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Processo nº XXXXXXXXXXXXXX
Órgão julgador: TRT da 15ª Região – Seção XX – Turma YY
Recorrente: JOSÉ SALVADOR
Recorrido: Hospital Cruz Vermelho
RECURSO DE REVISTA
Em conformidade com o art. 896 da CLT, visando à revisão da decisão, a
partir da matéria de direito a seguir exposta;
Não há recolhimentos de custas por se tratar do empregado sucumbente
em parte, além disso com gratuidade já deferida.
Termos em que,
Pede deferimento
Ribeirão Preto/SP 25 de novembro de 2020
Advogado
OAB nº xxx
Razões de Recurso de Revista
Origem: Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região
Órgão julgador: TRT da 15ª Região – Seção XX – Turma YY
Processo nº XXXXXXXXXX
RECORRENTE: José Salvador
Recorrido: Hospital Cruz Vermelha
DOS FATOS
Trata-se de Reclamação Trabalhista ajuizada por José Salvador,
recorrente, em desfavor do Hospital Cruz Vermelha, recorrido, na qual o
Juízo singular reconheceu apenas parcialmente os direitos do recorrente,
reformou alguns em sentença de ED e outros foram deferidos em grau
recursal.
Inconformado, recorre ao Tribunal para rever a decisão nas partes que lhe
foram desfavoráveis, no tocante as nulidades arguidas em RO e aos
pedidos de pagamento do intervalo intrajornada, indenização por danos
morais e honorários advocatícios.
TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO
Considerando que a decisão recorrida foi publicada em 13/11/2020 e este
recurso está sendo apresentado em 25/11/2020, é de se reconhecer sua
tempestividade dos oito dias, nos termos do art. 895, I da CLT, contados
em dias úteis.
Estão preenchidos os pressupostos de admissibilidade, requeiro o devido
processamento do presente recurso, conforme Instituição Normativa nº
39 do TST.
PREQUESTIONAMENTO – CTL, art. 896 § 1º
Em relação as questões rebatidas as nulidades configuram afronta a
Constituição Federal art. 5º, inciso XXXV, relativo ao princípio do acesso a
Ampla Justiça.
O intervalo intrajornada, está prevista na Constituição Federal, art. 7º,
inciso XX, por se tratar de norma de segurança do trabalho considerando
uma forma de dignidade no trabalho e previsto também em Lei Federal
CLT, art. 71.
E a indenização por danos morais vinculados ais direitos previstos na
Constituição Federal, previsto no art. 7º inciso XX, da CF, e também na
Súmula 437 do TST, em relação ao recorrente ter passado uma temporada
sendo humilhado em uma sala durante o trabalho, ferindo assim o seu
direito a honra.
As matérias acima citadas, já foram questionados em Embargos de
Declarações anteriormente.
TRANSCENDÊNCIA
Na CLT está previsto no art. 896, § 1º, alterado pela Lei 13.467/17, os
indicadores de transcendência previstos são:
I-Econômica, o elevado valor da causa;
II-Política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
Federal;
III- social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
constitucionalmente assegurado;
IV jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação
da legislação trabalhista.
DO INTERVALO INTRAJORNADA
O intervalo intrajornada está previsto no artigo 71 da CLT também na
Constituição Federal, por se tratar de normas de saúde, higiene etc.
Ocorre que, o recorrente teve o período de pagamento das horas não
gozadas para refeição no período de 20 de março 2020 à 25 de abril 2020,
com devidos reflexos, em razão da jornada 12x12 não foi deferida.
Requer pela reforma do acórdão com vistas ao recebimento das horas do
intervalo intrajornada não gozadas no período anteriormente
especificadas, pois são de seu direito, sendo uma afronta direta a
Constituição.
DOS DANOS MORAIS
A indenização por danos morais está prevista no artigo 7º, XX da
Constituição Federal, o que tem relação com os direitos da personalidade,
em especial o direito a honra.
O pedido em relação aos danos morais foi negado pelo Juízo de 1ª
Instância com a fundamentação de que não houve omissão por parte do
hospital, o que não é verdade, pois é sabido que o recorrente era tratado
de forma humilhante, recebendo apelidos como o de “parasita”, e muitas
vezes perto de seus colegas de trabalho em tom de chacota e fala de
respeito para com ele. Porém, as pessoas que realmente faziam isto, não
assumem sua autoria, sendo difícil provar as ofensas cometidas.
Portanto podemos observar que realmente é devido danos morais, pela
forma em que ele foi tratado, tendo um grande sofrimento emocional, o
que fez com o que ele fosse prejudicado, demonstrando motivação no
futuro.
Vejamos alguma uma decisão deste E. TST, sobre o entendimento de
pagamento de indenização por danos morais em caos de apelidos
vexatórios:
DANO MORAL. TRATAMENTO VEXATÓRIO. APELIDOS
HUMILHANTES. VALOR DA CONDENAÇÃO
R$20.000,00. CARACTERIZAÇÃO. Conforme de extrai
da decisão regional, a prova oral produzida nos autos
foi favorável à conclusão de que houve a ofensa ao
autor, na forma de satirizações, ficando evidente a
exposição do obreiro ao tratamento vexatório por
apelidos humilhantes, que, conforme descrito na
decisão objurgada, causaram-lhe constrangimento,
humilhação e atingiram sua honra, gerando para a ré a
obrigação de indenizá-lo.
(TST – RR 855902102020084 855-90.2010.5.02.0084,
Relator, José Roberto Freire Pimenta. Data de
julgamento: 11/09/2013, 2ª Turma, Data de
Publicação DEJT 20/09/2013)
DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer que a decisão seja revista no tocante aos pedidos
de nulidades e preliminares. Porém caso não acolha as nulidades, requer-
se a impugnação do acórdão no mérito, com relação ao intervalo
intrajornada, danos morais e honorários advocatícios ou sucumbência.
Também requeiro que o direito da justiça gratuita seja mantido, conforme
já decidido em 1ª Instância.
Termos em que,
Pede deferimento