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Lógica

CÁLCULO I
HELENA ALMEIDA, JOÃO FARINHA, PATRÍCIA XUFRE, PEDRO CHAVES
CÁLCULO I

Tópicos
1. Definição de Proposição
2. Operadores Lógicos e Tabelas de Verdade
3. Quantificadores

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CÁLCULO I

1. Definição de Proposição
Uma proposição é uma frase declarativa à qual é possível associar um e um só valor lógico:
V (verdadeiro) ou F (falso)

Não são exemplos de proposições:

“Moras a quantos km da Nova SBE?”


“Eh pá, apanha o comboio a horas!”
“Não pisar as flores do relvado.”
“O amarelo canário é uma cor tão bonita!”

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CÁLCULO I

São exemplos de proposições:

“Dakar é a capital do Senegal.”


“Se hoje é sexta, amanhã é domingo.”
“Este ano o Benfica será campeão.”
“Deus existe.”

Podem ser classificadas de verdadeiras ou falsas!

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CÁLCULO I

2. Operadores Lógicos e Tabelas de Verdade

Considere 𝑝 e 𝑞 duas proposições.

𝑝∧𝑞 𝑝∨𝑞 𝑝⇒𝑞 𝑝⇔𝑞 ~𝑝


Conjunção Disjunção Implicação Negação
Equivalência

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CÁLCULO I

𝒑∧𝒒
2.1 Conjunção entre 𝒑 e 𝒒

Traduz a simultaneidade de ocorrência das proposições 𝑝 e 𝑞 e representa-se por 𝒑 ∧ 𝒒.

Valor lógico de 𝒑 ∧ 𝒒 ?

Tabela de verdade

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CÁLCULO I

𝒑∨𝒒
2.2 Disjunção entre 𝒑 e 𝒒

Representa-se por 𝑝 ∨ 𝑞 .

Para que a disjunção 𝑝 ∨ 𝑞 seja verdadeira, é necessário que pelo menos uma das proposições
seja verdadeira.

Para que a disjunção 𝑝 ∨ 𝑞 seja falsa, é necessário que ambas


as proposições sejam falsas.

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Quiz

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CÁLCULO I

𝒑⇒𝒒
2.3 Implicação entre 𝒑 e 𝒒

Traduz uma relação de causalidade entre as proposições 𝒑 e 𝒒 e representa-se por 𝒑 ⇒ 𝒒.


𝑝 é denominada por proposição antecedente e 𝑞 por proposição consequente.

Sempre que 𝒑 ⇒ 𝒒, diz-se que:

“𝑝 é suficiente para 𝑞 ”
e que
“𝑞 é necessária para 𝑝”

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CÁLCULO I

𝒑: ”Está a chover.”
Exemplo:
𝒒: ”Ando de guarda-chuva.”

𝒑 ⇒ 𝒒: ”Se chover, ando de guarda-chuva” - PROMESSA

Estar a chover é uma condição suficiente para eu andar de guarda-chuva.


Andar de guarda-chuva não obriga a que esteja a chover, andar de guarda-chuva é condição
necessária para estar a chover.

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CÁLCULO I

𝒑⇒𝒒 ⇒
Para que uma implicação entre duas proposições seja falsa, é necessário que a proposição
antecedente 𝑝 seja verdadeira e que a proposição consequente 𝑞 seja falsa. No exemplo
estudado, quebrarei a minha promessa se chover e eu não andar de guarda-chuva.

Todos os outros cenários de valores lógicos para 𝑝 e 𝑞 garantem que a implicação é


verdadeira.

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CÁLCULO I

𝒑⇔𝒒
2.4 Equivalência entre 𝒑 e 𝒒

A equivalência entre duas proposições 𝑝 e 𝑞 representa-se por 𝒑 ⇔ 𝒒.


Traduz uma dupla implicação, tendo-se simultaneamente 𝑝 ⇒ 𝑞 e 𝑞 ⇒ 𝑝.

𝑝⇔𝑞 ⇔ 𝑝⇒𝑞∧𝑞 ⇒𝑝

𝑝 é uma proposição suficiente e necessária para 𝑞 e 𝑞 é uma proposição suficiente e


necessária para 𝑝.

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CÁLCULO I

Exemplo:
𝒑: ”Este triângulo tem 3 lados iguais.”
𝒒: ”Este triângulo tem 3 ângulos iguais.”

𝒑⇔𝒒

Um triângulo ter 3 lados iguais é condição suficiente e necessária para que esse
triângulo tenha os 3 ângulos iguais (e vice-versa).

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CÁLCULO I

Uma equivalência entre duas proposições é verdadeira se e só se ambas as proposições


tiverem o mesmo valor lógico. É falsa se e só se tiverem valores lógicos distintos.

“Este triângulo tem 3 lados iguais.” e “Este triângulo tem 3 ângulos iguais.” têm sempre o
mesmo valor lógico, daí ser verdadeira a equivalência entre 𝑝 e 𝑞 .

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Quiz

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CÁLCULO I

Equivalências úteis no âmbito da conjunção e disjunção de proposições:

Sejam 𝒑, 𝒒 e 𝒔 três proposições.

𝟏. 𝒑∧𝒒 ∨𝒔⇔ 𝒑∨𝒔 ∧ 𝒒∨𝒔

2. 𝒑∨𝒒 ∧𝒔⇔ 𝒑∧𝒔 ∨ 𝒒∧𝒔

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CÁLCULO I

~𝒑
2.5 Negação de 𝒑

Traduz o contrário da proposição 𝑝 e representa-se por ~𝑝.


Para 𝑝 verdadeiro, temos ~𝑝 falso e para 𝑝 falso, temos ~𝑝 verdadeiro.
~ ~𝑝 ⇔ 𝑝

Let´s learn to say NO…

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CÁLCULO I

Exemplos:

𝒑: “𝑒 é um número irracional”
0

~𝒑: “𝑒 não é um número irracional”


0

𝒒: “todas as ovelhas do meu rebanho são brancas”


~𝒒: “há pelo menos uma ovelha no meu rebanho que não é branca”

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NOVA SBE

~ 𝒑∧𝒒
2.5.1 Negação da conjunção

Usando as Leis de De Morgan, tem-se:

~ 𝒑 ∧ 𝒒 ⇔ ~𝒑 ∨ ~𝒒

(a negação de uma conjunção é a disjunção das negações)


CÁLCULO I

Exemplo:
𝒑: ”No próximo ano vou ao Japão”
𝒒: ” No próximo ano vou à Austrália”

𝒑 ∧ 𝒒: ”No próximo ano vou ao Japão e à Austrália”


~ 𝒑 ∧ 𝒒 ⇔ ~𝒑 ∨ ~𝒒: “No próximo ano não vou ao Japão ou não vou à Austrália”

ou ou

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NOVA SBE

~ 𝒑∨𝒒
2.5.2 Negação da disjunção

Usando as Leis de De Morgan, tem-se:

~ 𝒑 ∨ 𝒒 ⇔ ~𝒑 ∧ ~𝒒

(a negação de uma disjunção é a conjunção das negações)


CÁLCULO I

Exemplo:
𝒑: ”No próximo ano vou ao Japão”
𝒒: ” No próximo ano vou à Austrália”

𝒑 ∨ 𝒒: ”No próximo ano vou ao Japão ou à Austrália”


~ 𝒑 ∨ 𝒒 ⇔ ~𝒑 ∧ ~𝒒: “No próximo ano não vou ao Japão nem à Austrália”

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NOVA SBE

~ 𝒑⇒𝒒
2.5.3 Negação da implicação

~ 𝑝⇒𝑞 ⇔𝑞⇒𝑝
Erros ~ 𝑝 ⇒ 𝑞 ⇔ ~𝑝 ⇒ ~𝑞
frequentes
~ 𝑝 ⇒ 𝑞 ⇔ ~𝑞 ⇒ ~𝑝

~ 𝒑 ⇒ 𝒒 ⇔ 𝒑 ∧ ~𝒒 (correcto)
CÁLCULO I

𝒑: ”Está a chover.”
Exemplo:
𝒒: ”Ando de guarda-chuva.”

𝒑 ⇒ 𝒒: ”Se chover, ando de guarda-chuva”

~ 𝒑 ⇒ 𝒒 ⇔ 𝒑 ∧ ~𝒒

Negar que se chover, ando de guarda-chuva equivale a afirmar que chove e não ando de
guarda-chuva.

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Quiz

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NOVA SBE

Equivalências úteis no âmbito da implicação de proposições

𝒑 ⇒ 𝒒 ⇔ ~𝒒 ⇒ ~𝒑 (regra do contra-recíproco)

Afirmar que chover implica o uso de guarda-chuva equivale a afirmar que o não uso de guarda-chuva
implica não estar a chover.

𝒑 ⇒ 𝒒 ⇔ 𝒒 ∨ ~𝒑

A existência de chuva implicar o uso de guarda-chuva equivale à disjunção entre o uso de guarda-
chuva e a não existência de chuva.
NOVA SBE

Se duas ou mais proposições são equivalentes, terão tabelas de verdade idênticas.

𝒑 ⇒ 𝒒 ⇔ ~𝒒 ⇒ ~𝒑 ⇔ 𝒒 ∨ ~𝒑
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CÁLCULO I

∃ ,∀
3. Quantificadores

∃ é o quantificador existencial. Lê-se “existe um” ou “existe pelo menos um”. Ao


ser colocado antes de uma expressão proposicional na variável a que diz respeito,
𝑝(𝑥), transforma-a numa proposição.
∃𝒙 ∈ 𝑫: 𝒑(𝒙)

A proposição anterior será verdadeira se e só se, no domínio da variável 𝑥 , existir pelo


menos uma designação 𝑥0 tal que a proposição 𝑝(𝑥0 ) é verdadeira.

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CÁLCULO I

Exemplos:

∃𝒙 ∈ ℝ: −𝒙 = −𝟏
Proposição falsa!

− 𝟒
∃𝒙 ∈ ℤ : 𝒙 = 𝟏𝟔
Proposição verdadeira!

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CÁLCULO I

∀ é o quantificador universal. Lê-se “para todo” ou “qualquer que seja”. Ao ser


colocado antes de uma expressão proposicional na variável a que diz respeito, 𝑝(𝑥),
transforma-a igualmente numa proposição.
∀𝒙 ∈ 𝑫, 𝒑 𝒙

A proposição anterior será verdadeira se e só se para toda a designação pertencente


ao domínio da variável 𝑥, denominada por 𝑥0 , leva a que a condição 𝑝(𝑥0 ) seja sempre
verdadeira.

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CÁLCULO I

Exemplos:

∀𝒙 ∈ −
ℝ , 𝒙 = −𝒙
Proposição verdadeira!

∀𝒙 ∈ ℕ, 𝒙<𝟔
Proposição falsa!

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CÁLCULO I

Ordem dos quantificadores

A ordem de utilização de quantificadores consecutivos da mesma espécie é


arbitrária, mas de outra espécie não.

∀𝒙, ∃𝒚 não é tão forte como ∃𝒚: ∀𝒙

𝒚 𝒚

𝒙 𝒙

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CÁLCULO I

Negação dos quantificadores

~ ∃𝑥 ∈ 𝐷: 𝑝(𝑥) ⇔ ∀𝑥 ∈ 𝐷 , ~ 𝑝(𝑥)
~ ∀𝑥 ∈ 𝐷, 𝑝(𝑥) ⇔ ∃𝑥 ∈ 𝐷: ~ 𝑝(𝑥)

𝑨: ”Existe um país sem casos de um vírus X até ao momento.”


~𝑨: ”Todos os países têm pelo menos um caso de um vírus X até ao momento.”

𝑩: ”Qualquer que seja o centro comercial, a área que mais frequento é a restauração.”
~𝑩: ”Existe (pelo menos) um centro comercial em que a área que mais frequento
não é a restauração.”

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CÁLCULO I

~ ∀𝑥 ∈ 𝐷, ∃𝑦 ∈ 𝑆: 𝑝(𝑥) ⇔ ∃𝑥 ∈ 𝐷: ∀𝑦 ∈ 𝑆 , ~𝑝(𝑥)

𝑪: ” Qualquer que seja a turma de Cálculo I, há pelo menos um aluno que tem uma nota final
acima de 17 valores.”

~𝑪: ” Existe uma turma de Cálculo I tal que todos os alunos têm uma nota final menor ou igual
a 17 valores.”

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CÁLCULO I

~ ∃𝑥 ∈ 𝐷: ∀𝑦 ∈ 𝑆, 𝑝(𝑥) ⇔ ∀𝑥 ∈ 𝐷, ∃𝑦 ∈ 𝑆: ~𝑝(𝑥)

𝑫: ” Existe pelo menos uma repartição de Finanças em que todos os funcionários são competentes.”
~𝑫: ” Em qualquer repartição de Finanças, existe pelo menos um funcionário incompetente.”

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Quiz

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NOVA SBE

Até breve….

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