa em (cidades) aceitáveis. épocas diferentes. Júlio César Da Helenização às Guerras Civis Depois do episódio dos irmãos Graco havia uma A incorporação de outros divisão, sobretudo política, deuses era ritualística. os romanos ficaram Cultos secretos tendiam a divididos em deus classes ser incorporados devido ao econômicas. Assim, as caráter de manter a ordem figuras de generais pública na religião romana, cresceram em poder, mas mas somente depois de forte isso não impediu Roma de repressão e perseguição. ficar dividida em cidades A helenização incluiu novos autônomas, ocorrendo deuses e sua representação grande fluidez religiosas. por estátuas, literatura, Então, Julio César se elevou teatro e filosofia à categoria de semideus. As guerras e seus comandantes modificavam o A restauração imperial teor de crenças e práticas Após as guerras, a conforme o interesse. religiosidade foi retomada O título de Augusto o Agostinho colocou como o único líder possível do sagrado e do cósmicas/universais, bem profano diferente do paganismo O aspecto vitorioso se romano, fortemente manifestava nos rituais de vinculado ao Estado. triunfo Ainda assim, estavam O culto imperial divinizava vinculados ao panteão os nobres romanos romano e acabaram em Eles eram cultuados, declínio durante as invasões principalmente nas bárbaras. províncias Eles faziam a Apoteose O fim do paganismo como este procedimento, O cristianismo cresce na onde o Senado averiguaria parte helênica do Império, o se a pessoa realmente era polo comercial digna de ser elevada à Ocorre uma inversão de divindade. valores, com resistência pagã O novo paganismo Há iconoclastia até o Ainda que assimilando rompimento do paganismo outras culturas, a romana com o Estado, incluindo não pôde evitar a perda da todas as escolas. própria identidade Isso gerou insegurança coletiva de forma que outras Em off correntes foram crescendo e Apenas no período ressignificando o paganismo helenístico é que a figura de romano, mas tiveram a Deus (Yahweh) vai sair ascensão a partir da cultura dessa figura Vingativa, grega. Humana, ligando-se Essas outras crenças tinham somente à parte boa, características surgindo a figura de Satanás para significar o mal.