Você está na página 1de 3

IGESPAR IP | PATRIMÓNIO http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/d...

Pesquisa de Património
Estação arqueológica de Santa Marta das Cortiças - detalhe

Designação

Designação
Estação arqueológica de Santa Marta das Cortiças
Outras Designações
Monte da Falperra
Categoria / Tipologia
Arqueologia / Povoado Fortificado
Inventário Temático
-

Localização

Divisão Administrativa
Braga / Braga / Esporões
Endereço / Local

Monte de Santa Marta das Cortiças


Quinta de Santa Marta
4700 Braga

Protecção

Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 251/70, de 3-06-1970, DG n.º 129, I Série (altera a designação)
Decreto n.º 40 361, DG n.º 228, de 20-10-1955
ZEP
Portaria publicada no DG, n.º 274, de 22-11-1971
Portaria publicada no DG, n.º 229, de 27-12-1955
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
Sim
Abrangido por outra classificação
Não
Património Mundial
-

Descrições

Nota Histórico-Artistica

A segunda metade do século XIX assistiu, entre nós, a uma autêntica explosão de interesse pelas, então,
denominadas antiguidades nacionaes, seguindo os trilhos desbravados além-fronteiras por insignes precursores
dos estudos arqueológicos, antropológicos, etnográficos e etnológicos.
Com efeito, o conhecimento destas práticas, fosse indirectamente, através da bibliografia que chegava até ao
país, fosse pela visão de algumas personalidades ou, ainda, pelo contacto directo mantido nestas esferas por
parte de certas individualidades, investiu Portugal de estabelecimentos científicos que, apesar das polémicas nas
quais foram pontualmente envolvidas, exerceram uma actividade fundamental para o desenvolvimento ulterior
destas jovens disciplinas. Disso são bons exemplos, embora com graus de relevância assaz diferenciados, a

1 de 3 2011-03-26 23:48
IGESPAR IP | PATRIMÓNIO http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/d...

Commissão dos Estudos Geológicos, a Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes, a
Sociedade de Geographia de Lisboa e, por fim, o Muzeu Ethnographico Portuguez. Eram, contudo, organismos
lisboetas. Não obstaram, porém, à formação de outros espaços culturais em importantes cidades portugueses,
antes incentivando-as. Foi o que sucedeu em Guimarães, com a Sociedade Martins Sarmentos, da iniciativa do
escritor, historiador e arqueólogo vimarenense Francisco Martins de Gouveia Morais Sarmento (1833-1899), a
quem se devem algumas das descobertas mais notáveis da Arqueologia praticada ao tempo entre nós (veja-se o
caso da Citânia de Briteiros), e com quem privaram individualidades que haveriam de prosseguir o seu caminho.
Foi o que sucedeu com Albano Belino (1863-1906), infatigável indagador do passado minhoto, em geral, e
bracarense, em particular, enquanto se correspondia com personalidades marcantes dos estudos arqueológicos
portugueses de finais de oitocentos, dos quais se destacava, sem dúvida, o nome de José Leite de Vasconcellos
(1858-1941), mentor e primeiro director do actual Museu Nacional de Arqueologia, entre 1893 e 1929.
Deve-se-lhe, na verdade, o reconhecimento de várias estações arqueológicas datáveis da Idade do Ferro,
nomeadamente castros - ou citânias -, temática bastante grata aos investigadores da época, quer por se
enquadrar na linha geral de investigação conduzida noutros países sobre a expansão celta, quer por se revelar
um meio de acentuar as particularidades da região nortenha ancoradas nesses tempos e nesses lugares.
Não surpreende, por conseguinte, que os castros povoassem desde então, tanto o imaginário colectivo da
região, quanto o interesse intelectual de sucessivos investigadores, acabando por identificar exemplares desta
tipologia arqueológica. Foi o caso, entre outros, da "Estação arqueológica de Santa Marta das Cortiças",
localizada numa plataforma superior do Monte da Falparras.
Dotado de um sistema defensiva composto de três linhas de muralha erguidas com pedra solta de grande
dimensões, o povoado possuía diversas estruturas habitacionais de planta predominantemente circular, na área
interna definida pelo muralhado, elementos datáveis do primeiro momento de ocupação do sítio, ou seja, da
Idade do Ferro.
Entretanto, as escavações arqueológicas conduzidas na estação já na década de cinquenta de novecentos
permitiram localizar os alicerces de uma construção constituída por ábside semicircular e três naves, erguida
entre os séculos V e VI d. C., enquanto o final dos anos setenta trouxe à luz do dia um número considerável de
sepulturas romanas de incineração com bastante espólio associado, identificadas pelos investigadores nas
proximidades deste mesmo edifício de tipo basilical. Uma realidade que reafirmava, no fundo, a possível
reutilização deste espaço ao tempo da conquista romana, a julgar pelos materiais de construção recolhidos no
local por A. Bellino, entre os quais tegulae - telhas rectangulares - e imbrex - telhas em forma de meia cana.
[AMartins]

Imagens

Bibliografia

Título
"O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do médio Cávado"
Local
-
Data
1990
Autor(es)
-

Título
""A estação arqueológica da Falperra. Notas para a sua história", Arquivo de Beja"
Local
Beja
Data

2 de 3 2011-03-26 23:48
IGESPAR IP | PATRIMÓNIO http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/d...

1970
Autor(es)
SOUSA, J. J. R.

Título
""Escavações no oppidum de Santa Marta", Bracara Augusta"
Local
Braga
Data
1975
Autor(es)
CUNHA, Arlindo Ribeiro da

Título
""Cidades Mortas (Estudo Póstumo) 1.Relatório das minhas explorações nas estações arqueológicas suburbanas
de Braga e nomeadamente do Monte Redondo", O Arqueólogo Português"
Local
Lisboa
Data
1909
Autor(es)
BELLINO, Albano

Título
""Trepando aos Montes", O Distrito de Braga"
Local
Braga
Data
1975
Autor(es)
CUNHA, Arlindo Ribeiro da

3 de 3 2011-03-26 23:48

Você também pode gostar