Você está na página 1de 24

CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS ENGENHEIRO COELHO


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DANIEL CORRÊA GOMES


VENÂNCIO EVENSEN

PROJETO DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTO

Engenheiro Coelho
2020
DANIEL CORRÊA GOMES
VENÂNCIO EVENSEN

PROJETO DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTO

Projeto apresentado ao Curso de


Engenharia Civil do Centro Universitário
adventista de São Paulo como requisito
parcial para a conclusão da disciplina de
Estradas II, sob orientação do Prof. Me.
Ivonei Teixeira, no segundo semestre de
2020.

Engenheiro Coelho
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................3
2. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO.....................................................................................4
3. CAPACIDADE DE SUPORTE (CBRPROJ)...................................................................7
4. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO.................................................................9
4.1. ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO.............................................................................9
4.1.1. VOLUME DIÁRIO MÉDIO...............................................................................10
4.2. COMPOSIÇÕES DE TRÁFEGO..............................................................................12
4.2.1. FATOR DE EQUIVALÊNCIA DE OPERAÇÕES..................................................13
4.2.2. FATOR DE PONDERAÇÃO (FP)......................................................................16
4.2.3. NÚMERO DE SOLICITAÇÕES..........................................................................17
5. ALTURAS EQUIVALENTES..................................................................................17
5.1.1. COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL..........................................18
5.1.2. ESPESSURA MÍNIMA DO REVESTIMENTO....................................................19
5.1.3. ESPESSURA DO PAVIMENTO.........................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................23
3

1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento das obras de pavimentação rodoviária, ocorreu uma grande
transferência de tecnologia referente ao assunto vindo de outros países para o Brasil, com
isto, surgiu a necessidade de normatizar e especificar as técnicas utilizadas, a fim de
garantir a qualidade no ensaio e execução. Diante de todos os trabalhos realizados foi
criado o Manual de pavimentação que teve algumas alterações no decorrer dos anos.
Este memorial tem como objetivo descrever dados para a locação do projeto, assim
como a metodologia adotada no projeto de pavimentação. O memorial aponta as etapas
do dimensionamento, com base no manual de pavimentação do DNIT (Brasil, 2006), com a
finalidade de determinar parâmetros durante a elaboração do projeto, tal qual mostrar,
materiais, normas e decisões seguidas no projeto. As especificações têm como função
reduzir ou eliminar eventuais questionamentos relacionado a execução do projeto em
estudo.
4

2. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO

Utilizando a análise granulométrica é possível realizar a classificação do solo no local


da execução. Para auxiliar a análise, foi utilizada a tabela do manual de pavimentação do
DNIT apresentada na figura 1.
Figura 1 - Classificação do solo (Tansportation Research Board).

Fonte: Manual de pavimentação – DNIT (2006).

Através do índice de grupo (IG) temos uma estimativa da capacidade de suporte do


material no qual, é um número que varia de 0 à 20, em que 0 representa um solo ótimo
quanto a sua resistência e 20 referente ao solo de péssima capacidade de suporte, o índice é
indicado por:

IG=0,2 a+0,005 ac+ 0,01 bd


Onde:
a = p – 35
b = p – 15
c = LL – 40
d = IP – 10
5

p = Teor de finos passantes na peneira 200. Em que:

a = p - 35 (se p > 75%, adota-se 75 e se p < 35%, adota-se 35);

b = p - 15 (se p > 55%, adota-se 55 e se p < 15%, adota-se 15);

c = LL - 40 (se LL > 60%, adota-se 60 e se LL < 40%, adota-se 40);

d = IP - 10 (se IP > 30, adota-se 30 e se IP < 10, adota-se 10).

Será realizado apresentação de cálculo apenas para a amostra número 1 do trecho I,


para deixar claro o roteiro observado, equações utilizadas e representação de cálculo.

 Amostra 1 – Trecho I

LL IP % Passando Peneira
Amostra 10 40 200
(%) (%)
(2mm) (0,42mm) (0,074mm)
1 51 17 98,35 97,35 89,85

Seguindo como base a tabela de classificação HRB é possível localizar o grupo no qual
a amostra 1 se adequa:
 Faz parte do grupo do silto- argilosos, por conta da quantidade de material passante
na peneira 200 correspondendo a mais de 35%;
 No limite de liquidez e índice de plasticidade faz parte do Grupo A-7, portanto, é
necessário analisar se este é A-7-5 ou A-7-6:

IP ≤≪−30→ 17<21 ∴ A−7−5

- Índice de grupo

a = 75 – 35 = 40

b = 55 – 15 = 40

c = 51 – 40 = 11

d = 17 – 10 = 7

IG=( 0,2 x 40 ) +0,005 ( 40 x 11 ) +0,01 ( 40 x 7 ) → IG=13

Acompanhando as tabelas 1, 2 e 3 é possível perceber as características do solo de


cada trecho.
6

Tabela 1 – Classificação do solo - trecho I.


Trecho I
LL IP % Passando Peneira HRB IG
Amostra N° 10 40 200
(%) (%)
(2mm) (0,42mm) (0,074mm)
1 51 17 98,35 97,35 89,85 A-7-5 13
2 46 15 99,9 99,45 89,65 A-7-5 11
3 42 12 99,95 99,5 83,3 A-7-5 9
4 43 9 99,95 96,55 75,45 A-5 9
5 44 10 99,95 98,3 78,6 A-5 9
6 43 6 100 99,4 77,35 A-5 9
7 41 6 100 98,45 76,63 A-5 8
8 42 9 99,36 96,3 74,63 A-5 8
9 44 8 98,72 95,04 73,99 A-5 9
10 41 6 99,01 94,63 72,47 A-5 8
Fonte: Autor (2020).

Tabela 2 – Classificação do solo - trecho II.


Trecho II
LL IP % Passando Peneira
Amostra N° 10 40 200 HRB IG
(%) (%)
(2mm) (0,42mm) (0,074mm)
1 50 17 100 96,3 52,3 A-7-5 13
2 48 18 100 97,4 62,9 A-7-5 13
3 43 19 100 75,01 52,55 A-7-6 12
4 51 26 100 87,87 67,62 A-7-6 17
5 50 26 100 86,98 65,91 A-7-6 16
6 52 26 100 87,21 67,41 A-7-6 17
7 51 26 100 87,87 67,01 A-7-6 17
8 49 17 100 81,01 61,22 A-7-5 9
9 43 18 100 76,63 49,33 A-7-6 6
10 41 19 100 75,87 52,01 A-7-6 7
Fonte: Autor (2020)

Tabela 3 – Classificação do solo do trecho III.


Trecho III
LL IP % Passando Peneira
Amostra
10 40 200 HRB IG
N° (%) (%)
(2mm) (0,42mm) (0,074mm)
1 17 2 99,9 87,14 30,56 A-2-4 0
2 18 3 99,95 89,97 30,92 A-2-4 0
3 18 2 99,95 91,1 30,91 A-2-4 0
4 18 3 100 91,69 32,13 A-2-4 0
5 16 2 99,12 85,37 29,13 A-2-4 0
6 17 2 99,52 85,87 27,74 A-2-4 0
7 16 2 97,85 83,11 26,91 A-2-4 0
8 19 3 100 90,69 33,13 A-2-4 0
9 21 4 100 90,36 34,22 A-2-4 0
10 20 3 100 88,77 33,25 A-2-4 0
Fonte: Autor (2020).
7

3. CAPACIDADE DE SUPORTE (CBRPROJ)

A partir de 10 amostras de cada trecho foi realizado o ensaio para a análise de CBR,
com objetivo de certificar a capacidade de suporte do solo. Na tabela 4 a seguir, estão
definidos os valores de CBR e expansão de cada trecho.

Tabela 4 – CBR e expansão por trecho.


Amostras
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(n)
TRECHO I
3 2 3 5 4 5 5 4 3 5
CBR TRECHO II
(%) 11 5 9 8 7 7 8 10 12 10
TRECHO III
12 13 14 15 13 12 15 11 11 11
TRECHO I
0,61 0,51 0,38 0,34 0,37 0,33 0,40 ,032 0,51 0,44
E TRECHO II
(%) 0,2 0,3 0,2 0,1 0,15 0,15 0,2 0,1 0,08 0,05
TRECHO III
0,15 0,13 0,07 0,16 0,1 0,08 0,1 0,12 0,09 0,15
Fonte: Autor (2020).

Com os valores do CBR em mãos, é possível calcular o CBR de projeto (CBR P),
especificado dado pela expressão abaixo:
s x t 0,90
´
CBR P =CBR−
√n
Onde:
CBR: Média aritmética do CBR das amostras ensaiadas, obtido pela fórmula:
CBR i
CBR=∑
n

S: desvio padrão, calculado pela fórmula:


s= √∑ ¿¿ ¿ ¿

t0,90: Coeficiente encontrado por meio de tabela relativo ao intervalo de confiança de 90% (t-
Student); que pode ser aferido pela tabela 5 abaixo.

Tabela 5 – Distribuição “t” de Student – Valores de t0,90


8

Tabela T- Student
n-1 t0,90 n-1 t0,90 n-1 t0,90
1 3,08 4 1,53 7 1,42
2 1,89 5 1,48 8 1,40
3 1,64 6 1,44 9 1,38
Fonte: t-student (t0,90).

Se o CBR do solo não atender a condição após a verificação dos valores de CBR máx e
CBRmín, a amostra deve ser descartada para cálculo de um novo desvio padrão. Cálculo de
CBR máximo e mínimo apresentado por:
1,29 x s
CBR máx =CBR+ + 0,68 x s
√n
1,29 x s
CBR mín =CBR− −0,68 x s
√n
O trecho I é utilizado para exemplo de cálculos de CBR de projeto como base para os
trechos subsequentes.

 CBR MÉDIO

3+2+3+5+ 4+5+5+ 4+ 3+5


CBR= =3,9
10
 DESVIO PADRÃO

( 3−3,9 )2+ ( 2−3,9 )2 + ( 3−3,9 )2 + ( 5−3,9 )2+ ( 4−3,9 )2 + ( 5−3,9 )2+ (5−3,9 )2 + ( 4−3,9 )2 + ( 3−3,9 )2 +(5−3,9)²
s=
√ 10

s=1,04

 CBRmáx e CBRmin
1,29 x 1,04
CBR máx =3,9+ + 0,68 x 1,044 →CBR máx =5,04
√10
1,29 x 1,04
CBR mín =3,9− −0,68 x 1,044 →CBR mín =2,76
√ 10
 Novo CBRMÉDIO

Por não se enquadrar entre os intervalos do CBRmáx e CBRmín, a amostra número 2 foi
descartada.

3+3+5+ 4+5+5+ 4+ 3+5


CBR= → 4,11
9

( 3−4,11 )2 + ( 3−4,11 )2 + ( 5−4,11 )2+ ( 4−4,11 )2+ ( 5−4,11 )2+ (5−4,11 )2+ ( 4−4,11 )2+ ( 3−4,11 )2 +(5−4,11)
s=
√ 9

s=0,87
9

 CBR de projeto
0,875 x 1,4
CBR P =4,11− → CBR P=3,68 ≅ 4
√ 9−1
Os valores do CBR e desvio padrão para cada trecho pode ser observado na tabela 6 a
seguir.

Tabela 6 – CBR médio, desvio padrão, CBRmín, CBRmáx e CBRproj


Trecho I II II
CBRMéd
3,9 8,7 12,7
(%)

S 1,04 2,00 1,49


CBRmín
2,76 6,52 11,08
(%)
CBRmáx
5,04 10,88 14,32
(%)
Amostras
2 1,2,9 4,7,8,9,10
retiradas
CBRMéd
4,11 8,43 12,8
(%)

Snovo 0,87 1,18 0,75


t0,90 1,40 1,44 1,53
CBRProj
4 8 12
(%)
Fonte: Autor (2020).

4. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO

4.1. ESPECIFICAÇÕ ES DO PROJETO

O trecho a ser pavimentado em um total de 90 km, sendo dividida em 3 trechos com


extensão de 30 km cada, com estaqueamento a cada 100 m. O tipo de pavimento a ser
executado é dividido em duas categorias: Categoria “a”, pavimento flexível e com solo da
base granular; Categoria “b”, pavimento semi- rígido, com o tipo de base Solo- cimento
(Trecho I e III = 2,5 Mpa; Trecho II= 3,0 Mpa). A tabela 7 apresenta as características de cada
trecho.
10

Tabela 7 – Características dos trechos.


I II II
Trecho
a b a b a b
P (anos) 10 20 10 20 10 20
t (%) 4 3 5
T0
2000 850 1900
(Veic./dia)
D (%) 50 50 50
Ref. Subleito a-9 a - 11 a-0
(CBR %) b-9 b-0 b-0
Precipitação
1300 700 820
média (mm)
FR
1,4 0,7 1,4
(mm)
Fonte: Autor (2020)

Onde:
P: Período de projeto (Anos);
T: Taxa de crescimento do tráfego (%);
T0: Tráfego atual nos dois sentidos (veic./dia);
D: Porcentagem do tráfego no sentido mais solicitado (%);
CBR: Índice de suporte do solo (%);
FR: fator climático regional.

4.1.1. Volume diário médio


Por se tratar de uma via de faixa simples, a porcentagem do sentido mais solicitado
(D) é de 50%, ou seja, a distribuição é uniforme, dessa forma, o volume diário médio inicial
(VDM0) é dado por:

T0
VDM 0=
2

Exemplificação numérica do trecho I:

2000
VDM 0= → VDM 0=1000 veic ./dia
2

Para melhor compressão dos resultados, os valores de VDM 0 são mostrados na tabela
8 abaixo, referente a cada trecho.
11

Tabela 8 – Volume médio diário inicial por trecho.


I II II
Trecho
a b a b a b
VDM0
(veic./dia 1000 1000 425 425 950 950
)
Fonte: Autor (2020).

Foi adotado um crescimento de tráfego exponencial, onde há um crescimento


populacional sem restrições, dessa forma, o volume diário médio final (VDM F) pode ser
apresentado por:

VDM F=VDM 0(1+ t)P

Exemplificação numérica do trecho I, categoria a:

VDM F=1000 ( 1+0,04 )10

VDM F=1480 veic/dia

Os resultados do “volume diário médio final” estão apresentados na tabela 9 para


cada trecho.

Tabela 9 – Volume diário médio final (VDMF).


I II II
Trecho
a b a b a B
VDMF
(veic./dia 1480 2191 571 768 1547 2521
)
Fonte: Autor (2020).

O volume diário médio de projeto é dado pela expressão que se segue:

VDM 0+ VDM F
VDM M =
2

Exemplificação numérica do trecho I:

900+1480
VDM M = → VDM M =1240 veic /dia
2
12

Os resultados do “volume diário médio final” estão apresentados na tabela 10.

Tabela 10 – Volume diário médio de projeto (VDMM).


I II II
Trecho
a b a b a b
VDMM
1240 1596 498 596 1249 1735
(veic./dia)
Fonte: Autor (2020).

4.2. COMPOSIÇÕ ES DE TRÁ FEGO

Com os dados obtidos para a composição do tráfego em cada trecho, é possível


classificar o tipo de veículo que irá trafegar na via, pela quantidade de eixos.
 2 eixos: Simples;
 3 eixos: Tandem duplo;
 4 eixos: Tandem triplo;
A composição do tráfego no trecho I está organizado na tabela 11.

Trecho I – Tráfego A
Composição Carga por eixo Frequência (Pj)
Nº de eixos
(%) (tf) (%)
4 35
5 13
7 6
2 43
9 17
11 7
12 3
13 7
15 3
3 47
17 2
18 4
21 1
4 10
23 2
Tabela 11 – Composição do tráfego no trecho I.
Fonte: Autor (2020).

O trecho II vem logo em seguida na tabela 12, onde é apresentado a composição do


tráfego.
13

Tabela 12 – Composição do tráfego no trecho II.


Trecho II – Tráfego B
Composição Carga por eixo Frequência (Pj)
Nº de eixos
(%) (tf) (%)
5 28
6 20
7 8
2 35
9 5
11 13
12 3
13 10
17 4
3 33
18 2
19 2
21 3
4 32
25 2
Fonte: Autor (2020).

A seguir, na tabela 13 a pode-se observar o tráfego no trecho III.

Tabela 13 – Composição do tráfego no trecho III.


Trecho III – Tráfego C
Composição Carga por eixo Frequência (Pj)
Nº de eixos
(%) (tf) (%)
6 20
7 15
8 9
2 25
9 6
11 10
12 2
13 10
16 5
3 20
18 4
19 3
19 2
21 3
4 55 23 7
25 2
28 2
Fonte: Autor (2020).
14

4.2.1. Fator de equivalência de operações

O fator de equivalência de operações pode ser obtido por meio do ábaco da figura 2.

Figura 2 – Fator de equivalência de operações (FEO).

Fonte: Manual de pavimentação – DNIT (2006).

A verificação do fator de carga é aferido pela expressão:

P j x F EO
FC =∑
100

Onde:
Pj: Frequência
15

FEO: Fator de Equivalência de Operações

A tabela 14 traz os valores obtidos por meio do ábaco de fator de carga para o trecho I.

Tabela 14 – Fator de carga trecho I.


Trecho I – tráfego A
Eixos Carga por eixo Fator de Frequênci Fator de
(tf) Operação a carga
(FEO) (%) (FC)
Simples 4 0,041 35 0,0144
5 0,110 13 0,0143
7 0,500 6 0,0300
9 1,900 17 0,3230
11 6,000 7 0,4200
12 10,000 3 0,3000
Tandem 13 2,000 7 0,1386
duplo 15 4,000 3 0,1200
17 8,000 2 0,1600
18 10,100 4 0,4040
Tandem 21 3,100 1 0,0310
triplo 23 5,100 2 0,1020
Fator de carga total 2,057
Fonte: Autor (2020).

A tabela 15 traz os valores de fator de carga para o trecho II.

Tabela 15 – Fator de carga trecho II.


Trecho II – tráfego B
Fator
Fator de Frequênci
Carga por eixo de
Eixos Operação a
(tf) carga
(FEO) (%)
(FC)
5 0,11 28 0,0308
6 0,22 20 0,044
7 0,50 8 0,04
Simples
9 1,90 5 0,095
11 6,00 13 0,78
12 10,00 3 0,3
13 1,98 10 0,198
Tandem 17 8,00 4 0,32
duplo 18 11,00 2 0,22
19 16,00 2 0,32
16

Tandem 21 3,20 3 0,096


triplo 25 8,30 2 0,166
Fator de carga total 2,61
Fonte: Autor (2020)

E para o trecho III, os valores estão apresentados na tabela 16 a seguir.

Tabela 16 – Fator de carga trecho III.


Trecho III – tráfego C
Fator de
Carga por eixo Fator de Operação Frequência
Eixos carga
(tf) (FEO) (%)
(FC)
6 0,22 20 0,044
7 0,50 15 0,075
8 0,90 9 0,081
Simples
9 1,90 6 0,114
11 6,00 10 0,6
12 10,00 2 0,2
13 1,98 10 0,198
Tandem 16 6,00 5 0,3
duplo 18 11,00 4 0,44
19 16,00 3 0,48
19 2,00 2 0,04
21 3,10 3 0,093
Tandem
23 5,10 7 0,357
triplo
25 8,30 2 0,166
28 16,00 2 0,32
Fator de carga total 3,5080
Fonte: Autor (2020).

4.2.2. Fator de ponderação (FP)

O fator de ponderação dos eixos (FE) possibilita a transformação do número de


veículos em número de eixos, tal feito é possível através da expressão exposta abaixo:
P2 P3 P4
FP= x 2+ x 3+ x4
100 100 100

Onde:
P2: Porcentagem de veículos com 2 eixos
P3: Porcentagem de veículos com 3 eixos
P4: Porcentagem de veículos com 4 eixos

Exemplificação numérica do trecho I:


17

43 47 10
FE= x 2+ x 3+ x 4 → FE=2,67
100 100 100

A seguir é possível examinar os valores do fator de eixo para cada trecho,


apresentados na tabela 17.

Tabela 17 – Fator de eixo para cada trecho.


Trecho I II II
Fator de
2,67 2,97 3,3
eixo (FE)
Fonte: Autor (2020).

4.2.3. Número de solicitações

Os veículos que solicitantes do pavimento ao longo de sua vida útil, são convertidos
em um número de operações/solicitações de um eixo rodoviário padrão. O eixo padrão
brasileiro é um eixo simples de rodas duplas e que transmite ao pavimento uma carga total
de 8,2 toneladas (80 kN). O número é expresso pelo cálculo:
N=365 x p x VDM M x FC x FE x FR

Exemplo numérico do trecho I, pavimento flexível, período de projeto de 10 anos:

N=365 x 10 x 1240 x 2,057 x 2,67 x 1,4

N=3,48 x 107 solicitações

Os valores obtidos estão expostos na tabela 18.

Tabela 18 – Número de solicitações equivalentes por trecho.


I II III
Trecho
a b a b a b
N (solic.) 3,48 x 107 8,96 x 107 9,86 x 106 2,36 x 107 7,39 x 107 2,05 x 108
Fonte: Autor (2020).

5. ALTURAS EQUIVALENTES

As dimensões do pavimento são obtidas a partir dos valores de CBR do subleito e


materiais de cada camada. Para isso foi utilizado um material considerado padrão com suas
especificações, sendo este com base granular de CBR=80% e da sub-base CBR=20%.
18

5.1.1. Coeficiente de equivalência estrutural

O DNIT estipula os valores mínimos de K dependendo do material utilizado no


pavimento, para isto, temos na figura 3 os valores apresentados.

Figura 3 – Coeficiente de equivalência estrutural

Fonte: Manual de pavimentação – DNIT (2006).

Os coeficientes para sub-base granular e reforço de subleito, utilizamos


respectivamente 0,77 e 0,71. Quando o CBR da sub-base ou do reforço do subleito for maior
ou igual 3 vezes o valor do CBR do material encoberto, adota-se K=1, se nenhum desses
casos for atendido, utiliza-se a expressão a seguir.
1/ 3
CBR1
K=
3 (x CBR2 )
Onde,
CBR1: suporte da sub-base ou reforço;
CBR2: suporte do material subjacente.

O coeficiente da sub-base e do reforço para o trecho I, é determinado pela


demonstração do cálculo a seguir:

CBRSB = 20%; CBRRef = 9% e CBRSubleito = 4%

20
K SB = =5>3
4
19

K SB =1

9
K Ref = =2,25<3
4

K SB =0,71

O raciocínio é aplicado aos demais trechos. No no trecho III não será considerada a
camada de reforço do subleito. Os valores de K utilizados neste projeto podem ser
observados na tabela 19

Tabela 19 – Valores de K.
I II III
Trecho
a b a b a b
K
2 2 2 2 2 2
revestimento
K base 1 1,2 1 1,4 1 1,2
K Sub-base 1 1 0,77 0,77 0,77 0,77
K reforço 0,71 0,71 0,71 0 0 0
Fonte: Autor (2020).

5.1.2. Espessura mínima do revestimento

Para calcular da espessura mínima do revestimento betuminoso, é utilizado pelo


DNIT o método de Marshall, o qual tem como base o N calculado, para tal, faz-se uso da
tabela que pode ser observada na figura 4.

Figura 4 – Espessura mínima do revestimento betuminoso

Fonte: Manual de pavimentação – DNIT (2006).

A espessura mínima de revestimento em relação ao número de solicitações pode


ser observada na tabela 20.

Tabela 20 – Espessura mínima do revestimento.


20

I II III
Trecho
a b a b a b
N (solic.) 3,48 x 107 8,96 x 107 9,86 x 106 2,36 x 107 7,39 x 107 2,05 x 108
Espessura
10 12,5 7,5 10 12,5 12,5
(cm)
Fonte: Autor (2020).

5.1.3. Espessura do pavimento

Com auxílio do gráfico, ou equação de Marshall é possível encontrar as aturas totais


das camadas (Hm), altura do revestimento e da base (H 20) e altura do revestimento, base e
sub-base (Hn), o gráfico pode ser observado na figura 5.
Figura 5 – Método de Marshall.

Fonte: Manual de pavimentação – DNIT (2006)

Para o projeto, foi utilizada a expressão abaixo.


H t =77,67∗N 0,0482∗CBR−0,598

As espessuras do pavimento em cm encontradas pelo ábaco e confirmadas pela


equação são apresentadas na tabela 21.
21

Tabela 21 – Espessuras do pavimento


I II III
Trecho
a b a b a b
Hm (cm) 78 82 49 51 42 44
Hn (cm) 48 50 40 - - -
H20 (cm) 30 31 28 29 31 33
Fonte: Autor (2020)

As espessuras das camadas são obtidas a partir de inequações levando em


consideração os valores das alturas equivalentes Hi e valores do fator de equivalência, como
apresentado abaixo.
K R x R+ K B x B ≥ H 20
K R x R+ K B x B+ K SB x h20 ≥ H n
K R x R+ K B x B+ K SB x h20 + K RF x hn ≥ H m

Vale observar que, quando N>107, ao se utilizar a primeira inequação acima, deve-
se utilizar um fator de segurança de 1,2 multiplicando a espessura de proteção da sub-base
(H20).

Exemplo de cálculo para o trecho I pavimento flexível (a):

−( 2 x 10 ) + ( 1,2 x 30 )
B=
1

B=16 cm

48−( 2 x 10 ) −( 1 x 16 )
h20=
1

12 cm=¿ mínimo 15 cm

78−( 2 x 10 )− (1 x 16 )−( 1 x 15 )
h n=
0,71

hn = 38 cm

O procedimento é realizado para os demais trechos, desta forma os resultados são


apresentados na tabela 22.
22

Tabela 22 – Alturas das camadas.


I II III
Trecho
a b a b a b
Espessura
mínima do
10 12,5 7,5 10 12,5 12,5
revestimento
(cm)
B (cm) 15 15 15 15 15 15
h20 (cm) 15 15 15 15 15 15
hn (cm) 38 34 15 - - -
Fonte: Autor (2020).
23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DNIT. Manual de pavimentação. 2006. Disponível em:


http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/manuais/Manual%20de%20Pavimenta
%E7%E3o_05.12.06.pdf.

ESTRELA, J. A. Memorial de cálculo e descritivo de pavimentação – Céu Azul – PR. 2015.


Disponível em: https://www.ceuazul.pr.gov.br/attachments/article/4375/Memorial%20de
%20C%C3%A1lculo%20-%20Pavimenta%C3%A7%C3%A3o%20C%C3%A9u%20Azul.pdf.

SOUZA, E. M. Projeto de pavimentação asfáltica do sistema viário do bairro Quinhões do


Boa Esperança – Monte Mor - SP. 2017. Disponível em:
http://www.presconinformatica.com.br/docportaltransp/MTM/Documentos/EDITAIS/2017
/CONCORRENCIA%20PUBLICA%20n%C2%B0%2003/Memorial%20Descritivo%20Pavimenta
%C3%A7%C3%A3o%20-%20Quinh%C3%B5es.pdf.

Você também pode gostar