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A. L. N. MOTA1 , G. P. de SOUSA1
1 Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas
E-mail para contato: glacileneh@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que o gasto operacional com métodos de recuperação desses poços influência na
decisão de continuidade de vida de produção do poço ou seu fechamento. Portanto, a avaliação de
produtividade do poço é essencial para a decisão de continuidade de exploração comercial.
Para um melhor entendimento da relação dos padrões de fluxo que o poço em produção
pode apresentar ao longo da vida produtiva, faz-se necessário um acompanhamento do gradiente
de pressão.
= + + (1)
A perda de carga (Equação 1) por comprimento da seção da tubulação, então, é dada pela
somatória de perdas de carga de atrito (f), elevação (el) e aceleração (acc). A componente elevação
é praticamente estável entre as correlações, sendo calculado através de:
= . (2)
= . + . (1 − ) (3)
A parcela de aceleração pode ser desprezada, por ser pouco significante. Já o termo
referencial ao atrito, pode ser calculado de maneiras diversas, a depender do método e o fluxo
encontrado pelo método. De forma geral, apresenta-se para escoamento monofásico como mostra
a equação 4.
. .
= (4)
Fluidos
g= 0,984189 Kg/m3
813,4 Kg/m3
990,00 Kg/m3
L 852,807 Kg/m3
= 0,97 Cp
g= 0,01029 Cp
= 0,732 Cp
L= 0,92 Cp
Qo = 0,188 m3/h
Qg = 114,72 m3/h
Qw= 0,054 m3/h
QL= 0,242 m3/h
RGL= 468,0
BSW= 22,10 %
e= 0,00183 cm
Com as equações específicas para cada correlação empírica que determina a perda de carga
ao longo da tubulação, foi feita uma modelagem matemática para cada correlação e os resultados
foram convertidos graficamente para a análise de suas características equacionarias, através de
linha de tendência em cada gráfico, a fim de proporcionar uma maior similaridade com as curvas
plotadas e entender o comportamento das curvas perante as mudanças de diâmetro e RGL.
Ao final, foi correlacionado um gráfico API para o gradiente encontrado por cada método
para a condição atual do poço, objetivando uma possível estimativa para produção do poço.
3. RESULTADOS
Foi percebida uma constância nas equações das linhas de tendência para cada curva
inerente às variações. Por exemplo, ao variar o diâmetro, o gradiente de pressão mostrou uma
tendência a aumentar ao passo que o diâmetro também aumentou, de uma forma polinomial com
grau crescente. As equações de ajuste de tendência para Aziz et al, Beggs e Brill e Mukherjee e
Brill, são, respectivamente:
A correlação de Aziz et al, exige uma menor especificidade, pois não admite outra
angulação (que não 90º) do tubo de produção e fluxo a não ser a vertical ascendente. Já a Beggs e
Brill e Mukherjee e Brill se assemelham em suas curvas pois admitem outras angulações no tubo
de produção do poço, aumentando a entrada de variáveis nos cálculos.
Já para o gráfico relativo a variação de RGL, foi percebido que a perda de carga é
potencialmente inversa a RGL. Ou seja, possuem uma taxa específica de diminuição de gradiente
de pressão quando a RGL aumenta. Também foi notada uma maior similaridade gráfica entre as
curvas de Beggs e Brill e Mukherjee e Brill, de fato por haver a condicionante de entradas a mais
de variáveis nos cálculos de perda de carga.
Já o comportamento parcial do cálculo de gradiente de pressão se firmou com o aumento
da parcela de gradiente de atrito aumentando e o de elevação diminuindo com o acréscimo de gás.
Mesmo com o aumento de gradiente de atrito contribuindo para o aumento total, a curva se mostrou
em decréscimo de valor de perda de carga em relação ao aumento do RGL.
A parcela de gradiente de elevação tendeu a diminuir por efeito da densidade da mistura.
Os resultados se atrelam ao fato de o termo de elevação ser diretamente afetado pela densidade da
mistura, como mostra a equação 3. Sendo assim, aumentando-se a RGL, diminui-se a densidade
da mistura, ocasionando a diminuição de perda de carga por elevação. Assim, para o gradiente de
pressão relativo à elevação, a perda de carga é menor, já que o fluido se torna menos denso com o
aumento de RGL.
O supracitado nos dois parágrafos é conferível com a premissa no trabalho de Brill e
Mukherjee (1999), onde é afirmado que ao variar a vazão do gás, a parcela relativa ao atrito, que
se configura entre as próprias partículas e estas com a parede da tubulação, o regime de fluxo se
torna mais caótico, provocando maior agitação entre as moléculas, consequentemente maior atrito,
ou seja, aumentando-se a vazão da fase gasosa a perda de carga sofrerá influência direta sobre as
componentes de aceleração e atrito sendo mais expressivo sobre a segunda.
A descontinuidade nas curvas plotadas por conta da mudança de padrão foi observada
como o esperado, como Nascimento (2013) comenta em seu trabalho.
Após os cálculos dos gradientes de perda de carga para os métodos, calculou-se o Índice
de Produtividade do poço (IP), através de dados de relatórios de testes: Potencial do poço (QL),
Pressão na cabeça do poço (Ptf) e Pressão estática (Pe)
Com o gradiente total de pressão na seção total tubo e a pressão estática, encontra-se a
pressão de fundo do poço. Logo, considerando a Pwf (Pressão de fundo do poço) maior que a
pressão de saturação e um IP constante, pode-se aplicar a equação linear para cálculo de IP.
= (8)
Percebe-se na tabela 06, pelos valores de IP, uma apresentação de forma aproximada, então o
método escolhido para o cálculo não influenciou de forma significativa numa variação ampla de valores
de IP.
REFERÊNCIAS
AZIZ, K.; et al. Pressure Drop in Wells Producing Oil and Gas. J. Cdn. Pet. Tech, 1972
BEGGS, H.D.;Brill, J.P. A Study of Two-Phase Flow in Inclined Pipes. JPT, 1973.
BRILL, J. P.; MUKHERJEE, H. Multiphase Flow in Wells. Society of petroleum Engineers Inc.
Richardson, Texas, 1999.
______.Pressure Drop Correlations for Inclined Two-Phase Flow. J. Energy Res. Tech., 1985.