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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


ROT 0011623-14.2018.5.15.0026
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 26/06/2020


Valor da causa: R$ 100.000,00

Partes:
RECORRENTE: S. T. N. I. A. P. P.
ADVOGADO: IVANILDO DANIEL
RECORRENTE: F. F. L.
ADVOGADO: MARIA FERNANDA FAVERO DE TOLEDO PINHEIRO
RECORRIDO: S. T. N. I. A. P. P.
ADVOGADO: IVANILDO DANIEL
RECORRIDO: F. F. L.
ADVOGADO: MARIA FERNANDA FAVERO DE TOLEDO PINHEIRO
CUSTOS LEGIS: M. P. T.
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª Vara do Trabalho de Presidente Prudente

Processo: 0011623-14.2018.5.15.0026
AUTOR: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P PRUDENTE
RÉU: FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

et2/sb1

DESPACHO

Visto.

1 - Trata-se de Ação Coletiva ajuizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Alimentação de Presidente Prudente em face de Frigomar Frigorífico Limitada.

Constato, entretanto, que o feito fora autuado sob a classe judicial de "Ação Trabalhista -
Rito Ordinário".

Assim, proceda a Secretaria com a retificação da autuação para consta "Ação Civil Coletiva".

2 - Mantenho a audiência INICIAL automaticamente designada para 12 de dezembro de


2018, às 13h10, à qual as partes deverão comparecer, nos termos do artigo 844 da CLT.

Por se tratar de audiência inicial, ficam as partes dispensadas de trazerem testemunhas.

Intime-se o reclamante e notifique-se o reclamado.

Presidente Prudente, 23 de novembro de 2018.

NELMA PEDROSA GODOY SANT ANNA FERREIRA

Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE

TERMO DE AUDIÊNCIA

Processo 0011623-14.2018.5.15.0026
Autor(a) SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P
PRUDENTE
Réu(Ré) FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

Em 12 de dezembro de 2018, na sala de sessões da 1ª VARA DO TRABALHO DE


PRESIDENTE PRUDENTE/SP, sob a direção da Exmo(a). Juíza NELMA PEDROSA GODOY
SANT'ANNA FERREIRA, realizou-se audiência relativa ao processo identificado em epígrafe.

Às 13h22min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juíza do Trabalho, apregoadas


as partes.

Presente o representante sindical do autor, Sr(a). José Gonçalves da Silva, acompanhado(a) do


(a) advogado(a) Dr(a). IVANILDO DANIEL, OAB nº 91592/SP.

Presente o preposto do réu, Sr(a). Debora Regina de Oliveira, acompanhado(a) do(a) advogado
(a), Dr(a). MARIA FERNANDA FAVERO DE TOLEDO PINHEIRO, OAB nº 233770/SP, que requer o
prazo de 5 (cinco) dias para juntada de nova carta de preposição. Defere-se.

Rejeitada a proposta conciliatória inicial.

DEFESA(S) já apresentada(s) eletronicamente e recebida(s) neste ato.

Sem outras provas a produzir, encerra-se a instrução processual.

Razões finais por memoriais, pelas partes, no prazo comum de 10 (dez) dias.

Proposta conciliatória final rejeitada.

Em razão do interesse coletivo, dê-se ciência ao Ministério Público do Trabalho da presente


ação, podendo manifestar-se em 10 (dez) dias.

Após, tornem os autos conclusos para prolação de sentença, sendo que as partes serão intimadas
da decisão.

Cientes os presentes. Nada mais.


Audiência encerrada às 13h30.

NELMA PEDROSA GODOY SANT'ANNA FERREIRA

Juíza do Trabalho

Ata redigida por Robson da Costa Maia, Secretário(a) de Audiência.


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE

TERMO DE AUDIÊNCIA

Processo 0011623-14.2018.5.15.0026
Autor(a) SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P
PRUDENTE
Réu(Ré) FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

Em 12 de dezembro de 2018, na sala de sessões da 1ª VARA DO TRABALHO DE


PRESIDENTE PRUDENTE/SP, sob a direção da Exmo(a). Juíza NELMA PEDROSA GODOY
SANT'ANNA FERREIRA, realizou-se audiência relativa ao processo identificado em epígrafe.

Às 13h22min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juíza do Trabalho, apregoadas


as partes.

Presente o representante sindical do autor, Sr(a). José Gonçalves da Silva, acompanhado(a) do


(a) advogado(a) Dr(a). IVANILDO DANIEL, OAB nº 91592/SP.

Presente o preposto do réu, Sr(a). Debora Regina de Oliveira, acompanhado(a) do(a) advogado
(a), Dr(a). MARIA FERNANDA FAVERO DE TOLEDO PINHEIRO, OAB nº 233770/SP, que requer o
prazo de 5 (cinco) dias para juntada de nova carta de preposição. Defere-se.

Rejeitada a proposta conciliatória inicial.

DEFESA(S) já apresentada(s) eletronicamente e recebida(s) neste ato.

Sem outras provas a produzir, encerra-se a instrução processual.

Razões finais por memoriais, pelas partes, no prazo comum de 10 (dez) dias.

Proposta conciliatória final rejeitada.

Em razão do interesse coletivo, dê-se ciência ao Ministério Público do Trabalho da presente


ação, podendo manifestar-se em 10 (dez) dias.

Após, tornem os autos conclusos para prolação de sentença, sendo que as partes serão intimadas
da decisão.
Cientes os presentes. Nada mais.

Audiência encerrada às 13h30.

NELMA PEDROSA GODOY SANT'ANNA FERREIRA

Juíza do Trabalho

Ata redigida por Robson da Costa Maia, Secretário(a) de Audiência.


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª Vara do Trabalho de Presidente Prudente

Processo: 0011623-14.2018.5.15.0026
AUTOR: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P PRUDENTE
RÉU: FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

MED

DESPACHO

Visto.

Remeta-se o presente feito para redistribuição, em razão do deferimento, pela


Corregedoria Regional, da desvinculação requerida, nos termos do disposto no inciso IV, § 1º, art. 8º,
capítulo JUL, da Consolidação das Normas da Corregedoria.

O julgamento será realizado por Magistrado especialmente designado para essa


finalidade, por meio de Portaria a ser oportunamente editada pela Presidência do e. Tribunal Regional.

Antes, porém, intimem-se as partes, com urgência.

Presidente Prudente, 8 de Outubro de 2019

NELMA PEDROSA GODOY SANT'ANNA FERREIRA

Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE

PROCESSO: 0011623-14.2018.5.15.0026 - Ação Civil Coletiva


AUTOR: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P PRUDENTE
RÉU: FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

SENTENÇA

RELATÓRIO

Trata-se de ação coletiva ajuizada em 6.11.2018 por SINDICATO DOS


TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE, qu
alificada na petição inicial, em face de FRIGOMAR FRIGORÍFICO LIMITADA, também
qualificada nos autos, postulando as parcelas e obrigações constantes da exordial. Juntou
documentos. Deu à causa o valor de R$ 100.000,00.

Designada audiência, compareceram as partes e seus procuradores e, recusada


a proposta conciliatória, a parte Reclamada apresentou defesa e juntou documentos.

Sem outras provas, foi encerrada a instrução processual.

Razões finais escritas pela Reclamada.

Parecer do Ministério Público do Trabalho.

Desvinculados os autos da juíza original por determinação da Corregedoria, me


foram remetidos para julgamento.

Relatado sucintamente o processo, passo a decidir.

FUNDAMENTOS

PRELIMINARMENTE

Coisa julgada

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:57:56 - 15a3895
À luz de uma interpretação lógica do art. 104 do CDC – aplicável ao caso por
integrar o microssistema jurídico relativo à tutela coletiva –, não há se falar em litispendência
entre uma ação individual e uma ação coletiva, inclusive quando se tratar de direito individuais
homogêneos, como é o caso dos autos.

Importante elucidar, outrossim, que a coisa julgada em ação coletiva, opera seus
efeitos na ação individual secundum eventum litis, ou seja, em tratando-se de direito individual
homogêneo (tal qual o presente caso), os efeitos da coisa julgada coletiva somente estendem-se
à ação individual para beneficiar, não podendo a demanda individual ser prejudicada por
eventual sentença desfavorável.

De toda sorte, não merecer acolhimento o inconformismo da Reclamada.

Rejeito a preliminar.

Inépcia. Rol de substituídos.

Tendo em vista o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o art. 8º, III,
da Constituição Federal trata de autêntica hipótese de substituição processual generalizada, o
Tribunal Superior do Trabalho cancelou a Súmula n. 310.

Nesse contexto, a apresentação do rol de substituídos não é mais considerada


como pressuposto processual para que o sindicato profissional represente a categoria
correspondente em juízo:

SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL


(DESNECESSIDADE DE INDICAÇÃO DO ROL DOS SUBSTITUÍDOS). 1 - A Jurisprudência
desta Corte é no sentido de que é desnecessária a juntada de lista com o rol de substituídos nas
ações em que o sindicato atua como substituto processual, não se tratando, portanto, de
requisito da petição inicial, mesmo porque, além de não ser exigência prevista em lei, a categoria
é representeada pelo ente coletivo e, por conseguinte, o direito pode ser reivindicado em nome
do grupo e, em liquidação, individualizados os seus destinatários. Há julgados. 2 - Incidência do
art. 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº 333 do TST. 3 - Agravo de instrumento a que se nega
provimento. (TST - ARR: 1681006420135130004, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de
Julgamento: 20/11/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/11/2019).

Rejeito a preliminar.

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:57:56 - 15a3895
Ilegitimidade ativa

A substituição processual, tal como prevista no art. 8º, inc. III, da Constituição da
República, abrange os direitos ou interesses individuais homogêneos, assim considerados, nos
termos do art. 81, III, do Código de Defesa do Consumidor.

Tais direitos abrangem interesses divisíveis e disponíveis oriundos da mesma


situação de fato ou de direito, devendo haver um número considerável de lesões, titulares
determinados e predomínio das questões comuns sobre as questões individuais.

É bom que se ressalte que a expressão "origem comum" deve ser compreendida
como condutas omissivas ou comissivas praticadas pelo empregador capazes de desaguar em
consequências para vários de seus empregados.

No caso sub judice, a Reclamada teria deixado de quitar, relativamente a


diversos empregados corretamente o FGTS, a indenização adicional e as multas dos artigos 467
e 477 da CLT, o que denota o caráter homogêneo do interesse em questão, plenamente
defensável de forma coletiva.

Nota-se que os direitos dos empregados da Reclamada são divisíveis e


disponíveis, podendo ser objeto de inúmeras ações trabalhistas individuais. Todavia, o
descumprimento reiterado e generalizado praticado pela Reclamada requer o manejo de
mecanismos para o acesso coletivo à justiça, como forma de garantir a efetividade dos direitos
fundamentais dos empregados.

Destaque-se que eventuais situações fáticas diferenciadas não configuram


argumento a socorrer a empregadora, eis que em qualquer demanda coletiva procedente haverá
a execução individualizada do título, em que se verificará se o exequente se enquadra na
situação delineada pela sentença e, se o caso, o respectivo quantum debeatur.

Por conseguinte, resta caracterizada a origem comum do direito pleiteado pelo


Sindicato Reclamante, de modo que é legítima a sua atuação.

Rejeito a preliminar.

MÉRITO

FGTS

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:57:56 - 15a3895
Compete ao empregador comprovar a regularidade dos depósitos de FGTS, uma
vez que fica com a guarda dos comprovantes de recolhimento. No presente caso, a parte Autora
alega existir insuficiência de saldo na sua conta vinculada de FGTS.

A parte Ré, por sua vez, não comprovou ter realizado regularmente os depósitos,
não se desincumbindo do ônus processual que lhe cabia.

Nesse sentido, aliás, Súmula 56 deste. E. Tribunal Regional:

“DEPÓSITOS DE FGTS. ÔNUS DA PROVA. Em decorrência do princípio da


aptidão da prova, cabe ao empregador o ônus de comprovar a regularidade dos depósitos de
FGTS, incumbindo ao empregado apontar eventuais diferenças, ainda que por amostragem".
(RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 005/2016, de 30 de março de 2016)”.

Demais disso, o contrato ajustado com a Caixa Econômica Federal tem efeito
apenas entre as partes do negócio jurídico, não podendo alcançar o direito dos empregados
substituídos. Ressalte-se que, ainda que enquanto vigente o contrato laboral não tenha acesso o
trabalhador a tais valores, passa a ter a partir da dispensa imotivada por iniciativa patronal, a
qual é incontroversa nos autos.

Pertinente elucidar, ainda, que os valores pagos diretamente aos empregados


substituídos poderão ser deduzidos do saldo devedor junto à Caixa Econômica Federal.

Portanto, julgo PROCEDENTE o pedido de pagamento das diferenças de FGTS


de janeiro/2017 a março/2018, conforme regularmente apurados em sede de liquidação de
sentença, com os juros, multa e correção monetária previstos no art. 22 da Lei 8.036/90.

O valor será pago diretamente aos empregados substituídos, para que se evite
maior delonga na entrega aos trabalhadores do montante que já deveria ter tido acesso há
tempos, bem como sobrecarga desnecessária aos serventuários da Justiça pela necessidade de
expedição de guia separada para saque junto à CEF, tudo conforme observância dos princípios
das celeridade e efetividade.

Multa do trintídio

Considerada a projeção contratual decorrente do aviso prévio - uma vez que esta
integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais, a teor do § 1° do art. 487
da CLT -, a ruptura dos contratos (abril/2018) deu-se no trintídio que antecedeu a data base da

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categoria (1º de maio), motivo pelo qual julgo PROCEDENTE o pedido relativo à indenização
adicional prevista no artigo 9º da Lei 7.238/84.

Multas celetistas

Tendo em vista que os depósitos do FGTS e a indenização adicional não


constituem verbas rescisórias em sentido estrito, julgo IMPROCEDENTE o pedido de pagamento
das multas dos artigos 467 e 477 da CLT.

Justiça gratuita

Na Justiça do Trabalho o benefício da Justiça Gratuita, em regra, somente deve


ser concedido ao empregado, nos termos expressos do art. 790, § 3º da CLT c/c art. 14, § 1º da
Lei nº 5.584/70, uma vez que é o trabalhador quem percebe salários.

A concessão da justiça gratuita ao empregador ou ao sindicato que atua como


substituto processual é aceita somente quando demonstrada a impossibilidade de arcar com as
despesas processuais, o que não ocorreu no caso dos autos.

Logo, julgo IMPROCEDENTE o pedido de gratuidade de justiça.

Honorários sucumbenciais

Considerando o § 3º do art. 791-A da CLT, bem como os parâmetros fixados no


§ 2º do mesmo dispositivo, condeno:

a) a parte Reclamada a pagar ao advogado do Sindicato Reclamante honorários


de sucumbência no percentual de 5% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença;

b) o Sindicato Reclamante a pagar à advogada da parte Reclamada honorários


de sucumbência no percentual de 5% sobre a diferença entre o valor atribuído à causa e aquele
que resultar da liquidação da sentença, antes da incidência de juros de mora e correção
monetária, que ficarão sob condição suspensiva nos termos do art. 798-A, § 4º da CLT. Ante a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita nos presentes autos, fica vedada a dedução de tais
honorários do crédito a que tem direito a parte Autora. Outrossim, não bastará a comprovação de
haver crédito em outro processo, devendo ser comprovado pelo credor que deixou de existir a
situação de insuficiência de recursos que ensejou a concessão da gratuidade anteriormente

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estabelecida. Estabelecem-se tais critérios considerando o princípio da igualdade que deve
nortear as relações processuais, já que esse é conteúdo do art. 98, § 3º do CPC. Afinal, o
hipossuficiente assim será independentemente da esfera da Justiça em que tramita o processo.

Juros e correção monetária

A correção monetária deverá ser apurada a partir da época própria, ou seja, o


mês subsequente ao da prestação dos serviços no tocante às parcelas remuneratórias (art. 459,
CLT e Sum. 381, TST) e o prazo previsto no art. 477, § 6º, da CLT, para parcelas rescisórias.

Incidirão, ainda, juros de mora sobre o montante devidamente corrigido, a contar


do ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT e Súmula 200 do TST, à razão de 1% ao
mês, não capitalizados, e pro rata die, consoante art. 39, § 1º, da Lei 8177/91.

Ressalte-se que já se pacificou o entendimento na OJ 382 da SDI-I do c. TST - o


qual acompanho - no sentido de que a “Fazenda Pública, quando condenada subsidiariamente
pelas obrigações trabalhistas devidas pela empregadora principal, não se beneficia da limitação
dos juros, prevista no art. 1º-F da Lei nº 9.494, de 10.09.1997”.

No tocante aos depósitos de FGTS, correção monetária e juros de mora


conforme Lei 8.036/90 e Decreto 99.684/90.

Relembrando-se que sobre os juros de mora não incidirão IR, nos termos da OJ
400 da SBDI - I do c. TST.

Quanto ao índice de correção monetária a ser aplicado, deve-se seguir o IPCA-e,


não se podendo mais aplicar o disposto no artigo 39 da Lei 8.177/90.

Tal dispositivo teve a sua redação declarada inconstitucional, parcialmente, por


arrastamento, quando do julgamento das ADIs 4357 e 4425, interpostas especificamente contra
dispositivos da Emenda Constitucional 62/2009, na alteração procedida ao artigo 100 da CRFB.

Referiu o Min. Luiz Fux que também estava sendo declarada a


inconstitucionalidade, em parte, por arrastamento, do artigo 1º-F da Lei 9.494/97. Sendo certo
que o mesmo raciocínio deve ser atribuído para a correção monetária dos créditos trabalhistas,
porquanto o fundamento da inconstitucionalidade é a não recomposição do crédito trabalhista,
depauperado pela inflação.

Nesse sentido, consta do voto, extraído do site do STF:

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:57:56 - 15a3895
"Não há como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma
atacada, na medida em que a fixação da remuneração básica da caderneta de poupança como
índice de correção monetária dos valores inscritos em precatórios implica indevida e intolerável
constrição à eficácia da atividade jurisdicional. Uma afronta à garantia da coisa julgada e, por
reverberação, ao protoprincípio da separação de Poderes".

E adiante: "Com estes fundamentos, tenho por inconstitucional a expressão


‘índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança’, constante do parágrafo 12 do
artigo 100 da Constituição Federal, do inciso II do parágrafo 1º e do parágrafo 16, ambos do
artigo 97, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias".

Nesse concerto, é imperativo destacar que o IPCA, calculado pelo IBGE, é


utilizado pelo Banco Central (mediante Resoluções do Conselho Monetário Nacional) como
medida oficial da inflação do país, com fundamento no art. 9º da Lei 4.595/64, sendo inicialmente
adotado pelo art. 1º da Resolução/CMN nº 2.615, de 30 de junho de 1999.

Por fim, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou


improcedente, na sessão de 5/12/2017, a Reclamação (RCL) 22012, ajuizada pela Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que
determinou a adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) no lugar da
Taxa Referencial Diária (TRD) para a atualização de débitos trabalhistas. Prevaleceu o
entendimento de que a decisão não configura desrespeito ao julgamento do STF nas Ações
Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 4357 e 4425, que analisaram a emenda constitucional
sobre precatórios.

Ainda, e tendo em conta a ratio decidendi da Augusta Corte no julgamento das


anteditas ADIs 4357 e 4425, tampouco houve qualquer alteração no cenário com a introdução do
§ 7º no art. 879 da CLT, promovida pela Lei n. 13.467/2017.

Deste modo, não sendo a TR critério de manutenção do poder aquisitivo do


salário, utiliza-se o IPCA-e, que melhor representa a manutenção do poder aquisitivo do capital.

Recolhimentos previdenciários e fiscal

Não há que se falar em recolhimentos previdenciários, ante a natureza


indenizatória das verbas deferidas na presente decisão.

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:57:56 - 15a3895
Parâmetros de liquidação

Proceda-se a liquidação, por simples cálculos, respeitados os termos da


fundamentação.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos


formulados nos autos da reclamação trabalhista movida por SINDICATO DOS
TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE em
face de FRIGOMAR FRIGORÍFICO LIMITADA, para condenar a Reclamada nas obrigações
deferidas conforme fundamentação supra, parte integrante deste dispositivo, observando-se os
parâmetros ali estabelecidos.

Decido julgar improcedentes os demais pedidos.

Juros, correção monetária e recolhimentos fiscais e previdenciários, nos termos


da fundamentação.

Custas pela Reclamada no valor de R$ 800,00 correspondente a 2% do valor da


condenação ora fixada em R$ 40.000,00.

Cumpra-se, após o transito em julgado em 5 dias.

Intimem-se as partes.

Nada mais.

TÁBATA G. M. DE LEITÃO

Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE
AVENIDA QUATORZE DE SETEMBRO, 1080, (Parque do Povo), JARDIM
PAULISTANO, PRESIDENTE PRUDENTE/SP - CEP: 19014-000

INTIMAÇÃO
Fica Vossa Senhoria intimada para tomar ciência do seguinte documento:

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE

PROCESSO: 0011623-14.2018.5.15.0026 - Ação Civil Coletiva


AUTOR: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P PRUDENTE
RÉU: FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

SENTENÇA

RELATÓRIO

Trata-se de ação coletiva ajuizada em 6.11.2018 por SINDICATO DOS


TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE, qu
alificada na petição inicial, em face de FRIGOMAR FRIGORÍFICO LIMITADA, também
qualificada nos autos, postulando as parcelas e obrigações constantes da exordial. Juntou
documentos. Deu à causa o valor de R$ 100.000,00.

Designada audiência, compareceram as partes e seus procuradores e, recusada


a proposta conciliatória, a parte Reclamada apresentou defesa e juntou documentos.

Sem outras provas, foi encerrada a instrução processual.

Razões finais escritas pela Reclamada.

Parecer do Ministério Público do Trabalho.

Desvinculados os autos da juíza original por determinação da Corregedoria, me


foram remetidos para julgamento.

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:58:56 - 741351b
Relatado sucintamente o processo, passo a decidir.

FUNDAMENTOS

PRELIMINARMENTE

Coisa julgada

À luz de uma interpretação lógica do art. 104 do CDC – aplicável ao caso por
integrar o microssistema jurídico relativo à tutela coletiva –, não há se falar em litispendência
entre uma ação individual e uma ação coletiva, inclusive quando se tratar de direito individuais
homogêneos, como é o caso dos autos.

Importante elucidar, outrossim, que a coisa julgada em ação coletiva, opera seus
efeitos na ação individual secundum eventum litis, ou seja, em tratando-se de direito individual
homogêneo (tal qual o presente caso), os efeitos da coisa julgada coletiva somente estendem-se
à ação individual para beneficiar, não podendo a demanda individual ser prejudicada por
eventual sentença desfavorável.

De toda sorte, não merecer acolhimento o inconformismo da Reclamada.

Rejeito a preliminar.

Inépcia. Rol de substituídos.

Tendo em vista o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o art. 8º, III,
da Constituição Federal trata de autêntica hipótese de substituição processual generalizada, o
Tribunal Superior do Trabalho cancelou a Súmula n. 310.

Nesse contexto, a apresentação do rol de substituídos não é mais considerada


como pressuposto processual para que o sindicato profissional represente a categoria
correspondente em juízo:

SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL


(DESNECESSIDADE DE INDICAÇÃO DO ROL DOS SUBSTITUÍDOS). 1 - A Jurisprudência
desta Corte é no sentido de que é desnecessária a juntada de lista com o rol de substituídos nas
ações em que o sindicato atua como substituto processual, não se tratando, portanto, de

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:58:56 - 741351b
requisito da petição inicial, mesmo porque, além de não ser exigência prevista em lei, a categoria
é representeada pelo ente coletivo e, por conseguinte, o direito pode ser reivindicado em nome
do grupo e, em liquidação, individualizados os seus destinatários. Há julgados. 2 - Incidência do
art. 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº 333 do TST. 3 - Agravo de instrumento a que se nega
provimento. (TST - ARR: 1681006420135130004, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de
Julgamento: 20/11/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/11/2019).

Rejeito a preliminar.

Ilegitimidade ativa

A substituição processual, tal como prevista no art. 8º, inc. III, da Constituição da
República, abrange os direitos ou interesses individuais homogêneos, assim considerados, nos
termos do art. 81, III, do Código de Defesa do Consumidor.

Tais direitos abrangem interesses divisíveis e disponíveis oriundos da mesma


situação de fato ou de direito, devendo haver um número considerável de lesões, titulares
determinados e predomínio das questões comuns sobre as questões individuais.

É bom que se ressalte que a expressão "origem comum" deve ser compreendida
como condutas omissivas ou comissivas praticadas pelo empregador capazes de desaguar em
consequências para vários de seus empregados.

No caso sub judice, a Reclamada teria deixado de quitar, relativamente a


diversos empregados corretamente o FGTS, a indenização adicional e as multas dos artigos 467
e 477 da CLT, o que denota o caráter homogêneo do interesse em questão, plenamente
defensável de forma coletiva.

Nota-se que os direitos dos empregados da Reclamada são divisíveis e


disponíveis, podendo ser objeto de inúmeras ações trabalhistas individuais. Todavia, o
descumprimento reiterado e generalizado praticado pela Reclamada requer o manejo de
mecanismos para o acesso coletivo à justiça, como forma de garantir a efetividade dos direitos
fundamentais dos empregados.

Destaque-se que eventuais situações fáticas diferenciadas não configuram


argumento a socorrer a empregadora, eis que em qualquer demanda coletiva procedente haverá
a execução individualizada do título, em que se verificará se o exequente se enquadra na
situação delineada pela sentença e, se o caso, o respectivo quantum debeatur.

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:58:56 - 741351b
Por conseguinte, resta caracterizada a origem comum do direito pleiteado pelo
Sindicato Reclamante, de modo que é legítima a sua atuação.

Rejeito a preliminar.

MÉRITO

FGTS

Compete ao empregador comprovar a regularidade dos depósitos de FGTS, uma


vez que fica com a guarda dos comprovantes de recolhimento. No presente caso, a parte Autora
alega existir insuficiência de saldo na sua conta vinculada de FGTS.

A parte Ré, por sua vez, não comprovou ter realizado regularmente os depósitos,
não se desincumbindo do ônus processual que lhe cabia.

Nesse sentido, aliás, Súmula 56 deste. E. Tribunal Regional:

“DEPÓSITOS DE FGTS. ÔNUS DA PROVA. Em decorrência do princípio da


aptidão da prova, cabe ao empregador o ônus de comprovar a regularidade dos depósitos de
FGTS, incumbindo ao empregado apontar eventuais diferenças, ainda que por amostragem".
(RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 005/2016, de 30 de março de 2016)”.

Demais disso, o contrato ajustado com a Caixa Econômica Federal tem efeito
apenas entre as partes do negócio jurídico, não podendo alcançar o direito dos empregados
substituídos. Ressalte-se que, ainda que enquanto vigente o contrato laboral não tenha acesso o
trabalhador a tais valores, passa a ter a partir da dispensa imotivada por iniciativa patronal, a
qual é incontroversa nos autos.

Pertinente elucidar, ainda, que os valores pagos diretamente aos empregados


substituídos poderão ser deduzidos do saldo devedor junto à Caixa Econômica Federal.

Portanto, julgo PROCEDENTE o pedido de pagamento das diferenças de FGTS


de janeiro/2017 a março/2018, conforme regularmente apurados em sede de liquidação de
sentença, com os juros, multa e correção monetária previstos no art. 22 da Lei 8.036/90.

O valor será pago diretamente aos empregados substituídos, para que se evite
maior delonga na entrega aos trabalhadores do montante que já deveria ter tido acesso há

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tempos, bem como sobrecarga desnecessária aos serventuários da Justiça pela necessidade de
expedição de guia separada para saque junto à CEF, tudo conforme observância dos princípios
das celeridade e efetividade.

Multa do trintídio

Considerada a projeção contratual decorrente do aviso prévio - uma vez que esta
integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais, a teor do § 1° do art. 487
da CLT -, a ruptura dos contratos (abril/2018) deu-se no trintídio que antecedeu a data base da
categoria (1º de maio), motivo pelo qual julgo PROCEDENTE o pedido relativo à indenização
adicional prevista no artigo 9º da Lei 7.238/84.

Multas celetistas

Tendo em vista que os depósitos do FGTS e a indenização adicional não


constituem verbas rescisórias em sentido estrito, julgo IMPROCEDENTE o pedido de pagamento
das multas dos artigos 467 e 477 da CLT.

Justiça gratuita

Na Justiça do Trabalho o benefício da Justiça Gratuita, em regra, somente deve


ser concedido ao empregado, nos termos expressos do art. 790, § 3º da CLT c/c art. 14, § 1º da
Lei nº 5.584/70, uma vez que é o trabalhador quem percebe salários.

A concessão da justiça gratuita ao empregador ou ao sindicato que atua como


substituto processual é aceita somente quando demonstrada a impossibilidade de arcar com as
despesas processuais, o que não ocorreu no caso dos autos.

Logo, julgo IMPROCEDENTE o pedido de gratuidade de justiça.

Honorários sucumbenciais

Considerando o § 3º do art. 791-A da CLT, bem como os parâmetros fixados no


§ 2º do mesmo dispositivo, condeno:

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a) a parte Reclamada a pagar ao advogado do Sindicato Reclamante honorários
de sucumbência no percentual de 5% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença;

b) o Sindicato Reclamante a pagar à advogada da parte Reclamada honorários


de sucumbência no percentual de 5% sobre a diferença entre o valor atribuído à causa e aquele
que resultar da liquidação da sentença, antes da incidência de juros de mora e correção
monetária, que ficarão sob condição suspensiva nos termos do art. 798-A, § 4º da CLT. Ante a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita nos presentes autos, fica vedada a dedução de tais
honorários do crédito a que tem direito a parte Autora. Outrossim, não bastará a comprovação de
haver crédito em outro processo, devendo ser comprovado pelo credor que deixou de existir a
situação de insuficiência de recursos que ensejou a concessão da gratuidade anteriormente
estabelecida. Estabelecem-se tais critérios considerando o princípio da igualdade que deve
nortear as relações processuais, já que esse é conteúdo do art. 98, § 3º do CPC. Afinal, o
hipossuficiente assim será independentemente da esfera da Justiça em que tramita o processo.

Juros e correção monetária

A correção monetária deverá ser apurada a partir da época própria, ou seja, o


mês subsequente ao da prestação dos serviços no tocante às parcelas remuneratórias (art. 459,
CLT e Sum. 381, TST) e o prazo previsto no art. 477, § 6º, da CLT, para parcelas rescisórias.

Incidirão, ainda, juros de mora sobre o montante devidamente corrigido, a contar


do ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT e Súmula 200 do TST, à razão de 1% ao
mês, não capitalizados, e pro rata die, consoante art. 39, § 1º, da Lei 8177/91.

Ressalte-se que já se pacificou o entendimento na OJ 382 da SDI-I do c. TST - o


qual acompanho - no sentido de que a “Fazenda Pública, quando condenada subsidiariamente
pelas obrigações trabalhistas devidas pela empregadora principal, não se beneficia da limitação
dos juros, prevista no art. 1º-F da Lei nº 9.494, de 10.09.1997”.

No tocante aos depósitos de FGTS, correção monetária e juros de mora


conforme Lei 8.036/90 e Decreto 99.684/90.

Relembrando-se que sobre os juros de mora não incidirão IR, nos termos da OJ
400 da SBDI - I do c. TST.

Quanto ao índice de correção monetária a ser aplicado, deve-se seguir o IPCA-e,


não se podendo mais aplicar o disposto no artigo 39 da Lei 8.177/90.

Tal dispositivo teve a sua redação declarada inconstitucional, parcialmente, por


arrastamento, quando do julgamento das ADIs 4357 e 4425, interpostas especificamente contra
dispositivos da Emenda Constitucional 62/2009, na alteração procedida ao artigo 100 da CRFB.

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Referiu o Min. Luiz Fux que também estava sendo declarada a
inconstitucionalidade, em parte, por arrastamento, do artigo 1º-F da Lei 9.494/97. Sendo certo
que o mesmo raciocínio deve ser atribuído para a correção monetária dos créditos trabalhistas,
porquanto o fundamento da inconstitucionalidade é a não recomposição do crédito trabalhista,
depauperado pela inflação.

Nesse sentido, consta do voto, extraído do site do STF:

"Não há como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma


atacada, na medida em que a fixação da remuneração básica da caderneta de poupança como
índice de correção monetária dos valores inscritos em precatórios implica indevida e intolerável
constrição à eficácia da atividade jurisdicional. Uma afronta à garantia da coisa julgada e, por
reverberação, ao protoprincípio da separação de Poderes".

E adiante: "Com estes fundamentos, tenho por inconstitucional a expressão


‘índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança’, constante do parágrafo 12 do
artigo 100 da Constituição Federal, do inciso II do parágrafo 1º e do parágrafo 16, ambos do
artigo 97, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias".

Nesse concerto, é imperativo destacar que o IPCA, calculado pelo IBGE, é


utilizado pelo Banco Central (mediante Resoluções do Conselho Monetário Nacional) como
medida oficial da inflação do país, com fundamento no art. 9º da Lei 4.595/64, sendo inicialmente
adotado pelo art. 1º da Resolução/CMN nº 2.615, de 30 de junho de 1999.

Por fim, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou


improcedente, na sessão de 5/12/2017, a Reclamação (RCL) 22012, ajuizada pela Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que
determinou a adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) no lugar da
Taxa Referencial Diária (TRD) para a atualização de débitos trabalhistas. Prevaleceu o
entendimento de que a decisão não configura desrespeito ao julgamento do STF nas Ações
Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 4357 e 4425, que analisaram a emenda constitucional
sobre precatórios.

Ainda, e tendo em conta a ratio decidendi da Augusta Corte no julgamento das


anteditas ADIs 4357 e 4425, tampouco houve qualquer alteração no cenário com a introdução do
§ 7º no art. 879 da CLT, promovida pela Lei n. 13.467/2017.

Deste modo, não sendo a TR critério de manutenção do poder aquisitivo do


salário, utiliza-se o IPCA-e, que melhor representa a manutenção do poder aquisitivo do capital.

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Recolhimentos previdenciários e fiscal

Não há que se falar em recolhimentos previdenciários, ante a natureza


indenizatória das verbas deferidas na presente decisão.

Parâmetros de liquidação

Proceda-se a liquidação, por simples cálculos, respeitados os termos da


fundamentação.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos


formulados nos autos da reclamação trabalhista movida por SINDICATO DOS
TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE em
face de FRIGOMAR FRIGORÍFICO LIMITADA, para condenar a Reclamada nas obrigações
deferidas conforme fundamentação supra, parte integrante deste dispositivo, observando-se os
parâmetros ali estabelecidos.

Decido julgar improcedentes os demais pedidos.

Juros, correção monetária e recolhimentos fiscais e previdenciários, nos termos


da fundamentação.

Custas pela Reclamada no valor de R$ 800,00 correspondente a 2% do valor da


condenação ora fixada em R$ 40.000,00.

Cumpra-se, após o transito em julgado em 5 dias.

Intimem-se as partes.

Nada mais.

TÁBATA G. M. DE LEITÃO

Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE
AVENIDA QUATORZE DE SETEMBRO, 1080, (Parque do Povo), JARDIM
PAULISTANO, PRESIDENTE PRUDENTE/SP - CEP: 19014-000

INTIMAÇÃO
Fica Vossa Senhoria intimada para tomar ciência do seguinte documento:

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE

PROCESSO: 0011623-14.2018.5.15.0026 - Ação Civil Coletiva


AUTOR: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P PRUDENTE
RÉU: FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

SENTENÇA

RELATÓRIO

Trata-se de ação coletiva ajuizada em 6.11.2018 por SINDICATO DOS


TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE, qu
alificada na petição inicial, em face de FRIGOMAR FRIGORÍFICO LIMITADA, também
qualificada nos autos, postulando as parcelas e obrigações constantes da exordial. Juntou
documentos. Deu à causa o valor de R$ 100.000,00.

Designada audiência, compareceram as partes e seus procuradores e, recusada


a proposta conciliatória, a parte Reclamada apresentou defesa e juntou documentos.

Sem outras provas, foi encerrada a instrução processual.

Razões finais escritas pela Reclamada.

Parecer do Ministério Público do Trabalho.

Desvinculados os autos da juíza original por determinação da Corregedoria, me


foram remetidos para julgamento.

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Relatado sucintamente o processo, passo a decidir.

FUNDAMENTOS

PRELIMINARMENTE

Coisa julgada

À luz de uma interpretação lógica do art. 104 do CDC – aplicável ao caso por
integrar o microssistema jurídico relativo à tutela coletiva –, não há se falar em litispendência
entre uma ação individual e uma ação coletiva, inclusive quando se tratar de direito individuais
homogêneos, como é o caso dos autos.

Importante elucidar, outrossim, que a coisa julgada em ação coletiva, opera seus
efeitos na ação individual secundum eventum litis, ou seja, em tratando-se de direito individual
homogêneo (tal qual o presente caso), os efeitos da coisa julgada coletiva somente estendem-se
à ação individual para beneficiar, não podendo a demanda individual ser prejudicada por
eventual sentença desfavorável.

De toda sorte, não merecer acolhimento o inconformismo da Reclamada.

Rejeito a preliminar.

Inépcia. Rol de substituídos.

Tendo em vista o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o art. 8º, III,
da Constituição Federal trata de autêntica hipótese de substituição processual generalizada, o
Tribunal Superior do Trabalho cancelou a Súmula n. 310.

Nesse contexto, a apresentação do rol de substituídos não é mais considerada


como pressuposto processual para que o sindicato profissional represente a categoria
correspondente em juízo:

SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL


(DESNECESSIDADE DE INDICAÇÃO DO ROL DOS SUBSTITUÍDOS). 1 - A Jurisprudência
desta Corte é no sentido de que é desnecessária a juntada de lista com o rol de substituídos nas
ações em que o sindicato atua como substituto processual, não se tratando, portanto, de

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requisito da petição inicial, mesmo porque, além de não ser exigência prevista em lei, a categoria
é representeada pelo ente coletivo e, por conseguinte, o direito pode ser reivindicado em nome
do grupo e, em liquidação, individualizados os seus destinatários. Há julgados. 2 - Incidência do
art. 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº 333 do TST. 3 - Agravo de instrumento a que se nega
provimento. (TST - ARR: 1681006420135130004, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de
Julgamento: 20/11/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/11/2019).

Rejeito a preliminar.

Ilegitimidade ativa

A substituição processual, tal como prevista no art. 8º, inc. III, da Constituição da
República, abrange os direitos ou interesses individuais homogêneos, assim considerados, nos
termos do art. 81, III, do Código de Defesa do Consumidor.

Tais direitos abrangem interesses divisíveis e disponíveis oriundos da mesma


situação de fato ou de direito, devendo haver um número considerável de lesões, titulares
determinados e predomínio das questões comuns sobre as questões individuais.

É bom que se ressalte que a expressão "origem comum" deve ser compreendida
como condutas omissivas ou comissivas praticadas pelo empregador capazes de desaguar em
consequências para vários de seus empregados.

No caso sub judice, a Reclamada teria deixado de quitar, relativamente a


diversos empregados corretamente o FGTS, a indenização adicional e as multas dos artigos 467
e 477 da CLT, o que denota o caráter homogêneo do interesse em questão, plenamente
defensável de forma coletiva.

Nota-se que os direitos dos empregados da Reclamada são divisíveis e


disponíveis, podendo ser objeto de inúmeras ações trabalhistas individuais. Todavia, o
descumprimento reiterado e generalizado praticado pela Reclamada requer o manejo de
mecanismos para o acesso coletivo à justiça, como forma de garantir a efetividade dos direitos
fundamentais dos empregados.

Destaque-se que eventuais situações fáticas diferenciadas não configuram


argumento a socorrer a empregadora, eis que em qualquer demanda coletiva procedente haverá
a execução individualizada do título, em que se verificará se o exequente se enquadra na
situação delineada pela sentença e, se o caso, o respectivo quantum debeatur.

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:58:56 - bfb1fa2
Por conseguinte, resta caracterizada a origem comum do direito pleiteado pelo
Sindicato Reclamante, de modo que é legítima a sua atuação.

Rejeito a preliminar.

MÉRITO

FGTS

Compete ao empregador comprovar a regularidade dos depósitos de FGTS, uma


vez que fica com a guarda dos comprovantes de recolhimento. No presente caso, a parte Autora
alega existir insuficiência de saldo na sua conta vinculada de FGTS.

A parte Ré, por sua vez, não comprovou ter realizado regularmente os depósitos,
não se desincumbindo do ônus processual que lhe cabia.

Nesse sentido, aliás, Súmula 56 deste. E. Tribunal Regional:

“DEPÓSITOS DE FGTS. ÔNUS DA PROVA. Em decorrência do princípio da


aptidão da prova, cabe ao empregador o ônus de comprovar a regularidade dos depósitos de
FGTS, incumbindo ao empregado apontar eventuais diferenças, ainda que por amostragem".
(RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 005/2016, de 30 de março de 2016)”.

Demais disso, o contrato ajustado com a Caixa Econômica Federal tem efeito
apenas entre as partes do negócio jurídico, não podendo alcançar o direito dos empregados
substituídos. Ressalte-se que, ainda que enquanto vigente o contrato laboral não tenha acesso o
trabalhador a tais valores, passa a ter a partir da dispensa imotivada por iniciativa patronal, a
qual é incontroversa nos autos.

Pertinente elucidar, ainda, que os valores pagos diretamente aos empregados


substituídos poderão ser deduzidos do saldo devedor junto à Caixa Econômica Federal.

Portanto, julgo PROCEDENTE o pedido de pagamento das diferenças de FGTS


de janeiro/2017 a março/2018, conforme regularmente apurados em sede de liquidação de
sentença, com os juros, multa e correção monetária previstos no art. 22 da Lei 8.036/90.

O valor será pago diretamente aos empregados substituídos, para que se evite
maior delonga na entrega aos trabalhadores do montante que já deveria ter tido acesso há

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tempos, bem como sobrecarga desnecessária aos serventuários da Justiça pela necessidade de
expedição de guia separada para saque junto à CEF, tudo conforme observância dos princípios
das celeridade e efetividade.

Multa do trintídio

Considerada a projeção contratual decorrente do aviso prévio - uma vez que esta
integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais, a teor do § 1° do art. 487
da CLT -, a ruptura dos contratos (abril/2018) deu-se no trintídio que antecedeu a data base da
categoria (1º de maio), motivo pelo qual julgo PROCEDENTE o pedido relativo à indenização
adicional prevista no artigo 9º da Lei 7.238/84.

Multas celetistas

Tendo em vista que os depósitos do FGTS e a indenização adicional não


constituem verbas rescisórias em sentido estrito, julgo IMPROCEDENTE o pedido de pagamento
das multas dos artigos 467 e 477 da CLT.

Justiça gratuita

Na Justiça do Trabalho o benefício da Justiça Gratuita, em regra, somente deve


ser concedido ao empregado, nos termos expressos do art. 790, § 3º da CLT c/c art. 14, § 1º da
Lei nº 5.584/70, uma vez que é o trabalhador quem percebe salários.

A concessão da justiça gratuita ao empregador ou ao sindicato que atua como


substituto processual é aceita somente quando demonstrada a impossibilidade de arcar com as
despesas processuais, o que não ocorreu no caso dos autos.

Logo, julgo IMPROCEDENTE o pedido de gratuidade de justiça.

Honorários sucumbenciais

Considerando o § 3º do art. 791-A da CLT, bem como os parâmetros fixados no


§ 2º do mesmo dispositivo, condeno:

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a) a parte Reclamada a pagar ao advogado do Sindicato Reclamante honorários
de sucumbência no percentual de 5% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença;

b) o Sindicato Reclamante a pagar à advogada da parte Reclamada honorários


de sucumbência no percentual de 5% sobre a diferença entre o valor atribuído à causa e aquele
que resultar da liquidação da sentença, antes da incidência de juros de mora e correção
monetária, que ficarão sob condição suspensiva nos termos do art. 798-A, § 4º da CLT. Ante a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita nos presentes autos, fica vedada a dedução de tais
honorários do crédito a que tem direito a parte Autora. Outrossim, não bastará a comprovação de
haver crédito em outro processo, devendo ser comprovado pelo credor que deixou de existir a
situação de insuficiência de recursos que ensejou a concessão da gratuidade anteriormente
estabelecida. Estabelecem-se tais critérios considerando o princípio da igualdade que deve
nortear as relações processuais, já que esse é conteúdo do art. 98, § 3º do CPC. Afinal, o
hipossuficiente assim será independentemente da esfera da Justiça em que tramita o processo.

Juros e correção monetária

A correção monetária deverá ser apurada a partir da época própria, ou seja, o


mês subsequente ao da prestação dos serviços no tocante às parcelas remuneratórias (art. 459,
CLT e Sum. 381, TST) e o prazo previsto no art. 477, § 6º, da CLT, para parcelas rescisórias.

Incidirão, ainda, juros de mora sobre o montante devidamente corrigido, a contar


do ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT e Súmula 200 do TST, à razão de 1% ao
mês, não capitalizados, e pro rata die, consoante art. 39, § 1º, da Lei 8177/91.

Ressalte-se que já se pacificou o entendimento na OJ 382 da SDI-I do c. TST - o


qual acompanho - no sentido de que a “Fazenda Pública, quando condenada subsidiariamente
pelas obrigações trabalhistas devidas pela empregadora principal, não se beneficia da limitação
dos juros, prevista no art. 1º-F da Lei nº 9.494, de 10.09.1997”.

No tocante aos depósitos de FGTS, correção monetária e juros de mora


conforme Lei 8.036/90 e Decreto 99.684/90.

Relembrando-se que sobre os juros de mora não incidirão IR, nos termos da OJ
400 da SBDI - I do c. TST.

Quanto ao índice de correção monetária a ser aplicado, deve-se seguir o IPCA-e,


não se podendo mais aplicar o disposto no artigo 39 da Lei 8.177/90.

Tal dispositivo teve a sua redação declarada inconstitucional, parcialmente, por


arrastamento, quando do julgamento das ADIs 4357 e 4425, interpostas especificamente contra
dispositivos da Emenda Constitucional 62/2009, na alteração procedida ao artigo 100 da CRFB.

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Referiu o Min. Luiz Fux que também estava sendo declarada a
inconstitucionalidade, em parte, por arrastamento, do artigo 1º-F da Lei 9.494/97. Sendo certo
que o mesmo raciocínio deve ser atribuído para a correção monetária dos créditos trabalhistas,
porquanto o fundamento da inconstitucionalidade é a não recomposição do crédito trabalhista,
depauperado pela inflação.

Nesse sentido, consta do voto, extraído do site do STF:

"Não há como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma


atacada, na medida em que a fixação da remuneração básica da caderneta de poupança como
índice de correção monetária dos valores inscritos em precatórios implica indevida e intolerável
constrição à eficácia da atividade jurisdicional. Uma afronta à garantia da coisa julgada e, por
reverberação, ao protoprincípio da separação de Poderes".

E adiante: "Com estes fundamentos, tenho por inconstitucional a expressão


‘índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança’, constante do parágrafo 12 do
artigo 100 da Constituição Federal, do inciso II do parágrafo 1º e do parágrafo 16, ambos do
artigo 97, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias".

Nesse concerto, é imperativo destacar que o IPCA, calculado pelo IBGE, é


utilizado pelo Banco Central (mediante Resoluções do Conselho Monetário Nacional) como
medida oficial da inflação do país, com fundamento no art. 9º da Lei 4.595/64, sendo inicialmente
adotado pelo art. 1º da Resolução/CMN nº 2.615, de 30 de junho de 1999.

Por fim, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou


improcedente, na sessão de 5/12/2017, a Reclamação (RCL) 22012, ajuizada pela Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que
determinou a adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) no lugar da
Taxa Referencial Diária (TRD) para a atualização de débitos trabalhistas. Prevaleceu o
entendimento de que a decisão não configura desrespeito ao julgamento do STF nas Ações
Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 4357 e 4425, que analisaram a emenda constitucional
sobre precatórios.

Ainda, e tendo em conta a ratio decidendi da Augusta Corte no julgamento das


anteditas ADIs 4357 e 4425, tampouco houve qualquer alteração no cenário com a introdução do
§ 7º no art. 879 da CLT, promovida pela Lei n. 13.467/2017.

Deste modo, não sendo a TR critério de manutenção do poder aquisitivo do


salário, utiliza-se o IPCA-e, que melhor representa a manutenção do poder aquisitivo do capital.

Assinado eletronicamente por: TABATA GOMES MACEDO DE LEITÃO - Juntado em: 14/05/2020 14:58:56 - bfb1fa2
Recolhimentos previdenciários e fiscal

Não há que se falar em recolhimentos previdenciários, ante a natureza


indenizatória das verbas deferidas na presente decisão.

Parâmetros de liquidação

Proceda-se a liquidação, por simples cálculos, respeitados os termos da


fundamentação.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos


formulados nos autos da reclamação trabalhista movida por SINDICATO DOS
TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE em
face de FRIGOMAR FRIGORÍFICO LIMITADA, para condenar a Reclamada nas obrigações
deferidas conforme fundamentação supra, parte integrante deste dispositivo, observando-se os
parâmetros ali estabelecidos.

Decido julgar improcedentes os demais pedidos.

Juros, correção monetária e recolhimentos fiscais e previdenciários, nos termos


da fundamentação.

Custas pela Reclamada no valor de R$ 800,00 correspondente a 2% do valor da


condenação ora fixada em R$ 40.000,00.

Cumpra-se, após o transito em julgado em 5 dias.

Intimem-se as partes.

Nada mais.

TÁBATA G. M. DE LEITÃO

Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE

PROCESSO: 0011623-14.2018.5.15.0026 - Ação Civil Coletiva


AUTOR: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P PRUDENTE
RÉU: FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

DECISÃO
Visto.

Os recursos interpostos pelas partes são tempestivos.

Regular a representação, recolhidas as custas e efetuado o depósito recursal.

Assim, processem-se os recursos, intimando-se o(s) recorrido(s) para


contrarrazões no prazo legal e, após, remeta-se o feito à Superior Instância.

Intimem-se ainda os patronos das partes para que efetuem, se for o caso, o
cadastramento perante o sistema PJE na 2ª Instância.

PRESIDENTE PRUDENTE/SP, 05 de junho de 2020.

NELMA PEDROSA GODOY SANT ANNA FERREIRA


Juíza do Trabalho

ACRB
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE
AVENIDA QUATORZE DE SETEMBRO, 1080, (Parque do Povo), JARDIM
PAULISTANO, PRESIDENTE PRUDENTE/SP - CEP: 19014-000

INTIMAÇÃO
Fica Vossa Senhoria intimada para tomar ciência do seguinte documento:

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE PRESIDENTE PRUDENTE

PROCESSO: 0011623-14.2018.5.15.0026 - Ação Civil Coletiva


AUTOR: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P PRUDENTE
RÉU: FRIGOMAR FRIGORIFICO LIMITADA

DECISÃO
Visto.

Os recursos interpostos pelas partes são tempestivos.

Regular a representação, recolhidas as custas e efetuado o depósito recursal.

Assim, processem-se os recursos, intimando-se o(s) recorrido(s) para


contrarrazões no prazo legal e, após, remeta-se o feito à Superior Instância.

Intimem-se ainda os patronos das partes para que efetuem, se for o caso, o
cadastramento perante o sistema PJE na 2ª Instância.

PRESIDENTE PRUDENTE/SP, 05 de junho de 2020.

NELMA PEDROSA GODOY SANT ANNA FERREIRA


Juíza do Trabalho

ACRB
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
11ª CÂMARA
Relator: EDER SIVERS
ROT 0011623-14.2018.5.15.0026
RECORRENTE: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P
PRUDENTE E OUTROS (2)
RECORRIDO: SINDICATO DOS TRAB NAS IND DA ALIMENTACAO DE P
PRUDENTE E OUTROS (2)

CERTIDÃO

Certifico, com fulcro no artigo 203, §4º, do CPC, que notifico a D. Procuradoria do Trabalho para
elaboração de parecer, se o caso, nos termos do artigo 110, I, do Regimento Interno deste
Tribunal.

Era o que me cumpria certificar.

Campinas, 29/06/2020.

Juliane Mary Matino

Secretária de Gabinete

, 29 de junho de 2020.

JULIANE MARY MATINO


Assessor
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

748d0d6 25/11/2018 15:09 Despacho Despacho

581cb8c 12/12/2018 18:07 Ata da Audiência Ata da Audiência

5dbb9e8 02/04/2019 18:09 Intimação Intimação

c1833ea 08/10/2019 18:59 Despacho Despacho

15a3895 14/05/2020 14:57 Sentença Sentença

741351b 14/05/2020 14:58 Intimação Intimação

bfb1fa2 14/05/2020 14:58 Intimação Intimação

ab6ee4e 05/06/2020 16:07 Decisão Decisão

e48f872 05/06/2020 16:08 Intimação Intimação

cb4b2db 29/06/2020 13:48 Intimação Intimação

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