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GRANDE DO SUL
O presente trabalho faz uma análise histórica do direito do consumidor, como foi
implementado no Brasil, bem como, a descrição da caracterização da relação de
consumo e os órgãos que auxiliam em defesa do consumidor. Estuda as formas
alternativas de resolução de conflitos, sendo elas a conciliação, a mediação, a
negociação e a arbitragem, conceituando cada uma delas, abordando suas técnicas,
características e a aplicabilidade. Faz uma análise da efetividade do Balcão do
Consumidor de Três Passos como forma alternativa de resolução de conflitos, trazendo
um breve histórico de como começou este projeto, enfatizando o funcionamento dos
atendimentos, notificações e audiências realizadas no período de um ano de
funcionamento.
INTRODUÇÃO.............................................................................................................8
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46
ANEXO I ....................................................................................................................48
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INTRODUÇÃO
Partindo desta ideia é que surgiu o Código de Defesa do Consumidor, que foi
organizado em seus artigos para possibilitar a proteção e resguardar os direitos do
consumidor nas diversas situações da relação de consumo que as pessoas se
envolvem quando buscam adquirir algum tipo de produto ou serviço disponibilizado
no mercado de consumo.
Com isso, pode-se dizer que o CDC foi uma grande conquista do povo
brasileiro, por se tratar de uma legislação organizada na forma de proteção e respeito
a fragilidade do consumidor em relação ao fornecedor de produtos ou serviços.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXII - o Estado promoverá, na forma
da lei, a defesa do consumidor;
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Bessa (2006, p. 39) retrata que é fundamental que os beneficiários das normas
tenham conhecimento de seus direitos e disposição para brigar por eles:
Como uma forma de abranger uma proteção mais ampla aos consumidores,
beneficiados pelas garantias do CDC, instituiu-se três definições que se referem ao
consumidor equiparado, ou seja, aquele que não necessariamente adquire um
produto ou serviço diretamente, nem mesmo se utiliza deles, mas acaba sofrendo
suas interferências de certa forma, e para que a norma seja aplicada, é suficiente que
ocorra uma das especificações descritas nos artigos 2° parágrafo único, artigo 17 e
artigo 29 do CDC, “seja na condição de integrante de uma coletividade de pessoas,
como vítima de um acidente de consumo, ou como destinatário de práticas comerciais,
e de formação e execução do contrato.” (MIRAGEM, 2013, p. 139).
O CDC traz um dispositivo (art. 39, IV4), que trata da questão do aproveitamento
da hipossuficiência do consumidor como uma das práticas abusivas sofridas pelo
consumidor em relação ao fornecedor. Benjamin (2007, p.220) faz a comparação
entre a vulnerabilidade e a hipossuficiência do consumidor:
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Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia
das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:(Redação dada pela Lei nº 9.008, de
21.3.1995): I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
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Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:(Redação
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994); IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou
serviços;
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1.3.1 PROCON
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Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas
específicas: I - multa; II - apreensão do produto; III - inutilização do produto; IV - cassação do registro
do produto junto ao órgão competente; V - proibição de fabricação do produto; VI - suspensão de
fornecimento de produtos ou serviço; VII - suspensão temporária de atividade; VIII - revogação de
concessão ou permissão de uso; IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; X -
interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
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consumidor, sendo que a aplicação destas, não excluem outros tipos de penalidades
sejam elas de natureza civil, penal ou através de leis específicas. Cabe ressaltar que,
mesmo que o consumidor tenha ingressado na justiça contra o fornecedor, não
impede que ele busque a assistência do PROCON.
O Ministério Público é uma instituição que zela pela aplicação e respeito das
leis pela preservação da Ordem pública, pela defesa de direitos e interesses da
coletividade. Segundo Bessa (2007, p. 321):
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Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:(Redação dada pela
Lei nº 9.008, de 21.3.1995) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência); I - o Ministério Público, II - a União,
os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III - as entidades e órgãos da Administração Pública,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos
interesses e direitos protegidos por este código; IV - as associações legalmente constituídas há pelo
menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos
por este código, dispensada a autorização assemblear.
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2.1 A conciliação
Com a perspectiva da mudança no judiciário, bem como das formas que serão
tratados os conflitos de acordo com o novo Código de Processo Civil, a mediação é
uma das técnicas que serão aplicadas para a busca da solução do conflito. Sobre ela
se debruça o tópico a seguir.
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2.2 A mediação
prática suas habilidades. Segundo Spengler (2016, p. 32) um bom mediador precisa
possuir as seguintes características:
2.3 A negociação
a) Distanciamento emocional;
b) Saber ouvir sabiamente, esta prática permite obter muitas respostas
e identificar os interesses envolvidos na negociação, facilitando a
decisão;
c) Utilizar comunicação de forma clara e correta;
d) Movimento corporal e gestual no processo de persuasão;
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2.4 A arbitragem
Uma vez proferida a sentença arbitral, pelo juízo arbitral, de acordo com o
descrito no artigo 18 da Lei 9.307/96, esta não fica sujeita a recurso ou a homologação
do Poder Judiciário, pois a mesma torna-se uma modalidade de título executivo
judicial.
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Até porque, a via jurisdicional tem se demonstrado por demais onerosa, não só
sob o ponto de vista do impacto gerado no patrimônio do sujeito que precisa a ela
recorrer para a satisfação ou proteção a um bem ou interesse seu, mas também sob
o ponto de vista moral, dado o desgaste emocional que o processo por si só gera, seja
pela incerteza e insegurança ante a expectativa de um provimento jurisdicional, seja
pelo tempo decorrido durante o seu trâmite. Ou seja, a tutela jurisdicional tem cedido
lugar, ainda que muito gradativamente, à mediação e à conciliação extrajudicial, na
busca pela solução de conflitos, alternativas menos formais, mais céleres, menos
onerosas e, por vezes, mais eficazes do que a via tradicional do processo.
do Consumidor não obriga as lojas a substituir o produto por outro em casos assim. O
que pode acontecer é o comerciante aceitar fazer a troca do produto por mera
gentileza e para fidelizar seus clientes.
Vale lembrar que, como toda regra, há exceções, o CDC traz, por exemplo, o
caso em que o produto seja considerado essencial ou o defeito impossibilite seu uso
o consumidor não terá de esperar 30 dias pelo conserto, podendo este exigir, de
imediato uma das 3 opções acima descritas. O difícil neste caso é identificar quando
o produto pode ser considerado essencial ou não, tendo em vista que não há uma
lista prevista em lei que traga descrito esses produtos.
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Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
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Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações
fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
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Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas
de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e
consumo de produtos e serviços.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes
sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas
específicas: I - multa; II - apreensão do produto; III - inutilização do produto; IV - cassação do registro
do produto junto ao órgão competente; V - proibição de fabricação do produto; VI - suspensão de
fornecimento de produtos ou serviço; VII - suspensão temporária de atividade; VIII - revogação de
concessão ou permissão de uso; IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; X -
interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
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Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
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CONCLUSÃO
Nos dias atuais, vivemos em uma sociedade de consumo, pois a oferta por
produtos e serviços disponíveis no mercado, a publicidade empregada como forma de
despertar a vontade de consumir e a facilitação do crédito acaba por gerar uma
procura imensa pela satisfação de adquirir produtos e serviços, que na maioria das
vezes não são de necessidade do consumidor. Como o consumidor é considerado a
parte vulnerável da relação de consumo, acaba caindo na tentação das condições do
mercado.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fábio Portela Lopes de. A teoria dos jogos: uma fundamentação teórica
dos métodos de resolução de disputa. In: AZEVEDO, André Gomma de (Org.).
Estudos em arbitragem, mediação e negociação. Brasília: Editora Grupo de
Pesquisas, 2003. P. 175-199.
MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor. 4. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2013.
SILVA, Marco Antônio Marques da. Juizados especiais criminais. São Paulo:
Saraiva, 1999.
SILVA, Ovídio de Araújo Baptista da. Curso de Processo Civil. V. 1. 4. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2008.
ANEXO I