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Nota: 4.

5/5

Natasha e Daniel, dois polos opostos de um mesmo imã prestes a serem atraídos.
Ela acredita na ciência e nos fatos, ele acredita em Deus e no destino. Ela gosta de
números, ele de palavras. Ela é realista, ele é sonhador. Ela é jamaicana, ele coreano. Ela acha
ridícula a ideia de amor à primeira vista, ele acha que pode provar o quanto ela está enganada
de achar isso ridículo.
Natasha será deportada para Jamaica em menos de doze horas, e esse é o tempo que
Daniel tem para provar que ela está errada.
“Há uma expressão japonesa da qual eu gosto: koi no yokan. Não significa exatamente
amor à primeira vista. É mais parecido com amor à segunda vista. É a sensação que a gente
tem quando conhece uma pessoa por quem vai se apaixonar.”
Esse é o segundo livro da autora Nicola Yoon e tem uma pegada um pouco diferente
de seu primeiro livro (Tudo e todas as coisas), a escrita dela continua leve, capítulos curtos e
sem muita enrolação, o que torna a leitura bem fluida. Porém nesse livro Nicola levanta
debates sobre a vida, Deus, o destino, as escolhas que fazemos e suas consequências. E
sempre nos lembrando o quanto o tempo é importante, cada segundo dele.
Com isso não posso afirmar que todo mundo que leu o primeiro livro e gostou, vai
amar esse também, mas posso falar por mim. Apesar do romance do primeiro ser mais
envolvente esse segundo me conquistou muito mais por toda sua riqueza além do romance.
“As coisas não acontecem por algum motivo. Simplesmente acontecem.”
Outro ponto auto do livro que preciso ressaltar é a riqueza cultural, tanto coreana
quanto jamaicana, achei super interessante e queria mais. Adoro saber sobre culturas
diferentes, ainda mais curiosidades como as que ela colocou no livro, deu pra ver que ela fez
suas pesquisas quanto aos coreanos e sua nacionalidade jamaicana também nos trouxe boas
informações.
“Na Coreia, o nome de família vem primeiro e conta toda a história de sua
ancestralidade. Nos estados Unidos, o nome de família é chamado de último nome. Dae Hyun
dizia que isso provava que os americanos acham que o indivíduo é mais importante do que a
família.”
O livro inteiro se passa em apenas um dia, mas isso não deixou com que o romance
fosse menos fofo e nem ficou forçado, ela soube trabalhar para conseguirmos nos envolver
mesmo sendo um amor “instantâneo”.
“Quero me apaixonar, cair de quatro. Sem obstáculos na queda, por favor. Ninguém
quer se machucar quando cai de amor. Só quero cair como todo mundo cai.”
Meu único problema com o livro foi o início dele, pois durante os capítulos revezados
dos protagonistas aparecem alguns aleatórios que a princípio parecem não terem finalidade
nenhuma, porém depois que passa essa confusão inicial e esses capítulos não tão aleatórios
vão fazendo sentido, nós percebemos a riqueza do que a Nicola quis fazer colocando-os.
E o final, eu preciso falar dele, foi maravilhoso. Fiquei com sorriso bobo na cara e triste
por ter terminado. Foi um final pra nos dar esperança e encher nosso coração de amor.
“- Cientista! – Acuso.
- Poeta! – Ela devolve. (...)
- A maioria dos poemas que li são sobre amor, sexo ou as estrelas. Você, poetas, são
bem obsecados pelas estrelas. (...)
- As estrelas são importantes – afirmo rindo.
- Claro, mas por que não existem mais poemas sobre o sol? O sol também é uma
estrela.”

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