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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS CAPIM GROSSO

Recredenciada pela Portaria nº 344,DOU de 05/04/2012

ANDRÉ DOS SANTOS SÃO PAULO

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E SUAS FERRAMENTAS


PARA A AGRICULTURA FAMILIAR: um estudo de caso no
município de Quixabeira-Ba.

CAPIM GROSSO-BA
JULHO de 2016
ANDRÉ DOS SANTOS SÃO PAULO

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E SUAS FERRAMENTAS


PARA A AGRICULTURA FAMILIAR: um estudo de caso no
município de Quixabeira-Ba.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Faculdade de Ciências Educacionais Capim
Grosso - FCG, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Ciências
Contábeis.

Orientador: Prof. Mateus Evangelista Oliveira


de Araújo

CAPIM GROSSO-BA
JULHO de 2016
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E SUAS FERRAMENTAS
PARA A AGRICULTURA FAMILIAR: um estudo de caso no
município de Quixabeira-Ba.

André dos Santos São Paulo1


Mateus Araújo2

RESUMO

A presente pesquisa tem por finalidade a apresentação do estudo realizado no Município de


Quixabeira – BA, enfocando, a importância e o uso de procedimentos contábeis no gerenciamento de
produção e comercialização de produtos agrícolas provenientes da agricultura familiar nesse
Município. Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número de
propriedades que praticam a agricultura familiar no Brasil é de 56.744, o que corresponde a 77% do
total. O estudo ainda afirma que a participação da agricultura familiar continuará crescendo na
produção dos principais alimentos que vão à mesa do brasileiro. Porém, sem os devidos
investimentos e cuidados necessários, a agricultura familiar estará sujeita a perda de espaço para as
grandes empresas como se vê em outras áreas de investimentos. Segundo os dados da pesquisa por
método quantitativo, a maioria dos agricultores do Município de Quixabeira não faz o planejamento
das suas atividades. Visando então à necessidade de preservação dessa fonte de renda para nossa
Região, o presente trabalho tem como objetivo, auxiliar o agricultor e conscientizar as famílias sobre a
importância do uso da contabilidade para o sucesso dos seus negócios. Para isso, devemos
reconhecer os riscos caso não haja uma efetivação de métodos adequados para que possibilite aos
agricultores familiares um aumento de sua produção e venda. Conclui-se, dessa forma, que o
planejamento, controle e registro dos fatos, são ferramentas de vital importância nos procedimentos
administrativos e imprescindível na perpetuação das atividades agrícolas.
Palavras-chave: Gerenciamento. Controle. Planejamento.

ABSTRACT
This research aims at the presentation of the study in the municipality of Quixabeira - BA, focusing on
the importance and use of accounting procedures in production management and marketing of
agricultural products from family farms in this municipality. According to the IBGE - Brazilian Institute
of Geography and Statistics, the number of properties that practice family agriculture in Brazil is
56,744, corresponding to 77% of the total. The study also states that the participation of family
agriculture will continue to grow in the production of major food going to the Brazilian table. However,
without due care and necessary investments, family farms will be subject to loss of space for large
companies as seen in other areas of investment. According to the survey data by quantitative method,
most farmers in the municipality of Quixabeira does the planning of their activities. Aiming then the
need to preserve this source of income for our region, this study has the objective of helping the
farmer and educate families about the importance of using the accounting for the success of their
business. For this, we must recognize the risks if there is no execution of appropriate methods to
enable farmers to increase their production and sale. It follows, therefore, that the planning, control
and recording of facts, are of vital importance in the administrative tools and procedures necessary for
the perpetuation of agricultural activities.
Keywords: Management. Control. Planning.

1
Graduando em Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Educacionais de Capim Grosso
(FCG). andre.ssp@outlook.com, (74) 98125-2057
2
Graduado e Pós Graduado na Faculdade de Ciências Educacionais de Capim Grosso (FCG)
mateussjaraujo@hotmail.com, (74) 98128-7125
2

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho traz a análise do tratamento dado à importância da


contabilidade e suas ferramentas no que tange ao gerenciamento das atividades da
agricultura familiar no Município de Quixabeira – BA, abordando a sua inter-relação
com a observância do Papel do Agricultor (gestor), Produção e Lucratividade que,
juntamente com o Planejamento, o Controle e Registro dos fatos, são responsáveis
pela boa administração e um satisfatório rendimento. Nessa perspectiva, são
avaliados procedimentos deliberativos da contabilidade rural em relação à conduta
gerencial, ou vice versa, levando-se em consideração os efeitos oriundos dessas
ações decisórias.
Com intuito de promover uma melhoria significativa na qualidade de vida das
famílias que têm na agricultura e na criação de víveres sua principal fonte de renda,
o presente trabalho propõe a utilização das múltiplas ferramentas contábeis, assim
como a sua aplicação dentro dos processos de gestão e tomada de decisão por
parte dos pequenos e médios produtores rurais. Os quais, em 70% dos casos
pesquisados, segundo dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), possuem baixo grau de escolaridades e não possuem acesso
regular à informação.
Tomando por base os aspectos observados nos setores que demonstram
maior carência de estudo e aprofundamento na área da contabilidade, utilizando o
método de pesquisa explicativa, notou-se a insuficiência de reconhecidos trabalhos
científicos que relacionem os fundamentos das Ciências Contábeis a Agricultura
Familiar como forma de organização social, cultural, econômica e ambiental, o que
motivou a elaboração do presente artigo. Um questionamento básico é como o
agricultor poderá potencializar a produção e comercialização de seus produtos sem
que haja um efetivo planejamento e/ou controle dos seus investimentos? Utilizando
elementos conhecidos da contabilidade e os mecanismos empreendidos nos
procedimentos da agricultura familiar, este trabalho visa promover a junção desses
distintos temas, encontrando o ponto de equilíbrio, a fim de compreender a
3

importância dessa ciência e suas ferramentas no êxito do processo de gestão e


tomada de decisão desse e de outros empreendimentos.
Notando a dimensão e importância dessa economia para a nossa região, e
em contrapartida a ausência de trabalhos científicos (conhecimento) sobre a
influência da contabilidade e suas ferramentas para a gestão dessa atividade, o
presente artigo aborda de maneira simples, contribuindo e facilitando o
entendimento dos agricultores sobre a importância da contabilidade e suas
ferramentas. Assim, o agricultor poderá perceber a maneira ideal, em conformidade
com as condições que possui, de controlar suas despesas, reduzir os custos de
produção, gerenciar de forma adequada o processo de produção, comercialização e
distribuição, etc.

2 CONTEXTUALIZANDO A AGRICULTURA

O surgimento da agricultura é tão antigo quanto a existência do ser humano,


sua necessidade primeiramente devia-se a sobrevivência da raça humana através
do plantio, caça e pesca, utilizando meios rústicos e muitas vezes insuficientes para
suprir as necessidades do agricultor e sua família.
Com o aumento da população resultante da adoção de melhor higiene,
alimentação e o início da atividade mercantil, os métodos e as ferramentas
precisaram de uma maior tecnologia tanto na parte da produção quanto no controle
da atividade, que deixou de ser de subsistência e passou a ter interesses
econômicos.
Após a chegada dos Portugueses em terras brasileiras, houve a introdução de
tecnologias aqui ainda não conhecidas e a conexão com o, até então, mundo não
conhecido, a “civilização”, assim focando o cultivo para a exportação. O primeiro
extrativismo feito pelos portugueses foi do pau-brasil. Até o momento a agricultura
não tinha demonstrado o seu grande potencial nas terras de Cabral, no entanto não
demorou muito para se demonstrar um local próspero e fértil, os portugueses
através de mão-de-obra escrava souberam como explorar a cana de açúcar no início
do período colonial, tornando o Brasil o maior produtor mundial de açúcar.
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Caio Júnior (1998, p.39) enfatiza que:

Durante mais de um século e meio a produção do açúcar, com as


características assinaladas, representará praticamente a única base em que
assenta a economia brasileira. Aliás, sua importância, mesmo internacional,
é considerável. Até meados do séc. XVII, o Brasil será o maior produtor
mundial de açúcar [...].

No final do período colonial a exploração do café ganhou forças, porém só


após o Brasil ter declarado sua independência em 1822 é que essa cultura
conhecida por “ouro negro” contribuiu para a economia brasileira. Juntamente com o
café, a exportação do algodão, cacau e borracha, contribuiu para que o Brasil
crescesse e mostrasse para os outros países a sua força.
Até hoje a agricultura tem demonstrado seu potencial na exportação e como
fonte de renda, contribuindo com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O clima
tropical desse país favorece o cultivo de grãos, verduras e a criação de animais,
segundo o IBGE com cerca 8.516.000 km² de extensão de terra fértil, a agricultura
só tende a crescer cada vez mais no solo brasileiro. Notando o papel importante
dessa atividade para os números e estética do Brasil para o internacional, políticas
públicas são criadas favorecendo o latifúndio, grandes indústrias responsáveis pela
maior parte das exportações, com uma produção de 169 milhões de toneladas,
podendo chegar 210,3 milhões no ano de 2016 segundo o Portal Brasil, também
detentora das maiores riquezas e segundo o IBGE ocupante de 80% das terras
agricultáveis do País. Com a verticalização do latifúndio, por ocupar uma maior área
territorial e domínio de maiores tecnologia, a imagem do agricultor familiar parece
não ter importância para o mercado e sua contribuição na economia para muitos não
é satisfatória. Porém, mesmo sendo sufocada pelo latifúndio, a agricultura familiar
tem a sua importância na economia brasileira, mas para que possa destacar-se, o
uso das ferramentas contábeis se torna não apenas uma alternativa, mas de
extrema necessidade.
A definição para agricultura familiar segundo a Food and Agriculture
Organization of the United Nations (FAO) é de que essa economia “consiste-se em
um meio de organização das atividades agrícolas, que são gerenciadas por uma
família e predominantemente dependente de mão-de-obra familiar”.
5

Segundo a Assessoria de Comunicação (ASCOM) a agricultura familiar ocupa


apenas 20% das terras agricultáveis. Mesmo ocupando apenas 1/5 do território
agrícola do país, a agricultura familiar não pode ser relacionada ao pequeno
produtor ou a uma agricultura de subsistência, pois isto muitas das vezes está ligado
a uma atividade indigente, o que não condiz à realidade. Em comparação com o
espaço ocupado pelas famílias agricultoras estão os dados do IBGE onde nos
mostram que a agricultura familiar corresponde a 84,4% dos estabelecimentos
agropecuários do país sendo responsável por 70% do alimento da mesa do
brasileiro.
Ainda segundo o IBGE (censo agropecuário 2006) essa economia é
responsável por:

87% da produção de mandioca; 70% da produção de


feijão; 59% da criação de suínos; 58% da produção de
leite; 50% da criação de aves; 46% da produção de
milho; 38% da produção de café; 34% da produção de
arroz; 30% da criação de bovinos; 21% da produção de
trigo.

Para o município de Quixabeira-BA (cidade localizada no território da Bacia


do Jacuípe), a agricultura é um ramo característico do comércio, mesmo estando em
região semiárida, é através do cultivo do feijão, do milho, verduras, mandioca e seus
derivados, que muitas famílias têm tirado seu sustento. Além de gerar emprego e
renda, a agricultura tem oferecido oportunidade para as famílias permanecerem nas
cidades pequenas do interior e também uma opção para contornar a crise já
instaurada na economia do nosso país, mas para que o agricultor queria permanecer
no campo e o êxodo rural em nossa região diminuir, praticas devem ser adotadas a
fim de profissionalizar o trabalhador rural.
A falta de informação científica contábil para o auxilio da família agricultora é
sem dúvidas algo que impede que essa atividade tenha melhores resultados. Por ser
grande parte desses agricultores desprovidos da escolarização (segundo o IBGE
apenas 39% dos agricultores do Brasil sabem ler e escrever), o controle e registro
das atividades produtoras e comerciais são raros. Pensando nisso o presente
trabalho irá apresentar de forma científica, informações a cerca da contabilidade
para o agricultor familiar.
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3 PAPEL DA CONTABILIDADE

Do caráter imperativo da existência da contabilidade, surge a necessidade de


reafirmar a relevância da utilização de suas ferramentas no contexto administrativo e
financeiro das famílias agricultoras. Porém para se entender a finalidade dessas
ferramentas, antes é importante abordar sobre o papel da contabilidade. Para
Franco (1997, p. 116), a contabilidade:
É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das
entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva,
análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e
orientações – necessárias à tomada de decisão – sobre a composição do
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão
da riqueza patrimonial.

Crepaldi (1999, p. 18) conceitua a contabilidade como “uma ciência concebida


para coletar, registrar e interpretar dados e fenômenos que afetam as situações
patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade”. Através de analises
de natureza financeira, econômica, física e produtiva, a contabilidade tem em mãos
os meios de gerar informações indispensáveis para o controle do patrimônio de
acordo com as necessidades de cada grupo. Com a afirmação de Berti (2001, p. 35)
que aponta a contabilidade como “uma ciência que tem como objeto de estudo o
patrimônio”. Podemos afirmar que a contabilidade exerce um papel essencial para
qualquer tipo de empresa.
O papel da contabilidade vai além do simples cálculo de imposto, uma de
suas principais características é a de fornecer informações à empresa, servindo
assim como suporte para ao gestor. Para Guilherme Kiellander (2015, p.13) em
relação à gestão, suas ferramentas podem:
Ajudar a aumentar a eficiência de todas as funções de gestão; ajuda na
fixação de alvo, tomada de decisão; ajuda na previsão financeira; útil no
controle de desperdício; ajuda a controlar o custo de produção, assim,
aumentar a percentagem de lucro.

A gestão eficaz das ferramentas contábeis agrega valores às organizações


que presam a utilização estratégica de informações. Se estruturadas da maneira
correta, as informações tornam-se conhecimento, que por sua vez auxilia o gestor
na tomada de decisão. Segundo Metzner (2008, p. 8) os primeiros registros
contábeis datam de 2000 a.C., com a necessidade do homem de controlar suas
riquezas. Com o passar dos séculos a contabilidade sofreu alterações, assim como
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outras ciências ela teve que se adaptar a economia e exigência do mercado,


deixando de ser um conhecimento rudimentar e atuando em um universo onde os
interesses comuns são os lucros, patrimônios e faturamento, a contabilidade com
suas ferramentas de escrituração e analise patrimonial tem se tornado a chave do
sucesso para muitas organizações. Hoje presente em todas as grandes cidades,
essa ciência pode retornar aos seus primórdios e auxiliar o homem do campo.

4 IMPORTANCIA DA CONTABILIDADE PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

Nesse contexto, é notada a importância da contabilidade para o


gerenciamento de qualquer negócio, mas com foco voltado ao âmbito rural Aloe &
Valle (1972, p. 52) afirmam que “a Contabilidade rural é a parte da contabilidade
aplicada às atividades agrícolas, tendo por objetivo o estudo, registro e controle da
gestão econômica das empresas de âmbito rural”.
É possível que a maioria dos agricultores negligencie o uso da contabilidade
pelo fato do desconhecimento da sua importância, isso os leva a crer que o seu
papel é apenas devido à formalidade exigida de tributação para aquelas empresas
juridicamente constituídas, onde são obrigadas a informar todo movimento
patrimonial, além disso, o modo complexo e técnico como são aplicados exige que
os usuários tenham um bom nível de conhecimento da área, conhecimento esse que
é raro no meio rural, esse estereótipo faz com que a família agricultora hesite em
começar o controle do seu negócio.
Nessa perspectiva, é importante ressaltar que, o nível de complexidade e
registro das atividades da empresa depende do seu tamanho no mercado. Logo,
quando se trata de uma empresa de grande porte, suas atividades são de uma
empresa de grande porte, portanto é necessário um acompanhamento técnico e
ferramentas contábeis apropriadas para esse tipo de empresa. Sendo assim para o
volume das atividades da família agricultora, pondera-se a forma simplificada de
seus registros, dada apenas por meio da escrituração do livro caixa. Esta
formalidade é prevista na Lei 8.023/1990 do Novo Código Civil brasileiro, como
tributação do resultado da atividade rural, para aquelas empresas e propriedades
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rurais que são juridicamente constituídas. Segundo o IBGE (2014) apenas 21% das
famílias agricultoras são juridicamente enquadradas, tendo um total de 79% de
famílias que não são obrigadas e por falta de conhecimento, não notam a
importância da contabilidade para os seus negócios.
A correta aplicação das ferramentas contábeis no tocante a organização do
negócio da família agricultora proporciona a devida segurança e estabilidade no
controle dos custos, administração financeira e comparação de resultados. Sobre
isso, Crepaldi (2006, p. 65) afirma que “a Contabilidade fornece informações sobre
condições de expandir-se, sobre necessidades de reduzir custos ou despesas,
necessidades de buscar recursos; tendo como característica e finalidade principal o
planejamento”.
Diante do que foi apresentado, podemos entender que o papel da
contabilidade não é apenas o de demonstrar a situação financeira da empresa ou o
de gerar impostos, mas o seu real valor agregado está na capacidade de suprir as
necessidades administrativas, oferecendo ao agricultor familiar informações
necessárias para a correta tomada de decisão. Tendo por finalidade controlar o
patrimônio rural, apurar o resultado e fornecer informações sobre o patrimônio,
Crepaldi (2006) acredita que a contabilidade, além do fornecer informações, tem por
finalidade o planejamento, o controle, a analise de estrutura, de evolução, de
solvência, entre outros.
A agricultura familiar mesmo muita das vezes não sendo formalmente
instituída, por suas comuns atividades (produção, compra, venda, etc.) podemos
considera-la uma empresa. Assim como outras empresas e outros ramos de
negócio, na agricultura existe concorrência e segundo a projeção realizada por parte
do último relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), o Brasil terá um aumento significativo da produção agrícola
entre os anos de 2015-2024, e o agricultor familiar não pode ficar para trás e perder
seu precioso espaço no crescimento dessa economia. Para isso, o gestor
(responsável pelo planejamento) que é o próprio produtor rural, precisa estar afinado
com as ferramentas contábeis, pois é ele quem está a par da rentabilidade da sua
produção, e que por meio da avaliação dos resultados da safra deve saber como
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potencializar seus rendimentos. Acredita-se que a maioria das famílias agricultoras


no Município de Quixabeira não realiza o efetivo controle das suas atividades,
estando, dessa forma, vulnerável a situações imprevistas assim como a
inviabilização de planejamentos idealizados a curto ou médio prazo.

5 APLICABILIDADE DA CONTABILIDADE NA AGRICULTURA FAMILIAR

Partindo do pressuposto de que a Agricultura Familiar é uma empresa,


podemos afirmar que uma empresa sem contabilidade não possui memória, pois ela
não tem as informações necessárias para a chamada “tomada de decisão”. Hoje o
mercado é bastante competitivo, se a empresa não consegue levantar seus custos
ou não fazer a escrituração para ter o controle do seu patrimônio, ela não será
competitiva junto ao mercado. Para que a agricultura familiar possa potencializar sua
produção e consequentemente a lucratividade o gestor além de compreender a
importância da contabilidade também precisa entender como essa ciência pode se
tornar aplicável no dia a dia do seu negócio. A utilização das ferramentas contábeis
para a administração de uma empresa rural é de grande importância, visando isso o
presente artigo vem apresentar uma abordagem das seguintes ferramentas e a sua
aplicabilidade referente às fases de produção agrícola.

5.1 ESCRITURAÇÃO

A primeira e mais importante técnica contábil é a Escrituração, pois a partir


dela o agricultor poderá obter informações sobre o patrimônio da sua empresa.
Segundo Walter & Braga (1979, p. 93) “escrituração são registros sistemáticos dos
fatos administrativos através de vários métodos que vão desde a escrituração
manual até os processos eletrônicos”. Mesmo a escrituração não sendo obrigatória
para o agricultor familiar, como consta na lei Lei 8.023/1990, o registro dos fatos que
envolvem o patrimônio é de vital importância para a gestão de qualquer negócio e
seu nível de complexidade irá depender do porte da empresa (pequena, media ou
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grande), como as atividades de uma família agricultora não são de grande escala a
maneira de efetuar seus registros se dá apenas a uma escrituração simplificada de
forma manual.
De forma simplificada com o intuito de ter o controle de cada conta
individualmente, o registro contábil será lançado no livro razão, utilizando o método
das partidas dobradas.
Segundo Gomes (2002, p. 27):

O método das partidas dobradas, que é um método universalmente aceito e,


prescreve, em sua essência, que o registro de qualquer operação implica
que a um débito numa ou mais contas deve corresponder um crédito
equivalente em uma ou mais contas, de forma que os valores debitados seja
sempre igual à soma dos valores creditados. Não há débito (s) sem crédito
(s) correspondente (s).

Através das informações fornecidas após a escrituração do livro caixa, o


gestor terá em mãos um panorama do saldo de cada conta no seu patrimônio,
podendo avaliar a possível evolução e tomar a correta posição administrativa.

5.2 SISTEMAS DE CUSTOS

O sistema de custos deverá constar todos os encargos relacionados aos


custos necessários para alcançar o produto acabado, pronto para comercialização
ou consumo. Para Calderelli (1976), o custo é basicamente a fase de aplicação de
bens concretos ou abstratos a fim de obter um novo produto.
Um dos métodos que o agricultor poderá estar utilizando para o controle dos
custos é o Sistema de Custo Histórico, onde se tem o registro de ordem cronológica
das despesas oriundas da elaboração do produto. Ao finalizar o processo de
produção o agricultor terá em mãos o real custo empenhado no ciclo produtivo.
Ao exercer o papel de gestor, o agricultor também pode optar pelo controle
por cultura, que se dá através do Sistema de Custos ABC (Activity Based Costing).
O sistema ABC direciona os registros dos custos de produção de cada cultura de
forma individual, assim facilitando ao agricultor no momento de estabelecer o valor
de cada produto.
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Quando se trata de sistema de controle de custos, acredita-se que sua


manipulação deve ser suficientemente dinâmica a ponto de incorporar e enxergar o
tempo gasto em cada atividade do processo produtivo, pois isso pode interferir
diretamente no valor do produto. Isso significa que a produtividade no campo afeta a
rentabilidade do negócio, tendo o controle desse setor, associadamente a outros, o
objetivo é fazer com que o agricultor familiar ganhe seu lugar no mercado e se torne
cada vez mais competitivo.

5.3 CONTROLE DE ESTOQUE

Para a administração de qualquer instituição que tenha como objeto de


comércio algo físico, o controle de estoque é indispensável, pois a partir dele a
empresa terá um panorama do desempenho de seu negócio.
Assim como o uso das outras ferramentas contábeis, o Controle do Estoque
de produtos é aplicado de maneira simplificada na agricultura familiar, dispensando
o uso de sistemas complexos, executado apenas por meio de uma ficha manuscrita
ou no Excel contendo informações sobre a entrada, saída e o saldo dos recursos.
Ludícibus (2002, p. 317) enfatiza que, “A Contabilidade Comercial tradicional utiliza-
se de premissas sobre o ritmo dos fluxos de entrada e saída de mercadorias para
conseguir a avaliação do Estoque Final e do Custo das Mercadorias Vendidas”.
O controle de estoque propício para a agricultura familiar é um controle por
cultura, de forma individual para cada produto. Na agricultura existem vários
produtos para o comércio que podem ser estocados, para que tenha o controle da
quantidade de cada um deles, é preciso que o agricultor efetue os registros de
produtos em estoque e também o registro individual da saída de cada produto,
dando baixa na ficha de controle de estoque.
Com a falta de conhecimento necessário sobre o seu produto em estoque, o
agricultor poderá ter dificuldade em uma tomada de decisão. Para auxiliar o
agricultor com o controle do seu estoque a contabilidade tem alguns métodos que
são eficientes, uns dos mais conhecidos e utilizados não só pela agricultura é o
(PEPS) Primeiro que Entra, Primeiro que Sai; e o (UEPS) Ultimo que entra, Primeiro
que Sai.
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Segundo Dias (2010, pg.56)

A ausência de gerenciamento das informações dos custos pode ocasionar


tomada de decisões equivocadas, inclusive resultando em redução da
vantagem competitiva, decorrente da falta de conhecimento mais
aprofundado sobre seus procedimentos, fornecedores, consumidores,
produtos, colaboradores e demais circunstâncias que envolvam as
atividades da empresa.

A depender da cultura em estoque e da oscilação do mercado, o agricultor


poderá estar utilizando desses métodos para a tomada de decisão. Ao utilizar o
PEPS, o registro de cada item do estoque deverá está em dia com seus respectivos
custos de produção por cada safra ou lote. O valor do primeiro produto a sair será
sequencial, dependendo do custo de produção da sua primeira safra até que se
esgote, partindo então para a segunda safra mais antiga e assim por diante. Esse
método de avaliação traz uma valorização ao estoque de longo prazo, para isso o
agricultor deverá ficar atento à inflação.
No método UEPS, os produtos que entraram por ultimo no estoque são os
que devem sair primeiro. Por isso, o valor do custo da mercadoria vendida será
baseado no custo de produção da última safra. Assim como o PEPS, esse método
requer a atenção do gestor para as atualizações do mercado.

6 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Para dar fundamento prático e científico à pesquisa, inicialmente foram


coletados os dados por meio da pesquisa de levantamento, cujo instrumento de
coleta de dados foi à entrevista realizada no Município de Quixabeira, tomando por
amostragem 30 (trinta) agricultores familiares, o que corresponde aproximadamente
a 2,5% dos Agricultores. Atualmente, essa cidade possui cerca de 1200
estabelecimentos segundo a base de dados da Secretaria da Agricultura de
Quixabeira, onde, de acordo com a amostragem feita no ano de 2014, 95% atuam
diretamente no comércio (feira livre), 40% como fornecedores de produtos para as
escolas do município (oscilante, pois depende da condição climática), 5% na
agricultura de subsistência.
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Inicialmente foi apresentado um questionário, com seu resultado demonstrado


em forma de gráfico, resultado esse extraído utilizando o método de amostragem,
com informações colhidas a fim de agregar valores ao presente artigo. A primeira
questão levantada foi referente à escolarização dos agricultores no município de
Quixabeira, algo preocupante, pois não se pode cobrar que trabalhador rural faça
sua escrituração ou o planejamento do seu negócio sem que ele ao menos saiba ler
e escrever. A segunda questão apresentada na entrevista foi em relação a
produção, para se ter uma ideia de qual é a cultura mais produzida pelos nossos
trabalhadores rurais e assim entender a importância dessa economia para a nossa
Região. Ao entender a importância dessa economia e também a situação da
escolaridade nas famílias do campo, a entrevista trouxe também uma questão
referente ao planejamento realizado pelos agricultores. A última questão presentada
no questionário foi referente ao nível de aceitação dos produtores quanto à utilização
da Contabilidade para fins gerenciais.
Além disso, foram coletadas informações com representantes dos órgãos
públicos “Secretaria da Agricultura e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Quixabeira”.

Gráfico 1. Escolaridade dos Agricultores de Quixabeira

Escolaridade
10%

20% Ensino Fundamental ou Médio


Incompleto
Ensino Médio Completo
Ensino Superior Completo

70%

Fonte: Elaboração Própria.


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O gráfico 01 nos traz uma realidade lastimável em relação à escolaridade no


meio rural, apresentando de forma evidente que a maioria dos produtores do meio
que foi analisado não chegaram a completar seus estudos. A pesquisa mostra que
70% que representam 21 agricultores da amostragem não completaram o ensino
médio ou fundamental, sendo que 10 deles não sabem ler ou escrever; 20% que
representam 6 agricultores tiveram a oportunidade de completar o ensino médio; e
apenas 10% que representam 3 agricultores que alcançaram o nível superior. Os
dados coletados foram condizentes com o fornecido pelo IBGE onde nos diz que
70% dos agricultores do Brasil são desprovidos do ensino.
Importante frisar que referente aos dados coletados, todos os 21 agricultores
desprovidos de ensino têm como sua única fonte de renda o trabalho no campo, e 5
dos outros 9 entrevistados que completaram o ensino médio ou o ensino superior,
além do trabalho no campo, têm um trabalho secundário.

Gráfico 2. Culturas Produzidas pelas Famílias Agricultoras no Município de


Quixabeira.

Culturas Produzidas

0.4

0.3

0.1 0.1 0.1

Feijão Mandioca Milho Melancia licuri

Fonte: Elaboração Própria.


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O segundo gráfico dos dados da pesquisa, traz uma representação das


culturas produzidas pelos agricultores do município de Quixabeira, evidenciando sua
contribuição direta para variedade e qualidade no comércio da região.
Diferentemente da monocultura das grandes indústrias latifundiárias de exportação
presentes no Brasil, a agricultura familiar na cidade de Quixabeira tem contribuído
no abastecimento alimentar das famílias da região, pois ela consegue explorar seu
solo em diferentes culturas, sendo a produção do feijão (andu, feijão de corda e
feijão rajado) responsável por 10% que representa 3 agricultores; 40% que
representa 12 agricultores responsáveis pela produção de mandioca e seus
derivados (farinha, beiju, mingau, goma e tapioca); 30% que representa 9 produtores
produzem o milho e seus derivados (bolos, mingau e biscoitos); 10% que
corresponde a 3 produtores produzem a melancia; e 10% que representa 3
trabalhadores rurais produtores de licuri e seus derivados (biscoitos e doces).

Gráfico 3. Planejamento realizado pelos agricultores

Planejamento

20%

Nenhum Planejamento
Planejamento imaginário
Realiza algum tipo de
planejamento
20% 60%

Fonte: Elaboração Própria.


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Referente à qual planejamento as famílias agricultoras fazem das suas


atividades, o terceiro gráfico traz uma triste realidade, pois nos mostra que 60% que
representa 18 trabalhadores rurais pesquisados não efetuam nenhum tipo de
planejamento (obs: isso talvez seja afetado pelo baixo nível de escolaridade entre os
agricultores); 20% que representa 6 produtores que realizam planejamento, porém
um planejamento apenas imaginário; e ainda 20% dos produtores pesquisados
realizam planejamento, porém nada formal, pois não dispõem de ferramentas que
possam auxilia-los.
A base de uma boa gestão é sem dúvida o planejamento, o trabalhador rural
que não faz o planejamento das suas atividades não tem a determinada ação para
visar os objetivos que seu estabelecimento deve alcançar e nem a escolha dos
meios para atingir estes objetivos.

Gráfico 4. Nível de Aceitação dos Produtores quanto à utilização da Contabilidade


para Fins Gerenciais.

Nível de Aceitação

13%

Não aceitaria porque já acostumou


a trabalhar sem o controle
Não aceitaria porque não acha
necessário
27% Aceitaria, pela contribuição que a
Contabilidade pode dá ao seu
60% negócio

Fonte: Elaboração Própria.

O gráfico quatro está demonstrando a forma como os trabalhadores rurais


pesquisados estão dispostos a aceitar o uso das ferramentas contábeis na gestão
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do seu negócio. Em sua maioria correspondendo a 60% estão os 18 produtores que


não abririam mão da forma que se acostumou a trabalhar (sem o controle); 27%
representando 8 agricultores que não aceitariam o uso da contabilidade na gestão
por não achar necessário; e apenas 13% que representa 4 produtores dizem que
aceitariam a introdução da contabilidade por compreender que ela pode contribuir
nos negócios.
Em seguida foi aplicado outro questionário (anexo 01) dessa vez aos Órgãos
Públicos que tratam do amparo aos Agricultores do Município (Sindicato dos
Trabalhadores Rurais e Secretaria da Agricultura).
O questionário foi dividido em duas partes, sendo que a primeira parte foi
utilizada em uma entrevista com a Diretora do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de Quixabeira, Maria José: em resposta a qual o suporte que o sindicato oferece aos
agricultores do município a diretora respondeu que “existe um suporte profissional
em apoio aos agricultores do município, com palestras e encontros mensais, onde o
palestrante contratado incentiva o trabalhador a aumentar sua produção, mas nunca
foi nada voltado à área de contabilidade, de controle de produção ou de estoque,
essas palestras acontecem em um espaço onde os agricultores possam estar
reunidos para receber essas informações praticas de plantio e safra”; em relação
previdência e contribuição dos trabalhadores rurais, a diretora afirma que a
“aposentadoria por invalidez; aposentadoria por idade (no caso do trabalhador rural
sua aposentadoria é antecipada por 5 anos, aos 60 anos os homens e aos 55 as
mulheres); auxilio doença; salário maternidade e pensão por morte e previdência.
Para todos os casos a base é de um salário mínimo. A contribuição para os
agricultores ligados ao STR é fixa em 1,5% do salário mínimo por mês.” A entrevista
com a Diretora do STR, evidenciou a importância desse órgão público para essa
classe de trabalhadores, auxiliando em relação a saúde, previdência rural,
educação, direitos trabalhistas, entre outros. Porém, ainda existe uma carência em
suporte técnico relacionado à gestão das atividades dessas famílias agricultoras.
Deve-se então atentar para esse ponto, pois para que o agricultor permaneça no
campo, sem ir em busca de uma melhoria de vida nas cidades grandes, ele deve
não somente se estabilizar, mas ter uma expectativa de crescimento com o trabalho
no rural na sua terra.
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A segunda parte do questionário foi direcionada ao Secretário Rural, Gilson


Magalhães: sua resposta ao ser indagado sobre a concentração de famílias
agricultoras no município de quixabeira foi que “os pontos de agricultura estão
espalhados por todo o município, porém, fraco na sede, pois as famílias buscam
mais espaço para poderem trabalhar com as culturas e encontram esse espaço nos
povoados”. O Secretário ainda repassou os dados colhidos em um estudo feito em
2014 onde diz que o número de famílias agricultoras em Quixabeira é de 1200;
sobre o apoio dado pela prefeitura às famílias agricultoras do município de
Quixabeira a o Secretário Gilson Magalhães diz que “uma verba é destinada para a
compra da merenda escolar diretamente nas mãos das famílias agricultoras do
município, assim gerando renda e incentivando a produção, entre outros apoios está
também o próprio Sindicato dos Trabalhadores Rurais que é um projeto do município
e a Secretaria da Agricultura”. Os pontos apresentados pelo Diretor da Secretaria da
Agricultura, nos mostra a força dessa economia para nossa região e a importância
dada pela prefeitura a essa classe social.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o propósito de evidenciar a importância da contabilidade e suas


ferramentas para a agricultura familiar no município de Quixabeira, o presente
trabalho foi elaborado visando atender a essa classe de trabalhadores,
informatizando lhes a respeito da necessidade de se ter uma gestão aliada às
ferramentas contábeis. Com a análise de toda a pesquisa, conclui-se que, a
agricultura familiar ainda precisa de muitos outros incentivos, principalmente na
parte da gestão, pois para conseguir competir com o grande produtor, ela necessita
de um suporte mais aprofundado.
Apresentando de forma simplificada aos trabalhadores rurais uma maneira de
aperfeiçoarem sua produção e consequentemente seu lucro, o presente trabalho
trouxe de forma prática a aplicação das ferramentas contábeis para a gestão das
atividades das famílias agricultoras, tais como: controle de estoque, sistemas de
custos e escrituração. Com referências bibliográficas sobre a contabilidade, foi
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apresentada uma solução à notória deficiência da gestão na produção, no estoque e


até mesmo no controle dos custos do produtor rural de quixabeira, que tomando
conhecimento da importância das ferramentas contábeis, o agricultor que até então
não tinha nenhum tipo de planejamento de suas atividades, poderá efetuar o
controle do seu estoque por meio do fichamento da entrada e saída de cada
produto; no auxilio ao agricultor para definir o valor dos seus produtos, o gestor
poderá também contar com a ferramenta “sistemas de custos” para controlar o custo
de produção; o ultimo exemplo de uma ferramenta que pode ser utilizada pelo gestor
que o trabalho nos apresentou foi a “escrituração”, considerada a mais importante,
pois é através dela que o gestor rural irá tomar suas decisões.
Mesmo se tratando de um tema complexo, a pesquisa bibliográfica se
mostrou suficiente a ponto de extrair o necessário para resolver o problema
inicialmente proposto. Para a realização do presente artigo, a metodologia utilizada
se mostrou também suficiente em todo o decorrer da produção do mesmo.
O tema do presente artigo se mostrou em grande amplitude em sua área de
estudo, porém por não haver tempo suficiente para o aprofundamento no mesmo, o
artigo está em aberto para futuros aperfeiçoamento, mas a sua produção já se
demonstra de extrema importância para o avanço do estudo nessa área.
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REFERÊNCIAS

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BERTI, Anélio. Contabilidade Geral. São Paulo: Ícone, 2001, 206 p.

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1998.

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Formar, 1976.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade: resumo da teoria,


atendendo às novas demandas da gestão empresarial, exercícios e questões com
resposta. – 2ª ed. – São Paulo; Atlas, 1999. 350 p.

CREPALDI, Silvio A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 3. ed. São Paulo:


Atlas, 2006. 

DIAS, Regina Lúcia De Carvalho Januário: A Contabilidade como Fonte de


Informação às Micros e Pequenas Empresas do Setor de Serviços: UM ESTUDO
NO BAIRRO DA BARRA DA TIJUCA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO NO
PERÍODO DE 2009 A 2010. 2010. 142 f. Dissertação (Mestrado em Administração e
Desenvolvimento Empresarial) – Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2010.
Disponível em: http://portal.estacio.br/media/2393339/regina%20lucia%20de
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GOMES, Aguinaldo Rocha. Contabilidade rural & agricultura familiar. Rondonópolis:


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LUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial. 5. ed. São
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21

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Oecd.org/brazil/

PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil. 20ª Ed. São Paulo, Editora


Brasiliense, 1977.

WALTER, Milton Augusto; BRAGA, Hugo Rocha. Análise das demonstrações


contábeis. 1. ed. Rio de Janeiro: Assemp, 1979.
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ANEXO

ANEXO 01: QUESTIONÁRIO AO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS E


SECRETARIA DA AGRICULTURA.

Entrevistados: Maria José (diretora do Sindicato dos Trabalhadores Rurais) e Gilson


Magalhães (Secretário Rural).

Primeira parte: entrevista ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quixabeira.

 Assistência Técnica (palestras, visitas, instruções):

Maria José, diretora do Sindicato responde que “existe um suporte


profissional em apoio aos agricultores do município, com palestras e encontros
mensais, onde o palestrante contratado incentiva o trabalhador a aumentar sua
produção, mas nunca foi nada voltado à área de contabilidade, de controle de
produção ou de estoque, essas palestras acontecem em um espaço onde os
agricultores possam estar reunidos para receber essas informações praticas de
plantio e safra”.

 Benefícios e previdência:

Aposentadoria por invalidez; aposentadoria por idade (no caso do trabalhador


rural sua aposentadoria é antecipada por 5 anos, aos 60 anos os homens e aos 55
as mulheres); auxilio doença; salário maternidade e pensão por morte e
previdência. Para todos os casos a base é de um salário mínimo. A contribuição
para os agricultores ligados ao STR é fixa em 1,5% do salário mínimo por mês.

Segunda parte: entrevista à Secretaria Rural de Quixabeira.

 Número de agricultores rurais e maior local de concentração:

Em relação à concentração de famílias agricultoras no município de


quixabeira, o secretário rural Gilson Magalhães afirma que: “os pontos de agricultura
estão espalhados por todo o município, porém, fraco na sede, pois as famílias
23

buscam mais espaço para poderem trabalhar com as culturas e encontram esse
espaço nos povoados”. O Secretário ainda repassou os dados colhidos em um
estudo feito em 2014 onde diz que o número de famílias agricultoras em Quixabeira
é de 1200.
 Apoio da Prefeitura:

Sobre o apoio dado pela prefeitura às famílias agricultoras do município de


Quixabeira a diretora Maria José diz que “uma verba é destinada para a compra da
merenda escolar diretamente nas mãos das famílias agricultoras do município,
assim gerando renda e incentivando a produção. Entre outros apoios está também o
próprio Sindicato dos Trabalhadores Rurais que é um projeto do município”.

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