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Da pré-história a modernidade
Magia na Antiguidade
Ouve-me, Hermes, mensageiro de Zeus, filho de Maia,
com um peito onipotente; Deus dos jogos, regente dos mortais,
benévolo astuciador, emissário Argicida
de aladas sandálias, amigo dos homens e profeta da palavra aos mortais,
tu te alegras na ginástica e em ilusões ardilosas, serpentário
intérprete de tudo, fonte dos lucros, alívio de nossos cuidados,
que tem nas mãos a impecável arma da paz;
Portanto, conclui-se que a peça central do mundo místico antigo é o daemon, sendo para o
teurgo um espírito dado por Deus e para o gôes um espírito conjurado e exorcizado.
Posteriormente, por volta do século III d.C. ao entrar em contato com as idéias cristã e
semíticas que adentraram a Europa, a teurgia e goeteia tomaram outros patamares, porém isso
veremos só nos próximos capítulos.
1 NAS COMUNIDADES GREGAS NÃO SE TOLERAVA, POR EXEMPLO, A ASTROLOGIA MÉDICA, QUE
SE DEDICAVA A PREVER DOENÇAS ATRIBUINDO PARTES DO CORPO AOS ASTROS.
2 A HISTÓRIA DA BRUXARIA
Com personalidades como Trithemius e seu aluno Agrippa, Marsilio Ficino,
Giordano Bruno, etc.. houve o nascimento de um cristianismo místico, que unia conceitos
judaicos e declaradamente pagãos. A exemplo disso, Cornelius Agrippa escreve em Três Livros
de Filosofia Oculta acerca dos 7 deuses e suas virtudes, melhores momentos a se fazer um
talismã, como chamar bons e maus espíritos, consagrações e muitas outras coisas
Além do desenvolvimento do cristianismo místico, com a interação entre os papiros
gregos e as comunidades cristãs periféricas houve o nascimento da cultura dos grimórios 1.
Essa tradição se fincou fortemente na figura de Salomão como um importante mago, embora
tenham-se desenvolvido também outros tipos de feitiçaria. Em tal visão, baseando-se nos
PGM e no Testamento de Salomão, nasceram diversos grimórios salomônicos, dado instrução
para conjurar demônios dos 4 cantos do mundo, fazer previsões, amarrações e consagrar
talismãs. Talvez, o mais antigo seja o Hygromanteia que conserva diversas características dos
papiros gregos, porém, outros grimórios como Clavicula Salomonis e Clavicula Salomonis Rex, - As
Chaves Maior e Menos de Salomão - traduzidas principalmente por McGregor Matthers e
Aleiter Crowley, conservam uma característica mais cristã e voltada para a devoção a cristo
como forma de controle dos demônios. Além disso diversos outros grimórios da tradição
salomônica surgiram como Grimório Verum, O Grande Grimório, O Dragão Vermelho, Liber Jurado de
Honório, etc.. além de uma forte tradição de magia folclórica com grimórios como São Cipriano
com diversas versões de livros, La Poure Noire, etc.. carregando principalmente o
conhecimento em ervas, rezas e obtendo favores de almas com orações cristãs como Pai
Nosso, Credo e Ave Maria para resolução de problemas do dia a dia. Raramente esses últimos
apelam para o contato com os espíritos, como pode-se ver em um feitiço de São Cipriano,
Capa de Aço, onde a pessoa obtém um espírito familiar em uma igreja:
“A meia noite de sexta-feira bata três vezes na porta principal de uma igreja e
diga: