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MONYKE DANIELLA SCHAURICH MARQUES

CENTRO DE CULTURA E ESPORTES PARA A CIDADE DE SÃO JOSÉ DAS


PALMEIRAS - PR

Trabalho de Fundamentos Arquitetônicos do


Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG,
apresentado como requisito para aprovação
na disciplina TC: Qualificação.

Orientador: Profº Arqº: Moacir José Dalmina


Júnior

CASCAVEL
2014
FACULDADE ASSIS GURGACZ
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

MONYKE DANIELLA SCHAURICH MARQUES

CENTRO DE CULTURA E ESPORTES PARA A CIDADE DE SÃO JOSÉ DAS


PALMEIRAS - PR

Trabalho de Fundamentos Arquitetônicos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da


FAG, apresentado como requisito para aprovação na disciplina TC: Qualificação,
elaborado sob a orientação do(a) arquiteto(a) professor(a): Profº Arqº: Moacir José
Dalmina Júnior

BANCA EXAMINADORA

Arquiteto Orientador
Faculdade Assis Gurgacz
Profº Arqº: Moacir José Dalmina Júnior

Arquiteto Avaliador
Faculdade Assis Gurgacz
Profº Arqº: Guilherme Ribeiro de Souza Marcon

Cascavel, 05 de Maio de 2014


RESUMO

O presente tem por objetivo apresentar embasamentos teóricos, que irão colaborar
para a proposta projetual de um Centro de cultura e esportes para cidade de São José
das Palmeiras no Paraná, por se tratar de uma cidade pequena, sem nenhum atrativo
relacionado ao tema, cidade que devido a sua localização pode avançar, esta
destinação se torna necessário e viável, local com práticas de lazer, além do
pensamento que o centro irá criar uma ligação com as demais cidades. O principio
inicial do projeto é um espaço destinado a práticas culturais e esportivas, os
referenciais demonstrarão quais os efeitos que este tipo de construção acarretará na
sociedade, de modo a interferir diretamente no aspecto cultural, social e econômico,
expondo as características que uma obra com este padrão deve possuir, para então
alcançar a melhor forma de representação arquitetônica. A elaboração do projeto partirá
de analises do entorno, adaptado com as pesquisas referentes aos vários pontos
relacionados à arquitetura e urbanismo presentes no decorrer deste trabalho, os
aprofundamentos foram separados em quarto pilares presentes no vasto âmbito da
arquitetura e urbanismo: arquitetura, urbanismo e paisagismo; urbanismo; histórias e
teorias; tecnologias. As pesquisas servirão de apoio até a finalização da proposta,
contudo o projeto final terá embasamentos sobre dúvidas e afirmações que surgirão
para as quais justificarão as principais características e técnicas usadas.

Palavras chave: Cultura. Esportes. Lazer. Arquitetura.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................1

2 FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS DE PROJETO..................................................2


2.1.1 ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO: TEORIAS E METODOLOGIAS.
.......................................................................................................................................... 3
2.1.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA.............................7

2.2 FUNDAMENTOS ARQUITETONICOS DO PLANEJAMENTO URBANO...............11


2.2.1 INTRODUÇÃO AO ESPAÇO URBANO: TEORIAS E POLÍTICAS.....................12
2.2.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA...........................16

2.3 FUNDAMENTOS ARQUITETONICOS DA HISTÓRIA E TEORIAS........................19


2.3.1 A ARQUITETURA NO CONTEXTO GLOBAL E LOCAL.....................................20
2.3.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA...........................26

2.4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO...................29


2.4.1 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS DA TRADIÇÃO À INOVAÇÃO.............................29
2.4.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA...........................35

3 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES..........................................................................38

4 REFERÊNCIAS.............................................................................................................40
1

1 INTRODUÇÃO

O estudo tem como finalidade demonstrar as pesquisas para o futuro resultado


projetual de um espaço destinado á práticas culturais e esportivas para a cidade de São
José das Palmeiras – PR, local que possua espaços adequados e sempre interligados
com o tema inicial, com base no pressuposto inicial da importância que a cidade
merece em relação com o entorno, o centro irá proporcionar a cidade parâmetros para
alavancar sua economia e das cidades vizinhas, tornando todo o oeste do Paraná local
de referencia para o estado.
A cidade possui apenas espaços públicos sem uma linguagem arquitetural ou
cultural que merece. Nela existem pequenos centros de esportes e um prédio destinado
aos eventos para os idosos e a sociedade, os quais possuem pouco atrativo social ou
arquitetônico para a cidade.

A presente pesquisa terá como referencia um resgate histórico e social da


arquitetura e urbanismo, destacando a evolução dos mesmos e principalmente a
importância de espaços destinados ao lazer, visto pelo ponto de vista no decorrer da
evolução da história da arquitetura, usando referencias teóricas e estudos relacionados
ao planejamento urbano, arquitetura, projeto, os fundamentos relacionados à
arquitetura serão elencados sobre temas como projeto, planejamento urbano, história e
teorias, tecnologia da construção, estes quatro temas foram divididos e denominados
neste estudo como os quatro pilares da arquitetura, associando com as técnicas
construtivas e teorias que se adequarão melhor ao projeto para o centro de cultura e
esportes.
2

2 FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS DE PROJETO

Este capítulo tem como base pesquisas referente ao projeto de arquitetura, que
servirão de apoio para a elaboração da proposta de um projeto para o Centro de cultura
e esportes para São José das Palmeiras – PR, deixando evidentes os métodos a serem
tomados no desenvolvimento de um projeto com tal importância, como deverá atender
uma grande quantidade de pessoas em um único local, possuindo atividades distintas e
sem interferir umas nas outras, o projeto deve possibilitar aos usuários local de lazer
unindo cultura e esporte, atendendo as condições corretas de acessibilidade, avaliação
de intenção formal, plástica, paisagística e técnica, levando sempre em consideração o
programa de necessidades a ser elaborado.
Sintetizando, o projeto deve ter uma boa representação, destacando as
informações necessárias para um bom entendimento da proposta. Todo o conjunto do
projeto deve ser somado ao entorno e como será visto pelos moradores e visitantes e
seus impactos relacionados à forma.
Sendo analisado sob o ponto de vista da elaboração do projeto para o centro de
cultura e esportes os estudos relacionados aos fundamentos de projeto estão inclusos
os aprofundamentos sobre as questões formais, de representação, sempre visto pelo
ponto de vista do observador e do usuário, qual o melhor método de representação de
um projeto, esclarecendo as verdadeiras e principais intenções ao elaborar um projeto,
introduzindo nestas representações o uso de elementos e métodos com melhor
eficiência energética, térmica e acústica, aprimorando em relação a sua orientação, seu
entorno, sua acessibilidade, seus fluxos, seus acessos sempre buscando a melhor
qualidade de vida do homem.
3

2.1.1 ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO: TEORIAS E METODOLOGIAS.

“O projeto de arquitetura depende de ideias. Além de adquirir a linguagem


comum da arquitetura, a finalidade de se analisar as obras de outros é estimular idéias
para o que é possível fazer com ela” (UNWIN, 2013, p. 15).
Colin (2004), afirma que pessoas ligadas à arquitetura devem obrigatoriamente
conhecer uma das principais figuras, considerado um mestre por sua importância
Vitruvius traça “os dez mandamentos da arquitetura”, acrescenta características tais
como Solidez, Utilidade e Beleza essenciais em uma edificação.
“Independente da situação cultural em que nos encontramos, é possível achar
ideias em vários lugares e, então, desenvolver ideias próprias por meio de processos
de adição, variação, contradição” (UNWIN, 2013, p. 17). Unwin cita exemplos de obras
e arquitetos que utilizaram estas condições, o arquiteto Le Corbusier utilizava de um
caderno de croquis, onde algum de seus projetos além da influência de seus projetos
antigos tem como base as obras da arquitetura romana, afirma ainda que o desenho na
arquitetura seja o meio mais adequado para se desenvolver um projeto não usar
somente ferramentas tecnológicas como o computador “Um arquiteto que não desenha
é como um político que não fala. Ambos precisam de um meio de desenvolver e
expressar idéias (próprias ou emprestadas de outros locais).” (UNWIN, 2013, p. 17).

O desenho técnico – desenhar como o auxilio de réguas, esquadros, gabaritos,


compassos e escalímetros – é o meio tradicional de desenho e representação
gráfica em arquitetura, e ainda é relevante em um mundo cada vez mais digital.
Traçar uma linha com uma caneta ou lápis incorpora o sentido sinestésico de
direção e comprimento, e é um ato tátil que realimenta a mente e reforça a
estrutura da imagem gráfica resultante [...] (CHING, 2000, p. 23)

“As normas para desenho facilitam ao arquiteto a noção para estudo e consulta
de projeto quer no atelier quer na obra” (NEUFERT, 1998, p. 3). É a partir das normas
técnicas presentes na ABNT, que tornam o projeto e todas as outras partes da
elaboração e construção entendível em qualquer lugar por arquitetos, projetistas e
pessoas ligadas a área.
4

O projeto de arquitetura não é somente “projetar edificações” envolve muito


mais do que elementos de um projeto, desenvolver um projeto faz ligações entre a
identificação do lugar, elaboração do desenho, estruturação da forma, o volume, a
planta, o lugar, etc. (UNWIN, 2013).

O uso da arquitetura que prevalece em qualquer situação é uma questão de


poder – político, financeiro ou de reivindicação, argumento, persuasão. O
lançamento de um projeto de acordo com as condições como essas é uma
aventura que está ao alcance apenas dos corajosos. (UNWIN, 2013, p. 26).

Destaca ainda, que é realizado o uso de elementos básicos da arquitetura tais


como: o terreno, a luz, definição do espaço a ser construído, a elevação ou rebaixo do
mesmo, marco, foco, barreira, tipo de cobertura, qual o percurso e por ultimo quais os
tipos de aberturas. ”Essas forças modificadores são condições da arquitetura; também
podem ser usadas como elementos de identificação de lugares. As configurações
possíveis dos elementos básicos e modificadores são provavelmente infinitos.”
(UNWIN, 2013, p. 39).
Do aproveitamento da geometria, alerta dos círculos concêntricos que a obra
relaciona com o local, “Existem maneiras de usar a geometria que derivam das
condições existentes e outras que podem ser impostas ou sobrepostas ao mundo (pela
mente).” (UNWIN, 2013, p. 39). Uma definida como geometria “ideal” e outra como
geometria “da existência” (UNWIN, 2013).
Dentro desta abordagem ideal, Unwin (2010), afirma que no projeto devemos
levar em consideração a orientação solar, medição, geometria da construção,
geometria social, linha de visão, linhas de percurso sempre destacando como Le
Corbusier associava suas obras com as condições de geometria humana. “As
geometrias reais são um parâmetro para a arquitetura; nós fugimos delas apenas
quando optamos por isso. Estar em harmonia com elas é “nadar a favor da correnteza”,
criando lugares fáceis de construir e utilizar.” (UNWIN, 2010, p. 144).

O projeto de edificações e a seleção de produtos bem-embasados devem


considerar as características de eficiência em recursos junto com os outros
aspectos do projeto sustentável, incluindo o consumo de energia e os efeitos
dos materiais no ar de interiores. (KEELER e BURKE, 2013, p. 176).
5

A elaboração de um projeto abrange não somente o projeto de arquitetura de


edificações, mas também questões evolvendo o urbanismo, o entorno “O arquiteto faz
da cidade um problema pessoal, para a qual contribui co suas qualidade: o desenho e a
sensibilidade ao sítio e ao contexto; a criatividade e imaginação; a capacidade de
síntese, a visão global dos problemas. Contribui com um método de trabalho, uma
técnica de concepção e de comunicação de idéias em relação com os processos de
construção”. (LAMAS, 1998, p. 24).
A elaboração de um projeto pode abranger diversos temas, dentre eles a
execução de um projeto envolvendo a espaço interno, considerado projeto de interiores
“A arquitetura de interiores é o planejamento, o leiaute e projeto de espaços internos às
edificações. Esses ambientes físicos satisfazem nossa necessidade básica de abrigo e
proteção; [...] O objetivo da arquitetura de interiores é, portanto, a melhoria funcional, o
aprimoramento estético e melhoria psicológica dos espaços internos”. (CHING e
BINGELLI, 2006, p. 156).

Na arquitetura de interiores, os elementos selecionados são dispostos em


padrões tridimensionais, conforme diretrizes funcionais, estéticas e
comportamentais. As relações ente os elementos estabelecidos por tais
padrões determinam, uma última análise as qualidade visuais e d adequação
funcional de um espaço interno e influenciam o modo como o percebemos e
utilizamos. (CHING e BINGELLI, 2006, p. 45).

“Um aspecto importante da arte da arquitetura é escolher uma estratégia


estrutural que, de alguma maneira, esteja de acordo com a organização do espaço
pretendida.” (UNWIN, 2013, p. 167). Com este embasamento Unwin, faz um paralelo
entre estrutura e o espaço, de forma a organizar o local, destaca a geometria dos
teatros da Grécia Antiga com união da geometria social e a geometria da estrutura
“encaixando” formas geométricas. Em contraponto “Por meio de desenhos, alguns
arquitetos - especialmente no século XX - defenderam que os espaços associados à
vida não são necessariamente retangulares ou circulares e que não devemos inserir os
lugares habitáveis nas formas geométricas de plantas baixas sugeridas por estruturas
bem-resolvidas.” (UNWIN, 2013, p. 173).
6

A arquitetura à escala urbana, enquanto desenho de cidade, defronta-se hoje


com toda uma série de interrogações e até de duvidas, de que são exemplos as
diferentes alternativas surgidas do pós-guerra até os nossos dias, em que ainda
não se chegou à total acordo quanto às morfologias urbanas mais adequadas e
a um consenso generalizado sobre a forma da cidade. (LAMAS, 1998, p. 24).

Segundo Lamas identificar a forma urbana da contemporaneidade deve-se


avaliar primeiramente a cidade moderna e a cidade tradicional, pois, foram delas que
surgem as principais características presentes no urbanismo contemporâneo. “A
morfologia urbana estudará essencialmente os aspectos exteriores do meio urbano e as
suas relações recíprocas, definindo e explicando a paisagem urbana e a sua estrutura”
(LAMAS, 1998, p. 37). “[...] supõe a convergência e a utilização de dados habitualmente
recolhidos por disciplinas diferentes – economia, sociologia, história, geografia,
arquitectura, etc. – a fim de explicar um fato concreto: a cidade como um fenômeno
físico e construído”. (LAMAS, 1998, p. 37).

A falta de afetividade pelos lugares e pelo que representam é um caminho reto


para a pobreza cultural. As pessoas ficam desorientadas quando não
conseguem mais entender a linguagem espacial que vivem no cotidiano e que
lhes diz que neste presente particular, há passados respeitáveis e futuros
esperançosos. (PRONSATO, 2005, p. 47).

“A forma urbana é o resultado final dos problemas postos às disciplinas


urbanísticas e arquitectónica”. (LAMAS, 1998, p. 44). “desde há séculos, a arquitectura,
em diferentes contextos e situações, retoma incansavelmente a mesma questão de
fundo, ainda hoje em aberto: como colocar os edifícios no terreno, articulando-os,
dando-lhes significação e resolvendo as organizações funcionais e distributivas
necessárias às actividades humanas”. (LAMAS, 1998, p.535).

O desenho significa a unidade do método arquitectónico, sem o qual não


poderá existir verdadeira criação de espaços urbanos ou transformações
qualitativas do território. [...] a arquitectura assegurará a continuidade entre os
vários escalões de organização do território e níveis de produção do espaço.
[...](LAMAS, 1998, p.535).

“A idéia de paisagem e de lugar como transformação coloca em posição central


7

a importância da ação dos homens como sua conformadora principal. Assim, a maneira
de analisar os lugares que poderão ser objeto das propostas de intervenção deverá
levar em consideração o usuário, em permanente inter-relação com o tempo e o
espaço”. (PRONSATO, 2005, p.117).
Por se tratar da construção e observação da paisagem, o projeto de paisagismo
deve-se também ter os mesmos fundamentos e aspectos ao analisar uma obra já
construída ou um projeto de paisagismo, pois, ”o paisagismo é a única expressão
artística em que participam os cinco sentidos do ser humano”. (ABBUD, 2006, p.15).
O espaço no projeto de paisagismo não é o mesmo a ser levado em
consideração para um projeto arquitetônico ou urbanístico, segundo Abbud (2006), para
elaboração de um projeto de paisagismo deve-se analisar elementos básicos da
natureza, o ar, a água, o fogo, a terra, a flora, a fauna e o tempo.

O projeto de paisagismo deve fazer uso do jogo de dissimular e mostrar certos


elementos, fazendo com que os percursos sejam marcados por prazerosas
descobertas. A modelagem espacial diversifica por meio dos volumes vegetais
e construídos é à base de um bom projeto paisagístico. (ABBUD, 2006, p.20).

Para execução de um projeto sendo ele arquitetônico, urbanístico ou


paisagístico devem-se seguir alguns passos até a finalização da elaboração deste
projeto, sendo eles o estudo preliminar, anteprojeto, pré-executivo, projeto executivo
com especificação de todos os elementos construtivos, e no caso do projeto de
paisagismo por ultimo um projeto de plantio.
Uma construção ou intervenção altera a paisagem, que segundo Ponsato é
reflexo da construção coletiva “a paisagem expressa, em cada momento histórico, a
infraestrutura econômica, e a estrutura social e política do espaço”. (PRONSATO, 2005,
p.118).

2.1.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA

As aproximações teorias dos fundamentos referentes ao primeiro pilar:


8

Fundamento arquitetônico de projeto será relacionado com o tema proposto para o


projeto do Centro de Cultura e esportes para São José das Palmeiras – PR, que se
busca referencias que servirão de apoio na elaboração projetual.

A realidade é que a exuberância formal e a audácia técnica de nossa


arquitetura esforçam-se para superar uma realidade social caracterizada pelo
atraso de sua infra-estrutura. No quadro da arquitetura, como no de todas as
outras atividades artísticas e profissionais [...]. (ARTIGAS, 1999, p. 144).

Os signos arquitetônicos são elementos que estão presentes na elaboração de


qualquer projeto, sendo assim estará presente também no desenvolvimento do projeto
para o centro de cultura e esportes paira a cidade de São Jose das Palmeiras, os
signos já estavam presentes desde os egípcios representados nas formas geométricas.
“o desenho, a nossa linguagem até então, enriqueceu-se. As noções que ingressavam
na era da indústria moderna organizaram exposições de seus produtos”. (ARTIGAS,
1999, p. 76).

A arquitetura não é somente uma arte, bem ou mal executada; é uma


manifestação social. Se quisermos saber por que certas coisas são o que são
na nossa arquitetura, devemos olhar para o povo; pois nossos edifícios, no seu
conjunto, são a imagem do povo como um todo [...]. (ARTIGAS, 1999, p. 53).

Para analise de um projeto e sua coerência parte-se da identificação da planta


do edifício, segundo Zevi (1996) a planta nada mais é do que a abstração da
idealização do projeto em plano horizontal, ficando evidentes todas as paredes e
detalhes técnicos. Como exemplo de analise de projetos Venturi descreve o Centro de
cultura Wolfesburg do arquiteto Alvar Aalto:

No centro cultural de Wolfesburg, de Aalto, a configuração retangular da


composição toda é claramente mantida quando ele organiza as formas
necessárias diagonais dos auditórios. (VENTURI, 1995, p. 59).
9

Visto por outro ponto de vista Roaf et al(2009), afirma que a elaboração de
projetos e construção de edificações devem garantir a qualidade de vida dos seres
humanos, tomando decisões que equilibram o impacto das edificações com a natureza.
“Os edifícios altos acarretam problemas sérios com o direto ao sol, que
precisam ser discutidos e resolvidos” (ROAF, et al , p.272). Roaf et al(2009), em seus
estudos e na analise de da construção de edificações localizadas no meio urbano, vê a
importância da elaboração de projetos voltados as questões de direito ao sol, vento e
luz natural, pensamento associado ao bem estar dos homens,por este motivo a ideia
inicial do projeto para o Centro de Cultura e esportes será de poucos pavimentos,
contara também com grande quantidade de espaços verdes com entrada de luz natural,
proporcionando não somente bem estar aos que frequentam o local mas também os
moradores ao seu redor.
A acessibilidade deve também ser ponto primordial a ser pensar na elaboração
de um projeto, principalmente sendo ele um projeto publico. Cambiapli (2007), afirma
que a elaboração de projetos e em qualquer um de seus níveis seja ele relacionado a
própria elaboração do arquitetônico, móveis, urbanístico e projetos de transportes. “o
pensamento recorrente na área de arquitetura é o de, para atender as necessidades
das pessoas com deficiência, adaptar um edifício já construído e não considerar essas
dificuldades ainda na fase de planejamento”. (CAMBIAPLI, 2007, p. 134).
A elaboração de projetos arquitetônicos e urbanísticos deve-se levar em
consideração as limitações do homem com suas diferentes particularidades. As
edificações de uso coletivo precisam oferecer garantia de acesso a todos os usuários e
sua construção, ampliação ou reforma devem atender às exigências estabelecidas pela
NBR 9050 (ABNT, 2004). Este princípio estará presente também na elaboração do
projeto para o Centro Cultural e esportivo, pois, como existem algumas edificações no
terreno e com a revitalização será necessário repensar e adaptar a parte já construída
com a nova acessibilidade que a nova construção exige, fazendo com que qualquer
cidadão tenha acesso e possa usufruir das atividades que o local irá proporcionar.

[...] as áreas de atendimento ao público devem prever banheiros acessíveis


para a população flutuante da edificação [...] em cada pavimento, banheiros
acessíveis para que as pessoas com deficiência [...]. (CAMBIAPLI, 2007, p.
165).
10

O programa de necessidades e escolha da localização de cada ambiente em


um projeto também é muito importante, em relação ao projeto para o centro de cultura e
esportes serão introduzidos principalmente locais para o lazer. “Essa questão de
incorporar o espaço dos pátios, com uma visão muito nítida sobre a questão do tempo
livre e do recreio, é marcante”. (ROCHA, 2012, p. 75).

É fundamental que as atividades que serão desenvolvidas em casa espaço a


ser criados sejam compreendidas em toda a sua complexidade. Ou seja, dos
equipamentos envolvidos à necessidade da comunicabilidade entre os espaços,
para favorecer a comunicação entre os trabalhadores. Projetos executados com
pouco ou quase nenhum conhecimento das características e particularidades
das atividades comerciais ou dos serviços envolvidos são fadados ao fracasso.
(GURGEL, 2005, p. 22).

Como exemplo de construção cultural “No centro cultural, o pátio-jardim no


centro da edificação representa figurativamente um oásis, um refugio em meio ao rude
ambiente externo”. (MELENDEZ, 2006, pg. 25). Não como o mesmo objetivo do projeto
demonstrado por Melendez, o centro cultural e esportivo para a cidade de São Jose das
Palmeiras terá também a idéia de refugio, local com áreas verdes, local para cultura,
local para esportes, vários opções em um mesmo lugar.
Já visando arquiteturas destinadas a esporte “O campo de futebol é um
retângulo de superfície flexivelmente gramado, cujas dimensões oficiais são de largura
61 a 75, e, de comprimento, 90 a 110m”. (LINDENBERG, 1976, p. 63).

Na arquitetura moderna, trabalhamos por tempo demais submetido às


restrições de formas retangulares rígidas, supostamente resultantes das
exigências técnicas da estrutura e das redes-divisórias produzidas em massa.
(VENTURI, 1995, p. 59).

È notável a partir de analise da evolução projetual, urbanística, sobretudo das


suas teorias, que os espaços destinados ao publico tem um valor primordial a
sociedade e com que o tempo tanto as construções como a sociedade evoluiu, tornado
assim necessário um maior estudo e cuidados na elaboração deste tipo de projeto.
11

“Nos projetos comerciais, bem como nos residenciais, o espaço total de que
dispomos para projetar deverá ser setorizado, visando a facilitar o processo criativo”.
(GURGEL, 2005, p. 26).
Hertzberger (1999) afirma que a demarcação do espaço deve partir da definição
dos acessos, revelando assim qual o padrão a ser seguido e qual a verdadeira utilidade
do local, esta demarcação decorre da analise das diferentes áreas do local em planta,
um “mapa” deixando claro o principio arquitetônico da obra. “a escolha de motivos
arquitetônicos, sua articulação, forma e material são determinados, em parte, pelo grau
de acesso exigido por um espaço” (HERTZBERGER, 1999).
A destinação de espaços para o lazer inclui espaços com práticas esportivas,
em destaque aos estudos na elaboração do projeto para o centro de cultura e esportes,
a relação de lazer e espaços esportivos deixou de ser uma questão apenas e
simplesmente territorial, se tornando um desafio na elaboração de projetos
principalmente no seu planejamento, construção e manutenção.

Para refletir de forma ampla e contextualizada sobre a infraestrutura esportiva e


suas instalações é preciso considerar a noção de espaço esportivo, aqui
entendido como o conjunto das condições do ambiente – natural e construído –
disponível para a prática de esportes. Em outras palavras, o espaço esportivo
abrange o local e as circunstâncias necessárias, definidas ou eleitas para cada
uma das numerosas modalidades esportivas.1

2.2 FUNDAMENTOS ARQUITETONICOS DO PLANEJAMENTO URBANO

No decorrer deste capitulo veremos os princípios do planejamento urbano,


evidenciando quais os métodos que foram e ainda estão sendo utilizados até os dias de
hoje em relação à criação das cidades, ao planejamento urbano, desenho das cidades,
demonstradas por referencias teóricas, contribuindo assim no aprofundamento histórico
e em subsídios para a elaboração do projeto Centro de cultura e esportas para São

1
Gestão e instalação de infraestruturas esportivas. Disponível em
<http://estatico.cnpq.br/portal/premios/2013/pjc/imagens/publicacoes/
09_KitXXVIPJC_CadernoConteudo_Cap5.pdf > acesso em 18 Abr. 2014.
12

José das Palmeiras – PR.


O tema para o projeto desenvolvido implantado na cidade de São Jose das
Palmeiras, com intuito das não ocorrências de conflitos urbanísticos será respeitado às
teorias decorrentes ao tema e seguindo rigorosamente a legislação urbana, com analise
do plano diretor do município e todas as leis do município, respeitando os recuos, taxas
de impermeabilização, fluxos de pedestres e veículos, correta execução de espaços
livres, uso do solo, entre outros.
Para o projeto buscar-se-á de melhores associações entre objeto construído e o
meio urbano, para isto a edificação deve ser vista como um cenário que no caso do
projeto para o centro será um novo cenário no meio urbano, em busca sempre da
analise do impacto da obra ao meio e a sociedade, a procura da “qualidade da cidade”
fazendo com que se obtenham novas perspectivas sociais, culturais e econômicas à
cidade, as quais irão fazer da cidade um local em expansão, vista pelos moradores e
pela região.

2.2.1 INTRODUÇÃO AO ESPAÇO URBANO: TEORIAS E POLÍTICAS.

Com o inchaço das cidades e a ruptura com o passado, a organização urbana


voltando-se para vida industrial, Le Corbusier (2000) enfatiza que em pouco tempo a
cidade do Ocidente muda de aspecto, as mesmas passam a ficar congestionadas com
o abandono do campo.
Através do entendimento do planejamento urbano, Lerner (2011) busca a
“acupuntura urbana” que deveria transformar as cidades de forma imediata, o que até o
presente momento não é um aspecto que foi cumprido “quase sempre é uma centelha
que inicia uma ação e subseqüente propagação desta ação”. (LERNER, 2011, p. 8).

Nossas cidades crescem sem forma, indefinidamente. A cidade organismo


urbano coerente, desaparece; a aldeia organismo rural coerente, traz os
estigmas de uma decadência acelerada: colocada em inopinado contato com a
grande cidade, é desequilibrada e desertada. [...] (LE CORBUSIER, 2000, p.
10).
13

Benevolo (1997), afirma que a historia do urbanismo está presente nos dias de
hoje, aproveitando-a com o mesmo propósito que seria usado no barroco, depois da
revolução industrial ou na sequência das vanguardas artísticas do final do século XIX,
valor acrescido no desenvolvimento e ou reorganizando as cidades.
”Os homens antes das cidades, caçavam e coletavam como nômades. Com a
prática regular da agricultura, o homem teve a necessidade de agrupar-se e, desta
forma iniciam-se as cidades”. (DIAS, et al, 2005, p. 25).
O urbanismo em si só toma força em 1867 como o arquiteta Cerda, com a
“teoria da cidade”, mesmo sem a existência do chamado urbanismo como teoria, existe
na historia da cidade uma evolução até o urbanismo em si. Na antiga Grécia e Roma o
que regia a cidade era o pensamento divino, o sagrado, Aristoteles foi o maior pensador
da época. (DIAS, et al, 2005).
Com a evolução das cidades, surgem com métodos e normas para garantir o
planejamento urbano “um método de aplicação, contínuo e permanente, destinado a
resolver racionalmente os problemas que afetam uma sociedade situada em
determinado espaço, em determinada época, através de uma previsão ordenada capaz
de antecipar suas interiores conseqüências”. (FERRARI, 1997, p. 3).

A noção de cidade (polis) para os gregos é antes de tudo de uma comunidade


de cidadãos. Além de ato político, o elemento religioso está presente;
consultam-se oráculos e são feitos sacrifícios dos deuses, antes de criar uma
cidade. (DIAS, et al, 2005, p. 27).

Dias et al (2005), afirma que as aglomerações é o principal aspecto da cidade


do período medieval, já nesta época havia um entendimento sobre divino e a razão. A
idade média foi marcada por vários conflitos, e por este motivo as cidades eram
cercadas pó muralhas, elementos usados como proteção “O principal elemento urbano
é que a cidade, agressora ou agredida, deve estar em condição de garantir sua
segurança”. (DIAS, et al. 2005, p. 29).
Em contra partida do período medieval, o renascimento é “uma estética urbana
de valor universal, centrado na ordenação hierárquica do mundo temporal regido pelo
poder espiritual”. (DIAS, et al, 2005, p. 30).
14

Relacionando sociedade e o desenvolvimento das cidades Choay (2003)


destaca quais foram os principais conceitos seguidos no decorrer do tempo atribuindo
assim na elaboração das cidades.

[...] pensadores que, durante todo o curso do século XIX, de Owen e Carlyle a
Ruskin e Morris, de Fourier e Cabet a Proudhon, Marx e Engels, preocupavam-
se com o problema da cidade, aliás sem dissociá-lo nunca de um
questionamento sobre a estrutura e o significado da relação social. (CHOAY,
2003, p.3).

Exemplificando e evidenciando as principais ideologias das correntes


urbanísticas, Choay (2003) destaca que a corrente progressista parte dos conceitos
atribuídos a cidade no período da revolução industrial “uma mesma concepção do
homem e da razão, que subtende e determina suas propostas relativas à cidade.
Quando fundam suas críticas da grande cidade industrial no escândalo do indivíduo
alienado [...]”(CHOAY, 2003, p.8).
Do modelo culturalista, Choay (2003), afirma que não se pensa mais em cidade
voltada ao individuo, mas, sim na coletividade, no “agrupamento humano”, as cidades
possuem uma dimensão mais simples, “inspiradas nas cidades medievais”. O mesmo
autor relata também sobre o modelo naturalista, que se trata de uma corrente contra os
ideais americanos, marca importante do arquiteto Frank Lloyd Wright com o
fundamento da natureza introduzida nos interiores das cidades “A natureza volta a ser
ali um meio contínuo, no qual todas as funções urbanas estão dispersas e isoladas sob
forma de unidades reduzidas”. (CHOAY, 2003, p.30).
A tecnotopia, o ultimo modelo que Choay (2003) descreve, se trata de teorias
revolucionárias no âmbito das técnicas que deveriam ser utilizadas, na construção
imaginaria de “cidades verticais” lembradas no conceito histórico como cidades
futuristas “todas propõem concentrações humanas muito fortes, liberando a superfície
terrestre pelo avanço do subsolo, no mar, na atmosfera; é o motivo por que se fala, a
propósito delas, de um urbanismo espacial ou tridimensional”. (CHOAY, 2003, p.36).
O planejamento no Brasil pode ser entendido em três distintas etapas, a
primeira compreende em um planejamento com estilos vindas da França com
características renascentistas e sua busca pela monumentalidade, a segunda etapa
15

refere-se de uma serie de planos muito bem elaborados, em busca de resolver os


problemas das cidades, muitos não executados devido a sua elaboração elevada e por
ultimo a etapa com ideologia contraditória à segunda, visando à participação de todos
os cidadãos na elaboração do planejamento. (VILLAÇA, 1999)
Deve partir do planejamento e dos setores relacionados à cidade, seja ele
social econômico ou político uma forma de criar um ponto entre os cidadãos e os
governantes, elaborando atém de metas, deveres a serem cumpridos, com base nos
fundamentos do Estatuto da cidade, imposto pelo plano diretor de cada cidade.
(FERRARI, 1977).

[...] um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física,


social, econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua
região, apresentaria um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento
socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das
redes de infra-estrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para
a cidade e para o município, propostas estas definidas para curto, médio e
longo prazos, e aprovadas por lei municipal. (VILLAÇA, 1999 p.238).

O desenvolvimento e elaboração do planejamento da cidade, considerando não


somente pelo seu propósito, mas também os meios com que se chega ao término por
meio do desenho urbano “campo disciplinar que trata dimensão físico-ambiental da
cidade, enquanto conjunto de sistemas físico espaciais, e sistemas de atividades que
interagem com a população através de suas vivências, percepções e ações cotidianas”
(DEL RIO,1990, p.54).
Lamas (2004) ao relatar sobre o desenvolvimento do desenho urbano e quais
os melhores métodos e instrumentos que devem ser utilizados “linhas, espaços,
volumes, geometrias, planos e cores” são definições corretas de aspectos que devem
ser priorizados na elaboração de um projeto de urbanismo, o desenho deve levar em
consideração um bom entendimento dos elementos morfológicos: o quarteirão, lote,
edifício, fachada, etc.
O ser humano observa a cidade, com este principio Lynch (1997) decorre sobre
os principais elementos vistos pelo homem e que devem ser entendidos
16

“um processo bilateral entre o observador e o meio ambiente. Este último


sugere especificidades e relações, e o observador – com grande capacidade de
adaptação e à luz de seus próprios objetivos – seleciona, organiza e confere
significado aquilo que vê. A imagem assim desenvolvida limita e enfatiza o que
é visto, enquanto a imagem em si é testada, num processo constante de
interação, contra a informação perceptiva filtrada. Desse modo, a imagem de
uma determinada realidade pode variar significativamente entre observadores
diferentes”. (Lynch, 1997, p. 7).

O mesmo autor destaca os principais elementos visível tais como a legibilidade,


componentes da imagem, imaginabilidade, dentre os elementos imagináveis estão as
vias, os limites, os pontos nodais, os bairros e os marcos.

Na prática, choca-se simultaneamente com hábitos mentais e com a urgência


da ação. Com efeito, a maior parte das realizações urbanísticas atuais estão
relacionadas com o que os neuropsicólogos chamariam de “comportamento
reduzido”: a necessidade de remediar o imediato o afluxo demográfico e o
drama dos não-abrigados impede uma planificação global e bem cuidada.
(CHOAY ,2003, p.51).

Priorizando o conceito de cidade Lerner (2011), gerando assim as intervenções


urbanas, de modo a proporcionar uma melhor qualidade de vida para os que nela
vivem. Afirma que com um bom planejamento qualquer cidade pode ser melhorada
“Que tal se cada agulha da acupuntura for um gesto de amor à cidade? Comece
desenhando a cidade”. (LERNER, 2011, p. 119).

2.2.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA

As aproximações teorias dos fundamentos referentes ao segundo pilar:


Fundamento arquitetônico de planejamento urbano será relacionado com o tema
proposto para o projeto do Centro de Cultura e esportes para São José das Palmeiras –
PR.
17

O desenvolvimento de cenários deve levar em consideração uma vasta rede de


alternativas, que deve ser analisado as tendências atuais e também partir de estudos
de caso. (ROAF et al ,2009).

Os cenários são apenas bidimensionais, ou seja, só consideram duas


dimensões de mudança: os valores sociais e os sistemas de governo. Estes
cenários foram muito importantes no desenvolvimento de um amplo espectro de
possíveis descrições sociais e econômicas do futuro que provavelmente
surgirão se certas decisões forem tomadas hoje. (ROAF et al ,2009 p.84).

A elaboração de um projeto envolve todo o entorno, Segundo Campiabli, (2007)


deve garantir e melhorar a qualidade de vida de toda a população que a permeia,
contudo nos aspectos relacionados ao ambiente urbano existente e as novas
edificações, para isto deve que os agentes sociais envolvidos mudem de atitude sendo
estes agentes “usuários, consumidores, empresas, engenheiros, arquitetos, designers e
instituições governamentais”. (CAMBIAPLI, 2007, p. 79).

A qualidade da cidade, perspectiva que pode ter a arquitetura contemporânea é,


então compreendida como uma conquista social. Uma realização concreta de
novas formas de viver. É essa, em linhas gerais a consciência que permitiu o
florescimento numa escala mais ampla da arquitetura da nossa geração.
(ROCHA, 2012, p. 72).

“[...] uma arquitetura à qual se pode atribuir à condição própria da arquitetura:


inverter e propor soluções que possam levar a sociedade a conquistas novas, fazendo
fluir no seu desenho as conquistas já efetivas do homem”. (ROCHA, 2012, p. 33).

Criar uma memória sobre a cidade e reconhecer seu espaço físico o lugar e o
cenário da expressão da convivência humana, seu universo afetivo, sua riqueza
e realização material, aquilo que é sua casa primordial, seu espaço de
afirmação individual [...]. (ROCHA; VILLAC, 2012, p. 218).

Para JANUZZI e NESTOR (2007), o desenvolvimento das cidades atuais,


analisando as distancias entre os espaços destinados ao morar, trabalhar e o lazer
decorreu do declínio econômico de algumas cidades, com isto cria-se os centros com
varias funções, uma das principais são os espaços destinados ao lazer, a partir da
18

criação dos centros e o abandono de alguns locais das cidades, faz com que surja a
necessidade de um novo modelo de intervenção urbanística “a revitalização”.

A revitalização urbana traduz uma nova postura de intervenção, que procura dar
vitalidade ás áreas através de um conjunto de ações, levando em consideração
questões econômicas, sociais, funcionais e ambientais. (JANUZZI e NESTOR,
2007)

O objetivo da revitalização é “renovar, ampliar espaços ou também dar outra


função a espaços”. Como é o caso da elaboração do projeto para o centro de cultura e
esportes. Uma revitalização tem como objetivo vitalizar locais, dar novo uso ou
revigorar. Em arquitetura a revitalização tem como significado realizar alguma
intervenção em edifícios ou em alguma área urbana com o propósito de ser mais
utilizada, local que tenha algum atrativo. (PISSANI, 1999)
No desenvolvimento de edificações e na evolução urbana o plano diretor tem
papel importante para cada município, é nele que se decorre da expansão urbana de
cada município, que às vezes o crescimento em processo acelerado pode ocasionar
degradação ambiental, problemática ligada a introdução de novas construções, como é
o caso do projeto para o centro cultural e esportivo, que deve ser analisada o uso e
ocupação do solo urbano. “o plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento
básico da política de desenvolvimento e expansão urbana”. (AGENDA 21, artigo 40).
“Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana”. 2
Cada município possui suas leis próprias com normas a serem seguidas na
elaboração e revitalização de obras, estas leis possuem características a serem
devidamente adotadas tais como tamanho correto de recuos, quais as taxas de
impermeabilização dependendo do local da cidade “O Código de Obras é o instrumento
que permite à Administração Municipal exercer o controle e a fiscalização do espaço
3
edificado e seu entorno, garantindo a segurança e a salubridade das edificações.”

2
Estatuto da cidade. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm >
acesso em 19 Abr. 2014.
3
Instituto Brasileiro de administração municipal. Disponível em < http://www.ibam.org.br/projeto/3>
acesso em 22 Abr. 2014.
19

No código de obras constarão as informações referentes à utilização do solo, à


sua taxa de ocupação (ou projeção máxima da edificação no lote), ao
coeficiente de ocupação (ou área máxima de construção permitida para o lote
especifico), à ventilação e à iluminação necessária por ambiente, às áreas de
circulação, etc., e até mesmo às atitudes que devem ser tomadas visando
projeção ambiental. (GURGEL, 2005, p. 17).

O desenho urbano segundo Cambiapli (2007), a concepção de um projeto deve


buscar as respostas dos problemas de um edifício, que deve ser funcional e não
somente estético. “Conclui-se, portanto, a necessidade de encampar iniciativas
concretas por parte dos profissionais da área da construção a fim de alertar para os
problemas que afetam toda a humanidade”. (CAMBIAPLI, 2007, p. 91).

2.3 FUNDAMENTOS ARQUITETONICOS DA HISTÓRIA E TEORIAS

Neste capitulo com base em resgates históricos e teóricos, deixará evidente


quais foram às influências arquitetônicas e urbanísticas do passado até os nossos dias,
atribuindo de forma direta na elaboração do projeto para o centro de cultura e esportes
para São José das Palmeiras – PR, com fundamentos teóricos, nos estudos serão
avaliados as linhas e estilos arquitetônicos presentes desde as primeiras moradias dos
seres humanos, quais as principais dificuldades, quais os melhores métodos para
elaboração, execução e cuidados que devemos ter ao se projetar em diferentes
contextos históricos se adaptando com as diversas regiões.
No contexto da elaboração do projeto para o centro, buscou-se demonstrar a
evolução de obras destinadas a cultura e esportes, vista no decorrer dos anos pelo
mundo, obras que possuem a definição de lazer, desde os primitivos, partindo para os
egípcios, gregos, romanos, no período gótico, período neoclássico até os dias de hoje,
obras estas que focaram marcadas na história por seu valor perante a cidade e o
homem.
De forma sucinta o terceiro pilar deixará evidentes as origens arquitetônicas e
20

qual o seu principal valor e as necessidades de cada época.

2.3.1 A ARQUITETURA NO CONTEXTO GLOBAL E LOCAL

“Uma característica diferencial que identifica a arquitetura para o arquiteto é o


caráter de experiência e de processo com que ela se representa” (PEREIRA, 2010, p.
13).
Pereira (2010) expõe todo o decorrer da evolução da história da arquitetura
partindo das origens até o século XXI a qual demonstra por métodos construtivos, tipos
de plantas, tipos de materiais usados, qual a destinação do projeto, sentidos de lazer,
moradia e política, destaca as técnicas adequadas para cada época, se adaptando ao
lugar, tornando referencia para os demais períodos até os dias de hoje, Pereira afirma
ainda que não exista o passado na arquitetura, mas sim uma evolução que se torna
parte do presente.

É na história onde se pode e se deve encontrar o sentido da ação e a reflexão


arquitetônica, iluminando o presente desde o passado e convertendo seu
campo intelectual em uma verdadeira sala de cirurgia. A história é o instrumento
vital que, como uma vara de salto, nos impulsiona. (PEREIRA, 2010, p. 13).

Inicialmente a importância do o menir, da caverna e da cabana com uma


arquitetura da arte, do abrigo e das construções mais primitivas, sem elaboração, não
habitável definida como menir. A caverna é considerada a primeira habitação humana,
já a cabana é definida como a origem da arquitetura, a evolução da época que possuía
fechamentos e coberturas. (PEREIRA, 2010).
O Egito é considerado o “laboratório da arquitetura” sendo a essência da
antiguidade onde será sempre lembrada até a arquitetura ocidental, uma arquitetura
com um valor sagrado tanto para os vivos quanto para os mortos da época, repleta de
ortogonalidade, geometria, exemplo por sua localização destacando o rio Nilo, os
templos egípcios, as pirâmides, os obeliscos. (PEREIRA, 2010).
21

No período clássico com as construções Gregas e Romanas, cada espaço


constrói suas próprias leis. Na arquitetura foram introduzidos novos conceitos tais como
novos métodos de medidas, modulação, proporção novos traçados. A Grécia delimita
seu próprio território, tornando a arquitetura com uma ciência, separando-a do aspecto
artístico, os templos serviam de apoio ao homem. “o templo grego não era apenas um
edifício religioso, mas também político” (PEREIRA, 2010, p. 48).

As ordens clássicas derivam de uma interpretação particular desse sistema


estrutural na qual se supõe que suas formas são o resultado da transposição à
pedra de um processo construtivo anterior em madeira que harmoniza as
exigências estéticas com as compositivas. (PEREIRA, 2010, p. 53)

Os principais elementos partem da cabana sagrada que são os entalhamentos,


arquitraves, as colunas com seus estilos dóricos, jônicos e coríntios.
A cidade na Grega era considerada parte do edifício “um agregado de elementos
urbanos se contrapõe à irregularidade de muitos outros e faz com que os edifícios mais
importantes sempre tenham seu esplendor individual”. (PEREIRA, 2010, p. 53).
Roma atribuiu com uso de elementos importantes na história com sua criatividade
avançada e uso de novas técnicas construtivas de arcos e abobadas reduzindo o uso
de colunas e arquitraves.
Surge nesta fase Vitrúvio que expressa seus ideais na arquitetura, levando em
consideração a solidez, utilidade e beleza que até os dias de hoje representam os
princípios da arquitetura.
“Além da ampliação do território e de sua grande criatividade formal, a terceira
grande contribuição romana à história da arquitetura é a ampliação do repertório técnico
e as novas técnicas de construção de paredes, arcos e abóbadas”. (PEREIRA, 2010, p.
75).
Zevi (1996) define obras romanas como “edificação oficial romana expressa sua
afirmação de autoridade, constitui o símbolo que domina a multidão de pessoas e que
faz presente o Império, poder e razão de toda a vida”.
O teatro é de criação Grega, assim como dos demais edifícios destinados a
representação e lazer tais como o anfiteatro local de representação artística, combates
22

e o circo onde se expressavam os esportes, o atletismo, a corrida. Com a queda do


império romano com sentimentos de adoração ao sobrenatural e ao divino, a idéia de
“mimésis” segundo Brandão ainda permanece, onde o homem deve elevar-se a Deus, a
igreja possui o papel de encaminhar o homem a Deus, através do cristianismo.
(PEREIRA, 2010).
“Principio tipológico de todas as igrejas cristãs, a basílica paleocristã tem sua
origem na basílica romana. Ainda que possamos nos remontar arquitetonicamente mais
além, pode-se estabelecer a evolução de ambas a partir da estoa grega,” (PEREIRA,
2010, p. 104).
“A partir da arquitetura românica uma nova relação começa a se estabelecer, a
igreja se abre para seu entorno e torna visível a mensagem religiosa desenvolvida no
seu interior” (BRANDÃO, 1999, p. 38). Com elementos em pedra, trata-se de um estilo
mais rústico afirma ainda Brandão (1999).
Brandão (1999) destaca ainda que a partir do século X e XI a igreja e o monastério
além de símbolos religiosos para o homem se tornam centros políticos e econômicos na
Europa.
“Chega-se, então, à arquitetura gótica, concretização de todo o anseio espiritual
medieval, e a representação mais bem elaborada das concepções que o homem do
período desenvolvera a respeito de Deus, do mundo e de si mesmo”. (BRANDÃO,
1999, p. 39). Demonstra que a arquitetura nesta época se torna um sistema que guia o
homem ao plano divino.
“E a arquitetura gótica, construtivamente mais desenvolvida e ousada que a
bizantina ou românica, gerará a sinfonia das artes”. (BRANDÃO, 1999, p. 39) este estilo
tem seu esplendor a partir de elementos e características tais como arcobotantes,
elevadas construções, leveza nas paredes devido aos vitrais, arco apontado, arco
ogival, contrafortes, elementos sempre com um planejamento racional voltado a forma
do edifício e não mais com o sentido de elevação ou guia do homem ao divino com
equilíbrio na estrutura e no projeto tanto na vertical quanto na horizontal segundo
Brandão.
No renascimento com suas cidades geométricas, em círculos, quadrados ou
polígonos, com as principais estruturas da cidade em seu centro tais como praças ou
23

sede do governo. “dos prédios, o ritmo das arcadas e das aberturas e as linhas
dominantes das construções, que definem os limites e orientam e das ortogonalidades
como também mostram toda a composição do espaço foi desenhada a partir de
perspectiva de ponto central e do eixo frontal em que ele é percebido” (BRANDÃO,
1999, p. 78). “Destaca a presença da arquitetura civil, centralização, homogeneidade,
ideal de forma pura, geometrismo e perspectivismo central da composição são traços
que marcam mais fortemente o espaço urbano renascentista” (BRANDÃO, 1999, p. 79).

A arquitectura do Barroco foi, sobretudo marcada pela entrada em acção da


Contra-Reforma. O poder eclesiástico e temporal era absoluto e de origem
divina. A arquitetura barroca veio representar como a grandeza e a
sumptuosidade apropriadas a autoridade de ambos os poderes. (KÖNEMANN,
1996, p. 53).

Contudo o barroco e o rococó geraram características extravagantes, subdividindo


o máximo possível as paredes, sempre com muitos adornos, decorações e com
detalhes ondulados, as janelas eram coroadas com frontões e nos jardins grandes
panos verdes decorados já com uma linha mais simétrica, mas com o mesmo requinte
e esplendor que os edifícios, exemplo de jardins é Versalhes.
A partir do iluminismo que se inicia a idéia de mudar o modo de vida, soltando não
somente o pensamento, mas orientando-se pela razão.

Apenas a razão e o espírito crítico por ela determinados deviam decidir sobre a
veracidade, ou o erro, de cada conhecimento, assim como sobre normas da
actuação ética, política e social. (KÖNEMANN, 1996, p. 62).

Neste período segundo Könemann (1996) esclarece que o homem não vê mais
Deus como seu principal guia e sim a ciência como orientadora, a em busca da
verdadeira razão, com isto surge o classicismo com suas características “clareza e
depuração das fachadas exteriores e das plantas, dominância das linhas e ângulos
rectos, corpos estereométricos, elementos sobrepostos e dispostos lado a lado de
modo rígido, tranqüilidade, austeridade, nobreza,” (KÖNEMANN, 1996, p. 65).
Do historicismo acontecido por volta de 1840 a 1900, Könemann relembra sua
importância, com união de estilos do passado este estilo cria novas técnicas podendo
24

assim construir obras com a grandiosidade e dimensão realizadas durante este período.
“que por vezes o resultado parecesse falso ou caótico” (KÖNEMANN, 1996, p. 71).
Já na idade moderna com máquina a vapor, porém na arquitetura ainda se voltava
ao passado, logo começou a execução de grande escala de ferro que o mesmo poderia
ser usado nas construções tais como a ponte de arcos sobre o rio Severn, mesmo em
grande escala o ferro demorou cerca de meio século até chamar atenção em obras
arquitetônicas, sendo considerada para época a construção do palácio de cristal –
Londres foi uma grande realização, com uma estrutura em ferro e uso de peles de
vidro, construída em menos tempos que as demais construções o edifício foi um marco
na história. Em 1889 com a mesma voracidade foi construída a Torre Eiffel- Paris
“altura inimaginável nesse tempo” (KÖNEMANN, 1996, p. 76). Neste mesmo período
acontecia o período denominado Escola de Chicago que segundo Könemann
aconteceu no período de 1880 a 1900, é o estilo que se baseava em grandes arranha-
céus, edifícios comerciais, administrativos e habitacionais que seguiam as melhores
“condições construtivas e das exigências funcionais” (KÖNEMANN, 1996, p. 79).
Com a era da industrialização e o sentimento de pós-guerra a arquitetura se volta
a preocupações de coletividade, surge neste momento o CIAM – congressos
internacionais de arquitetura moderna, com base na cidade moderna e com intenção de
solucionar problema das habitações e cidades deste período segundo Brandão. “a
habitação familiar da sociedade industrial é a habitação abstrata” uma “maquina de
morar” (BRANDÃO, 1999, p. 248). “nessa cidade do Movimento Moderno, os fatores
determinantes têm conteúdos que não são meramente sociais, econômicos ou técnicos,
as também de forma e expressão e que se traduzem em diferentes propostas
idealistas.” (BRANDÃO, 1999, p. 250). Os arquitetos em destaque deste momento são
Le Coubusier, Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
O período contemporâneo iniciado, segundo Brandão (1999), anteriormente a
1970 com a morte dos mestres segundo Brandão, dentre eles Le Corbusier, Valter
Gropius e Mies van der Rohe, que a partir deste episodio cada arquiteto e seu tempo
procura uma “autonomia disciplinar” gerando dúvidas nas principais características da
arquitetura moderna.
25

Toda uma geração se refugia calorosamente nessa formula desordenada de


protestos contra a arquitetura do status quo, buscando contestar, com suas
formas arbitrarias e extravagantes, abertas e deliberadamente irracionalistas.
Seus resultados serão edificações que querem se soltar do solo, se mostrar
como fragmentos, incluir em seus tratamentos uma variedade de temas,
volumes, cores, materiais, etc. (BRANDÃO, 1999, p. 280).

Resgatando a evolução histórica também brasileira Montezuma (2002) descreve


os principais acontecimentos no decorrer de “quinhentos anos” da história do Brasil.
Inicia pelo resgate da arquitetura indígena, evidenciando as obras já existentes nas
aldeias, e com a chegada dos europeus alguns ideais foram transformados, adaptados
com as características de construção que os europeus trouxeram com eles. Com a
nova civilização o espaço e obras brasileiras transformaram-se ao passar do tempo se
adaptando com a população, o clima e os recursos presentes em cada local, com
definições desde a arquitetura indígena à arquitetura contemporânea.
“A arquitetura, no Brasil e no mundo, foi sempre condicionada pelas contradições
dos processos socioeconômicos. No século XX se construiu tanto ou mais que em
todos os procedentes da nossa era, com a transformação do mundo rural em urbano”.
(SEGRE, 2004, p. 15).

Todas as leituras críticas da arquitetura brasileira coincidem em valorizar a


criatividade e originalidade que a identificaram entre os anos 30 e 60, e o
posterior processo, até os dias de hoje, de crise, anonimato e descaso no
contexto mundial. [...] a visão do que acontece na atualidade não pode ser
registrada de branco e preto, negando a totalidade da produção nacional, mas
procura a existência de iniciativas que abram caminhos, com uma perspectiva
dialética e “pluralista” [...] (SEGRE, 2004, p. 16).

“A arquitetura é uma manifestação cultural das mais aptas a reter informações de


conteúdo histórico; isto se deve sobretudo à capacidade dos marcos arquitetônicos de
permanecer, de vencer o tempo e os agentes de destruição”. (COLLIN, 2004, p. 85).
26

2.3.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA

As aproximações teorias dos fundamentos referentes ao terceiro pilar:


Fundamento arquitetônico da história e teorias será relacionado com o tema proposto
para o projeto do Centro de Cultura e esportes para São José das Palmeiras – PR.
O decorrer da história da arquitetura Zevi (1996), destaca as principais
características e elementos de cada “estilo” arquitetônico:

[...] em arquitetura – raciocinou-se existe o mesmo elemento “tempo”, ou


melhor, esse elemento é indispensável a atividade de construção: da primeira
cabana, da primeira caverna do homem primitivo à nossa casa, à igreja, à
escola, ao escritório onde trabalhamos, todas as obras de arquitetura, para
serem compreendidas e vividas[...].(ZEVI, 1996, pg. 23).

Ao longo de milhares de anos, o homem primitivo desenvolveu conhecimentos


sobre a dinâmica da natureza, as leis fundamentais da Física e também um repertório
de práticas corporais necessárias à sua sobrevivência, como domesticar animais,
montar neles para vencer distâncias ou percursos difíceis, transpor rios e galgar
montanhas. Com o aprimoramento das técnicas e seu estabelecimento em cidades,
paulatinamente esse repertório derivou para o campo do lazer e originou as mais
diversas modalidades esportivas.4
Partindo dos antigos a arquitetura egípcia, grega e romana têm muito a
acrescentar na elaboração de um projeto principalmente destinado ao publico. “As
formas absolutas mais usadas no Egito são as relativas à horizontal e à vertical. A
horizontal expressa o sentido racional ou intelectual; é paralela a terra [...] A vertical é
um símbolo do infinito que se rompe e se desmaterializa no céu; nunca encontra
obstáculos nem limites; nos engana quanto à distancia; é um símbolo do sublime”.
(PEREIRA, 2010, pg. 38)
Glancey (1998), destaca a Grécia antiga na arquitetura clássica, símbolo de
encontro deste lugar o Pasthenon “o templo era, simultaneamente, um local de reunião

4
Gestão e instalação de infraestruturas esportivas. Disponível em
<http://estatico.cnpq.br/portal/premios/2013/pjc/imagens/publicacoes/
09_KitXXVIPJC_CadernoConteudo_Cap5.pdf > acesso em 18 Abr. 2014.
27

e veneração [...]”. (GLANCEY, 1998, pg. 27). Outra obra importante grega é o teatro
Epidauro, local de encontro para a população da época “projetado por Policreto é
construído por volta de 350-330 a.C., tem lugar para 13.000 pessoas em 55 fileiras de
assentos de pedra que envolvem a “orquestra” ou espaço de dança para os
executantes”. (GLANCEY, 1998, pg. 27).
Lindenberg (1976), decorre da evolução dos esportes na vida do homem,
relatando que no período primitivo não existia a definição de esporte, existia apenas as
atividades físicas decorrente dos esforços físicos realizados na caça, os persas e
assírios realizavam os esforços físicos no manejo da lavoura. O esporte surgiu na
Grécia “na antiga Grécia que os exercícios físicos e atléticos se tornaram pratica
permanente adquirindo importância superior, tanto na educativa como estética, moral e
religiosa”. (LINDENBERG, 1976, p. 17).
Neste contexto surgem os ginásios e palestras, local definido como “clubes
esportivos” onde as atividades poderiam ser livres.

A importância dos esportes na civilização greco-romana nos é evidenciado não


só pelas Olimpíadas, que, tendo-se iniciada em 776 a.C., realizaram-se ate
386 d.C., como também na magnitude das construções erigidas para
espetáculos esportivos. (LINDENBERG, 1976, p. 17).

“Ao pentatho grego ao decatro romano, em sua ultima fase somam-se novos
jogos, e acontece em Atenas, em 1896, a 1ª Olimpíada contemporânea, trazendo de
volta esta festa magna dos esportes, que se estende ate os nossos dias [...]”.
(LINDENBERG, 1976, p. 20).
Já a arquitetura Românica deixa a herança da importância da estrutura do
edifício, não somente na elaboração, mas também na superfície do edifício “A
concentração dos esforços estruturais faz com que o edifício se torne um organismo e
torne consciência de sua unidade”. (PEREIRA, 2010, pg. 115).

O contraste entre essas estruturas extraordinariamente ambiciosas e pródigas e


os antros em que vivia a maior parte dos camponeses não podia ser mais
extremo. Não é de surpreender que a igreja conseguisse manter a maioria das
pessoas em um estado de reverencia. (GLANCEY, 1998, pg. 56).
28

Demonstrando o uso dos espaços públicos na história, Zevi (1996) parte da


demonstração dos templos gregos, das basílicas e igrejas Romanas, as catedrais do
período Gótico, cada exemplo com sua particularidade dependendo da cultura da
época.
No Brasil em outro momento da história, porém, como o mesmo espírito de
descobertas relacionando as obras publicas, Mendes et al (2011), descreve o
neoclassicismo foi marcado principalmente por obras publicas, influenciado pelo novo
cotidiano trazido por Dom Pedro I, não somente com obras de palácios e igrejas, mas
também com edifícios como escolas, teatros, câmaras e outros espaços destinados à
“vida urbana”. “Os novos edifícios deveriam transpirar dignidade, imponência,
austeridade, verdadeiros símbolos de uma forma de poder”. (MENDES, VERISSIMO,
BITTAR, 2011, pg. 67). Buscando referencias da evolução arquitetônica com analise de
um momento mais a frente nesta evolução:

A arquitetura moderna reproduz o sonho gótico no espaço, e explorando


acertadamente a nova técnica para realizar com extremo apego e audácia as
suas intuições, estabelece com os amplos vitrais, que se tornaram agora
paredes de vidro, contato absoluto entre os espaços internos e externos. (ZEVI,
1996, pg. 121).

Zevi (1996) ainda na busca da definição arquitetônica, relata que cada obra é
diferenciada e possui valores distintos, tais como “econômicos, sociais técnicos,
funcionais, artísticos, espaciais e decorativos, e cada um tem a liberdade de escrever
histórias econômicas da arquitetura, técnicas e volumétricas [...]”. (ZEVI, 1996, pg. 26).
Descrevendo a relação entre homem e atividades sociais, Zevi (1996) afirma
que é necessário a associação da psicologia, espírito, corpo e alma do homem, que
estão diretamente ligadas a qualquer atividade cultural, é neste contexto que surge a
arquitetura contemporânea e esta arquitetura pode ser uma evolução positiva ou
negativa sendo analisada a partir da arquitetura do passado.
29

2.4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO

Com a especificação das principais fontes de estudos relacionados à


tecnologia da construção, este capítulo servirá de apoio na elaboração do projeto para
o centro de cultura e esportes para São José das Palmeiras – PR, deixando evidente a
evolução do uso de técnicas construtivas e quais as técnicas que se adéquam a
projetos com esta destinação, que exigem ao mesmo tempo de uma estrutura
resistente, porém, leve no sentido estético para que não ocorram conflitos com as
demais características já citadas e referenciadas nos pilares descritos. Busca-se
também referencias e métodos que fundamentarão os aspectos sustentáveis do
projeto, visando sempre um melhor conforto ambiental e aumentando a eficiência
energética da obra já existente aprimorada com a nova edificação.
Para o projeto do centro de cultura e esportes, procurou-se expor técnicas
viáveis e de fácil execução, pelo fato da cidade de São José das Palmeiras não possuir
altas tecnologias na construção civil e ser distantes das cidades que possuem um
melhor desenvolvimento destas tecnologias, para um bom desempenho do projeto
então será utilizado técnicas como a utilização do aço, o concreto, cada um com suas
vantagens, buscando introduzir elementos no projeto com estes materiais de forma
sustentável, sempre em harmonia com a estética da edificação e principalmente
visando o conforto térmico, acústico e luminoso, sempre em equilíbrio com o entorno e
com o meio ambiente.

2.4.1 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS DA TRADIÇÃO À INOVAÇÃO

Ampliando a área de atuação e estudos pertinentes a arquitetura, os sistemas


estruturais possuem uma grande importância. Heino (2001) demonstra em aspectos
práticos como proceder na elaboração de estudos relacionados à estrutura “A
arquitetura é um espaço técnico do meio físico. ‘Técnico’ neste contexto significa a
30

qualidade de ser modulado pelo homem [...]” (HEINO, 2001, p. 28). Afirma ainda que o
espaço, o sistema, a estrutura e a construção estão sempre interligadas.
Na relação entre a arquitetura e o pensamento na “qualidade de ser modulado pelo
homem” o orçamento está vinculado a este controle, “Um orçamento pode ser definido
como a determinação dos gastos necessários para a realização de um projeto, de
acordo com um plano de execução previamente estabelecido, gastos esses traduzidos
em termos quantitativos”. (LIMMER, 1997, p.86). Ainda, “Um orçamento pode ser
expresso em diferentes unidades referenciais, sendo a de maior utilização a unidade
monetária. Nada, porém, impede que se expresse um orçamento em unidades não-
monetárias a serem gastas na materialização do empreendimento, como, por exemplo,
homens-horas reais de trabalho”. (LIMMER, 1997, p.86).

As estruturas na natureza e na técnica servem essencialmente ao propósito de


sustentar a forma física. A preservação da forma é um pré-requisito para
atuação do sistema: motor/casa/árvore/homem, sem a estrutura não há sistema
[...] A função do sistema técnico-social “construção” apóia-se basicamente na
experiência de um espaço definido. O espaço é definido pelo que ele inclui. O
autor do que abrange o espaço e a estrutura. Sem estrutura não há construção.
(HEINO, 2001, p. 30).

Para elaboração de um projeto de estrutura deve ser considerada “forma do


projeto”, “os princípios estruturais” e os “princípios econômicos”, observando também
informações técnicas tais como as forças, a geometria e os materiais que serão
utilizados. Heino (2001). Os sistemas estruturais presentes na construção são divididos
conforme as suas características são eles: sistema de forma-ativa, sistema de vetor-
ativo, sistema de seção-ativa ou sistema de superfície-ativa.
O sistema de forma-ativa “é, portanto, desviar as forças externas por meio de
esforços normais simples [...]” (HEINO, 2001, p. 58). Vetor-ativo também pode ser
definido como exemplificação as treliças, “A característica dos sistemas estruturais de
vetor-ativo é montagem triangular das peças em linha reta: triangulação”. (HEINO,
2001, p. 134).
31

O conhecimento dos sistemas estruturais de vetor-ativo é, portanto,


imprescindível, não só para projetistas de grandes arranha-céus, mas também
para o planejador de estruturas tridimensionais de futuras cidades. (HEINO,
2001, p. 134).

Sistemas estruturais de seção-ativa são “elementos lineares retos, se formados


por material resistente, podem realizar funções estruturais. Com resistência a
compressão [...] deve, portanto, ser considerado básico para o arquiteto, mas não
apenas no planejamento do esqueleto estrutural, mas também no projeto de geometria
retangular como um todo”. (HEINO, 2001, p. 172). As superfícies-ativas “são sistemas
de planos flexíveis, mas resistentes a compressão, tensão, cortes, nas quais a
redistribuição das forças é efetuada pela resistência da superfície”. (HEINO, 2001, p.
41). E por fim, os sistemas de altura-ativa devem “agrupar cargas de planos horizontais,
colocando-os uns sobre os outros”. (HEINO, 2001, p. 268).
“As forças estruturais em arquitetura são formas construtivas técnicas
deduzidas da função das estruturas para redistribuir as forças em outras direções por
meio de diferentes estados de equilíbrio”. (HEINO, 2001, p. 330).

Não existem regras fixas para a adoção de um material, ou de um sistema


estrutural. A economia, a estética, a rapidez de execução, a disponibilidade de
mão-de-obra específica, entre outros, são os fatores a considerar como critérios
de análise da conveniência ou não de utilizar um determinado material e
sistema e estrutural. (REBELLO, 2007, p. 9).

Os principais elementos dos sistemas estruturais são aço, madeira e ou


concreto. As estruturas metálicas segundo Rebello (2007), já era conhecida na
antiguidade pelos egípcios, porém, começou a ser usado em estruturas arquitetônicas
somente no século XIX com o estudo aprofundado dos metais, com boa resistência a
esforços e incombustível. “Vê-se pelos valores acima que o aço, além de ser o mais
resistente, apresenta uma característica muito interessante para as estruturas:
resistências iguais à tração e a compressão” (REBELLO, 2007, p. 19).

Com menor dimensão dos elementos da estrutura, obtém-se menor peso


próprio da estrutura, o que resulta em menor carga na fundação. Grosso modo,
uma estrutura equivalente de concreto armado. A estrutura de aço, sendo bem
mais leve, possibilita fundações mais econômicas ou mais adaptáveis a regiões
em que o solo exija soluções mais complexas. (REBELLO, 2007, p. 20).
32

Outro elemento importante na estrutura é o concreto armado “o concreto


armado não é apenas a mistura de concreto e aço. O concreto armado não é concreto
e aço, mas um terceiro material resultante da forte ligação desenvolvida entre concreto
e o aço. Essa forte ligação recebe o nome de aderência, que se dá por meios
mecânicos (atrito) e pelo efeito colante propiciado pelo cimento”. (REBELLO, 2007, p.
143).
A estrutura em madeira representa parte importante aos sistemas estruturantes,
possuem vantagens e desvantagens como qualquer outra estrutura já citada, “Por ser
natural e possuir dimensões adequadas e estar próxima do usuário, a madeira era
preferida em relação a outro material tão antigo quanto a ela, a pedra. Relatos de
historiadores, como Vitrúvio, e os poucos indícios que resistiram ao tempo mostram que
a madeira era muito usada pelos egípcios e gregos; principalmente por se adequar bem
às exigências estéticas desses povos [...] possibilitando estruturas mais leves e com
possibilidade de vencer grandes vãos”. (REBELLO, 2007, p. 231).
Realizando um paralelo entre o planejamento, deve ser destacado as técnicas
relacionadas aos materiais de construção e sua construção física, dos materiais deve-
se não somente analisar todos aspectos relacionados a eles, pois, “Os materiais são
uma consideração presente na arquitetura. Eles são importantes até mesmo no início
do processo do processo de projeto. A arquitetura é uma disciplina que se baseia nas
técnicas de construção, o que tem duas implicações para o projeto: - A maneira como
os materiais se comportam ao serem trabalhado, pelos operários. - A maneira como os
materiais se comportam ao longo da vida da edificação”. (CHING e ECKLER, 2014, p.
230).
Os materiais segundo Ching e Eckler (2014) podem ser referenciados
dependendo de suas características, definidas pela rigidez, dimensão, resistência
condutividade, transmissão, reflexão, absorção, densidade, vedação, etc. “A avaliação
dos materiais de construção deve ir além dos aspectos funcionais, econômicos e
estéticos e incluir a analise das consequências ambientais associadas à sua seleção e
ao seu uso”. (CHING e ECKLER, 2014, p. 233).
Os autores declaram ainda que, o projeto deva ser bem detalhado,
33

demonstrando elementos construtivos ou detalhes dos materiais, pode este


detalhamento ser primordial no conjunto final da construção. Devem ser especificadas
técnicas de construção que os arquitetos devem conhecer, tais como detalhes da
fundação, taludes e as demais técnicas de construção. “Esses detalhes têm o potencial
de influenciar a experiência se um usuário na medida em que oportuniza a criação de
uma abertura de luz, um corrimão para se segurar ou expõem uma conexão complexa”.
(CHING e ECKLER, 2014, p. 249).
A melhor maneira exemplificar o uso de elementos relacionados aos materiais
de construção é a especificação na elaboração de um projeto de interiores “Os espaços
internos das edificações são definidos pelos componentes arquitetônicos da estrutura e
do fechamento, tais como pilares, paredes, pisos e telhados. Esses elementos dão
forma a uma edificação, demarcam uma porção de espaço infinito e estabelecem um
padrão para os espaços internos”. (CHING e BINGELLI, 2006, p. 156).
A instalação destes materiais deve ter um acompanhamento minucioso,
especificado por Souza (2006), ele demonstra em modelos práticos a execução desde
o contrapiso a finalização da instalação das banheiras. Instalações hidráulicas
abrangem desde as tubulações de água quente e fria, instalação de caixa d’água e
instalação de acabamentos: cubas, bacias sanitárias, instalação de banheiras, entro
outros processos.

A procura por um sistema de condução de água que suportasse altas


temperaturas e pressão e, ao mesmo tempo, garantisse a estanqueidade das
junções foi o que motivou o desenvolvimento dos tubos de PPR na Europa.
Produzido no Brasil já há alguns anos, e utilizado tanto em água quente quanto
fria, o sistema é composto por tubos e conexões [...] (SOUZA, 2006, p. 191).

As instalações elétricas e hidráulicas fazem parte destes processos. “Os


procedimentos para fazer a instalação elétrica de uma casa são praticamente os
mesmos, qualquer que seja o número de cômodos. Tudo começa com o projeto de
elétrica, que deve definir o tipo de bitola dos conduítes utilizados, em seu
encaminhamento e a fiação específica para cada ponto”. (SOUZA, 2006, p. 235).
Da relação entre homem, processo construtivo e materiais, estão o pensamento
no conforto dos seres humanos, itens importantes nos estudos das tecnologias da
34

construção. “A eficiência energética pode ser entendida como a obtenção de um serviço


com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente que outro
quando proporciona as mesmas condições ambientais com o menos consumo de
energia”. (LAMBERTS et al 2004, p. 14).
No conforto térmico e luminoso de um edifício não se deve esquecer-se dos
elementos e métodos que podem estar presentes na obra, tais como os materiais de
construção, o uso adequado de materiais irá proporcionar melhores condições de
térmicas, pode ser acrescido também à melhor disposição do edifício a orientação solar
e ao vento, uso de elementos construtivos tais como nas paredes, como paredes
duplas, brises, aberturas que permitem o fluxo dos ventos, uso de elementos
paisagísticos e por ultimo elementos tecnológicos e tantos outros elementos que
favoreça na vida do ser humano. (LAMBERTS et al 2004).
“A programação arquitetônica, nesse sentido desempenha um papel
fundamental, tanto na busca de uma eficiência energética (com a economia em energia
elétrica que gera); quanto no aprimoramento de um recurso natural que repercute na
qualidade do projeto enquanto adaptado a uma característica local”. (OLIVEIRA e
RIBAS, 1995, p. 75).

O conhecimento das exigências humanas de conforto térmico e do clima,


associado ao das características térmicas dos materiais e das premissas
genéricas para o partido arquitetônico adequado a climas particulares,
proporciona condições de projetar edifícios e espaços urbanos cuja resposta
térmica atenda às exigências de conforto térmico. (FROTA e SCHIFFER, 2001,
p.16).

Outros estudos ainda relacionados ao conforto, também devem ser elaborados


no momento da construção de uma edificação. “[...] alguns princípios relativos a
obtenção de conforto acústico, sobretudo para os estabelecimentos situados em
interstícios urbanos, onde a incidência de ruído cada dia vem se agravando em virtude
do aumento do tráfego de veículos ou mesmo por deturpações do zoneamento para
atividades urbanas [...]”. (OLIVEIRA e RIBAS, 1995, p. 65).
35

2.4.2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS COM O TEMA DE PESQUISA

As aproximações teorias dos fundamentos referentes ao quarto pilar:


Fundamento arquitetônico da tecnologia da construção será relacionado com o tema
proposto para o projeto do Centro de Cultura e esportes para São José das Palmeiras –
PR, o uso de elementos e técnicas construtivas são duvidas que está presente na
elaboração de qualquer projeto seja ele residencial, comercial ou público.
“Acelerar o processo construtivo, elevar a possibilidade de vencer os grandes
vãos e reduzir os desperdícios nos canteiros de obras são alguns atributos que se
costuma associar à edificação do aço [...]’. (MELENDEZ, 2006, pg. 11).
Segundo Melendez (2006) o uso de materiais opostos como o aço e o concreto
não devem ser vistos como concorrentes, mas, sim como aliados, de outro lado não se
pode projetar em concreto e executar em aço, pois, segundo Melendez (2006) não
teriam “bons resultados”.
Venturi (1995), mostra que existem características especificas nos usos dos
elementos com duplos funcionamentos e também edifícios multifuncionais, modelo a
ser seguido no projeto para o Centro de cultura e esportes para a cidade de São Jose
das Palmeiras, afirma ainda que o uso de elementos múltiplos seja poucos usados na
arquitetura moderna, no entanto favorece a separação e a especialização de varias
áreas da arquitetura, tais como os materiais e as estruturas, a maior dificuldade de
introduzir estes elementos é a natureza dos materiais e suas incompatibilidades.
“Entendo por esse termo o edifício que é complexo em programa e formas, mas forte
como um todo”. (VENTURI, 1995, p. 31).
O uso do aço segundo Pinheiro (2005), afirma que as principais vantagens do
uso deste elemento são os aspectos de obter uma estrutura mais precisa, com um
maior controle na qualidade, por ser um material resistente, por ter uma rápida
execução da obra, fácil desmontagem, vence grandes vãos e por ultimo pode se
aproveitar do material de sobras no caso se bem cuidados. “[...] o aço, por ser o
material estrutural mais resistente à tração, é o mais indicado, principalmente os aços
36

de alta resistência [...] O concreto é usado quando a manutenção é mais difícil de ser
realizada. Seu uso implica em uma estrutura mais pesada”. (REBELLO, 2000, p. 95).

Os elementos convencionais em arquitetura representam um estágio num


desenvolvimento evolutivo e contem na alteração de seu uso e expressão, parte
de seu significado passado, assim como de seu novo significado. (VENTURI,
1995, p. 40).

Na consequência da evolução na estrutura, Venturi (1995), descreve a evolução


com audaciosa, pois, com isso pode-se introduzir os grandes planos de vidro “as
janelas dos edifícios desapareceram, convertendo-se em interrupções murais a serem
desprezadas pelo olhar como elementos positivos no edifício”. (VENTURI, 1995, p. 90).
“Os objetivos básicos da sustentabilidade devem ser estabelecidos já no inicio
do projeto, o que resulta em metas significativas que permitem avaliar as opções e o
pregresso alcançado”. (BURKE, 2010, pg. 22).
As edificações sustentáveis surgiram segundo, Burke (2010), a partir da busca
dos ambientalistas, com pensamentos relacionados à era vitoriana e com a revolução
industrial momento em que se volta a princípios opostos aos ambientais que alguns
estudiosos viram a importância de introdução de pesquisas e ideais relacionados à
arquitetura e técnicas sustentáveis.
”Os novos processos construtivos, como o emprego de estruturas metálicas e
de concreto armado, vêm das novas dimensões e características às instalações
esportivas contemporâneas”. (LINDENBERG, 1976, p. 21).
Além dos cuidados no uso de elementos construtivos em relação à estrutura e
estética, estes elementos devem ser analisados também no aspecto do conforto e dos
impactos causados ambientalmente. “O edifício pode ter os mais variados enfoques
temáticos dentro da concepção ambiental” (ROMERO, 2001, p. 142).
A arquitetura bioclimática possui valores que estão diretamente relacionados
aos impactos que uma edificação pode causar no meio ambiente, para isto deve-se
sempre buscar meios para que ocorra a redução destes impactos, conservando energia
fazendo com que obtenha um melhor conforto ambiental, estes elementos associados e
inseridos corretamente nas edificações visando o aspecto do clima, social, topográfico e
37

com o entorno faz com que se reduz o uso de sistemas mecânicos e aproveita-se de
técnicas acústicas, luminosas e uso de elementos naturais da região. (NEVES, 2006).
A escolha dos materiais está ligada também a sua condutibilidade térmica, por
exemplo, quando um material conserva mais o calor, mais devagar será a troca deste
calor a partir do material pelo meio. (ROMERO, 2001).
“A iluminação é sempre a grande vedete nesses tipos de projetos. Deve ser
absolutamente bem cuidada [...]”. (GURGEL, 2005, p. 186).

O espaço público, entendido como espaço arquitetônico, vibrará com os


passos, as vozes, os materiais, os ruídos do trafego. Cada vez que se emite um
som, o espaço responderá e atuará como uma caixa de ressonância que tem
um de seus lados vazios. Daí ser necessário trabalhar com os materiais
acústicos refletantes, absorventes ou difusores a fim de criar efeitos espaciais
como o jogo que fazem as paredes concentrando e reverberando o som [...].
(ROMERO, 2001, p. 157).

“Com esses métodos, o projeto e a construção de novas edificações passarão a


integrar a solução e nos ajudarão a pagar nossas dividas para com a Mãe Natureza”.
(BURKE, 2010, pg. 54).
“O equilíbrio que se produz entre os ganhos e as perdas de energia pelo
edifício, com relação à capacidade acumuladora, será o que determina em cada
momento seu estado de energia interior”. (ROMERO, 2001, p. 145).
38

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscou-se apresentar no desenvolvimento teórico para a elaboração da


proposta projetual para o centro de cultura e esportes para a cidade de São José das
Palmeiras – PR e deixar evidente informações importantes para a elaboração do
projeto.
Na primeira etapa deste trabalho foram expostos estudos com base na relação
entre homem e ambiente construído, estes estudos foram transcritos sendo divididos
em quatro grandes pilares correspondentes aos temas sobre arquitetura e urbanismo.
O primeiro pilar corresponde ao projeto arquitetônico, projeto urbano, projeto de
paisagismo e projeto de interiores, os aprofundamentos referentes a este pilar
contribuirá para melhor especificação de técnicas, métodos e idéias, ficando evidente s
importância de uma boa representação de projeto e quais os principais passos para se
obter uma perfeita representação de projeto, demonstra quais as etapas de um projeto
podendo ser um projeto de arquitetura, urbanismo, paisagismo ou mesmo de interiores.
O planejamento urbano e as exemplificações de teorias e políticas sobre o
espaço urbano correspondem ao segundo pilar descrito neste trabalho, o mesmo se
soma com a importância do primeiro pilar, porém, decorre de outros aspectos também
relacionados aos projetos somente analisado de outro ponto de vista, visando o
entendimento do ambiente urbano. Este pilar é relevante, pois, contribuirá na
aprendizagem sobre a evolução das cidades, qual a principal ideia do homem desde a
antiguidade aos nossos dias demonstra qual a importância de espaços nas cidades,
sendo aproveitado por este ponto de vista na elaboração para o projeto do centro de
cultura e esportes para a cidade de São José das Palmeiras.
O terceiro pilar corresponde em fundamentos arquitetônicos da historia e
teorias, que alem de contribuir no conceito histórico para um centro com este porte,
favorece também n desenvolvimento de princípios teóricos da arquitetura global,
descrevendo quais foram às evoluções ao longo da historia, sendo referencia para a
sociedade e para os arquitetos.
39

Por ultimo, porem, não menos importante o quarto pilar que compreende nas
teorias relacionadas à tecnologia da construção, item que deve ser levado em
consideração para um bom resultado final de projeto.
Usando algumas vantagens que serão importantes na elaboração,
apresentando também parâmetros que nortearão o desenvolvimento do projeto, ficando
evidente o principal objetivo do local, que é atender os habitantes da cidade e da
região.
40

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