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João Pessoa - PB
Março de 2019
1
Rômulo Rodrigues de Morais Bezerra
2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP
Biblioteca Nilo Peçanha – IFPB, Campus João Pessoa
Ao IFPB - Campus João Pessoa, pelo incentivo financeiro ofertado através da bolsa
de mestrado.
“Não temas, porque eu sou contigo;
não te assombres, porque eu sou teu Deus;
eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento
com a destra da minha justiça.
(Bíblia Sagrada, Isaías 41, 10)
Resumo
10
19 Elemento de FSS gerado no MATLAB® : (a) espira maior; (b) espira
menor; (c) elemento composto com duas espiras polares - côncava e
convexa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
25 Protótipo da FSS-1 com duas espiras polares côncavas: (a) célula unitá-
ria; (b) FSS fabricada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
11
32 Protótipo da FSS-3 com patch convexo e abertura em forma de espira
côncava: (a) célula unitária; (b) FSS fabricada. . . . . . . . . . . . . . . 54
13
Lista de Tabelas
GSM Global System for Mobile Communications – Sistema Global para Comunica-
ções Móveis
a Semieixo maior
A Raio da rosácea
b Semieixo menor
BW Largura de banda
fr Frequência de ressonância
h Espessura de substrato dielétrico
O Origem do sistema de coordenadas polares
m Número de petálas da superfórmula de Gielis
n Número de pétalas da rosácea
n1 Expoente 1 da superfórmula de Gielis
n2 Expoente 2 da superfórmula de Gielis
n3 Expoente 3 da superfórmula de Gielis
p Periodicidade da célula unitária
r Coordenada radial do sistema de coordena-
das polares
S21 Coeficiente de transmissão
tg(δ ) Tangente de perdas
w Espessura de uma espira condutora
εr Permissividade elétrica relativa
λ Comprimento de onda
θ Coordenada angular do sistema de coorde-
nadas polares
Sumário
1 Introdução 19
3.5 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4 Transformações Polares 37
5 Metodologia 40
6 Resultados e Discussão 45
17
6.2.4 FSS-4 com duas espiras polares - côncava e convexa . . . . . . 56
7 Considerações Finais 67
Referências 69
1 Introdução
A utilização de redes locais sem fio (Wireless Local Area Network – WLAN) tem
aumentado significativamente em residências, escritórios e edifícios devido à facilidade
de uso e à praticidade de instalação. As tecnologias de comunicação sem fio abrangem
diversas faixas de frequências com normas específicas para regularem seu uso. As
normas da tecnologia WLAN foram desenvolvidas nos anos de 1980 pelo grupo do
IEEE 802, nas faixas de frequências indicadas para as bandas ISM (Industrial Scientific
and Medical – Médico, Industrial e Científico), 900 MHz (902 – 928 MHz), 2,4 GHz (2,4
– 2,835 GHz), e 5 GHz, (5,15 – 5,35 GHz e 5725 – 5875 MHz).
Contudo, a segurança da informação é um ponto fraco das redes sem fio, pois
o sinal propaga-se pelo ar em todas as direções e pode ser captado a distâncias
de centenas de metros tornando-as vulneráveis à interceptação [1]. Neste contexto,
projetos de edificações que apresentam características de filtragem de sinais WLAN,
correspondente às faixas de frequências de 2,4 GHz e 5,8 GHz têm sido alvo de
pesquisas de estudos abordados por grupos de pesquisa, engenheiros, e empresas ao
redor do mundo. O crescimento e aceitação da tecnologia WLAN propicia o surgimento
de novos métodos que buscam atenuar as deficiências de segurança. Uma das
técnicas que têm se destacado nesse contexto é conhecida por “wireless building”,
isto é, consiste em modificar fisicamente o ambiente de propagação indoor, por meio
de alterações na estrutura e materiais das edificações, de modo que elas exibam
propriedades eletromagnéticas específicas [2]. Nesta técnica, a instalação dos sistemas
de comunicação é prevista já na fase de projeto de uma edificação, coexistindo com as
outras instalações tais como: elétrica, hidráulica, de incêndio, etc.
19
para aumentar a cobertura indoor de uma rede sem fio. Por exemplo, os sinais
desejados podem ser redirecionados por refletores eletromagnéticos instalados no final
de corredores.
20
1.1 Organização do texto
21
2 Wireless Building - Conceito e Aplicações
22
Figura 1: Papel de parede seletivo em frequência [8].
A propagação dentro dos edifícios tem uma estrutura multipercurso mais com-
plexa quando comparada ao espaço livre [10]. Isso ocorre principalmente devido à
complexidade da estrutura do edifício, a configuração das salas e, mais importante,
os materiais utilizados na construção [11]. A utilização de superfícies seletivas em
frequência em materiais de construção deve ser feita de forma cautelosa. A resposta
em frequência está fortemente ligada ao substrato e o ângulo de incidência da estrutura.
Com isso, faz-se necessário considerar as propriedades dielétricas e a espessura do
substrato das FSS quando aplicadas diretamente na parede de um edifício.
23
Em [4] é proposta uma janela seletiva em frequência. A FSS consiste de um
arranjo periódico de aberturas hexagonais no revestimento da janela. A estrutura é
composta por uma camada de óxido metálico imposta no vidro. A Figura 2 apresenta
uma ilustração de uma janela seletiva em frequência.
24
Uma parede seletiva em frequência é apresentada em [15]. Na parede foi
anexada uma superfície seletiva em frequência como filtro rejeita-faixas. O papel
utilizado foi uma folha de alumínio adesiva cortada no formato de um arranjo do tipo
loop quadrado. Estes foram colados em uma espécie de cartão de papel fino para
segurar cada elemento no lugar. As medições mostraram que essa parede seletiva em
frequência filtrou sinais entre as faixas de frequência 5,4 - 6,0 GHz.
Uma proposta de uma FSS usando loop de elementos modificados para bloquear
sinais de telefones móveis em instalações públicas é descrita em [16]. A maioria das
janelas de edifícios modernos usam grandes painéis de vidro, com uma abertura de
ar entre elas. Com isso, duas FSS são inseridas nos lados superior e inferior do
par de vidros. Esse modelo de filtro espacial também pode ser usado para casas ou
apartamentos perto de estações base de telefones ou utilizados como janelas nos
escritórios para proteger os trabalhadores de exposição à energia eletromagnética
ambiental [16].
25
Figura 4: Ilustração de aumento de cobertura indoor entre dois corredores com o uso
de filtro espacial FSS rejeita-faixas.
26
3 Superfícies Seletivas em Frequência
Os radomes são os filtros espaciais usados para reduzir a seção reta de radar
fora da faixa de operação de um sistema de antenas. O programa norte-americano de
pesquisa espacial da NASA (National Aeronautics and Space Administration) Voyager,
iniciado em 1977 explorava uma superfície seletiva em frequência para a implementação
de um refletor em duas bandas de frequência.
27
3.1 Estruturas e características
Este comportamento é descrito pela lei de reflexão, uma vez que, a direção da
luz de entrada (o raio incidente), e a direção da luz refletida de saída (o raio refletido)
fazem o mesmo ângulo em relação à superfície normal, assim, o ângulo de incidência
é igual ao ângulo de reflexão, são coplanares, ou seja, pertencem ao mesmo plano,
chamado de plano de incidência. A Figura 5 apresenta uma ilustração de uma FSS
com elementos do tipo abertura, ou seja, funciona como um filtro passa-faixas, e uma
FSS com elementos patches condutores que atua como um filtro rejeita-faixas.
28
Uma FSS pode ainda ser definida como sendo de anteparo-fino ou anteparo-
espesso, dependendo da espessura da camada de metalização. O termo FSS anteparo-
fino, usualmente, refere-se a um anteparo com elementos do tipo circuito impresso, isto
é, elementos tipo patch ou abertura, que possuem uma espessura menor que 0,001 λ ,
em que λ é o comprimento de onda na frequência de ressonância do anteparo.
• Peso leve;
A FSS tipo anteparo espesso possui uma camada de metalização mais espessa
ou uma camada dupla de metalização, consistindo em duas FSS idênticas separadas
por um dielétrico [24]. Esses dispositivos são comumente utilizados para aplicações
passa-altas (tipo abertura) apresentando uma espessura eletricamente grande.
29
Figura 6: Tipos de elementos de uma FSS [26]
.
• Grupo 1 - São os N-polos conectados pelo centro: como dipolos, tripolos, Cruz
de Jerusalém e dipolos cruzados;
30
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 7: Tipos de elementos de uma FSS: (a) Grupo 1: N-polos conectados pelo
centro; (b) Grupo 2: Espiras; (c) Grupo 3: Interior sólido; (d) Grupo 4: Combinações.
31
O processo de fabricação e a disposição dos elementos na estrutura também
são importantes para a execução do projeto. O resultado do espalhamento proveniente
de cada elemento do arranjo é caracterizado como reflexão ou transmissão [21]. Esse
fato ocorre mesmo quando o ângulo de incidência não é normal ao plano formado
pelo arranjo, visto que o atraso da corrente de superfície induzida entre os elementos
vizinhos, mantém o comportamento de reflexão na direção dos campos irradiados. Com
isso, para os demais comprimentos de ondas incidentes sobre a estrutura, a superfície
seletiva em frequência se comporta de forma “transparente” [27]. A espessura e a
permissividade elétrica do substrato dielétrico também são aspectos que podem influ-
enciar no desempenho da FSS. Essas características podem modificar o comprimento
de onda do sinal bem como a faixa de ressonância do dispositivo.
32
uma grande quantidade de formulações matemáticas e resultados mais precisos ao
custo de um esforço computacional elevado. Dentre os métodos existentes os que se
destacam são:
33
3.4 Técnicas de medição
Outra técnica de medição que pode ser utilizada é o uso de antenas cornetas e
lentes. Esse método pode servir como contorno para a configuração anterior, uma vez
que, o sinal concentrado transforma a onda inicial esférica em um feixe colimado de
ondas planas. Com isso, este arranjo permite medições mais precisas do desempenho
34
de transmissão e reflexão de ondas na FSS com polarizações TE e TM [32], [36]. A
Figura 9 ilustra esse tipo de técnica de medição.
3.5 Aplicações
35
Figura 10: Aplicação de FSS como anteparo na porta do forno de micro-ondas [37]
.
A largura de banda de antenas utilizadas nos sistemas UWB (Ultra Wide Band),
causam grande radiação em determinadas situações [37]. Dessa forma, com o intuito
de evitar essas interferências, faz-se necessário criar formas para que o sistema desen-
volvido permita a transmissão ou reflexão em determinadas frequências, diminuindo
assim qualquer possível descontinuidade. Neste cenário, é possível a utilização de
uma FSS operando como um filtro passivo, uma vez que, seus elementos ressonantes
individuais podem transmitir ou refletir sua frequência específica [38], [39].
36
4 Transformações Polares
O sistema de coordenadas polares (ver Figura 11) utiliza um único eixo, onde
consideramos uma semi-reta horizontal e fixa, chamada de eixo polar, e de origem num
ponto O, chamado de pólo. Qualquer ponto P do plano será localizado no sistema de
coordenadas polares pelo par (r,θ ) denominado coordenadas polares, onde r indica
a distância do ponto P ao pólo O e é denominado raio vetor ou raio polar, e o ângulo
θ obtido da rotação do eixo polar até o segmento OP, é chamado de ângulo vetorial
ou ângulo polar de P [40]. Na trigonometria, θ é positivo quando medido em sentido
anti-horário e negativo quando medido em sentido horário. O ângulo associado a
um determinado ponto não é único. Embora um ponto no plano só possua um par
de coordenadas cartesianas, no sistema de coordenadas polares um ponto pode ser
representado por infinitos pares de coordenadas polares [41].
37
(a) (b)
Figura 12: Gráficos em coordenadas polares de rosáceas: (a) a partir da equação (1);
(b) a partir da equação (2).
Variando o parâmetro n (ver Figura 13) das equações (1) ou (2) é possível obter
uma curva que tem a forma de uma flor adornada. Esta curva foi nomeada rhodonea
pelo matemático italiano Guido Grandi entre 1723 e 1728 porque se assemelha a uma
rosa [42].
38
Figura 14: Exemplos de elementos de FSS obtidos a partir da superfórmula de Gielis
[7]
.
x y
| |t + | |t = 1 (3)
d k
1
r (θ ) = h (4)
i 1
| 1a cos(θ m4 ))n2 + sen θ m n3 n1
1
b 4
39
5 Metodologia
40
5.1 FSS Circular
A primeira FSS foi projetada com duas espiras circulares para cada espira
ressoar em uma determinada frequência. A espira maior em 2,45 GHz e a menor em
5,5 GHz. Os valores para o raio de cada espira foram obtidos de forma empírica. A
espira maior possui raio igual a 15,2 mm e a menor possui raio igual a 9 mm. Foram
realizadas simulações mantendo os valores dos raios citados anteriormente e variando-
se a espessura de cada espira, com intuito de verificar a influência desse parâmetro
na resposta em frequência e propriedades de transmissão da FSS. As espiras foram
obtidas pela ferramenta de projeto circular já disponibilizada pelo ANSYS Designer™.
As espiras geradas são ilustradas na Figura 16.
41
5.2 FSS com elementos do tipo espira polar
42
A segunda FSS (FSS-2) proposta nesta dissertação também foi gerada a partir
da equação (4). Foram combinados dois tipos de espiras (côncava e convexa) com
geometrias distintas, seguindo a ideia de cada espira ressonar para uma frequência de-
terminada, como já supracitado. A ilustração da célula unitária da FSS 2 é apresentada
na Figura 19.
Figura 19: Elemento de FSS gerado no MATLAB® : (a) espira maior; (b) espira menor;
(c) elemento composto com duas espiras polares - côncava e convexa.
O protótipo da FSS-3 (ver Figura 20) é formado por elementos compostos, isto
é, um patch com uma abertura em forma de espira.
(a)
Figura 20: Elementos de FSS patch com abertura em forma de espira polar: FSS-3
com patch convexo e abertura em forma de espira côncava.
43
cruzamento de duas espiras polares. De maneira diferente das espiras já apresentadas,
este protótipo foi desenvolvido com o intuito de funcionar em apenas uma banda de
operação. A ilustração do formato das espiras polares cruzadas pode ser visto na
Figura 21. Os valores usados para os projetos de todas as espiras nesta dissertação
são dados na Tabela 1.
Figura 21: Célula unitária da FSS-5 com espiras polares cruzadas – côncava e
convexa.
Tabela 1: Valores dos parâmetros geométricos dos protótipos de filtros espaciais FSS
fabricados com elementos polares gerados a partir da superfórmula de Gielis.
Parâmetros Geométricos
Projeto
m n1 n2 n3 a b r (mm) w(mm) W (mm) p(mm)
FSS-1 (espira maior) 8 1 1 1 1 1 15,5 - 1,5
32 x 32
FSS-1 (espira menor) 8 1 1 1 1 1 8,8 1,7 -
FSS-2 (espira maior) 8 -1 1 1 1 1 12,3 - 0,7
25 x 25
FSS-2 (espira menor) 8 1 1 1 1 1 7,66 0,6 -
FSS-3 (espira abertura) 8 -1 1 1 1 1 19,2 1,5 - 36,5 x 36,5
FSS-4 (espira maior) 8 -1 1 1 1 1 12,9 - 2
33 x 33
FSS-4 (espira menor) 8 1 1 1 1 1 7,3 2 -
FSS-5 (espira maior) 8 1 1 1 1 1 20,4 - 3
45 x 45
FSS-5 (espira menor) 8 -1 1 1 1 1 18,4 2 -
44
6 Resultados e Discussão
45
Figura 22: Resposta em frequência para a FSS com duas espiras circulares, resultado
simulado |S21 | em dB.
Parâmetros
FSS com espiras circulares f r1 BW1 f r2 BW2 |S21 |1 |S21 |2
(MHz) (dB)
Simulado 2450 600 5500 1050 -22,14 -21,32
46
Tabela 3: FSS com espiras circulares: valores numéricos obtidos em relação a
espessura da espira.
Parâmetros
w f r1 f r2 BW1 BW2
(mm) (MHz)
2 2,450 5,500 600 1050
3 2,600 6,150 650 1350
4 2,800 6,650 700 1450
5 3,050 6,850 700 945
Figura 23: Variação das frequências de ressonância de uma FSS com duas espiras
circulares em função da espessura das espiras.
47
de perdas tg(δ ) = 0,02. O substrato dielétrico de vidro considerado contém os parâme-
tros: espessura h = 2 mm, permissividade relativa elétrica εr = 6,1 e tangente de perdas
tg(δ ) = 0,083. As simulações dos protótipos foram realizadas com o uso do software
ANSYS Designer™.
Figura 24: Arranjo de medição para FSS-3 com patch convexo e abertura em forma de
espira côncava.
48
6.2.1 FSS-1 com duas espiras polares côncavas
O primeiro projeto de FSS com duas espiras polares côncavas foi denominado de
FSS-1. Após a realização da etapa de simulação, um protótipo da FSS-1 foi fabricado
com um arranjo periódico de 12 × 12 elementos, totalizando um número de 144 células
unitárias, cada uma com 32 mm × 32 mm, o que corresponde uma dimensão total de
384 mm × 384 mm para o protótipo fabricado da FSS-1, Figura 25.
(a) (b)
Figura 25: Protótipo da FSS-1 com duas espiras polares côncavas: (a) célula unitária;
(b) FSS fabricada.
49
Figura 26: Comparação das respostas em frequência para FSS-1 com duas espiras
polares côncavas, resultados simulado e medido, |S21 | em dB.
Tabela 4: FSS-1 com duas espiras polares côncavas: comparação entre os valores
numéricos obtidos.
Parâmetros
FSS-1 f r1 BW1 f r2 BW2 |S21 |1 |S21 |2
(MHz) (dB)
Simulado 2450 350 5500 600 -26,13 -22,41
Medido 2379 506 5655 621 -28,89 -50,91
Diferença % 3,26 44,57 2,65 3,50 10,56 127,18
50
Figura 27: Resultados medidos para FSS-1 com duas espiras polares côncavas, em
função do ângulo de incidência.
O segundo projeto de FSS com duas espiras polares (côncava e convexa), foi
denominado de FSS-2. Após a realização da etapa de simulação, um protótipo da
FSS-2 foi fabricado com um arranjo periódico de 16 × 16 elementos, totalizando um
número de 256 células unitárias, cada uma com 25 mm × 25 mm, o que corresponde
uma dimensão total de 400 mm × 400 mm para o protótipo fabricado, Figura 28.
(a) (b)
Figura 28: Protótipo da FSS-2 com duas espiras polares - côncava e convexa: (a)
célula unitária; (b) FSS fabricada.
51
Uma comparação do coeficiente de transmissão simulado e medido na faixa de
1 – 7 GHz é apresentada na Figura 29. Pode-se observar uma excelente concordância
entre os resultados medidos e simulados para a primeira banda de rejeição (2,45 GHz),
com uma diferença de apenas 0,65%. Todavia, para a segunda banda de rejeição (5,5
GHz) verificou-se uma diferença de 8,1%.
Figura 29: Comparação das respostas em frequência para FSS-2 com duas espiras
polares - côncava e convexa, resultados simulado e medido, |S21 | em dB.
Figura 30: Comparação entre o elemento polar projetado e fabricado para FSS-2 com
duas espiras polares - côncava e convexa.
52
Para a segunda FSS projetada com duas espiras polares (FSS-2) foram realiza-
das medições considerando a incidência oblíqua da radiação eletromagnética para os
valores de 0, 10, 30 e 50 graus. Na Figura 31 são apresentados os resultados medidos
obtidos. A primeira frequência de ressonância medida (2,46 GHz para incidência nor-
mal) até 50 graus, verificou-se uma boa estabilidade da resposta em frequência, com
um desvio máximo de 5,69%. Enquanto que, na segunda frequência de ressonância
medida (5,95 GHz para incidência normal) a variação máxima desta frequência res-
sonante acontece no ângulo de 30 graus, constatou-se um desvio máximo de 3,87%
para menos. A comparação entre os valores numéricos dos parâmetros ressonantes
medidos e simulados são dados na Tabela 5.
Figura 31: Resultados medidos para FSS-2 com duas espiras polares - côncava e
convexa, em função do ângulo de incidência.
Tabela 5: FSS-2 com duas espiras polares - côncava e convexa: comparação entre os
valores numéricos obtidos.
Parâmetros
FSS-2 f r1 BW1 f r2 BW2 |S21 |1 |S21 |2
(MHz) (dB)
Simulado 2450 450 5500 850 -31,29 -30,97
Medido 2466 716 5950 1028 -24,27 -32,06
Diferença % 0,65 59,11 8,18 20,94 -22,43 3,52
53
6.2.3 FSS-3 com patch convexo e abertura em forma de espira côncava
(a) (b)
Figura 32: Protótipo da FSS-3 com patch convexo e abertura em forma de espira
côncava: (a) célula unitária; (b) FSS fabricada.
54
Figura 33: Comparação das respostas em frequência para FSS-3 com patch convexo e
abertura em forma de espira côncava, resultados simulado e medido, |S21 | em dB.
Para o terceiro filtro espacial FSS projetado com duas espiras polares (FSS-3)
foram realizadas medições considerando a incidência oblíqua da radiação eletromag-
nética para os valores de 0, 10, 30 e 50 graus. Na Figura 34 são apresentados os
resultados medidos obtidos. A primeira frequência de ressonância medida (2,31 GHz
para incidência normal) até 50 graus, verificou-se uma boa estabilidade da resposta
em frequência, com um desvio máximo de 9,09%, Enquanto que, para a segunda
banda de rejeição (5,74 GHz), o desvio máximo foi de 6,27%. Verifica-se que até 30
graus a resposta em frequência é estável em relação ao ângulo de incidência para
as duas bandas de operação. A comparação dos valores numéricos dos parâmetros
ressonantes medidos e simulados são apresentados na tabela 6.
55
Figura 34: Resultados medidos para FSS-3 com patch convexo e abertura em forma
de espira côncava, em função do ângulo de incidência.
Parâmetros
FSS-3 f r1 BW1 f r2 BW2 |S21 |1 |S21 |2
(MHz) (dB)
Simulado 2400 500 5500 1400 -35,42 -36,00
Medido 2310 930 5742 820 -31,33 -45,39
Diferença % 3,75 86,00 4,40 -41,42 -11,54 12,50
56
de vidro para a permissividade elétrica relativa pode ser visto na Figura 35 e para a
tangente de perdas, na Figura 36.
57
da FSS-4 (ver Figura 37) para fora da faixa de frequências desejada para rejeição de
sinais WLAN (IEEE 802.11b e IEEE 802.11a). Dessa forma, a partir desses resultados
foi possível verificar que o valor de permissividade elétrica relativa considerado para o
vidro não correspondia ao valor real.
Figura 37: Comparação entre os resultados simulado e medido do protótipo inicial para
FSS-4 com duas espiras polares - côncava e convexa.
58
Tabela 7: FSS-4 protótipo inicial com duas espiras polares - côncava e convexa:
comparação entre os valores numéricos obtidos.
Parâmetros
FSS-4 Protótipo inicial f r1 BW1 f r2 BW2 |S21 |1 |S21 |2
(MHz) (dB)
Simulado 2450 500 5500 850 -18,00 -17,58
Medido 2050 372 4703 403 -24,28 -24,97
Diferença % -16,33 -25,60 -14,50 -52,58 34,88 42,03
Na etapa de fabricação dos dois protótipos da FSS-4 foi utilizada uma fita adesiva
de cobre, ilustrada na Figura 38, que é normalmente aplicada para blindagem acústica
de instrumentos musicais de cordas. Após a aplicação da fita adesiva cobreada sobre
um lado da superfície de vidro, o desenho do arranjo periódico é impresso sobre o
cobre. Posteriormente, utiliza-se o percloreto de ferro no processo de corrosão.
59
(a) (b)
Figura 39: Protótipo da FSS-4 com duas espiras polares - côncava e convexa: (a)
célula unitária; (b) FSS fabricada.
Figura 40: Comparação das respostas em frequência para FSS-4 com duas espiras
polares - côncava e convexa, resultados simulado e medido, |S21 | em dB.
60
Visando analisar a estabilidade da resposta em frequência do protótipo da FSS-4,
foram realizadas quatro medições do coeficiente de transmissão na faixa de 1-7 GHz,
considerando-se a variação do ângulo de incidência da radiação eletromagnética a
partir da incidência normal até 50 graus. A Figura 41 apresenta os resultados medidos
do coeficiente de transmissão para FSS-4 em função do ângulo de incidência da
radiação eletromagnética para valores de 0, 10, 30 e 50 graus.
Figura 41: Resultados medidos para FSS-4 com duas espiras polares - côncava e
convexa, em função do ângulo de incidência.
61
Tabela 8: FSS-4 com duas espiras polares - côncava e convexa: comparação entre os
valores numéricos obtidos.
Parâmetros
FSS-4 f r1 BW1 f r2 BW2 |S21 |1 |S21 |2
(MHz) (dB)
Simulado 2450 450 5500 550 -18,95 -14,07
Medido 2456 485 5515 400 -32,92 -35,15
Diferença % 0,24 7,77 0,27 -27,27 73,72 149,82
62
43 apresenta o resultado simulado obtido para o coeficiente de transmissão do projeto
inicial da FSS-5.
Figura 43: Resposta em frequência do protótipo inicial para FSS-5, resultado simulado,
|S21 | em dB.
(a) (b)
Figura 44: Protótipo da FSS-5 com espiras polares cruzadas – côncava e convexa: (a)
célula unitária; (b) FSS fabricada.
63
Na Figura 45 é apresentado o arranjo de medição usado para obtenção dos
resultados experimentais para a FSS-5, que consiste principalmente de: analisador
de redes vetorial, cabos e conectores, mesa de acrílico giratória com escala angular,
suportes de acrílico e antenas do tipo corneta modelo SAS-571 ( 700 MHz - 18 GHz).
Com o intuito de aplicar esse protótipo em ambientes indoor, atuando como uma janela
seletiva em frequência, o nível de transparência do vidro também foi considerado no
momento da execução do projeto. A FSS-5 contém espiras finas e um espaço interno
de maior visibilidade na célula unitária.
(a)
Figura 45: Arranjo para medição da FSS-5 com espiras polares cruzadas – côncava e
convexa.
64
Figura 46: Comparação das respostas em frequência para FSS-5 com espiras polares
cruzadas – côncava e convexa, resultados simulado e medido, |S21 | em dB.
Parâmetros
FSS-5 f r1 BW1 |S21 |
(MHz) (dB)
Simulado 2450 750 -26,42
Medido 2440 672 -29,49
Diferença % -0,41 -10,40 11,62
65
Em relação as larguras de banda verificou-se que até a variação angular de 30
graus houve um aumento na largura de banda. Por exemplo, em 10 graus a largura de
banda aumentou 22,32%. No ângulo de 30 graus o aumento foi de 16,6% em relação a
largura de banda da incidência normal. Na última angulação medida, ou seja 50 graus,
a largura de banda foi semelhante a largura de banda da incidência inicial.
Figura 47: Resultados medidos para FSS-5 com espiras polares cruzadas – côncava e
convexa, em função do ângulo de incidência.
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7 Considerações Finais
67
vexa apresentou excelente estabilidade em frequência, o desvio máximo na frequência
de ressonância foi de 1,18%. Modificando um ambiente interno através da aplicação
desses filtros na janela, pode-se obter o isolamento do local, uma vez que filtram sinais
nas bandas de 2,4 GHz (IEEE 802.11b) e 5,8 GHz (IEEE 802.11a). Permitindo que
ambas as redes possam operar separadamente sem quaisquer interferências.
BW S21
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