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Eletroeletrônica

Climatizadores
Climatizadores
ÍNDICE

Introdução 07

Histórico 08

Generalidades 11

O calor 12

A temperatura 15

A pressão 16

Estudo teórico dos gases 19

A refrigeração 20

Ciclo de funcionamento 22

Fluido refrigerante 25

Componentes do sistema 28

Compressor 28

Condensador 30

Filtro acumulador secador 33

Válvula de expansão 34

Evaporador 35

Pressostato de três níveis 37

Sensor de pressão linear 38

Termostato e pressostato anticongelamento 39

Central de comando auxiliar 40

Relé temporizador 42

Inter-relação com o sistema de injeção/ignição eletrônica 44

Funcionamento do condicionador 45

Operações com fluido refrigerante R-134a 47

Verificação do sistema com manômetros (R-134a) 55

Dicas importantes 59

Esquemas elétricos do ar-condicionado manual 64


Generalidades/Instrumentos de diagnose 75

História do ar-condicionado 77

Objetivo do ar-condicionado 79

Pressão e temperatura de ebulição 81

Refrigeração 82

Sistema de ar-condicionado automotivo 83

Conceitos do ar-condicionado e seus componentes 83

Localização dos componentes do sistema de A/C 83

Ciclo de A/C com válvula de expansão (TVX) 84

Ciclo de ar-condicionado com tubo de orifício(OT) 84

HVAC - Modo aquecimento 85

HVAC - Modo A/C 85

Aquecedor 85

Eletroventilador da caixa de ar 86

Ventilador de arrefecimento 86

Evaporador de placa 87

Condensador de ar 88

Compressor de ar 90

Compressor-componentes 90

Tipos de compressores 91

Compressor - mecanismo interno 91

Compressor - componentes internos 92

Deslocamento volumétrico 92

Compressor Delphi com deslocamento variável 93

Válvula de controle 94

Modulação do deslocamento volumétrico 95

Válvula TXV 96

Filtro secador 97

Tubo de orifício (OT) 99

Acumulador de sucção 99

Mangueiras e dutos de gás refrigerante 100

Muflas 101

Componentes de vedação 102


Dispositivos de proteção contra congelamento 103

Dispositivos de controle e proteção 104

Fluxograma de diagnose do sistema A/C 106

Diagnose do sistema de climatização 107

Objetivo 107

Análise da eficácia do sistema de ar-condicionado 107

Ineficiência do sistema de ar-condicionado 109

Controle das pressões do sistema de ar-condicionado 110

Conjunto condicionador de ar (caixa de ar do sistema

de funcionamento automático) 111

Diagnósticos 112

Rastreamento de falhas com manômetro 113

Verificar conjunto condicionador de ar (caixa do ar-condicionado) 121

Anexos 128

IT - Tubulação do compressor do ar-condicionado - novo 128

IT - Caixa de ar - novo posicionamento do termostato

anticongelamento 129

IT - Placa do circuito de comando do ar-condicionado - modificada 129

IT - Ar-condicionado - controle do volume de óleo do sistema 130

IT - Polia do compressor do ar-condicionado - nova operação

5040 A 32 131

IT - Análise do resistor e do eletroventilador da caixa de ar 132

IT - Condensador do ar-condicionado - aplicação de peças

anteriores 134

Análise do termostato anticongelamento - diagnose para

falha de campo 134

Tabela de torques de aperto - sistema de climatização -

aplicação: FIAT T.T. 137

Ficha de reparação 139

Caderno de exercícios 141


Climatizadores
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Introdução

Apresentamos aqui o Sistema de climatização, que equipa diversos veículos FIAT. Nesta apos-
tila não pretendemos esgotar totalmente o assunto, mas abordar os pontos principais para sua
compreensão, de forma que sirvam de embasamento para que você possa se aprofundar nos
temas. Procuramos tornar a leitura agradável, através de ilustrações que complementam o texto.
O objetivo é que você tire o máximo de proveito para seu aprimoramento profissional.

Então vamos lá!

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Histórico

O homem sempre buscou formas de adaptar-se às variações climáticas, ao frio ou ao calor ex-
cessivo que lhe causam desconforto.

Com os avanços tecnológicos, foram se desenvolvendo equipamentos e sistemas cada vez mais
eficazes no controle dos fatores que influem no condicionamento do ar.

Primeiro vieram sistemas mais simples de ventilação e aquecimento, depois foram desenvolvidos
sistemas de condicionamento de ar propriamente dito.

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Os construtores de automóveis também tiveram esta preocupação, e já em 1952 foi instalado o


primeiro sistema de condicionamento de ar em um veículo de fábrica.

Hoje em dia os veículos podem vir equipados com sistema de climatização, visando oferecer
maior conforto e bem-estar aos ocupantes, além de melhorar as condições de segurança da
direção.

Nos países tropicais como o nosso, de clima quente e úmido, sistemas de climatização equipan-
do os veículos são ainda mais necessários.

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Um sistema de climatização eficiente em um veículo deve controlar, além da temperatura, a velo-


cidade e a pureza do ar no habitáculo. Isto criará condições de conforto mais satisfatórias.

A. ar ambiente (impuro, úmido e quente)


B. condicionador de ar
C. ar-condicionado (mais puro, fresco, menos úmido e ventilado)

Nos países tropicais, uma temperatura em torno dos 23°C é considerada agradável.

Portanto, com o sistema estabilizado, a temperatura no interior do habitáculo não deve variar
mais que 2 ou 3°C por hora, para que o usuário não perceba a variação e venha intervir nos
comandos.

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Generalidades

A umidade relativa do ar permanece entre 15 e 30%, devido ao fato de não haver um mecanis-
mo de controle desta umidade.

Neste caso, é aconselhável que de tempos em tempos seja aberta a portinhola de recírculo do ar
para tornar o ambiente mais agradável. A velocidade do ar que circula no habitáculo também é
importante, pois reforça as trocas de calor. Porém, se a velocidade for mantida muito alta, pode-
rá produzir uma sensação de incômodo.

O organismo humano altera o ar à sua volta. Eleva a taxa de dióxido de carbono (CO2)e reduz
o percentual de oxigênio, aumentando a concentração de bactérias patogênicas e produzindo
odores. Por isso, é necessário renovar o ar do habitáculo. Um filtro antipólen equipa alguns siste-
mas, tornando mais puro o ar que entra no habitáculo.

Agora vejamos algumas importantes noções preliminares, que


facilitarão a compreensão dos sistemas de condicionamento de ar.

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O calor
Através do tato, as pessoas percebem as condições de temperatura. Quando tocamos um objeto
e dizemos que está “frio” ou “quente”, nos referimos a uma sensação térmica.

O calor é a forma de energia que se transfere de um corpo a outro, ou de uma parte deste a
outra, desde que ambos os corpos tenham temperaturas distintas.

De acordo com o 2º Princípio da Termodinâmica, o calor é transmitido espontaneamente de um


corpo com maior temperatura para outro com menor temperatura. O contrário só é possível com
a introdução de trabalho.

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As unidades de medida de calor mais usuais são a “caloria” e o “BTU” (British Thermal Unit /
Unidade Térmica Britânica). No sistema métrico, a unidade adotada é a caloria, que representa
a quantidade de calor necessária para aquecer 1°C (um grau Celsius), de 15,5 até 16,5°C, um
grama de água. O “BTU” é a unidade utilizada no Sistema Inglês de Unidades, e representa a
quantidade de calor necessária para variar de 1°F (um grau Fahrenheit), de 39,5 até 40,5°F,
uma libra de água.

O processo de transmissão de calor pode ocorrer de três formas. São elas: a condução, a con-
vecção e a irradiação.

A condução acontece nos corpos em estado sólido que apresentam temperaturas diferentes em
sua extensão. O calor se transfere de molécula a molécula até que todo o corpo esteja na mes-
ma temperatura.

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Nos fluidos, ou seja, líquidos e gases, o calor se transmite por convecção. Convecção é o
movimento que um fluido adquire quando há diferença de pressão entre partes desse fluido que
estejam a temperaturas diferentes.

Vejamos o exemplo de uma panela com água sendo aquecida por baixo. Nesse caso, uma
determinada parte do fluido, constituída por um grupo de moléculas que esteja mais próximo à
fonte de calor se aquece mais rapidamente; sua densidade se torna menor que a do restante da
água e por isso sobe. A porção de água que estava acima descerá, e o processo continua até
que toda a água se aqueça.

Outra forma de transmissão de calor é a radiação, que ocorre mesmo que não haja nenhum
meio material entre os corpos.

O corpo de maior temperatura irradia calor a outro, emitindo radiação térmica, que é um tipo
de onda eletromagnética que se propaga inclusive no vácuo. Assim é que o calor do sol aquece
a Terra.

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A temperatura
As moléculas de um corpo estão em constante movimento de vibração. Para que elas realizem
este movimento, é preciso que possuam uma forma de energia, chamada de energia cinética.

Quando se aumenta a temperatura, as moléculas passam a oscilar com maior energia. Se a


temperatura diminuir, também a energia será menor. Assim, temperatura é a medida da energia
cinética média das moléculas de um corpo.

O instrumento utilizado para medir a temperatura é o termômetro. O tipo mais comum é o termô-
metro clínico, constituído de um tubo de vidro muito fino ligado a um bulbo, com mercúrio. Na
parte externa está gravada uma escala graduada.

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A unidade de medida de temperatura mais usada em nosso país é o grau Celsius (°C), também
chamado centígrado. Nos países de língua inglesa utiliza-se o grau Fahrenheit (°F).

Existe uma correspondência entre essas unidades de medidas. Aqui trataremos das relações
entre as escalas Celsius e Fahrenheit, que são as mais comuns.

Ambas as escalas têm dois pontos fixos, que são as temperaturas em que a água passa do
estado sólido ao líquido (ponto de fusão) e do líquido ao gasoso (ponto de ebulição). O ponto
de fusão da água é zero grau na escala Celsius e 32 graus na escala Fahrenheit. O ponto de
ebulição da água é 100 °C e 212 °F, sob pressão atmosférica normal. Se a pressão variar, estas
temperaturas também variam.

A escala Celsius é dividida em cem partes iguais, cada uma correspondendo a um grau. Para
fazer a conversão de grau Celsius para Fahrenheit e vice-versa, basta usar as fórmulas:

°C = (°F - 32)
1,8

°F = (°C x 1,8)+32

A pressão
Chamamos de pressão a relação existente entre uma força aplicada perpendicularmente sobre
uma determinada área. Sendo assim, quanto maior for a área, menor será a pressão, se manti-
vermos a força constante.

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Temos várias unidades para medidas de pressão, e essas são as relações entre elas:
1 atm = 1 bar = 14,23 lb/pol2(psi) = 1 kgf/cm2 = 29,92 polHg = 760 mmHg

Dessas unidades, as mais utilizadas nas publicações sobre climatização são o “bar” e o “psi”.

Para medir a pressão, o instrumento usado é o manômetro.

A superfície da Terra está envolvida por uma camada de ar, chamada atmosfera, e esta também
está sujeita à ação da força da gravidade. Como o ar possui massa, conseqüentemente, ele
terá peso, e exercerá uma pressão sobre a superfície do planeta e todas as coisas aí existentes,
inclusive sobre nós.

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Essa pressão é chamada de pressão atmosférica, e varia de acordo com a altitude. No alto de
uma montanha, a pressão é menor que ao nível do mar, pois a coluna de ar acima da montanha
também é menor.

É comum ouvirmos os termos pressão absoluta, pressão atmosférica, depressão etc. Veja as
relações entre eles:

Pressão acima
da atmosférica

Manômetro normal
lê a diferença entre
a pressão absoluta e
Pressão absoluta atmosférica
superior à
atmosférica
Pressão atmosférica

O manômetro de vácuo
lê a diferença entre
a pressão atmosférica
O barômetro lê e absoluta
a pressão
atmosférica Pressão inferior à
atmosférica (depressão)

Pressão absoluta inferior


à atmosférica

Zero absoluto
(nível do mar)

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Estudo teórico dos gases


A pressão, a temperatura e o volume são as variáveis que controlam as transformações dos
gases. Dizemos que houve transformação quando pelo menos uma destas variáveis mudou de
valor.

Essas transformações obedecem à equação geral dos gases:

(P1.V1) = (P2.V2)
T1 T2

Onde P é a pressão, V é o volume e T é a temperatura.

As transformações nas quais o volume não se altera, são chamadas de isométricas. Nesse caso,
para cada pressão, existe uma determinada temperatura. Quando se eleva a pressão, a tempe-
ratura também se eleva.

G H Diagrama pressão-temperatura para


Fase líquida uma substância de comportamento
Linh

Ponto crítico
semelhante ao da água.
a de
fu sã

o
açã
o

riz
Pressão

o
E vap F
de
a
nh
Fase sólida Li
Fase gasosa

C D
Ponto triplo
A B
de o
ha çã
Lin lima
b
su
Temperatura

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A refrigeração
Geralmente a temperatura no interior do veículo é mais alta que a externa. O conjunto de con-
dicionamento do ar atua retirando calor do habitáculo do veículo para transferi-lo ao ambiente
externo.

Assim como todos os outros sistemas refrigerantes, trabalha removendo o calor do ar que passa
sobre os tubos e aletas da unidade de evaporação. À medida que o calor é retirado, é provoca-
da uma queda gradual da temperatura no interior do veículo.

Mesmo após as temperaturas do interior e do exterior se igualarem, o ar-condicionado continua-


rá retirando calor do habitáculo para manter uma temperatura confortável. Isso só é possível com
a realização de trabalho.

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Para que você entenda melhor o funcionamento de um sistema de condicionamento de ar, é


importante observar dois fenômenos básicos:

- quando um líquido se evapora, passando ao estado gasoso, absorve calor do ambiente

- quando um vapor se condensa, passando ao estado líquido, libera calor para o ambiente

O sistema de condicionamento de ar utiliza um fluido refrigerante para realizar as trocas de


calor. O refrigerante atua como agente transportador de energia térmica de um corpo a outro.

Em um sistema de condicionamento de ar, existem duas pressões distintas para controlar a trans-
ferência de calor. À pressão alta corresponde temperatura alta e à pressão baixa corresponde
temperatura baixa.

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Ciclo de funcionamento
O sistema funciona de modo inverso ao ciclo de Carnot.

No início do século passado, um engenheiro francês chamado Sadi Carnot desenvolveu uma
teoria sobre o fluxo de energia das máquinas térmicas. O ciclo reversível que ele apresentou
ganhou o mesmo nome e funciona da seguinte maneira:

Fonte quente
Trabalho

Trabalho

Fonte fria Fonte fria

Fonte quente

No início da fase de expansão, o gás recebe calor (Q1) de uma fonte quente, que está a uma
temperatura T1. O volume começa a aumentar.

Q1

T1

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Continuando a fase de expansão, retira-se a fonte quente. O gás passa a se expandir sem trocar
calor com o exterior (adiabaticamente). A pressão cai e a temperatura também, até chegar à
temperatura da fonte fria (T2), quando cessa a expansão.

Neste ponto, o êmbolo começa a voltar. Utiliza-se a fonte fria para retirar calor do sistema, então
o sistema cede calor (Q2).

T2 Q2

Continuando a volta do êmbolo, retira-se a fonte fria. O gás passa a se contrair adiabaticamen-
te, por isso se aquece, até chegar novamente à temperatura T1, quando o ciclo recomeça.

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No sistema de condicionamento de ar o ciclo ocorre da seguinte maneira:

P
3
Q1 4

1
2 Q2

1-4. Início da compressão do fluido refrigerante em estado gasoso, provocando um rápido


aumento da temperatura e da pressão do mesmo, através do compressor

4-3. Continuação da compressão, o fluido cede calor (Q1) ao exterior, através do condensador

3-2. Início da fase de expansão rápida, através da válvula de expansão

2-1. Continuação da expansão. Para que a temperatura seja mantida constante, o fluido
absorve calor (Q2) do interior do habitáculo, através do evaporador.

Com o fluido percorrendo esse ciclo, o sistema pode absorver calor com baixa temperatura e
restituí-lo com uma temperatura alta. Utilizando uma certa força de trabalho, consegue passar o
calor de um corpo frio (interior do habitáculo) para outro mais quente (exterior).

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Fluido refrigerante
Para serem usados em circuitos de condicionamento de ar, os fluidos refrigerantes devem ter
baixo ponto de ebulição, passando ao estado gasoso com temperatura baixa, e baixo ponto
de congelamento para evitar a solidificação. Deve ainda absorver muito calor com pequena
quantidade de refrigerante e possuir baixa temperatura crítica (acima da qual o gás não pode
ser liquefeito, independentemente da pressão). Esta não pode ser atingida durante o ciclo.

Além disso o fluido não deve ser explosivo, inflamável, tóxico, nocivo, oxidante nem corrosivo.

O fluido ideal em termos de estabilidade, miscível* com lubrificantes e inerte à maior parte dos
metais é o diclorodifluormetano (CCl2F2), também chamado R-12 ou Freon 12.

• miscibilidade: é a capacidade do lubrificante e fluido refrigerante se misturarem. É um fator


muito importante para o retorno do óleo lubrificante ao compressor.

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Esse refrigerante era amplamente usado nos sistemas de condicionamento de ar. Hoje em dia,
porém, sabe-se que o Freon 12 e os outros clorofluorcarbonetos (CFC) são prejudiciais à camada
de ozônio que protege a Terra das radiações ultravioletas.

Devido a esse problema os produtores de fluidos refrigerantes estão substituindo os compostos


que contêm CFC pelos hidrofluorcarbonetos (HFC), que são inofensivos à camada de ozônio.

Nos sistemas mais recentes de condicionamento de ar para veículos, o fluido mais usado é o
tetrafluoretano, chamado de R-134a.

Lembre-se que nos sistemas em que se usa Freon 12 não se pode usar o R-134a. Assim, os com-
ponentes dos dois sistemas não são intercambiáveis.

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A pressão e a temperatura de trabalho do R-134a são maiores. Por isso o condensador não
será o mesmo, a válvula de expansão terá outra calibragem e o óleo de lubrificação do compres-
sor terá uma especificação diferente.
T.(°C)
60 B
50
40 R 134 a ■

20

0
R 134 a ●
-20
-26 A
-40

-60

-80
-10 2 4 6 8 10 12 14 16
C P.(bar)

Diagrama do estado líquido-gasoso em função da temperatura e da pressão.

R 134a no estado gasoso

R 134a no estado líquido

Existem equipamentos próprios para efetuar a carga e descarga dos sistemas de climatização
que contêm o R-134a. Atualmente utiliza-se o Ecotechnnics ECK 3000.

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Componentes do sistema

Agora estudaremos os principais componentes que fazem parte do sistema de condicionamento


de ar:

Compressor
É o principal componente do sistema. Tem a função de receber o fluido refrigerante em estado
gasoso e comprimi-lo, aumentando rapidamente sua pressão e temperatura para enviá-lo ao
condensador, sob a forma gasosa.

É escolhido com base na capacidade, cilindrada e no número de rotações. A relação entre a


capacidade do compressor e a calibragem da válvula de expansão deve ser tal que mantenha
as pressões equilibradas...

...não permitindo pressões muito altas no circuito de alta pressão nem pressões muito baixas no
circuito de baixa pressão.

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O compressor é acoplado ao motor por meio de uma correia, que liga a polia do eixo de mani-
velas à polia da embreagem de engate eletromagnético, que é montado no eixo do compressor.

Quando o compressor está funcionando, o movimento do pistão na fase de aspiração abre as


válvulas de sucção tipo palheta e o fluido em estado gasoso é sugado continuamente, passando
através do evaporador. Assim, é mantida a pressão baixa neste lado do sistema.

Na fase de compressão, o fluido é comprimido e são abertas as válvulas de descarga.

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A compressão provoca aumento de temperatura e, conseqüentemente, o aumento da pressão,


mantendo a pressão alta neste lado do sistema.

Uma dica: com um simples toque podemos detectar qual é a saída de alta e qual a de baixa
pressão. A tubulação de alta pressão fica muito mais quente que a de baixa pressão.

Condensador
É um trocador de calor, montado na frente do radiador, na parte frontal do veículo.

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Sua função é fazer com que o refrigerante em estado gasoso passe ao estado líquido a uma
temperatura aproximada de 60°C, cedendo calor para o exterior.

É composto por tubos de cobre ou alumínio formando serpentinas, com aletas de alumínio para
aumentar a superfície de troca de calor.

10 a 20 bar 10 a 20 bar
80 a 100°C 50 a 60°C

As aletas do condensador são refrigeradas pelo fluxo do ar gerado quando o veículo está em
movimento, ou pelo eletroventilador do radiador, se o veículo estiver parado ou em um conges-
tionamento.

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Uma troca térmica insuficiente no condensador poderá causar aumento na pressão do sistema,
além da condensação incompleta do fluido. Se o fluido estiver com temperatura e pressão supe-
riores às de condensação, tenderá a sair antes de estar totalmente líquido.

A fim de evitar que isso ocorra, o eletroventilador é acionado pelo 2º nível do pressostato de três
níveis. Assim, a temperatura do fluido diminui e, conseqüentemente, sua pressão também.

Caso o fluido chegue à válvula de expansão ainda no estado gasoso, haverá redução da ca-
pacidade de refrigeração do sistema. Por este motivo, deve-se manter as aletas do condensador
sempre limpas e sem deformações, para conseguir eficiência máxima.

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Filtro acumulador secador


Tem três diferentes funções. A primeira é acumular uma grande parte do fluido refrigerante utili-
zado no abastecimento do sistema, funcionando como um tanque de reserva.

Também atua como secador, pois tem em seu interior sílica gel para sistemas com Freon 12 ou
Zeolite para sistemas com R-134a, que absorvem as partículas de água, evitando que congelem
na entrada da válvula de expansão, o que prejudicaria o funcionamento do sistema.

Eventuais partículas sólidas contidas no sistema são retiradas pelas camadas filtrantes. No topo
do filtro há um visor, para inspeção do estado do refrigerante do sistema. O filtro acumulador
secador pode ser montado antes ou depois do evaporador. Se for montado após o evaporador,
o mesmo funcionará apenas como filtro e secador.

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Válvula de expansão
É montada na entrada do evaporador e regula o fluxo e a expansão do fluido, provocando uma
pulverização parcial e uma forte queda em sua pressão e temperatura, antes que entre no evapo-
rador.

do evaporador saída do fluido

para o evaporador entrada do fluido

O compressor é acoplado ao motor térmico, que sofre variações constantes nas suas rotações.
Por isso, a válvula necessita de uma regulagem automática da vazão do fluido que vai para o
evaporador, para que estabilize o sistema contra essas variações.

Nos sistemas que utilizam o fluido R-12, a regulagem é feita por um tubo capilar ligado à válvula
e com a extremidade ligada nas proximidades do evaporador; e nos que usam o R-134a, por
um bulbo sensível, o qual monitora a temperatura da tubulação de retorno do evaporador. Estes
elementos percebem variações na temperatura e controlam a abertura da válvula, aumentando
ou diminuindo a vazão do fluido.

entrada (alta pressão)

tubo capilar

saída (baixa pressão)


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Há, em alguns veículos, sistemas condicionadores que utilizam no lugar da válvula de expansão
o tubo expansor.

O tubo expansor possui a mesma função da válvula, porém não é sensível às variações de tem-
peratura do evaporador. Portanto, sua vazão é fixa.

Evaporador
Está localizado na caixa de ar, com o eletroventilador de climatização. Ambos fazem parte do
chamado grupo condicionador, junto com os comandos para regulagem do sistema.

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É o segundo trocador de calor do sistema, composto de tubos de cobre em forma de serpentinas


e aletas de alumínio para aumentar a área de troca de calor. Está ligado à válvula de expansão,
por meio dos tubos de entrada e saída.

2,5 a 3 bar
-10 a -15ºC

2,5 a 3 bar
6 a 12ºC

O eletroventilador aspira o ar do habitáculo ou o externo e sopra esse ar em direção às aletas


do evaporador. No evaporador estará circulando o fluido refrigerante, com uma temperatura
mais baixa que a do ar aspirado.

O fluido se aquece e passa do estado líquido ao gasoso, com temperatura entre 6 e 12°C. As-
sim, o ar aspirado cede calor ao evaporador, tornando-se mais frio, além de perder umidade.

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Essa umidade torna-se líquida em contato com as aletas frias do evaporador, escoa para o fundo
da caixa de ar e é levada para fora do veículo através de uma mangueira.

Pressostato de três níveis


Está localizado junto ao filtro secador, na linha de alta pressão. Tem a função de proteger o
compressor e manter as pressões dentro da faixa de trabalho.

Contato A: corresponde ao 2º nível 1 2 3 4


B
A
Contato B: corresponde ao 1º e 3º níveis

Assim atuam os contatos:

1º nível - se a pressão do fluido, no lado de alta pressão, cair a um valor abaixo de 2,5 bar
(35,6 psi) aproximadamente, o contato desliga a bobina eletromagnética do compressor. Isso
pode acontecer em caso de vazamentos ou se a temperatura externa estiver abaixo de 10°C.
Nesse caso não haveria a evaporação do fluido.

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Climatizadores

2º nível - fecha o contato ligando o eletroventilador para resfriar o condensador quando a pres-
são atinge 15 bar (213,5 psi) aproximadamente. Ocorre quando o fluxo de ar é insuficiente,
com o veículo parado ou em congestionamento, tornando necessária a ventilação forçada para
o fluido se condensar.

3º nível - se a pressão do fluido, no lado de alta pressão, subir a um valor acima de 25 bar
(356 psi) aproximadamente, mesmo com o eletroventilador ligado ou em caso de defeito deste,
a embreagem eletromagnética do compressor é desligada.

Sensor de pressão linear

Atua como o pressostato, porém, em vez de abrir


e fechar contatos, o sensor envia sinais elétricos
lineares para ECM, e esta por sua vez comanda o
acionamento do eletroventilador e da embreagem
eletromagnética do compressor, proporcionando a
mesma lógica de funcionamento que o pressostato.

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Climatizadores

Termostato e pressostato anticongelamento


Em alguns veículos, como o Palio e o Ducato, o sistema condicionador de ar utiliza um termosta-
to anticongelamento. Nesse caso o termostato é fixado na saída do evaporador, na caixa de ar.

O termostato tem a função de desligar a embreagem eletromagnética do compressor, através


da abertura de seu contato quando a temperatura no evaporador estiver muito baixa, a fim de
evitar que a umidade condensada nas aletas do evaporador se congele, obstruindo a passagem
do ar para o habitáculo. Um capilar ou um sensor eletrônico é ligado ao termostato e inserido no
evaporador para sentir as variações de temperatura.

Para o Palio, a temperatura para a qual o contato abre é de aproximadamente 3,5°C, o que cor-
responde a uma pressão próxima de 1,72 bar. Com o compressor desligado, o fluxo do fluido
pára e o evaporador cessa o resfriamento. Então, a temperatura sobe e o contato volta a fechar
quando os valores atingirem 5°C (3,17 bar ou 45,2 psi) aproximadamente.

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Climatizadores

Há veículos, como o Tempra por exemplo, que utilizam pressostato anticongelamento no sistema.
Este é instalado na linha de baixa pressão, na saída do evaporador, e ligado eletricamente em
série com o 1º e 3º níveis do pressostato de 3 níveis. Se a temperatura do fluido ficar próxima à
de formação de névoa, o pressostato abre seu contato e interrompe a alimentação da embrea-
gem eletromagnética do compressor, cortando o ciclo por alguns instantes.

Central de comando auxiliar


Cabe ao usuário controlar a climatização do veículo. Através de seus comandos, inicia ou cessa
o funcionamento do compressor. Porém, ativar o eletroventilador para resfriar o condensador e
inserir a embreagem eletromagnética do compressor em algumas situações típicas do sistema,
não dependem do usuário. Um sistema auxiliar controla estas funções em alguns veículos. A
escolha da central é feita de acordo com a motorização do veículo.

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Climatizadores

Alguns componentes do sistema de climatização com relação às funções de comando da central:

A. Eletroventilador de resfriamento do condensador

B. Compressor

C. Central de comando auxiliar

D. Pressostato de três níveis

E. Interruptor termostático

F. Termostato/pressostato

Em geral se compõem de 2 fusíveis de proteção e 4 relés. Um dos relés serve para inserir a pri-
meira velocidade do eletroventilador do condensador. Outro para inserir a segunda velocidade
do eletroventilador do condensador. Um terceiro irá acionar a embreagem eletromagnética do
compressor. Há ainda um relé temporizador que retarda o acionamento da segunda velocidade
do eletroventilador do condensador.

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Climatizadores

NOTA: em alguns veículos, existe também um outro relé auxiliar que também atua no acionamen-
to da embreagem eletromagnética do compressor.

Nos veículos Palio estas funções são controladas por quatro relés, instalados em um suporte no
vão do motor, que realizam as mesmas funções citadas acima.

Relé temporizador
Tem função de comandar o funcionamento do eletroventilador do condensador.

O comando do relé temporizador é feito pelo contato “A” do pressostato de três níveis, que
corresponde ao 2º nível.

Quando a pressão do fluido chegar a valores entre 14 e 16 bar (199 a 228 psi) na saída do
condensador, o contato do 2º nível do pressostato de 3 níveis se fecha, e energiza com um sinal
de massa o relé temporizador através do terminal “P”.

42
Climatizadores

O relé envia o sinal pelo terminal “30” à bobina do relé da primeira velocidade do eletroventila-
dor do condensador, colocando-o em funcionamento.

Caso a pressão do fluido não caia a 12 bar (171 psi) após 8 a 12 segundos, o relé envia um
sinal pelo terminal “86”, que vai à bobina do relé da segunda velocidade do eletroventilador,
colocando-o em funcionamento.

Logo que a pressão do fluido cai a 12 bar (171 psi) aproximadamente, o segundo nível do pres-
sostato de 3 níveis se abre, desenergizando o relé temporizador, que após 0,01 a 1 segundo
desenergiza o eletroventilador.

v
P

30 I

86 II
8÷12 s
t1 t2 0,01÷ 1 s

v
P 85 87 85
87
86 30 30 P 86

43
Climatizadores

Inter-relação com injeção/ignição eletrônica

Quando o condicionador de ar é colocado em funcionamento, o motor perde potência, diminuin-


do o número de rotações, principalmente em marcha lenta, devido à entrada do compressor no
sistema.

A central de injeção/ignição recebe um sinal informando que o condicionador foi ativado e faz
aumentar o número de rotações em marcha lenta, antes que o compressor seja inserido. No caso
de aumento na demanda de potência do motor, ou queda de rotações de marcha lenta abaixo
de um limite, a central atua interrompendo o funcionamento do compressor.

44
Climatizadores

Funcionamento do condicionador

Aqui descreveremos o funcionamento do condicionador do Palio, que utiliza o fluido refrigerante


R-134a. Iniciando o ciclo, o compressor abre as válvulas de sucção e aspira o fluido em estado
gasoso para o interior do cilindro. Então as válvulas se fecham e é iniciada a compressão.

Quando comprimido, o fluido sofre um rápido aumento de pressão e temperatura, que chega a
cerca de 80 a 100°C. As válvulas de descarga se abrem e o fluido é impulsionado para dentro
do condensador, com pressão e temperatura altas. Ali será resfriado, até aproximadamente
60°C, passando ao estado líquido e cedendo calor para o ambiente.

11

c
14
9

10

8
6
13
5

12 7

2 1

a b

Circuito de baixa pressão

Circuito de alta pressão

a) Fluxo de ar dinâmico que atravessa a grade dianteira e passa nas aletas do condensador e
do radiador quando o veículo está em movimento.
b) Fluxo de ar criado pelo eletroventilador (5) quando o veículo está parado ou em movimento
num congestionamento.
c) Fluxo de ar criado pelo eletroventilador (11) que passa nas aletas do evaporador.

45
Climatizadores

1. Compressor
2. Polia com a bobina eletromagnética
3. Tubulação de ligação do compressor ao condensador
4. Condensador
5. Eletroventilador de arrefecimento do radiador e do condensador
6. Tubulação de ligação do condensador ao filtro secador
7. Filtro secador
8. Tubulação de ligação do filtro secador ao evaporador
9. Válvula de expansão
10. Evaporador
11. Eletroventilador do evaporador (na caixa de ar)
12. Tubulação de ligação do evaporador ao compressor
13. Pressostato de 3 níveis
14. Termostato anticongelamento

Na saída do condensador o fluido passa pelo filtro acumulador secador, onde é desumidificado
e filtrado. Após ser liquefeito e comprimido, vai até a válvula de expansão. Esta irá regular a ex-
pansão do fluido, provocando queda de pressão e temperatura, que chega até -15°C. O fluido
então entra no evaporador, que estará sendo atravessado pelo fluxo de ar que vem do interior
do habitáculo (ou externo), enviado pelo eletroventilador do evaporador. O fluido absorve calor
desse fluxo de ar, aquecendo-se até uma temperatura entre 6 a 12°C, quando então se evapora.
O ar cedeu calor ao fluido, tornando-se mais frio. Além disso, se condensa em contato com as
aletas do evaporador, perdendo umidade. Agora o fluido que sai do evaporador, frio e a baixa
pressão, vai ser aspirado pelo compressor. Então, começa um novo ciclo.

46
Climatizadores

Operações com fluido refrigerante R-134a

Quando necessário fazer a descarga do fluido R-134a (procedimento de absorção e purifica-


ção), deve-se desapertar os tampões das válvulas de serviço de engate rápido e conectar nestas
válvulas as mangueiras de alta pressão (high) e baixa pressão (low).

Então comece o procedimento de descarga, de acordo com as instruções do manual de utiliza-


ção do equipamento próprio, o CLEANER 134.

Respeite as normas de segurança, trabalhando longe do fogo e em local arejado. Use luvas de
couro, uma vez que o fluido chega a -26,5°C e pode causar queimaduras. Proteja os olhos e
utilize somente equipamento de descarga apropriado.

47
Climatizadores

Antes de recarregar o sistema ou após a manutenção, deve ser feito o procedimento de vácuo.
Conecte as mangueiras de alta e baixa pressão nas respectivas válvulas de engate rápido e
inicie o procedimento, seguindo as instruções do manual de utilização do equipamento. Depois
do procedimento de vácuo, recarregue o sistema com fluido R-134a, na quantidade prevista nos
“Dados Técnicos do Veículo” e seguindo as instruções do manual.

Ao manusear os bujões de metal contendo R-134a, é necessário ter alguns cuidados. Não expo-
nha os bujões ao sol por muito tempo, para não aumentar a pressão interna.

Não vire o bujão para transferir fluido. Se nos meses frios for difícil passá-lo do bujão para a
estação de carga, por causa de sua baixa pressão, leve-o a um local aquecido a 35°C no máxi-
mo, por 20 minutos. Nunca use fogo.

Para procurar vazamentos no sistema, coloque uma carga de aproximadamente 200 g de


R 134a. Usando o aparelho caça-fugas (nº A-60205/1), siga o circuito das mangueiras, tubu-
lações e conexões do sistema. Após localizar o ponto de vazamento, descarregue o fluido e
corrija o problema. Também é possível verificar se há vazamentos pelo procedimento de vácuo.
Depois do procedimento, desligue as chaves de controle e feche todos os registros. Apenas serão
usados os manômetros de alta e baixa pressão.

48
Climatizadores

Nessa condição, os manômetros devem marcar um valor constante de depressão. Se a pressão


estiver aumentando, existe vazamento. Verifique cuidadosamente o sistema para localizar o local
de vazamento.

Quando a descarga é feita com o CLEANER 134, o óleo vai para o recipiente específico (A) e
será escoado pelo registro (B), do próprio equipamento. Complete o sistema com a quantidade
de óleo retirada do veículo usando a bomba de recuperação de óleo que o acompanha.

Se for necessário substituir os componentes do sistema, acrescente as quantidades de óleo reco-


mendadas para cada componente substituído.

Componente Quantidade
Filtro secador 15 cm3 (ml)
Tubulações 5 cm3/m (ml/m)
Evaporador 40 cm3 (ml)
Condensador 40 cm3 (ml)

49
Climatizadores

Para substituir o compressor, que já vem com a quantidade de óleo necessária, remova a mesma
quantidade que ficou no sistema. Recupere o óleo retirado em um recipiente adequado (A). Colo-
que o óleo do novo compressor em outro recipiente (B).

Coloque no compressor novo a mesma quantidade retirada do velho.

Depois monte o compressor no veículo.

Se o óleo extraído do compressor substituído não chegar a 70 ml, coloque no compressor novo
50 ml de óleo e instale-o no veículo. Faça os procedimentos de vácuo e recarga. Depois coloque
o veículo para funcionar entre 800 e 1200 rpm com o compressor ligado.

Então, descarregue o fluido, retire o compressor e verifique a quantidade do óleo. Se necessá-


rio, completar o óleo conforme tabela ao lado. Refazer os procedimentos de vácuo e recarga de
sistema.

Quantidade coletada Quantidade a colocar


mais de 70 ml 70 ml
menos de 70 ml 90 ml

50
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Caso necessite fazer uma descarga rápida do sistema, complete com 50 ml de óleo. Este proce-
dimento é feito em caso de quebras acidentais, quando fica impossível saber a exata quantidade
de óleo vazado.

O sistema deve ser lavado cuidadosamente, em caso de danos, quebra do compressor ou outros
componentes, ou ainda se as tubulações ficarem abertas por mais de 6 horas durante uma revi-
são.

Usando o CLEANER 134, abasteça o sistema com a quantidade de fluido indicada para recarga
pelo lado de alta pressão. Depois, faça sua recuperação, carregue-o novamente com o fluido e
recupere-o como foi feito anteriormente.

51
Climatizadores

Após a lavagem, substitua o filtro secador e faça os procedimentos de vácuo e recarga do siste-
ma.

Para controlar as pressões do condicionador, use a estação de recarga, com o veículo ligado
com rotação em torno de 1500 rpm e temperatura externa entre 20 e 28°C.

O manômetro do circuito de baixa pressão deverá indicar de 1,5 a 3,0 bar (21 a 43 psi) e o
manômetro de alta pressão, deverá indicar de 11 a 16 bar (156 a 228 psi).

O eletroventilador do radiador/condensador é ativado com pressão próxima a 16 bar (228 psi)


e desativado a aproximadamente 11 bar (156 psi). Quando utilizar o CLEANER 134, deve-se
tomar algumas precauções de segurança.

1º. Para introduzir o fluido no CLEANER não vire o bujão, para que o aparelho não aspire fluido
em estado líquido. Em casos extremos poderá ocorrer “calço hidráulico” no compressor.

52
Climatizadores

2º. Antes dos procedimentos de absorção e purificação (descarga) deixe o veículo funcionar por
mais ou menos 10 minutos, para aquecer o vão do motor. Assim, a temperatura das tubulações
também aumentará, o que proporcionará um aumento da pressão do fluido refrigerante, favore-
cendo a absorção do mesmo, devido ao aumento da diferença de pressão.

3º - A operação de “limpeza e substituição dos filtros” deve ser realizada antes e depois da
operação de “absorção e purificação”, assim como o esvaziamento do recipiente recuperador
de óleo.

4º. Observe a relação entre pressão e quantidade de fluido R-134a existente no cilindro dosa-
dor. Essa quantidade é indicada numa escala inscrita no cilindro, em que cada valor correspon-
de a uma determinada pressão, dada no manômetro.

manômetro

escala

cilindro dosador

53
Climatizadores

5º. Atuando no termostato do cilindro, selecione a temperatura que forneça a pressão desejada,
usando como referência as escalas de pressão e temperatura dos manômetros do CLEANER.

No caso de sistemas que utilizam o gás R-12, lembre-se que os procedimentos de descarga,
vácuo e recarga são específicos.

54
Climatizadores

Verificação do sistema com manômetros (R-134a)

Sistemas de condicionamento que utilizam o fluido R-134a poderão ser verificados por meio do
uso de manômetros, a fim de detectar problemas ou falhas. Para iniciar a verificação, o veículo
deverá estar ligado e dentro das condições previstas para o rastreamento com manômetros.

Com funcionamento normal e compressor desligado por longo tempo, ambos os manômetros
deverão marcar entre 5 e 6 bar (71 a 85 psi). Com o compressor ligado, o manômetro de baixa
pressão deverá marcar 1,5 a 3 bar (21 a 43 psi) e o de alta pressão deverá indicar 11 a 16
bar (156 a 228 psi).

Quando entra umidade, por causa de saturação do dessecante do filtro secador, o sistema
interrompe o ciclo e depois volta a funcionar. O manômetro de baixa pressão indica vácuo e, às
vezes, pressão normal.

55
Climatizadores

Caso falte fluido refrigerante, os dois manômetros marcarão pressão baixa e aparecerão bolhas
no visor do filtro secador.

Quando houver pouca circulação do fluido, o resfriamento ficará deficiente. Os manômetros


marcarão pressão abaixo do normal e poderá ser visto gelo ou condensação próxima ao filtro
secador ou na válvula de expansão.

Com ausência de circulação do refrigerante, o sistema não refrigera na maioria dos casos. O
manômetro do lado de baixa pressão indica vácuo e o do lado de alta marca pressão muito
baixa. Pode-se ver condensação ou gelo antes ou depois do filtro secador ou da válvula de
expansão.

56
Climatizadores

Com excesso de fluido ou deficiência na troca de calor com o condensador, o sistema não
refrigera normalmente. Os dois manômetros indicam pressão muito alta e, com baixa rotação do
motor, não se vêem bolhas de ar no visor do filtro secador.

Com presença de ar no sistema, os dois manômetros indicam pressão muito alta, os tubos do
lado de baixa pressão se aquecem e aparecem bolhas no visor do filtro secador.

Se a válvula de expansão estiver montada de maneira incorreta ou se o tubo expansor apresen-


tar defeito, irá aparecer gelo ou condensação sobre os tubos de baixa pressão e os dois manô-
metros marcarão uma pressão muito alta.

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Climatizadores

Quando há deficiência no compressor, o sistema não refrigera. O manômetro de baixa acusa


pressão muito alta e o manômetro de alta pressão acusa pressão muito baixa.

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Climatizadores

Dicas importantes

Dicas importantes para utilização do aparelho de descarga/carga de fluido refrige-


rante cleaner 134

1. Na operação “aspiração do recipiente”, nunca vire o bujão do fluido refrigerante para


introduzi-lo no CLEANER, pois o fluido poderia ser absorvido no estado líquido e danificar o
compressor interno do CLEANER.

2. Antes da operação “absorção e purificação” em um veículo, caso a temperatura ambiente


esteja baixa, deixe o veículo funcionar em regime de marcha lenta por aproximadamente 10
minutos. Assim, a temperatura do vão motor ficará mais elevada, elevando também a temperatu-
ra e a pressão da instalação do sistema de condicionamento do ar. Este aumento de pressão irá
facilitar o fluxo de fluido refrigerante do veículo para o CLEANER (maior diferença de pressão),
diminuindo o tempo da operação.

3. Escoe todo o óleo existente no reservatório do CLEANER. Desta maneira, após a realização
da operação, ficará armazenado no reservatório de óleo do CLEANER, apenas o óleo retirado
do veículo, cuja quantidade deverá ser recolocada no veículo antes do procedimento “abasteci-
mento do aparelho”.

59
Climatizadores

Obs.: para retirar o óleo do reservatório do CLEANER, deve-se despressurizar o aparelho. Para
isto, realize a operação “absorção e purificação” com os registros das mangueiras de alta e
baixa pressão fechados, até que os manômetros indiquem uma pressão em torno de 0 bar, o que
é confirmado com o desligamento do compressor do aparelho.

Observe a relação entre a pressão e a quantidade de fluido no cilindro dosador, controlando


o termostato do CLEANER, para se obter a pressão desejada e realizar uma leitura correta da
quantidade de fluido do cilindro dosador. Para saber qual o valor da temperatura a ajustar no
termostato, basta verificar na escala do cilindro dosador qual valor de pressão é associado ao
mesmo e, em seguida, utilizar os manômetros, do CLEANER para relacionar a temperatura ne-
cessária para se obter a referida pressão. Logo depois, atuar no termostato colocando a tempe-
ratura desejada;

4. Após a operação “absorção e purificação” no veículo, realize o procedimento “vácuo no


aparelho”, por cerca de 30 minutos. Este procedimento somente poderá ser realizado se o siste-
ma estiver despressurizado (manômetros com indicação em torno de 0 bar). Se o sistema estiver
pressurizado, realize o procedimento de despressurização, através da operação “absorção e
purificação”, com os registros das mangueiras de alta e baixa pressão fechados, até que os
manômetros indiquem uma pressão em torno de 0 bar, o que se percebe com o desligamento do
compressor do aparelho.

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Climatizadores

Após medir a quantidade de óleo retirada, retorne o óleo retirado do sistema através do apare-
lho injetor de óleo. Para isto, realize o procedimento de “vácuo no aparelho”. Em seguida, abra
lentamente o registro “OIL” do injetor de óleo até que seja enviada uma quantidade de óleo
correspondente à retirada na operação “absorção e purificação”. Depois, feche o registro “OIL”
do injetor de óleo. Lembre-se que o óleo recolocado deverá ser novo.

Em seguida, realize o procedimento de “abastecimento do aparelho”, colocando no veículo a


quantidade de fluido refrigerante prescrita.

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5. Quando a quantidade de refrigerante absorvida for importante para análises e diagnósticos,


realize a operação “substituição dos filtros”, antes da operação “absorção e purificação”, ano-
tando após a mesma a quantidade de fluido existente dentro do cilindro dosador (filtros vazios).
Em seguida, realize a operação “absorção e purificação” (filtros retêm o fluido refrigerante) e
depois novamente a operação “substituição dos filtros” (filtros vazios). Após esta última opera-
ção, meça a quantidade de fluido existente no cilindro dosador. A quantidade real de fluido
existente no veículo será a diferença entre as duas medidas realizadas anteriormente, com os
filtros vazios.

Quantidade real = medida após 2ª substituição - medida após 1ª substituição dos filtros

6. Para abastecer o injetor de óleo, realize o seguinte procedimento:

a) Despressurize o injetor de óleo.

Realize a operação “absorção e purificação”, com os registros das mangueiras de alta e baixa
pressão fechados. Abra lentamente o registro “REF” do injetor de óleo, até que seu manômetro
indique uma pressão em torno de 3 bar;

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b) Abasteça, com óleo, o injetor de óleo.

Com as mangueiras do CLEANER desconectadas, realize a operação de “vácuo no aparelho”.


Terminada a operação, conecte uma das extremidades da mangueira de sucção de óleo na par-
te superior do injetor de óleo, e a outra num recipiente com o óleo a ser abastecido. Em seguida,
abra lentamente o registro “REF” do injetor de óleo. Terminada a operação, retire a mangueira
de sucção e feche bem o recipiente de óleo.

c) Pressurize o injetor de óleo.

Realize a operação “abastecimento do aparelho”, com os registros das mangueiras de alta e


baixa pressão fechados, até que o manômetro indicador de alta pressão indique uma pressão
de aproximadamente 10 bar. Abra lentamente o registro “OIL” do injetor de óleo, até que seu
manômetro indique uma pressão em torno de 7 bar. Terminada a operação, feche o registro
“OIL” do injetor de óleo.

Operações do aparelho

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Esquemas elétricos do ar-condicionado manual

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Generalidades/Instrumentos de diagnose
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História do ar-condicionado

Um dos mais importantes elementos da chamada vida moderna, com mais de um centenário:
o ar-condicionado. A invenção, que revolucionou o conceito de conforto ambiental, ao longo
desses cem primeiros anos incorporou e continua incorporando inúmeras inovações tecnológicas
e de aplicações e se projeta para fazer cada vez mais parte da vida das pessoas em todos os
continentes.

A invenção do ar-condicionado tem um aspecto inusitado. Em 1902, o jovem engenheiro Willis


Carrier, então com 25 anos, analisando os problemas específicos de uma indústria gráfica de
Nova York, em seus processos de impressão, inventou um processo mecânico para condiciona-
mento de ar. A gráfica constantemente enfrentava problemas com a variação da qualidade de
impressão nos dias quentes, em função da absorção de umidade pelo papel. Mais tarde, o in-
vento se tornaria precursor de toda a indústria da climatização e controle do conforto ambiental.

Segundo dados do Ashrae Journal, de janeiro de 1993, o invento tornou-se público em 1904
na St. Louis Worldsfair. Na esteira do sucesso alcançado pelo engenheiro Carrier na solução do
problema da gráfica, outras indústrias que também necessitavam controlar as condições ambien-
tais apostaram na idéia, notadamente a indústria têxtil da época. Não tardou para que outros
segmentos também passassem a adotar o condicionamento de ar, como indústrias de papel,
laboratórios farmacêuticos e indústrias de fumo, por exemplo.

Só em 1914 o uso do controle do clima é usado para fins de conforto. Um equipamento de


ar-condicionado foi usado pela primeira vez numa residência, no estado norte-americano de
Minnesota. No mesmo ano foi instalado também o primeiro ar- condicionado num hospital em
Pittsburgh. O sistema supria com umidade extra o berçário de bebês prematuros, contribuindo
para reduzir a mortalidade infantil por desidratração e problemas respiratórios.

Assim, percebe-se como o invento iria contribuir decisivamente para a melhoria das condições
de vida da Humanidade.

Os anos 20 foram marcantes na relação entre o mercado e o advento do ar-condicionado. Em


1922, o primeiro local público a ter um sistema de ar-condicionado foi o Grauman´s Metropoli-
tan Teatre, em Los Angeles. Igualmente a indústria cinematográfica se beneficiou com o aumento
da arrecadação das bilheterias: quanto mais conforto, mais público nas salas de cinemas. Nos
anos 30, a Câmara dos Deputados e o Senado dos Estados Unidos, a exemplo dos escritórios
da Casa Branca, instalam equipamentos de ar-condicionado. Todo esse impulso deu-se principal-
mente graças à máquina de refrigeração centrífuga com uso do refrigerante “Dielene”, ambos
criados pelo Engenheiro Carrier, em substituição à amônia. O maior entrave, entretanto, ainda
era o tamanho das máquinas, que ocupavam muito espaço.

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Climatizadores

Na área dos transportes, os vagões da ferrovia B&O são os primeiros a oferecer o conforto do
ar-condicionado. Nessa mesma época, começa a tornar-se viável a introdução no mercado de
equipamentos compactos destinados ao condicionamento de ar em comércios e residências, em
função do uso de um novo gás refrigerante não inflamável, o freon, mais apropriado para uso
em sistemas de menor capacidade, além de mais seguro e barato.

Ainda assim o custo do equipamento doméstico não era muito acessível, ficando quase que limi-
tado ao uso em pequenos estabelecimentos comerciais. A adoção do ar-condicionado residen-
cial só pôde ser disseminada, com mais ênfase, a partir dos anos 50, com a produção em série
de unidades em formato de caixas de aço para instalações suspensas, os hoje considerados
ultrapassados equipamentos do tipo “janela”. A partir daí começam também a ser produzidas
em escala as centrais de ar- condicionado para residências, que passam a ganhar cada vez
mais espaço.

Sistemas de refrigeração não utilizados para promover conforto tem seus estudos e patentes
antes de 1750.

O primeiro sistema automotivo foi testado em 1939.

O primeiro veículo de montadora com ar-condicionado foi um Pontiac em 1954.

Sistema de condicionamento de ar por gelo

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Objetivo do ar-condicionado

O objetivo é proporcionar conforto térmico aos passageiros, através de:

• Controle da temperatura
• Controle da umidade
• Redução dos poluentes

Não só a temperatura, como a umidade relativa e o fluxo de ar influenciam diretamente na


sensação de conforto.

Pode-se ter a mesma sensação de conforto térmico em diferentes temperaturas devido a diferen-
tes umidades relativas.

Em locais onde a umidade relativa está alta, torna-se mais difícil a evaporação da sudorese das
pessoas, dando uma sensação de “corpo melado” e quente devido a não evaporação da umida-
de do corpo que também, é responsável por retirada de calor.

Por outro lado, em locais mais quentes com umidade relativa baixa podem propiciar maior con-
forto térmico devido a retirada de calor do corpo durante a evaporação da sudorese do mesmo.

Além das cargas externas (temperatura ambiente, irradiação solar, calor do motor, o A/C deve
retirar as próprias cargas que os passageiros dissipam para o ambiente.

Por exemplo:

A. 1 Pessoa dirigindo no trânsito de cidade ~ 190 W


B. 1 Pessoa dirigindo na estrada ~ 120W

Na próxima página pode-se observar a região de conforto humano.

79
Zona de conforto humano

5
120 125 130 135 140 145

11
35 40 45 0.36
50 55

0
0,033

11
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Sistema métrico internacional 0,032 0,40

5
10
0,031

0,030

0
10
Carta Psicrométrica 0,029 0,45

%
30

95
90
0,028

0,027

90
80
0,026
Baseada na pressão barométrica de 0,50

85
0,025

%
70
101,325 KPg 0,024

o
80

sec
0,023

ar
%
0,55

g
60
Ao nível do mar

75
0,022

/k
kJ
25 0,021
a
tiv

70

ão
la 0,60
re

%
0,020

raç
u
50
de

sat
ida

65
0,019
Um

na
QT

0,65
( )

0,018

ca
seco

fi
60
0%

eci
0,017
4

esp
0,95

80
0,70
0,016

ia
55

alp
20
alpia kJ/kg ar

0,015

Ent
0,75

50
0,014
%

0,80
30
Fator de calor sensível QS

0,013

40
Desvio de ent

0,85

45
0,012
0,90

35
- 0,3
- 0,4
- 0,7

- 0,5
- 0,8

- 0,6
- 0,9

15
- 1,2

- 1,0
- 1,1

0,011

40
0,95

25
0%

0,010
2

30
1,00
) °C 0,009

20
(BU
ão

25
u raç 10 0,008
sat
de

10
ou

15
o 0,007
úmid
lbo
Bu 5 0,006

5
de 0%

10
t ura 1
ra 0,005
pe
Tem

0
0
0,004

-5 0,003

-5
0,002

-10
0,001
Unidade específica kg/kg ar seco

0,000
- 10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

0,75
0,80 Temperatura do Bulbo seco (BS) °C 0.85 0,90

Volume específico (m³/kg) de ar seco


Climatizadores

Pressão e temperatura de ebulição

Influência da pressão na temperatura de ebulição


A pressão exercida sobre o líquido influencia seu ponto de ebulição.

Quanto mais alta for a pressão, maior será o ponto de ebulição.

Exemplos de aplicação:

• Panela de pressão (água ferve ~ 120°C)


• Tampa de radiadores (água ferve ~ 125°C)

As mudanças de estados e alterações de temperaturas:

1. Líquido antes de começar a ebulir é classificado como “sub-resfriado”. (ex.: água gelada na
temperatura ambiente ganhando calor até antes de ferver) – Processo de alteração de
temperatura

2. Quando o líquido começa a ebulir, está em processo de evaporação. (ex.: água fervendo)-
Processo de mudança de estado – líquido para vapor – não altera a temperatura

3. Após totalmente evaporado (somente vapor), começa a aquecer – é classificado como


superaquecido (ex. vapor de caldeira) - Processo de alteração de temperatura

4. Quando o vapor começa a esfriar antes de começar a condensar é classificado como


desuperaquecido (ex.: vapor da caldeira resfriando) – Processo de alteração de temperatura

5. Quando começa a se condensar – está em processo de condensação (ex.: água formada no


evaporador) - Processo de mudança de estado – vapor para líquido – não altera a
temperatura

Correlação de unidades de pressão:

1 atm = 14,7 psi = 14,7 lbf/pol2 = 1,01325 bar = 101,325 kPa = 760 mmHg =
1,033 kgf/cm2 = 29,92 pol Hg

81
Climatizadores

Refrigeração

A refrigeração é possível graças às mudanças de estado do refrigerante, ora em estado líquido,


ora gasoso, ora uma mistura dos dois estados.

O refrigerante absorve calor ao mudar do estado líquido ao gasoso, processo chamado de


evaporação.

De modo inverso, ao passar do estado gasoso ao líquido, o refrigerante perde calor, processo
chamado de condensação.

Os refrigerantes são fluidos de alto calor latente e baixo ponto de ebulição, ou seja, utilizam
grande energia para a mudança de estado.

O R134a entra em ebulição a -26,2°C sob a pressão atmosférica.

O fenômeno da refrigeração está baseado nos processos de:

Evaporação e
absorção de calor

Expansão

Compressão

Liberação de calor,
condensação e
sub-resfriamento

82
Climatizadores

Sistema de ar-condicionado automotivo

Conceitos do ar-condicionado e seus componentes


Componentes do ciclo refrigerante

Evaporador Condensador

Filtro secador

Componentes
Compressor
de A/C

Tubo de orifício

Válvula de expansão Acumulador de sucção

Localização dos componentes do sistema de A/C


• Ventilador • Radiador
• Acumulador de arrefecimento • Condensador
de sucção secador
• Caixa de distribuição • Mangueiras de
de ar + blower (vent.) água quente
• Evaporador

• Reservatório
filtro secador

• Compressor
• Mangueiras de
ar-condicionado
• Dutos de
• Painel de controle distribuição de ar

• Difusores de ar
• Aquecedor

• Localizados na entrada de gás do evaporador • Tubo de orifício


• Normalmente no lado de fora da caixa • Válvula de expansão
(comportamento do motor)

83
Climatizadores

Ciclo de A/C com válvula de expansão (TXV)


Vapor de alta pressão

Líquido de alta pressão

Líquido + vapor de baixa pressão

Vapor de baixa pressão

1 Válvula de expansão

2 Evaporador

3 Ventilador

4 Compressor

5 Condensador

6 Filtro secador/reservatório

Ciclo de ar-condicionado com tubo de orifício (OT)

84
Climatizadores

HVAC - Modo aquecimento


A caixa de ar-condicionado é conhecida por HVAC (Heating Ventilation & Air Conditioning),
composta por evaporador, aquecedor e ventilador.

HVAC - Modo A/C


A caixa de ar-condicionado é conhecida por HVAC (Heating Ventilation & Air Conditioning),
composta por evaporador, aquecedor e ventilador, podendo ainda conter um filtro antipólen.

Aquecedor
O aquecedor é o responsável pelo aquecimento do compartimento. Ele é posicionado após o
evaporador o que ajuda a reduzir a umidade relativa. Tornando o ar com maior potencial de
absorção de umidade do compartimento.

Utilizando-se este ar quente, através de válvulas (flaps) comandados pelo painel de controle,
faz-se a mistura com o ar que vem do evaporador, permitindo o ajuste de tempe-ratura do ar na
saída dos difusores.

85
Climatizadores

O seu aquecimento é provido pelo sistema de arrefecimento do motor, através de uma derivação
das mangueiras de água do sistema de arrefecimento.

Em alguns modelos, existem válvula de fechamento da água que passa pelo aquecedor, para
garantir a máxima performance de ar-condicionado nas condições de verão.

Eletroventilador da caixa de ar
Responsável pela movimentação do ar através do filtro, evaporador e aquecedor e, com o
auxílio de dutos nas saídas da caixa, distribui-se o ar até os difusores, saídas para os pés, saída
para o vidro, etc).

Eles têm diversas velocidades que são moduladas através de resistores (comandos mecânicos/
manuais) ou PWM (comando eletrônicos ECC).

Ventilador de arrefecimento
Normalmente, o ventilador de arrefecimento é montado no conjunto radiador/condensador.

Ele é o responsável no auxílio de troca de calor nos trocadores através da ventilação forçada.

Os maiores impactos dos ventiladores são nas baixas velocidades, onde a contribuição do vento
frontal é muito pequena.

Normalmente eles têm mais de uma velocidade, as quais podem ser ajustadas por resistores ou
por PWM´s.

86
Climatizadores

Existem diversos tipos de aplicações: “dual puller” , “single puller”, “pusher-puller” e, também
diversos tipos de montagens: frontal (pusher), traseira (puller) e central – entre radiador e conden-
sador (CMF – center mounted fan).

Existem também os chamados “visco fan”. Este é um ventilador acoplado diretamente ao eixo
motor.

Ele possui uma embreagem que pode acoplar aumentando a velocidade da hélice ou apenas
mantê-la deslizando a uma velocidade mínima. Esta embreagem é acionada mecanicamente
através de termostato mecânico bimetálico espiral. Este termostato é acionado recebendo a tem-
peratura do ar que sai do radiador.

Evaporador de placa
O evaporador é o responsável pelo resfriamento do ar, através do fluxo que passa por sua col-
méia, condicionando o compartimento do passageiro. Quando o ar resfria, perde calor (energia)
para o gás refrigerante (mais frio que o ar) que passa por dentro do evaporador, evaporando o
mesmo.

87
Climatizadores

Condensador de ar
O condensador é o responsável por rejeitar o calor (energia) absorvido no evaporador a
energia absorvida no trabalho do compressor através da correia. Estes calores (energias) são
transferidos para o ar (mais frio que o gás) que passa pelas aletas aquecendo o ar e resfriando
e condensando o gás.

Existem opções de condensadores com filtro secador integrado.

Gás

Líquido

Tipos construtivos de condensador:

A) Brasado

B) Serpentina

C) Expandido mecanicamente (T&F)

D) Mecânico brasado

Condensador brasado Condensador brasa-


convencional. Filtro Detalhe do tubo do com filtro secador
secador remoto integrado

88
Climatizadores

Condensador

Condensador brasado convencional. Filtro secador remoto.

Filtro remoto

Condensador brasado com filtro secador integrado.

Filtro integrado

89
Climatizadores

Compressor
O compressor pode ser chamado de “coração” do sistema.

A função do compressor é a de comprimir o refrigerante, onde o mesmo succiona refrigerante


gasoso a baixa pressão, comprimindo-o em alta pressão.

A elevação da pressão é fundamental para o processo de expansão e refrigeração e também


para que possa ocorrer a rejeição de calor no condensador.

Compressor Harrisson Compressor Sanden

Compressor Nippodenso Compressor Zexel

Compressor - componentes
Embreagem
Pistão Polia eletromagnética

Acoplador

Corpo do Bobina

compressor Placa oscilante

90
Climatizadores

Tipos de compressores
Conceito do mecanismo interno

Pistão
Scroll - Espiral
Rotary Vane - Rotativo

Capacidade volumétrica de bombeamento

Deslocamento FIXO
Deslocamento VARIÁVEL

Acionamento

Através da Embreagem Eletromagnética (E/M)


Clutchless - SEM embreagem eletromagnética

Compressor - mecanismo interno


Sistema a pistões

Pistões movimentados por uma placa oscilante (Swash Plate) ou articulada (Wobble Plate).

Swash Plate Wobble Plate

91
Climatizadores

Compressor - componentes internos

Scroll - espiral rotativa Rotary Vane - pás rotativas

Deslocamento volumétrico
Deslocamento FIXO

- Após acionado, o compressor trabalha na máxima capacidade de deslocamento volumétrico.

- Com a diminuição da carga térmica, o compressor é gerenciado por termostato ou pressostato,


ligando-o ou desligando-o.

Deslocamento variável

- Após acionado, o compressor trabalha de maneira contínua, de acordo com a necessidade do


sistema.

- Volume de compressão gerenciado por uma válvula de controle.

- Evita o choque liga/desliga (on/off chock).

- Otimiza a estabilidade da temperatura.

Fixo Variável

92
Climatizadores

Compressor Delphi com deslocamento variável

Modulação do deslocamento volumétrico

A modulação do deslocamento volumétrico depende da pressão interna do corpo do compres-


sor.

- Menor pressão interna significa maior deslocamento e maior refrigeração


- Maior pressão interna significa menor deslocamento e menor refrigeração

A variação da pressão interna é gerenciada pela válvula de controle que, através da leitura da
pressão de sucção do compressor, entende se a temperatura na saída do evaporador está alta
ou baixa.

- Alta temperatura (alta pressão) na saída do evaporador significa demanda por refrigeração e,
portanto, necessidade de aumento do deslocamento volumétrico
- Baixa temperatura (baixa pressão) na saída do evaporador significa diminuição do desloca-
mento volumétrico do compressor
- A diminuição e o aumento do deslocamento do compressor são dados com a mudança de
inclinação do prato giratório

93
Climatizadores

Válvula de controle

Aumentando o deslocamento do compressor

Se a temperatura do ar que passa pelo evaporador aumenta (maior necessidade de refrigera-


ção), a pressão na entrada do compressor (sucção) também aumenta.

O diafragma (3) contrai-se, a válvula (1) se fecha e libera a passagem (2) entre o interior do
compressor (carcaça) e a sucção do compressor.

Assim a pressão da carcaça diminui, causando menor contrapressão nas traseiras dos pistões,
permitindo que estes aumentem seus cursos e conseqüente aumento da capacidade do compres-
sor.

94
Climatizadores

Reduzindo o deslocamento do compressor

Se a temperatura do ar que passa pelo evaporador diminui (menor necessidade de refrigera-


ção), a pressão na entrada do compressor (sucção) também diminui.

O diafragma (3) expande-se e fecha a passagem (2) entre o interior do compressor (carcaça) e
a sucção do compressor. Por outro lado a válvula (1) se abre, permitindo a comunicação entre o
interior do compressor e a descarga.

Assim a pressão da carcaça aumenta, causando maior contrapressão nas traseiras dos pistões,
resistindo ao recuo dos pistões reduzindo o curso dos mesmos e conseqüente redução da capaci-
dade do compressor.

Modulação do deslocamento volumétrico


O sistema de ar-condicionado contém uma determinada quantidade de óleo para lubrificar as
partes móveis dos compressores.

O óleo mistura-se com o refrigerante e este o arrasta ao longo do sistema através dos componen-
tes e mangueiras.

95
Climatizadores

As mangueiras e componentes devem ser dimensionados com velocidades mínimas de escoamen-


to do gás para que possa promover o retorno do óleo circulante no sistema para o compressor.

Cada modelo de compressor exige que seja retida uma certa quantidade mínima de óleo em seu
interior para sua perfeita lubrificação.

“O óleo é desenvolvido para cada tipo de refrigerante e tipo de compressor, devendo-se sempre
seguir a recomendação do fabricante. Caso contrário o compressor sofrerá danos permanentes,
comprometendo sua durabilidade”.

Válvula de expansão (TXV)


A expansão do refrigerante acontece nesse dispositivo.

Ao se expandir, o refrigerante líquido à alta pressão se transforma em mistura de líquido + vapor


à baixa pressão. Para a evaporação deste líquido restante, o refrigerante absorve energia do ar
que passa pelo evaporador resfriando o mesmo e conseqüentemente reduzindo a temperatura do
compartimento de passageiro. A válvula é também a responsável por garantir o superaquecimen-
to do gás e modular a quantidade de refrigerante no evaporador.

96
Climatizadores

Válvula TXV - Funcionamento

Além da expansão do gás a outra função importante é garantir o superaquecimento do fluido


de gás, protegendo o compressor contra possibilidade de “golpes de líquido” e ainda ajustar o
fluxo de refrigerante para o evaporador conforme a demanda requerida.

A TXV sente a temperatura do gás que vem do evaporador e ao mesmo tempo a pressão com
que este está passando pela válvula.

Com isto, o eixo de atuação do diafragma é levantado ou abaixado contra a mola de ajuste,
fechando ou abrindo respectivamente, a passagem do líquido para o evaporador.

Esta variação de pressão e temperatura na saída da TXV é em função da carga térmica requeri-
da. Se a temperatura do ar que passa pelo evaporador aumenta, também aumenta a temperatu-
ra do gás que passa pela TXV, com isto há uma dilatação da cabeça da TXV empurrando o eixo
de atuação para baixo e abrindo mais a TXV e permitindo ir mais gás para o evaporador.

De forma inversa ocorre o fechamento da TXV reduzindo o fluxo de gás no evaporador.

Filtro secador
O filtro secador desempenha as seguintes funções no sistema de ar-condicionado;

- Filtra impurezas
- Absorve a umidade remanescente no sistema
- Reserva refrigerante líquido

Ele garante que a TXV sempre seja alimentada com refrigerante na forma líquida.

97
Climatizadores

Ele armazena o excesso de refrigerante, quando a TXV reduz o fluxo de gás para o evapora-
dor devido a redução de carga térmica, sem que esta carga seja acumulada no condensador,
elevando a pressão do sistema.

De forma contrária, quando a TXV aumenta o fluxo de gás no evaporador, devido ao aumento
de carga térmica, ele reduz seu volume de líquido armazenado, suprindo o evaporador com
este aumento de demanda de gás e ainda garantindo líquido na entrava da TXV.

Ele é projetado para ter um volume mínimo que, mesmo nas condições de alta carga térmica
(alto fluxo de gás no evaporador), ele garanta que a TXV seja alimentada somente com refri-
gerante líquido. Com isto, ele balanceia a demanda de refrigerante em função da variação de
carga térmica do sistema.

98
Climatizadores

Tubo de orifício (OT)


Igualmente como na TXV, a expansão do refrigerante acontece nesse dispositivo.

Ao se expandir, o refrigerante líquido a alta pressão se transforma em mistura de líquido + vapor


a baixa pressão. Para a evaporação deste líquido restante, o refrigerante absorve energia do ar
que passa pelo evaporador resfriando o mesmo e conseqüentemente reduzindo a temperatura do
compartimento de passageiros. Diferente da TXV, este dispositivo não garante o superaquecimen-
to do gás que retorna ao compressor. Necessita-se, neste caso, da utilização de um acumulador
de sucção como proteção do compressor contra possíveis “golpes de líquido”. Existe um limitado
controle de fluxo de refrigerante devido a ter orifício fixo. Seu controle de fluxo de refrigerante
é feito através da perda de carga ao longo de seu comprimento. Daí a necessidade de ser um
tubo e não apenas um orifício. Quando a demanda de carga aumenta, o volume de refrigerante
reservado no acumulador é deslocado para o compressor, o qual o desloca para o condensador
aumentando a pressão e o sub-resfriamento, desta forma, o refrigerante que entra no tubo de
orifício só começa a ebulir no final deste, ocasionando menor perda de carga no tubo e por final
permitindo maior fluxo de refrigerante para o evaporador. De forma contrária, quando a carga
térmica diminui, aumenta novamente a reserva de refrigerante no acumulador e conseqüente re-
dução do sub-resfriamento na entrada do tubo, fazendo com que o refrigerante comece a ebulir
no início do tubo de orifício (aumentando o volume específico) e assim continuando ao longo
dele, fazendo com que a perda de pressão aumente no tubo, reduzindo o fluxo de refrigerante
para o evaporador.

Acumulador de sucção
O acumulador desempenha as seguintes funções no sistema de ar-condicionado:

A. Dissecante – absorve a umidade do sistema

B. Acumula refrigerante líquido nas condições de baixa carga térmica, quando o evaporador
reduz sua capacidade de evaporação do gás

C. Protege o compressor contra “golpes de líquido”

99
Climatizadores

Quando a temperatura do ar que passa pelo evaporador diminui com a redução da carga tér-
mica, a capacidade de evaporação do gás também é reduzida. Assim, a quantidade de refrige-
rante em forma líquida que sai do evaporador é aumentada. Nestas condições de baixa carga,
o refrigerante líquido se acumula no acumulador. Quando o refrigerante encontra a carcaça do
acumulador, o mesmo perde velocidade devido às diferenças de áreas, fazendo decantar o
refrigerante líquido e parte do óleo, indo somente refrigerante na forma gasosa para o compres-
sor. O pequeno furo na parte inferior do acumulador dosa o retorno de óleo e refrigerante para
o compressor, evitando assim falhas de lubrificação no mesmo. De forma contrária, quando a
carga térmica está alta, ele acumula o mínimo líquido possível, balanceando assim a demanda
de refrigerante nas variações de carga térmica.

Mangueiras e dutos de gás refrigerante


Normalmente, os componentes são interligados com tubos de alumínio e mangueiras de borra-
cha. As partes solidárias que não requerem liberdade de movimento, normalmente são totalmen-
te em alumínio. Porém, quando necessitam de um certo grau de liberdade, devido às movimenta-
ções, como: de bloco motores (suspensos em coxins), “front end” com os trocadores normalmente
presos por coxins, etc; são requeridas mangueiras. Além dos requisitos de vibração e ruído, elas
devem prover velocidades mínimas suficientes de condução do gás, para que o óleo seja arrasta-
do e retorne ao compressor. Por outro lado elas não podem proporcionar velocidades muito
altas ao gás, para não ocasionarem altas perdas de pressão nas linhas, levando à redução de
performance e aumento de consumo. Outros critérios são considerados para o dimensionamento
estrutural, como pressão, etc.

Linhas em mangueira
flexível

Compressor
Condensador

Linhas em alumínio

TXV

Evaporador

Filtro secador

100
Climatizadores

Muflas
Muflas são atenuadores de ruídos, normalmente utilizadas em compressores tipo alternativos
(pistão), com o objetivo de reduzir ruídos provenientes de pulsos de pressão.

São dimensionados em função da freqüência e amplitude do ruído.

Através de mudança brusca de geometria (aumento da secção transversal), atenua as pulsações


provenientes do compressor.

Suas aplicações devem ser as mais próximas possíveis do compressor, o qual é a fonte geradora
do mesmo.

101
Climatizadores

Componentes de vedação
Atualmente são dois os tipos básicos de vedação utilizados nas conexões ao longo do sistema
de ar-condicionado.

O’rings:

São anéis de borracha em diferentes secções e diâmetros. Para aplicações com R134a são
encontrados normalmente em materiais tipo HNBR, EDM e EPDM. Recomenda-se lubrificar os
mesmos antes das montagens, evitando danos e facilitando a montagem.

Sealing Washer:

São arruelas metálicas com insertos de borracha vulcanizada.

O assentamento do bloco de conexão é simples.

Não exigem “oleamento” na aplicação.

102
Climatizadores

Dispositivos de proteção contra congelamento


Termostato:
O termostato é um interruptor acoplado a um sensor térmico. Com o aumento ou redução da tem-
peratura no bulbo sensor, por onde passa o ar de saída do evaporador, ocorre uma dilatação
ou contração, respectivamente, do gás no interior do bulbo sensor, pressionando um diafragma
e conseqüentemente a chave eletro-mecânica que pode conectar ou desconectar os contatos.
Quando a temperatura abaixa (aprox. 1,5°C – depende da montadora) os contatos se abrem e
desligam a embreagem do compressor, protegendo o evaporador contra congelamento.

Termistor:
O termistor tem a mesma função do termostato, porém seu elemento sensor é a variação da
resistência elétrica do sensor, com esta variação de resistência o sinal é amplificado podendo
conectar ou desconectar os contatos do termistor.

Pressostato de baixa:
Da mesma forma que o termostato, também tem a função de proteger o evaporador contra
congelamento. Porém, a medição é de forma indireta, ou seja, em vez de medir a temperatura
diretamente, mede a pressão referente à temperatura de evaporação. Quando a pressão diminui
(temperatura diminui), o pressostato desliga a embreagem do compressor. São calibrados aproxi-
madamente para desligar o compressor quando a pressão cair perto dos 1,4 bar e religar perto
dos 2,8 bar (depende da montadora). Em sistema com acumulador, é comum vê-los instalados no
corpo do acumulador.

103
Climatizadores

Dispositivos de controle e proteção


Pressostato de alta:
Pressostato é um dispositivo eletro-mecânico acionado através de um diafragma que sente a pres-
são e atua em microchaves, abrindo e fechando contatos. Normalmente tem 3 funções. Desliga
quando a pressão de alta atingir níveis altos (28 bar – depende da montadora). Liga a segunda
velocidade do ventilador de arrefecimento (15 bar – depende da montadora). Desliga quando
apresenta baixa carga de refrigerante (vazamento) (2,5 bar – depende da montadora).

Transdutor de pressão:
Atua como o pressostato, porém, em vez de abrir e fechar contatos, o transdutor envia sinais
elétricos lineares para a ECM, e esta por sua vez se encarrega dos fechamentos e aberturas de
chaves, proporcionando a mesma lógica de funcionamento que o pressostato.

Dispositivos de controle

Sensores de temperatura:
Os sensores de temperatura são normalmente tipo termistor. Comumente são utilizados para
medições de temperatura externa (tanto como informativo, quanto para auxílio nos controladores
eletrônicos automáticos) e temperatura interna, normalmente para auxílio nos controles eletrôni-
cos automáticos.

104
Climatizadores

Sensores de temperatura:
Responsável por comandar as funções de ar-condicionado do veículo.

- Liga/desliga o A/C
- Ar recirculado/externo
- Velocidades do ventilador
- Modo de distribuição do ar (vidros, pés, rosto, etc.)
- Temperatura

Sistemas de acionamento:
Podem ser mecânicos (através de bowden cable ou rotary cable) ou elétricos, através de moto-
atuadores.

105
Climatizadores

Fluxograma de diagnose do sistema A/C

Analisar INÍCIO
ineficiência
do sistema Verificar ausência de circula-
A/C. ção ou pouca circulação de
fluido refrigerante

Verificar controle de Verificar a presença de umi-


pressões do sistema dade ou defeito nos compo-
nentes do sistema

Verificar excesso de fluido


O sistema apresenta refrigerante no sistema de
Não
A/C
vazamento?

Sim

Falta funcionamento do
Completar carga de fluido Eletroventilador? (ventilação
dentro do especificado e ve- ruim) ou apresenta mau
rificar em qual conjunto ou funcionamento
peça apresenta vazamento
Sim
Fazer a substituição da
peça anômala.
Verificar se o resis-
tor não está com
O vazamento é no
Não o termofusíivel
conj. Condicionado?
aberto

Sim
Não

Fazer teste de estanqueida-


Verificar vazamento de ar
de no conjunto evaporador
quente no sistema
e separar peça anômala.

A caixa de ar apre-
Sim
senta vazamento de
ar quente?
Verificar comando distribui-
ção/portinhola com funcio-
namento irregular permitindo
Não
a vazão de ar. Em seguida,
trocar a peça anômala
desse conjunto
Analisar outras variáveis que
possam causar o inconveniente,
Abastecer o sistema de ar- con- como portas com os vidros abertos,
dicionado com fluido refrigeran- recirculador de ar aberto em
te e liberar veículo regiões muito quentes, vedação da
carroceria do veículo deficiente, etc
FIM

106
Climatizadores

Diagnose do sistema de climatização

Objetivo
Esta instrução estabelece conhecimento básico do sistema de ar-condicionado utilizado nos veícu-
los Fiat, bem como o correto procedimento para análise, com foco na causa raiz do problema,
minimizando com isto as substituições indevidas de peças consideradas sem defeitos.

Análise da eficácia do sistema de ar-condicionado


Tem como objetivo diagnosticar, no veículo, possíveis reclamações referentes ao mau funciona-
mento ou à baixa eficiência do sistema de ar- condicionado. Portanto, para a diagnose, deve-se
seguir as etapas abaixo:

• Utilizar o aparelho de carga e recarga de gás refrigerante para verificação do sistema de


ar-condicionado, eliminando todas as hipóteses quanto a vazamento, excesso ou falta de gás

• Avaliar se o filtro de carvão ativado (ou antipólen) encontra-se obstruído ou com presença de
folhas, impedindo o fluxo de ar para o interior do veículo

• Posicionar os botões de controle do ar no veículo conforme indicação abaixo:

- Controle C de ventilação na posição 4

- Controle B de distribuição do ar na posição ar frontal

- Cursor A de recirculação totalmente à esquerda (admissão de ar externo)

- Controle D de temperatura na posição Frio (faixa azul)

- Ar-condicionado desligado (comando E)

• Ligar o veículo e abrir os vidros das portas dianteiras e traseiras, até a diminuição da
temperatura do habitáculo. Em seguida, fechar os vidros e deixar o veículo funcionando.

107
Climatizadores

OBS.: É importante que o teste seja efetuado em ambiente coberto, sem a exposição direta do
sol sobre o veículo, e a temperatura externa esteja variando entre 18ºC e 30ºC.

Se o teste ocorrer em um ambiente em que a temperatura externa está menor que 18°C e
maior que 30°C, é necessário estabilizar a temperatura do habitáculo.

D
A E desligado B

• Instalar um termômetro de bulbo seco no difusor central de saída do ar

• Com o auxílio de um cronômetro, observar que após 1 minuto, a temperatura T0 indicada no


termômetro (saída dos difusores centrais) não poderá ser superior a 5ºC da temperatura
externa

• Posicionar o cursor A de recirculação do ar totalmente à direita (recirculação), e acionar o


ar-condicionado (comando E)

• Verificar se:

- Depois de 30 segundos do acionamento do compressor, o valor indicado no manômetro de


baixa pressão alcance valores menores que 3 bar (43 psi)

- Depois de 2 minutos do acionamento do compressor, a temperatura indicada no termômetro


seja reduzida pelo menos 8 C da temperatura T0

- Depois de 5 minutos do acionamento do compressor, a temperatura indicada no termômetro


seja reduzida pelo menos 12 C da temperatura T0

- O eletroventilador do radiador entrará em funcionamento quando o valor indicado no


manômetro de alta pressão estiver entre 15 e 16 bar (215 a 228 psi)

- No instante de desacionamento do eletroventilador do radiador, o valor indicado no


manômetro de alta pressão esteja entre 11 e 12 bar (156 a 170 psi)

108
Climatizadores

• Caso o funcionamento do sistema não esteja compreendido conforme as indicações acima,


consultar a seguinte tabela das principais anormalidades e suas prováveis causas:

Item Anormalidade Provável causa


1 A pressão não sai do valor inicial O compressor não funciona
A pressão de envio não sai de 15 bar Existência de pouco gás no circuito.
(215 psi), a pressão de aspiração fica abaixo Recarregar o sistema
2
de 1 bar e a temperatura do bocal abaixa
lentamente
A pressão de envio sai de repente a 15 bar, Se a pressão de aspiração é mais alta que
mas com o eletroventilador ligado a pressão 2,5 a 3 bar (35 a 43 psi), existe muito gás
3 continua a sair no sistema. Se a pressão de aspiração é
baixa, provavelmente a válvula de aspira-
ção está travada.
A pressão de envio é correta. A pressão de O termostato anticongelamento ou o
4 aspiração vai abaixo de 1 bar e o sistema pressostato não funcionam (estão sempre
não desliga. fechados).

Ineficiência do sistema de ar-condicionado

Pontos a serem analizados

• Verificar se a carga de gás do sistema está dentro do especificado, conforme tabela Fiat.

• Conectar a máquina de carga de gás no engate da tubulação dos sistemas de


ar- condicionado do veículo, localizado no vão do motor, conforme indicado na foto.

• Conferir nos manômetros se os parâmetros de baixa (azul) e de alta pressão (vermelho) estão
conforme especificado pela Engenharia Fiat.

109
Climatizadores

NOTA: Se os valores encontrados estiverem fora do especificado, deve-se colocar nova carga de gás conforme
tabela Fiat e conferir se a performance de refrigeração está atendendo à exigência do cliente.

Controle das pressões do sistema de ar-condicionado

Monitorar o funcionamento do sistema da seguinte forma:

• Com o ar-condicionado desligado por aproximadamente 10 minutos, ambos os manômetros


deverão indicar entre 5 e 6 bar (71 a 85 psi), e a temperatura junto ao difusor deverá
manter-se entre 30° e 35°C.

• Com o ar-condicionado ligado, as indicações dos manômetros deverão indicar


respectivamente:

- Circuito de baixa pressão (sucção): 1,5 a 3,0 bar (21 a 43 psi)

- Circuito de alta pressão (descarga ): 11 a 16 bar (156 a 228 psi)

OBS: A ativação do eletroventilador do radiador deverá ocorrer quando a pressão do circuito de alta pressão
estiver entre 15 e 16 bar (213 a 228 psi).

110
Climatizadores

Conjunto condicionador de ar (caixa de ar do sistema de


funcionamento automático)

Componentes externos da caixa de ar


Eletroventilador

Comando automático de
funções da caixa de ar

Servomotor do
comando ar
quente

Servomotor de distribuição
do ar. Engrenagens de sin-
Nota: responsável pela mo- cronização de aber-
vimentação das portinholas tura e fechamento
das portinholas

Principais componentes que integram o sistema automático

• Comando automático de funções


Tecla de seleção
automática de Tecla de seleção
funções manual das funções

111
Climatizadores

• Eletroventilador com comando de acionamento automático

Placa do comando automático do


eletroventilador

• Servomotor: componente responsável pela movimentação das engrenagens de sincronização


das portinholas

Diagnósticos
Anormalidade: deficiência de ventilação e distribuição de ar.

Causas:

- Circuito impresso do comando com falha de solda e programação errônea

- Servomotor travado ou com problema de funcionamento (não completa curso)

- Botão de acionamento do aquecedor com irregularidade de funcionamento

- Eletroventilador com componente da placa queimado ou com funcionamento irregular

- Engrenagem das portinholas fora de posição

112
Climatizadores

Diagnóstico:

- Checar se o funcionamento da caixa atende todos os comandos previstos para o


modelo

- Remover o servomotor e verificar se não está danificado ou se a movimentação da


haste está funcionando corretamente

- Com o A/C desligado, ligar a ventilação e verificar se há aumento na temperatura


interna do veículo

- Checar se o eletroventilador está funcionando nas velocidades mínima e máxima

- Se os servomotores estiverem com funcionamento O.K. e a distribuição do ar


estiver irregular, deve-se checar o correto posicionamento das engrenagens da
caixa de ar

- Checar as condições gerais da bateria (carga abaixo do especificado)

Solução:

- Corrigir a falha diagnosticada ou substituir o componente defeituoso

Rastreamento de falhas com manômetro

Presença de umidade no sistema

Condição: periodicamente resfria e às vezes resfria com deficiência.

Anormalidade:

- Resfriamento intermitente

- Perda de pressão quando a temperatura externa sobe

- Pressão de sucção (baixa) se altera quando aplicado um pano molhado em


água quente sobre a válvula de expansão

Causa:

- Presença de umidade no sistema, congelando no orifício da válvula de expansão,


interrompendo temporariamente o ciclo e voltando a funcionar após o gelo derreter

113
Climatizadores

Diagnóstico:

- Verificar se existe diferença de temperatura entre a entrada e saída do filtro


secador

Saturação do dessecante do filtro secador, devido a:

- vácuo insuficiente

- vazamento por alguma conexão

- componente contaminado internamente por água

- sistema aberto por muito tempo, contaminando o óleo com umidade

Solução:

- Trocar o filtro secador

- Remover a umidade do sistema, através da operação de vácuo adequada

- Carregar o sistema com novo refrigerante

Falta de fluido refrigerante (vazamento de fluido)

É provocada por vazamento de gás do sistema. Este vazamento é causado por:

- Conexões com baixo torque;

- O-ring’s de vedação esmagados ou rompidos

- Orifício nos tubos provocado por interferência com alguma parte do veículo

- Falha mecânica de algum componente do sistema de ar-condicionado

Condição:

- Ar-condicionado não esfria ou tem baixa eficiência

Anormalidade:

- Pouca ou nenhuma refrigeração

- Linhas de sucção e descarga com pressão muito baixa

- Possibilidade de causar superaquecimento interno do compressor

114
Climatizadores

Causa:

- Vazamento de gás em algum lugar do sistema

Diagnóstico:

- Falta de refrigerante no sistema

- Vazamento de refrigerante

Solução:

- Se não houver mais gás no sistema, carregue-o com um pouco de gás

- Checar vazamento com detector e efetuar o reparo ou a substituição do componente


que apresentar vazamento

- Após o reparo, realizar a operação de vácuo do sistema, completando com óleo


necessário

- Carregar o sistema com volume adequado de refrigerante


Nota: caso não seja encontrado nenhum vazamento, é bem provável que a carga inserida no sistema tenha
sido insuficiente. Neste caso, complete a carga de gás

Pouca circulação do fluido refrigerante (fluido refrigerante obstruido por sujeira no


filtro secador)

Ocorre quando existe algum impedimento à passagem do gás no sistema.

O impedimento é provocado pela saturação do filtro secador, provocando o rompimento da


grade interna, fazendo a sílica gel ir para o sistema, entupindo a válvula de expansão.

Condição:

- Ar-condicionado não esfria ou tem baixa eficiência

Anormalidade:

- Resfriamento deficiente

- Pressão baixa nas linhas de sucção e descarga, podendo a sucção indicar


vácuo

- Aderência de gelo ou gotículas d’água nas tubulações próximas à válvula de


expansão ou ao filtro secador

- Possibilidade de causar superaquecimento interno do compressor

115
Climatizadores

Causa:

- Fluxo de refrigerante obstruído por sujeira ou saturação no filtro secador, algum tubo ou
mangueira obstruído ou entupimento da válvula de expansão

Diagnóstico:

- Filtro secador saturado ou entupido

- Tubo/mangueira obstruídos

- Válvula de expansão obstruída

- Verificar se existe diferença de temperatura entre a entrada e a saída do filtro


secador

Solução:

- Verificar se a causa é umidade ou sujeira, deixando o ar-condicionado desligado


durante alguns minutos e tornando a ligá-lo

- Se for umidade, substitua o filtro secador e verifique o estado da válvula

- Se o defeito persistir ou se o problema for na válvula, substitua a válvula defeituosa,


realize a evacuação do sistema e carregue o sistema com volume adequado de
refrigerante

Ausência de circulação do fluido refrigerante (sistema não refrigera)

Condição:

- Ar-condicionado não refrigera suficientemente

Anormalidade:

- Resfriamento deficiente

- Pressão baixa nas linhas de sucção e descarga, podendo a sucção indicar


vácuo

- Aderência de gelo ou gotículas d’água nas tubulações próximas à válvula de


expansão ou ao filtro secador

- Possibilidade de causar superaquecimento interno do compressor

116
Climatizadores

Diagnóstico:

- Filtro secador saturado ou entupido

- Tubo/mangueira obstruídos

- Verificar se existe diferença de temperatura entre a entrada e a saída do filtro


secador

Solução:

- Verificar se a causa é umidade ou sujeira, deixando o ar-condicionado desligado


durante alguns minutos e tornando a ligá-lo

- Se for umidade, substitua o filtro secador e verifique o estado da válvula

- Se o defeito persistir ou se o problema for na válvula, substitua a válvula e carregue o


sistema com volume adequado de refrigerante

Excesso de fluido refrigerante ou deficiência de troca de calor do condensador

Condição:

- Ar-condicionado não refrigera suficientemente

Anormalidade:

- Embreagem magnética com cubo/rotor desgastados por atrito ou


superaquecimento da embreagem magnética

- Não resfria suficientemente

- Pressão muito alta tanto no lado de sucção quanto na descarga

- Bolhas de ar desaparecem do visor enquanto a rotação do motor é baixa

- Lado de sucção fica quente

Causa:

- Excesso de refrigerante no sistema durante a carga ou através de recarga indevida

- Troca de calor insuficiente no condensador

117
Climatizadores

Diagnóstico:

- Excesso de refrigerante no sistema

- Condensador com aletas obstruídas por sujeiras ou eletroventilador do


condensador inoperante

Solução:

- Limpar o condensador

- Checar o funcionamento do eletroventilador

- Se ambos estiverem normais, checar a quantidade de refrigerante deixando escapar


um pouco de refrigerante até normalizar as pressões

Presença de ar no sistema (tubos de baixa pressão se aquecem)

Condição:

- Ar-condicionado não refrigera suficientemente

Anormalidade:

- Não refrigera suficientemente

- Bolhas de ar ocasionais no visor

- Sucção e descarga com alta pressão

- Temperatura elevada na tubulação de baixa pressão

Causa:

- Infiltração de ar no sistema

Diagnóstico:

- Evacuação insuficiente

- Processo de evacuação inadequado

118
Climatizadores

Solução:

- Checar o volume de óleo do compressor, observando a existência de contaminação


(sujeira). Completar o volume se necessário

- Substituir o filtro secador

- Efetuar a evacuação adequadamente e carregar o sistema com o novo refrigerante


Nota: Esta falha ocorre quando o sistema de ar-condicionado foi aberto para manutenção e o refrigerante
foi carregado sem fazer a operação de vácuo adequada. O sistema de vácuo e carga de gás pode estar com
problema.

Válvula de expansão com funcionamento irregular

Condição:

- Ar-condicionado não refrigera (refrigerante intermitente em alguns casos)

Anormalidade:

- Refrigerante insuficiente

- Pressão muito alta tanto no lado da sucção quanto na descarga

- Congelamento ou presença de gotículas d’água na tubulação do lado de baixa


pressão

- Possibilidade de causar superaquecimento interno do compressor

Causa:

- Defeito na válvula de expansão (não controla corretamente o fluido)

Diagnóstico:

- Excesso de gás refrigerante nos tubos de baixa pressão

- Excesso de abertura da válvula de expansão

Solução:

- Checar a válvula de expansão. Se estiver defeituosa, substituí-la

- Efetuar a operação de vácuo adequadamente e carregar o sistema com o novo


refrigerante

119
Climatizadores

Deficiência no compressor - sistema não refrigera

Condição:

- Ar-condicionado não refrigera

Anormalidade:

- Pressões tendem a se igualar

- Lado de alta pressão com pressão baixa

- Lado de baixa pressão com pressão alta

Causa:

- Vazamento interno no compressor

Diagnóstico: compressor com defeito, podendo ser:

- Palheta quebrada;

- Placa oscilante solta no eixo

- Cavaco sob palheta

Falhas dimensionais, possibilitando interligação entre as câmaras:

- Desgaste de alguma peça

Solução:

- Substituir o compressor

- Substituir o filtro secador

- Efetuar a operação de vácuo adequadamente e carregar o sistema com o novo


refrigerante

120
Climatizadores

Verificar conjunto condicionador de ar (caixa do ar-condicionado)

Verificar integridade e posicionamento do sensor termostato

• Para os veículos que utilizam compressor SC 06, deve ser observada a posição do sensor do
termostato e a integridade do mesmo conforme layout mostrado na foto.

• Para os veículos que utilizam compressor SC 08, deve ser observada a posição do sensor do
termostato e a integridade do mesmo conforme layout mostrado na foto.

Nota: Efetuar o teste de leitura da temperatura do termostato anticongelamento, imergindo-o em um recipiente


com 30% de água e 70% de álcool, forçando a temperatura a chegar até sua faixa de funcionamento.

Teste de leitura de temperatura do termostato.

OBS: Utilizar um termômetro para controle de temperatura do banho.

Característica de temperatura.

Off 3,5 ± 0,5 ºC


On 1,5 ± 0,3 ºC

• Certificar que o comutador do comando da caixa de ar está acionando o compressor,


conforme mostrado na foto. O led deve estar aceso, indicando que o compressor foi
acionado.

Nota: caso o botão não esteja acionando, conferir todo o circuito elétrico da caixa de ar.

121
Climatizadores

Em caso de vazamento de gás, certificar em qual etapa do conjunto/peça ocorreu a


falha

• Com o equipamento caça-fuga de gás é possível apontar em qual parte do sistema o


vazamento destaca.

Caso seja indicada a região de acoplamento da caixa de ar, fazer a retirada da mesma e
analisar o conjunto evaporador sem desmontá-lo, fazendo o teste de estanqueidade,
utilizando gás nitrogênio para não contaminar o sistema e visualizar em qual ponto do
conjunto/peça manifesta o vazamento.

• O conjunto evaporador é composto de:

- Evaporador
- Tubo de entrada e saída de gás
- Válvula de expansão
- Anéis O-ring

• Se constatado que o vazamento é nas conexões do conjunto evaporador/tubo/válvula de


expansão, verificar integridade dos anéis o-ring, se não estão deformados ou danificados.

122
Climatizadores

Verificar possível vazamento de ar quente para dentro do habitáculo

• Verificar se a portinhola de vedação do ar quente não está quebrada no encaixe do link


(parte externa da caixa no lado direito) conforme mostrado na foto.

• Verificar se o botão do comando do ar quente da caixa está completando curso ou se não


está aberto.

- Foto 01: Situação o.k., todo fechado, não permite a passagem de ar quente

- Foto 02: Sistema de ar quente aberto, não permite que o ar-condicionado refrigere,
pois ocorre a mistura de ar quente com frio

1 2

• Verificar se a entrada de ar externo (recirculador) não está aberta, permitindo que o


eletroventilador da caixa de ar sugue o ar quente dispersado pelo eletroventilador do sistema
de arrefecimento do motor.
Nota: para uma boa performance do ar-condicionado, o botão do recirculador deve estar na posição fechado,
recirculando apenas o ar dentro do habitáculo, não permitindo que o ar externo entre, conforme mostrado
na foto 02.
1 2

123
Climatizadores

• Verificar se o cabo do comando do ar quente não está solto, danificado ou fora da posição
de montagem original na base do comando, ou na presilha de fixação da carcaça da caixa
de ar.

Verificação do sistema de ventilação da caixa de ar

• Verificação de funcionamento do eletroventilador:

- Mudar o comutador para posição 01 e verificar a vazão de ar correspondente

- Mudar o comutador para posição 02 e verificar a vazão de ar correspondente

- Mudar o comutador para posição 03 e verificar a vazão de ar correspondente

- Mudar o comutador para posição 04 e verificar a vazão de ar correspondente

Nota: se o eletroventilador estiver funcionando apenas na 4ª velocidade, indica que o resistor está com o
termofusível aberto.

• Caso seja detectado falta de funcionamento do eletroventilador proveniente de resistor com o


termofusível aberto, deve-se observar:

- eletroventilador com funcionamento anômalo/pesado

- eletroventilador travado/bloqueado por corpo estranho

124
Climatizadores

Ruído anormal

• Anormalidade:

- O ar-condicionado apresenta ruído quando ligado.


Nota: todos os ruídos gerados na carroceria ou no motor são amplificados e seguem pelas tubulações para o
interior do habitáculo. Estes ruídos podem ter as mais diversas origens e por inúmeras vezes são diagnostica-
dos incorretamente, considerando-se o compressor como único causador da falha.

• Causa:

1. Compressor:

- Batida ou raspada no compressor devido a irregularidades do solo

- Superaquecimento

- Componentes danificados

- Corrosão interna (umidade)

2. Embreagem magnética:

- Polia solta

- Rolamento desgastado ou danificado

3. Polia do compressor:

- Polia solta

- Polia desalinhada

4. Polia tensora

- Montagem incorreta

- Rolamento desgastado ou danificado

5. Motor do eletroventilador:

- Desbalanceado

- Interferência com a carcaça

- Montagem inadequada (solto)

125
Climatizadores

6. Caixa de ventilação/ar-condicionado:

- Quebra de algum componente interno

- Damper (portinhola) solto

- Sujeira solta no interior da caixa de ar (folhas, galhos, pedras, etc.)

7. Condensador:

- Interferência com a carroceria

- Pontos de fixação quebrados

8. Suporte do compressor:

- Amassado ou quebrado

- Montagem com os parafusos soltos ou mal apertados

9. Tubulações e mangueiras:

- Suporte e presilhas inadequadamente apertadas ou montadas

- Interferência com a carroceria

Pouco gás no sistema

• Diagnóstico:

- Verificar com muita atenção a procedência do ruído para a correta análise da falha

• Checar cuidadosamente:

- Compressor

- Embreagem magnética

- Eletroventilador

- Caixa de ar

- Condensador

- Tubos e mangueiras

- Suportes

126
Climatizadores

• Solução:

- Após constatar a origem do ruído, substituir ou reapertar o componente defeituoso ou


mal fixado

Falha elétrica

• Anormalidade:

- Ar-condicionado não funciona ou com funcionamento intermitente

• Causa:

- Fio rompido ou desconectado

- Fusível do veículo queimado

- Painel de comando com algum componente queimado

- Falha de aterramento

- Pressostato ou termostato defeituoso

- Baixa tensão da bateria

- Relé do compressor defeituoso

• Diagnóstico:

- Checar a existência de algum fusível queimado

- Testar a continuidade e o aterramento de toda a fiação do sistema de A/C

• Testar tensões nas entradas:

- Da embreagem magnética

- Do pressostato

- Do termostato

- Verificar relés

- Checar as condições gerais da bateria

127
Climatizadores

• Manuseio inadequado:

- Evitar carregar o compressor pelo fio ou forçar os fios da embreagem magnética por
qualquer motivo.

• Solução:

- Substituir componente defeituoso

ANEXOS

IT - Tubulação do compressor do ar-condicionado - novo


• Aplicação: Doblò 1.8 T.T.

Informamos que, a partir do chassi 1030771 de 22/09/2005, foi adotada nova tubulação do
compressor do ar-condicionado com aumento da parte flexível e modificação da curva de saída
do compressor.

• Reposição: informamos que a nova tubulação pode ser montada nos veículos anteriores ao
chassi acima e já está disponível em P&A, através do n° de desenho 51742987.

128
Climatizadores

I.T. Caixa de ar - novo posicionamento do termostato


anticongelamento
• Modelos: Novo Palio Fase I e II, motorização 1.0 65 cv Fire e 1.3 Flex.

Informamos que, a partir da entrada das novas motorizações 1.0 65 CV FIRE e 1.3 FLEX com
adoção dos compressores SCROLL SC 06, foi alterado o posicionamento do sensor anticongela-
mento no evaporador conforme foto superior.

Os demais modelos permanecem inalterados, conforme foto inferior.

Tal alteração foi feita em função das características de funcionamento dos compressores SCROLL
SC06, para um melhor funcionamento do sistema.

I.T. Placa de circuito de comando do ar-condicionado - modificada


• Modelo: Stilo T.T. (com ar-condicionado manual)

Informamos que, a partir do chassi 3023260 de 03/02/2004, foi adotado novo circuito impres-
so de comando do ar-condicionado, que difere do anterior pela eliminação do dimmer (controle
de intensidade da iluminação dos comandos do ar-condicionado) e inclusão de novo transistor
de proteção do circuito.

Esta modificação tem como objetivo resolver aqueles casos de sucessivas queimas do circuito
ocasionadas sobre o mesmo veículo.

1. Vista do transistor Q6 que comanda o A/C

2. Vista da eletrônica do circuito do dimmer que serve para controle da iluminação, sistema que
na placa modificada foi retirado

3. Na placa modificada, o transistor Q6 foi para a posição do dimmer e foi substituído por
outro maior

129
Climatizadores

NOTA: a iluminação da base de comandos do A/C, que antes só era feita após acionamento das luzes de
posição, passa a ser feita a partir da colocação da chave em MAR.

• Reposição: as peças existentes no estoque do P&A (comando do A/C e circuito impresso) já


são modificadas.

- Comando completo nº46723470

- Circuito impresso nº46723419

IT - Ar-condicionado - controle do volume de óleo do sistema


• Modelos: Stilo 1.8 TT, Doblò 1.8 TT, Família Novo Palio 1.8 TT Fase I e II, Strada 1.8 TT.

Informamos a seguir o correto procedimento para a manutenção da quantidade de óleo, quando


da substituição de componentes do sistema de ar-condicionado. É importante salientar que o
óleo compatível com os modelos em refe-rência é o PAG RL 897 (Poly Alkylene Glycol).

• Compressor:

- Escoar o óleo lubrificante do compressor retirado do veículo. Para tanto, remover o


parafuso de dreno localizado na parte inferior do mesmo, conforme indicado abaixo

- Verificar a quantidade de óleo retirada do compressor do veículo, colocando-o em um


recipiente graduado (A), deixar drenar por aproximadamente 5 minutos e girar a polia do
mesmo para concluir a remoção

- Escoar o óleo lubrificante do compressor novo a ser instalado no veículo em um outro


recipiente (B), drenar o mesmo por 5 minutos e girar a polia do mesmo para concluir a
remoção

- Remover a quantidade de óleo excedente (C), que corresponde à diferença do óleo do


compressor novo para o óleo do compressor retirado do veículo

- Reabastecer então o compressor novo e colocá-lo no veículo

130
Climatizadores

• Exemplo:

- Se for retirado do compressor usado 70 ml de óleo, reabastecer o compressor novo com


os mesmos 70 ml
Nota: a quantidade mínima de óleo a ser colocada no compressor novo deverá ser 60 ml.

• Atenção:

- Nunca reutilize o óleo retirado do compressor usado em compressores novos. Este óleo
deve ser recolocado no compressor removido do veículo para posterior envio em garantia

• Evaporador:

- Na troca do evaporador, adicionar 75 ml de óleo novo à peça nova

• Condensador:

- Na troca do condensador, adicionar 30 ml de óleo novo à peça nova

• Filtro secador:

- Na troca do filtro secador, adicionar 50 ml de óleo novo à peça nova

• Mangueiras ou tubos com abafador (muffler):

- Em casos de substituição de mangueiras ou tubos, adicione 15 ml de óleo novo

• Importante:

- O óleo PAG é altamente higroscópico, ou seja, absorve umidade com muita facilidade.
Por este motivo, mantenha o frasco de óleo sempre fechado e se possível utilize-o até o
fim quando abrir uma embalagem

I.T. Polia do compressor do ar-condicionado - nova operação


5040 A 32
• Modelo: Stilo 1.8 8V e 16V (Doblò 1.8 8V/Adventure) (Palio, Siena, Strada e Palio
Weekend 1.8 TT Fases I e II)

Informamos que foi criada uma nova operação de remoção/recolocação da polia eletromagnéti-
ca de comando do compressor do ar- condicionado para os modelos em referência.

Salientamos que tal procedimento permite a execução da operação sem a remoção do compres-
sor do veículo, conseqüentemente sem a remoção do fluido refrigerante do sistema.

Portanto a partir de 01/07/2004, só serão aceitas em garantia, as operações realizadas con-


forme novo procedimento de reparação.

131
Climatizadores

Nota: em casos de rumorosidade interna do compressor do ar-condicionado, é necessário que se efetue pri-
meiramente o diagnóstico/avaliação do sistema, conforme instrução da TV Fiat disponível no Infotec, antes de
proceder a sua substituição.

IT - Análise do resistor e do eletroventilador da caixa de ar


• Modelos: Família Novo Palio

- Inconveniente lamentado: ventilação não funciona, ou só funciona na quarta velocidade

- As possíveis causas destes inconvenientes estão relacionadas ao resistor do


eletroventilador, que pode estar com o termofusível aberto, ou seja, o circuito se abre
pelo fato de trabalhar acima do seu limite de temperatura, ou ainda o motor do
eletroventilador que pode estar travado ou com dificuldade de girar

• Análise do inconveniente:

- Se a reclamação do cliente for de que o eletroventilador não funciona em nenhuma


velocidade, deve-se verificar o fusível F21 situado na caixa de fusíveis, e substituí-lo se
necessário

• Atenção:

- lembre-se que deve ser colocado outro fusível de mesma capacidade de corrente
(7,5 ampères)

- O próximo passo é verificar o resistor do Eletroventilador

• Nota:

- Estes procedimentos valem também para a reclamação de que a ventilação só funciona


na quarta velocidade

• Localização do resistor:

- O resistor está localizado no lado esquerdo, próximo ao pedal do acelerador

- Em seguida, com auxílio de um multímetro, verifique a resistência ôhmica do resistor do


eletroventilador

132
Climatizadores

- Para realizar a medição, posicione as pontas de prova do multímetro em paralelo com


cada circuito - primeira, segunda e terceira velocidades

• Atenção:

- Para efetuar a medição, deve-se considerar o fundo de escala do instrumento e seu


correto zeramento, e fazer a leitura diretamente sobre os terminais. Durante a medição,
observe se os valores encontrados estão de acordo com a seguinte tabela:

Sistema 1ª Velocidade (ohm) 2ª Velocidade (ohm) 3ª Velocidade (ohm)


Ar-condicionado 2,8 - 3,4 0,7 - 1,0 0,3 - 0,4
Aquecimento 2,8 - 3,4 0,6 - 0,7 -
Ventilação 2,8 - 3,4 0,6 - 0,7 -

- Caso os valores encontrados durante a medição estejam fora dos estabelecidos na


tabela, deve-se substituir o resistor e enviá-lo para análise na Fiat

- É importante que a peça seja enviada juntamente com o RAP - Relatório de Análise do
Produto ou RT - Relatório Técnico devidamente preenchido e anexado junto à etiqueta de
identificação da peça.

• Análise do motor do eletroventilador:

- Após a análise do resistor do eletroventilador, é importante verificar a causa da queima,


que pode estar relacionada ao motor do eletroventilador. Assim sendo, deve-se remover o
eletroventilador e verificar o seu funcionamento
Nota: na remoção do eletroventilador, verifique se não existe presença de folhas dentro da ventoinha. Verifi-
que se o motor do eletroventilador gira livremente. Observe que a ventoinha deve girar em sentido horário.
O passo seguinte é medir o consumo do motor.

• Veja como proceder:

- Para medir o consumo do motor é preciso alimentá-lo com 12 volts e medir o consumo
em série com o circuito, diretamente sobre os terminais do motor montado

- Caso os valores encontrados estejam fora do especificado acima, é necessário efetuar


também a troca do motor do eletroventilador

133
Climatizadores

Veja a tabela abaixo:

Sistema Corrente máxima (A)


Ar-condicionado 12,2 - 15,4
Aquecimento e ventilação 7,0 - 10,5
Ventilação 7,0 - 10,5

É importante que as peças sejam enviadas com o RAP - Relatório de Análise do Produto ou
RT - Relatório Técnico devidamente preenchido juntamente com a etiqueta de identificação das
peças.

I.T. Condensador do ar-condicionado - aplicação de peças


anteriores
• Modelo: Novo Ducato T.T. com opcional ar-condicionado

Informamos que, nos veículos compreendidos entre os chassis 2001559 de 28/06/2005 e


2001684 de 01/07/2005, excepcionalmente foram adotados o condensador e filtro secador
desincorporado.

Portanto, no caso de intervenção no sistema de ar-condicionado destes veículos, observar a


correta quantidade de gás refrigerante que deverá ser:

- 1.000 gramas para o sistema duplo (sistema de ar-condicionado suplementar)

- 850 gramas para o sistema simples (sistema de ar-condicionado somente para a cabine
do motorista)

• Reposição:

Para reposição de itens do sistema de ar-condicionado dos veículos compreendidos neste


intervalo de chassis, consultar os modelos anteriores do Ducato

Análise do termostato anticongelamento - diagnose para falha de


campo
Aplicação: Veículos Palio e Novo Palio

• Descrição da operação Inicial:

- Verificar todo o sistema de ar-condicionado, eliminando todas as hipóteses quanto a


vazamento, excesso ou falta de gás e avaliar toda parte elétrica da caixa de ar

134
Climatizadores

• 1.Exame visual:

Observar se o conector do chicote da caixa de ar que alimenta o termostato não está solto

Sensor fixado no
evaporador parte
superior da caixa
lado interno

• 2.Exame funcional:

- Efetuar o teste do termostato anticongelamento da seguinte maneira:- com o uso de um


multímetro ou de uma pinça e uma lâmpada acoplada em uma das extremidades, fixá-los
nos fios de alimentação do termostato (fig.3), sendo: A) Fio Branco/Verde (+) e B)
Fio Preto (-)

- ligar o veículo, observando que o botão do ar-condicionado esteja desligado

- a lâmpada deverá ficar apagada na fase inicial de teste

- acionar o botão do ar-condicionado e posicionar o seletor na 1ª velocidade

- a lâmpada deverá se acender neste momento

- aguardar de 1 a 2 minutos até a diminuição da temperatura (aproximadamente 4°C)

- a lâmpada deverá se apagar após a desativação do compressor

Termostato
Compressor
Pressostato

Evaporador

135
Climatizadores

- Nos casos em que o circuito se apresentar fechado (a lâmpada permanecer acesa),


retirar a caixa de ar do painel e verificar o correto posicionamento do sensor do
termostato

- Efetuar o teste de leitura da temperatura do termostato anticongelamento, imergindo-o em


um recipiente com água e álcool, forçando a temperatura a chegar até sua faixa de
funcionamento

Teste leitura de temperatura do termostato

Obs: usar termômetro para controle da temperatura do banho.

Característica de temperatura

Off 3,5 ± 0,5 °C

Diff 1,5 ± 0,3 °C

136
Climatizadores

• 3.Análise da causa no produto. Uma vez evidenciada a falha no termostato anticongela-


mento, enviar a peça para a Fiat, para que seja efetuada uma análise mais detalhada e suas
respectivas ações junto ao fornecedor.

Tabela de torques de aperto - sistema de climatização - aplicação:


FIAT T.T.

Descrição Medida Nm Kgm


Torque da porca de fixação do filtro secador M6 5.5 Nm 0,5 Kgm
Torque da porca de fixação do conjunto condicionador de ar
M6 6 Nm 0,6 Kgm
(caixa de ar)
Torque da porca de fixação da guarnição dos tubos do aquecedor
M6 5 Nm 0,5 Kgm
e condicionador
Torque do parafuso de fixação do tubo flexível do condensador ao
M6 9 Nm 0,9 Kgm
filtro secador - lado filtro
Torque da porca de fixação do tubo de descarga de água conden-
M6 5 Nm 0,5 Kgm
sada do condicionador
Torque da porca de fixação do tubo de saída do evaporador
M6 9 Nm 0,9 Kgm
(retorno)
Torque da porca de fixação do tubo de entrada do evaporador
M6 9 Nm 0,9 Kgm
(envio)
Torque da porca de fixação do tubo de saída do filtro secador M6 9 Nm 0,9 Kgm
Torque do parafuso de ligação do tubo evaporador ao tubo do
M6 9 Nm 0,9 Kgm
filtro secador (conexão)
Torque do parafuso de fixação do tubo compressor/condensador
M6 9 Nm 0,9 Kgm
na saída do compressor
Torque do parafuso de fixação da conexão do condensador/filtro
M6 9 Nm 0,9 Kgm
secador (lado condensador)
Torque do parafuso de fixação do condensador (só para motoriza-
M6 4 Nm 0,4 Kgm
ções 1.3 / 1.4)
Torque do parafuso de fixação da conexão do condensador/com-
M6 9 Nm 0,9 Kgm
pressor (lado condensador)
Torque do parafuso de fixação da base de comandos do aquece-
M6 1,5 Nm 0,1 Kgm
dor à plancia (painel de instrumentos)
Torque do parafuso de fixação do tubo conexão/compressor (entra-
M6 9 Nm 0,9 Kgm
da do compressor)
Torque do parafuso de fixação da chapa de sustentação dos tubos
M6 5,5 Nm 0,5 Kgm
A/C à travessa (só para motorização 1.6)
Torque do parafuso de fixação da borracha dos tubos do ar-condi-
M6 5,5 Nm 0,5 Kgm
cionado
Torque da fixação do pressostato a três níveis (motorização 1.6) M10 x 1 8 Nm 0,8 Kgm
Torque do parafuso de fixação da chapa de sustentação da borra-
M8 18 Nm 1,8 Kgm
cha e fixação do tubo
Torque do parafuso de fixação do condensador e radiador (sistema
M6 4,5 Nm 0,4 Kgm
com ar-condicionado) (Novo Palio)
Torque do parafuso de fixação do filtro secador (motorização 1.0
M6 5 Nm 0,5 Kgm
8V / 16V e 1.3 16V)

137
Climatizadores

Continuação

Descrição Medida Nm Kgm


Torque da porca de fixação da caixa de ar-condicionado ao painel
M6 6 Nm 0,6 Kgm
de fogo
Torque da porca de fixação da guarnição dos tubos do aquecedor
M8 18 Nm 1,8 Kgm
e ar-condicionado
Torque do parafuso de fixação do tubo flexível do condensador ao
M8 9 Nm 0,9 Kgm
filtro secador (lado do filtro)
Torque da porca de fixação da guarnição dos tubos do aquecedor
M6 18 Nm 1,8 Kgm
e ar-condicionado.
Torque do parafuso de fixação do tubo flexível do condensador ao
M8 9 Nm 0,9 Kgm
filtro secador (lado do filtro).
Torque do parafuso de fixação do filtro secador (Motorização 1.6
M8 15 Nm 1,5 Kgm
16V e 1.0 )
Torque do parafuso de fixação do tubo ar-condicionado ao filtro à
M8 18 Nm 1,8 Kgm
carroceria (motorização 1.3 16V e 1.0 8V/16V).
Torque do parafuso de fixação da chapa entre compressor/condi-
M6 18 Nm 1,8 Kgm
cionador e sub-bloco (motorização 1.3 16V e 1.0).
Torque da porca de fixação do bloco de saída do evaporador
M6 9 Nm 0,9 Kgm
(retorno)
Torque da porca de fixação do bloco de entrada do evaporador
M6 9 Nm 0,9 Kgm
(envio)
Torque do parafuso de fixação da saída do filtro secador. M6 9 Nm 0,9 Kgm
Torque do parafuso de fixação do tubo do compressor ao conden-
M6 9 Nm 0,9 Kgm
sador na saída do compressor.
Torque do parafuso de fixação da base de comandos do climatiza-
M6 2,5 Nm 0,2 Kgm
dor ao painel.
Torque do parafuso de fixação da conexão do tubo do compressor
M6 9 Nm 0,9 Kgm
(entrada).

138
Climatizadores

Ficha de reparação

Sistema de ar-condicionado

Modelo:__________________________ Motorização:________________ Data:_________________

Nº do chassi:_________________________________ Quilometragem:_________________________

Inconveniente reclamado:

Locais de intervenção

Vazamento Elétrico / mecânico


Entrada do compressor Anel O ring
Saída do compressor Caixa de ar
Entrada do condensador Central eletrônica de comando
Saída do condensador Compressor
Entrada do filtro secador Condensador
Saída do filtro secador Eletroventilador
Entrada do evaporador Evaporador
Saída do evaporador Pressostato
Pressostato Relé
Conexão de abastecimento (alta pressão) Termostato
Conexão de abastecimento (baixa pressão) Tubos (especificar)
Conexão entre tubos Válvula de expansão
Outros Outros

Descrição da reparação:

Responsável:__________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

Data: ______ /______ /______

139
Caderno de exercícios

141
Climatizadores

142
Climatizadores

Exercício 1: generalidades

1. Relacione a segunda coluna com a primeira:

1. Calor ( ) É definida como força distribuída em uma superfície


2. Temperatura ( ) É a energia em movimento
3. Pressão ( ) Indica o grau de agitação térmica de uma substância

2. O gráfico da figura abaixo representa o comportamento de uma substância em função da


variação da temperatura e pressão. Marque a alternativa que não expressa esta caracter-
ística:

a. Uma substância no estado gasoso e a uma temperatu-


ra constante se condensa se a pressão for elevada
b. Uma substância no estado líquido e a uma pressão
Líquida constante se solidifica se a temperatura for elevada
Pressão

c. Uma substância no estado sólido pode passar direta-


mente para o estado gasoso
Sólida
Gasosa d. É possível coexistir em um recipiente sob determinadas
condições de pressão e temperatura os três estados
Temperatura físicos de uma substância

3. Relacione a primeira coluna com a segunda:

1. Calor latente ( ) É a quantidade de calor cedida ou recebida por uma substância


variando apenas a sua temperatura, sem mudar o seu estado físico

2. Calor sensível ( ) É a quantidade de calor que devemos ceder ou retirar de um


grama da substância para que ela mude de estado

4. O que ocorre quando uma substância evapora?

a. Ela absorve calor do meio que a envolve


b. Ela libera calor para o meio que a envolve
c. Ela não troca calor com o meio que a envolve
d. Ela troca calor somente se houver uma diferença de pressão

5. O que é calor, temperatura e pressão? Quais são suas unidades?

143
Climatizadores

Exercício 2: componentes do sistema

1. Indique o nome de cada componente no circuito de refrigeração abaixo:

Nome do componente

1 5

2 7
4

4
6
5

7 3
2
1

2. Relacione a segunda coluna com a primeira:

1. Compressor ( ) Provoca a queda de pressão do refrigerante


2. Condensador ( ) Melhora a troca de calor entre o refrigerante e o ar do habitáculo
3. Filtro secador ( ) Entre outras funções, ele age como um armazenador de refrigerante
4. Tubo expansor ( ) Promove a circulação do refrigerante
5. Evaporador ( ) Melhora a troca de calor entre o refrigerante e o ar externo

3. Identifique o sinal elétrico de cada um dos terminais do sensor de pressão linear e complete
a tabela abaixo:

Terminal Função

1 2
3

144
Climatizadores

4. Analise o gráfico de resposta do sensor de pressão linear e complete a coluna “teórica” da


tabela abaixo. Depois, meça o valor da tensão e complete a coluna “medida”.
100
Tensão 90
%Vcc
Pressão 80

Teórica Medida 70

60
2,5 bar 50

40
15,0 bar 30

20
18,0 bar
10

0
28,0 bar 0 5 10 15 20 25 30 35

3,018 bar 29,508

5. Complete o desenho abaixo, indicando dentro do círculo o número correspondente a cada


componente.

Circuito de refrigeração Nome dos componentes

1. Compressor
2. Condensador
3. Evaporador
4. Válvula expansora
5. Filtro secador
6. Eletroventilador do condensador
7. Eletroventilador do evaporador

6. No circuito anterior, identifique a linha de baixa pressão (BP) e a linha de alta pressão (AP).

145
Climatizadores

Exercício 3: funcionamento do sistema

1. De acordo com gráfico abaixo, indique qual o estado físico do refrigerante nos pontos
destacados:

Pressão
Ponto Estado
3 2
( ) Líquido a baixa pressão e baixa temperatura
Líquido
( ) Gás a alta pressão e alta temperatura
( ) Gás a baixa pressão e baixa temperatura
4 Gás
( ) Líquido a alta pressão e alta temperatura 1

Temperatura

2. O gráfico abaixo representa o comportamento do gás em função da variação da tempera-


tura x pressão. Relacione os pontos indicados no gráfico com o diagrama esquemático do
sistema de ar-condicionado.
Pressão

3 2

Líquido

4 Gás
1

Temperatura

3. Relacione a segunda tabela com a primeira.

Trecho Fenômeno
( I ) 1→2 ( ) Neste trecho, o fluido refrigerante evapora, absorvendo calor do ambiente
( II ) 2→3 ( ) Neste trecho, o fluido refrigerante condensa, liberando calor para o ambiente
Neste trecho, o fluido refrigerante na fase líquida sofre uma queda brusca de
( III ) 3 → 4 ( )
pressão e de temperatura
Neste trecho, o fluido refrigerante na fase gasosa é comprimido, sofrendo um
( IV ) 4 → 1 ( )
aumento de pressão e de temperatura

146
Climatizadores

4. De acordo com o funcionamento do sistema de ar-condicionado, relacione a segunda coluna


de acordo com a primeira:

Pressão na linha
Ação
de alta
( I ) 2,5 bar ( ) Liga o eletroventilador do sistema de arrefecimento na 2ª velocidade
( II ) 15,0 bar ( ) Liga o eletroventilador do sistema de arrefecimento na 1ª velocidade
( III ) 18,0 bar ( ) Desliga a embreagem eletromagnética do compressor por falta de refrigerante
( IV ) 28,0 bar ( ) Desliga a embreagem eletromagnética do compressor por excesso de pressão

5. Relacione os pontos do gráfico do ciclo de refrigeração com o circuito de refrigeração.

Circuito de refrigeração com tubo expansor Ciclo de refrigeração

Pressão

Alta 2
3
Pressão

Líquido

Gás
Baixa 4
Pressão 1

Baixa Alta Temperatura


Temperatura Temperatura

6. Complete as lacunas, relacionando os trechos do gráfico do ciclo de refrigeração com o


fenômeno de refrigeração. Exemplo: trecho 1→2, 2→3, etc.

Ciclo de Refrigeração Trecho Fenômeno

Pressão
( ) Ocorre a compressão do fluido refrigerante
Alta
3
2 na fase gasosa
Pressão
( ) Ocorre a mudança de fase de gás para
Líquido
líquido, ocorrendo liberação de calor
( ) Ocorre a queda de pressão do fluido
Gás refrigerante na fase líquida
Baixa 4
Pressão 1
( ) Ocorre a mudança de fase de líquido
Baixa Alta Temperatura para gás, ocorrendo absorção de calor
Temperatura Temperatura

147
Climatizadores

Exercício 4: diagnóstico

1. Dentre os fatores abaixo, qual deles não provoca o corte do compressor?

a. Pressão interna do sistema abaixo do mínimo estabelecido


b. Pressão interna do sistema acima do máximo estabelecido
c. Temperatura do evaporador abaixo do mínimo estabelecido
d. Superaquecimento do motor do automóvel

2. Analisando um sistema de condicionamento de ar, foi observada uma anomalia indicada


pela leitura dos dois manômetros conforme a figura abaixo. Dois técnicos analisaram a situa-
ção e deram as seguintes conclusões:

I - “O técnico A afirma que o problema pode estar sendo causado por excesso de umidade
no sistema e que isto provocaria uma menor pressão na linha, devido à condensação de
água no sistema”.
II - “O técnico B afirma que o problema pode estar sendo causado por ausência de circulação
do fluido refrigerante e com isto o sistema não irá refrigerar corretamente”.

a. Ambos os técnicos estão corretos


b. Apenas o técnico B está correto
c. Apenas o técnico A está correto
d. Ambos os técnicos estão errados

148
Climatizadores

3. Analisando um sistema de condicionamento de ar, foi constatada uma anomalia indicada


pela leitura dos dois manômetros conforme a figura abaixo. Dois técnicos analisaram a situa-
ção e deram as seguintes conclusões:

I - “O técnico A afirma que o problema pode estar sendo causado por excesso de fluido no
sistema ou deficiência na troca de calor com o condensador e o sistema não refrigera nor-
malmente”.
II - “O técnico B afirma que o problema pode estar sendo causado por deficiência do compres-
sor e filtro secador e com isto o sistema não irá refrigerar corretamente.

a. Ambos os técnicos estão corretos


b. Apenas o técnico B está correto
c. Apenas o técnico A está correto
d. Ambos os técnicos estão errados

4. Caso o compressor de ar-condicionado não entre em funcionamento, marque, dentre as alter-


nativas abaixo, aquela que pode estar relacionada a este inconveniente:

a. Sensor anticongelamento inoperante


b. Falta de gás no sistema
c. Circuito elétrico da embreagem eletromagnética com defeito
d. Todas as alternativas acima

5. Na análise da eficácia do sistema de ar-condicionado, marque, dentre as alternativas


abaixo, aquela que não corresponde às etapas que devem ser seguidas nesta verificação:

a. Avaliar se o filtro de carvão ativado (ou antipólen) encontra-se obstruído


b. Ligar o veículo e abrir os vidros das portas dianteiras e traseiras, até a diminuição da tem-
peratura do habitáculo
c. É importante que o teste seja efetuado em ambiente coberto, sem a exposição direta do sol
sobre o veículo
d. Compressor de ar-condicionado inserido e rotação do motor acima de 4500 rpm

149
Climatizadores

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razões de natureza técnica, ou comercial, porém sem prejudicar as características
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