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UNIVERSIDADE TIRADENTES
Aracaju – SE
2014.1
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Orientador:
Aracaju – SE
2014.1
3
Aprovado em _____/_____/______
Banca examinadora
Arquiteto
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AGRADECIMENTOS
A DEUS Pai criador e poderoso, fonte de toda sabedoria e conhecimento. Sem Ele
nada poderia fazer.
Aos meus pais: Abrahão Oliveira e Nelly Oliveira, meu irmão Victor e minha
cunhada Aline, membros diretos de minha familia que tiveram toda paciencia e cuidado nos
momentos mais difíceis.
Aos professores do curso de arquitetura e urbanismo da UNIT, pela forma dedicada e
competente com que me transmitiram conhecimentos e me orientaram nos estudos e formação
acadêmica.
À minha querida orientadora, Professora Dayse Araújo Lapa Guerra, pelo cuidado,
paciencia e dedicação para caminhar comigo na elaboração deste trabalho;
Aos queridos mestres Ézio Christian Deda de Araújo e membros da banca
examinadora e tambem dedicados orientadores em todos os momentos que a eles recorri,
nesta jornada.
Ao Profesor Walter Chou, grande mestre e amigo, que nunca se furtou a me repassar
conhecimentos, orientações e disponibilização de sua vasta biblioteca técnica, que me serviu
de fonte preciosa de pesquisa.
Aos meus amigos e colegas de caminhada, aqui representados Marcos Nascimento,
pelo coleguismo, colaboração, amizade e paciencia em todos os momentos de convivência.
A todos aqueles que mesmo não estando aqui citados, fizeram ou fazem parte da
minha vida acadêmica e torcem ou contribuem para o meu progresso pessoal e profissional.
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RESUMO
RESUMO (INGLÊS)
This Final Graduation Work proposed an architectonic draft of a Cultural Centre and
cultural training from the project perspective metal structure to implant in the Industrial
district of Aracaju- SE. As the main theoretical framework to design the architectural party
used in this building, we adopted ideals of modern and contemporary architecture, to address
issues related to the implementation, the program needs and the different stages of
architectural design, we attempted to cover essential aspects for the final project respond
efficiently to the needs of a Cultural Centre. When designing a building with mixed uses that
meets from exhibitions to theater symphony orchestra concerts, not only contemplating the
cultural exposure while providing the opportunity to pass the knowledge to the public through
schools and workshops, a building that would become an architectural landmark to the city.
Keywords : Culture. Steel . Cultural Centre.
Al transit.
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LISTAS DE SIGLAS
LISTAS DE FIGURAS
LISTAS DE TABELAS
LISTAS DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................15
2. O AÇO...............................................................................................................................17
2.1. O processo siderúrgico para produção do Aço..............................................................17
2.2. Os produtos siderúrgicos................................................................................................20
2.3. Os aços estruturais.........................................................................................................20
2.4. Propriedades dos aços estruturais..................................................................................22
2.5. Perfis estruturais de aço.................................................................................................23
2.6. Estruturas mistas............................................................................................................27
3. O USO DO AÇO NA ARQUITETURA E NA CONSTRUÇÃO CIVIL.........................28
3.1. Histórico mundial...........................................................................................................28
3.2. O Aço no Brasil.............................................................................................................35
3.3. As vantagens do aço na Arquitetura..............................................................................40
3.3.1. Prevenção de patologias da estrutura de aço no projeto arquitetônico......................48
3.3.2. A corrosão..................................................................................................................49
4. ESTUDO DE CASO.........................................................................................................56
4.1. Centro Cultural e de Exposições de Nova Friburgo......................................................56
4.2. Centro Cultural São Paulo.............................................................................................62
4.2.1. A construção...............................................................................................................65
5. ANTEPROJETO DE UM CENTRO CULTURAL EM AÇO PARA ARACAJU-SE
Erro! Indicador não definido.
5.1. Conceito e Partido Arquitetônico...................................................................................66
5.2. Eixos Temáticos do projeto...........................................................................................69
5.2.1. Escola de Música Erudita/Clássica............................................................................69
5.2.2. Biblioteca interativa...................................................................................................69
5.2.3. Teatro.........................................................................................................................69
5.2.4. Culinária.....................................................................................................................69
5.2.5. Exposição...................................................................................................................70
5.3. O Terreno.......................................................................................................................70
5.3.1. Histórico do Bairro Industrial....................................................................................70
5.3.2. O local........................................................................................................................76
5.3.3. Sistema Viário............................................................................................................79
5.4. Programa da Necessidades/Pré-Dimensionamento........................................................80
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1. INTRODUÇÃO
Também foram levantados os principais edifícios que utilizaram o aço como forma
estrutural e estética no país, buscando apresentar suas vantagens e desvantagens no projeto
arquitetônico.
Foi realizada pesquisa bibliográfica enfocando o programa de necessidades de um
centro cultural, visando aproximar o anteprojeto arquitetônico a sua necessidade real. Para
isso foi visitado o Museu da Gente Sergipana além das demais casas de cultura identificadas
em Aracaju e proximidades.
Por fim foi elaborado o anteprojeto arquitetônico do Centro cultural, cuja arquitetura
contemporânea e flexível proporcionará as mais diversas atividades como cinema, teatro e
uma grande área para exposições temporárias e acervo permanente, onde o povo sergipano
terá a oportunidade difundir a sua cultura. A edificação que estará sobre pilotis, será integrada
a paisagem, causando uma perfeita união com o seu entorno, sem causar agressão ao meio em
que ela se encontra. Ideais da arquitetura moderna foram aplicados ao projeto, como como a
planta de estrutura livre e os pilotis anteriormente citados. Foram utilizados elementos da
cultura local para composição em estrutura metálica, referenciais como Santigo Calatrava que
traz da anatomia humana elementos a serem inseridos em seus projetos, o Frank Gehry que
com o projeto Museu Guggenheim, Bilbao, conseguiu transformar uma cidade pacata sem
grandes atrativos turísticos em um ponto turístico de referência para a Espanha e o mundo. O
projeto foi implantado em terreno na cidade de Aracaju, Sergipe, cumprindo todos os
parâmetros legais referentes a legislação local e NBR-9050 para acessibilidade
Esta Trabalho foi estruturado e dividido em 4 seções para melhor compreensão do
leitor. A primeira seção comtempla uma análise do aço como elemento estrutural, visando
demonstrar seu processo de fabricação, suas características, e os materiais disponíveis para o
mercado brasileiro e internacional visando o conhecimento do material para aplicação no
projeto arquitetônico.
Na segunda seção foi realizado um breve levantamento histórico sobre o uso do aço
na arquitetura. Fazendo um breve panorama sobre a evolução do mesmo dos primórdios até os
dias atuais, visando esclarecer o porquê do longo atraso na utilização destes materiais no pais.
Trazendo também esclarecimento sobre as vantagens e desvantagens do emprego deste
material desde o projeto até sua construção. Efetuou a análise das primeiras edificações
concebidas em aço no Brasil. Contando também com uma linha do tempo da evolução da
utilização do aço na arquitetura brasileira e internacional.
Na terceira seção foram elaborados os estudos de caso, afim de aprimorar o
conhecimento especifico referente a este equipamento. Mapeamento de dados referentes a
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visitação de centros de cultura na cidade através da análise de dados fornecidos pelo Instituto
Banese que administra o museu da gente sergipana.
A quarta seção é composta pela proposta do anteprojeto arquitetônico do Centro
Cultural. Diagnostico do terreno e seu entorno assim como o levantamento da legislação
vigente no local, para isso foram feitas visitas aos órgãos responsáveis como a Empresa
Municipal de Obras e Urbanização – EMURB e Secretaria Municipal do Planejamento,
Orçamento e Gestão – SEPLOG. Além de breve levantamento histórico do bairro, visando
captar peculiaridades de sua cultura a serem inseridos ao projeto. Esta seção contempla
também o pré-programa de necessidades do ante projeto e a representação e por fim a
Conclusão do Trabalho.
2. O AÇO
Ao utilizar o termo estrutura metálica, muitas vezes, o ferro e o aço são erroneamente
citados como sendo um mesmo material. É importante a distinção de ambos, pois possuem
características diferentes e são utilizados na produção de componentes estruturais com
propriedades distintas.
Atualmente, as peças estruturais mais usadas na construção civil são produzidas em
aço, com composições químicas variadas para cada especificação determinada.
Os metais ferro e aço possuem em comum duas matérias-primas básicas: o minério
de ferro e o carvão, que pode ser vegetal ou mineral. O minério de ferro é composto pelo
elemento químico ferro (Fe), que é encontrado na natureza basicamente sob a forma de óxidos
(Fe + O).
O principal objetivo na produção dos metais ferro e aço é remover o oxigênio da sua
composição. O elemento químico ferro (Fe) é extraído do minério por meio de elevadas
temperaturas, obtidas dentro de fornos especiais, que retiram o oxigênio na presença do
carvão vegetal ou mineral, este último conhecido como coque. O coque, um material rico em
carbono, é constituído pelo carvão mineral purificado através de altas temperaturas.
O carvão vegetal foi primeiramente utilizado no Brasil devido à vasta oferta da nossa
flora, mas, com o aumento da devastação e com a falta de uma política de reflorestamento,
seu uso foi limitado, acarretando o aumento do custo.
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quente, quanto a frio. O tratamento na forja aumenta a elasticidade do material, enquanto que
a fundição aumenta sua rigidez, diferenciando esses dois tipos de ferro.
Como é facilmente moldável, o ferro fundido foi utilizado durante muitos anos na
fabricação de elementos estruturais, principalmente colunas e arcos, e de decoração.
Apesar de possuir uma boa resistência à compressão, resiste somente a leves tensões
elásticas (tração), devido ao alto teor de carbono. (CASTRO, 2008, p. 7)
Aços-Carbono
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Baixo-Carbono: C ≤ 0,30%
Médio-Carbono: 0,30% < C < 0,50%
Alto-Carbono: C ≥ 0,50%
Um alto teor de carbono prejudica a soldabilidade das peças. Portanto, os aços mais
adequados à construção civil são os Baixo-Carbono, que podem ser soldados sem precauções
especiais.
Os principais aços utilizados são os ASTM-A-36 e ASTM-A-570 (especificados pela
American Society for Testing and Materials); e os NBR 6648/CG-26, NBR 7007/MR-250 e
NBR 6650/CF-26 (especificados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT),
que são produzidos pela maioria das usinas siderúrgicas brasileiras.
São aços com média e alta resistência mecânica, resistência à corrosão atmosférica e
excelente soldabilidade. O uso de aços com alta resistência mecânica proporciona uma
redução de espessura das peças estruturais, se comparado aos aços-carbono, o que implica um
menor consumo de material, sendo recomendado para a construção civil. Porém, esse tipo de
aço possui uma maior complexidade na fabricação, ocasionando custos maiores, sendo
necessário um estudo da viabilidade econômica para sua utilização.
No aço patinável, é feita a adição de pequenas quantidades de certos elementos
químicos, em especial o cobre, que cria uma barreira à corrosão do aço.
Quando expostos ao clima, ele desenvolve uma camada de óxido compacta e
aderente na sua superfície, a qual funciona como uma barreira de proteção, podendo ser
utilizado sem qualquer tipo de revestimento. Essa camada, ou pátina, somente surge após
ciclos alternados de molhamento e secagem. O tempo para o surgimento da proteção varia de
acordo com o tipo de atmosfera em que o aço está exposto, em geral de 18 meses a 3 anos.
Entretanto, após um ano, o material já apresenta uma homogênea coloração marrom clara.
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O aço patinável pode ser utilizado com ou sem revestimento de proteção. A escolha
do modo como deve ser usado é baseada no tipo de atmosfera onde será implantado, que é
classificada em urbana, industrial, rural e marinha. Aconselha-se o uso de revestimento
quando as condições climáticas ou de utilização da estrutura não permitirem a formação da
pátina. Em regiões submersas ou sujeitas a respingos, onde não ocorram os ciclos de
molhamento e secagem, em ambientes industriais agressivos e à distância de até 600m da orla
marítima, é ideal o uso do revestimento de proteção.
Já os perfis soldados são obtidos pelo corte, composição e soldagem das chapas
planas de aço, o que possibilita uma grande variedade de formas e dimensões. Como foi
exposto anteriormente, os perfis para uso estrutural não devem ser provenientes de chapas na
forma de bobina, pois pode haver deformação quando aquecidas pela solda. Dessa forma,
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apenas chapas denominadas grossas devem ser utilizadas, gerando perfis mais pesados que os
perfis laminados.
Esse tipo de perfil possui uma vantagem sobre o perfil laminado, porque para ele não
há limites de altura, já que o segundo fica restrito à capacidade da linha de produção de cada
fabricante.
A fabricação dos perfis soldados pode ser “artesanal” ou completamente industrial.
Os fabricantes de estruturas possuem uma gama de perfis com dimensões padronizadas. No
entanto, perfis especiais com conformações diversas podem ser encomendados e produzidos
com facilidade.
Os perfis podem ser também eletrossoldados, o que consiste em um processo
industrial em que a soldagem é feita por resistência elétrica, conhecida como eletrofusão, na
qual não há a deposição de outros materiais, como na solda comum.
A produção de perfis pode ser feita, ainda, pelo dobramento a frio de chapas de aço.
Esse tipo de fabricação também possibilita a criação de formas e dimensões diferenciadas,
além das padronizadas, guardadas as limitações dimensionais de suas linhas de produção
(Ilustração 4 - Perfis formados a frio (dobrados)
Como são utilizadas chapas mais finas em sua produção, esses perfis são indicados
para construções mais leves, sendo usados, principalmente, como barras de treliças, terças,
etc.
Esses perfis formados a frio são também utilizados para a construção dos painéis
estruturais do sistema construtivo steel-frame. Os perfis, no caso galvanizados, compõem
guias e montantes de vedações, lajes e cobertura, e são projetados para a absorção de cargas.
Os fechamentos podem ser feitos com diversos materiais, como gesso acartonado, placa
cimentícia, painéis OSB (Placas de Partículas Orientadas), etc.
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Os perfis também podem ser tubulares, e, a partir da secção circular prensada, pode-
se produzir formas quadradas e retangulares (Ilustração 5). Esse tipo de perfil pode possuir
costura, sendo produzido por soldagem, ou sem costura, fabricado diretamente da laminação a
quente de barras de aço maciças. O primeiro possui uma limitação quanto ao seu
comprimento, devido ao tamanho da chapa; o segundo pode ser laminado em qualquer
comprimento.
Os perfis tubulares de médio e grande porte são muito utilizados como pilares, pois,
devido a sua geometria, seja ela circular, quadrada ou retangular, apresentam alta resistência a
flambagem.
Já os perfis de menores diâmetros são usados na fabricação de treliças planas e
espaciais. Além disso, juntamente com o uso de chapas, é possível a composição de perfis,
sendo utilizados como vigas e pilares (Ilustração 6).
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Não há como precisar a origem do ferro, há quem diga que foi de forma ocasional,
um minério acidentalmente foi fundido em uma fogueira. O vestígio mais remoto deste metal
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Em meados do século XVIII segundo diz Benévolo (1996) a ideia da primeira ponte
de ferro foi construída entre 1777 a 1779, sobre o rio Severn, próximo a cidade de
Coalbrookdale. Pensada pelo arquiteto T.F. Richard, de Shrewsbury, contava com um arco
pleno e um vão de 100 pés ou cerca de 31 metros, através de um sistema de dois semiarcos
fundidos. (Ilustração 9)
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Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Bridge#mediaviewer/File:Ironbridge_6.jpg
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Crystal_Palace
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Fonte:
http://coveredstreet.wordpress.com/2010/05/23/gal
erie-des-machines-paris/
Fonte:
http://coveredstreet.wordpress.com/2010/05/23/gal
erie-des-machines-paris/
Como bem sintetiza Castro (2008, p 24), A partir deste momento, todas as
exposições que viriam a seguir tornaram-se um importante evento para a apresentação do
potencial da industrialização da construção, tanto do ponto de vista da arquitetura, quanto dos
sistemas estruturais. Os edifícios construídos com a estrutura metálica representavam a lógica
industrial da época. Compostos com peças pré-fabricadas, eles eram montados nos canteiros
de obra como “jogos de armar”.
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Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Home_Insurance_Building
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O aço já não precisava provar sua eficiência, ele havia alcançado o seu lugar como o
material ideal para ser utilizado na construção civil, sua versatilidade e praticidade na
construção, o levaram ao mundo, e no final do século ele já dominava as construções dos
grandes edifícios de Nova York, que passou a ser a principal cidade na construção dos
edifícios Altos.
Um verdadeiro renascimento do uso de estruturas metálicas ocorreu no século XX,
em meados dos anos 70, com o Centro Pompidou, em Paris (Ilustração 14), de Renzo Piano e
Richard Rogers. Estes desenvolveram obras de alta precisão e tecnologia, tendo essa sua obra
como um manifesto que difundiu novamente o emprego do aço aparente na arquitetura.
Ilustração 14 – Centro George Pompidou, França, 1977, Autoria – Renzo piano e Richard Rogers
Fonte: www.laparola.com.br
Dessa forma, abriu-se caminho para novos usos e pesquisas formais na área,
atingindo-se a maturidade em várias obras, citando-se como exemplo o projeto do City Hall
de Londres, Reino Unido do arquiteto Norman Foster (Ilustração 15), que nos apresenta com
destreza um novo cenário de possibilidades na utilização do aço na arquitetura. Não só num
plano ortogonal, como também a arquitetura de linhas orgânicas, contemporânea.
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Ilustração 15 - City Hall, Londres, Reino Unido, 2002 – Autoria – Norman Foster
Fonte: http://abduzeedo.com/node/19061
Devido a esses fatores, o ferro produzido no país não conseguiu competir com o
material que era importado da Inglaterra. A transferência da corte portuguesa para o Brasil
intensificou o comércio com a Inglaterra, através de diversos tratados assinados por Portugal.
Isso também contribuiu para que a concorrência com os produtos ingleses impedisse o
desenvolvimento da metalurgia no país. O Brasil passou, então, a receber objetos “modernos”,
fruto de uma tecnologia de ponta para a época, sem passar por um processo de
industrialização. A arquitetura de ferro existente no país evidencia essa incongruência.
O ferro importado pelo país vinha em forma de produtos acabados, como grades,
guarda-corpos, máquinas industriais e agrícolas. A importação contribuiu para o
desenvolvimento das ferrovias e, como na Europa, foram construídas várias estações e
edifícios de apoio com a estrutura em ferro fundido.
A partir da segunda metade do século XIX, a burguesia emergente, enriquecida pelo
cultivo do café (na região sudeste) e da borracha (na região norte) e pelo desenvolvimento do
comércio, voltava-se para o consumo dos produtos europeus. Edifícios inteiros são
comprados, desde teatros, mercados até estações ferroviárias.
Nesse período, a região amazônica era a única produtora de borracha do mundo, o
que promoveu um rápido enriquecimento de seus exploradores, fazendo com que Belém, a
maior cidade dessa área, fosse um dos centros urbanos brasileiros que mais importou edifícios
de ferro da Europa. Pode-se citar como exemplo dessa arquitetura, ainda presente na cidade, o
Mercado do Ver-o-peso (Ilustração 16) e o antigo Mercado Municipal, atualmente o Mercado
de Carne (Ilustração 19).
Desta forma, a arquitetura metálica no país se inicia através da importação de
estruturas, principalmente em ferro fundido, de países europeus. Essa arquitetura marcou uma
época e muitos exemplares ainda podem ser vistos em algumas cidades brasileiras: o Teatro
José de Alencar, em Fortaleza, (Ilustração 17), o Mercado Municipal de Manaus, o Palácio de
Cristal em Petrópolis (Ilustração 18), etc.
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São Paulo também foi uma das cidades que mais importou edifícios europeus. Um
exemplo ainda existente é a Estação da Luz (Ilustração 20), que adotou um partido semelhante
às estações londrinas. Sua construção é atribuída a várias empresas, e a estrutura de ferro não
dispensa acréscimos decorativos muito utilizados na época.
Não era fácil produzir o aço no Brasil, pois haviam muitas dificuldades tecnológicas
para colocar os produtos no mercado. Somente em julho de 1938, ocorreu a primeira corrida
do aço.
Em 1942, é criada a Usina da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em Volta Redonda,
no Estado do Rio de Janeiro, e a Companhia Vale do Rio Doce, para exploração do minério de ferro.
Os primeiros edifícios projetados e construídos totalmente em aço, são datados de
1953 em diante, quando foi criada a Fábrica de estruturas metálicas – FEM, com isso foi
treinada mão de obra qualificada para tal, possibilitando o uso em grande escala do material
no pais. O primeiro edifício em estrutura de aço no Brasil foi o Edifício Garagem América –
São Paulo, de 16 andares, em 1957. (Ilustração 21) A partir de então, os projetistas brasileiros
passam a implementar em seus projetos o uso do aço, com um atraso cronológico de
aproximadamente 70 anos em relação a américa do norte e Europa.
Somente nos anos 80, a siderurgia do Brasil atinge um patamar de excelência, com
produtos que possuem certificados de qualidade exigidos mundialmente.
Nesse período também, o emprego do aço como expressão arquitetônica passa a ser
significativo, quando a estrutura começa a surgir nas fachadas das edificações e a fazer parte
da arquitetura. Aos poucos, os arquitetos passam a trabalhar essa estrutura como parte
integrante da composição e da concepção de seus projetos (Ilustração 22 e 23).
estruturas; é preciso levar em consideração a influência que um tipo de estrutura terá sobre
todo o andamento do projeto e da obra.
Segundo bem esclarece Castro, a estrutura de aço possui particularidades que devem
ser conhecidas desde a concepção formal do projeto. Podem-se citar algumas características
que influenciam a escolha desse processo construtivo:
Possibilidade de vencer grandes vãos, com peças mais leves, portanto, mais
esbeltas;
Dimensões menores de vigas e pilares (a resistência é obtida através da
variação de espessura das chapas), acarretando um maior aproveitamento dos
espaços;
Alívio das cargas nas fundações, ideais para determinados tipos de terrenos;
Construção por montagem, industrializada, o que exige uma maior precisão no
projeto e maior rapidez e racionalização da execução.
Ilustração 25 - Edifício 30St. Mary Axe, Londres, Ilustração 26 - Edifício 30St. Mary Axe, Londres,
Autoria – Norman Foster Autoria – Norman Foster
Ilustração 27 - Construção Edifício 30St. Mary Axe, Londres, Autoria – Norman Foster
Fonte: http://www.viewpictures.co.uk
45
Fonte: http://www.arch.mcgill.ca/prof/sijpkes/abc-
structures-2005/Lectures-2005/lecture-9/bilbao-
constructionA.jpeg
Fonte:
http://eliinbar.files.wordpress.com/2011/12/scan_d
oc0026.jpg
Fonte: http://guggenheim-bilbao.es/
A estrutura metálica pode ser utilizada em quase todos os tipos de construções civis
sendo aplicado a edifícios escritoriais, residenciais, mistos, comerciais, escolas dentre outros
47
mais. O projeto com estrutura em aço pode trazer muitas vantagens como a alta resistência do
aço em comparação com outros materiais, por ele ser um material homogêneo de produção
controlada, suas estruturas são produzidas em fabricas por processos industrializados seriados,
cujo efeito de escala favorece a menores prazos e menores custos, os elementos das estruturas
metálicas podem ser desmontadas e substituídos com facilidade e permitem também reforço
quando necessário, a possibilidade de reaproveitamento do material que não seja mais
necessário à construção além do menor prazo de execução se comparado com outros
materiais.
Com as vantagens acima descritas, se faz necessária a criação de um novo processo
construtivo que tem como principais vantagens:
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-Z8fNfUsAv8w/UGorDOBLFNI/AAAAAAAAAUI/2SZpfk4AtkE/s1600/
Gare_do_Oriente.jpg
Fonte: http://arcoweb.com.br/finestra/tecnologia/gmp--grupo-stadia-arena-da-amazonia-manaus
Assim como qualquer outro material o Aço tem a necessidade de cuidados para a
prevenção de possíveis patologias, para evitá-las se faz necessário conhecer um pouco mais
do que elas são e as principais maneiras de combatê-las. As patologias não surgem devido a
fatores isolados; elas têm origem a partir de um conjunto de variáveis que podem ser
classificadas de acordo com o processo patológico, com os sintomas, com o período do ciclo
de vida da edificação em que ocorreram, e com seus agentes causadores.
Com o desenvolvimento da tecnologia da construção em aço, surge a preocupação
com as patologias oriundas desse tipo de material e com as medidas de prevenção que devem
ser tomadas.
Segundo Pravia e Betinelli (2003), as patologias mais comuns em estruturas de aço
são:
Corrosão;
Deformações excessivas;
Flambagem local ou global;
50
3.3.2. A corrosão
O homem utiliza energia para transformar materiais presentes na natureza em
produtos industrializados. Já a natureza, através das ações do intemperismo, tem a tendência
de fazer com que eles retornem ao estado original.
No caso dos metais, que são encontrados na natureza na forma de minério (óxidos e
sais) e necessitam de grande quantidade de energia para sua obtenção, a corrosão é o processo
inverso, surgido a partir da ação de determinados agentes naturais.
A corrosão (oxidação) é um processo espontâneo e contínuo, podendo ser entendido
como inverso ao da metalurgia (redução). O oxigênio, retirado do minério de ferro durante o
processo de produção do ferro e do aço, tende a voltar a se combinar novamente com estes,
retornando à forma de óxido de ferro.
51
[...] o anodo, o catodo e uma solução eletricamente condutora. O anodo (-) é o local
onde o metal é corroído, a solução eletricamente condutora é o meio corrosivo, e o
catodo (+) é a parte da mesma superfície metálica (ou outro metal em contato com
ela) que constitui o outro eletrodo da cela, e não é consumido pela corrosão.
(CASTRO apud PANNONI,2002)
Cuidar para que os acessos sejam facilitados e os espaços, os mais amplos possíveis,
para propiciar adequada manutenção;
Evitar juntas sobrepostas de metais diferentes, prevenindo contra a corrosão
galvânica. Pode-se evitá-la, também, com a colocação de um isolante elétrico, não poroso,
entre os dois metais;
Evitar que peças fiquem semi-enterradas ou semi-submersas.
Na utilização de aços com maior resistência à corrosão, no caso, os aços
Patináveis algumas precauções e limitações devem ser observadas:
Evitar contato com superfícies que absorvam água;
Evitar condições de umedecimento prolongadas. Sob condições de contínuo
molhamento, determinadas por secagens insatisfatórias, a formação da pátina fica
prejudicada;
Evitar utilizar esse tipo de aço imerso na água, enterrados no solo e cobertos
por vegetação sem proteção;
Evitar contato com metais diferentes, prevenindo contra corrosão galvânica,
assim como executar a solda com composição química compatível com o aço
patinável;
Em ambientes agressivos, como industriais e marinhos, o aço patinável deve
receber uma proteção extra.
Outro método para a proteção contra corrosão é a pintura, que constitui o principal
meio de proteção das estruturas metálicas e um dos mais utilizados.
É sempre importante lembrar que, antes da aplicação dos diversos tipos de tintas
protetoras, a superfície da peça deve ser limpa e preparada.
Como diz Castro na fabricação do aço a elevadas temperaturas, é formada uma
camada de óxidos em sua superfície chamada carepa. Esta, diferentemente do que se imagina,
não protege o aço da corrosão, pois possui um coeficiente de dilatação diferente do aço,
podendo gerar fissuras que facilitam a entrada de eletrólitos. Portanto, ela precisa ser
removida antes da pintura, pois, uma vez fissurada, reterá os constituintes necessários ao
processo corrosivo.
A limpeza do aço pode ser manual ou mecânica. Esta última, além da limpeza,
confere rugosidade à superfície, facilitando a fixação do revestimento.
56
4. ESTUDO DE CASO
Fonte: www.archdaily.com.br
Fonte: www.archdaily.com.br
Dessa forma, o programa foi organizado num volume único que abriga as principais
atividades culturais no nível do chão. Propõe-se a flexibilização dos ambientes internos do
pavilhão de forma que possa ter várias configurações. Para isso, foram desenhados auditório e
salas de reunião que permitem o recolhimento das paredes e, consequentemente, o aumento
significativo das áreas expositivas.
Além dessa maximização interna do nível térreo foram propostas, junto à fachada
norte, portas pivotantes, que permitem integrar espaços internos e externos, conectando a
praça de eventos externa aos ambientes cobertos do pavilhão cultural. O piso da praça é
composto de módulos pré-fabricados de material cimentício granulado e permeável à água.
60
Fonte: www.archidaily.com
Fonte: www.archidaily.com
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Esse trecho do edifício constitui-se de três pavimentos, sendo que os dois superiores
abrigam a praça de alimentação e um restaurante, podendo assim atender também a eventos
no espaço expositivo principal. Dos pisos superiores é possível usufruir das visuais generosas
da região serrana em direção ao leste da gleba.
Fonte: www.archidaily.com
62
Fonte: www.archidaily.com
Como referência pode-se citar também o centro Cultural São Paulo que foi
concebido inicialmente para abrigar uma extensão da Biblioteca Mário de Andrade, o Centro
Cultural São Paulo acabou sofrendo, no decorrer de suas obras, uma série de adaptações para
se transformar em um dos primeiros espaços culturais multidisciplinares do país. Inaugurado
em 1982, oferece espetáculos de teatro, dança e música, mostras de artes visuais, projeções de
cinema e vídeo, oficinas, debates e cursos, além de manter sob sua guarda expressivos acervos
da cidade de São Paulo: a Pinacoteca Municipal, a Discoteca Oneyda Alvarenga, a coleção da
Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade, o Arquivo Multimeios e um conjunto
de bibliotecas.
A construção completa do edifício, conforme prevista em seu projeto original, nunca
chegou a ser concluída. A despeito disso, o CCSP firmou-se como um polo de apoio às
produções experimentais, um ponto de encontro de artistas, um lugar de convivência que
assumiu a feição de extensão da casa das pessoas.
Ilustração 43 – Fachada - Centro Cultural São Paulo – Autoria - Eurico Prado Lopes
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/56/CCSP_05.JPG
64
Ilustração 44 – Vista Interna - Centro Cultural São Paulo – Autoria - Eurico Prado Lopes
Fonte: www.centrocultural.sp.gov.br
A ideia do grupo era construir uma biblioteca moderna em que o leitor tivesse livre
acesso ao material, de forma que o objetivo não seria mais guardar a informação e sim
escancará-la para o público. O arquiteto Eurico Prado Lopes venceu a concorrência aberta em
1976, e as obras tiveram início em 1978. (Ilustração 45)
Espaço público de cultura e convívio, o Centro Cultural São Paulo (da Secretaria
Municipal de Cultura) recebe o público em quatro pavimentos de uma área de 46.500 m²
localizada entre as ruas Vergueiro e a 23 de maio, e entre as estações Vergueiro e Paraíso do
metrô.
65
Ilustração 45 - Construção Centro Cultural São Paulo – Autoria - Eurico Prado Lopes
4.2.1. A construção
O Centro Cultural São Paulo começou a ser construído nos últimos anos da ditadura
no Brasil. A proposta de valorizar o aspecto multidisciplinar dos espaços e evitar a
compartimentação foi alvo de muitas polêmicas. Nas palavras do arquiteto Luiz Telles:
"Ficávamos de prontidão, para ver com o que iam implicar. Não que fôssemos subversivos, os
outros é que eram retrógrados".
O projeto foi amplamente discutido na mídia, pois, além de apresentar conceitos
inéditos como integração e multidisciplinaridade, sua construção contou com alguns
problemas de ordem técnica, já que apresentava muitas inovações arquitetônicas. Pesquisas e
experimentações tiveram que ser realizadas antes que se pudesse chegar ao produto final. Para
viabilizar as formas arrojadas pretendidas pelos arquitetos, utilizou-se os mais variados
materiais, como vidro, aço, concreto, acrílico, tijolo e tecido.
As estruturas mistas previstas no projeto fizeram com que conceitos tradicionais de
execução tivessem que ser modificados, dando lugar a novas técnicas muito específicas, em
um processo que beirou o artesanal. Durante a construção do prédio, Emilie Chamie, esposa
do então secretário de cultura, Mário Chamie, criou o logotipo da instituição. O desenho é a
representação de uma junção de curvas e foi pensado, segundo sua criadora, a partir das
estruturas do prédio.
Os modelos acima mencionados tem grande importância cultural para as cidades nas
quais estão implantados. O primeiro trata-se de um centro de cultura atual adequado aos
moldes de uma sociedade contemporânea que almeja por mudanças, pelo conhecimento e pela
cultura, ele traz uma obra modular, com técnicas construtivas avançadas faz com que a
arquitetura ganhe em velocidade e praticidade, contendo um pavilhão para exposições
temporárias que incentivam artistas locais a que a partir de então, terão seu lugar reservado
para passar para frente aquilo que eles tem de melhor.
Encontramos neste projeto um equipamento que supre a demanda da população
local, no entanto por se tratar de um projeto atual, utilizando-se de novos matérias e técnicas,
deveriam trazido um pouco da identidade cultural daquela região para o projeto, criando uma
aproximação ainda maior com a população a quem se destina. Um centro cultural não deve
ser um simples equipamento público ou privado, deve ser um instrumento de incentivo e de
transformação cultural.
No segunda exemplo traz-se um dos marcos culturais para a cidade de São Paulo, um
equipamento que teve sua concepção aprimorada ao longo do tempo, foi pioneiro, pois num
momento em que existiam bibliotecas, museus, galerias de exposição como elementos
67
separados, ele se transformou numa proposta mista que une várias manifestações artísticas em
um só lugar. Um ponto de encontro para os seguidores da cultura, uma edificação de um
tempo onde o concreto armado do modernismo ainda era largamente utilizado, trouxe uma
proposta de edifico mista entre o concreto e o aço em parte de sua cobertura e estrutura,
trazendo inovação há um custo alto devido à falta de técnica disponível para tal momento.
Analisando-o percebe-se que este é um ótimo exemplo de sucesso. Pois o lucro cultural obtido
pela população não é material, não tem valor estimado, é algo que será levado e passado por
toda a vida e por várias gerações.
Fonte:
Fonte:
http://msalx.casa.abril.com.br/2012/03/02/1501/cc
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/common
605-secoes44-1-02.jpeg?1380562671
s/0/09/Palacio_Olimpio_Campos.JPG
NUMERO DE VISITANTES
100,000
90,000
80,000
70,000
60,000
50,000
40,000
30,000
20,000
10,000
0
2011-2012 2013 2014 (JAN-SET)
AGENDAMENTO
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
2012 2013 2014 (JAN-SET)
Estes dados apenas confirmam o sucesso dos centros culturais, a população tem dado
resposta a estes incentivos. Para isto foi criada a proposta de um novo centro cultural para
cidade cujo projeto visa criar um ambiente agradável para a população, com caráter cultural,
além de englobar atividades diversas, se utilizando de uma arquitetura contemporânea,
desenvolvida para ser construída em aço.
Este projeto tem como objetivo incentiva a aproximação do cidadão aracajuano a sua
cultura. O projeto contempla um centro de formação cultural, que conta com escola de
música, oficinas de teatro, dança e cinema. Divergindo da maioria dos centros culturais
existentes, este cederá espaço para os artistas de menor visibilidade, que não possuem um
espaço para expor seus trabalhos, sejam eles escultores, pintores ou até mesmo aspirantes a
cineastas.
Planejar, promover, incentivar e documentar as criações culturais e artísticas; reunir e
organizar uma infraestrutura de informações sobre o conhecimento humano; desenvolver
pesquisas sobre a cultura e a arte sergipanas, fornecendo subsídios para as suas atividades;
incentivar a participação da comunidade, com o objetivo de desenvolver a capacidade criativa
de seus membros, permitindo a estes o acesso simultâneo a diferentes formas de cultura; e
oferecer condições para estudo e pesquisa, nos campos do saber e da cultura, como apoio à
70
A Escola de música é o local que irá dar vida ao centro cultural, nela a população
terá a possibilidade de aprender musica gratuitamente, contando com salas acusticamente
preparadas para os instrumentos musicais está escola funcionará no horário noturno, dando
vida ao centro cultural neste turno. A escola de música contara também com o teatro para suas
apresentações, um espaço que possibilitará aos alunos a possibilidade de acontecerem
consertos, abrindo a possibilidade de receber eventos relacionados a música.
5.2.3. Teatro
5.2.4. Culinária
71
Uma das peculiaridades da cultura sergipana é a sua culinária, rica e com uma gama
de sabores variada. Como não poderia ser diferente, a culinária terá seu espaço reservado,
neste projeto.
5.2.5. Exposição
5.3. O Terreno
5.3.1. Histórico do Bairro Industrial
O terreno proposto para o Centro cultural se encontra no bairro Industrial, o bairro
que fica localizado na zona norte da cidade e ocupa uma área de 159 ha, correspondente a
1,9% da área urbana de Aracaju. Limita-se ao norte com o Bairro Porto Dantas (Ruas “E” e
Fortaleza e Av. Euclides Figueiredo); ao sul com Centro (Av. Coelho e Campos); ao leste
com o Rio Sergipe e a oeste com o Santo Antônio (Av. João Ribeiro e Rua Ponto Novo,
Muribeca e São João). Ver (Ilustração 48)
72
Atualmente, o bairro conta com 4.170 imóveis, sendo 3.615 residenciais, 233
comerciais,17 industriais, 17 de serviços públicos e 29 destinados a outros usos, além de 500
barracos da favela de São Sebastião. Os terrenos vazios, num total de 259 lotes, ocupam
199.637 metros quadrados estão localizados, principalmente, na parte norte do Bairro.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE no censo de
2010, o bairro conta com uma densidade domiciliar de 4 pessoas, o Bairro tem uma população
75
estimada em 16.460 habitantes na qual predomina a classe de renda baixa com rendimento
familiar de 1 a 4,9 salários mínimos com 1 a 3 pessoas contribuindo para a formação da renda.
Os Funcionários Públicos, comerciários e industriários são as classes profissionais
que apareceram com maior frequência.
diz respeito ao lazer, o Industrial é privilegiado pela proximidade do Parque Rollemberg Leite
(Parque da Cidade) que oferece várias opções de diversão, além de praças e do campo de
futebol da Associação Desportiva Confiança.
Os equipamentos de infraestrutura do bairro são precários. Ainda é grande o número
de ruas sem pavimentação, a drenagem é dificultada pelas condições naturais, a coleta de lixo
é bastante ineficiente e não existe o serviço varrição das ruas. No período das chuvas algumas
vias públicas ficam praticamente intransitáveis. O acumulo de lixo é grande nos terrenos
baldios e, mesmo nas ruas, vez que a coleta não é feita com regularidade.
Já se verifica no Bairro um processo de favelamento, embora tenha se tentado retirar
as populações carentes de algumas áreas como Prainha, Curitiba e Aracajuzinho, mas a
construção de casas e a remoção da população para outras áreas são insuficientes para
resolver o estado de miséria em que se encontra grande parte da população.
Após a implantação a ponte Construtor João Alves filho,2006, que liga o Município
de Aracaju a Barra dos Coqueiros, houveram algumas transformações na região,
principalmente no tocante a especulação imobiliária nas margens dos dois municípios. Não
existem grandes avanços estruturais, além do fato da ponte ligar municípios do norte do
estado a cidade de Aracaju. O maior beneficiário da implantação deste equipamento foi o
município da barra dos coqueiros, com a implantação de vários empreendimentos
imobiliários, que futuramente trarão ainda mais fluxo de visitantes ao centro cultural.
Outro acontecimento relevante foi a urbanização da Orlinha do Bairro industrial em
2003, quando a Empresa Municipal de Obras e Urbanização – EMURB decidiu efetuar uma
obra com intuito de transformar o local em mais um destino turístico da capital, com o
diferencial de estar localizada num bairro da zona norte da cidade. Para isso foi construída
uma ponte que ligou a avenida Otoniel Dória com a avenida General Calazans, onde foi
construída a orlinha do bairro Industrial. O que possibilita o acesso direto ao local de quem
trafega no sentido centro da cidade, bairro Industrial. (Ilustração 50)
77
Fonte: http://www.aracajuconvention.com.br/
No ano de 2014 foram aprovadas pelo governo Estadual as obras da segunda etapa
da Orlinha. Proporcionando mais um ponto de encontro para os turistas e os moradores da
cidade. Apesar dos avanços aqui apresentado, percebe-se a necessidade de infraestrutura,
equipamentos públicos, educação e principalmente de cultura.
5.3.2. O local
O terreno conta com uma Área aproximada de 11113.57 m², contando com uma paisagem
notável de grande importância o Rio Sergipe, além da vista para a belíssima ponte e para a
ponte Construtor João Alves filho, atualmente o terreno tem sido subutilizado, muitas vezes servindo
de estacionamento para ônibus urbano e segundo relatos no local também servindo de campo de
futebol. Esta área se adequa perfeitamente ao programa proposto. Contribuindo para que o Centro
cultural se torne um marco para a cidade.
Localizado entre as avenidas Ivo do Prado, General Calazans, Simeão sobral e Antônio Cabral
o terreno está bem atendido em termos de acesso, pois ainda conta com um terminal de
ônibus.
Fonte: Googlemaps
O terreno estará servido de uma infraestrutura urbana bem longe do ideal, mas já
contará com equipamentos urbanos essenciais para o funcionamento do centro cultural.
Depósito 40
Pavilhão de exposições temporárias 700
Acervo permanente 350
Exposições Biblioteca interativa 60
W.C. (Masculino) 16
W.C. (Feminino) 16
Sala de piano 50
Sala de percussão 50
Sala de instrumentos de sopro 50
Sala de cordas 50
Sala de sopro 50
Sala de metais 50
Sala de madeiras 50
Escola de Música/ Dança,
Sala de canto 50
teatro e cinema
Sala para oficina de teatro 60
Sala para oficina de dança 120
Estúdio para oficina de audiovisual 60
Sala de informática/edição de vídeo 60
Depósito para instrumentos 60
W.C. (Masculino) 16
W.C. (Feminino) 16
Recepção 15
Sala dos professores 50
Secretaria escolar 15
Direção geral 50
Administrativa 100
Gerências
Pedagógica 100
Administrativo
Sala dos técnicos administrativos 20
Almoxarifado 12
Arquivo Geral 12
Sala de reuniões 20
W.C. (Masculino) 16
W.C. (Feminino) 16
Acesso Veículos 20
Guarita interna 12
Vestiário de funcionários (Masculino) 10
Vestiário de funcionários (Feminino) 10
Copa 10
Gerador 15
Área de manutenção 15
Serviço
Almoxarifado 15
Casa de Lixo 20
Cozinha 50
Refeitório 80
W.C. (Masculino) 16
W.C. (Feminino) 16
Reserva Técnica 25
Culinária Café típico Depósito 10
83
Cozinha 20
Área de Mesas 60
Área 4443
+ acréscimo de 30% (paredes e circulação) 5775,9
Todo o Centro irá obedecer a norma NBR 9050 que determina os parâmetros para
acessibilidade.
84
aproveitando a declividade natural do terreno, deste modo teria sua entrada elevada em
relação ao nível do passeio, facilitando o seu acesso. (Ilustração 59, 60 e 61)
Para uma melhor compreensão da forma, foi elaborado um estudo de volumetria, que
tive a finalidade de verificar se a proposta se encontrava sintonia entre seus elementos.
(Ilustração 62, 62)
Nesta proposta a secção dos elementos e a consequente repetição dos mesmos foram
o ponto de partida, no entanto não pode atingir o resultado desejado, com isso novos estudos
foram feitos afim de encontrar a forma ideal para a edificação. (Ilustração 64)
89
Subsolo: Este nível conta com a sala de ensaios para o teatro, contando com área da
caixa do palco, contribuído para melhor qualidade técnica das apresentações, além de
contemplar o acesso ao fosso da orquestra, para o funcionamento dos mesmo foram
dispostos dois elevadores de serviço e escada corta fogo.
Térreo: É o grande responsável pela acesso do público as atividades do centro
cultural, nele estão a torre de acesso, que conta com recepção, bilheteria, guarda
volumes, dois elevadores panorâmicos com capacidade para 10 pessoas cada, além
de duas escadas centrais que levarão até o próximo pavimento. Aqui estão
implantados equipamentos de grande relevância para o projeto, tais como o teatro
com capacidade para aproximadamente 600 espectadores, o palco foi projetado para
estar ao mesmo nível do acesso principal, fazendo com que o cadeirante tenha livre
acesso ao palco sem a necessidade de rampas.
Fonte: Autoria
Com camarins, coxia e acesso do público ao plateia e aos níveis da galeria e aos
camarotes que contam com escada e dois elevadores, o pavilhão de exposições
95
Fonte: Autoria
96
pouco da vida noturna que havia na região. Nele também estão alocadas a sala do
diretor geral e as salas de reunião.
Ilustração 71 - Antigo Ponto Chic - Atual Delegacia Estadual do Ministério do Trabalho - Edifício Leal.
Isso permitirá que o edifício tenha uma fachada belíssima e uma iluminação natural
em toda sua extensão, graças à área envidraçada. “O Pilkington Solar-E™ é um vidro
pirolítico com camada metálica de baixa emissividade. Este processo de produção,
on –line, torna a camada metálica mais resistente, pois a mesma é depositada no
vidro ainda na linha de produção do float; e, em consequência da baixa emissividade
e da reduzida entrada de calor, o vidro apresenta boa performance térmica, o que
torna o ambiente muito agradável. Segundo o Gerente de Desenvolvimento de
Produto da Pilkington, as principais vantagens técnicas do Pilkington Solar-E™ são a
baixa refletividade, a alta transmissão luminosa e o baixo índice de fator solar. “Ou
seja, é um vidro de alta performance para controle térmico e de luminosidade, mais
transparente do que o usualmente utilizado e ideal para fachadas de edifícios”.
Ilustração 72 - Cobertura
Fonte: Autoria
A fachada será composta de placas de metal, com estampas de rendas irlandesas com
estrutura tubular metálica apoiando as mesmas assim como exemplo abaixo.
99
Fonte: transbaycenter.org
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1996
S.A., 2012.
BELLEI, Ildony H. Edifícios de Múltiplos Andares em Aço. São Paulo: Editora: Pini, 2008.
2014.
NEVES, Osias Ribeiro; CAMISASCA, Marina Mesquita. Aço Brasil: Uma Viagem Pela
DIAS, Luís Andrade de Mattos. Aço e Arquitetura: Estudo de Edificações no Brasil. São
Paulo: Zigurate Editora, 2001.
2002.
NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura - 18. Ed., São Paulo, 2013
Sites
“Falhas em estruturas metálicas, conceitos e estudo de casos“
http://www.metalica.com.br/anunciantes/falhas-em-estruturas-metalicas-conceitos-e-estudo-
de-casos/pagina-2
"Centro Heydar Aliyev / Zaha Hadid Architects” [Heydar Aliyev Center / Zaha Hadid
Architects] 19 Nov 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 29 Set 2014.
http://www.archdaily.com.br/154169/centro-heydar-aliyev-zaha-hadid-architects
ANEXO A
Ilustração 75 - Luminárias do projeto Cultura em foco expostas Clerkenwell Design Week de Londres
Fonte: http://nadaseleva.com.br/blog/?cat=15
Em dezembro de 2009 o IPTI transferiu sua sede para Santa Luzia do Itanhy,
município sergipano selecionado para hospedar o The Human Project, e em 29 de abril de
2010 o Governo de Sergipe qualificou o IPTI como Organização Social (OS) estadual
Fonte: http://nadaseleva.com.br/blog/?cat=15
Fonte: http://www.journal-du-design.fr/architecture/box-house-11-arquiteturadesign-35500/
A Fellicia (Cultura em Foco) apresentou sua coleção de estampas e cores para a linha
fuxicos na Clerkenwell Design Week 2013 em Londres e também já foi contemplada em
publicações na imprensa francesa especializada em arquitetura no Journal du Design (Figura
30). O trabalho feito em santa luzia do Itanhy e o tipo de arte que deve ter seu espaço
reservado no centro cultural, fomentar a arte sergipana, para que não passe a ser reconhecida
somente fora de seu estado ou país mais sim para o próprio povo sergipano.
108
ANEXO D – Fluxograma