Você está na página 1de 92

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

BIANCA PIRILO DA SILVA

ARQUITETURA PARAMÉTRICA APLICADA AO PROJETO DE


UM CENTRO DE TRADIÇÕES NIPONICAS

Mogi das Cruzes


2023

1
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
BIANCA PIRILO DA SILVA – 11191502046

ARQUITETURA PARAMÉTRICA APLICADA AO PROJETO DE


UM CENTRO DE TRADIÇÕES NIPONICAS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao curso de Arquitetura
de Urbanismo da Universidade de
Mogi das Cruzes, como parte dos
requisitos para avaliação do TCC I

Professora/Orientadora: ?????????????

Mogi das Cruzes


2023

2
BIANCA PIRILO DA SILVA

ARQUITETURA PARAMÉTRICA APLICADA AO PROJETO DE


UM CENTRO DE TRADIÇÕES NIPONICAS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao curso de Arquitetura
de Urbanismo da Universidade de
Mogi das Cruzes, como parte dos
requisitos para avaliação do TCC I

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Professora Orientadora Arquiteta ???????
Universidade de Mogi das Cruzes – UMC

__________________________________________
Professor(a) Convidado(a)
Universidade de Mogi das Cruzes – UMC

__________________________________________
Arquiteto(a) Convidado(a)

3
AGRADECIMENTOS

Dedico este projeto primeiramente aos meus pais Antônio e Sandra e ao


meu namorado Gabriel que foram os pilares principais dessa conquista,
obrigada por todo apoio durante todos esses anos.
Agradeço também a minha dupla inseparável ao longo do curso
Fabiana, que sempre esteve ao meu lado para tirar dúvidas e me ajudar a
manter a cabeça no lugar.
A todos que estiveram envolvidos no meu desenvolvimento direta ou
indiretamente.
Enfim obrigado a todos e meus sinceros e eternos agradecimentos.

4
“O que chamamos realidade é
apenas o senso comum de nossa
cultura. Ignorar outras culturas é
estar cego para outras realidades.”
- Alan Moore

5
RESUMO
Este projeto de conclusão de curso tem como objetivo promover a
criação de um espaço cultural, educacional e de lazer para todos aqueles
dispostos a conhecer e vivenciar uma nova cultura.
Baseado em estudos sobre a região, é proposto um espaço que resgate
a essência da nação japonesa, que teve grande importância para formação da
cidade de Mogi das Cruzes, trazendo assim conhecimento histórico e cultural
para os moradores da região, além de atrair turismo para a cidade fomentando
a economia e renda local.
A arquitetura paramétrica é a ferramenta ideal para a criação deste
espaço, pois possibilita a combinação de formas e conceitos que traduzem a
essência da cultura japonesa. Logo a utilização desta metodologia no projeto
garante uma construção dinâmica e flexível, capaz de se adaptar às mudanças
e evoluções, sem prejudicar sua essência.
Além disso aplicação da arquitetura paramétrica em um projeto envolve
o uso de tecnologias avançadas para criar formas complexas, flexíveis e
personalizadas a partir de parametrização, simulações e algoritmos. Isso
permite a criação de soluções arquitetônicas inovadoras, únicas e altamente
adaptáveis às necessidades do projeto e do contexto, então o projeto não se
trata apenas da construção de um novo espaço, mas sim de como é projetado
e como as novas tecnologias avançam no meio do design, arquitetura e
construção civil.
Enfim a cultura japonesa é rica e diversa, e sua preservação é
fundamental para a sociedade, pois permite a valorização e o respeito às
tradições e costumes de uma nação. O centro de tradições japonesas será,
assim, um espaço onde o visitante poderá conhecer e vivenciar novas
experiencias, atrelada com a arquitetura paramétrica o usuário poderá usufruir
do espaço de uma forma única e autêntica.

Palavras-chave: Cultura, Japonesa, Turismo, Patrimônio, Arquitetura


Paramétrica.

6
ABSTRACT
This course completion project aims to promote the creation of a cultural,
educational and leisure space for all those willing to know and experience a
new culture.
Based on studies of the region, a space is proposed that rescues the
essence of the Japanese nation, which was of great importance for the
formation of the city of Mogi das Cruzes, thus bringing historical and cultural
knowledge to the residents of the region, in addition to attracting tourism to the
region. city promoting the local economy and income.
Parametric architecture is the ideal tool for creating this space, as it
enables the combination of forms and concepts that translate the essence of
Japanese culture. Therefore, the use of this methodology in the project
guarantees a dynamic and flexible construction, capable of adapting to changes
and evolutions, without harming its essence.
In addition, applying parametric architecture to a project involves using
advanced technologies to create complex, flexible and customized shapes
based on parameterization, simulations and algorithms. This allows the creation
of innovative, unique and highly adaptable architectural solutions to the needs
of the project and the context, so the project is not just about building a new
space, but about how it is designed and how new technologies advance in the
midst of design, architecture and construction.
Finally, Japanese culture is rich and diverse, and its preservation is
fundamental for society, as it allows appreciation and respect for the traditions
and customs of a nation. The center of Japanese traditions will be, therefore, a
space where the visitor will be able to know and live new experiences, linked
with the parametric architecture, the user will be able to enjoy the space in a
unique and authentic way.

Keywords: Culture, Japanese, Tourism, Heritage, Parametric Architecture.

7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fonte: Archdaily. Autor: Fernanda Ligabue + Rafael Frazão............21
Figura 2- Algoritmo de um Bolo de Limão. Fonte: Autor....................................24
Figura 3- Fachada Japan House - Fonte: ArchDaily. Autor: Rogério Cassimiro
............................................................................................................................31
Figura 4- Corte da Japan House - Autor: FGMF, Kengo Kuma Associates......32
Figura 5- Planta Baixa dos pavimentos – Autor: FGMF, Kengo Kuma
Associates...........................................................................................................32
Figura 6- Área do Restaurante - Fonte:
https://www.japanhousesp.com.br/restaurante/.................................................33
Figura 7- Fachada da Japan House. Fonte:
https://images.adsttc.com/media/images/5d54/f164/284d/d13c/9500/0075/
slideshow/JH-8370.jpg?1565847898.................................................................34
Figura 8- Cobogós pré-fabricados em Concreto. Autor: Milton Espires............34
Figura 9- Resumo do Algoritmo - Fonte: Rodrigo Aguirre
https://www.iaacblog.com/programs/parametric-facades-japan-house-sao-
paulo/..................................................................................................................35
Figura 10- Fachada Casarão do Chá. Fonte: Estadão......................................37
Figura 11- Planta Baixa da Edificação. Fonte: Casarão do Chá Mogi das
Cruzes Celina Kuniyoshi Walter Pires Governo do Estado de São Paulo
Secretaria de Estado da Cultura CONDEPHAAT São Paulo 1984. P. 29.........38
Figura 12- Interior do Casarão do Chá. Fonte:
https://www.mogidascruzes.sp.gov.br/unidade-e-equipamento/cultura-e-
turismo/casarao-do-cha......................................................................................39
Figura 13- Alguns tipos de encaixe de madeira. Fonte: Labois
(https://labois.com/madera/unir-la-madera-tipos-ensamble-sin-tornillos/).........40
Figura 14- Fachada do Museu de Arte KYOCERA. Autor: Daici Ano................42
Figura 15- Planta Baixa do Terreo. Fonte: Jun Aoki & Associates, Tezzo
Nishizawa Architects...........................................................................................43
Figura 16- Detalhes de uso de aço e vidro na fachada do museu. Autor: Takeru
Koroda................................................................................................................44
Figura 17- Imagem Aérea do Museu. Autor: Shogeru Ohno.............................46
Figura 18- Planta Baixa. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/774265/museu-
de-arte-tomihiro-aat-plus-makoto-yokomizo/5556873ae58ece37c1000036-
tomihiro-art-museum-aat-makoto-yokomizo-floor-plan?next_project=no..........47
Figura 19- Detalhes da Estrutura Interna. Autor: Makoto Yokomizo.................48
Figura 20- Interior do Museu. Autor: Christoffer Rudquist.................................49
Figura 21- Fachada Pavilão Japonês. Fonte: Diário Naturalista
(https://diariodonaturalista.com.br/conheca-o-pavilhao-japones-no-parque-do-
ibirapuera-em-sao-paulo/)..................................................................................52
Figura 22- Detalhe do projeto paisagístico do Pavilhão Japonês no Ibirapuera.
Autor: Arquiteto Hiroshi Oe (1954).....................................................................53
Figura 23- Fachada. Fonte: autor.......................................................................55
Figura 24- Fachada. Fonte: autor.......................................................................55
Figura 25- Fachada. Fonte: autor.......................................................................55
Figura 26- Jardim. Fonte: Autor..........................................................................55

8
Figura 27- Jardim. Fonte: Autor..........................................................................55
Figura 28- Jardim. Fonte: Autor..........................................................................55
Figura 29- Jardim. Fonte: Autor..........................................................................55
Figura 30- Jardim. Fonte: Autor..........................................................................55
Figura 31- Técnica Shou Sugi Ban. Fonte: Autor...............................................55
Figura 32- Detalhe de Carpa Koi. Fonte: Autor..................................................56
Figura 33- Utilização do bamboo. Fonte: Autor..................................................56
Figura 34- Utilização do bamboo. Fonte: Autor..................................................56
Figura 35- Madeira Envernizada. Fonte: Autor..................................................56
Figura 36- Madeira Envernizada. Fonte: Autor..................................................56
Figura 37- Madeira Envernizada. Fonte: Autor..................................................56
Figura 38- Salão. Fonte: Autor...........................................................................56
Figura 39- Salão. Fonte: Autor...........................................................................56
Figura 40- Salão. Fonte: Autor...........................................................................56
Figura 41- Salão. Fonte: Autor...........................................................................57
Figura 42- Luz Natural. Fonte: Autor..................................................................57
Figura 43- Luz Natural. Fonte: Autor..................................................................57
Figura 44- Luz Natural. Fonte: Autor..................................................................57
Figura 45- Ensambladuras. Fonte: Autor...........................................................57
Figura 46- Ensambladuras. Fonte: Autor...........................................................57
Figura 47- Ensambladuras. Fonte: Autor...........................................................57
Figura 48- Lago. Fonte: Autor............................................................................57
Figura 49- Lago. Fonte: Autor............................................................................57
Figura 50- Esqueleto estrutural da fachada principal. Fonte: designboom
(https://www.designboom.com/architecture/zaha-hadid-heydar-aliyev-cultural-
centre-progress/)................................................................................................70
Figura 51- Espelhos D'agua. Fonte: Casa e construção
(https://casaeconstrucao.org/paisagismo/espelho-dagua/)................................71
Figura 52- Espelhos D'agua. Fonte: Casa e construção
(https://casaeconstrucao.org/paisagismo/espelho-dagua/)................................71
Figura 53- Jardim Japonês Fonte: Viva e Decora
(https://www.vivadecora.com.br/revista/jardim-japones/)...................................71
Figura 54- Jardim Japonês Fonte: Viva e Decora
(https://www.vivadecora.com.br/revista/jardim-japones/)...................................71
Figura 55- Jardim Japonês Fonte: Viva e Decora
(https://www.vivadecora.com.br/revista/jardim-japones/)...................................71
Figura 56- Jardim Japonês Fonte: Viva e Decora
(https://www.vivadecora.com.br/revista/jardim-japones/)...................................71

9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Análise SWOT Japan House. Fonte: Autor.......................................36
Tabela 2- Analise SWOT Casarão do Chá. Fonte: Autor..................................41
Tabela 3- Análise SWOT Museu de Arte KYOCERA. Fonte: Autor..................45
Tabela 4- Análise SWOT Tomihiro Art Museum. Fonte: Autor..........................50
Tabela 5- Análise S.W.O.T Pavilhão Japônes Fonte: Autor..............................54
Tabela 6- Análise s.w.o.t da torre de Miroku......................................................62

10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
3D - Espaço tridimensional.
ABNT - Associação de Normas Técnicas.
BIM - Building Information Model.
BUNKYO - Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa.
C.A - Coeficiente de Aproveitamento.
CAU/BR -Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil.
COE - Código de Obras e Edificações
CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico.
DML - Depósito de Material de Limpeza.
Fig. - Figura.
NBR - Norma Brasileira de Regulamentação
P. - Página.
SWOT- Strenghts, Weaknesses, Oportunities, Threat.
T.O. - Taxa de Ocupação.
T.P. - Taxa de Permeabilidade.

11
Sumário
1. REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................20
1.1 TEMA 01 – ARQUITETURA PARAMÉTRICA.....................................20
1.1.2 TIPOLOGIA........................................................................................20
1.1.2.1 - Arquitetura generativa.............................................................20
1.1.2.2 - Arquitetura paramétrica performática....................................20
1.1.2.3 - Arquitetura paramétrica estrutural.........................................20
1.1.2.4 - Arquitetura paramétrica de interação....................................21
1.1.3 HISTÓRICO DA ARQUITETURA PARAMÉTRICA...........................21
1.1.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ARQUITETURA
PARAMÉTRICA...........................................................................................22
1.1.5 ENTENDENDO A ARQUITETURA PARAMÉTRICA........................22
1.1.5.1 O QUE SÃO ALGORITMOS?......................................................23
1.2 TEMA 02 – CULTURA..........................................................................24
1.2.1 A IMPORTANCIA DA CULTURA PARA SOCIEDADE....................24
1.2.2 CENTRO CULTURAL........................................................................25
1.2.3 A RELEVÂNCIA DE UM CENTRO CULTURAL PARA CIDADE.....25
1.3 TEMA 03 – A CULTURA JAPONESA.....................................................26
1.3.1 CENTRO DE TRADIÇÕES NIPONICAS...........................................26
1.3.2 ELEMENTOS IMPORTANTES DA CULTURA JAPONESA............26
1.3.3 A DETURPAÇÃO DA CULTURA JAPONESA.................................27
1.4 CONTEXTO HISTÓRICO.........................................................................28
1.4.1 LINHA DO TEMPO.............................................................................28
1.4.2 A IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL..........................................29
1.4.3 A IMIGRAÇÃO JAPONESA EM MOGI DAS CRUZES.....................30
2. ESTUDOS DE CASO E VISITA TÉCNICA.................................................31
2.1 ESTUDO DE CASO NACIONAL 01.....................................................31
2.1.1 JAPAN HOUSE..............................................................................31
2.1.1.1 FICHA TECNICA..........................................................................31
2.1.1.2 SOBRE O LOCAL........................................................................31
2.1.1.3 PLANTA BAIXA...........................................................................32
2.1.1.4 MATERIALIDADE........................................................................33
2.1.1.5 APLICAÇÃO DA ARQUITETURA PARAMÉTRICA NA JAPAN
HOUSE.....................................................................................................34
2.1.1.6 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO..................35
12
2.2 ESTUDO DE CASO NACIONAL 02.....................................................36
2.2.1 CASARÃO DO CHÁ......................................................................36
2.2.2.1 FICHA TÉCNICA..........................................................................36
2.2.2.2 SOBRE O LOCAL........................................................................37
2.2.2.3 PLANTA BAIXA...........................................................................38
2.2.2.4 MATERIALIDADE........................................................................39
2.1.1.5 PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA ARQUITETURA
JÁPONESAS DESTACADAS:................................................................39
2.2.2.6 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO..................41
2.3 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL 01..........................................41
2.3.1 MUSEU DE ARTE KYOCERA...........................................................41
2.3.1.1 FICHA TÉCNICA..........................................................................41
2.3.1.2 SOBRE O LOCAL........................................................................42
2.3.1.3 PLANTA BAIXA...........................................................................42
2.3.1.4 MATERIALIDADE........................................................................44
2.3.1.5 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO..................44
2.3.1.6 ANÁLISE S.W.O.T DO MUSEU DE ARTE KYOCERA..............45
2.4 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL 04..........................................45
2.4.1 TOMIHIRO ART MUSEUM.................................................................45
2.4.1.1 FICHA TÉCNICA..........................................................................45
2.4.1.2 SOBRE O LOCAL........................................................................45
2.4.1.3 PLANTA BAIXA...........................................................................46
2.4.1.4 MATERIALIDADE........................................................................47
2.4.1.5 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO..................49
2.4.1.6 ANÁLISE S.W.O.T DO TOMIHIRO ART MUSEUM....................50
3. VISITA TÉCNICA.........................................................................................51
3.1 VISITA TÉCNICA 01 – PAVILÃO JAPÔNES......................................51
3.1.1 FICHA TÉCNICA............................................................................51
3.1.2 SOBRE O LOCAL..........................................................................51
3.1.3 PLANTA BAIXA.............................................................................52
3.1.4 MATERIALIDADE..........................................................................53
3.1.5 MOTIVOS DE ESCOLHA PARA VISITA TÉCNICA.....................54
3.1.6 ANÁLISE S.W.O.T DO PAVILÃO JAPÔNES...............................54
3.1.7 FOTOS DO LOCAL........................................................................55
3.2 VISITA TÉCNICA 02 – TORRE DE MIROKU......................................59

13
3.2.1 FICHA TÉCNICA............................................................................59
3.2.2 SOBRE O LOCAL..........................................................................59
3.2.3 PLANTA BAIXA.............................................................................60
3.2.4 MATERIALIDADE..........................................................................61
3.2.5 MOTIVOS DE ESCOLHA PARA VISITA TÉCNICA.....................62
3.2.6 ANÁLISE S.W.O.T DA TORRE DE MIROKU...............................62
3.2.7 FOTOS DO LOCAL........................................................................63
4.1 LOCALIZAZÃO E VIABILIDADE.........................................................68
4.2 ASPÉCTOS CLIMÁTICOS...................................................................68
4.3 ASPÉCTOS MORFOLÓGICOS............................................................68
4.4 USO DO SOLO.....................................................................................68
4.5 GABARITO...........................................................................................68
4.6 DADOS PLANALTIMÉTRICOS E VEGETAÇÃO................................68
4.7 ASPECTOS VIÁRIOS...........................................................................68
4.8 INFLAESTRUTURA URBANA.............................................................68
4.9 O TERRENO E SEU ENTORNO..........................................................68
4.10 INDICES URBANISTICOS................................................................68
5. DIRETRIZES E PREMISSAS......................................................................69
5.1 LEGISLAÇÕES.....................................................................................69
5.1.1 PLANO DIRETOR DE MOGI DAS CRUZES.....................................69
5.1.2 CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO.................69
5.1.3 NORMA BRASILEIRA ABNT 9050...............................................70
5.1.4 NORMA BRASILEIRA ABNT 9077...............................................70
5.1.5 CODIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES – COE............................70
5.2.1 DIRETRIZES ESPECIFICAS.........................................................71
5.2.1.1 SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS.................................................71
5.2.1.2 CIRCULAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL..........................71
5.2.1.3 CORRIMÃO E GUARDA CORPO...........................................72
5.2.1.4 PLATAFORMA DE ELEVAÇÃO VERTICAL..........................72
5.2.1.5 RESTAURANTES, REFEITORIOS, BARES E SIMILARES. .72
5.2.1.6 LOCAIS DE EXPOSIÇÕES.....................................................73
5.2.1.7 PARQUES, PRAÇAS E LOCAIS TURISTICOS.....................73
5.2.1.8 ACESSOS................................................................................73
5.2.1.9 RESIDUOS SOLIDOS.............................................................73
5.2.1.10 ISOLAMENTO ACUSTICO.....................................................73

14
5.2.1.11 CONFORTO TÉRMICO...........................................................74
5.2.1.12 USO DE ÁGUA DO RIO/CORREGO......................................74
6. USUÁRIOS..................................................................................................76
6.1 PERFIL DO USUÁRIO..........................................................................76
6.1.1 PÚBLICO ALVO PRINCIPAL...........................................................76
6.1.2 PÚBLICO ALVO SECUNDÁRIO.......................................................76
7. SUSTENTABILIDADE.............................................................................77
7.1 MELIPONICULTURA............................................................................77
7.1.1 Importância das Abelhas Nativas...............................................77
7.1.2 Benefícios Ambientais.................................................................77
7.1.3 Como implantar............................................................................77
7.1.4 Espécies nativas...........................................................................77
7.1.5 Um exemplo para população.......................................................77
7.2 WETLANDS CONSTRUIDO.................................................................77
7.2.1 Solução sustentável para tratamento de água e esgoto.............77
7.2.2 Como funciona?...............................................................................77
7.2.3 Como implantar................................................................................77
7.2.4 Plantas utilizadas.............................................................................77
7.2.5 Um exemplo para população..........................................................77
7.3 Sob um olhar arquitetônico................................................................77
8. ESQUEMAS ESTRUTURANTES................................................................78
8.1 CONCEITO ARQUITETÔNICO............................................................78
8.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO...............................................................79
8.3 PARTIDO URBANÍSTICO....................................................................81
8.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES.....................................................81
8.5 ORGANOGRAMA.................................................................................81
8.6 FLUXOGRAMA.....................................................................................81
9. MATERIAIS E ACABAMENTOS................................................................82
10. CADERNO DE PROJETO.......................................................................83
11. ILUSTRAÇÕES........................................................................................84
12. CONCLUSÃO...........................................................................................85
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................86

15
INTRODUÇÃO
A arquitetura paramétrica é uma abordagem que tem se tornado cada
vez mais popular na indústria da construção, graças à sua capacidade de
oferecer soluções inovadoras e personalizadas a cada projeto. Com a
utilização de algoritmos e software especializado, é possível modelar formas
complexas e dinâmicas de maneira muito mais eficiente e precisa do que com
as técnicas tradicionais. Logo, a arquitetura paramétrica permite ao projetista
explorar e testar várias opções de design de maneira muito mais rápida e
intuitiva.
“Os recentes programas computacionais chamados paramétricos possuem duas
funções que interessam, particularmente, ao processo de projeto em arquitetura: 1. eles
automatizam a alteração dos valores atribuídos aos parâmetros, fornecendo instantaneamente,
na tela do computador, a imagem gráfica da forma que corresponde à equação utilizada; 2.
Com eles relacionamos diferentes objetos desenhados, que podem ser as diversas curvas que
compõem uma mesma superfície, permitindo que, ao alterarem-se valores em uma delas, a
forma da superfície se altere como um todo, adequando automaticamente os valores das
demais curvas.
O que é, no entanto, fundamental de ser entendido, especialmente por arquitetos, é
que o objeto geométrico concebido com auxílio da parametrização não precisa ser
necessariamente composto de formas curvas. Qualquer elemento de um projeto convencional -
portas, paredes e dutos, por exemplo -, se modelado em um programa paramétrico, terá suas
dimensões automaticamente readequadas sempre que as dimensões de outros elementos do
modelo forem modificadas pelo projetista. Os programas de modelagem que funcionam em
plataforma BIM são um exemplo disso” (TRAMONTANO, Marcelo. Quando pesquisa e ensino
se conectam: design paramétrico, fabricação digital e projeto de arquitetura. In: CONGRESSO
DA SOCIEDADE IBEROAMERICANA DE GRÁFICA DIGITAL. 2015. p. 546.)
O projeto de um centro de tradições nipônicas se apresenta como uma
excelente oportunidade para a aplicação da arquitetura paramétrica, já que a
cultura japonesa é conhecida por sua riqueza, diversidade e busca por novas
tecnologias. Ao aplicar a arquitetura paramétrica ao projeto de um centro de
tradições nipônicas, é possível preservar e respeitar a riqueza cultural do
Japão, ao mesmo tempo em que se aproveitam as vantagens da tecnologia
para criar soluções arquitetônicas inovadoras e personalizadas.
Outro viés que embasa o subtema “Centro de tradições Niponicas” é à
crescente demanda pela cultura japonesa e ao potencial para promover a
diversidade cultural na comunidade local.
Em primeiro lugar, a cultura japonesa é cada vez mais popular no Brasil
e no mundo, atraindo milhões de pessoas com sua rica história, arte, literatura,
música e culinária. A construção de um local dedicado à cultura japonesa
permitiria aos moradores de Mogi das Cruzes ter acesso a essa riqueza e
aprender com as tradições e valores japoneses.

16
Em segundo lugar, um centro cultural com temática japonesa pode
contribuir para a promoção da diversidade cultural na comunidade local, dando
a oportunidade de conhecer outras tradições e valorizando a diversidade. Isso
pode levar a uma comunidade mais inclusiva e compreensiva, onde as
diferenças são celebradas e respeitadas.
Outro ponto importante é que o centro cultural pode se tornar um
importante ponto turístico, atraindo visitantes interessados na cultura japonesa
e gerando renda para a cidade.

17
JUSTIFICATIVA
O centro de tradições japonesas é um local de grande importância para
a preservação e difusão da cultura oriental. Como um espaço que abriga
diversas atividades, o centro serve como uma vitrine da cultura japonesa,
permitindo que as pessoas sejam imersas em tradições e valores que são cada
vez mais visados no mundo e já possuem certo embasamento em Mogi das
Cruzes, devido seu histórico.
Segundo a revista Veja a cultura japonesa tem ganhado cada vez mais
visibilidade e apreciação no Brasil, uma reportagem de 2012 evidenciou que
durante a JapanFest, um festival que ocorre anualmente em SP atraiu mais de
190 mil pessoas durante os três dias de evento.
“Cada vez mais visitantes vêm todos os anos, e a metade não é japonesa. Vêm pela
comida, para aprender sobre o Japão” (Erika Yamauti, coordenadora da Japanfest em
depoimento a reportagem “A cultura japonesa ganha cada vez mais força no Brasil” -
https://veja.abril.com.br/brasil/a-cultura-japonesa-ganha-cada-vez-mais-forca-no-brasil/)

Logo, pode-se dizer que um projeto de um centro de tradições japonesas


desse porte é viável em Mogi das Cruzes, trazendo visibilidade para a cidade
por ter uma garantia de público. Além disso um centro de tradições bem
estruturado e localizado pode atrair turistas de outras cidades e estados. Isso
pode gerar mais movimentação econômica na cidade e contribuir para o
desenvolvimento local.
O terreno escolhido para a construção do centro de tradições japonesas
é uma localização privilegiada, situada na Av. das Orquídeas em Brás Cubas,
na cidade de Mogi das Cruzes. A área é estrategicamente localizada, próxima
à estação de trem e do rio Tietê. Essa posição favorecida possibilita a
implementação de um projeto de sustentabilidade, que inclui a purificação da
água do rio para utilização em lagos artificiais dentro do centro, assim como
seu retorno, já purificada e tratada, semelhante ao projeto implantado no
Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, além de outras ações que promovem a
preservação do meio ambiente como replantio de arvores nativas no vasto
terreno que já se encontra sem muita vegetação e uma oportunidade de utiliza-
las em um novo layout, mesclando a flora da mata atlântica ao conceito de
jardim japonês, por exemplo a famosa Sakura (arvore de cerejeira) poderia ser
representada por Ipês cor de rosa.

18
Outro item visado para escolha do térreo é sua vista, que conta com a
paisagem direta para serra do Itapeti e também possui uma vista livre para
quem passa de trem ou pela avenida que se encontra logo a frente, logo é de
estrema importância que o projeto converse com a paisagem, para que seja
assim uma obra de arte ao olhar da população.
A escolha da arquitetura paramétrica para a construção do centro de
tradições japonesas reforça o compromisso do projeto com a inovação e com a
tradição. Pois por mais que seja apenas um meio técnico de concepção
mostrara como a arquitetura pode e está evoluindo, para tornar os processos
menos demorados além de possibilitar maior criatividade no uso de formatos
orgânicos, sem comprometer a viabilidade da construção.
Em suma, a construção de um centro de tradições japonesas é um
investimento importante na preservação e difusão da cultura oriental. O uso da
arquitetura paramétrica como base para o projeto e a localização privilegiada
do terreno permitem que o espaço seja um exemplo de inovação e
sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro para a troca de
conhecimentos e vivências culturais entre o Japão e o Brasil.

19
1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1TEMA 01 – ARQUITETURA PARAMÉTRICA
A arquitetura paramétrica é um método de projeto que utiliza
ferramentas de software para criar modelos que podem ser facilmente
adaptados e modificados através de parâmetros definidos pelo projetista. É
uma abordagem cada vez mais popular na arquitetura contemporânea, pois
permite a criação de projetos altamente personalizados e adaptáveis às
necessidades funcionais e restrições do local.
As principais características da arquitetura paramétrica incluem a
capacidade de criar formas complexas e orgânicas, a capacidade de simular e
testar diferentes cenários e a capacidade de automatizar tarefas de projeto.
A arquitetura paramétrica também permite a criação de projetos
altamente eficientes em termos de energia e sustentabilidade, pois permite
simulações de fluxo de ar e de luz solar, bem como a integração de sistemas
de geração de energia.

1.1.2 TIPOLOGIA
1.1.2.1 - Arquitetura generativa
Esta tipologia usa algoritmos para gerar formas e soluções de projeto
automaticamente, baseadas em parâmetros pré-estabelecidos. A arquitetura
generativa é frequentemente usada para projetos complexos e altamente
personalizados, como edifícios de escritórios e estruturas de transporte.

1.1.2.2 - Arquitetura paramétrica performática


Utiliza de modelos paramétricos para otimizar a performance de um
edifício, como a eficiência energética e a sustentabilidade. A arquitetura
paramétrica performática é frequentemente usada para projetos de edifícios de
alto desempenho, como edifícios verdes.

1.1.2.3 - Arquitetura paramétrica estrutural


É utilizada para otimizar a estrutura de um edifício, como a distribuição
de cargas e a resistência a ventos e terremotos. É frequentemente usada em
projetos de edifícios altos e estruturas complexas.

20
1.1.2.4 - Arquitetura paramétrica de interação
Essa tipologia usa modelos paramétricos para criar interações dinâmicas
e personalizadas com os usuários, como sistemas de iluminação e ventilação
que se adaptam às condições climáticas e ao uso do edifício. é usada para
projetos que buscam uma interação maior com os usuários e melhorar sua
experiência.
Um exemplo aqui no Brasil de um projeto de Arquitetura de Interação é o
Pavilhão Dançante desenvolvido pelo Estúdio Guto Requena para as
olimpíadas Rio 2016, onde sensores espalhados na área de dança captavam a
música e a animação das pessoas, acionando motores que controlavam
espelhos na fachada do edifício. Desta forma, é criada uma arquitetura
dinâmica e hipnotizante, que reflete a euforia e a emoção da pista de dança.

Figura 1 - Fonte: Archdaily. Autor: Fernanda Ligabue + Rafael Frazão

1.1.3 HISTÓRICO DA ARQUITETURA PARAMÉTRICA


A arquitetura paramétrica surgiu na década de 1950 com a introdução de
computadores e tecnologias digitais nos processos de projeto arquitetônico. Na
época, arquitetos e engenheiros começaram a utilizar programas de
computador para modelar e simular formas e estruturas de maneira mais
precisa e eficiente.
Com o passar do tempo, a tecnologia avançou e os programas de
computador se tornaram mais sofisticados, permitindo aos arquitetos trabalhar
com formas cada vez mais complexas e dinâmicas. A partir dos anos 2000, a
arquitetura paramétrica se tornou cada vez mais popular e amplamente

21
utilizada, ajudando a revolucionar a maneira como os arquitetos projetam e
constroem edifícios e espaços públicos.
Ao longo do tempo, esse tipo de arquitetura evoluiu para incluir novos
conceitos, como o uso de algoritmos genéticos, inteligência artificial e
otimização para o projeto de formas e estruturas ainda mais avançadas e
eficientes. Ela também se expandiu para incluir a integração de outras
tecnologias, como robótica e impressão 3D.

1.1.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ARQUITETURA


PARAMÉTRICA
Entre as principais vantagens da arquitetura paramétrica, destacam-se:
1. Flexibilidade: O uso de algoritmos permite aos arquitetos criar e
modificar rapidamente as formas e estruturas de um projeto, o que torna
o processo de projeto muito mais flexível e adaptável às mudanças.
2. Eficiência: O uso de softwares de modelagem paramétrica permite uma
análise detalhada dos elementos estruturais, o que garante uma
construção mais segura e eficiente.
3. Precisão: A utilização de modelos digitais permite uma visualização
muito mais precisa do projeto, tornando possível identificar erros e
corrigi-los antes da construção.
4. Integração: A arquitetura paramétrica permite a integração de diferentes
sistemas e elementos de construção, o que torna o processo de projeto
muito mais coerente e eficiente.
No entanto, como todos os métodos, a arquitetura paramétrica também
possui algumas desvantagens, como:
1. Complexidade: A utilização de modelos matemáticos e algoritmos pode
ser complicada para algumas pessoas, o que pode tornar o processo de
projeto mais difícil e demorado.
2. Custos: A necessidade de softwares especializados e equipamentos
pode aumentar os custos do projeto, especialmente para pequenas
empresas ou escritórios de arquitetura.
3. Dependência de tecnologia: A arquitetura paramétrica depende de
tecnologia de ponta e conhecimento especializado, o que pode tornar o

22
processo mais vulnerável a falhas técnicas ou problemas com
equipamentos.
1.1.5 ENTENDENDO A ARQUITETURA PARAMÉTRICA
Vamos começar com a seguinte analogia:
Imagine que você quer fazer um bolo de limão e conhece a receita. Você
mistura todos os ingredientes e coloca no forno. Mas depois de pronto, você
percebe que colocou laranjas em vez de limões. Agora, você tem duas opções:
aceitar o bolo de laranja ou começar tudo de novo.
Mas e se você pudesse voltar atrás e mudar sua escolha antes que
fosse tarde demais? É isso que a edição paramétrica permite. Além de alterar o
resultado é possível mudar suas decisões a qualquer momento durante o
processo de criação e ver todo resto acompanhá-la
Existem outras duas grandes possibilidades da parametrização:
 Ela também pode ser “programada” (por meio de algoritmos) para
realizar tarefas repetitivas automaticamente, como por exemplo
cortar os limões.
 E também é possível editar a “forma” em que você despeja sua
massa de bolo a qualquer momento; logo caso você coloque sua
massa numa forma retangular e tenha seu bolo “gerado” nesse
formato é possível voltar lá no início e mudar para uma forma
circular, adaptando todos os ingredientes ao novo modelo.
Aplicando isso a arquitetura não se torna um processo muito diferente, o
design paramétrico permite que façamos diversas mudanças nos projetos sem
ter todo trabalho de fazê-lo do zero. Podemos dizer “mas e se” para uma
gama infinita de situações, como “e se esse edifício tivesse 10 pavimentos em
vez de 7”, “e se a fachada fosse de vidro em vez de madeira”, “e se ele tivesse
um formato esférico em vez de circular”, todas essas mudanças podem ser
aplicadas num piscar de olhos apenas mudando parâmetros no projeto, tais
parâmetros que são escritos por meio de algoritmos.
1.1.5.1 O QUE SÃO ALGORITMOS?
Um algoritmo é uma sequência de passos claros e definidos que são
seguidos para resolver um problema ou realizar uma tarefa específica. É como
a receita de bolo. Os algoritmos são usados em muitos aspectos da nossa vida

23
diária, como na navegação pelo GPS, na realização de buscas na internet, na
verificação de senhas de segurança e muito mais. Eles permitem que
computadores e outros dispositivos façam tarefas de maneira eficiente e
automatizada.
Transformando o algoritmo em algo visual teremos o “mapa” a seguir:

Figura 2- Algoritmo de um Bolo de Limão. Fonte: Autor

Logo digamos que cada uma dessas “caixinhas” (algoritmos) sejam


editáveis, mudando a informação “1 e 1/2 xícaras de suco de limão” para “2
xicaras de suco de morango” o resto do esquema irá se atualizar entregando
um bolo de morango no final, e isso vale para todos os parâmetros utilizados.

1.2 TEMA 02 – CULTURA


1.2.1 A IMPORTANCIA DA CULTURA PARA SOCIEDADE
A cultura é uma parte vital da humanidade, pois é através dela que as
pessoas expressam sua individualidade e compartilham suas crenças, valores
e histórias. A cultura também desempenha um papel importante na criação de
um senso de comunidade e na promoção da coesão social.
Ela é importante para a expressão da individualidade e a promoção da
diversidade. Cada cultura tem suas próprias tradições, crenças e modos de
vida, e essa diversidade é o que torna o mundo tão rico e interessante. A
cultura também permite que as pessoas expressem sua identidade e se sintam
conectadas com sua comunidade e história.
Além de promover a coesão social e o desenvolvimento de uma
comunidade criando um senso de pertencimento; as tradições e eventos
culturais podem ser um meio para as pessoas se conectarem e se
relacionarem, e pode ser usada como ferramenta para construir pontes entre
diferentes grupos étnicos, promovendo a inclusão e o entendimento mútuo.

24
A cultura também é importante para o bem-estar. Ela pode desempenhar
um papel importante na educação, na formação de valores e na promoção do
desenvolvimento pessoal. A arte, a literatura, a música e a cultura em geral
podem ser fontes de inspiração e crescimento pessoal.

1.2.2 CENTRO CULTURAL


Centro cultural é um espaço destinado a abrigar atividades culturais,
como exposições de arte, apresentações teatrais, shows musicais, entre
outras. Ele é projetado para ser um ambiente acolhedor e inclusivo, onde as
pessoas possam se encontrar para compartilhar suas paixões culturais e
aprender umas com as outras. Esses centros são considerados importantes
para a promoção da diversidade cultural e para o desenvolvimento da
sociedade, pois oferecem acesso a uma ampla gama de atividades e ajudam a
preservar as tradições e valores de uma comunidade.

1.2.3 A RELEVÂNCIA DE UM CENTRO CULTURAL PARA


CIDADE
Um centro cultural é uma instituição importante para uma cidade, pois
oferece uma variedade de atividades e programas que podem ser desfrutados
por todos os membros da comunidade. Alguns dos benefícios de um centro
cultural incluem:
1. Educação e desenvolvimento cultural: Um centro cultural oferece uma
ampla variedade de atividades educacionais e culturais, como
exposições, workshops, oficinas, palestras e performances, que podem
ajudar a desenvolver habilidades e conhecimentos sobre arte, história,
literatura e outros assuntos.
2. Promoção da diversidade e inclusão: Oferece programas e eventos que
celebram a diversidade cultural e étnica da comunidade.
3. Melhora da qualidade de vida: proporciona entretenimento, lazer e
oportunidades de socialização. Além disso, a exposição à arte e cultura
pode ter efeitos positivos na saúde mental e emocional.
4. Desenvolvimento econômico: Um centro cultural pode contribuir para o
desenvolvimento econômico da cidade, atraindo turistas e visitantes,
gerando empregos e promovendo o comércio local. Além disso, o centro

25
cultural pode ser um importante catalisador para o desenvolvimento de
outros setores, como o turismo e a indústria criativa.
5. Fortalecimento da comunidade: Pode ser um ponto de encontro para a
comunidade, criando oportunidades para o engajamento cívico e o
desenvolvimento de redes sociais. Além disso, o centro cultural pode ser
usado como um espaço para a realização de eventos comunitários e
reuniões.

1.3 TEMA 03 – A CULTURA JAPONESA


1.3.1 CENTRO DE TRADIÇÕES NIPONICAS
Centros de Tradições Nipônicas ou Japonesas são instituições que têm
como objetivo preservar e divulgar a cultura japonesa para a comunidade local
e para os visitantes. Eles geralmente oferecem aulas de artes tradicionais
japonesas, como cerimônias de chá, danças, música, artesanato e culinária.
Também podem incluir bibliotecas, salas de exposição, teatros e outros
espaços para eventos culturais. Estes centros são importantes para a
manutenção da identidade cultural japonesa e para a promoção do intercâmbio
cultural entre o Japão e o resto do mundo. Eles também servem como pontos
de encontro para a comunidade japonesa local e são úteis para aqueles
interessados em aprender mais sobre essa nação.

1.3.2 ELEMENTOS IMPORTANTES DA CULTURA JAPONESA


A cultura japonesa é rica e diversificada, abrangendo vários aspectos da
vida, como arte, literatura, culinária, religião, moda e tradições. Alguns dos
elementos mais importantes da cultura japonesa incluem:
1. Arte: A arte japonesa é conhecida por sua simplicidade, elegância e
atenção aos detalhes. Alguns dos estilos artísticos mais importantes da
cultura japonesa incluem o ukiyo-e (literalmente "imagens do mundo
flutuante"), uma forma de xilogravura que retratava cenas da vida
cotidiana, e o estilo de pintura zen, que se concentrava na meditação e
na expressão espiritual.
2. Literatura: Rica e variada, com obras que vão desde poesia clássica até
romances contemporâneos. Alguns dos escritores japoneses mais
importantes incluem Murasaki Shikibu, autora do romance clássico "A

26
História de Genji", e Yasunari Kawabata, vencedor do Prêmio Nobel de
Literatura em 1968.
3. Culinária: Conhecida por sua simplicidade, suavidade e variedade de
sabores. A comida japonesa é baseada em peixe, arroz e vegetais, e
inclui pratos, como sushi, sashimi, ramen, udon, tempura e yakitori. A
culinária japonesa também é conhecida por sua estética, com atenção
aos detalhes na apresentação dos pratos. A cerimônia do chá, ou chado,
também é uma parte importante da culinária nacioal, enfatizando a
importância da harmonia, tranquilidade e simplicidade.
4. Religião: A religião japonesa é uma mistura de crenças e práticas,
incluindo elementos do xintoísmo, budismo e animismo. O xintoísmo é a
religião tradicional do Japão, onde acreditasse em muitos deuses e
espíritos, enquanto o budismo foi introduzido no Japão no século VI e se
misturou com as crenças xintoístas.
5. Festivais e eventos: O Japão é conhecido por suas festividades,
incluindo o Ano Novo, o festival de primavera onde ocorre o desabrochar
das Cerejeiras, os conhecidos e diversos festivais de verão e o festival
de outono o Akimatsuri que também é comemorado na cidade de Mogi
das Cruzes e é promovido pela Associação Bunkyo.

1.3.3 A DETURPAÇÃO DA CULTURA JAPONESA


A cultura japonesa é frequentemente distorcida por causa de uma
combinação de falta de compreensão, estereótipos e influência da mídia.
Embora seja rica e diversa, é diferente da cultura ocidental, e a falta de
interação entre os dois grupos pode levar a percepções equivocadas. A mídia
também tem um papel importante na forma como a cultura japonesa é
representada e percebida. Representações excessivas ou distorcidas em
filmes, livros, música e jogos podem perpetuar esses estereótipos. É
fundamental ter uma compreensão mais aprofundada e informada da cultura
japonesa, incluindo sua história, tradições, valores e atualidade, para evitar
percepções erradas e exageradas.
“Vivemos num mundo que nos chega editado pelos meios de comunicação,
que nos contam a "realidade" através de relatos impregnados de estereótipos
que no mais das vezes nos são desfavoráveis. São esses os relatos que

27
recebemos cotidianamente e que vão preencher nossa visão de mundo não
apenas sobre os fatos de que não participamos, mas, muitas vezes, também
sobre os fatos do universo em que vivemos.” (BACCEGA, Maria Aparecida. O
estereótipo e as diversidades. p.10)
Um exemplo disso é a forma como ocidentais muitas vezes veem o
Harakiri, também conhecido como Seppuku. Este ritual japonês tradicional é
geralmente representado como uma forma de suicídio sangrento, mas na
verdade é muito mais complexo do que isso. O Harakiri era uma forma de
resolver disputas entre samurais e tinha muito mais a ver com questões de
honra e responsabilidade do que com uma escolha voluntária de morrer.
Outro exemplo é a forma como a cultura pop japonesa, como anime e
manga, é vista. Muitas vezes, ocidentais tendem a ver estas formas de arte
como infantis ou bizarras, mas na verdade são formas de expressão artística
extremamente populares e respeitadas no Japão. Além disso, eles apresentam
temas profundos e complexos, como a identidade, a luta pela sobrevivência e a
busca por significado e propósito na vida.
Em geral, a deturpação da cultura japonesa aos olhos do ocidente é
resultado de uma falta de compreensão e conhecimento, além de aceitarmos
como mídia nos entrega essas informações que muitas vezes são
sensacionalistas.

1.4 CONTEXTO HISTÓRICO


1.4.1 LINHA DO TEMPO
 Período Jomon (14 000 a.C. a 300 d.C.): É considerado o período pré-
histórico do Japão, marcado por uma economia baseada na caça, pesca
e coleta.
 Período Yayoi (300 a.C. a 300 d.C.): É conhecido como o período de
transição para a agricultura e é marcado pela introdução de técnicas
agrícolas e ferramentas de metal.
 Período Kofun (300 d.C. a 710 d.C.): É conhecido como o período
clássico da história japonesa, marcado pelo estabelecimento da
monarquia e pela formação da classe social.

28
 Período Nara (710 d.C. a 794 d.C.): É marcado pelo estabelecimento da
capital em Nara, bem como pela introdução do budismo e da escrita
chinês.
 Período Heian (794 d.C. a 1185 d.C.): É conhecido como o período de
florescimento da cultura japonesa, marcado pela produção de obras
literárias, como o "Genji Monogatari".
 Período Kamakura (1185 d.C. a 1333 d.C.): É marcado pelo
estabelecimento do poder dos samurais e pelo surgimento do xintoísmo.
 Período Muromachi (1336 d.C. a 1573 d.C.): É conhecido como o
período da civilização feudal, marcado pela luta pelo poder entre clãs
samurais.
 Período Edo (1603 d.C. a 1868 d.C.): É marcado pelo estabelecimento
do shogunato Tokugawa, que governou o Japão por mais de 250 anos.
 Período Meiji (1868 d.C. a 1912 d.C.): É conhecido como o período de
modernização e westernização do Japão.
 Período Taisho (1912 d.C. a 1926 d.C.): É marcado por mudanças
políticas, sociais e culturais.
 Período Showa (1926 d.C. a 1989 d.C.): É conhecido como o período da
guerra e da reconstrução, marcado pela Segunda Guerra Mundial e pela
rápida reconstrução econômica do Japão.
 Período Heisei (1989-2019) e Período Reiwa (desde 2019), quando o
Japão continuou a se desenvolver e a prosperar como uma nação
moderna e tecnológica.

1.4.2 A IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL


A imigração japonesa no Brasil teve início no final do século XIX, quando
o governo brasileiro buscava incentivar a chegada de trabalhadores
estrangeiros para o país. Em 1908, a primeira leva de imigrantes japoneses
chegou ao Brasil, vindos principalmente das regiões de Saitama, Chiba e
Osaka.
Eles foram acolhidos principalmente no estado de São Paulo, onde se
estabeleceram em pequenos núcleos agrícolas, dedicados principalmente à
produção de algodão, café e cana-de-açúcar. Ao longo do século XX, a
comunidade japonesa no Brasil foi crescendo e se desenvolvendo, tendo uma

29
forte presença na sociedade brasileira, tanto no aspecto cultural quanto
econômico.
No entanto, a chegada dos imigrantes japoneses também enfrentou
resistência e discriminação por parte de setores da sociedade brasileira.
Apesar disso, a comunidade japonesa conseguiu se estabelecer e preservar
sua cultura, criando associações, escolas e eventos que celebram suas
tradições. Atualmente, a comunidade japonesa é uma das maiores e mais
atuantes comunidades de imigrantes no Brasil, tendo uma forte presença na
sociedade brasileira e influenciando positivamente a cultura do país.

1.4.3 A IMIGRAÇÃO JAPONESA EM MOGI DAS CRUZES


A imigração japonesa em Mogi das Cruzes tem uma história de cerca de
um século. A primeira família de imigrantes japoneses chegou à cidade em
busca de melhores oportunidades de trabalho, condições de vida e
prosperidade. Muitos chegaram ao Porto de Santos com destino aos cafezais
do interior de São Paulo, onde muitas vezes enfrentavam condições precárias
de vida e saúde.
Foi nesse contexto que o médico Sentaro Takaoka, homenageado
posteriormente com o nome da principal escola do bairro do Cocuera, atuou
indicando aos imigrantes o clima mais frio e úmido de Mogi das Cruzes como
forma de prevenir doenças, como a maleita, que na época era comum na
região oeste de São Paulo.
Várias pessoas vieram para Mogi das Cruzes, incluindo Naoki Suenaga,
que em 1915, juntamente com duas famílias, rapidamente visitou Biritiba Mirim,
que na época era parte de Mogi das Cruzes. No entanto, o primeiro imigrante
japonês a se estabelecer na cidade foi Shiguetoshi Suzuki, com sua família.
Eles primeiro estabeleceram-se em Sabaúna e posteriormente fixaram
residência definitiva no Cocuera, marcando o início da colonização japonesa na
cidade. Isso aconteceu 11 anos após a chegada do navio Kasato Maru ao
Porto de Santos. Shiguetoshi Suzuki não só veio para Mogi das Cruzes, mas
também iniciou a agricultura na cidade, e isso é forte até hoje.

30
2. ESTUDOS DE CASO E VISITA TÉCNICA
2.1ESTUDO DE CASO NACIONAL 01
2.1.1 JAPAN HOUSE
2.1.1.1 FICHA TECNICA
 Nome do Projeto: Japan House
 Localização: Av. Paulista – São Paulo
 Nome do Arquiteto: FGMF, Kengo Kuma & Associates
 Construtora: Toda Construction
 Área Construída: 2244 m²
 Ano do Projeto: 2017
 O projeto foi idealizado pelo governo japonês com o objetivo de
promover a cultura e a arte japonesas no Brasil.

Figura 3- Fachada Japan House - Fonte: ArchDaily. Autor: Rogério Cassimiro

2.1.1.2 SOBRE O LOCAL


O edifício que hoje porta a Japan House passou por algumas
reformas para que ele se tornasse mais acessível de acordo com a
norma 9050 de acessibilidade, além dessas reformas também terem
possibilitado uma melhoria na ventilação e iluminação pois também foi
realizado uma abertura de vãos significativa.

31
A setorização da Japan House foi separada em 3 andares (assim
como representado na figura 3 a seguir), o espaço é dividido em
diferentes áreas, como galerias de arte, espaços de exposição, lojas e
um café, cada um com sua própria personalidade e propósito. A Japan
House também possui um jardim japonês no piso térreo, que oferece
uma área de descanso e contemplação para os visitantes.
Um detalhe pouco conhecido pelo publico é que no primeiro andar
do local existem salas multiuso onde ocorrem eventos relacionados a
cultura japonesa, como palestras, treinamentos e ensinos variados

Figura 4- Corte da Japan House - Autor: FGMF, Kengo Kuma Associates

2.1.1.3 PLANTA BAIXA


Como mencionado anteriormente, o edifício passou por uma reforma
para acomodar seu novo propósito. Antes, o local era ocupado por um banco e
não foi construído com a preocupação em torná-lo acessível para todas as
pessoas. Logo resolver esse problema se tornou o maior desafio para o novo
projeto.
A estrutura foi fortalecida para suportar a instalação de elevadores,
rampas, novas escadas e para aguentar o novo fluxo de pessoas circulando
pelo local.

32
Figura 5- Planta Baixa dos pavimentos – Autor: FGMF, Kengo Kuma Associates

O interior da Japan House conta com elementos de design e decoração


tradicionais, como tatamis, painéis de madeira, papel de parede e esculturas,
que criam uma atmosfera acolhedora e confortável. Além disso, a iluminação
natural é amplamente utilizada, proporcionando um ambiente claro e arejado.

Figura 6- Área do Restaurante - Fonte: https://www.japanhousesp.com.br/restaurante/

2.1.1.4 MATERIALIDADE
A Japan House possui uma materialidade rica e sofisticada, que busca
transmitir a essência da arquitetura Japonesa. A utilização de materiais
tradicionais, como madeira, pedra e papel (washi), é uma constante no projeto.
O washi, por exemplo, é presente em diferentes tipos e acabamentos, desde a
fachada até a decoração do interior da edificação.
Sua fachada também é um destaque, com sua construção de vidro e
concreto que permite a entrada de luz natural no interior do prédio. O uso de
linhas retas e formas geométricas simples transmite uma sensação de ordem e
equilíbrio, características típicas da arquitetura oriental.

33
Outro elemento da fachada é a estrutura de madeira que envolve o
edifício, pode-se dizer que é a principal característica do local; ela é composta
de tabuas de madeira de cipreste ‘Kiso hinoki’ que é uma madeira considerada
nobre e sagrada no Japão, ela é muito utilizada na construção de templos
Xintoístas. O objetivo da estrutura é transmitir a ideia de uma floresta
crescendo na metrópole.

Figura 7- Fachada da Japan House. Fonte:


https://images.adsttc.com/media/images/5d54/f164/284d/d13c/9500/0075/slideshow/JH-8370.jpg?
1565847898

A fachada lateral é composta por cobogós pré-fabricados em concreto,


que são um elemento característico da arquitetura brasileira desde os anos 30.
No entanto, sua forma remete às janelas ornamentadas da arquitetura oriental,
dando ao edifício uma referência cultural única.

Figura 8- Cobogós pré-fabricados em Concreto. Autor: Milton Espires

34
2.1.1.5 APLICAÇÃO DA ARQUITETURA PARAMÉTRICA NA
JAPAN HOUSE
A fachada da edificação por mais que se trate da junção de formas
simples são um tanto elaboradas de se projetar e fabricar, porém utilizando do
sistema paramétrico de algoritmos é possível criar um projeto personalizado e
adaptável a partir de uma série de parâmetros, além de gerar um método de
fabricação mais assertivo, por meio da fabricação digital, (um método que está
inserido dentro do design computacional parametrizado.)
Logo é possível gerar os planos de corte e montagem sem maiores
complicações, além de prever e evitar erros de projeto.
Veremos na imagem a seguir um pseudocódigo que poderia ser utilizado
na criação da disposição das tabuas, basicamente através dele é poupado o
trabalho de inserir e dispor as tábuas de forma manual, ganhando assim um
tempo considerável nessa etapa projetual.

Figura 9- Resumo do Algoritmo - Fonte: Rodrigo Aguirre https://www.iaacblog.com/programs/parametric-


facades-japan-house-sao-paulo/

2.1.1.6 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO


O projeto da Japan House se destaca pela sua arquitetura e inovação,
além de respeitar alguns conceitos da arquitetura japonesa e de ser um
exemplo claro de como podemos unir a tradição e a modernidade em um só
local.
As características da edificação também permitem fazer uma relação
entre como projetar utilizando algoritmos e como ele facilita a criação de
determinados conjuntos de formas.
2.1.1.7 ANÁLISE S.W.O.T DA JAPAN HOUSE

35
Tabela 1- Análise SWOT Japan House. Fonte: Autor

2.2ESTUDO DE CASO NACIONAL 02


2.2.1 CASARÃO DO CHÁ
2.2.2.1 FICHA TÉCNICA
 Nome do Projeto: Casarão do Chá
 Localização: Cocuera, Mogi das Cruzes
 Nome do Arquiteto/ Carpinteiro: Kazuo Hanaoka
 Construtor: Kazuo Hanaoka
 Área Construída: 688 m²

 Ano do Projeto: 1942


 O Casarão do Chá, é um edifício histórico que foi restaurado para
abrigar eventos e exposições.

36
Figura 10- Fachada Casarão do Chá. Fonte: Estadão

2.2.2.2 SOBRE O LOCAL


O Casarão do Chá é uma antiga fábrica de chá localizada em Mogi das
Cruzes, São Paulo, construída em 1942 pelo arquiteto-carpinteiro Kazuo
Hanaoka. A construção é considerada patrimônio histórico material e serve
como testemunho da presença imigrante japonesa na região. A fábrica foi
erguida na fazenda Katakura, propriedade de Fukashi Furihata, um agrônomo
japonês que incentivou o cultivo de chá na região. A construção reflete as
técnicas construtivas tradicionais do Japão adaptadas à realidade local.
O processo de construção do Casarão do Chá envolveu várias etapas,
incluindo corte e tratamento do eucalipto, preparação do terreno, construção do
muro de arrimo, entre outras. O arquiteto-carpinteiro Hanaoka, juntamente com
seus auxiliares diretos, adotou técnicas construtivas japonesas e seguiu
cuidados específicos no manejo da madeira. O terreno foi regularizado através
de um aterro e o muro de arrimo foi construído em pedra e barro. Durante o
processo, Hanaoka buscou preservar a forma natural da madeira e utilizá-la
como recurso estético. O processo foi influenciado por condicionantes impostos
pela localização e disponibilidade de materiais e mão-de-obra na região.
O Casarão do Chá hoje é um local turístico e de ensino sobre a arte da
cerâmica, o local passou por um longo e rico processo de restauro que ajudou
a preservar a memória da imigração japonesa e da arquitetura adaptada ao
local, além de preparar a edificação para nova função a qual ela foi designada.

37
2.2.2.3 PLANTA BAIXA
A construção se destaca pela sua fusão de elementos construtivos
distintos. Apesar disso, é possível identificar uma série de características que
remetem à arquitetura tradicional japonesa. A estrutura independente de
madeira é um exemplo disso, pois era utilizada no Japão como uma forma de
se adaptar aos frequentes terremotos da região. A planta livre, com poucas
divisórias internas, é outra característica presente no Casarão do Chá, sendo
que as divisões só existem nos locais indispensáveis ao programa original,
como o depósito de chá e o compartimento para fermentação.
A cobertura do Casarão do Chá também apresenta alguns aspectos
formais que remetem à arquitetura japonesa, como o telhado tipo irimoya, o
frontão e o pórtico mais elaborados que se inspiraram na arquitetura religiosa e
palaciana do Japão.
A modulação também é uma preocupação clara no Casarão, com uma
intenção reguladora da composição espacial do edifício, mesmo que ainda não
seja possível determinar se isso foi influenciado pelos padrões japoneses de
modulação, que geralmente levam em consideração as dimensões do "tatami".

Figura 11- Planta Baixa da Edificação. Fonte: Casarão do Chá Mogi das Cruzes Celina Kuniyoshi Walter
Pires Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Estado da Cultura CONDEPHAAT São Paulo 1984.
P. 29

38
2.2.2.4 MATERIALIDADE
Na construção do casarão do chá, foram utilizados materiais como
madeira de eucalipto, que por mais que seja difícil de cortar e trabalhar devido
sua incrível dureza foi perfeita para a tarefa à qual foi designada, no caso a
estrutura principal do edifício, além de ser uma madeira que é abundante na
região.
As paredes são taipa de mão com uso de bambu, blocos de pedra na
fundação, e esquadrias sustentadas pela estrutura de madeira. Além disso, a
forma natural da madeira foi utilizada como recurso estético e na composição
da estrutura e detalhes construtivos. Outro material importante a ser citado são
as telhas francesas utilizadas, pois na época foram escolhidos para construção
os materiais de mais fácil acesso.

Figura 12- Interior do Casarão do Chá. Fonte: https://www.mogidascruzes.sp.gov.br/unidade-e-


equipamento/cultura-e-turismo/casarao-do-cha

2.1.1.5 PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA ARQUITETURA


JÁPONESAS DESTACADAS:
O projeto surpreende pelo fato de demonstrar que independente da
região em que você se encontra é possível adequar seus conhecimentos as
condições do local, por mais que não se estivesse no Japão, não tivesse as
mesmas matérias primas e o mesmo fator geográfico, com a expertise
necessária é possível realizar qualquer tarefa ou adequação.

39
Abaixo teremos algumas características destacas no projeto do Casarão
do Chá que são frequentemente utilizadas na arquitetura japonesa, mas que
foram muito bem adequadas as condições do Brasil, tanto em fator climático
quanto em condições gerais disponíveis para época em que foram construídas:
 Uso de madeira: A construção japonesa tradicional é baseada na
madeira, o que permite a criação de estruturas leves e flexíveis, além de
ser um material abundante no país
 Técnica de encaixe de madeira: A técnica japonesa de encaixe de
madeira sem pregos ou parafusos é conhecida como "ensambladura" e
é um dos principais elementos da construção japonesa.

Figura 13- Alguns tipos de encaixe de madeira. Fonte: Labois (https://labois.com/madera/unir-la-madera-


tipos-ensamble-sin-tornillos/)

 Design minimalista: A arquitetura japonesa é conhecida por seu design


minimalista e simplista, com linhas retas e poucas ornamentações. Isso
traz uma sensação de harmonia e equilíbrio aos espaços construídos.
 Taipa Japonesa: Assim como Brasil temos a taipa de pilão no Japão
existe uma técnica parecida, é considerada um método tradicional de
construção usada no Japão há muitos séculos. É uma técnica de
alvenaria que consiste em misturar argila e palha para formar uma
mistura que é depois moldada e secada para formar tijolos. Esses tijolos
são depois usados para construir as paredes de uma casa ou edifício. A

40
taipa japonesa é uma técnica de construção que é reconhecida por sua
força, durabilidade e capacidade de se adaptar ao clima.
Pode se dizer que todos esses elementos destacados foram utilizados
na construção do Casarão do Chá e muito bem adaptados as condições do
local.

2.2.2.6 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO


O Casarão do Chá é uma notável manifestação da arquitetura japonesa,
que combina respeito às tradições com a capacidade de se adaptar ao local. É
uma excelente oportunidade para observarmos como a aplicação de técnicas e
estilos japoneses foi integrada à região.

2.2.2.7 ANÁLISE S.W.O.T DO CASARÃO DO CHÁ


Tabela 2- Analise SWOT Casarão do Chá. Fonte: Autor

2.3 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL 01


2.3.1 MUSEU DE ARTE KYOCERA
2.3.1.1 FICHA TÉCNICA
 Nome do Projeto: Museu de Arte KYOCERA
 Localização: Kyoto - Japão
 Nome do Arquiteto: Maeda Kenjiro
 Área Construída: 8205 m²

41
 Ano do Projeto: 1928
 O Museu de Arte Kyocera em Kyoto é um projeto arquitetônico eclético,
que combina elementos da arquitetura neoclássica, como suas janelas
em fita, com técnicas construtivas vernaculares do Japão.

Figura 14- Fachada do Museu de Arte KYOCERA. Autor: Daici Ano

2.3.1.2 SOBRE O LOCAL


O Museu de Arte KYOCERA em Kyoto, Japão, é uma instituição cultural
que se dedica à exibição de arte contemporânea e à realização de pesquisas e
atividades relacionadas. Localizado no centro da cidade, o museu tem uma
implantação arquitetônica que busca equilibrar a presença moderna de seu
edifício com a riqueza histórica de Kyoto.
Foi projetado por Maeda Kenjiro e venceu o concurso para sua
construção em 1928.
O museu já foi palco de importantes exposições, como a de Vênus de
Milo e Tutancâmon. Em 2014, o museu passou por uma restruturação por meio
de um projeto inovador de Aoki Jun e Nishizawa Tezzo, que misturaram o estilo
arquitetônico imperial com o moderno, mas sem agredir a imponência do
edifício original.

2.3.1.3 PLANTA BAIXA


42
O local tem diversos ambientes e espaços para atender às diferentes
necessidades e interesses dos visitantes. O saguão é o coração do museu,
onde os visitantes podem se reunir, se orientar e se familiarizar com as
exposições e atividades.
As áreas de exposição são projetadas para exibir uma ampla variedade
de arte, incluindo arte contemporânea de grande escala. A estruturação do
tráfego de oeste para leste do edifício principal é a espinha dorsal do projeto. O
salão central, que era antiga galeria principal, foi restaurado e é utilizado como
espaço de exibição.
No lado leste existe um Jardim Japonês que oferece uma pausa
tranquila e refrescante, além de também ser considerado uma obra de arte pela
representação de um Jardim Zen tradicional.
A extensão recém-construída dedicada às exposições de arte
contemporânea fornece mais espaço para exibições e programas, além de hoje
ser uma das principais características da modernização aplicada ao museu.
Com a nova reforma do museu surgiu uma enorme preocupação em
fazer um projeto mais acessível, logo foram inseridos equipamentos adequados
para pessoas com necessidades especiais.

Figura 15- Planta Baixa do Terreo. Fonte: Jun Aoki & Associates, Tezzo Nishizawa Architects

43
2.3.1.4 MATERIALIDADE
A construção do museu foi predominantemente erguida com tijolos
plaqueta, conhecidos pela durabilidade e robustez, além do conforto térmico,
isso o torna apropriado para edifícios públicos. Além da resistência, este
material também apresenta uma aparência atrativa e acolhedora, que
complementa o ambiente do museu e cria uma atmosfera confortável para os
visitantes. A escolha de utilizá-lo revela a preocupação dos responsáveis pelo
projeto em equilibrar funcionalidade e atratividade. Esse material é um tanto
incomum no Japão, mas foi escolhido pelo arquiteto devido a busca e também
tentativa de fazer um edifício mais moderno para época, logo esse material foi
integrado devido seu alto uso nas construções europeias no século XX.
Foram também integrados na nova reforma o vidro e o aço. O vidro é
usado para criar espaços luminosos e abertos, permitindo que a luz natural
entre no edifício e crie uma atmosfera acolhedora. Além disso, o vidro é usado
para separar os espaços internos do exterior, sem sacrificar a sensação de
integração entre o ambiente externo e interno. O aço, por sua vez, é usado
para fortalecer a estrutura do edifício e proporcionar uma sensação de
estabilidade e durabilidade.

Figura 16- Detalhes de uso de aço e vidro na fachada do museu. Autor: Takeru Koroda

2.3.1.5 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO


44
O museu é um exemplo impressionante de como a renovação pode ser
realizada sem comprometer a identidade e as tradições de um local. A fusão do
estilo arquitetônico imperial com o moderno, com o uso de vidro, aço e texturas
variadas, demonstra como é possível manter a história e a tradição enquanto
se atualiza para atender às demandas da sociedade contemporânea.
Este museu é, portanto, um exemplo inspirador de como podemos
proteger nossas raízes enquanto avançamos no futuro.

2.3.1.6 ANÁLISE S.W.O.T DO MUSEU DE ARTE KYOCERA


Tabela 3- Análise SWOT Museu de Arte KYOCERA. Fonte: Autor

2.4 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL 04


2.4.1 TOMIHIRO ART MUSEUM
2.4.1.1 FICHA TÉCNICA
 Nome do Projeto: Tomihiro Art Museum
 Localização: Gunma - Japão
 Nome do Arquiteto: aat + makoto yokomizo architects
 Área Construída: 2463m²
 Ano do Projeto: 2005
 Construção: Kajima Corporation

2.4.1.2 SOBRE O LOCAL

45
O Museu de Artes Tomihiro é localizado em uma vila nas montanhas,
perto de um grande lago, a duas horas de carro ao norte de Tóquio. Ele é
dedicado à obra do poeta e ilustrador local Tomihiro Hoshino e foi aberto em
1991 em uma casa para idosos, abandonada e reformada. Desde então, tem
sido visitado por cerca de 1.000 pessoas por dia, totalizando mais de 4 milhões
de visitantes.
Em 2002 um concurso foi aberto para selecionar o novo projeto de reforma
para o local. O concurso recebeu 1211 inscrições de 53 países, sendo 637 do
Japão e 574 internacionais. A proposta vencedora, a qual foi apresentada, foi
de um agrupamento de pequenas salas circulares inspiradas por bolhas de
sabão.

Figura 17- Imagem Aérea do Museu. Autor: Shogeru Ohno

2.4.1.3 PLANTA BAIXA


O projeto buscou destacar a diversidade simultânea, já que museus de
arte contemporânea tendem a optar por espaços homogêneos. A ideia foi
concentrar-se na relatividade, nas referências e na descentralização, em vez
da neutralidade e da centralidade, para entender a complexidade das obras de
arte.
Ao entrar no edifício, os visitantes são envolvidos em muitas
experiências diferentes, quase como se estivessem fazendo uma caminhada
na floresta. Cada sala circular tem um tamanho e funcionalidade diferente,
definida para interagir com as outras, como um quebra-cabeça. Este

46
complemento na composição é uma característica importante do Museu
Tomihiro, o que pode ser chamado de "projeto de auto-otimização".
Essas salas circulares possuem características distintas como tamanho,
ambiente e funcionalidade, e são projetadas para oferecer uma variedade de
experiências aos visitantes, como claridade, escuridão, silêncio, animação e
acolhimento.

Figura 18- Planta Baixa. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/774265/museu-de-arte-tomihiro-aat-plus-


makoto-yokomizo/5556873ae58ece37c1000036-tomihiro-art-museum-aat-makoto-yokomizo-floor-plan?
next_project=no

2.4.1.4 MATERIALIDADE
O projeto do Museu de Artes Tomihiro utiliza vidro, aço e concreto como
materiais de construção principais. O vidro é utilizado em grandes áreas,
oferecendo luz natural e ampliando as vistas para a paisagem circundante.
Além disso, o vidro permite que os visitantes experimentem a sensação de
estarem conectados com o ambiente externo, criando um senso de imersão e
continuidade.
O concreto é amplamente utilizado na construção do Museu de Artes
Tomihiro, proporcionando a base sólida para o edifício. O concreto é versátil e
47
versátil, permitindo uma ampla variedade de formas e acabamentos, tornando
possível criar uma ampla variedade de espaços diferentes. Além disso, o
concreto é durável e resistente ao tempo, garantindo a longevidade do projeto.

Figura 19- Detalhes da Estrutura Interna. Autor: Makoto Yokomizo

A estrutura interna do Museu Tomihiro é composta de aço moldado em


formato circular, uma escolha estratégica para complementar a arquitetura
inspirada em bolhas de sabão. O uso do aço oferece uma combinação única de
força e leveza, permitindo que as formas circulares sejam mantidas sem
comprometer a integridade estrutural do edifício. Além disso, a utilização de
aço permite uma flexibilidade adicional na concepção, possibilitando a criação
de círculos de diferentes tamanhos e configurações para atender às
necessidades funcionais do museu.

48
Figura 20- Interior do Museu. Autor: Christoffer Rudquist

Juntos, vidro, aço e concreto são materiais de construção combinados


de forma a criar um edifício que é ao mesmo tempo forte, esteticamente
atraente e funcional. A utilização destes materiais torna possível a criação de
um espaço que é ao mesmo tempo acolhedor, sofisticado e inovador,
oferecendo aos visitantes uma experiência única e memorável.

2.4.1.5 MOTIVO DA ESCOLHA PARA ESTUDO DE CASO


Em primeiro lugar, sua paisagem local é impressionante e a construção
do museu foi feita sem prejudicar a área ao redor. Isso mostra uma
preocupação com o impacto ambiental e um compromisso com preservar a
beleza natural da região.
Outra razão importante para escolher este museu como estudo de caso
é sua abordagem inovadora ao design de espaços museológicos. Ao invés de
optar por espaços homogêneos e neutros, o Museu Tomihiro escolheu criar
salas circulares que refletem a diversidade e a complexidade do mundo que
nos cerca. Isso torna o museu um local mais envolvente e interativo para
visitantes, que são convidados a explorar diferentes ambientes e a
experimentar várias sensações diferentes durante a visita.

49
2.4.1.6 ANÁLISE S.W.O.T DO TOMIHIRO ART MUSEUM
Tabela 4- Análise SWOT Tomihiro Art Museum. Fonte: Autor

50
3. VISITA TÉCNICA.
3.1VISITA TÉCNICA 01 – PAVILÃO JAPÔNES.
3.1.1 FICHA TÉCNICA.
• Nome do Projeto: Pavilhão japonês
• Localização: Parque Ibirapuera – São Paulo
• Nome do Arquiteto: Sutemi Horiguchi
• Área Construída: 7500m²
• Ano do Projeto: 1954
3.1.2 SOBRE O LOCAL.
O Pavilhão japonês é um monumento construído em 1954 em
comemoração ao IV Centenário de São Paulo, em uma colaboração entre
o governo japonês e a comunidade nipo-brasileira. Ele simboliza a amizade
entre Brasil e Japão e foi um presente dado pelo governo japonês como
forma de gratidão ao povo brasileiro por acolher os imigrantes japoneses.
O pavilhão foi montado no Japão, desmontado e trazido para o Brasil em
navios, e os materiais utilizados em sua construção, assim como a técnica
de montagem, são todos originários do Japão.
Inspirado no Palácio Katsura, antiga residência de verão do Imperador
em Kyoto, o Pavilhão japonês é notável por empregar materiais e técnicas
tradicionais japonesas, incluindo a montagem sem o uso de pregos, que
utilizam de encaixes precisos na madeira, a reconstrução do pavilhão foi
realizada por imigrantes japoneses que já conheciam as técnicas utilizadas
na construção.

51
Figura 21- Fachada Pavilão Japonês. Fonte: Diário Naturalista
(https://diariodonaturalista.com.br/conheca-o-pavilhao-japones-no-parque-do-ibirapuera-em-sao-paulo/)

3.1.3 PLANTA BAIXA.


O Pavilhão japonês consiste em um edifício principal suspenso e várias
salas anexas, incluindo uma sala de cerimônia do chá (chashitsu), salão de
exposição e jardins, duas pequenas lojas, além de um lago artificial
contendo diversos tipos de carpas, localizado às margens do lago do
Parque. Seu projeto foi executado pelo professor Sutemi Horiguchi, da
Universidade Meiji, e é baseado em composições modulares de madeira
com divisórias deslizantes, tanto internas quanto externas, e organizadas
de forma orgânica, com a presença do tokonoma, (área destinada à
exposição de pinturas, cerâmicas e outros objetos decorativos).
O Salão de Exposição abriga peças originais e réplicas dos "tesouros
japoneses", representando linguagens artísticas e artesanais de diferentes
períodos, doados e consignados pelo governo do Japão, entidades,
empresas e personalidades diversas.

52
Figura 22- Detalhe do projeto paisagístico do Pavilhão Japonês no Ibirapuera. Autor: Arquiteto Hiroshi Oe
(1954).

3.1.4 MATERIALIDADE.
Como mencionado o edifício foi construído no Japão, então os materiais
utilizados são “nativos” do país.
A madeira é o principal material utilizado na construção do pavilhão,
sendo aplicada a técnica de ensambladura. A técnica de ensambladuras é uma
das características mais importantes da arquitetura tradicional japonesa. A
madeira é trabalhada para se encaixar perfeitamente em outras peças, sem o
uso de pregos ou cola. Isso permite que a madeira se expanda e contraia
naturalmente, evitando rachaduras e outros danos ao longo do tempo. Essa
técnica é utilizada em todo o pavilhão, desde a estrutura principal até os
detalhes de acabamento.
A madeira utilizada no exterior da edificação é tratada com uma técnica
chamada de Shou Sugi Ban é usada para aumentar a durabilidade da madeira
e é uma tradição antiga no Japão. A madeira é carbonizada para protegê-la de
insetos e umidade, além de aumentar sua resistência ao fogo. A técnica
também dá à madeira uma cor escura e textura única.

53
Já a madeira utilizada no interior, como pisos, portas e forro foram
tratadas utilizando verniz.

Além da madeira, o pavilhão também utiliza pedras vulcânicas no jardim,


empregada na criação de esculturas talhadas ou simplesmente colocada na
sua forma bruta. As pedras vulcânicas são muito resistentes, o que as torna
uma escolha ideal para áreas externas.
A lama de Kyoto também é usada na construção do pavilhão, dando
textura às paredes e adicionando um elemento de design autêntico. Além do
bamboo que também foi utilizado como brises em algumas janelas ou
revestimento do piso de uma das sacadas.
3.1.5 MOTIVOS DE ESCOLHA PARA VISITA TÉCNICA.
Ao visitar o Pavilhão Japonês, é possível observar de perto as técnicas
construtivas utilizadas na arquitetura japonesa, bem como os materiais
empregados na sua construção e sua fidelidade histórica, pelo fato de ser uma
réplica, outro ponto a se destacar é o empenho que os monitores do local tem
em explicar tudo sobre a história, construção e os mínimos detalhes que não
seriam notados pelos visitantes, além de terem demonstrações físicas e
interativas dos tipos de ensambladuras, o que permite um entendimento mais
fácil sobre essa técnica construtiva, contando também com um monitor muito
instruído em explicar sobre esse assunto.
3.1.6 ANÁLISE S.W.O.T DO PAVILÃO JAPÔNES.

54
Tabela 5- Análise SWOT Pavilhão Japônes Fonte: Autor

3.1.7 FOTOS DO LOCAL.

55
Figura 23- Fachada. Fonte: autor. Figura 24- Fachada. Fonte: autor Figura 25- Fachada. Fonte: autor

Figura 26- Jardim. Fonte: Autor. Figura 27- Jardim. Fonte: Autor. Figura 28- Jardim. Fonte: Autor.

Figura 29- Jardim. Fonte: Autor. Figura 30- Jardim. Fonte: Autor. Figura 31- Técnica Shou Sugi
Ban. Fonte: Autor.

56
Figura 32- Detalhe de Carpa Koi. Figura 33- Utilização do bamboo. Figura 34- Utilização do bamboo.
Fonte: Autor. Fonte: Autor. Fonte: Autor.

Figura 35- Madeira Envernizada. Figura 36- Madeira Envernizada. Figura 37- Madeira Envernizada.
Fonte: Autor. Fonte: Autor. Fonte: Autor.

Figura 38- Salão. Fonte: Autor. Figura 39- Salão. Fonte: Autor. Figura 40- Salão. Fonte: Autor.

57
Figura 41- Salão. Fonte: Autor. Figura 42- Luz Natural. Fonte: Figura 43- Luz Natural. Fonte:
Autor. Autor.

Figura 44- Luz Natural. Fonte: Figura 45- Ensambladuras. Fonte: Figura 46- Ensambladuras. Fonte:
Autor. Autor. Autor.

Figura 47- Ensambladuras. Figura 48- Lago. Fonte: Autor Figura 49- Lago. Fonte: Autor
Fonte: Autor.

Figuras 23 a 25- Fachada do local. Na fachada já é possível observar as


divisórias modulares que separam o externo do interno, do lado direito do

58
edifício principal temos a Matsu Store (loja) e do lado esquerdo a Nanaya
(cafeteria).
Figuras 26 a 30- Jardim. O Jardim contém espécies tanto originarias do
Japão como o Bordô Japonês quanto do Brasil como o Ipê Branco, que foi
plantado pelos príncipes Akishino e Kiko, que visitaram o Brasil pela
comemoração dos 120 anos do tratado de amizade entre os dois países. O
jardim mostrado na figura 30 é a representação fiel de um Jardim Zen, que
pode ser visto tanto pela área externa, como pela ponte que fica no primeiro
pavimento e liga o hall de exibições ao salão.
Figura 31- Técnica Shou Sugi Ban. A técnica empregada no tratamento
da madeira contribui para uma textura forte e de característica significativa.
Figura 32- Detalhe de Carpa Koi. Em um dos batentes da porta que dá
acesso ao salão existe um pequeno encaixe em formato de peixe Koi, foi
utilizada uma técnica de ensambladura personalizada para ligar duas tabuas de
madeiras distintas.
Figura 33 e 34 – Utilização do bamboo. O bamboo foi utilizado tanto para
os brises como no revestimento para o chão da varanda.
Figuras 35 a 37- Madeira Envernizada. O ambiente interno tem muitos
detalhes em madeira, como nos batentes das portas, piso em tacos tratados e
o forro que foi muito bem detalhado, como podemos ver na figura 36, onde
folhas de madeira foram trançadas.
Figuras 38 a 41- Salão. No fundo do salão temos uma área destinada a
cerimônia do chá (chashitsu) e ao lado um pequeno ambiente como replica de
um dormitório, em ambos os ambientes foram utilizados tatames (figura 41), é
uma característica japonesa muito comum, pois traz mais conforto a
determinados ambientes, tanto que algumas pessoas ainda dormem em cima
de tatames; uma curiosidade sobre eles é que por ser tão utilizado no Japão
ele é utilizado como unidade de medida de ambientes, devido sua forma de
encaixe seguir sempre o mesmo “padrão”, então pela quantidade de tatames
utilizados é possível se imaginar o real tamanho de um espaço, assim como no
Brasil falamos “tal área equivale a 2 campos de futebol”.
Figuras 42 a 44- Luz Natural. Em alguns pontos da edificação temos
espécies de claraboias laterais, cobertas com papel de arroz, que contribuem
com a iluminação natural do local, além de grandes cortinas de vidro

59
localizadas em frente ao lago de carpas koi. Logo mesmo sem iluminação
artificial nessa parte o lugar fica muito bem iluminado.
Figura 45 a 47- Ensambladuras. Como mencionado o edifício todo utiliza
dessa técnica, porém essas são as regiões em que ficam mais evidentes. Na
figura 45 é possível ver claramente o emprego do encaixe “kanawa tsugi”,
muito utilizado em vigas baldrames e frechais, pois suporta muito bem os
esforços estruturais; no centro da junção das duas toras de madeiras é
possível ver um pequeno quadrado, que age como prego mantendo as duas
partes unidas.
Figura 48 e 49- Lago. As carpas Koi (nishikigoi) são peixes típicos do
Japão, no lago existem 16 tipos de carpas diferentes (questões estéticas, como
cor e formato dos desenhos nas escamas), ao todo o lago abriga 320 carpas e
tem capacidade para manter 100 mil litros d’agua.
3.2 VISITA TÉCNICA 02 – TORRE DE MIROKU.
3.2.1 FICHA TÉCNICA.
• Nome do Projeto: Torre de Miroku
• Localização: Parque Oriental – Ribeirão Pires, SP.
• Idealizador: Minoru Nakahashi
• Área Total: 75.000m²
• Ano do Projeto: 2012
3.2.2 SOBRE O LOCAL.
A torre de Miroku é o maior complexo nesse estilo no Brasil, com 32
metros de altura, foi concebido para ser um local de contemplação da paz, da
beleza e da arte.
O planejamento para a construção da torre japonesa começou no início
dos anos 2000, tendo como inspiração o templo Horyu em Nara, Japão,
construído em 607 d.C. É considerado o templo mais antigo do mundo e é
classificado como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela
UNESCO.
A partir da descoberta da planta original utilizada na construção do
templo Horyu, encontrada em objetos antigos pertencentes a um construtor de
templos japonês, iniciou-se a elaboração da Torre de Miroku.

60
A Torre de Miroku, tem um significado sagrado, representando a
conexão entre o homem e Deus, a terra e o céu. No topo da torre, encontra-se
a relíquia de Meishu Sama, o fundador da Igreja Messiânica Mundial, o que faz
com que o local seja considerado sagrado.

Figura 50- Torre de Miroku. Fonte: Catraca Livre (https://catracalivre.com.br/agenda/torre-japonesa-de-


miroku-sp/)

3.2.3 PLANTA BAIXA.


A planta baixa da torre apresenta uma simplicidade notável, porém é sua
riqueza em detalhes e significados que a torna verdadeiramente especial. A
habilidosa mescla entre a técnica tradicional de ensambladuras e a
modernidade do concreto armado possibilitou a criação de um vão livre que se
estende da base até o topo da torre, tornando-a a primeira do mundo em seu
estilo a apresentar essa característica.
Cada um dos cinco telhados da torre representa uma parte do corpo da
divindade, sendo as pernas representadas pelo maior telhado, seguido da
barriga, peito, pescoço e, por fim, a cabeça, representada pelo menor telhado.
Dentro da torre, há uma imensa escultura de Kannon, com oito metros
de altura, uma divindade que é adorada tanto no Oriente quanto no Ocidente. A
estátua é feita de madeira e é folheada a ouro, e foi esculpida por Cicero

61
D'Ávila, um escultor renomado que é especializado em obras figurativas e é
conhecido por suas esculturas hiper-realistas em todo o mundo.
A topografia do terreno contribui para destacar ainda mais a imponente
torre, que se eleva a 32 metros de altura em meio à paisagem. A vista da torre
é impressionante e o translado de barco para chegar até o local já é uma
experiência única e memorável.
Além da torre, outros elementos no terreno chamam a atenção dos
visitantes. Durante a subida para o templo, é possível encontrar cachoeiras que
encantam com sua beleza natural. Há também um lago repleto de carpas e
outro de ninféias, oferecendo um ambiente tranquilo e sereno. Existe um
espaço reservado para homenagens a outras religiões, incluindo um santuário
dedicado a Nossa Senhora de Aparecida, evidenciando o respeito que a
religião de Meishu Sama tem por todas as crenças.
Além disso, pequenas construções em estilo japonês estão distribuídas
pelo terreno, adicionando uma atmosfera ainda mais autêntica e imersiva. Três
pontes no mesmo estilo atravessam o pequeno riacho que corta a paisagem,
conectando diferentes áreas do complexo e proporcionando uma experiência
de caminhada única.
De forma geral, a paisagem envolvente, com suas cachoeiras, lagos e
construções em estilo japonês, criam um ambiente único e especial. A Torre de
Miroku é, sem dúvida, o ponto alto do local, mas cada elemento no terreno
contribui para a sensação de paz e contemplação que o complexo deseja
transmitir.

3.2.4 MATERIALIDADE.
A construção da Torre de Miroku envolveu uma cuidadosa escolha de
materiais que combinassem resistência e beleza e se adaptassem ao local,
devido a torre estar localizada no meio de uma área de vasta vegetação os
materiais poderiam sofrer grande ataque de insetos e influência do clima.
A madeira foi eleita como um dos elementos principais tanto da
construção da torre quando das pequenas “cabanas” espalhadas pelo terreno,
utilizando-se da técnica de ensambladuras e encaixes precisos que permitiram
a criação de uma estrutura sólida e esteticamente atraente. A madeira é
amplamente utilizada em todo o local, não apenas para a estruturação, mas

62
também para a criação de elementos decorativos com entalhes bem
elaborados.

Outro material que se destacou na construção foi o concreto armado,


permitindo a criação de um vão capaz de abrigar a impressionante escultura de
Kannon no interior da torre. A combinação de madeira e concreto armado
proporcionou uma construção resistente e durável, sem perder a delicadeza e
elegância da arquitetura japonesa.
A cobertura da torre também foi cuidadosamente elaborada, com a
moldagem de 13 mil telhas no próprio local e revestida com esmalte dourado
importado do Japão. O resultado é uma aparência majestosa capaz de chamar
atenção de longe, principalmente quando o sol bate nas telhas.
3.2.5 MOTIVOS DE ESCOLHA PARA VISITA TÉCNICA.
Além de sua singularidade e inovação, a torre está localizada em um
ambiente privilegiado, com uma paisagem exuberante que se estende ao longo
da represa Billings. É uma região tranquila e calma, que transmite uma
sensação de paz e harmonia, o que faz com que a torre seja o local perfeito
para a contemplação da natureza. Entender como ela conseguiu se integrar
sem agredir a paisagem e chamar atenção mesmo estando em um local não
tão acessível ou conhecido é surpreendente, demonstra claramente que
independente da facilidade de acesso, se o local for interessante o público irá
visitá-lo.
3.2.6 ANÁLISE S.W.O.T DA TORRE DE MIROKU.

63
Tabela 6- Análise SWOT da torre de Miroku

3.2.7 FOTOS DO LOCAL.

64
Figura 51- Fachada da Torre. Figura 52- Fachada da Torre. Figura 53- Fachada da Torre.
Fonte: Autor. Fonte: Autor. Fonte: Autor.

Figura 54- Fachada da Torre. Figura 55- Ensambladuras e Figura 56- Ensambladuras e
Fonte: Autor. telhas. Fonte: Autor. telhas. Fonte: Autor.

Figura 57- Ensambladuras e Figura 58- Ensambladuras e Figura 59- Elementos em


telhas. Fonte: Autor. telhas. Fonte: Autor. madeira. Fonte: Autor.

65
Figura 60- Elementos em Figura 61- Elementos em Figura 62- Esculturas de
madeira. Fonte: Autor. madeira. Fonte: Autor. divindades. Fonte: Autor.

Figura 63 Esculturas de Figura 64- Pontes. Fonte: Autor. Figura 65- Pontes. Fonte: Autor.
divindades. Fonte: Autor.

Figura 66- Pontes. Fonte: Autor. Figura 67- Cabanas. Fonte: Autor. Figura 68- Entalhes em Madeira.
Fonte: Autor.

66
Figura 69- Entalhes em Madeira. Figura 70- Lago. Fonte: Autor. Figura 71- Lago. Fonte: Autor.
Fonte: Autor.

Figura 72- Jardim Zen. Fonte: Figura 73- Jardim Zen. Fonte: Figura 74- Jardim Zen. Fonte:
Autor. Autor. Autor.

Figura 75- Escadaria. Fonte: Figura 76- Construção de Figura 77- Construção de
Autor. entrada. Fonte: Autor. entrada. Fonte: Autor.

67
Figuras 51 a 54- Fachada da Torre. A torre está estrategicamente
posicionada no terreno, permitindo que seja vista de vários ângulos e
distâncias com grande clareza. É curioso notar que a torre não pode ser vista
de fora do complexo privado devido à vegetação, o que torna o local ainda
mais intrigante para o público. Isso pode incentivar as pessoas a pagar pelo
translado para ver a torre de perto, logo que não é possível ter nenhum
deslumbre dela dos pontos públicos.
Figuras 55 a 58- Ensambladuras e telhas. As ensambladuras são
elementos estruturais importantes que dão suporte à cobertura do edifício. No
caso desta construção, é possível observar os detalhes dessas conexões no
telhado, onde cada "braço" suporta as terças e os caibros que sustentam as
telhas douradas. Além disso, é possível notar a presença de gravuras
circulares e em formato de flor de lótus nos beirais de cada andar, o que
evidencia a preocupação com os detalhes e a estética do edifício.
Figuras 59 a 61- Elementos em madeira. A carpintaria é uma das
características marcantes do local, sendo aplicada em diversos elementos do
projeto. A madeira utilizada na construção foi trabalhada com muita habilidade,
sendo possível notar a preocupação com os detalhes e o acabamento.
Algumas peças foram utilizadas quase em seu estado bruto, realçando a
beleza natural da madeira.
Figura 62 e 63- O complexo conta com diversas esculturas espalhadas
pelo local. Uma delas pode ser vista logo na entrada (figura 63), e comporta
uma pia para realização do ritual de temizō, prática comum em templos e
santuários japoneses; onde seguindo o ritual primeiro se deve lavar a mão
esquerda, em seguida a direita e por último a mão esquerda deve purificar os
lábios, antes de fazer as suas preces.
Figura 64 a 66- Pontes. As pontes têm um significado especial para a
cultura xintoísta. Para eles, essas pontes simbolizam a separação entre o
mundo dos mortais e o mundo divino. Cada ponte tem uma simbologia única,
que representa uma etapa na jornada do visitante para chegar ao templo
principal.
Figura 67- Cabanas. No terreno é possível encontrar algumas cabanas
construídas com a temática japonesa tradicional. Algumas dessas cabanas já
estavam em uso, enquanto outras ainda estavam em construção. Não havia,

68
entretanto, nenhuma identificação sobre qual seria a função de cada uma
delas. Apesar disso, é possível notar que elas foram cuidadosamente feitas,
seguindo técnicas e materiais tradicionais da arquitetura japonesa.
Figuras 68 e 69- Entalhes em Madeira. O entalhamento em madeira é
uma técnica de escultura que envolve a remoção seletiva de partes da madeira
para criar um desenho ou figura. Para isso, o artesão utiliza ferramentas
específicas, como formões, goivas e serras, que permitem um controle preciso
na remoção de material.
Figura 70 e 71- Lago. Os lagos no local são mantidos por uma pequena
cascata que emerge de um ponto alto no terreno. Isso permite com que um
lago de ninfeias e um lago de carpas sejam alimentados, a ordem em que
foram instalados é estratégica, pois as ninfeias ajudam na purificação da água
antes de fluir por outra cascata para o lago das carpas, melhorando assim a
qualidade de vida dos peixes.
Figuras 72 a 74- Jardim Zen. Está localizado atrás da torre de Miroku,
ele é protegido pelo telhado da edificação para evitar que a chuva ou o vento
danifiquem o desenho formado. O jardim é composto por um arranjo de pedras,
areia e cascalho, cuidadosamente organizados para representar as montanhas,
rios e oceanos. A técnica utilizada para criar o jardim zen é conhecida como
karesansui, e requer um alto nível de habilidade e precisão para que cada
elemento esteja disposto de forma harmoniosa.
Figura 75- Escadaria. O acesso pode ser feito por meio de uma rampa e
uma escadaria que funciona como rota de retorno. A rampa é conhecida como
"rota sagrada" porque também dá acesso às três pontes do local e
consequentemente a torre. Durante a visita, uma senhora de idade que usava
cadeira de rodas estava presente e pôde fazer todo o percurso com a ajuda de
seu acompanhante sem nenhuma dificuldade adicional. Mesmo que ela não
pudesse voltar pela escadaria, isso não a impediu de desfrutar da experiência e
contemplar todos os elementos do roteiro.
Figura 76 e 77- Ao desembarcar da barca, os visitantes são recebidos
por uma charmosa construção com teto verde que abriga a lojinha de souvenirs
e uma cafetaria que oferece iguarias típicas do Japão, como onigiri (bolinho de
arroz japonês) e biscoitos de mel. A lojinha de souvenirs oferece uma ampla

69
seleção de lembranças, como miniaturas da torre de Miroku, bem como
souvenirs temáticos japoneses, incluindo roupas e acessórios.

70
4. ÁREA DE INTERVENÇÃO.
4.1 LOCALIZAZÃO E VIABILIDADE.
4.2 ASPÉCTOS CLIMÁTICOS.
4.3 ASPÉCTOS MORFOLÓGICOS.
4.4USO DO SOLO.
4.5 GABARITO.
4.6 DADOS PLANALTIMÉTRICOS E VEGETAÇÃO.
4.7 ASPECTOS VIÁRIOS.
4.8 INFLAESTRUTURA URBANA.
4.9 O TERRENO E SEU ENTORNO.
4.10 INDICES URBANISTICOS.

71
5. DIRETRIZES E PREMISSAS
5.1 LEGISLAÇÕES

No desenvolvimento do projeto, foram considerados vários


regulamentos, tais como o Plano Diretor de Mogi das Cruzes, o Código
Sanitário do Estado de São Paulo, as normas NBR 9050 e NBR 9077, além do
Código de Obras e Edificações (COE). Estes e outros aspectos serão
abordados com mais profundidade a seguir.

5.1.1 PLANO DIRETOR DE MOGI DAS CRUZES


O Artigo 33 do Capítulo V do Plano Diretor de Mogi das Cruzes
estabelece as diretrizes da Política Municipal de Cultura. Entre elas, está
prevista a criação de polos comunitários de cultura que possam ser usados
para produção e consumo de bens culturais, incluindo equipamentos culturais
tais como teatro, biblioteca, cinema, museu, sala de exposições, centros de
cultura popular, casa do artesão, entre outros.
XV - Construção de um centro cultural que possibilite a formação e
irradiação de conhecimento humano". (PMMC, 2006).
O Capítulo XII do Plano Diretor de Mogi das Cruzes, que se concentra
na Política Municipal de Esporte, Lazer e Recreação, destaca a adequação de
locais existentes para a prática de esportes e atividades de lazer, visando
atender as crianças, adolescentes, pessoas com necessidades especiais,
idosos e gestantes (Artigo 76, item V). Portanto, projetos de requalificação de
espaços e implantação de novos equipamentos na área em questão são
alinhados com a legislação municipal.

5.1.2 CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO


Conjunto de medidas que visam eliminar ou prevenir ameaças à saúde e
lidar com problemas relacionados à saúde, circulação de bens e prestação de
serviços de saneamento básico, espaços mínimos, dimensões mínimas,
ventilação e iluminação.
O capítulo mais relevante para o projeto seria o "Capítulo VII - Locais
Culturais". Em resumo ele é regulamentação técnica para a construção e
manutenção de edifícios de espetáculos e auditórios, como cinemas, teatros e
similares. Eles estabelecem requisitos de segurança, como a construção de

72
saídas de emergência com largura adequada, uso de materiais incombustíveis,
renovação constante de ar, dispositivos mecânicos de reserva e instalações
sanitárias. Além disso, também são abordados detalhes sobre camarins,
instalações sanitárias, bebedouros e revestimentos de paredes. Esses artigos
visam garantir a segurança e conforto dos frequentadores desses espaços.

5.1.3 NORMA BRASILEIRA ABNT 9050


A NBR 9050 é uma norma brasileira que estabelece requisitos e critérios
para acessibilidade em edificações, mobiliário urbano e espaços públicos,
visando garantir o direito de acesso e circulação de pessoas com necessidades
especiais. Esta norma abrange aspectos como largura de corredores, altura de
interruptores e puxadores, espaços para manobra de cadeiras de rodas, entre
outros. Além disso, a NBR 9050 também trata de questões relacionadas à
sinalização tátil e sonora para orientação de pessoas com deficiência visual.

5.1.4 NORMA BRASILEIRA ABNT 9077


A NBR 9077 é uma norma que estabelece requisitos para as saídas de
emergência em edifícios. Esta norma abrange aspectos como quantidade e
localização das saídas, largura e altura das portas, sinalização e iluminação de
emergência. Além disso, ela especifica as condições necessárias para garantir
a segurança dos usuários durante a evacuação do edifício em caso de incêndio
ou outra emergência. A NBR 9077 é importante para garantir a segurança dos
ocupantes de edifícios e deve ser seguida durante a construção e manutenção
destes locais.

5.1.5 CODIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES – COE


Se trata de um regulamento técnico que estabelece as normas e
diretrizes para construção, reforma e ampliação de edifícios no município de
São Paulo. O COE define as condições de segurança, saúde, higiene,
acessibilidade e preservação do patrimônio histórico, além de garantir o uso
adequado dos espaços públicos e privados. O objetivo é garantir que as
edificações estejam em conformidade com as normas técnicas e ambientais,
contribuindo para a qualidade de vida da população e preservando o meio
ambiente.

73
5.2.1 DIRETRIZES ESPECIFICAS
Com base nas legislações citadas acima, foram identificadas algumas
diretrizes específicas que devem ser seguidas e respeitadas durante o projeto,
principalmente referentes a NBR 9050 e NBR 9077. Essas diretrizes visam
garantir a segurança, acessibilidade e saúde dos usuários, além de atender às
exigências legais e regulatórias. É importante destacar que a conformidade
com essas diretrizes é fundamental para garantir a eficácia e a qualidade do
projeto, bem como a sua aprovação e viabilidade.

5.2.1.1 SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS


 Estes locais devem ser posicionados em trajetos de fácil acesso,
próximos à circulação principal, com percurso máximo não superior a 50
metros.
 A quantidade mínima de banheiros acessíveis para equipamentos de
uso coletivo deve ser de 5% do número total de sanitários, com pelo
menos um em cada andar que tenha banheiro.
5.2.1.2 CIRCULAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL
 Edifícios destinados a uso coletivo ou público precisam ter uma ou mais
saídas de emergência acessíveis, as quais precisam ser um caminho
ininterrupto, livre de obstáculos e sinalizado conectando o ambiente
interno ao externo da construção.
 Todas as entradas e rotas de ligação às funções do edifício em
edificações e equipamentos urbanos devem ser de fácil acesso.
 Todos os degraus de escadas e rampas devem ter uma altura livre
mínima de 2 metros. O projeto dos degraus deve seguir as
especificações de 0,60m < 2a + L < 0,65m, sendo L (comprimento do
piso) mínimo de 0,30m e a (profundidade dos degraus) máximo de
0,17m.
 As rampas devem possuir inclinação máxima de 12% para permitir
acessibilidade para todos os usuários. No entanto, para a subida de
cadeiras de rodas, a inclinação máxima deve ser de apenas 6% para
facilitar o deslocamento.

74
 O comprimento máximo de cada seção de rampa deve ser de 12 metros,
com um piso intermediário de 1,80 metros. A rampa inteira deve ter, no
máximo, 4 partes distintas.

5.2.1.3 CORRIMÃO E GUARDA CORPO


 Os corrimãos devem ser fixados fortemente nas paredes ou barras de
suporte e ser construídos com materiais sólidos para garantir uma
utilização segura. Eles podem ser acoplados aos guarda-corpos.
 Quando não existirem paredes laterais, as escadas e rampas devem
incluir elementos de segurança, como guias de sinalização e guarda-
corpos, além de cumprir os demais requisitos de segurança previstos
nesta Norma, tais como o dimensionamento, corrimãos e sinalização.
 As barras de apoio devem ser instaladas nas rampas e escadas em
ambos os lados, situadas a uma altura de 0,92 m e 0,70 m a partir do
topo do piso, medidas a partir da face superior até o bocel ou canto dos
degraus (no caso de escadas) ou do patamar, seguindo a inclinação da
rampa.
5.2.1.4 PLATAFORMA DE ELEVAÇÃO VERTICAL
 As plataformas abertas para circulação devem estar completamente
fechadas, sem lacunas em qualquer lado, até a altura de 1,10m do piso
da plataforma.
 A utilização da plataforma de percurso aberto está limitada a percursos
de até 2 metros. Em percursos entre 2 a 4 metros, é necessário utilizar
uma caixa enclausurada (percurso fechado).
5.2.1.5 RESTAURANTES, REFEITORIOS, BARES E
SIMILARES
 Os estabelecimentos de alimentação, como restaurantes, refeitórios e
bares, precisam ter pelo menos 5% das mesas disponíveis para uso por
pessoas com necessidades especiais. É necessário ter pelo menos uma
mesa acessível nesses locais, conectada a uma rota acessível que
inclua também o acesso a um banheiro acessível.

75
 As mesas devem ser colocadas de tal forma que estejam integradas ao
ambiente geral, e em áreas onde todos os serviços e comodidades
oferecidos no estabelecimento estejam disponíveis.
 As mesas devem ser dispostas de maneira integrada ao espaço em
geral e em locais onde todas as facilidades e serviços oferecidos no
estabelecimento estejam acessíveis.

5.2.1.6 LOCAIS DE EXPOSIÇÕES


 Todos os itens expostos para visitação do público devem estar em
lugares de fácil acesso.

5.2.1.7 PARQUES, PRAÇAS E LOCAIS TURISTICOS


 Todos os parques, praças e locais turísticos com pavimentação,
mobiliário ou equipamentos edificados ou montados devem ter rotas
acessíveis disponíveis.
 Em ambientes onde as características naturais são protegidas por lei,
deve-se procurar alcançar o mais alto nível de acessibilidade, com o
mínimo de impacto possível no meio ambiente.

5.2.1.8 ACESSOS
 Todas as entradas das edificações e equipamentos urbanos e as rotas
de ligação a suas funções devem ser acessíveis.
 O trajeto do estacionamento de veículos até as entradas deve ser
acessível. Caso não seja possível criar uma rota acessível entre o
estacionamento e as entradas, devem ser reservadas vagas para
pessoas com deficiência e idosas a uma distância máxima de 50 metros
de um acesso acessível.

5.2.1.9 RESIDUOS SOLIDOS


 Todo imóvel, independentemente de seu uso, deve ter um local para
armazenamento temporário de lixo, com espaço suficiente para
armazenar a quantidade gerada em 48 horas. Este local deve ser
facilmente acessível para a coleta e seguir as normas estabelecidas
pelos órgãos de saúde responsáveis.

76
 É proibido colocar os resíduos sólidos nas calçadas e instalar qualquer
tipo de estrutura para armazená-los. Eles devem ser mantidos dentro do
lote até o momento da coleta.
 É proibido colocar tubos de descida para coleta de lixo urbano.

5.2.1.10 ISOLAMENTO ACUSTICO


 É proibido estabelecer ligações diretas através de aberturas entre
espaços ruidosos e áreas como escritórios, áreas de lazer, salas de
estar, ou qualquer outro local que precise de condições ambientais
tranquilas, bem como ruas públicas ou lotes próximos.

5.2.1.11 CONFORTO TÉRMICO


 As soluções arquitetônicas devem procurar atender às necessidades de
forma eficiente, priorizando o uso de recursos naturais e minimizando a
necessidade de equipamentos de condicionamento artificial.
 A fim de garantir o mais eficiente desempenho térmico da edificação,
levando em consideração as condições climáticas locais, o projeto
arquitetônico deve incluir as seguintes medidas, se aplicáveis:
- Proteger as aberturas das radiações diretas;
- Dispor as aberturas da edificação de maneira que permita a ventilação
cruzada em seu interior;
- A vegetação não deverá impedir a passagem dos ventos, porém,
deverá garantir o sombreamento;
- Evitar materiais com baixa inércia térmica, tanto nos vedos como nas
coberturas.

5.2.1.12 USO DE ÁGUA DO RIO/CORREGO


A Outorga de Uso da Água é uma exigência legal feita pelo poder
público. Ela consiste em uma autorização que permite a utilização de recursos
hídricos superficiais, como rios, córregos, lagos e nascentes, e subterrâneos,
como poços tubulares, por aqueles que desejam fazer uso da água para
diversas finalidades. Essa autorização deve ser solicitada ao órgão ambiental
competente
Dois possíveis tipos de outorgas a serem utilizadas:
 Outorga de Bombeamento: Podem ser realizadas intervenções com
equipamentos de motobombas para diferentes finalidades, tais como uso na
indústria, mineração, terraplanagem e outras atividades. Essas bombas

77
podem ser instaladas em barragens, levando em consideração a
quantidade de água necessária, ou diretamente no manancial, dependendo
da disponibilidade hídrica local. A demanda de água média é determinada
de acordo com o tipo e finalidade de cada bombeamento. Cada conjunto de
bombas requer um processo de outorga, exceto quando funcionam em série
ou paralelo.
 Outorga de canalização: As intervenções de desvio por gravidade são
regulamentadas pelos parâmetros outorgados, que incluem a vazão
máxima do projeto, a geometria da seção do canal, a área da seção ou
diâmetro, a altura e largura do fundo do canal e a extensão. Quando o canal
passa por mais de uma propriedade, o processo deve ser formalizado em
nome de todos os usuários cujas propriedades são interceptadas pelo rego
ou canal.

78
6. USUÁRIOS
6.1 PERFIL DO USUÁRIO
6.1.1 PÚBLICO ALVO PRINCIPAL
6.1.2 PÚBLICO ALVO SECUNDÁRIO

79
7. SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade é um assunto cada vez mais importante na sociedade
atual, e é necessário encontrar soluções para preservar e restaurar o meio
ambiente. Neste trabalho, serão abordados dois temas em específico: os
meliponários e a construção de Wetlands.
A criação de meliponários pode ser uma forma eficaz de ajudar a
restaurar áreas degradadas e proteger a fauna local. Além disso, pode servir
de inspiração para outras pessoas, mostrando como é possível contribuir para
o meio ambiente a partir de pequenas coisas. Já a construção de Wetlands, foi
a solução encontrada para tratar a água do rio Tietê, é um exemplo de como é
possível restaurar ecossistemas degradados de uma forma fácil, usando a
própria natureza a nosso favor; isso afim de mostrar principalmente que, se
bem cuidado, o rio tietê pode ser explorado e trazer beleza para a cidade.
De forma sucinta também será descrito como a implantação de ambos
podem trazer vantagens econômicas para as comunidades locais. Essas
soluções podem ser integradas nas propriedades de agricultores e produtores
rurais, ajudando-os a economizar e a melhorar o cultivo de suas plantações,
além de também trazer uma nova forma de renda.
7.1 MELIPONICULTURA
A meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão para a produção de
mel e polinização de plantas. Essa prática é bastante antiga e tem sido
desenvolvida por povos indígenas ao redor do mundo. Atualmente, a
meliponicultura é uma atividade crescente no Brasil e em outros países da
América Latina.
As abelhas sem ferrão, também conhecidas como abelhas nativas, são
um grupo diverso de espécies que têm papel importante na polinização de
diversas plantas, incluindo culturas agrícolas e plantas nativas. Além disso,
elas produzem mel e outros produtos apícolas que possuem propriedades
medicinais e são valorizados pela sua qualidade e sabor.
A meliponicultura é uma alternativa sustentável à apicultura
convencional, que utiliza abelhas africanizadas para a produção de mel. Essa
atividade é menos agressiva ao meio ambiente, já que as abelhas sem ferrão

80
não precisam de grandes áreas de pasto apícola e podem ser criadas em
pequenas propriedades rurais ou mesmo em áreas urbanas.
A criação de abelhas sem ferrão requer conhecimento técnico, porém
não muito difícil de se adquirir. Em um ambiente adequado e com as plantas
certas, os meliponários podem se tornar independentes do ser humano. Isso
ocorre porque as abelhas sem ferrão são muito adaptáveis e conseguem se
alimentar de diferentes fontes de néctar e pólen. Porém, é importante respeitar
as características de cada espécie e preservar as abelhas nativas em seus
habitats naturais.
7.1.1 Importância das Abelhas para humanidade.
As abelhas tanto apis (abelhas com ferrão) e melíponas (abelhas sem
ferrão, também conhecidas como Abelhas Nativas), são importantes
polinizadores para diversos tipos de plantas. Estima-se que existam mais de
300 espécies de abelhas sem ferrão no Brasil, e elas têm um papel crucial na
preservação da biodiversidade e na manutenção dos ecossistemas.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA),
cerca de 70% das culturas agrícolas dependem da polinização por abelhas.
As abelhas sem ferrão também são importantes para a manutenção de
culturas agrícolas, contribuindo para aumentar a produtividade e a qualidade
dos alimentos.
Infelizmente, as abelhas sem ferrão e outros tipos de abelhas estão
enfrentando ameaças crescentes em todo o mundo, como o uso de pesticidas,
a degradação do habitat natural e o aquecimento global. Se as abelhas
desaparecessem completamente, teríamos consequências graves em todo o
mundo. Estima-se que, em apenas quatro anos, muitas espécies de plantas
desapareceriam, levando à perda de alimentos, medicamentos e materiais.
Além disso, a falta de abelhas sem ferrão e outros polinizadores também
afetaria os ecossistemas, pois muitas espécies animais dependem das plantas
para se alimentar. Isso poderia levar a um colapso das cadeias alimentares e
um impacto negativo em muitos aspectos da vida humana.
Por tudo isso, é fundamental que medidas sejam tomadas para proteger
as abelhas e outras espécies de polinizadores. Isso inclui o uso responsável de
pesticidas, a conservação de habitats naturais, a promoção da agricultura

81
sustentável e o aumento da conscientização sobre a importância das abelhas
sem ferrão e outros polinizadores para o mundo.
7.1.2 Benefícios Ambientais das Abelhas Nativas na Mata
Atlântica.
As abelhas nativas têm um papel fundamental na manutenção e
restauração da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do mundo.
Elas são responsáveis pela polinização de uma grande variedade de plantas,
entre elas arvores frutíferas, e são essenciais para a manutenção do
ecossistema.
No transporte diário de pólen, as abelhas realizam um processo de
fertilização cruzada, o que dá a planta uma grande possibilidade de gerar um
maior número de sementes e flores e frutos de melhor qualidade. Isso reforça a
reprodução das flores e contribui para a autorregeneração das florestas. Essa
relação entre as abelhas e plantas é uma forma de mutualismo não simbiótica,
em que ambas as espécies se beneficiam, embora possam viver de maneira
independente; com e
As abelhas nativas são especialmente importantes para a Mata
Atlântica, uma vez que muitas das plantas que crescem nessa região são
adaptadas à polinização por esses insetos. Sem as abelhas, a reprodução
dessas plantas seria muito mais difícil, o que poderia levar à redução da
biodiversidade na região.
Além disso, as abelhas nativas também contribuem para o
reflorestamento da Mata Atlântica. Como parte significativa da floresta já foi
destruída para dar lugar a grandes centros urbanos, as abelhas polinizadoras
podem ajudar a conectar os fragmentos remanescentes da floresta tropical,
aumentando a efetividade dos esforços de reflorestamento.
Portanto, é importante que haja um esforço conjunto para a proteção e
preservação das abelhas nativas e de seu habitat. A manutenção e restauração
da Mata Atlântica dependem da polinização desses insetos e,
consequentemente, de sua preservação. A perda das abelhas nativas teria um
impacto devastador na biodiversidade da região e, consequentemente, em todo
o ecossistema da Mata Atlântica.
7.1.3 Como implantar.

82
7.1.4 Espécies nativas.
7.1.5 Um exemplo para população.
7.2 WETLANDS CONSTRUIDO
7.2.1 Solução sustentável para tratamento de água e
esgoto.
7.2.2 Como funciona?
7.2.3 Como implantar.
7.2.4 Plantas utilizadas.
7.2.5 Finalidade – Criação de Peixes Ornamentais
7.2.5.1 Rio Tietê do Passado.
7.2.5.2 Qualidade da água hoje & qualidade da água ideal.
7.2.5.3 Espécies Escolhidas e suas características.
7.2.6 Um exemplo para população.
7.3 Sob um olhar arquitetônico.

83
8. ESQUEMAS ESTRUTURANTES
“Era um tempo de incerteza e medo no Japão, enquanto as forças
invasoras dos mongóis lideradas por Kublai Khan avançavam para cada vez
mais perto do país, conquistando cidades e levando seu povo cativo. O povo
japonês orava aos deuses, pedindo proteção e força para resistir ao inimigo
implacável.
E então, quando tudo parecia perdido, uma tempestade divina se abateu
sobre a frota mongol que se aproximava das costas japonesas. As ondas
gigantes se erguiam como montanhas, destruindo navios e engolindo os
invasores com sua fúria implacável. Era a Onda de Kamikaze, o "vento divino"
enviado pelos deuses para proteger o Japão.
Os guerreiros japoneses, inspirados pela intervenção divina, lutaram
com coragem e determinação, derrotando os invasores restantes e libertando
seu povo das garras dos mongóis. O Japão havia sido salvo, e o povo celebrou
a vitória com alegria e gratidão.”
Desde então, a história da Onda de Kamikaze é contada como um
símbolo da proteção divina do Japão e da coragem e determinação do povo
japonês. É uma história de esperança e de fé, que inspira as gerações atuais e
futuras a continuarem lutando pelo bem do país e do seu povo. E assim, o
Japão continuará a ser protegido pelos deuses, para sempre.
8.1 CONCEITO ARQUITETÔNICO
Com base na lenda mostrada acima, o conceito do projeto será uma
homenagem à cultura e história japonesa, com a intenção de transmitir uma
sensação de proteção e tranquilidade aos visitantes. O edifício principal terá
uma forma de referência à onda de Kamikaze, representando a proteção e
imponência que o prédio irá oferecer aos seus visitantes.
O local também contara com um padoga localizado no centro de um lago
artificial que será o coração do projeto, abrigando o teatro e uma área de
exposições, e será acessado por uma ponte que liga o edifício principal em
formato de onda ao padoga. A ideia é mesclar a arquitetura atual (edifício em
formato de onda) com uma arquitetura tradicional (padoga). Mostrando como
os elementos podem se complementar.

84
O lago e os jardins japoneses espalhados pelo terreno irão
complementar a experiência de tranquilidade e equilíbrio, além de servir como
um cenário deslumbrante para os visitantes.
Outro ponto a ser focado serão áreas para exposições ao ar livre, em
destaque uma em específico que será sobre a fauna japonesa que irá se
localizar no meio de um jardim de bambus. No geral, o conceito do projeto
busca criar um ambiente sereno e acolhedor, proporcionando aos visitantes
uma experiência inesquecível e imersiva da cultura japonesa.
8.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO
O partido arquitetônico do projeto tem como objetivo criar uma
representação visual da onda para alcançar esse efeito, serão utilizados
elementos curvos e grandes aberturas em todo o edifício, proporcionando uma
sensação de movimento e fluidez, como uma onda.
A arquitetura paramétrica será usada para criar as formas curvas que
representam a onda, permitindo um controle mais preciso das geometrias.
Logo um fator importante a ser mencionado é o tipo de estrutura a ser utilizada,
a aplicação da treliça espacial será a escolha mais viável para o projeto,
seguindo o exemplo do Centro Heydar Aliyev projetado pelo escritório Zaha
Hadid Architects. Juntando essa estrutura com o fechamento em Concreto
Reforçado com Fibra de Vidro (GFRC) e Poliéster Reforçado com Fibra de
Vidro (PRFV) temos a possibilidade de explorar e viabilizar a construção de

formas complexas.

Figura 78- Esqueleto estrutural da fachada principal. Fonte: designboom


(https://www.designboom.com/architecture/zaha-hadid-heydar-aliyev-cultural-centre-progress/)

85
Outro fator importante é a integração com o entorno, para isso grandes
lagos naturais e espelhos d’água serão criados no terreno utilizando a água de
um pequeno braço do rio tietê que passa próximo ao terreno, a água além de
garantir conforto térmico e estico proporciona também uma sensação de
relaxamento.

Figura 84- Espelhos D'agua. Fonte: Casa e Figura 84- Espelhos D'agua. Fonte: Casa e
construção construção
(https://casaeconstrucao.org/paisagismo/esp (https://casaeconstrucao.org/paisagismo/esp
elho-dagua/) elho-dagua/)

Figura 84- Jardim Japonês Fonte: Viva e Figura 84- Jardim Japonês Fonte: Viva e
Decora Decora
(https://www.vivadecora.com.br/revista/jardi (https://www.vivadecora.com.br/revista/jardi
m-japones/) m-japones/)

Figura 84- Jardim Japonês Fonte: Viva e Figura 84- Jardim Japonês Fonte: Viva e
Decora Decora
(https://www.vivadecora.com.br/revista/jardi (https://www.vivadecora.com.br/revista/jardi
m-japones/) m-japones/)

86
Será também criado um jardim com a flora nativa da Mata Atlântica,
mesclando de forma pontual a fauna japonesa, quando não for possível achar
uma de beleza ou função similar as nativas.
8.3 PARTIDO URBANÍSTICO
8.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES
8.5 ORGANOGRAMA
8.6 FLUXOGRAMA

87
9. MATERIAIS E ACABAMENTOS

88
10. CADERNO DE PROJETO

89
11. ILUSTRAÇÕES

90
12. CONCLUSÃO

91
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

92

Você também pode gostar