Você está na página 1de 3

O DIVÓRCIO DE DEUS

SE VOCÊ OBSERVAR E REPARAR atentamente os textos de Dt 24.1-4 e Mt 19.3-9,


exegeticamente, vai chegar à conclusão de que o problema era o divórcio por qualquer motivo
e não por um problema grave. Continue lendo....

Na época de Jesus A MULHER era discriminada, uma vez divorciada não podia retornar a casa
de seus pais e era considerada como adúltera, já que NUMA SOCIEDADE MACHISTA, ERRADO
ERA SEMPRE A MULHER. O homem queria o divórcio, mas não queira o ônus dele com fazer
uma carta, que para isso deveria colocar um motivo, o qual não tinha. Esses motivos davam
certos direitos a mulher, mas o homem queria deixa-la por que esta não tinha mais dentes, ou
porque não sabia cozinhar, etc. E isso não era um motivo, desse modo ele a deixava sem carta,
o que a fazia se prostituir para não morrer de fome.

A carta era o meio que Deus teve para equilibrar a situação da mulher diante do
homem e a banalização da lei de Moisés em questão.

Veja que o segundo matrimônio até era possível. A vedação estava no fato dela ter que voltar
para o primeiro marido (Dt 24.1-4).

Quando aqueles homens fazem a pergunta a Jesus ele recorre ao original em Mt 19.3, de como
Deus tinha feito as coisas. O casamento era um princípio em um plano ideal, a lei de Moisés,
pela carta de divórcio, uma exceção devido a sociedade hipócrita.

NA ÉPOCA DE MOISÉS FEZ UMA CONCESSÃO AO DIVÓRCIO?

Não reconheço isso. Creio que diante do texto o mais sensato é que em meio aso caprichos
humanos, as suas falhas e desajustes, DEUS NÃO DESISTE DE NÓS. Então Ele lida com a
sociedade hipócrita permitindo a carta de divórcio - Disse-lhes ele:

Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas
ao princípio não foi assim. (Mt 19-8)

Uma mulher que é espancada todos os dias por seu marido deve continuar com ele até
morrer? Será que esta é a vontade de Deus pelo texto? De outra forma não apenas pelo
castigo físico, mas o psicológico pelas palavras, vale a pena um casal viver em meio a um
inferno em vida? Será que neste caso ambos são crentes? Ou apenas um deles? Ou nenhum
deles?

É certo de que se um é crente e o outro consente em viver de forma harmônica com o outro
não deve este se separar (......). Caso o contrário, a separação acaba por ser inevitável, não por
causa de Deus, mas o coração duro não quebrantado de uma das partes que não cede em
meio a divergências.

Recapitulando, a falta de compreensão e amor foi a razão pela qual Deus permitiu a carta de
divórcio, mas no início não era assim. Porque no início não era assim? Porque o que Deus
deseja num relacionamento é o amor como fundamento, e onde não há amor não deve haver
casamento (......);
A falta de amor leva a todos os problemas de condição comportamental de um
relacionamento.

Mas qual era a preocupação de Jesus em Mt 5.31-32? O texto nos leva a ver que se um homem
deixasse a sua mulher esta SE TORNAVA ADÚLTERA, ainda que não contraísse outro
matrimônio. Diz: “todo aquele que repudiar a sua mulher “a faz adúltera”... Aqui está um dos
efeitos devastadores divórcio, era ADÚLTERA. Mas calma, isto não significava que era adúltera,
mas considerada adúltera. Veja o texto: “a faz adúltera”. A sociedade daquela época não
perdoava.

Logo Jesus estava aqui tratando da repercussão, impacto, efeito, consequência ou resultado
do divórcio.

Alguns, porém, interpretam tais textos se baseando na morte (Rm7.2), que apenas a morte do
outro seria possível um outro relacionamento. Neste sentido muitos casais estariam “casados”
tendo uma ansiedade pela morte do outro, ou seja, uma fachada matrimonial. Será que Deus
estava tratando disso?

Evidentemente o divórcio não deve ser uma opção institucionalizada de forma comum, mas
uma amputação a fim de que o corpo todo não se comprometa e haja uma morte total. O fato
é que uma pessoa que sofre agressões, sejam físicas ou psicológicas deverá fatalmente ter que
amputar tal situação pelo divórcio, ou então morrerá.

É evidente que numa geração banalizada pelo consumo onde o outro não passa de um “isso”,
“objeto” a fim de que satisfaça os meus impulsos, um relacionamento não pode dar certo,
quanto mais um casamento. É por isso que na verdade um casamento tem mais condições de
ser próspero quando o casamento vem antes do casar em si, ou seja, pelo amor observado que
se forma num pequeno convívio. É necessário neste caso amadurecer para que se possa
escolher com paciência e também com amadurecimento, a fim de não ceder aos impulsos
como forma de relacionamento.

Em outro sentido a leitura de I Co 7.12-15 deve nos levar a uma reflexão, porque nenhum
mandamento nos isenta de reflexão, já que a letra tem uma força mortal se não for examinada
pela reflexão espiritual. Mas veja que neste texto Paulo deixa a última palavra aos cônjuges (o
irmão ou a irmã não fica debaixo de servidão), ainda que haja um mandamento.

Quando analisamos Rm 7.3, percebemos ainda que Paulo admite novamente o divórcio,
porém afirma que tal mulher será chamada adúltera enquanto o marido viver.... O que ele
quer dizer aqui? Ele quer dizer o que a sociedade vê, como a sociedade encara as coisas. Logo,
assim como Jesus, Paulo tem uma preocupação com a reputação da mulher (será chamada
adúltera). Fica óbvio a possibilidade de um outro matrimônio.

Quanto a incompatibilidade é bom lembra do jugo desigual (II Co 6.14) e como dois andarão
juntos numa jornada se um vai para direita e outro para esquerda? Em outras palavras, como
andarão dois juntos se não estiverem de acordo? (Amós 3.3). Perceba que abraçar a mesma fé
não significa abraçar as mesmas intenções, finalidades, propósitos, etc...Se cada um segue um
lado as brigas serão inevitáveis.

Um outro argumento contra o divórcio é Ml 2.16, onde o Senhor diz: odeio o divórcio! Mas
pense, reflita, coloque a sua mente para trabalhar o texto no que diz aqui, não se convença
apenas pelo argumento raso, vá a fundo e pergunte-se: PORQUE DEUS ODEIA O DIVÓRCIO?
MAS ENTENDA O PRÓPRIO DEUS SE DIVORCIOU DO SEU POVO (Is 50.1; Jr 3.8), todavia esta
ruptura (Mt 21.43) não foi fácil (Rm 9.25,26; 10.19-21). De outro modo, foi o divórcio de Deus
com seu povo que possibilitou o livramento do mesmo povo e ainda a salvação dos gentios.

Quando Deus se divorciou ficou contente? Obviamente que não. Mas ainda assim não se
divorciou? Mas o mesmo Deus que se divorciou sabendo das consequências do divórcio diante
da sociedade não tem compaixão da mulher e dos filhos que acabam tendo uma lástima
decepção com o mundo?

Neste sentido é interessante reafirmar: Deus não quer que você se divorcie, antes que se case
bem, que tenha filhos fruto deste relacionamento, os quais possam crescer de forma sadia.
Todavia, se por razões diversas o casamento foi um equívoco, uma falta de amadurecimento
num impulso desiquilibrado em busca de prazer pelos impulsos, ou ainda, pelo bem estar
financeiro, ou pela imagem na mídia, etc. Tendo chegado a este entendimento, não ouse
permanecer numa servidão onde POR ANOS TODOS SEUS OSSOS SE SECARÃO. Não o faça por
ódio, teimosia ou vingança, mas porque agora entendeu o erro e percebe que não pode
concertar o que não dá para ser concertado e que Deus diante das mazelas das pessoas não
quer que seus filhos fiquem deduzidos a uma fachada a fim de manter vivo uma sociedade
que a nunca teve início.

Deus não quer que você sofra as consequências de um divórcio e por isso ele diz: não se
divorcie por qualquer coisa, ore, tente mudar, faça as coisas para que isso não aconteça. Mas
se acontecer seja responsável o bastante para ter o equilíbrio que antes não teve para superar
todos os problemas psíquicos que possam advir. Amém! - Silvio Soares

Você também pode gostar