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UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

RODRIGO ALVES ARAGÃO

A ESTRUTURA COMO PROTAGONISTA NA CONCEPÇÃO DA


FORMA EM OBRAS ICÔNICAS NA ARQUITETURA DA CIDADE DE
SÃO PAULO – SP

São Caetano do Sul


2023
RODRIGO ALVES ARAGÃO

A ESTRUTURA COMO PROTAGONISTA NA CONCEPÇÃO DA


FORMA EM OBRAS ICÔNICAS NA ARQUITETURA DA CIDADE DE
SÃO PAULO – SP

Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado a


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Municipal de São Caetano do Sul –
USCS, como parte dos requisitos para obtenção do
título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. Me. Luciano Ferreira dos Santos

São Caetano do Sul


2023
ARAGÃO, Rodrigo Alves
USCS – A estrutura como protagonista na concepção da forma em
obras icônicas na arquitetura da cidade de São Paulo – SP
Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado a Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Municipal de São Caetano do
Sul – USCS, como parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. Me. Luciano Ferreira dos Santos

São Caetano do Sul, 2023


Aos meus país, que me deram acesso a
educação. Com amor a minha esposa Cristina
Vidal Aragão e filha Beatriz Vidal Aragão, pelo
apoio, incentivo e principalmente pela
compreensão ao logo destes anos de estudo.
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador Prof. Me Luciano Ferreira dos Santos, que me


incentivou em mais este trabalho e merece boa parte dos créditos, por tudo aquilo
que aprendi ao longo do curso de Arquitetura e Urbanismo e me levou a desenvolver
o meu senso crítico nestes anos de estudo. Ao Prof. Dr. Ênio Moro Junior, que com
sua inteligência e conhecimento na área, criou e gerencia este curso e proporcionou
a oportunidade de me graduar em uma excelente instituição de ensino superior.
Também a todos os professores que sempre me desafiaram a ultrapassar os meus
limites, sejam eles no âmbito acadêmico ou social.
RESUMO

É comum que arquitetos enfrentem desafios para distinguir entre a concepção e o


dimensionamento de uma estrutura em um projeto de arquitetura. Concepção não se
limita ao dimensionamento, refere-se, principalmente à percepção da proporção das
peças estruturais e construtivas, bem como à sua interação visual com a forma e o
espaço resultante. Essa percepção é crucial para identificar o sistema mais
adequado que transformará a ideia em realidade. Por definição, a forma é a
configuração física característica de um objeto, que resulta da organização de suas
partes onde a estrutura faz parte desta concepção.

Obras reconhecidas em diferentes épocas e países têm na componente estrutural


um elemento orientador fundamental do projeto. Nestas situações, a arquitetura e a
estrutura se desenvolvem em conjunto - como afirmou Niemeyer, "quando a
estrutura está concluída, a arquitetura já está presente, simples e bela" (NIEMEYER,
2002).

Nas principais obras da Arquitetura Moderna, é comum observar o uso explícito e


claro dos elementos estruturais, que estão diretamente relacionados à estética e à
concepção do espaço arquitetônico. Isso destaca a relevância do conhecimento
técnico das estruturas, abrangendo tanto os materiais a serem utilizados quanto o
sistema estrutural a ser adotado, como um fator essencial na elaboração de projetos
de qualidade.

Este trabalho tem como objetivo esclarecer que, no processo de dar forma a uma
ideia, a concepção da estrutura e a arquitetura, evoluem paralelamente, contribuindo
para a concretização da ideia. Neste estudo, são exploradas obras de destaque
onde o sistema estrutural teve impacto fundamental na configuração do design
arquitetônico e sua forma. Nesse contexto, serão realizados estudos de casos em
projetos de arquitetura já existentes e construídos na cidade de São Paulo - SP. O
objetivo é analisar como a concepção da estrutura foi incorporada ao projeto
arquitetônico e definidora da sua forma e, configurando uma união entre a
arquitetura e engenharia, arte e estrutura.

Palavras chave: estrutura, forma, concepção, arquitetura, sistema estrutural


ABSTRACT

It is common for architects to face challenges in distinguishing between the design


and dimensioning of a structure in an architectural project. Design is not limited to
sizing, it mainly refers to the perception of the proportion of structural and
constructive parts, as well as their visual interaction with the shape and resulting
space. This insight is crucial to identifying the most suitable system that will turn the
idea into reality. By definition, shape is the characteristic physical configuration of an
object, which results from the organization of its parts where the structure is part of
this conception.

Works recognized in different eras and countries have the structural component as a
fundamental guiding element of the project. In these situations, architecture and
structure develop together - as Niemeyer stated, "when the structure is completed,
the architecture is already present, simple and beautiful" (NIEMEYER, 2002).

In the main works of Modern Architecture, it is common to observe the explicit and
clear use of structural elements, which are directly related to the aesthetics and
design of the architectural space. This highlights the relevance of technical
knowledge of structures, covering both the materials to be used and the structural
system to be adopted, as an essential factor in the development of quality projects.

This work aims to clarify that, in the process of giving shape to an idea, the design of
the structure and the architecture evolve in parallel, contributing to the realization of
the idea. In this study, prominent works are explored where the structural system had
a fundamental impact on the configuration of the architectural design and its form. In
this context, case studies will be carried out on existing architectural projects built in
the city of São Paulo - SP. The objective is to analyze how the design of the structure
was incorporated into the architectural project and defined its form, configuring a
union between architecture and engineering, art and structure.

Keywords: structure, form, conception, architecture, structural system


“A estrutura é o primeiro e único instrumento para
gerar forma e espaço na arquitetura. Por esta
função, a estrutura torna-se um meio essencial
para modelar o meio material do homem”
Heino Engel
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Centro de Artes Tippet Rise – Parque Nacional Yellowstone – Montana – EUA .....5

Figura 2-Centro de Heydar Aliyev – Baku, Azerbaijão ....................................................................7

Figura 3 - Stonehenge – Salisbury - Inglaterra .................................................................................8

Figura 4 - Basílica de São Pedro – Roma - Itália .............................................................................9

Figura 5 - Galaria de arte da universidade de Yale – Connecticut – EUA ................................ 11

Figura 6 - Estrutura Hiperestática .................................................................................................... 17

Figura 7 - Estrutura Hiperestática .................................................................................................... 17

Figura 8 - Diagrama ........................................................................................................................... 17

Figura 9 - Diagrama .......................................................................................................................... 17

Figura 10 - Diagrama ......................................................................................................................... 18

Figura 11 - Diagrama ......................................................................................................................... 18

Figura 12 - Esquena estrutural ......................................................................................................... 18

Figura 13 - MASP - SP ...................................................................................................................... 19

Figura 14 - Percurso das cargas no espaço .................................................................................. 19

Figura 15 - Detalhes........................................................................................................................... 20

Figura 16 - As direções das forças meridional e anular são defletidas como em um campo
magnético ............................................................................................................................................ 20

Figura 17 - As forças seguem a direção dos meridianos e paralelos ........................................ 20

Figura 18 - Villa Savoye – Paris - França ....................................................................................... 22

Figura 19 - Edifício do Ministério da Educação e Saúde – Palácio Gustavo Capanema – RJ


............................................................................................................................................................... 22

Figura 20 - Edifício – Touring – Brasilia – DF ................................................................................ 23

Figura 21 - Ginásio Clube Paulistano – SP .................................................................................... 24

Figura 22 - Tribunal de Justiça do Estado do Piauí – Teresina – PI .......................................... 25

Figura 23 - Museo de arte moderna – Rio de janeiro – RJ.......................................................... 26

Figura 24 - Torre Eiffel – França - Paris...................................................................................... 28

Figura 25 - Construção Empire State Building 1929-1931 – Nova Iorque – EUA.................... 30

Figura 26 - Palácio Tiradentes – Belo Horizonte – MG ................................................................ 33

Figura 27 - MASP ............................................................................................................................... 38


Figura 28 - FAU-USP ......................................................................................................................... 38

Figura 29 - COPAN ............................................................................................................................ 39

Figura 30 - HOTEL UNIQUE ............................................................................................................ 39

Figura 31 - OCA.................................................................................................................................. 39

Figura 32 - MUBE ............................................................................................................................... 39

Figura 33 - PREDIO DA FAU - USP................................................................................................ 40

Figura 34 - Fachada lateral direita - Sudoeste .............................................................................. 41

Figura 35 - Lateral direita – entrada principal ................................................................................ 42

Figura 36 - Vista - Entrada principal ............................................................................................... 42

Figura 37 - Cobertura em concreto armado tipo grelha ............................................................... 43

Figura 38 - Croqui – Vilanova Artigas ............................................................................................. 43

Figura 39 - Planta subsolo ................................................................................................................ 44

Figura 40 – Planta pavimento térreo ............................................................................................... 44

Figura 41 - Plantas – biblioteca e sala de aulas ............................................................................ 45

Figura 42 - Corte transversal ............................................................................................................ 45

Figura 43 - Planta esquemática da Modulação estrutural e posição dos pilares. .................... 47

Figura 44 - Detalhe – Pilares externos............................................................................................ 48

Figura 45 – Pilares fachada posterior ............................................................................................. 48

Figura 46 - Detalhe - pilares piramidais da fachada .................................................................... 49

Figura 47 - Vista - Pátio central – térreo – cobertura tipo grelha ................................................ 50

Figura 48 - Corte ampliado da cobertura ........................................................................................ 51

Figura 49 - Detalhes da grelha de cobertura ................................................................................. 51

Figura 50 - Empena – fachada lateral esquerda ........................................................................... 52

Figura 51 - Detalhe empena, pisos e cobertura ............................................................................ 53

Figura 52 - MASP ............................................................................................................................... 54

Figura 53 - Fachada principal – Av. Paulista ................................................................................. 56

Figura 54 - Vista Superior da estrutura e cobertura ...................................................................... 56

Figura 55 - Fachada Posterior – Av. Nove de Julho ..................................................................... 57

Figura 56 - Vista interna - Escada Rampa ..................................................................................... 57

Figura 57 - Vista da fachada posterior da Praça Geremias – R. Carlos Comenale ................ 58


Figura 58 - Vista - Vão livre – Av. Paulista ..................................................................................... 58

Figura 59 - Vista - 4 pilares de sustentação ................................................................................... 59

Figura 60 - Croqui - Lina Bo Bardi para o Masp, 1958 ................................................................. 59

Figura 61 - Perspectiva Isométrica – cobertura ............................................................................. 60

Figura 62 - Planta de cobertura........................................................................................................ 60

Figura 63 - Corte da lateral direita ................................................................................................... 61

Figura 64 - Corte da lateral esquerda ............................................................................................. 61

Figura 65 - Corte Logitudinal ............................................................................................................ 62

Figura 66 - Esquema de modulação - vigas e caixilhos ............................................................... 62

Figura 67 - Setorização ..................................................................................................................... 63

Figura 68 - Viga protendida .............................................................................................................. 64

Figura 69 - Planta, elevação e corte do aparelho de apoio ......................................................... 65

Figura 70 - Perspectiva - solução estrutural .................................................................................. 66

Figura 71 - Período da construção – Estrutura dos pilares, lajes e vigas ................................. 66

Figura 72 - Laje nervurada suspensa por tirantes fixados nas vigas ......................................... 67

Figura 73 - Corredores de acesso as áreas administrativas – barras/tirantes que sustentam o


piso ....................................................................................................................................................... 67

Figura 74 - Desenho esquemático do edifício do museu - elementos estruturais e suas


ligações ................................................................................................................................................ 68

Figura 75 - Macaco hidráulico / vigas protendidas........................................................................ 68

Figura 76 - Perspectiva- sistema estrutural.................................................................................... 69

Figura 77 - HOTEL UNIQUE ............................................................................................................ 70

Figura 78 - Croqui – Arq. Ruy Othake............................................................................................ 71

Figura 79 - Fachada Principal – Lateral direita ............................................................................. 71

Figura 80 - Fachada principal – Lateral esquerda ........................................................................ 72

Figura 81 - Vista interna – quartos .................................................................................................. 72

Figura 82 - Bar – Lobby de entrada do hotel ................................................................................. 73

Figura 83 - Sala de espera - Lobby de entrada do hotel ........................................................... 73

Figura 84 - Planta – Pavimento térreo ............................................................................................ 74

Figura 85 - Corte – pavimentos e subsolo...................................................................................... 74

Figura 86 - Planta- Apartamentos .................................................................................................... 75


Figura 87 - Setorização – circulação dos pavimentos .................................................................. 75

Figura 88 - Estrutura em concreto armado e protendido, juntamente com estrutura metálica


............................................................................................................................................................... 76

Figura 89 - Pilares de sustentação – Pavimento Térreo .............................................................. 77

Figura 90 - Piso térreo - Posicionamento dos pilares ................................................................... 77

Figura 91 - Empena de concreto de 25m de altura – (pilares paredes) .................................... 78

Figura 92 - Simetria e Equilíbrio ....................................................................................................... 79

Figura 93 - MUBE ............................................................................................................................... 80

Figura 94 - Vista superior da laje principal ..................................................................................... 81

Figura 95 - Vista lateral da laje principal ......................................................................................... 82

Figura 96 - Vista do grande vão da laje principal “pedra no céu” ............................................... 82

Figura 97 - Vista frontal da laje principal – ..................................................................................... 83

Figura 98 - Vista lateral dos pilares parede e laje principal ......................................................... 83

Figura 99 - Vista frontal do pilar parede e detalhe do apoio entre a laje principal e os pilares
............................................................................................................................................................... 84

Figura 101 - Rampa de acesso ao subsolo.................................................................................... 84

Figura 100 - Ares de exposições – subsolo ................................................................................... 84

Figura 102 - Planta do pátio – nível do térreo................................................................................ 85

Figura 103 - Planta do subsolo .............................................................................................................. 85

Figura 104 - Corte longitudinal / transversal – Térreo e Subsolo ............................................... 86

Figura 105 - Laje principal - detalhe de abertura referente ao vazio interno e corte ............... 87

Figura 106 - Projeto de estrutura: Seção transversal central da laje de cobertura.................. 88

Figura 107 - Detalhe da abertura da laje principal com vigas tipo Vierendel............................ 88

Figura 108 - Contra flexa de 15cm com curvatura inicial negativa ............................................. 89

Figura 109 - Montagem da laje principal com as vigas Vierendel .............................................. 90

Figura 110 - Detalhe do apoio de Neopren da laje no pilar ......................................................... 91

Figura 111 - Ferragem das vigas curvas protendidas da cobertura do auditório..................... 91

Figura 112 - Cordoálias de protenção ............................................................................................. 92

Figura 113 - Laje nervurada seguindo a forma do auditório ........................................................ 92

Figura 114 - Lajes nervuradas no interior do edifício e paredes estruturais ............................. 93

Figura 115 - OCA ............................................................................................................................... 94


Figura 116 - Vista da OCA ao lado da marquise do parque Ibirapuera - SP ............................ 94

Figura 117 - Vista da fachada – lateral direita ............................................................................... 95

Figura 118 - Porta de entrada – OCA ............................................................................................. 96

Figura 119 - Detalhe janela redonda ............................................................................................... 96

Figura 120 - Vista interna das rampas e das lajes com suas estruturas independentes. ...... 97

Figura 121 - Vista interna da laje do segundo pavimento ............................................................ 98

Figura 122 - Corte Esquemático ...................................................................................................... 98

Figura 123 - Corte da estrutura da casca ....................................................................................... 99

Figura 124 - Detalhe da cinta de arranque da casca .................................................................... 99

Figura 125 - Fotos do período da construção .............................................................................. 100

Figura 126 - Plantas ......................................................................................................................... 101

Figura 127 - Cortes .......................................................................................................................... 103

Figura 128 - Geometria dos setores da casca ............................................................................. 103

Figura 129 - Armação de um dos setores da casca ................................................................... 105

Figura 130 - Camadas: Casca, setores, pisos, cintas de arranque. ........................................ 106

Figura 131 - Trajetória das cargas na casca................................................................................ 106

Figura 132 - COPAN ........................................................................................................................ 108

Figura 133 - Fachada principal – Av. Ipiranga ............................................................................. 108

Figura 134 - Vista do terraço da cobertura ................................................................................... 109

Figura 135 - Vista da fachada pela Av. Ipiranga ......................................................................... 109

Figura 136 - Entrada principal – mapa de localização ............................................................... 110

Figura 137 - Croqui – Fachada Copan – Oscar Niemeyer ........................................................ 110

Figura 138 - Planta do pavimento Térreo do Edifício Copan .................................................... 111

Figura 139 - Planta do Pavimento tipo do Edifício Copan ......................................................... 112

Figura 140 - Planta original do apartamento de 2 dormitórios do Bloco A, planta original do


apartamento kitchenette de 1 dormitório do bloco B e planta original do apartamento de 3
dormitórios do bloco C ..................................................................................................................... 113

Figura 141 – Corte esquemático .................................................................................................... 114

Figura 142 - Planta do térreo com a localização dos pilares - hotel e edifício residencial
Copan ................................................................................................................................................. 115

Figura 143 - Pilares da fachada principal ..................................................................................... 116


Figura 144 - Croqui – pilar no pavimento térreo .......................................................................... 116

Figura 145 - Vista do pilar do segundo subsolo sem e depois com o reforço na base ......... 117

Figura 146 - Detalhe da forma dos tubulões ................................................................................ 118

Figura 147 - Corte esquemático – Lajes do pavimento tipo e brise solei ................................ 119

Figura 148 - Ferragens da viga de transição do edifício Copan. .............................................. 120

Figura 149 - Tabela de Resumo dos aços do projeto de estrutura do Copan ........................ 120

Figura 150 - Detalhe da laje Nervurada ........................................................................................ 121

Figura 151 - Montagem das formas das lajes curvas e escoramentos ................................... 121

Figura 152 - Finalização do edifício e desmonte das escoras dos brises solei e bandejas . 122

Figura 153 - Corte das lajes dos apartamentos e da posição dos brises solei ...................... 123

Figura 154 - Vista e corte com as alturas dos brises solei ........................................................ 123

Figura 155 - Detalhe da largura e do ângulo de abertura dos brises solei ............................. 124

Figura 156 - Brises solei da fachada ............................................................................................. 124

Figura 157 - Entrada principal com suas lajes curvas e empena da fachada Noroeste ....... 125
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1 Pergunta a pesquisa ................................................................................................. 2
1.2 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 2
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 3
1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 3
2. FORMA E ESTRUTURA ............................................................................................. 5
2.1 Definição da forma na Arquitetura ............................................................................. 5
2.2 Conexão entre Arquitetura e estrutura ..................................................................... 7
3. DEFINIÇÃO DO SISTEMA ESTRUTURAL ............................................................... 11
3.1 – Vínculos, Apoio simples, Apoio móvel e engaste. ................................................ 12
3.2 Critérios geométricos de Classificação ................................................................... 15
3.2.1 Critérios de classificação quanto aos materiais estruturais e técnicas
construtivas ................................................................................................................... 16
3.3 COMPORTAMENTO ESTÁTICO – CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO ................. 16
3.3.1 ESTRUTURA HIPERESTÁTICA .......................................................................... 16
3.3.2 Viga contínua, pórtico biengastado, ..................................................................... 17
3.4 ESTRUTURA ISOSTÁTICA .................................................................................... 18
3.5 TRANSMISSÃO DE CARGAS ................................................................................ 19
3.5.1 ESTRUTURAS – CASCAS .................................................................................. 20
4.ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA E O USO DA ESTRUTURA EM SUAS
OBRAS .......................................................................................................................... 21
5. BRUTALISMO ........................................................................................................... 24
6. USO DE MATERIAIS – FUNÇÃO ESTRUTURAL .................................................... 27
6.1 FERRO .................................................................................................................... 27
6.2 AÇO ........................................................................................................................ 28
6.3 CONCRETO ............................................................................................................ 31
7. METODOLOGIA........................................................................................................ 33
8. CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DAS OBRAS ......................................................... 35
8.1 OBRAS SELECIONADAS ....................................................................................... 36
9. ANALISE ESTRUTURAL DAS OBRAS..................................................................... 40
9.1 PRÉDIO DA FAU – FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO.................................................................................................................. 40
9.2 MASP – MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO ......................................................... 54
9.3 HOTE UNIQUE ...................................................................................................... 70
9.4 MUBE – MUSEU BRASILEIRO DE ESCULTURA E ECOLOGIA ........................... 80
9.5 PALÁCIO DAS ARTES (OCA) – PAVILHÃO LUCAS NOGUEIRA GARCEZ .......... 93
9.6 EDIFICIO COPAN – CONPANHIA PAN AMERICANA DE HOTEIS ..................... 107
10. RESULTADO DAS ANÁLISES.............................................................................. 126
11 CONCLUSÃO......................................................................................................... 140
12.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ....................................................................... 143
13. ANEXOS – PRANCHA DE EXPOSIÇÃO .............................................................. 153
1.INTRODUÇÃO
Uma das fases mais desafiadoras no processo de execução de uma obra é a
integração dos projetos de arquitetura e estruturas. Isso ocorre em primeiro lugar,
frequentemente porque os arquitetos não consideram a adaptação do sistema
estrutural desde as fases iniciais do projeto. Em segundo lugar, existe uma
separação entre os engenheiros calculistas e as preocupações relacionadas à forma
e estética do projeto arquitetônico. Como resultado, é comum observar edifícios
onde a estrutura, embora seja essencial para a existência da obra, fica em segundo
plano e, em alguns casos, é até mesmo ocultada por elementos decorativos
arquitetônicos, sendo percebida como uma "necessidade inconveniente"
(SALVATORI, 2011).

Segundo Vitrúvio, a boa arquitetura era definida por três princípios fundamentais:
firmitas, utilitas e venustas. Firmitas referia-se à solidez e estabilidade, exigindo que
uma construção obedecesse às leis da física e mantivesse sua integridade ao longo
do tempo. Utilitas enfocava a utilidade da edificação, assegurando que os espaços
internos fossem dispostos de maneira acessível e funcional. Já Venustas abordava a
beleza, enfatizando que a estética da edificação deveria ser agradável aos olhos.
Esses três princípios, conhecidos como a "tríade vitruviana", foram considerados
cruciais ao longo dos séculos para a criação de projetos arquitetônicos eficazes
(ROTH, 2017).

Com o objetivo de destacar a estrutura como uma parte proeminente e visível nas
construções, o movimento modernista do século XX influenciou a arquitetura do
movimento brutalista. Uma das principais características desse movimento era a
exposição dos materiais de construção em seu estado natural, o que permitia a
identificação clara dos elementos estruturais presentes em uma obra arquitetônica,
bem como o método de construção empregado (SANVITTO, 1994).

No Brasil, o movimento brutalista teve sua difusão a partir da cidade de São Paulo
durante os anos 1950, principalmente devido aos esforços dos arquitetos João
Batista Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Oscar Niemeyer e Lina Bo Bardi,

1
que deixaram uma marca significativa com obras arquitetônicas que se destacam
pelo foco proeminente na estrutura em sua forma (INOJOSA, 2019).

Em obras modernas, é evidente um foco significativo na estrutura como elemento


central na concepção da arquitetura. Na Arquitetura Moderna, os elementos
estruturais frequentemente são utilizados de maneira visível, muitas vezes de forma
clara e simplificada, estando diretamente ligados à estética e ao planejamento do
espaço arquitetônico. Isso enfatiza a importância do conhecimento técnico das
estruturas na concepção arquitetônica moderna, abrangendo tanto a seleção de
materiais quanto a escolha do sistema estrutural (INOJOSA, 2010).

Nesse sentido, com o objetivo de demonstrar que a integração harmoniosa entre


estrutura e arquitetura desde o estágio inicial do projeto pode resultar em
construções que combinam de forma notável os princípios de firmitas e venustas,
este estudo irá analisar 6 obras icônicas na arquitetura da cidade de São Paulo de
maneira a elucidar a integração das questões arquitetônicas e estruturais
empregadas nestes projetos.

1.1 Pergunta a pesquisa


A concepção estrutural é protagonista e define a forma arquitetônica, em
determinados edifícios icônicos na cidade de São Paulo – SP?

1.2 OBJETIVO GERAL


A temática central deste trabalho final de graduação (TFG) reside na análise da
relação intrínseca entre a concepção estrutural e a forma arquitetônica em edifícios
icônicos na cidade de São Paulo. Este estudo se propõe a investigar como a
interação entre a estrutura e a forma desempenha um papel fundamental na criação
da identidade e da estética arquitetônica, moldando a paisagem urbana dessa
metrópole cosmopolita.

2
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Realizar, por meio de pesquisa bibliográfica e visitas nos locais das obras
escolhidas, um estudo de edificações arquitetônicas na cidade de São Paulo,
cuja estrutura constitui-se como um aspecto estético preponderante na
edificação e também na paisagem urbana da cidade.

• Analisar a Integração entre forma e estrutura das obras escolhidas e


investigar como a concepção estrutural e a forma arquitetônica estão
integradas em edifícios icônicos na cidade de São Paulo.

• Identificar Estratégias do Projeto Estrutural e descrever de que maneira elas


desempenham um papel crucial na criação da forma arquitetônica.

1.4 JUSTIFICATIVA

O trabalho tem por base, abordar de maneira técnica, construções icônicas já


existentes na cidade de São Paulo, que demonstrem aspectos estruturais,
relacionados a arquitetura e como estes sistemas, permitiram que tais projetos
arquitetônicos fossem realizados. Este estudo visa demonstrar que os sistemas
estruturais são fundamentais dentro da arquitetura. A integração entre concepção
estrutural e forma arquitetônica é um elemento crítico do processo de design
arquitetônico. Ela não apenas influencia a estética de um edifício, mas também afeta
sua funcionalidade, eficiência e sustentabilidade. Em uma cidade como São Paulo,
com uma rica paisagem arquitetônica que abriga edifícios emblemáticos e variados,
compreender como a concepção estrutural desempenha um papel protagonista na
criação da forma arquitetônica é de importância crucial.

O arquiteto é o idealizador e coordenador de várias dimensões do projeto


arquitetônico. É indispensável que domine disciplinas técnicas, mais especificamente
de estrutura e de sistemas estruturais a fim de que possa obter controle e qualidade
em todo o processo de projetação (VITRUVIUS, 2023).

3
O estudo apresentado tem como objetivo contribuir para o avanço do conhecimento
na área de arquitetura e urbanismo, fornecendo uma análise aprofundada e
comparativa de edifícios notáveis na cidade de São Paulo. Ao entender como a
relação entre forma e estrutura foi abordada em diferentes projetos, arquitetos,
engenheiros e urbanistas podem adquirir insights valiosos para o design de edifícios
futuros, que atendam às demandas estéticas e funcionais das cidades
contemporâneas, ao mesmo tempo em que garantem a segurança e a eficiência
estrutural.
Não se pode utilizar da concepção arquitetônica sem que exista a mínima
compreensão relacionada ao sistema estrutural que será utilizado.

A associação da arquitetura e da estrutura ocorre nos primeiros traços delineadores


do estudo preliminar arquitetônico. Nesta fase, não se faz necessária a exatidão dos
cálculos físico-matemáticos da engenharia. Ao contrário, faz-se necessário o rigor
dos conceitos estruturais, o rigor de suas aplicabilidades, o rigor do equilíbrio,
princípio fundamental e inerente aos campos da arquitetura e da engenharia
(VITRUVIO, 2023).

Além disso, este estudo tem o potencial de enriquecer o ensino de arquitetura e


urbanismo, oferecendo aos estudantes e profissionais uma compreensão mais
profunda das complexas interações entre forma e estrutura. Ao compartilhar os
resultados desta pesquisa, espera-se contribuir para o aprimoramento das práticas
de design em São Paulo e em outras cidades, promovendo a criação de espaços
urbanos mais atraentes e funcionais.
O ser humano, desde a mais tenra idade, sem qualquer conhecimento sistemático
de estrutura, coloca de pé o seu próprio corpo, uma das estruturas mais complexas
(YOPANAN, 2000, p22).

4
2. FORMA E ESTRUTURA

2.1 Definição da forma na Arquitetura


Em 1945, Lúcio Costa estabeleceu a definição de arquitetura como uma "construção
concebida com uma intenção plástica específica, em resposta a uma época, um
ambiente, materiais, técnicas e programa determinados", destacando seu caráter
fundamentalmente relacionado à expressão artística. A partir dessa definição,
surgiram diversos estudos voltados para a compreensão de como a forma
arquitetônica é desenvolvida, incluindo aspectos como sua configuração, aparência
externa e interna, bem como sua volumetria.

Niemeyer argumenta que a "forma plástica não surge apenas de uma fantasia
criativa, mas é influenciada pelo programa e pelos recursos disponíveis". Portanto, a
capacidade de representar visualmente um projeto é considerada uma dessas
ferramentas essenciais que um arquiteto deve utilizar ao conceber e dar forma às
suas criações (BRUND,1981)

Figura 1 - Centro de Artes Tippet Rise – Parque Nacional Yellowstone – Montana – EUA

Ilustração André Prevedello, 2021

Fonte: (VITRUVIUS,2023)

A conceituação de forma, envolve sua definição como "configuração, aparência


externa, expressão, estrutura, organização e estilo, seja em criações literárias,

5
musicais ou plásticas" (BUENO 1975). No Dicionário de Arquitetura Brasileira, forma
refere-se à "totalidade construída, composta organicamente pelos espaços internos
que ela delimita e cuja existência está sempre vinculada a necessidades práticas,
construtivas e estéticas. A representação tangível da forma se materializa através de
inúmeras combinações de linhas, superfícies e volumes, ocupando um determinado
espaço arquitetônico, sendo um componente essencial da arquitetura" (CORONA &
LEMOS 1972).

Os aspectos visuais, tais como cor, dimensão, formato e textura, englobam o que
denominamos de Forma. Ele explica que "Nesse contexto, não estamos apenas
falando de uma figura que é percebida, mas sim de uma configuração com tamanho,
cor e textura distintos. Portanto, um ponto, uma linha ou um plano, quando são
visíveis, adquirem uma forma." Dessa forma, de maneira abrangente, a forma
compreende tudo o que é perceptível, apresentando características de formato, cor,
textura e tamanho (WONG,2001).

Em relação à maneira como a forma é concebida, construída ou organizada em


conjunto com outras formas, ou seja, no que se refere à sua geração, a forma é
guiada por um conjunto de princípios que é denomina de "estrutura" (WONG, 2021).

Os elementos que definem a forma, referidos como Elementos Primários, consistem


no Ponto, na Linha, no Plano e no Volume. O ponto desempenha um papel
fundamental na geração da forma, indicando uma posição no espaço. Para ser
reconhecido como um ponto, uma forma deve ser relativamente pequena e
apresentar um formato simples.

A linha é caracterizada pelo deslocamento de um ponto em uma única dimensão.


Ela possui atributos como comprimento, direção e posição. Para que uma estrutura
seja identificada como uma linha, ela deve ser muito estreita em largura, e seu
comprimento deve ser notável. Uma linha, ao se movimentar, dá origem a um plano
ou superfície que, em termos conceituais, pode apresentar características de largura
e comprimento, formato, área, orientação e posição. A forma plana é a extensão em
duas dimensões. O Volume é gerado quando um plano se move. Ele se manifesta
em três dimensões e possui características de largura, comprimento e profundidade,

6
sendo delimitado por planos ou superfícies e criando um espaço tridimensional
(CHING 1982).

A criação da forma arquitetônica é notável por sua considerável liberdade de


escolha, influenciada principalmente por fatores socioculturais. Além disso, podemos
adicionar influências de natureza econômica, funcional e tecnológica a esses fatores
(BARKI 2002)

Figura 2-Centro de Heydar Aliyev – Baku, Azerbaijão

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

2.2 Conexão entre Arquitetura e estrutura

Na Pré-História, quando os primeiros sistemas estruturais começaram a surgir, os


modelos e técnicas de construção eram bastante simples. Nesse contexto, pode-se
dizer que a arquitetura e a estrutura estavam intrinsicamente relacionadas, não
havendo uma distinção clara entre esses dois aspectos. A separação entre
arquitetura e engenharia ainda não existia, e, portanto, esses elementos eram
abordados de forma integrada. Além disso, não havia o registro escrito das ideias
construtivas. Isso implicava que aqueles que concebiam os projetos também
participavam ativamente da construção, transmitindo seus conhecimentos oralmente

7
às gerações subsequentes. Esse período é caracterizado como um momento da
história em que arquitetura e estrutura não eram separadas, sendo planejadas e
executadas por um único indivíduo ou grupo que possuía conhecimento de todo o
processo (SOUSA, 2007).

Figura 3 - Stonehenge – Salisbury - Inglaterra

Fonte: (ARCHTRENDS,2023)

É amplamente reconhecido que a estrutura é fundamental para dar forma a qualquer


projeto arquitetônico, e a concepção estrutural é uma parte integral desse processo
(PASQUA, 2017). Dentro desse contexto, há construções que se destacam pela
estreita ligação entre estrutura e arquitetura. Essas obras, que desempenharam um
papel significativo durante o período da arquitetura modernista, enxergam na
concepção arquitetônica uma oportunidade para explorar os elementos estruturais e
incorporá-los de maneira essencial à composição estética da edificação (INOJOSA;
BUZAR; PASQUA, 2020)

No entanto, ao longo da história da arquitetura e da engenharia, algumas


construções que se basearam nos princípios da arquitetura clássica passaram a
priorizar o impacto estético das estruturas de suporte na concepção de um edifício,
muitas vezes em detrimento de sua função essencial como elementos estruturais
(SOUSA, 2020).

8
Figura 4 - Basílica de São Pedro – Roma - Itália

Fonte: (ARCHTRENDS,2023)

Essa crítica foi particularmente evidenciada pelo movimento modernista, que


questionou a falta de sinceridade estrutural nas edificações clássicas. Mesmo nos
dias atuais, é possível notar que a arquitetura e a engenharia, embora devam ser
disciplinas complementares, por vezes tendem a se distanciar ao longo da história,
resultando em uma desconexão nas relações entre estética e estrutura (VIEIRA,
2016).

Isso ocorre porque, no dia a dia das duas profissões, a relação entre estrutura e
arquitetura nem sempre é simultânea, e não há uma integração completa entre
esses dois campos durante a fase inicial do projeto. Geralmente, vemos o
desenvolvimento do projeto arquitetônico primeiro, seguido pela adaptação do
projeto estrutural a ele, em uma abordagem sequencial em vez de integrada. Além
disso, existe a percepção de que os engenheiros não têm um grande interesse na
arquitetura ou que a preocupação com questões conceituais e de partido não é
necessariamente uma responsabilidade da engenharia. Essa crença pode levar à
criação de obras com baixo valor estético quando projetadas exclusivamente por

9
profissionais da engenharia. Da mesma forma, acredita-se que a formação dos
arquitetos não fornece o conhecimento estrutural necessário para realizar suas
concepções arquitetônicas, resultando em uma lacuna nesse aspecto. (LOPES,
BOGÉA e REBELLO, 2006),

A compatibilização de projetos, que implica na harmonização dos diferentes


sistemas que compõem um edifício, é uma etapa crucial em qualquer obra de
engenharia, garantindo o bom funcionamento do conjunto. A integração entre os
projetos arquitetônico e estrutural se destaca como um ponto-chave nesse processo,
sendo considerada a essência da conexão entre firmitas (solidez), utilitas (utilidade)
e venustas (beleza). A necessidade de alinhar estrutura e arquitetura surge, em
grande parte, devido à separação das funções entre engenheiros e arquitetos.
Frequentemente, os profissionais da arquitetura tendem a abordar questões
estruturais de maneira geral durante a fase de concepção. Além disso, observa-se
uma distância entre os calculistas e a parte do projeto atribuída à arquitetura. Como
resultado, é comum encontrar construções em que a estrutura desempenha um
papel secundário em relação à concepção arquitetônica, embora seja um
componente fundamental para a concretização da edificação (SALVATORI, 2011).

A criação de um projeto arquitetônico requer a consideração de condições


essenciais para garantir seu funcionamento completo, ao mesmo tempo em que
busca alcançar uma estética agradável. Além das considerações físicas
relacionadas ao ambiente, geologia, topografia e tecnologia, é importante levar em
conta os aspectos culturais, socioeconômicos e os objetivos específicos da obra. A
profundidade da concepção arquitetônica de um projeto emerge da integração
desses diversos fatores, e a harmonização entre estrutura e arquitetura é
fundamental nesse contexto. Desta maneira não há arquitetura e engenharia sem
estrutura. (INOJOSA; BUZAR; PASQUA, 2020).

10
Figura 5 - Galaria de arte da universidade de Yale – Connecticut – EUA

Fonte: (ATEX,2023)

3. DEFINIÇÃO DO SISTEMA ESTRUTURAL


A estrutura pode ser descrita como um sistema destinado a transferir forças, ou um
conjunto de componentes projetados para possibilitar o transporte de forças
externas. Isso é alcançado por meio de mecanismos internos que permitem o
movimento das cargas, desde a parte superior do edifício até sua base, como a
fundação. Dado o vasto potencial dos sistemas estruturais, seja simples ou
complexo, a questão fundamental se concentra na seleção do sistema estrutural que
melhor se adapta à concepção arquitetônica (CARRIERI, 2007).

Uma das primeiras etapas cruciais no processo de escolha do sistema estrutural é a


definição do tamanho do vão estrutural, o qual influenciará a localização dos pilares
e outros elementos. A harmonização desses elementos dentro do conjunto global
será determinante para criar um mecanismo eficaz de distribuição das forças em
todo o sistema.

11
A transferência das cargas verticais em estruturas convencionais ocorre através de
elementos horizontais, como lajes e vigas, que direcionam a soma das cargas para o
sistema de suporte, composto por pilares ou paredes portantes. A materialização do
espaço arquitetônico e do sistema estrutural torna-se possível graças à concepção
integrada entre o espaço e a estrutura, baseada no princípio de ação e reação,
assim como no mecanismo de flexão. Isso se deve ao fato de que a transferência
das cargas verticais, partindo dos elementos horizontais (vigas) em direção aos
elementos verticais (pilares), é realizada por meio desse mecanismo (CARRIERI,
2007).

Nas estruturas de pórtico, os pilares, vigas e lajes formam um conjunto interligado


por meio de elementos chamados vínculos. A rigidez das conexões entre esses
elementos determinará a condição estática na qual a estrutura opera. A estrutura
pode estar em uma condição isostática ou hiperestática, dependendo do tipo de
vínculo que caracteriza suas conexões.

3.1 – Vínculos, Apoio simples, Apoio móvel e engaste.


VÍNCULOS

Estruturas são compostas pela combinação de elementos lineares e planos, como


pilares, vigas, tirantes e lajes. A interligação desses elementos é estabelecida por
meio de vínculos, que determinam o grau de liberdade de cada elemento,
dependendo de suas condições de apoio.

Um ponto tem, no plano, 3 possibilidades de movimento em relação ao outro ponto:

Para que uma

12
estrutura seja definida, é necessário estabelecer uma conexão que limite o
movimento potencial de um ponto em uma das peças em relação a um ponto em
outra peça do sistema. Essa relação vincula a possibilidade de movimento relativo
as peças, porém não pode haver movimento de translação horizontal, vertical,
translação e rotação. Apoio é qualquer elemento que possa conectar um corpo a um
sistema, com a capacidade de permitir ou restringir seu movimento em relação a
esse sistema. (CARRIERI, 2007).

Tipos de vínculos teóricos:

APOIO SIMPLES: Impede o movimento em duas direções, sendo capaz de absorver


reações horizontais e verticais, mas não tem capacidade de absorver momento.
Além disso, permite a rotação do sistema em torno de um ponto e é referido como
um ponto de fixação (CARRIERI,2007).

Fonte: (CARRIERI,2007).

APOIO MÓVEL: Impede o movimento vertical, mas permite o movimento horizontal


e a rotação da peça em torno do ponto de vínculo. Também é capaz de absorver
reações ortogonais à sua linha de ação. Portanto, é responsável apenas por
absorver reações verticais, não sendo capaz de absorver momento ou reações
horizontais (CARRIERI,2007).

13
Fonte: (CARRIERI,2007).

ENGASTE: Impede o movimento em relação a duas direções, incluindo a rotação, e


é capaz de absorver reações horizontais, verticais e de momento. Portanto, não
permite nenhum tipo de movimento (CARRIERI,2007).

14
3.2 Critérios geométricos de Classificação

Fonte: (CARRIERI, 2007)

15
3.2.1 Critérios de classificação quanto aos materiais estruturais e técnicas
construtivas

Fonte: (CARRIERI, 2007)

3.3 COMPORTAMENTO ESTÁTICO – CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

3.3.1 ESTRUTURA HIPERESTÁTICA - Em estruturas hiperestáticas, os elementos


compartilham esforços de flexão ao longo do sistema, o que resulta na diminuição da
magnitude desses esforços. Isso possibilita o uso de componentes mais esbeltos,
que, quando combinados, formam um bloco espacial coeso. (CARRIERI,2007).

16
Figura 6 -7Estrutura
Figura Hiperestática
- Estrutura Hiperestática

Fonte: (CIMENTOITAMBÉ,2023)

3.3.2 Viga contínua, pórtico biengastado,

VIGA CONTÍNUA: A deformação devido à flexão em um vão é transmitida para o


vão adjacente. As cargas aplicadas sobre o vão são absorvidas pela viga ao longo
de seu comprimento total. Devido a essa continuidade, a rotação da viga nos apoios
é limitada. A máxima flexão ocorre nos vãos nas extremidades, onde a rotação de
uma das extremidades não é restringida. (CARRIERI,2007).

Figura 8 - Diagrama

Figura 9 - Diagrama

17
PÓRTICO BIENGASTADO: Influência da rigidez na distribuição dos esforços e na
forma da estrutura.
Figura 10 - Diagrama

Fonte: (CARRIERI,2007).

3.4 ESTRUTURA ISOSTÁTICA - Cada componente da estrutura apenas carrega


forças de compressão ou tração para os outros elementos, resultando em elementos
que são independentes entre si. Isso possibilita a construção de estruturas que
podem ser desmontadas, muitas vezes pré-fabricadas (CARRIERI,2007).

Figura 11 - Diagrama

Figura 12 - Esquena estrutural

18
Figura 13 - MASP - SP

Fonte: (MASP.ORG, 2023)

3.5 TRANSMISSÃO DE CARGAS Processo que define a maneira pela qual uma
estrutura coleta, transfere e distribui o seu próprio peso e quaisquer cargas
adicionais através dos seus componentes construtivos até alcançar as fundações e,
eventualmente, o solo subjacente.

Estrutura – elementos lineares e planos

Figura 14 - Percurso das cargas no espaço

19
Figura 15 - Detalhes

Fonte: CARRIERI, 2007

3.5.1 ESTRUTURAS – CASCAS Resistem pela forma - Fonte: CARRIERI, 2007

Figura 16 - As direções das forças


Figura 17 - As forças seguem a
meridional e anular são defletidas
direção dos meridianos e
como em um campo magnético
paralelos

20
4.ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA E O USO DA ESTRUTURA EM SUAS
OBRAS

Uma das características fundamentais do movimento modernista na construção civil


foi a ênfase na funcionalidade e na otimização do espaço. Arquitetos modernistas
renomados, como Le Corbusier e Walter Gropius, defendiam a ideia de que a
arquitetura deveria atender de forma prática e funcional às necessidades da
sociedade contemporânea. Por conseguinte, eles se empenharam em criar espaços
versáteis e adaptáveis, capazes de serem utilizados de maneira eficaz e de se
adequarem às novas demandas da vida urbana (PEVSNER, 2005)

Iniciado nas primeiras décadas do século XX, o movimento modernista emergiu


como uma corrente artística e cultural que deixou uma marca significativa na
indústria da construção. Impulsionado por ideais progressistas, o modernismo tinha
como objetivo desafiar as tradições arquitetônicas e estéticas tidas como
ultrapassadas, promovendo uma abordagem inovadora e funcional na criação e
edificação de construções (BRUAND, 2010).

Além disso, os modernistas buscavam uma integração harmoniosa entre o edifício e


o ambiente circundante. Os arquitetos modernistas valorizavam a relação entre a
construção e o ambiente natural, esforçando-se para criar espaços que se
conectassem de forma orgânica com o contexto urbano e a paisagem ao redor. Isso
resultou em projetos que integravam de maneira fluida os espaços interiores e
exteriores, fazendo uso de janelas amplas, terraços e varandas (COSTA, 1995).

O movimento modernista adotou o concreto armado, o aço e o vidro como seus


materiais fundamentais, possibilitando a concepção de estruturas mais leves,
versáteis e espaçosas. Essa escolha de materiais também abriu caminho para a
utilização de formas geométricas e estruturas inovadoras, rompendo com as
convenções tradicionais da arquitetura daquele período (COSTA, 1995).

21
Figura 18 - Villa Savoye – Paris - França

Fonte: (VIVADECORA,2023)

No Brasil, alguns arquitetos começam a dominar tecnologias mais alinhadas com a


realidade local. Eles colocam ênfase na expressão tectônica, que se refere ao uso
da estrutura não apenas como um suporte, mas como um elemento que influencia a
estética e a expressão geral do projeto arquitetônico (SANTA CECÍLIA, 2006).

Esse progresso é notável quando examinamos obras emblemáticas do período


modernista. A análise dessas obras, com foco nos sistemas estruturais utilizados em
grandes projetos arquitetônicos, ajuda a demonstrar como o conhecimento técnico
desempenhou um papel fundamental na concepção da arquitetura moderna
brasileira.

Figura 19 - Edifício do Ministério da Educação e Saúde – Palácio Gustavo Capanema – RJ

Arq. Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Affonso Eduardo Reidy,
Roberto Burle Marx. Fonte: (ARCHTRENDES,2023)

22
Embora houvesse uma notável contribuição da engenharia e arquitetura brasileira
para o desenvolvimento do concreto armado globalmente, arquitetos e engenheiros
no Brasil enfrentaram desafios consideráveis devido à tecnologia atrasada no país,
que só se industrializou significativamente após a Segunda Guerra Mundial. Como
resultado, no início do movimento moderno na arquitetura brasileira, surgiram obras
que refletiam uma contradição, tentando reproduzir manualmente efeitos e
elementos tecnológicos que ainda não estavam amplamente disponíveis no Brasil
(INOJOSA, 2010).

A conexão entre a técnica de construção e a arquitetura conferiu às obras


modernistas brasileiras um destaque na composição, notável no emprego de
elementos estruturais essenciais. Isso se manifestou nas séries de pórticos adotadas
por Affonso Eduardo Reidy e nas estruturas planas e em casca projetadas por Oscar
Niemeyer (ANDRADE, 2016).

À medida que a tecnologia do concreto armado evoluía no Brasil, os arquitetos


modernistas do país começaram a incorporar elementos nacionais em suas
criações. Cada um deles conseguia imprimir suas características individuais na
arquitetura, ao mesmo tempo em que mantinha a fidelidade aos princípios
modernistas predominantes.

Figura 20 - Edifício – Touring – Brasilia – DF

Arq. Oscar Niemeyer

Fonte: (ESTILOZZO,2023)

23
Vilanova Artigas explorava a grandiosidade por meio de pilares esculturais que
sustentavam paredes estruturais de concreto armado e lajes nervuradas que
viabilizavam grandes vãos. Oscar Niemeyer demonstrava o avanço da engenharia
nacional por meio de formas inovadoras, desafiando a rigidez do concreto armado
nas tendências arquitetônicas internacionais. Paulo Mendes da Rocha enfatizava a
relação com o entorno, destacando o conhecimento técnico por meio de formas
puras que ressaltavam a essência dos materiais. João Filgueira Lima, por sua vez,
aproveitava a lógica da pré-fabricação e montagem para suas criações (MACIEL,
2006).
Figura 21 - Ginásio Clube Paulistano – SP

Arq. Paulo Mendes da Rocha

Fonte: (FOLHA.UOL,2023)

5. BRUTALISMO
Tanto o movimento modernista quanto o brutalismo representam questões artísticas
e arquitetônicas que surgiram em épocas distintas, mas compartilham algumas
influências e características, especialmente no segmento da construção civil. O
modernismo surgiu como resposta à revolução industrial e as novas tecnologias, em
busca de uma linguagem arquitetônica que expressasse os ideais de progresso,
formas simples e uteis, além da incorporação de materiais industrializados em suas
criações.

24
O movimento brutalista, por outro lado, teve sua origem na década de 1950 como
uma reação ao racionalismo modernista. Ele se caracterizou por sua ênfase em
formas e materiais brutos e expressivos, notavelmente o uso do concreto aparente.
Apesar das divergências, uma conexão entre esses dois movimentos pode ser
identificada, principalmente em relação à valorização da forma natural e à expressão
da estrutura nas obras arquitetônicas (GOLDHAGEN, 2019).

Ambos os movimentos compartilham uma ligação notável devido à ênfase dada ao


concreto na construção civil. Apesar das abordagens distintas em relação a esse
material, ambos reconhecem a importância do concreto na construção. No
modernismo, o uso do concreto armado é pautado pela racionalidade e
funcionalidade, permitindo a criação de estruturas leves e maiores espaços internos
(BOTELHO et al., 2015).

Figura 22 - Tribunal de Justiça do Estado do Piauí – Teresina – PI

Arquiteto carioca Acácio Gil Borsoi,

Fonte: (VITRIVIUS,2023)

No contexto do brutalismo, o concreto era tratado de maneira expressiva,


apresentando superfícies ásperas e texturizadas que revelavam o processo de sua
moldagem, até mesmo destacando as marcas das formas utilizadas. Os arquitetos

25
adeptos do brutalismo tinham como objetivo conceber edifícios imponentes que
causassem um impacto visual marcante (FORTY, 2012).

Outra afinidade entre o modernismo e o brutalismo reside na importância atribuída à


escala humana e à integração com o ambiente urbano circundante. O modernismo
se concentrou na criação de edifícios funcionais e acessíveis, adaptados às
necessidades das pessoas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. Da
mesma forma, o brutalismo também demonstrou uma preocupação em estabelecer
espaços públicos inclusivos e coletivos, considerando cuidadosamente o impacto
social que os edifícios teriam na comunidade (COSTA, 2007)

Figura 23 - Museo de arte moderna – Rio de janeiro – RJ

Arquiteto – Affonso Eduardo Reidy

Fonte: (CASA VOGUE,2023)

26
6. USO DE MATERIAIS – FUNÇÃO ESTRUTURAL

6.1 FERRO

No século XVIII, houve um notável crescimento das áreas urbanas e uma melhoria
na conectividade entre essas cidades. Isso gerou uma crescente demanda por
novas e eficientes vias de comunicação, como estradas e canais, para facilitar o
comércio interurbano. A construção de pontes ao longo dessas novas estradas,
especialmente no final do século XVIII e início do século XIX, levou à necessidade
de avanços na tecnologia de construção, particularmente em relação a materiais
como pedra e madeira. Essa evolução abriu caminho para a adoção de novos
materiais, como ferro e guza (BENEVOLO, 2001).
Além do uso do ferro nas estruturas de pontes, durante o século XVIII, o material foi
usado também em edifícios, reforçando estruturas de alvenaria, como no pórtico de
Jacques-Germain Soufflot para a Igreja Ste-Geneviève (1772) – atual Panteão de
Paris que é registrado como um uso ainda primitivo e precursor do concreto armado.
Vale lembrar que o concreto simples já havia sido na cúpula de maior vão livre da
antiguidade, o Panteão de Roma com 44m de vão (HELENE, 2006). Ou ainda a
Fiação de Linho de Charles Bage, em Shrewsbury, Inglaterra, primeiro edifício com
estrutura de ferro fundido construído no mundo (FRAMPTON, 1997).
Com a crescente adoção do ferro na construção, a indústria do ferro experimentou
um notável crescimento em toda a Europa. Isso incentivou o desenvolvimento de
tecnologias que permitiram a fabricação em larga escala a um custo mais baixo.
Além disso, as propriedades físicas desse material, como alta resistência mecânica
e versatilidade, abriram caminho para novas formas arquitetônicas que exploravam a
leveza e as possibilidades ilimitadas das estruturas, especialmente em coberturas.
Nesse mesmo período, as cidades europeias passaram por transformações
significativas, impulsionadas pela Revolução Industrial. Isso redefiniu o cenário
urbano com a industrialização e a construção de grandes edifícios comerciais nos
centros urbanos, a expansão do sistema ferroviário que levou à migração da
população para os subúrbios e a criação de importantes centros culturais e de
entretenimento público, como museus, galerias, parques e teatros (ADDIS, 2009).

27
Em 1889, durante a Exposição Internacional em Paris, que celebrava o centenário
da Revolução Francesa, a presença marcante e imponente da Torre Eiffel,
concebida por Gustave Eiffel, se destacou como um ícone da construção em ferro.

Figura 24 - Torre Eiffel – França - Paris

Arq.Stephen Sauvestre –
Eng. Gustave Eiffel, Maurice Koechlin e Émile Nouguier
Fonte: (TODAMATERIA.COM,2023)

6.2 AÇO

O aço começou a assumir um papel de maior destaque na indústria da construção


civil no início da década de 1870, gradualmente suplantando o uso do ferro forjado,
que já estava amplamente difundido entre os construtores. Essa transição foi
motivada, em parte, pela melhoria da qualidade do aço e pelos avanços nos
processos de fabricação que o tornaram mais acessível e viável para aplicações na
construção.

28
Nos Estados Unidos neste mesmo período, a necessidade crescente por espaços
comerciais, especialmente em cidades como Nova York, tornou-se cada vez mais
evidente. Um os grandes marcos nesta mudança foi o Grande Incêndio de Chicago
em 1871, que ocorreu após o término da Guerra Civil. Esse evento desencadeou um
processo de desenvolvimento tecnológico voltado para a construção de edifícios
cada vez mais altos, visando otimizar o uso dos terrenos disponíveis.

Sendo assim, estruturas independentes presentes em galpões, estações e estufas


na Europa serviram como fonte de inspiração para engenheiros e arquitetos nos
Estados Unidos. George Post, por exemplo, introduziu inovações ao substituir as
paredes internas de alvenaria por pilares de ferro e as vigas de ferro por perfis em
forma de "I". Essa abordagem resultou em estruturas consideravelmente mais leves
e econômicas. Outro destaque é William LeBaron Jenney, que desenvolveu
estruturas para edifícios de escritórios utilizando ferro e aço, onde os pilares eram
afastados da fachada, seguindo o exemplo do Palácio de Cristal. Esse projeto
permitiu uma fachada em alvenaria mais esguia e leve, que suportava apenas o
peso próprio do edifício, resultando em maior espaço útil no interior e aberturas de
vidro mais amplas (ADDIS, 2009).

Especialmente durante as décadas de 1880 e 1890 nos Estados Unidos, uma


colaboração mais estreita entre arquitetos e engenheiros, juntamente com avanços
tecnológicos como a invenção do elevador de passageiros e o uso de estruturas de
aço em edifícios (FRAMPTON, 1997), viabilizou a construção de edifícios de grande
altura.

A realização da construção de edifícios com elevada altura e a utilização do aço nas


estruturas das edificações, marcaram um avanço tecnológico que se expandiu
rapidamente da América do Norte para outras regiões do mundo no início do século
XX. Nessa época, edifícios com mais de 20 andares já eram frequentes em muitas
das maiores cidades da América do Sul, África, Austrália e Extremo Oriente (ADDIS,
2009).

29
O desenvolvimento da tecnologia de construção em aço enfrentou grandes desafios,
especialmente no início do século XIX no Brasil. Essas dificuldades estavam
relacionadas à falta de um mercado interno capaz de absorver essas tecnologias e à
infraestrutura de transporte precária. Apenas no final do século XIX, com o aumento
da população de imigrantes, principalmente europeus, a indústria urbana brasileira
começou a se desenvolver. Os novos centros urbanos passaram a adotar sistemas
construtivos, inicialmente baseados em tecnologias inglesas que utilizavam ferro e
alvenaria, e posteriormente incorporaram o uso do aço.
Essas tecnologias importadas da Europa desempenharam um papel fundamental na
remodelação das cidades brasileiras. Elas impulsionaram melhorias no saneamento,
transporte e na estética urbana, introduzindo um novo padrão estético que
inicialmente refletia a arquitetura clássica e, posteriormente, adotava princípios
ecléticos (SANTOS, 2008).

Figura 25 - Construção Empire State Building 1929-1931 – Nova Iorque – EUA

Arquitetos: Yasuo Matsuri, Arthur Loomis harmon, William F. Lamb e Gregory Johnson
Fonte: (IDEALISTA,2023)

30
6.3 CONCRETO
O início do concreto como material estrutural, antes do uso de armaduras de aço,
remonta à antiguidade, com exemplos notáveis na construção de estradas e
pavimentação da antiga Roma, como a Via Ápia, que remonta a 312 a.C. No
entanto, a concepção moderna do concreto armado teve origem em 1824, quando
John Aspdin patenteou o cimento Portland. Nesse período, o uso do concreto na
construção civil era limitado. As primeiras aplicações notáveis desse material são
encontradas nas patentes francesas de Joseph Louis Lambot, que usou argamassa
armada na construção de barcos, e de Monier, que a empregou na construção de
vasos, datadas respectivamente em 1855 e 1877 (HELENE, 2006).

O uso do concreto armado em estruturas teve suas origens no final do século XIX,
com o advento da industrialização do cimento Portland e os avanços na pesquisa
desse novo material, que o tornaram mais confiável e amplamente reconhecido entre
os construtores. Notavelmente, esses desenvolvimentos incluíram as descobertas de
Louis Vicat, que, em 1817, inventou o cimento artificial conhecido como "cimento
Portland branco" (SIQUEIRA, 2008).

O construtor françês François Hennebique, obteve uma patente em 1892, para um


projeto e construção que fazia uso de um inovador sistema construtivo chamado de
"béton armé" ou concreto armado. Ele, um perito na área da construção, demonstrou
a confiabilidade e segurança de seu sistema ao conceber e edificar um edifício de
sete andares, que foi o primeiro a ter uma estrutura integralmente feita de concreto
armado. Esse sistema substituiu as estruturas de aço, bem como os pisos metálicos
ou de madeira, por pilares, vigas e lajes de concreto armado (HELENE, 2006).

Houve uma evolução gradual no uso do concreto armado no início de 1910, que
passou a ser explorado de maneira mais plástica e estética. Nesse período,
arquitetos começaram a investigar as propriedades do material e a experimentar
com formas livres e superfícies curvas, ao mesmo tempo em que mantinham sua
capacidade estrutural para suportar grandes vãos e cascas de cobertura. Essa

31
abordagem expandiu os horizontes da arquitetura, indo além dos elementos
bidimensionais convencionais, como pilares e vigas (ADDIS, 2009).
A propagação da Arquitetura Moderna desempenhou um papel fundamental na
popularização do concreto armado na construção civil. Este material tornou-se a
escolha principal dos arquitetos modernistas devido à sua capacidade de
proporcionar liberdade na criação de formas, linhas construtivas nítidas e clareza
nos volumes arquitetônicos. Essas características eram desafiantes de alcançar com
outros materiais (COSTA apud SANTOS, 2008, pag. 19).

O concreto armado ganhou grande destaque como o material fundamental para o


Movimento Moderno no Brasil, sendo amplamente adotado e adaptado às
demandas locais. Além disso, essa disseminação do sistema construtivo em
concreto foi acompanhada por uma campanha de promoção vigorosa, destacando-o
como um produto de tecnologia avançada (SANTOS, 2008).

O concreto armado representa uma união sinérgica das características físicas dos
seus elementos constituintes: a resistência à compressão do concreto e a resistência
à tração do aço. Além disso, a maleabilidade do concreto armado permite que ele
assuma uma variedade de formas, satisfazendo tanto às demandas criativas da
arquitetura quanto às exigências da estrutura para uma distribuição eficaz das
cargas (SALVADORI, 2011).
A técnica do concreto armado no Brasil foi incorporada rapidamente às grades
curriculares das escolas de Engenharia e Arquitetura. Essa nova técnica foi
prontamente assimilada e dominada pelos engenheiros brasileiros. Ela ganhou
respeito e reconhecimento internacional, atraindo profissionais de todo o mundo, que
a consideravam como pioneira e desenvolvendo tecnologia de vanguarda para a
época. Esse avanço tecnológico foi paralelo ao desenvolvimento da "Arquitetura
Moderna Brasileira", que também conquistou reconhecimento internacional (TELLES
1994).

Em um contexto igualmente significativo para a construção da base científica da

32
"Escola Brasileira do Concreto Armado" e para o desenvolvimento da arquitetura
moderna brasileira, a Escola Politécnica de São Paulo foi fundada em 1894
(SANTOS, 2008).

Figura 26 - Palácio Tiradentes – Belo Horizonte – MG

Arq. Oscar Niemeyer

Fonte: (CIVILIZAÇÃO,2023)

7. METODOLOGIA

Foi conduzida uma revisão bibliográfica abrangente sobre o tema com o propósito de
explorar, por meio da análise através de sites, livros, publicações, teses de
mestrado, revistas especializadas, consultas a acervos das obras relacionadas,
vídeos e visitas realizadas nos locais das obras escolhidas, com a realização de
fotos, análises e medições, direcionadas as questões estruturais e as formas destas
edificações.

Essa revisão busca não apenas o contexto específico da arquitetura unindo forma e
estrutura, que é o foco deste estudo, mas também traça a evolução dos materiais

33
utilizados nas estruturas de construções, destacando o concreto armado como o
material predominante e de maior influência técnica e tecnológica presente nas
obras estudadas.

Para a análise das obras selecionadas, foram criadas perguntas com determinados
parâmetros, no qual podemos estabelecer que uma determinada estrutura exerce
protagonismo ou não na forma arquitetônica.

Abaixo as perguntas com as bases e critérios a serem respondidos para esta


definição:

• Visibilidade da Estrutura: A estrutura é visível e evidente na forma do edifício?


Isso pode incluir elementos como vigas, colunas, treliças, suportes e cabos que são
proeminentes e parte integral da estética.

• Inovação Estrutural: A estrutura apresenta inovações ou soluções estruturais


únicas que são destaque na forma do edifício? Por exemplo, o uso de sistemas
estruturais não convencionais ou novos materiais.

• Expressão Estética da Estrutura: A estrutura é esteticamente expressa de uma


forma que a torna um elemento central do design? Pode incluir a escolha de
materiais que destacam a estrutura ou detalhes ornamentais que ressaltam a função
estrutural.

• Impacto na Espacialidade: A estrutura influencia a organização e a experiência


dos espaços internos? Por exemplo, a estrutura pode criar espaços amplos e
abertos ou espaços mais fechados e íntimos.

• Eficiência Estrutural: A eficiência estrutural é evidente na forma do edifício? Um


edifício que usa a estrutura de forma eficiente pode ter uma estética que reflete essa
eficiência.

• Impacto na Funcionalidade: A estrutura influencia a funcionalidade do edifício?


Por exemplo, ela pode permitir grandes vãos ou configurações de espaço flexíveis
que atendem às necessidades do uso pretendido.

34
• Percepção Pública: Como o público percebe a estrutura? Se a estrutura é
proeminente e chama a atenção das pessoas, isso pode indicar seu protagonismo
na forma arquitetônica.

• Reconhecimento na Comunidade de Arquitetura: A estrutura é reconhecida e


discutida na comunidade de arquitetura? Ela pode ter ganhado prêmios ou menções
especiais devido à sua relação única entre forma e estrutura.

• Contribuição para a Identidade do Edifício: A estrutura contribui para a


identidade única do edifício? Ela pode ser uma característica distintiva que o torna
reconhecível e memorável.

O protagonismo da estrutura na forma arquitetônica pode variar de um edifício para


outro, e não é necessário que todos esses critérios sejam atendidos, porém sim em
sua maioria. O importante é analisar e justificar como a estrutura desempenha um
papel significativo na criação da forma arquitetônica.

8. CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DAS OBRAS


A seleção destas obras é justificada pelas suas particularidades arquitetônicas e
estruturais, as quais desempenham um papel significativo na representação
arquitetônica na cidade de São Paulo e também do Brasil e, por demonstrarem uma
aplicação dos princípios entre forma e estrutura e por estarem na cidade de São
Paulo, o que facilita o acesso a visitação em seus locais de origem.

As obras escolhidas apresentam características arquitetônicas e estruturais que são


representativas do modernismo brasileiro. Elas exploram de forma expressiva a
relação entre estrutura e arquitetura, destacando a robustez da estrutura e sua
influência na concepção dos espaços. A estética brutalista, caracterizada pelo uso
do concreto aparente e pela ênfase nos elementos estruturais, é uma característica
compartilhada pelas obras selecionadas. Além disso, a simplicidade das formas, a
funcionalidade e a integração com o contexto são aspectos significativos presentes
nas seis construções.

35
Tais análises possibilitará uma investigação aprofundada das características
arquitetônicas e estruturais do período modernista/contemporâneo na cidade de São
Paulo, com foco especial na contribuição dos Arquitetos (as) Lina Bobardi, Vilanova
Artigas, Oscar Niemeyer,Paulo Mendes da Rocha e Ruy Ohtake para esses
movimentos. Embora as obras selecionadas abordem diferentes contextos e
programas arquitetônicos, elas compartilham uma abordagem distinta à expressão
da estrutura e uma busca comum por uma arquitetura que reflita a identidade e as
necessidades da sociedade. Essas características essenciais justificam plenamente
a seleção dessas obras para uma análise minuciosa neste estudo.

Serão coletados os dados estruturais destas obras através de pesquisas


bibliográficas, acervos e levantamento fotográfico in loco.

8.1 OBRAS SELECIONADAS


1. PRÉDIO DA FAU – USP- Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo – Arq. João Batista Vilanova Artigas. Também é
um ícone do modernismo brasileiro. Este edifício é um exemplo do estilo
brutalista, notável pelo uso do concreto aparente, o que realça a sinceridade
dos materiais empregados. Sua disposição inteligente engloba espaços tanto
abertos quanto fechados, proporcionando um ambiente favorável à interação
social e à fusão com a natureza. A ênfase na horizontalidade e a fluidez na
conexão entre os espaços internos e externos são características distintivas
dessa construção (CONTIER, 2015).

2. MASP - Museu de Arte de São Paulo - Assis Chateaubriand – Arq. Achillina


BO – (Lina BO Bardi) é um dos ícones da arquitetura modernista brasileira.
Uma das características mais marcantes é a sua estrutura suspensa. O
edifício é apoiado em quatro pilares de concreto armado, que permitem que o
espaço do museu seja livre de colunas internas. Isso cria um espaço interno
amplo e flexível para a exibição de arte, além da criação de um grande vão
central externo, de grande notoriedade para a cidade de São Paulo.

36
3. HOTEL UNIQUE - Arq. Ruy Othake – É amplamente reconhecido como um
dos principais exemplos de design arquitetônico em São Paulo. O edifício
destaca-se por suas formas curvas e empenas de concreto aparente. É
genuinamente singular, assemelhando-se a um arco invertido que cria a
ilusão de estar suspenso no ar. Todo o projeto arquitetônico foi orientado por
essa forma distinta, que evoca a imagem de um barco, e é revestido com
placas de cobre, perfuradas por aberturas circulares que dão ao edifício uma
aparência cativante. A parte inferior do edifício possui um acabamento de
maçaranduba, enquanto nas extremidades, é sustentado por empenas de
concreto (KOGAN, 2015).

4. MUBE - Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia – Arq. Paulo Archias


Mendes da Rocha - Foi concebido levando em consideração a topografia
do terreno e o contexto urbano. O piso térreo foi projetado para estar
alinhado com a Avenida Europa, enquanto o subsolo se aproveitou do
nível mais baixo da Rua Alemanha. Essa abordagem buscou criar uma
integração efetiva entre o espaço do museu e a cidade, estabelecendo
uma continuidade. O edifício é acessível tanto a partir da cota mais alta
quanto da mais baixa da rua, promovendo uma conexão harmoniosa entre
o museu e o entorno urbano (PIÑÓN, 2002, p. 28).
Com a intenção de se criar um “marco”, a solução adotada envolveu a criação
de uma ampla cobertura, com dimensões aproximadas de 12 metros de
largura por 60 metros de comprimento. Esta estrutura multifuncional foi
projetada com a intenção de desempenhar um papel semelhante ao dos
tradicionais coretos e pergolados. O arquiteto a descreveu como uma "pedra
no céu". A orientação escolhida para essa cobertura foi perpendicular à
Avenida Europa, uma decisão que foi influenciada pelas necessidades do
programa do subsolo do museu (PIÑÓN, 2002, p. 28).

5. PALÁCIO DAS ARTES (OCA) – Pavilhão Lucas Nogueira Garcez - Arq. Oscar
Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho – Uma característica proeminente

37
é a sua elegante estrutura circular, parecendo delicadamente assentar-se no
solo. Foi projetado e construído em 1954 em comemoração ao quarto
centenário da fundação da cidade de São Paulo. Este projeto é parte de um
conjunto de quatro edifícios interconectados por uma longa marquise, todos
situados no Parque do Ibirapuera – SP. Além da notável cobertura curva, o
projeto da Oca inclui outras características arquitetônicas que contribuem
para sua monumentalidade. Uma dessas características é a estrutura da
casca, que é suportada diretamente pelo solo por meio de suas nervuras em
arcos diametrais. Uma característica que chama a atenção é o vazio
resultante do rebaixamento completo do piso na parte inferior, criando a
sensação de que o chão flutua no ar. No interior da estrutura, três sistemas
estruturais operam de forma independente, resultando em uma estética
surpreendentemente bela e leve. (FARIAS,2023)

6. EDIFÍCIO COPAN – Companhia Pan - Americana – Arq. Oscar Ribeiro de


Almeida Niemeyer Soares Filho - Localizado na Av. Ipiranga 200- Centro
Histórico - SP, é uma das obras mais icônicas projetadas por Niemeyer e
representa uma das maiores estruturas de concreto do Brasil. O partido
arquitetônico do COPAN é caracterizado por vários elementos distintivos
como, forma sinuosa, uso misto, grandes painéis de vidro e varandas,
estrutura curva, pilotis e estrutura de concreto aparente. Uma construção
emblemática do modernismo brasileiro na cidade de São Paulo
(GALVÃO,2007).

Figura 27 - FAU-USP Figura 28 - MASP

Fonte: Acervo do Autor Fonte: (MASP.COM,2023)

38
Figura 30 - HOTEL UNIQUE Figura 29 - MUBE

Fonte: (VIVADECORA,2023)

Fonte: (OTHAKE,2023)
Figura 31 - COPAN

Figura 32 - OCA

Fonte: Acervo do Autor Fonte: (ARCHDAILY,2023)

Foram escolhidas 6 obras, pois se entendeu que este número seria o suficiente para
poder avaliar se realmente a estrutura nas obras da cidade de São Paulo, são
protagonistas da forma arquitetônica e também pelo volume de material a ser
gerado, contribuindo para um trabalho coeso e objetivo.

39
9. ANALISE ESTRUTURAL DAS OBRAS

9.1 PRÉDIO DA FAU – FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DE


SÃO PAULO.
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP)
é uma das instituições de ensino mais renomadas e influentes no campo da
arquitetura no Brasil. A FAU-USP está localizada no campus da Cidade
Universitária, no bairro Butantã, na cidade de São Paulo.

Figura 33 - PREDIO DA FAU - USP

Fonte: Google Earth 2023

O edifício da FAU-USP é considerado uma referência arquitetônica e um marco na


história da arquitetura moderna brasileira. Foi projetado pelo arquiteto João Batista
Vilanova Artigas, em parceria com Carlos Cascaldi e Eduardo Corona, e construído
entre os anos de 1961 e 1969.Sua área total construída é de aproximadamente 7 mil
m², sendo que a altura total do edifício é de 25 metros (BAROSSI, 2016)

O projeto é reconhecido por sua arquitetura brutalista, que valoriza o concreto


aparente e formas geométricas simples. O edifício é composto por volumes
marcantes, com linhas retas e uma linguagem arquitetônica marcada pelo uso
expressivo do concreto.

40
Foi concebido com espaços amplos e flexíveis, que permitem diferentes
configurações e usos. As salas de aula são organizadas em pavimentos suspensos,
criando espaços abertos e integrados. O edifício foi projetado levando em
consideração a relação com o ambiente circundante. Sua posição elevada no
terreno permite uma visão panorâmica do campus e uma interação visual com a
paisagem (INOJOSA, BUZAR, PASQUA, 2020)

Além de abrigar as atividades acadêmicas da faculdade, o edifício também é um


importante espaço cultural, com galerias de exposições, auditórios e espaços para
eventos e palestras. É reconhecido como um importante exemplo da arquitetura
moderna brasileira e uma referência para estudantes e profissionais da área. Sua
concepção arquitetônica inovadora e sua integração com o contexto universitário
fazem dele um marco histórico na cidade de São Paulo.

Figura 34 - Fachada lateral direita - Sudoeste

Fonte: Acervo do autor

41
Figura 35 - Lateral direita – entrada principal

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

Figura 36 - Vista - Entrada principal

Fonte: Acervo do autor

42
Figura 37 - Cobertura em concreto armado tipo grelha

Fonte: Acervo do autor

Figura 38 - Croqui – Vilanova Artigas

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

43
Figura 39 - Planta subsolo

Figura 40 – Planta pavimento térreo

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

44
Figura 41 - Plantas – biblioteca e sala de aulas

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

Figura 42 - Corte transversal

Fonte: (BAROSSI, 2016)

45
O extenso programa que compreende uma faculdade de arquitetura se desdobra em
sete níveis, organizados em meio-níveis de 1,90 metros, podendo ser descritos em
quatro pavimentos da seguinte maneira:

• No subsolo (nível -1,10 metros), estão localizados um auditório e um


laboratório de pesquisa. Por alguns anos, essa área dos laboratórios foi
dedicada às oficinas de maquete, sendo posteriormente transferidas para um
edifício adjacente.

• O térreo abriga a administração, o Salão Caramelo (espaço central vazio com


acesso principal a 0,80 metros), a lanchonete, o Museu (espaço para
exposições) e o Grêmio estudantil (nível 2,70 metros).

• O primeiro pavimento compreende a biblioteca (nível 4,60 metros) e as salas


de departamentos (nível 6,50 metros).

• No segundo pavimento, encontram-se os Estúdios (ou ateliê e projeto) a 8,40


metros de altura, além das salas de aula a 10,30 metros do solo. (BAROSSI,
2016)

O projeto estrutural foi concebido pelo Escritório Técnico J. C. de Figueiredo Ferraz,


enquanto a Construtora ANR, Alberto Nagib Rizkallah Ltda., ficou responsável pela
sua materialização. O método construtivo adotado abrangeu predominantemente o
uso de concreto armado, não apenas nas fundações, vigas e pilares, mas também
na cobertura e em grande parte das divisões internas. A estrutura é classificada
como hiperestática, e as lajes, em conjunto com as vigas, constituem caixões
perdidos. A construção adota uma modulação de 11x11 metros. A cobertura é
suportada longitudinalmente por quatro vigas invertidas, espaçadas a cada 22
metros. No sentido transversal, vigas invertidas estão presentes a cada 11 metros. A
figura abaixo ilustra o layout modular e a localização dos pilares. As linhas
destacadas na figura indicam as posições das vigas que incorporam juntas de
dilatação (BAROSSI,2016).

46
Figura 43 - Planta esquemática da Modulação estrutural e posição dos pilares.

FONTE: (INOJOSA, BUZAR, PASQUA, 2020)

A estrutura do edifício se desenvolve nos níveis descritos pela arquitetura, criando


grandes vãos e balanços, sustentados pelas grandes lajes nervuradas e grandes
empenas de concreto armado.

Pilares

No total, o edifício conta com 14 pilares, distribuídos em cinco em cada fachada


longitudinal, espaçados a cada 22 metros, e com balanços nas extremidades de 11
metros. Nas fachadas transversais, há dois pontos de apoio, espaçados a cada 33
metros, e com balanços nas extremidades de 16,50 metros. Os pilares externos,
caracterizados por um desenho inclinado e uma seção variável, sustentam um
considerável volume de concreto. Esse volume abriga internamente estúdios de um
lado e, do outro, salas de aula. (BAROSSI, 2016)

47
Figura 44 - Detalhe – Pilares externos

Fonte: (BAROSSI, 2016)

O pilar é composto por duas pirâmides que se conectam pelas extremidades, onde a
base não converge para o mesmo ponto que a parte superior. Seus vetores se
intersectam no meio do caminho, gerando uma composição dinâmica. Isso cria a
impressão de que a pirâmide superior simboliza a carga total do edifício, ao passo
que a inferior representa a força reativa da fundação (PASQUA, 2017).

Figura 45 – Pilares fachada posterior

Fonte: Acervo do Autor

48
Figura 46 - Detalhe - pilares piramidais da fachada

Fonte: Acervo do autor

Os pilares na fachada não apenas buscam uma estética apelativa, mas também
atende a considerações estruturais. Esteticamente, a forma dos pilares cria a
impressão visual de que estão suportando um peso significativo. Essa percepção é
reforçada pela presença de estreitamentos ao longo da altura dos pilares. Quando
vistos de frente, a seção mais estreita parece situar-se na articulação, enquanto,
quando observados lateralmente, com o espectador alinhado ao eixo dos pilares, a
menor seção aparenta estar no ponto mais alto, no encontro com a empena
(INOJOSA, BUZAR, PASQUA, 2020)

Cobertura (Grelha)

O método utilizado para a cobertura do edifício é uma grelha, uma disposição


transversal de vigas. Nesse arranjo, as vigas são alinhadas lado a lado, com vãos
estreitos, assemelhando-se a uma laje nervurada. A distinção crucial é que, nas
grelhas, as vigas se repetem em ambas as direções, com conexões rígidas nos

49
pontos de cruzamento, promovendo uma cooperação eficaz entre elas (REBELLO,
2000).

A proporção adotada na grelha da cobertura do edifício Vilanova Artigas, onde o


lado maior (L) é menor que o lado menor (l), facilita a distribuição eficiente dos
esforços em ambas as direções, resultando em um aumento na rigidez do sistema
estrutural.

Figura 47 - Vista - Pátio central – térreo – cobertura tipo grelha

Fonte: Acervo do autor

A estrutura da cobertura é composta por uma grelha que integra três tipos de vigas,
espaçadas a cada 2,75 metros: vigas baixas, vigas invertidas e vigas invertidas com
juntas de dilatação. Estas vigas criam calhas para direcionar a água da chuva,
enquanto os espaços entre elas são fechados com domos de iluminação zenital,
permitindo a entrada de luz natural em toda a extensão do edifício. Essa
característica é significativa nas grelhas, pois os vãos entre as vigas possibilitam a
iluminação natural, oferecendo a capacidade de abranger amplas áreas utilizando
um sistema estrutural relativamente leve (BAROSSI, 2016)

50
Figura 48 - Corte ampliado da cobertura

Fonte: (BAROSSI, 2016)

Figura 49 - Detalhes da grelha de cobertura

Fonte: (BAROSSI ,2016)

51
Enpena da fachada

As empenas do edifício criam a sensação de um grande paralelepípedo de concreto


bruto suspenso pelos pilares esculturais previamente mencionados, revelando como
o arquiteto Vilanova Artigas explorou os fundamentos de sua visão arquitetônica. Ele
buscava a estética nas técnicas construtivas e nos sistemas estruturais puros, tais
como coberturas, balanços, amplos vãos e articulações estruturais (CONTIER,
2013).

Figura 50 - Empena – fachada lateral esquerda

Fonte: Acervo do autor

52
Figura 51 - Detalhe empena, pisos e cobertura

Fonte: (BAROSSI, 2016)

As empenas funcionam como extensas vigas-parede. A empena frontal e lateral


apresenta 8,15 metros de altura, sendo a frontal com 110 metros de comprimento e
5 pontos de apoio (vãos de 22 metros e balanços de 11 metros para cada lado),
enquanto as laterais possuem 66 metros de comprimento e 2 pontos de apoio (vãos
de 33 metros e balanços de 16,5 metros). A empena posterior, com 7,25 metros de
altura, segue as dimensões e apoios da empena frontal (110 metros) (INOJOSA,
BUZAR, PASQUA, 2020)

53
9.2 MASP – MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO

Figura 52 - MASP

Google Earth,2023

O MASP (Museu de Arte de São Paulo) é um importante museu de arte localizado


na Av, Paulista 1578, no bairro da Bela Vista, cidade de São Paulo - SP, Brasil.
Possui uma área construída de aproximadamente 11 mil m². A altura do seu vão livre
é de 8 metros, sendo seu comprimento de 74 metros e sua largura de 32metros.Foi
fundado em 1947 pelo empresário Assis Chateaubriand e projetado pela arquiteta
ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. O edifício do museu, inaugurado em 1968, é
reconhecido como um marco arquitetônico e uma obra-prima do modernismo
brasileiro (MASP.ORG, 2023)

Abriga uma importante coleção de arte, que abrange diversas épocas e estilos. O
museu é conhecido por sua coleção de arte ocidental, que inclui obras de mestres
europeus como Rembrandt, Van Gogh, Renoir, Monet, Picasso e Portinari, entre
outros. Também apresenta exposições temporárias de artistas nacionais e
internacionais. Uma característica distintiva do MASP é a forma como as obras de
arte são expostas. Ao contrário dos museus tradicionais, onde as obras são exibidas
em paredes, no MASP elas são dispostas em grandes placas de vidro suspensas

54
por cabos de aço, criando um espaço aberto e fluido que permite uma visualização
única das obras (PANAMERICANA, 2023).

Além das exposições, o MASP oferece uma variedade de atividades e programas


educativos, como palestras, cursos, workshops e visitas guiadas. Também promove
eventos culturais, como apresentações musicais e exibições de filmes. O museu é
um ícone cultural na cidade de São Paulo, conhecido tanto por sua arquitetura
icônica quanto por sua valiosa coleção de arte.

Uma das características mais marcantes do MASP é o seu vão livre. O edifício é
suspenso por quatro grandes pilares vermelhos, criando um espaço aberto e livre no
térreo. Essa solução arquitetônica permite que a área abaixo do museu seja um
espaço público e de circulação, além de proporcionar uma integração visual única
com a Avenida Paulista. (MASP.ORG, 2023).

Em vez de paredes convencionais, o MASP utiliza placas de vidro suspensas por


cabos de aço para exibir as obras de arte. Essa abordagem inovadora permite uma
interação visual direta entre as obras e o ambiente ao redor, além de proporcionar
uma experiência única para os visitantes.

O edifício do MASP é um exemplo significativo da arquitetura modernista brasileira.


Apresenta linhas retas, formas geométricas simples e uma estética minimalista. A
escolha dos materiais, como o concreto e o vidro, reflete a influência da arquitetura
moderna na concepção do museu. Além do vão livre no térreo, o MASP possui
acessos verticais por meio de escadas e elevadores que levam os visitantes aos
espaços expositivos nos pisos superiores. Essa abordagem de circulação vertical
permite uma organização flexível dos espaços internos (CARDENAS, 2015).

O projeto do MASP busca uma integração harmoniosa com o contexto urbano ao


seu redor. Sua localização na Avenida Paulista, uma das principais avenidas de São
Paulo, e a abertura para o vão livre convidam as pessoas a interagirem com o
museu e criam uma relação dinâmica com o ambiente urbano.

55
Figura 53 - Fachada principal – Av. Paulista

Fonte: Acervo do autor

Figura 54 - Vista Superior da estrutura e cobertura

Fonte: (CARDENAS, 2015)

56
Figura 55 - Fachada Posterior – Av. Nove de Julho

Fonte: Acervo do autor

Figura 56 - Vista interna - Escada Rampa

Fonte: (CARDENAS,2015)

57
Figura 57 - Vista da fachada posterior da Praça Geremias – R. Carlos Comenale

Fonte: Acervo do autor

Figura 58 - Vista - Vão livre – Av. Paulista

Fonte: Acervo do autor

58
Figura 59 - Vista - 4 pilares de sustentação

Fonte: Acervo do Autor

Figura 60 - Croqui - Lina Bo Bardi para o Masp, 1958

Fonte: (INSTITUTO, 2008)

59
Figura 61 - Perspectiva Isométrica – cobertura

Fonte: (CÁRDENAS, 2015)

Figura 62 - Planta de cobertura

Fonte: (CAUSP,2023)

60
Figura 63 - Corte da lateral direita

Fonte: (CAUSP,2023)

Figura 64 - Corte da lateral esquerda

Fonte: (CAUSP,2023)

61
Figura 65 - Corte Logitudinal

Fonte: (CAUSP,2023)

Figura 66 - Esquema de modulação - vigas e caixilhos

Fonte: (CAUSP,2023)

62
Figura 67 - Setorização

Fonte: (CÁRDENAS, 2015)

63
Figura 68 - Viga protendida

Fonte: (CADERNAS,2015)

64
Figura 69 - Planta, elevação e corte do aparelho de apoio

Fonte: (CÁRDENAS, 2015)

65
Figura 70 - Perspectiva - solução estrutural

Fonte: (MASP. ORG, 2023)

Figura 71 - Período da construção – Estrutura dos pilares, lajes e vigas

Fonte: (BONETTO,2023)

66
Figura 72 - Laje nervurada suspensa por tirantes fixados nas vigas

Fonte: ( MASP.COM,2023)

Figura 73 - Corredores de acesso as áreas administrativas – barras/tirantes que sustentam o piso

Fonte: (CARDENAS,2015)

67
Figura 74 - Desenho esquemático do edifício do museu - elementos estruturais e suas ligações

Fonte: (MASP.ORG, 2023)

Figura 75 - Macaco hidráulico / vigas protendidas

Fonte: (CARDENAS,2015)

68
Figura 76 - Perspectiva- sistema estrutural

Fonte: CARDENAS,2015

A configuração do Masp não apenas representa um princípio e um resultado, mas


também é simultaneamente a causa e a consequência de sua estrutura. Assim como
em qualquer estrutura bem organizada, sua identidade é prontamente reconhecível,
possuindo um caráter universal e atemporal que evoca empatia quase instantânea,
inclusive entre aqueles menos familiarizados com o assunto. A edificação do Masp,
que representou um grande desafio estrutural para a sua época, reflete o
radicalismo inerente a essa nova abordagem. Ela foi concretizada mediante o uso de
vigas de concreto protendido e armado visíveis, incorporando a marca das tábuas de
formas de maneira permanente em sua superfície de pedra. O principal desafio
estrutural enfrentado no trecho elevado do edifício envolve as quatro vigas
protendidas. Um par dessas vigas é responsável por suportar a cobertura, enquanto
o outro par, que atravessa o interior do edifício (sendo protendido em apenas um
dos extremos de cada viga), sustenta simultaneamente dois pavimentos. Um dos
pavimentos serve como suporte convencional, enquanto o segundo pavimento é
suspenso por tirantes constituídos por barras de aço. As vigas adotadas apresentam
formato de tubos ocos com seção retangular, contendo septos vazados no centro
(travamentos internos) a intervalos de 3,5 metros (CÁRDENAS,2015).

69
9.3 HOTE UNIQUE
Figura 77 - HOTEL UNIQUE

Fonte: google Earth, 2023

O Hotel Unique é um hotel de luxo localizado na Av. Brigadeiro Luíz Antônio 4700 –
Jardim Paulista, São Paulo, Brasil.

É reconhecido por sua arquitetura icônica e distintiva. Foi projetado pelo renomado
arquiteto brasileiro Ruy Ohtake e inaugurado em 2002. O edifício tem uma forma de
arco e é revestido por uma fachada de vidro espelhado, criando uma aparência
única e moderna. Está localizado próximo a importantes atrações da cidade, como o
Parque do Ibirapuera e a Avenida Paulista, além de estar a uma curta distância de
restaurantes, lojas e centros culturais (VITRUVIUS, 2005).

Possui um terreno com área de 6 mil m² e sua área construída é de 20 mil


m².Oferece quartos e suítes elegantes e luxuosos. Cada acomodação é
cuidadosamente projetada e equipada com comodidades de alta qualidade para
proporcionar conforto aos hóspedes. Algumas suítes possuem vista para o skyline
de São Paulo (OHTAKE, 2023).

70
Figura 78 - Croqui – Arq. Ruy Othake

Fonte: (OTHAKE.COM,2023)

Figura 79 - Fachada Principal – Lateral direita

Fonte: Acervo do autor

71
Figura 80 - Fachada principal – Lateral esquerda

Fonte: Acervo do autor

Figura 81 - Vista interna – quartos

Fonte: (OTHAKE.COM,2023)

72
Figura 82 - Bar – Lobby de entrada do hotel

Figura 83 - Sala de espera - Lobby de


entrada do hotel

Fonte: Acervo do autor

Fonte: Acervo do autor.

73
Figura 84 - Planta – Pavimento térreo

1 Lobby, 2 Bar, 3 Acesso ao hotel, 4 Acesso ao centro de eventos, 5 Elevador de acesso ao


restaurante, 6 Administração, 7 Maleiro, 8 infra estrutura, 9 Jardim de pedra, 10 Rampa de acesso a
garagem.

Fonte: (ARCOWEB,2023)

Figura 85 - Corte – pavimentos e subsolo

Fonte: (ARCOWEB,2023)

74
Figura 86 - Planta- Apartamentos

Fonte: (OTHAKE,2023)

Figura 87 - Setorização – circulação dos pavimentos

Fonte: (OTHAKE,2023)

75
Para implementar o Hotel Unique, foram aplicadas técnicas de industrialização na
fase de construção, utilizando tecnologias eficientes que permitiram a fabricação de
partes significativas das estruturas fora do local da obra. Cada pavimento foi
construído com lajes protendidas de 22 cm de espessura, em balanços sucessivos
do segundo ao sétimo pavimento, resultando em uma área total construída de 20,5
mil m². Um aspecto distintivo é que a concepção da estrutura não previa seu suporte
nos dois grandes pilares laterais, pois esses elementos foram estrategicamente
utilizados para suportar as forças laterais causadas pelo vento. Assim, as
extremidades da estrutura principal se integram harmoniosamente às paredes,
proporcionando um design único. (AECWEB, 2010). A estrutura principal do hotel é
suportada por apenas oito pilares de seção tronco-piramidal, com balanços laterais
de 24 m. Configurado como um longo arco invertido, o edifício é formado por duas
extensas vigas ou empenas nas fachadas frontal e posterior. Essas vigas, com 90 m
de comprimento e feitas de concreto, não apenas sustentam as lajes, mas também
atuam como elementos de vedação do hotel, apresentando uma espessura de 30
cm. Para fortalecer sua estrutura, essas vigas foram submetidas a protensão em três
faixas horizontais, mantendo um espaçamento de 15 m entre os eixos. (AECWEB,
2010).

Figura 88 - Estrutura em concreto armado e protendido, juntamente com estrutura metálica

Fonte: (PETCIVIL,2023)

76
Figura 89 - Pilares de sustentação – Pavimento Térreo

Fonte: Acervo do autor

Figura 90 - Piso térreo - Posicionamento dos pilares

Fonte: (ARCOWEB,2023)

77
Figura 91 - Empena de concreto de 25m de altura – (pilares paredes)

Fonte: Acervo do autor

78
Os "pilares paredes" localizados em ambas as laterais desempenham um papel
crucial na sustentação dos esforços horizontais do edifício, conferindo à concepção
uma distinta singularidade no contexto arquitetônico e de design do hotel.

Figura 92 - Simetria e Equilíbrio

Fonte: (ARCOWEB,2023)

Tal forma pode ser adquirida, graças a simetria existente na edificação, onde a
concentração das cargas estão posicionadas no seu centro e distribuída de forma
uniforme lateralmente.

79
9.4 MUBE – MUSEU BRASILEIRO DE ESCULTURA E ECOLOGIA

O MUBE, Museu Brasileiro da Escultura, é uma importante instituição cultural


localizada na Rua Alemanha 221 – Jardim Europa - São Paulo - SP. Foi fundado em
1995 e se destaca por seu foco na promoção e exposição da escultura brasileira. Foi
projetado pelo Arq. Paulo Mendes da Rocha. O projeto arquitetônico é uma obra de
arte por si só, com linhas modernas e uma arquitetura arrojada que reflete o estilo
brutalista. A estrutura é composta por concreto armado e destaca-se por sua
ousadia e simplicidade (MUBE.SPACE,2023)

Figura 93 - MUBE

Fonte: Google Earth, 2023

Em um terreno de aproximadamente 7 mil metros quadrados, e área construída de


3,5 mil metros quadrados, sua arquitetura foi concebida para ser uma estrutura que
se assemelha, de certa forma, aos antigos Stonehenges localizados em Amesbury,
Inglaterra. Essa visão é expressa na ideia de "colocar uma pedra no céu", como
mencionado pelo próprio arquiteto. A edificação possui um volume semienterrado e
jardins elaborados por Burle Marx (PEREIRA, 2019).

80
Um edifício projetado para abrigar esculturas que possui uma enorme laje de
concreto protendido que cobre menos de um quinto de sua área. Além disso, o
edifício não requer sombreamento, uma vez que grande parte dele está localizada
em níveis subterrâneos ou parcialmente subterrâneos (FRACALOSSI, 2015)

“... um horizontal perfeito é um valor arquitetônico e técnico incomensurável que


pouco se dá atenção. Não existe nada horizontal no universo, na face do planeta.”

Paulo Mendes da Rocha, 2002

Figura 94 - Vista superior da laje principal

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

81
Figura 95 - Vista lateral da laje principal

Fonte: Acervo pessoal

Figura 96 - Vista do grande vão da laje principal “pedra no céu”

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

82
Figura 97 - Vista frontal da laje principal –

Fonte (ARCHDAILY,2023)

Figura 98 - Vista lateral dos pilares parede e laje principal

Fonte: (ARCHDAILY,2023)

83
Figura 99 - Vista frontal do pilar parede e detalhe do apoio entre a laje principal e os pilares

Fonte: (ARCHDAILY,2023)
Figura 101 - Rampa de acesso ao subsolo
Figura 100 - Ares de exposições – subsolo

Fonte (KON,2023)

84
Figura 102 - Planta do pátio – nível do térreo

Fonte: (ARQUITETURAVIVA,2023)

Figura 103 - Planta do subsolo

Fonte (ARQUITETURAVIVA,2023)

85
Figura 104 - Corte longitudinal / transversal – Térreo e Subsolo

Fonte: (ARQUITETONICA,2023)

A mobilidade horizontal para a grande viga-caixão da cobertura de concreto, que


vence um vão de 60 metros, permite o encurtamento elástico inicial da viga ao se lhe
aplicar a protensão, os movimentos térmicos e o encurtamento devido a retração e
fluência (TECNOLEGIS, 2012).

Estrutura - Concreto armado e concreto protendido

Laje de cobertura em concreto aparente com 61 x 12 x 2,50m apoiados em 2 pilares


paredes – através de concreto protendido em uma laje nervurada com 4 vigas
longitudinais com armaduras de cordoálias protendidas em seção celular com peças
extremamente delgadas e concreto com elevado FCK. (ORNSTEIN APUD
EDUPLAY 2001)

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha tinha o objetivo de criar uma estrutura


monumental, como "colocar uma pedra no céu". Para realizar essa visão, foi crucial
atender a três requisitos essenciais: garantir a maior leveza possível, proporcionar
resistência à estrutura e evitar deformações indesejadas na peça. A fim de alcançar
maior leveza na estrutura, foram implementadas soluções específicas. Na seção

86
transversal, optou-se por uma estrutura alveolar com paredes delgadas, resultantes
das nervuras da laje do tipo caixão perdido. Na seção longitudinal, adotaram-se
vigas do tipo vierendeel, conhecidas por sua eficiência estrutural e, ao mesmo
tempo, por serem mais leves. Para alcançar uma resistência superior, foram
empregados materiais de alta tecnologia, incluindo concreto de alta resistência
(FRANCO APUD EDUPLAY,2011)

Figura 105 - Laje principal - detalhe de abertura referente ao vazio interno e corte

Fonte (EDUPLAY, 2011) / (ARQBR,2023)

87
Figura 106 - Projeto de estrutura: Seção transversal central da laje de cobertura

Fonte: (TECNOLEGIS, 2012).

Figura 107 - Detalhe da abertura da laje principal com vigas tipo Vierendel

Fonte: (ARQBR,2023)

88
Enquanto construções convencionais costumam utilizar concretos com uma
resistência de fck de 150 ou 180 Kgf/m2, neste projeto específico, foi empregado um
concreto com fck de 350 Kgf/m2. De maneira semelhante, o aço selecionado foi o
CP 190, que resiste a uma pressão de 19000 Kgf/m2, uma resistência quase quatro
vezes maior do que o aço geralmente utilizado em estruturas convencionais, que é o
CA 50, resistente a 5000 Kgf/m2. Para evitar deformações futuras na estrutura,
decorrentes do peso e do envelhecimento, recorreu-se à técnica da protensão, que
envolve a inserção de cabos de aço para gerar forças contrárias à gravidade, ou
seja, de baixo para cima. Essa técnica resultou em uma contra flecha de 15 cm,
projetada para que nunca se reduza totalmente. Além disso, conforme as
necessidades estruturais, foram realizados ajustes no projeto. Um exemplo é a altura
da viga, que inicialmente estava prevista para 2 metros, mas a fim de evitar o uso de
um concreto excessivamente resistente, foi aumentada para 2,5 metros
EDUPLAY,20011)

Figura 108 - Contra flexa de 15cm com curvatura inicial negativa

Fonte: (EDUPLAY,2011)

Com as deformações verticais controladas, o foco passou para as deformações


horizontais causadas por variações térmicas, protensão e contração do concreto
durante a secagem, que poderiam atingir até 2 ou 3 cm. Para lidar com essas
variações, as vigas foram conectadas aos pilares por meio de quatro pontos de

89
apoio. Nos pilares menores (os mais curtos), foram instaladas quatro articulações
fixas, enquanto nos pilares maiores (os mais longos), foram usadas quatro
articulações móveis. Essas articulações permitiam acomodar as movimentações
horizontais e eram auxiliadas por uma camada de neoprene de 5 cm de espessura.
Isso contribuiu para a absorção das variações horizontais na estrutura. A
durabilidade dos materiais envolvidos na estrutura é essencial e requer medidas de
manutenção específicas. Um desses cuidados é a proteção adequada das
armaduras e cabos de protensão no concreto, visando a prevenção da corrosão.
Outro ponto importante a ser considerado é o neoprene, um material feito de
borracha sintética, que está sujeito ao desgaste e ao ressecamento devido às
condições climáticas ao longo do tempo. Assim, é recomendável substituir o
neoprene a cada 10 ou 15 anos. Com essa perspectiva em mente, foi projetada uma
fenda de 15 cm entre as vigas e os pilares. Essa folga é suficiente para permitir a
inserção de três macacos hidráulicos, que elevam a viga a fim de facilitar a
substituição do neoprene. Esse planejamento inteligente permite a manutenção
eficaz e a longevidade da estrutura (EDUPLAY,2011).

Figura 109 - Montagem da laje principal com as vigas Vierendel

Fonte: (ARQBR,2023)

90
Figura 110 - Detalhe do apoio de Neopren da laje no pilar

Fonte: Acervo pessoal

As lajes são projetadas com protensão e nervuras, distribuídas a cada 2,45 metros,
abrangendo os três blocos, cada um com 18 metros de extensão. Essas lajes
possuem uma espessura de 10 cm e são suportadas pelas paredes estruturais. Uma
particularidade ocorre na área do auditório, onde as nervuras seguem a curvatura
dos pisos desse espaço específico.

Figura 111 - Ferragem das vigas curvas protendidas da cobertura do auditório

Fonte: (EDUPLAY,2011)

91
Figura 112 - Cordoálias de protenção

Fonte: (EDUPLAY,2011)

Figura 113 - Laje nervurada seguindo a forma do auditório

Fonte: (KON,2023)

O museu, predominantemente localizado abaixo do solo, requer um sistema de


drenagem altamente eficaz que se estende por toda a sua extensão. Isso se deve ao
fato de que o lençol freático se encontra em uma cota superior à da construção. As

92
paredes, que desempenham um papel estrutural contínuo e servem como pilares e
muros de contenção, são feitas de concreto armado e possuem uma excelente
impermeabilização para resistir ao contato direto com a água.

Figura 114 - Lajes nervuradas no interior do edifício e paredes estruturais

Fonte: (KON,2023)

9.5 PALÁCIO DAS ARTES (OCA) – PAVILHÃO LUCAS NOGUEIRA GARCEZ

Localizada no Parque do Ibirapuera em São Paulo, é um edifício icônico da


arquitetura brasileira. Oficialmente chamada de Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, a
Oca foi projetada pelo Arquiteto Oscar Niemeyer em 1951, por ocasião das
comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo (ARCHDAILY,2023).

A principal característica da Oca, também conhecida como Cúpula das artes é a sua
forma arquitetônica única. O edifício tem a aparência de uma concha ou casca,
como se estivesse suspensa no ar. Essa forma inovadora foi projetada para destacar
a leveza e a fluidez da arquitetura.

93
Figura 115 - OCA

Fonte: (KON,2023)

A impactante presença da cúpula está intrinsecamente relacionada à sua habilidade


de criar espaços abertos de significativa envergadura, permitindo a formação de uma
área central ampla e acolhedora. Sua capacidade estrutural é originada da maneira
como as forças exercidas pela cobertura são distribuídas através de cargas de
compressão ao longo de sua superfície, formando uma espécie de "casca". Essas
forças são direcionadas para elementos posicionados nas extremidades da cúpula,
tipicamente nas paredes laterais ou em pontos de suspensão (KOCH, 2009: 133)

Figura 116 - Vista da OCA ao lado da marquise do parque Ibirapuera - SP

Fonte: (KON,2023)

94
Sua estrutura circular, como uma fina casca feita de concreto armado apoiada em
nervuras arqueadas, apresenta um design inspirado na arquitetura indígena. Foi
especialmente projetada para abrigar exposições de grande porte, contando com
quatro pavimentos independentes em relação à sua estrutura externa. A circulação
dentro da Oca é proporcionada por elegantes rampas sinuosas. Sob a camada da
casca, aberturas circulares permitem a entrada de luz natural nas áreas de
exposição, criando um ambiente luminoso e convidativo. A estrutura do edifício é
marcada por suas nervuras em arcos diametrais que se apoiam diretamente no solo.
Essas características arquitetônicas únicas criam uma experiência espacial
interessante para os visitantes. A Oca é uma das quatro edificações localizadas no
Parque do Ibirapuera que são conectadas por uma grande marquise, formando um
conjunto arquitetônico notável (ACRÓPOLE,2023).

Figura 117 - Vista da fachada – lateral direita

Fonte: Acervo do autor

95
Figura 118 - Porta de entrada – OCA

Fonte: (SPBRARQ,2023)

A característica distintiva do edifício, a casca, estava presente desde os primeiros


esboços de Niemeyer. Ao longo do tempo, apesar das mudanças no conjunto do
parque, alterações em outros edifícios e modificações no programa destinado ao
antigo Palácio das Artes, a forma circular da base e a calota da casca foram
mantidas. A única mudança significativa foi a eliminação da rampa que originalmente
circundaria o edifício e daria acesso ao teatro. (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT,
2020)
Figura 119 - Detalhe janela redonda

Fonte: Acervo do Autor

96
Figura 120 - Vista interna das rampas e das lajes com suas estruturas independentes.

Fonte: (SPBRARQ,2023)

O projeto é caracterizado por uma estrutura em forma de casca, com um diâmetro


de aproximadamente 76 metros. Essa casca é construída em concreto armado e
possui um subsolo em formato de anel, que desempenha a função de cinta para
suportar as cargas da laje do pavimento térreo. No interior da cúpula, encontram-se
três lajes, cada uma com um formato distinto, apoiando-se em uma estrutura
independente sustentada por pilares (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

No projeto estrutural da cúpula, podemos observar a presença de duas cascas, com


um raio externo de 43,213 metros e um raio interno de 49,929 metros, medidos a
partir da parte inferior. A altura total da superfície em relação ao nível do solo é de

97
18,01 metros, e o ponto de tangênciamento ocorre aproximadamente a 7,64 metros
do nível do solo.

Figura 121 - Vista interna da laje do segundo pavimento

Fonte: (KON,2023)

Figura 122 - Corte Esquemático

Fonte: (ACRÓPOLE,2023)

98
Figura 123 - Corte da estrutura da casca

Fonte: (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

Figura 124 - Detalhe da cinta de arranque da casca

. Fonte: (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

99
Frase de Joaquim Cardoso (calculista da obra) a Oscar Niemeyer, informando que
havia conseguido encontrar o cálculo da tangente da cúpula:

Joaquim Cardozo: “Meu caro arquiteto, descobri!” e Niemeyer: “Ora,


Joaquim, você descobriu o quê, a essa hora da noite?” Joaquim Cardozo:
“Descobri a tangente que dará a impressão de que a cúpula que você
projetou está pousada suavemente na laje” (UTUARI, 2006: p. 8).

Figura 125 - Fotos do período da construção

Cintas de arranque, armação da ferragem da casca e trechos da estrutura de fechamento do topo.

Fonte: (ARQBR, 2023)

100
Os três pavimentos das lajes internas têm formatos geométricos que se originam da
subdivisão de figuras circulares, que vão se reduzindo gradualmente à medida que
se elevam acima do nível do térreo. Começando pelo pavimento térreo, que se apoia
não apenas nos pilares, mas também em um anel circular que conforma o subsolo,
as lajes superiores são sustentadas por um conjunto de pilares. Importante notar
que, a partir do pavimento térreo, embora as lajes internas se estendam até a casca
da cúpula, elas não estão diretamente conectadas a ela, sendo tratadas como uma
estrutura independente. (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

Figura 126 - Plantas

101
Fonte: (MMBB,2023)

102
Figura 127 - Cortes

Fonte: (MMBB,2023)

Vista de cima, a estrutura da cúpula é organizada através da divisão do círculo em


36 partes iguais, cada uma com um ângulo de 10 graus. Duas dessas partes são
reservadas para criar aberturas, permitindo a entrada principal no edifício. As outras
34 partes são utilizadas alternadamente para a instalação de janelas com formato de
tubos cilíndricos. Essas janelas se alinham na parte externa da cúpula e criam uma
característica distinta no interior do edifício. (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

Figura 128 - Geometria dos setores da casca

103
Fonte: (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

O anel de transição localizado no ponto de tangência da cúpula é projetado com a


forma de um tronco de cone, medindo 60 cm por 250 cm. Ele desempenha diversas
funções, atuando como um apoio para as forças da cúpula, restringindo os esforços
horizontais e servindo como uma transição para os pilares de formato tronco-
piramidal, que por sua vez transferem as forças para as sapatas, que funcionam
como fundações diretas. A posição deste anel, situado a 4,50 metros acima do nível
do térreo, não apenas cria a viga de sustentação para a entrada principal, mas
também auxilia na incorporação dos tubos usados para os caixilhos das janelas.
(PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

104
Em cada setor da cobertura, encontramos um arranjo de armaduras em duas
camadas. Essas armaduras consistem em barras de aço dispostas radialmente, e à
medida que os esforços aumentam, o número de barras também aumenta
progressivamente. Além disso, há espaçadores de barras radiais que mantêm as
distâncias entre as barras apropriadas. Também são aplicadas faixas adicionais de
armaduras no formato de cintas para reforçar e distribuir eficazmente as forças pela
superfície da casca. (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

Figura 129 - Armação de um dos setores da casca

Fonte: (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

As representações em perspectiva axonométrica explodida mostram de que forma


os elementos da estrutura se conectam à arquitetura e como essas conexões criam
espaços vazios distintos.

105
Figura 130 - Camadas: Casca, setores, pisos, cintas de arranque.

Fonte: (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

A separação das lajes em relação à casca, incluindo as fundações, permite que


essas partes operem independentemente, permitindo expansões e movimentos
individuais.
Figura 131 - Trajetória das cargas na casca

Fonte: (PERRONE, PASINI, SCHIMIDT, 2020)

106
9.6 EDIFICIO COPAN – CONPANHIA PAN AMERICANA DE HOTEIS

O edifício Copan está localizado no centro da cidade de São Paulo, mais


precisamente na av. Ipiranga. Se nome é uma abreviação da Companhia Pan
americana de Hotéis. É conhecido por sua forma sinuosa e ondulante, com curvas
suaves que conferem uma estética única à paisagem urbana de São Paulo. O
edifício possui uma estrutura de concreto armado e abriga uma variedade de
unidades residenciais e espaços comerciais. Com mais de 140 metros de altura e
cerca de 1.160 apartamentos, o Copan é um dos maiores edifício residenciais da
américa Latina. Seu uso misto inclui escritórios, lojas e restaurantes. Foi projetado
pelo Arq. Oscar Niemeyer e construído entre os anos de 1957 e 1966
(COPANSP.COM, 2023)

Apesar dos desafios enfrentados, o COPAN representa o maior edifício de


apartamentos da América Latina e é um ícone da arquitetura moderna (Gouveia,
1997).

A empresa responsável pela construção foi a Companhia Nacional da indústria da


Construção (CNI). O edifício abrange 6 blocos, com cerca de 2038 residentes. No
térreo, há uma área comercial composta por 72 lojas, incluindo um cinema que
atualmente é ocupado por uma igreja evangélica. O Bloco A possui 64 apartamentos
de 2 dormitórios, enquanto os Blocos C e D oferecem 128 unidades de 3 dormitórios
cada. Já os Blocos B, E e F compreendem 968 apartamentos do tipo kitchenettes,
todos com 1 dormitório. O edifício conta com 20 elevadores e disponibiliza 221
vagas de estacionamento no subsolo (COPANSP.COM, 2023)

Concebido durante o período de crescimento imobiliário na década de 1950, o


Edifício Copan emergiu como um monumento aos novos padrões da metrópole
paulistana, como gigantismo, verticalização e aumento da densidade populacional,
entre outros. O prédio foi originalmente destinado a ser uma homenagem da
Companhia Pan Americana Hotéis e Turismo, responsável pela encomenda do
projeto, ao IV Centenário da cidade de São Paulo, celebrado em 1954 (Mendonça,
1989).

107
Figura 132 - COPAN

Fonte: Google Earth, 2023

Figura 133 - Fachada principal – Av. Ipiranga

Fonte: (VIVADECORA,2023)

108
Figura 134 - Vista do terraço da cobertura

Fonte: (VIVADECORA,2023)

Figura 135 - Vista da fachada pela Av. Ipiranga

Fonte: Acervo do autor

109
Figura 136 - Entrada principal – mapa de localização

Fonte: Acervo do autor

Figura 137 - Croqui – Fachada Copan – Oscar Niemeyer

Fonte: (ARQBR,2023)

110
Figura 138 - Planta do pavimento Térreo do Edifício Copan

Fonte: (PROJETOU,2023)

111
Figura 139 - Planta do Pavimento tipo do Edifício Copan

Fonte: (PROJETOU.COM,2023)

112
Figura 140 - Planta original do apartamento de 2 dormitórios do Bloco A, planta original do apartamento
kitchenette de 1 dormitório do bloco B e planta original do apartamento de 3 dormitórios do bloco C

Fonte (GALVÃO,2007)

113
Figura 141 – Corte esquemático

Fonte: (ARCHDAILY.COM, 2023)

Os pavimentos, térreo, foyer, terraço, e os dois subsolos apresentam duas fileiras de


pilares com 60 cm de espessura, 2,40 m de comprimento e extremidades curvas.
Esses pilares desempenham o papel de sustentação para a torre de apartamentos,
já que estão alinhados com a estrutura da torre. Esses andares são caracterizados
por lajes que incorporam malha treliçada e vigotas com uma modulação irregular. A
laje do piso tem 8 cm de espessura, enquanto as vigotas têm 42 cm de altura e 8 cm
de espessura, dispostas a uma distância de 45 cm uma da outra. Além disso, as

114
vigotas são delimitadas por vigas mais robustas, com 50 cm de altura e largura que
pode chegar a 1,04 m (GALVÃO,2007)

Figura 142 - Planta do térreo com a localização dos pilares - hotel e edifício residencial Copan

Fonte: (BONFIM,2019)

115
Figura 143 - Pilares da fachada principal

Fonte: Acervo do Autor

Figura 144 - Croqui – pilar no pavimento térreo

Fonte: (ARCHDAILY.COM, 2023)

116
Figura 145 - Vista do pilar do segundo subsolo sem e depois com o reforço na base

Fonte: (GALVÃO,2007)

No plano de fundações elaborado pelo escritório técnico composto por Oswaldo de


Moura Abreu, Waldemir Tietz e Nelson de Barros Camargo, datado de 1954, são
delineadas as especificações para os tubulões. Nesse contexto, são indicadas uma
altura mínima do bloco de 1,30 m, e a profundidade desde o topo do bloco até o
baldrame do 2° subsolo é registrada como 5,03 m (BONFIM,2019).

117
Figura 146 - Detalhe da forma dos tubulões

Fonte: (BONFIM,2019)

O pavimento convencional da torre residencial também inclui lajes com malha


treliçada e vigotas com uma modulação irregular, porém, a altura final dessas
vigotas é de 28 cm. A distância entre as pisadas brutas de um pavimento para o
próximo é de 3,15 m. Os elementos brise-soleil são feitos de concreto armado,
possuindo 1,45 m de largura, 10 cm de altura, e estão posicionados a 1,05 m entre
suas faces superiores, apresentando uma ligeira inclinação em suas extremidades.

118
Na implementação do projeto, a decisão foi tomada de construir os brises de forma
reta, sem a inclinação nas extremidades (GALVÃO,2007)

Figura 147 - Corte esquemático – Lajes do pavimento tipo e brise solei

Fonte: (GALVÃO,2007))

A estrutura do Copan foi realizada em concreto armado, através de pilares, vigas e


lajes, consistindo em uma estrutura hiperestática. No âmbito do projeto estrutural,
identificam-se as seguintes especificações: 37 CA aço torcido. Atualmente, esse tipo
de aço é equivalente ao CA-25 atual, que apresenta barras lisas. O aço torcido é
composto por uma barra com duas nervuras longitudinais, as quais, por meio de
torção a frio, resultam em duas linhas espiraladas. Comercialmente, era denominado
como aço Torstahi, patenteado na Áustria (BONFIM,2019)

119
Figura 148 - Ferragens da viga de transição do edifício Copan.

Fonte: (GALVÃO,2007)

Figura 149 - Tabela de Resumo dos aços do projeto de estrutura do Copan

Fonte: (BONFIM,2019)

120
As lajes nos diferentes pavimentos são do tipo nervuradas. A seguir, é destacado um
segmento referente ao projeto de reforço na laje e nas nervuras do 33° andar, no
qual são detalhadas as dimensões e o espaçamento das nervuras, a espessura da
laje e a especificação das barras de aço (BONFIM, 2019)

Figura 150 - Detalhe da laje Nervurada

Fonte: (BONFIM, 2019)

Figura 151 - Montagem das formas das lajes curvas e escoramentos

121
Fonte: (ARQRBR,2023)

Figura 152 - Finalização do edifício e desmonte das escoras dos brises solei e bandejas

Fonte: (ARQRBR,2023)

122
O sistema de brise é concebido como uma estrutura autônoma. Para proporcionar
resistência, a abordagem escolhida envolve a interligação dos sucessivos pórticos
que compõem essa estrutura à principal (a lâmina), utilizando consoles com formato
de trapézio. Os elementos horizontais são de cor branca, enquanto os verticais
apresentam tonalidade cinza, com os elementos verticais recuados em relação aos
horizontais (OUKAWA, 2014).
Figura 153 - Corte das lajes dos apartamentos e da posição dos brises solei

Fonte: (BONFIM, 2019)

Figura 154 - Vista e corte com as alturas dos brises solei

Fonte: (GALVÃO,2007)

123
Figura 155 - Detalhe da largura e do ângulo de abertura dos brises solei

(GALVÃO,2007)

Figura 156 - Brises solei da fachada

Fonte: (ARQBR,2023)

124
Figura 157 - Entrada principal com suas lajes curvas e empena da fachada Noroeste

Fonte: Acervo do autor

125
10. RESULTADO DAS ANÁLISES

PRÉDIO DA FAU – FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DE


SÃO PAULO.

O período Brutalista em conjunto com a Arquitetura Moderna Brasileira nos oferece


diversos casos em que a harmonia entre arquitetura e estrutura resultou em obras
notáveis, explorando os limites dos materiais disponíveis e aprimorando ao máximo
as técnicas conhecidas. Esta integração pode ser verificada na obra do prédio da
FAU – USP de Vilanova Artigas. Sua formação como engenheiro-arquiteto, somada
à sua atenção às correntes artísticas e arquitetônicas, o capacitou profissionalmente,
conferindo ampla aceitação e respeito por sua obra (PASQUA, 2017).

Ao verificar essa obra, foi possível identificar, por meio de analises bibliográficas,
visitas no local e também pelos estudos realizados ao longo do curso que as
características técnicas dos elementos construtivos como pilares, lajes e vigas
através de uma estrutura hiperestática, desempenham um papel central na
concepção arquitetônica, ao mesmo tempo em que exercem funções estruturais
complexas e inovadoras para a época. A Arquitetura desempenhada por Vilanova
Artigas busca uma obra com concepções volumétricas e grandiosas, de maneira que
cria um “marco/ícone” na arquitetura da cidade de São Paulo. A utilização do
concreto armado/protendido, permite a utilização de grandes vãos, balanços e um
design brutalista para a obra. A geometria dos pilares externos em formado
piramidal, cria uma sutiliza em conjunto a brutalidade da empena das fachadas que
esconde as grandes vigas de transição. Sem contar a cobertura que é um elemento
a parte dentro da edificação, com uma estrutura em concreto no formato de grelha
que permite a estruturação completa da cobertura e ao mesmo tempo cria um
desenho único, além de permitir a passagem de luz, criando um ambiente iluminado
e mais uma vez sutil, em contraste com todo o concreto aparente dos demais
elementos. As grandes aberturas na fachada só são permitidas graças as lajes
protendidas e as vigas de transição, que possibilitam um maior espaçamento entre

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os pilares, criando desta forma dois elementos, a estrutura externa separada da
interna.

Respostas aos parâmetros e critérios de avaliação do protagonismo da estrutura na


forma arquitetônica:

• Visibilidade da Estrutura: A estrutura é visível e evidente na forma do edifício?


Sim, sua estrutura e facilmente verificada tanto nas fachadas quanto no ambiente
interno. Pode se ver claramente a estrutura da cobertura tipo gelha, dos pilares
piramidais nas fachadas, as lajes em balanços, pilares internos e externamente a
grande platibanda em concreto.

• Inovação Estrutural: A estrutura apresenta inovações ou soluções estruturais


únicas que são destaque na forma do edifício? Sim, porém é importante frisar que
existiram inovações para o período da construção, sendo que nos dias atuais, tais
técnicas já são utilizadas. Fica evidente tal inovação para a cobertura, com as
grelhas tipo claraboia e principalmente na configuração dos pilares piramidais na
fachada.

• Expressão Estética da Estrutura: A estrutura é esteticamente expressa de uma


forma que a torna um elemento central do design? Sim. A concepção de todo o
bloco externo com uma grande robustez em conjunto com a “delicadeza” dos pilares
piramidais da fachada expressa esta estética, assim como a grande cobertura tipo
grelha.

• Impacto na Espacialidade: A estrutura influencia a organização e a experiência


dos espaços internos? Sim, criando grandes espaços, como no vão central do
edifício e em todo o perímetro externo.

• Eficiência Estrutural: A eficiência estrutural é evidente na forma do edifício? Sim.


A estrutura é eficiente no ponto de vista que consegue atender a demanda para a
qual foi projetada. Exemplo da estrutura da cobertura com sua eficiência estrutural e
também lumínica, visto a incidência da iluminação natural.

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• Impacto na Funcionalidade: A estrutura influencia a funcionalidade do edifício?
Sim, ela permite que haja grandes vãos de circulação, integração entre os ambientes
e facilidade nos acessos

• Percepção Pública: Como o público percebe a estrutura? Para as pessoas que


visitam o local, a estrutura é muito bem percebida, pois está muito evidente através
da observação de seus pilares, lajes, colunas, vigas, cobertura e rampas

• Reconhecimento na Comunidade de Arquitetura: A estrutura é reconhecida e


discutida na comunidade de arquitetura? Sim. No material bibliográfico adquirido e
também nas aulas ministradas na faculdade esta edificação é muito difundida e
estudada no ambiente arquitetônico, trata-se de uma referência.

• Contribuição para a Identidade do Edifício: A estrutura contribui para a


identidade única do edifício? Sim. A concepção da edificação a tornou única devida
a forma que foi concebida em conjunto com a sua estrutura.

Diante destas análises, podemos dizer que a estrutura contribui de forma direta para
a definição da forma nesta edificação e é sim protagonista.

MASP – MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO

Ao verificar essa obra, foi possível identificar por meio de analises bibliográficas,
visitas no local e também pelos estudos realizados ao longo do curso, que a ideia
Inicial de Lina Bobardi sempre foi que a vista do Belverede fosse mantida. Diante
deste fato, seria necessário conceber uma estrutura que permitisse uma grande
abertura, de modo que pilares, não obstruíssem a vista do observador para o
“grande vale”. Para a concepção de tal estrutura, foram concebidas grandes vigas
protendidas capazes de “vencer” tamanho vão (70m). Sua estrutura isostática, com 4
grandes pilares e 2 vigas protendidas foram capazes de realizar tal feito. Outro
desafio era em relação as lajes, que precisavam atender as cargas solicitadas e aos
seus balanços, sendo a solução a utilização de lajes nervuradas. Outro ponto era

128
que as lajes deveriam ter o mínimo de interferências, já que a finalidade da
edificação seria a exposição de obras de arte. Desta maneira, pilares não eram
“bem vindos”. A solução encontrada foi a utilização de cabos atirantados na laje
superior, permitindo um grande vão, com o mínimo de interferência. Para a cobertura
se utilizou laje tipo calha de concreto armado, apoiadas nas vigas de cobertura.

Respostas aos parâmetros e critérios de avaliação do protagonismo da estrutura na


forma arquitetônica:

• Visibilidade da Estrutura: A estrutura é visível e evidente na forma do edifício?


Sim. É facilmente percebido ao longo da edificação os seus pilares e vigas, pois
além da sua robustez, eles também possuem uma cor vermelha que os evidenciam.
Assim como também a percepção das grandes lajes que compõem a edificação.

• Inovação Estrutural: A estrutura apresenta inovações ou soluções estruturais


únicas que são destaque na forma do edifício? Sim. O projeto estrutural foi uma
inovação para a época, através das vigas protendidas e também pela fixação da
primeira laje através do sistema de barras atirantadas e fixadas na viga
intermediária, proporcionando o mínimo de interferência para a exposição das obras
de arte

• Expressão Estética da Estrutura: A estrutura é esteticamente expressa de uma


forma que a torna um elemento central do design? Sim. Nesta edificação a
expressão estética é muito visível através dos grandes pilares e vigas, em conjunto
com o grande bloco central da edificação. Ela fica ainda mais evidente com a pintura
dos pilares e vigas na cor vermelha.

• Impacto na Espacialidade: A estrutura influencia a organização e a experiência


dos espaços internos? Sim. Dentro a edificação é facilmente observado os grandes
vãos internos, adquiridos através do tipo da estrutura. Porém a principal percepção
da influência da estrutura está na parte externa, onde existe um grande vão de 70
metros.

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• Eficiência Estrutural: A eficiência estrutural é evidente na forma do edifício? Sim.
A estrutura é eficiente no ponto de vista que consegue atender a demanda para a
qual foi projetada. Exemplo é o seu grande vão central. Concepção inicial do projeto.

• Impacto na Funcionalidade: A estrutura influencia a funcionalidade do edifício?


Sim. Ela permite flexibilidade nos ambientes, principalmente nas áreas de exposição.
Também permite na parte externa uma grande liberdade em relação à um ambiente
sem obstruções, livre para a realização de diversas atividades

• Percepção Pública: Como o público percebe a estrutura? Sim. A estrutura chama


muito a atenção do público que passa por ela. Com seus pilares e vigas robustas e
seu grande vão livre, ela com certeza não passa desapercebida por que a vê. Eles a
veem como uma referência para a região.

• Reconhecimento na Comunidade de Arquitetura: A estrutura é reconhecida e


discutida na comunidade de arquitetura? Sim. No material bibliográfico adquirido e
também nas aulas ministradas na faculdade esta edificação é muito difundida e
estudada no ambiente arquitetônico, trata-se de uma referência.

• Contribuição para a Identidade do Edifício: A estrutura contribui para a


identidade única do edifício? Sim. A concepção da edificação a tornou única devida
a forma que foi concebida em conjunto com a sua estrutura

Diante de todas estas análises, fica evidente que nesta edificação a estrutura tem
papel essencial na definição da forma e é protagonista, pois a ideia inicial, de manter
a vista, só foi possível graças a este tipo de estrutura. Sendo assim este tipo de
estrutura cria um marco dentro da cidade de São Paulo, pois sua forma/design é
única dentre as demais edificações ao seu redor.

HOTEL UNIQUE

“O desafio não está só nas grandes obras, mas em qualquer projeto que requeira
sensibilidade, cor e tecnologia” (OHTAKE ,2023).

130
Com base nos levantamentos bibliográficos e análise in loco, podemos definir que a
concepção inicial do Arq. Ruy Ohtake para a realização da forma de um arco
invertido para a realização do Hotel Unique, foi adquirida graças a sua estrutura em
concreto armado/metálica e lajes protendidas, o que permitiu que tal forma pudesse
ser realizada, através de uma estrutura hiperestática. Os “pilares paredes” nas duas
laterais, contribuem para a estruturação dos esforços horizontais do edifício,
tornando assim a concepção ainda mais icônica nas questões
arquitetônicas/designer do hotel. Fazendo com que o seu estilo seja único, dentre as
demais edificações da cidade. Na verdade, a maior parte da carga está concentrada
no centro da edificação, ficando uma pequena parte para as suas extremidades.
Deste modo a estrutura principal se concentra nos 8 pilares localizados na região
central, percebidos no lobby central do hotel. Os “pilares paredes” localizados nas
extremidades, servem de amarração para os esforços horizontais da edificação. Por
este motivo podem ser bem “esbeltos” em relação ao seu comprimento. A requisito
principal para esta edificação conseguir ter este formato e este tipo de estrutura se
dá, devido a sua simetria, ou seja, as cargas estão distribuídas de forma homogenia,
criando um equilíbrio.

Respostas aos parâmetros e critérios de avaliação do protagonismo da estrutura na


forma arquitetônica:

• Visibilidade da Estrutura: A estrutura é visível e evidente na forma do edifício?


Sim, principalmente nos “pilares paredes” nas extremidades da edificação e também
nas lajes curvas dá fachada. Porém os demais elementos estruturais não são
percebidos devido aos seus fechamentos laterais.

• Inovação Estrutural: A estrutura apresenta inovações ou soluções estruturais


únicas que são destaque na forma do edifício? Não. A estrutura consiste em
concreto armado, lajes protendidas e trechos de estrutura metálica. Embora a laje
seja curva e os “pilares paredes” das extremidades tenham uma concepção
arrojada, não há na sua estrutura uma inovação.

• Expressão Estética da Estrutura: A estrutura é esteticamente expressa de uma


forma que a torna um elemento central do design? Sim. A concepção estética desta

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edificação é muito visível, com suas lajes curvas, aberturas de vãos e principalmente
com seus “pilares paredes”.

• Impacto na Espacialidade: A estrutura influencia a organização e a experiência


dos espaços internos? Apenas nos quartos posicionados nas extremidades da
edificação, devido ao seu piso curvo. Nos demais ambientes internos não há esta
influência. Diferentemente na parte externa, onde este impacto da espacialidade é
percebido, ao longo da fachada e principalmente embaixo das extremidades entre as
coberturas curvas e “pilares paredes”.

• Eficiência Estrutural: A eficiência estrutural é evidente na forma do edifício? Sim.


A estrutura é eficiente no ponto de vista que consegue atender a demanda para a
qual foi projetada. Exemplo, grandes vãos curvos laterais.

• Impacto na Funcionalidade: A estrutura influencia a funcionalidade do edifício?


Não, ela não interfere/influencia na funcionalidade da edificação. A sua concepção é
muito mais estética do que funcional.

• Percepção Pública: Como o público percebe a estrutura? Sim. A estrutura chama


muito a atenção do público que transita por ela. Com seus grandes pilares laterais e
lajes curvas, ela com certeza não passa desapercebida por que a vê. Eles a veem
como uma referência arquitetônica para a região.

• Reconhecimento na Comunidade de Arquitetura: A estrutura é reconhecida e


discutida na comunidade de arquitetura? Sim. No material bibliográfico adquirido e
também nas aulas ministradas na faculdade esta edificação é muito difundida e
estudada no ambiente arquitetônico, trata-se de uma referência.

• Contribuição para a Identidade do Edifício: A estrutura contribui para a


identidade única do edifício? Sim. A concepção da edificação a tornou única devida
a forma que foi concebida em conjunto com a sua estrutura

Embora nem todas as respostas atenderam aos requisitos solicitados, podemos


dizer que diante das análises, a estrutura contribui de forma direta para a definição
da forma nesta edificação. Tornando à única na cidade de São Paulo.

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MUBE – MUSEU BRASILEIRO DE ESCULTURA E ECOLOGIA

Baseado nos estudos bibliográficos e visitas no local, fica evidente que a concepção
estrutural nasce em conjunto com a concepção arquitetônica, tornando a estrutura
parte integrante da arquitetura. Essa ligação é fundamental para o desenvolvimento
de um projeto como este, onde o conceito de monumentalidade é evidente. O
declive do terreno e a escolha de utilizar o subsolo levaram à solução das alvenarias
estruturais e dos muros de arrimo, o que permitiu grandes vãos livres nas áreas de
exposição.

Em relação a grande laje “pedra no céu”, não representou uma inovação estrutural,
uma vez que foram utilizados concretos e lajes simplesmente apoiadas em pilares.
No entanto, a dificuldade de vencer o grande vão foi superada pelo uso de laje
Vierendeel protendidas e pela criação de uma contra flecha de 15 cm, criando assim
uma estrutura isostática. Soluções eficazes também foram aplicadas para lidar com
movimentações horizontais, como o uso de peças de Neoprene, na junção dos
apoios entre a laje e os pilares parede.

Paulo Mendes da Rocha priorizou a estética e manteve sua visão inicial como foco
principal, mesmo que isso tenha envolvido uma quantidade substancial de concreto,
desafios e um longo tempo de construção.

Respostas aos parâmetros e critérios de avaliação do protagonismo da estrutura na


forma arquitetônica:

• Visibilidade da Estrutura: A estrutura é visível e evidente na forma do edifício?


Sim. Facilmente podemos identificar a laje principal com seu grande vão e seus
pilares parede de apoio, em conjunto com as demais alvenarias estruturais e muros
de arrimo.

• Inovação Estrutural: A estrutura apresenta inovações ou soluções estruturais


únicas que são destaque na forma do edifício? Não. Embora a estrutura principal
desta edificação seja a grande laje, vencendo um vão de 61 metros apoiada nos

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pilares paredes, as técnicas utilizadas de protenção e alvenaria estrutural já haviam
sido utilizadas em outras construções da época.

• Expressão Estética da Estrutura: A estrutura é esteticamente expressa de uma


forma que a torna um elemento central do design? Sim. A laje com seu grande vão,
apoiada nos pilares parede, criam um design único para esta edificação. Sugerindo
uma “flutuação” desta laje. Já nos ambientes internos, por ser uma construção
subterrânea, a estrutura não fica tão evidente, a não ser pelas lajes de cobertura
com proteção curva, criando uma concepção diferenciada.

• Impacto na Espacialidade: A estrutura influencia a organização e a experiência


dos espaços internos? Não. Nos espaços internos esta influência não ocorre, devido
a não haver esta percepção, visto que a estrutura não está evidente (a não ser pelas
lajes) devido a ser uma construção subterrânea. Já na parte externa, este impacto
da espacialidade é percebido, quando se está próximo ou embaixo da grande laje.

• Eficiência Estrutural: A eficiência estrutural é evidente na forma do edifício? Sim.


A estrutura é eficiente no ponto de vista que consegue atender a demanda para a
qual foi projetada. Exemplo, nas alvenarias estruturais, muros de arrimo e
principalmente no grande vão da laje principal.

• Impacto na Funcionalidade: A estrutura influencia a funcionalidade do edifício?


Não. A grande laje não interfere/influencia na funcionalidade da edificação. A sua
concepção é muito mais estética do que funcional.

• Percepção Pública: Como o público percebe a estrutura? Sim. o público que


frequenta o museu percebe facilmente a estrutura da laje com seu grande vão e
apoio junto aos pilares. Eles veem como uma arquitetura diferenciada e ousada. Já
esta percepção não fica tão evidente junto a estrutura subterrânea da edificação,
visto que pelo fato dela estar enterrada, há esta dificuldade.

• Reconhecimento na Comunidade de Arquitetura: A estrutura é reconhecida e


discutida na comunidade de arquitetura? Sim. No material bibliográfico adquirido e
também nas aulas ministradas na faculdade esta edificação é discutida, porém a
ênfase é sempre maior em relação a laje do que a edificação em si.

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• Contribuição para a Identidade do Edifício: A estrutura contribui para a
identidade única do edifício? Sim, porém esta identidade estrutural está vinculada a
laje e ao seu grande vão, elementos que estão muito bem marcados nesta
edificação, visto que o restante do edifício é subterrâneo.

Embora nem todas as respostas atenderam aos requisitos solicitados, podemos


dizer que diante das análises, a estrutura contribui de forma direta para a definição
da forma nesta edificação sendo protagonista, mas com uma ênfase maior na laje e
ao seu grande vão, do que no restante da edificação.

PALÁCIO DAS ARTES (OCA) – PAVILHÃO LUCAS NOGUEIRA GARCEZ

A plasticidade das formas de Niemeyer está intrinsecamente ligada à sua


abordagem geométrica. A utilização de geometrias mais simples resulta em
arquiteturas visualmente atrativas, ao passo que os espaços internos se tornam
dinâmicos e complexos (MENDES E FLORIO, 2017)

Com base nos levantamentos bibliográficos e análise in loco, é possível afirmar que
o Arq. Oscar Niemeyer conseguiu realizar a estrutura convexa, que remete ao
formato de uma OCA indígena, toda em concreto armado, através da estrutura do
tipo casca, que resistem pela forma, com forças que seguem a direção dos
meridianos. Cascas estas em nervuras arqueadas, seguindo a tangente da forma.
Em seu subsolo a construção de um anel que possui a função de cinta para suportar
as cargas do térreo. No seu interior 3 lajes apoiadas por uma estrutura
independente, através de pilares e vigas. Estrutura esta que não está vinculada a
estrutura da cúpula, fazendo com que as partes trabalhem de forma independente,
permitindo dilatações e movimentações entre elas.

A organização dinâmica do espaço guia os visitantes através da cúpula, sendo que a


principal virtude dessa configuração, determinada pela arquitetura, está em sua

135
habilidade de evitar a conformidade com um tradicional programa acadêmico para
um edifício de exposição artística com salas dispostas em linha.

Respostas aos parâmetros e critérios de avaliação do protagonismo da estrutura na


forma arquitetônica:

• Visibilidade da Estrutura: A estrutura é visível e evidente na forma do edifício?


Sim. fica evidente na estrutura tipo casca que ela por si só, já define a forma da
edificação

• Inovação Estrutural: A estrutura apresenta inovações ou soluções estruturais


únicas que são destaque na forma do edifício? Sim, este tipo de edificação, mesmo
tendo sua estrutura do tipo casca, em concreto armado, se fez necessário à criação
de um tangenciamento da curvatura, de modo que atendesse ao projeto e a criação
de uma cinta no subsolo em formato de anel, para suportar as cargas do térreo.

• Expressão Estética da Estrutura: A estrutura é esteticamente expressa de uma


forma que a torna um elemento central do design? Sim, totalmente. A estrutura tipo
casca, torna a forma única, criando um design exclusivo.

• Impacto na Espacialidade: A estrutura influencia a organização e a experiência


dos espaços internos? Sim. Devido ao seu formato convexo, foram criados espaços
internos que proporcionam grandes áreas abertas. As lajes internas, permitem uma
divisão de ambientes, influenciando diretamente na organização interna.

• Eficiência Estrutural: A eficiência estrutural é evidente na forma do edifício? Sim.


A estrutura é eficiente no ponto de vista que consegue atender a demanda para a
qual foi projetada. Exemplo, a estrutura tipo casca, permite a criação de uma
cobertura, responsável pelo fechamento da edificação, criando grandes vãos, sem
interferências internas.

• Impacto na Funcionalidade: A estrutura influencia a funcionalidade do edifício?


Sim, ela é responsável por permitir a criação de um grande vão, sem a necessidade
de pilares internos, deixando assim uma grande flexibilidade para layouts internos.

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• Percepção Pública: Como o público percebe a estrutura? Sim, a estrutura não
passa desapercebida pelos frequentadores do parque. Com seu formato convexo,
grandes janelas circulares e uma pintura branca, ela chama a atenção de todos. Ela
é percebida pelo público com uma “obra de arte” da arquitetura.

• Reconhecimento na Comunidade de Arquitetura: A estrutura é reconhecida e


discutida na comunidade de arquitetura? Sim. No material bibliográfico adquirido e
também nas aulas ministradas na faculdade esta edificação é muito difundida e
estudada no ambiente arquitetônico, trata-se de uma referência.

• Contribuição para a Identidade do Edifício: A estrutura contribui para a


identidade única do edifício? Sim, totalmente. A estrutura é a forma e identidade da
edificação

Diante de todas estas análises, fica evidente que nesta edificação a estrutura tem
papel essencial na definição da forma e é protagonista, pois na estrutura tipo casca,
a própria estrutura é a forma.

EDIFICIO COPAN – CONPANHIA PAN AMERICANA DE HOTEIS

Com base nos levantamentos bibliográficos e análises in loco, é possível afirmar que
o Arq. Oscar Niemeyer conseguiu realizar a concepção inicial relacionada a forma
curva/sinuosa do edifício Copan. Sua estrutura hiperestática em concreto armado
com pilares, lajes e vigas, permitiu que tal forma pudesse ser realizada. Podemos
dizer que este tipo de estrutura é o mais utilizado para este tipo de edificação
predial. Com suas transmissões de cargas, que coletam, transferem e distribuem o
seu próprio peso e cargas adicionais do topo até as suas fundações, sendo
distribuídas entre seus componentes construtivos, lajes, vigas, pilares e blocos de
fundações até o solo.

A forma sinuosa da edificação se deu através da confecção de formas e ferragens


nestas configurações e o seu preenchimento em concreto moldado in loco. Assim
como também os seus elementos de fachada, como os brises solei.

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Nos estudos realizados foi possível verificar que esta estrutura obteve um grande
dimensionamento relacionados aos seus elementos construtivos, devido ao seu
grande volume. Desta forma foi possível verificar por exemplo pilares com grandes
seções (mais de 2 metros de comprimento), responsáveis por suportarem as cargas
solicitadas.

A silhueta sinuosa do Copan, que desafia a rigidez dos ângulos retos no coração da
cidade de São Paulo, reflete a assinatura única de seu arquiteto. A predileção por
linhas curvas destaca-se como uma das principais características distintivas de
Niemeyer.
Respostas aos parâmetros e critérios de avaliação do protagonismo da estrutura na
forma arquitetônica:

• Visibilidade da Estrutura: A estrutura é visível e evidente na forma do edifício?


Sim. Pode se verificar facilmente a estrutura através dos grandes pilares na região
do térreo, assim como suas lajes curvas.

• Inovação Estrutural: A estrutura apresenta inovações ou soluções estruturais


únicas que são destaque na forma do edifício? Não. A concepção estrutural utilizada
foi em concreto armado moldado in loco, através da utilização de formas,
convencional a época.

• Expressão Estética da Estrutura: A estrutura é esteticamente expressa de uma


forma que a torna um elemento central do design? Sim. A forma curva do edifício,
assim como os elementos da fachada, através dos brises solei, também com sua
sinuosidade, contribuem para um design único da edificação.

• Impacto na Espacialidade: A estrutura influencia a organização e a experiência


dos espaços internos? Não. Nos espaços internos esta influência não ocorre, devido
a não haver esta percepção, visto que a estrutura não está tão evidente
internamente.

• Eficiência Estrutural: A eficiência estrutural é evidente na forma do edifício? Sim.


A estrutura é eficiente no ponto de vista que consegue atender a demanda para a
qual foi projetada. Exemplo, as lajes em formato sinuoso, que dão forma a estrutura.

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• Impacto na Funcionalidade: A estrutura influencia a funcionalidade do edifício?
Não, ela não interfere/influencia na funcionalidade da edificação. A sua concepção é
muito mais estética do que funcional.

• Percepção Pública: Como o público percebe a estrutura? Sim. A estrutura chama


muito a atenção do público que transita por ela. Com suas lajes e brises solei curvos,
ela com certeza não passa desapercebida por que a vê. Eles a veem como uma
referência arquitetônica, devido a sua forma única dentre as demais edificações.

• Reconhecimento na Comunidade de Arquitetura: A estrutura é reconhecida e


discutida na comunidade de arquitetura? Sim. No material bibliográfico adquirido e
também nas aulas ministradas na faculdade esta edificação é muito difundida e
estudada no ambiente arquitetônico, trata-se de uma referência.

• Contribuição para a Identidade do Edifício: A estrutura contribui para a


identidade única do edifício? Sim, porém esta identidade estrutural está vinculada a
sinuosidade das lajes e aos brises solei da fachada. Tendo o restante da estrutura,
como elementos convencionais.

Embora nem todas as respostas atenderam aos requisitos solicitados, podemos


dizer que diante das análises, a estrutura contribui de forma direta, e é protagonista
para a definição da forma nesta edificação. Tornando à única na cidade de São
Paulo.

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11 CONCLUSÃO

A arquitetura desempenha um papel fundamental para a sociedade, ela é


responsável por tornar real o conceito desenvolvido em um projeto que atenda às
suas necessidades de forma coesa, prática, harmoniosa e funcional, porém sem
perder a sua principal essência que é a arte, pois uma construção sem arte, é
apenas uma mera construção.

Ao logo dos anos podemos verificar como a arquitetura se desenvolveu, desde os


primórdios com as construções básicas onde o principal objetivo era se abrigar das
intempéries climáticas, desde os dias atuais, com edificações sofisticadas e cada
vem mais tecnológicas.

O arquiteto sempre esteve presente, desenvolvendo projetos que buscam atender


as necessidades dos usuários alinhando técnicas construtivas, materiais e design.

Porém para que seja possível atender a todas estas demandas, existe um item que
é essencial nos primeiros traços do projeto, já na sua concepção inicial. Item este
capaz de comprometer toda a funcionalidade, execução e também a segurança se
não for muito bem elaborado e desenvolvido pelo arquiteto em conjunto com a
engenharia, item este que é a sua estrutura.

Podemos verificar nos estudos realizados que o conceito da estrutura sempre esteve
presente nos primeiros períodos da arquitetura, quando o arquiteto era o
responsável por praticamente todas as etapas do projeto, desde o estudo inicial,
elaboração do projeto, materiais, técnicas construtivas e a sua construção. Desta
maneira o arquiteto tinha o domínio total da obra, sendo que a estrutura já era
concebida e pensada em atender ao programa de necessidades do projeto, mas
também em criar um design para tal edificação. Ao logo dos anos tais atividades
foram sendo fragmentadas, com a criação de atividades como engenharia civil,
técnicos em edificações, tecnólogos civis, designers, entre outros. Porém o Arquiteto
tem que ser o “maestro” do seu projeto/obra, tendo a noção e controle de todas as
etapas, afinal ele é o “criador da edificação”.

140
Quando se quer determinar uma forma única para uma obra, é essencial que o
arquiteto tenha conhecimento da sua estrutura, pois é ela que vai determinar a
possibilidade da utilização ou não da forma que foi elaborada. Itens como vãos
livres, apoios, geometrias, dimensionamentos de peças, alturas, entre outras, está
diretamente relacionado a estrutura.

“Entre as condições básicas que contribuem para a existência de formas materiais


como uma casa, uma máquina, uma árvore ou seres vivos, a estrutura é
fundamentalmente importante. Sem ela, as formas materiais não podem ser
preservadas, e sem a preservação das formas, o próprio destino do objetivo da
forma não pode ser concretizado. Portanto, é uma verdade que, sem estrutura
material, não se pode executar nenhum complexo animado ou inanimado” (ENGEL,
2018).

Diante de tais relatos, informações e estudos, fica evidente que a estrutura está
intrinsicamente relacionada a forma de qualquer tipo de construção e seu papel é
essencial para a sua execução, permanência e concepção.

Nos estudos e análises realizadas neste trabalho, através da coleta de dados de


cada obra sejam elas com materiais bibliográficos, visitas aos seus locais de origem
e também com os estudos realizados ao logo do curso de arquitetura juntamente
com a orientação dos professores e em conjunto com a criação do questionário
criado especificamente para este estudo, pode se avaliar que as edificações
analisadas possuem em sua estrutura um protagonismo essencial para a
realização/concepção da forma arquitetônica.

Fica evidente que em algumas obras como o MASP, OCA, FAU e HOTEL UNIQUE,
por terem na sua forma, uma concepção “diferente” dos padrões convencionais das
demais edificações na cidade de São Paulo, este protagonismo da estrutura fica
mais evidente e mais fácil de ser percebido e entendido.

Na obra do MUBE, este protagonismo da estrutura está relacionado a grande laje (


“pedra no céu” ), sendo o restante da estrutura da edificação presente no subsolo de
extrema importância para a obra, porém ela não é protagonista da forma.

141
No edifício COPAN, a estrutura é protagonista da forma, porém ela é bem sutil,
comparada as demais, pelo fato de se tratar de uma edificação predial, onde o seu
método construtivo é “muito tradicional” com lajes, vigas e pilares, pois precisam
atender ao programa de necessidades elaborado. Mesmo assim este protagonismo
aparece na definição curva das lajes e também dos brises solei.

A utilização de determinadas técnicas construtivas e seus materiais empregados


nestas obras, estão relacionados diretamente a exequibilidade destas formas,
através de suas estruturas, tornando as únicas na concepção arquitetônica na
cidade de São Paulo.

Em resposta à pergunta: “A concepção estrutural é protagonista e define a forma


arquitetônica em determinados edifícios icônicos na cidade de São Paulo – SP,
podemos dizer que diante de todas as análises realizadas, que nas 6 obras
analisadas a estrutura é sim protagonista e define a forma.

Tal estudo deixa claro que a estrutura precisa e tem que estar presente junto ao
Arquiteto, para que ele possa conceber o seu projeto da maneira que realmente foi
pensado e elaborado.

142
12.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACRÓPOLE – Disponível em http://www.acropole.fau.usp.br/edicao/191/9. Acesso


em agosto 2023

ADDIS. Bill; Edificação: 3000 Anos de Projeto, Engenharia e Construção. Tradução


Alexandre Salvaterra. Bookman, Porto Alegre, 2009.

AECWEB- disponível em- https://www.aecweb.com.br/empresa/metodo-


estruturas/27416/conteudo/grupo-metodo-e-responsavel-pela-construcao-do-hotel-
unique/7891 Acesso maio 2023

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